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EIXO TEMÁTICO - SUBTEMA 2: DOCUMENTAÇÃO, CONSERVAÇÃO

E RESTAURAÇÃO

PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO MODERNO: Estudo de caso da


residência modernista da rua Santa Cruz.

AMPARO, MARIANA B. (1)

1. Centro Técnico Templo da Arte. Pós Graduação em Restauro de Arquitetura


Rua Porto Alegre,129, Jardim Paulistano, Sorocaba, SP.
mariana_amparo@hotmail.com

RESUMO

A importância da preservação da arquitetura moderna ainda é recente ao olhar da maioria sociedade,


e não é vista da mesma maneira que um edifício repleto de ornamentos, em estilo barroco ou eclético
por exemplo. Durante muito tempo a ideia de que a Arquitetura Moderna era algo “indestrutível”
persistiu, porém o concreto, o ferro e outros materiais comumente usados nas construções modernas
também envelhecem e grande parte da degradação que ocorre em edifícios modernos se deve ao
fato de a falta de manutenção ser recorrente. A arquitetura moderna teve um caráter experimental,
principalmente em seus primeiros exemplares, e isso trouxe ao longo dos anos patologias e
problemas muito diferentes de edifícios anteriores a esse período. Porém muitos arquitetos e
restauradores já vem pensando em modos de como preservar e restaurar edifícios do século XX, que
envelhecem de uma maneira distinta das construções tradicionais, principalmente pelas inovações
construtivas, como a laje plana, o uso de grandes vãos e o concreto armado. Patrimônios modernos
menores, principalmente residências, foram muito negligenciados ao longo dos anos, onde havia uma
hiper valorização de grandes edifícios modernos institucionais, de arquitetos de renome do período
modernista. Apenas nas últimas duas décadas ocorreu a iniciativa de impedir que a perda destes
exemplares ocorresse. O presente estudo busca propor uma reflexão sobre a valorização do
patrimônio moderno desde a criação do IPHAN e mostrar com mais detalhes o caso da Residência
Modernista da Rua Santa Cruz, de Gregory Warchavchik. Esta obra simboliza o início da arquitetura
moderna no país e durante muito tempo sua importância foi injustamente colocada em segundo plano
diante de outros exemplares do modernismo, com isso este exemplar passou por um período de
abandono por mais de uma década, atualmente ela se encontra preservada, mas com alguns
problemas e usos que são passíveis de críticas. Pode-se dizer que em relação a preservação de
projetos modernos, ainda existe muito a aprender, é necessário a vinculação desses edifícios com os
estudos de restauro e preservação e principalmente se utilizar das tecnologias atuais para realizar o
planejamento do plano de conservação e da detecção de patologias tanto superficiais como
estruturais desses exemplares arquitetônicos. Este estudo faz parte do trabalho de conclusão de
curso de Pós Graduação Latu Sensu em Restauro de Arquitetura do Centro Técnico Templo da Arte
de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Clésio Barbosa Lemos.

Palavras-chave: Arquitetura Moderna;Patrimônio Moderno; Conservação Preventiva; Restauro.

4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil / 1º Simpósio Científico ICOMOS-LAC


Rio de Janeiro – 10 a 13/11/2020
Introdução

A arquitetura moderna surgiu juntamente com o Movimento Modernista, um


movimento artístico e cultural que revolucionou o modo de se fazer as artes plásticas,
design, cinema, e é claro, a arquitetura.

No final do século XIX, com o advento da industrialização, muitos materiais como o


ferro, aço e concreto começaram a ser produzidos em larga escala, possibilitando uma
mudança no modo de construir, principalmente em escala urbana, como pontes, galerias e
fábricas e estações de trem. Nessa época a população que era majoritariamente rural
começou a migrar em larga escala para as cidades, e com isso novas demandas
começaram a ser criadas para poder resolver os problemas das metrópoles europeias.

Alguns dos principais arquitetos que exerceram uma grande importância na


produção de edifícios modernos foram o arquiteto franco-suíço Le Corbusier, o Alemão Mies
Van der Rohe (O autor da icônica frase “Menos e mais”), o Alemão Walter Gropius
(Fundador da Bauhaus) e o americano Frank Lloyd Wright (Criador da Falling Water House).

Os 5 pontos para uma nova arquitetura, publicados por Le Corbusier em 1927 na


revista L’Sprit Noveau (O Espírito Novo), foram um dos fatores mais importantes para a
revolução no modo de se fazer arquitetura no século XX. São eles:

1º Estrutura Independente da vedação;

2º Planta livre;

3º Pilotis;

4º Teto-jardim;

5º Janelas longitudinais.

Esses princípios foram totalmente utilizados na Villa Savoye, projeto de Le


Corbusier feito em 1929 em Poissy, nos arredores de Paris, este projeto é a expressão
máxima da estética moderna purista preconizada pelo arquiteto