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All content following this page was uploaded by Marcos Dos Santos on 15 August 2018.
Marcos dos Santos1, Viviane Daniel de Sousa2, Angélica Rodrigues de Lima3, José Cláudio
de Souza Lima4, Marcone Freitas dos Reis5
1
Instituto Militar de Engenharia – IME, marcosdossantos_doutorado_uff@yahoo.com.br
2
Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM, vivianedanieldesousa@hotmail.com
3
Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – SENAI CETIQT,
angeliquinha.lima@gmail.com
4
Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM, jcsouzalima@unisuam.edu.br
5
Universidade Federal Fluminense – UFF, marconefreis11@gmail.com
Resumo: Sabe-se que os riscos ergonômicos lesionam milhares de trabalhadores brasileiros por ano.Segundo a
Associação Brasileira de Ergonomia somente em 2017, cinquenta e três mil trabalhadores foram afastados das suas
atividades laborativas.Assim sendo, esse trabalho tem o propósito de evidenciar as boas práticas. Ergonômicas
adotadas em, um Call Center de uma Multinacional, localizada na Cidade do Rio de Janeiro. Por fim o estudo propõe
um check list baseado no Anexo II da NR17, afim de buscar melhorias no que diz respeito a qualidade de vida e saúde
do colaborador e para o benefício da empresa como um todo. Essa pesquisa tem o potencial de trazer uma significativa
contribuição para a sociedade na medida em que outras empresas podem adotar as boas práticas apresentadas, evitando
assim a lesão de milhares de trabalhadores.
I. INTRODUÇÃO
Os serviços de Teleatendimento, considerados vitais para o desenvolvimento das empresas
na nova estrutura da produção e da economia, tornaram-se viáveis graças à junção das tecnologias
da telefonia e da informática. Pode-se, no entanto, afirmar que, em sua prática, incorporaram
princípios neotayloristas que se baseiam em formas de controle exacerbadas do tempo e das
interações. Os gestores buscam implicar a subjetividade dos trabalhadores em prol dos objetivos
comerciais e econômicos das empresas, característica que transformou o setor em emblema do
processo mundial de intensificação do trabalho. Aparentemente natural, o modelo organizacional
em Teleatendimento utiliza a hora uniforme do relógio como medida do trabalho cuja natureza é
subjetiva e emocional (FILHO et al., 2006).
Iida (1997) considera que o progresso tecnológico não é um mal em si e que não deve ser
visto como uma ameaça, mas como um permanente desafio para criação de novas oportunidades.
As novas tecnologias devem ser concebidas de acordo com os princípios ergonômicos de
usabilidade voltados para o usuário.
Em 30 de março de 2007 a portaria n° 09 aprova o Anexo II da NR-17 – Trabalho em
Teleatendimento / Telemarketing, regulamentando o trabalho do tele operador. O anexo versa sobre
mobiliário do posto de trabalho; equipamentos dos postos de trabalho; condições ambientais de
trabalho; organização do trabalho; capacitação dos trabalhadores; condições sanitárias de conforto;
programas de saúde ocupacional e de prevenção de riscos ambientais. A elaboração desta norma se
apoiou nos resultados de pesquisas nos relatórios técnicos das inspeções do Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE), e nas numerosas queixas de adoecimento físico e mental dos trabalhadores
(OLIVEIRA, 2007).
Atentando para esta realidade, este trabalho tem como objetivo realizar uma análise
ergonômica do trabalho em um Call Center localizado na cidade do Rio de Janeiro de uma Empresa
Multinacional, demonstrando que o anexo II (da NR 17) veio para padronizar e garantir a segurança
ao trabalhador de teleatendimento. Tem-se a intenção de também diagnosticar possíveis problemas
e sugerir melhorias através da elaboração de um check list baseado no Anexo II – NR 17 para a
empresa analisada.
II. PROBLEMA
A falta de ergonomia nos ambientes de trabalho muitas vezes é imperceptível. O pouco que
se faz nesta área é adequar níveis de iluminação e dotar postos de trabalho com mesas e cadeiras
ditas ergonômicas. Muitas vezes as regulagens não são óbvias nem simples para que o trabalhador
as faça adequadamente. O treinamento para que o trabalhador utilize adequadamente o mobiliário
é quase inexistente e as vantagens entre um móvel ergonômico e outro não ergonômico acabam
sendo perdidas.
Estes aspectos da ergonomia são perceptíveis pela maioria dos profissionais da área de
Segurança do Trabalho, porém nem sempre são bem controlados nas empresas.
Os grandes problemas são os riscos associados ao stress e as pressões do trabalho moderno e as
doenças relacionadas com as articulações em decorrência de trabalho repetitivo e sem planejamento
que não leva em conta o conforto de execução na atividade.
Santos et al. (2017) afirmam que um engenheiro é, antes de mais nada, um “resolvedor de
problemas”. Ele tem a capacidade de compreender as condições de contorno de uma situação
problemática e, a partir daí, propor soluções que agreguem valor não só para a organização da qual
faz parte, mas também para a sociedade como um todo.
A partir desses pontos confeccionou-se um mapa mental, representado na Figura 1 a seguir,
a fim facilitar a identificação das condições de contorno do problema em questão.
Aulas de ginásticas laborais são oferecidas para todos os funcionários como uma forma de
aliviar o estresse causado dentro do ambiente de trabalho.
Proposta de um Check List baseado no Anexo II da NR 17
Afim de propor melhorias e verificar se a empresa se enquadra no que diz respeito ao Anexo
II da NR 17 quanto a ergonomia aplicada ao colaborador do Call Center, o presente estudo propõe
a criação de um check list baseado no Anexo II da NR 17, aonde o coloborador poderar verificar e
avaliar as condições ergonômicas no trabalho. A Figura 2, apresentada o Check List proposto.
Figura 2 – Check list proposto
RESULTADOS
DE 0 A 10 - CONDIÇÃO ERGONÔMICA RUIM
DE 11 A 16 - CONDIÇÃO ERGONÔMICA BOA
DE 16 A 20 - CONDIÇÃO ERGONÔMICA EXCELENTE
Fonte: Autores (2018)
Atravéz deste espera-se melhorias significativas na central de Call Center, na qualidade de
vida dos colaboradores, principalmente no que diz a saúde física e mental desses, e na Empresa
como um todo.
VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo de caso deste trabalho foi apresentado na forma de uma Análise Ergonômica do
Trabalho com o objetivo de exemplificar a aplicação das normas específicas, verificando se o
empregador as respeita e oferece a seus funcionários, um local de trabalho adequado, além proceder
com um diagnostico crítico e sugestão de melhorias através de uma proposta de check list baseado
no Anexo II da NR17.
Várias Empresas de Telemarketing já buscam atualmente a melhoria da qualidade do trabalho
de seus colaboradores e já estabelecem uma série de programas como forma de incentivar a saúde
do trabalhador. Nas grandes capitais e áreas mais industrializadas, o empresariado, já consciente
dos futuros problemas, está investindo nestes, como também, em estudos sobre as vantagens da
ergonomia para a melhoria da produtividade nas empresas. Se por um lado, o uso da ergonomia
pode sugerir mais gastos, por outro representa uma economia para a empresa e consequentemente,
a melhoria da saúde do trabalhador e da sociedade.
REFERÊNCIAS
FILHO, José Marçal Jackson e ASSUNÇÃO, Ada Ávila. Trabalho em teleatendimento e problemas de saúde. Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 31 (114): 4-6, 2006.
IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Editora Edgard Blüccher Ltda, reimpressão 1997.
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MTE. Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho - NR. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm. Acessado em 01/05/2018.
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http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.pdf. Acessado em 21/05/2018.
MTE. Normas Regulamentadora 17 - Ergonomia Anexo II. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBDACD94B74/nr_17_anexo2.pdf. Acessado em
02/04/2018.
OLIVEIRA, Simone Santos Silva. Um olhar sobre a saúde a partir da dimensão gestionária do trabalho:
contradições e ambiguidades no telemarketing. Fiocruz/ENPS. Rio de Janeiro, 2007.P. 84.
SANTOS, Marcos dos; RAMOS, Matheus Falcão; REIS, Marcone Freitas dos; WALKER, Rubens Aguiar. Estratégia
de redução do custo de transporte dos centros de distribuição da Marinha do Brasil a partir de métodos heurísticos.
Anais do IX Simpósio de Engenharia de Produção de Sergipe – SIMPROD. São Cristóvão/SE, 2017. ISSN 2447-
0635. DOI: 10.13140/RG.2.2.32792.29444/1
WISNER, A. Questions épistémologiques en ergonomie et en analyse du travail. Em: Daniellou, F. (Org.).
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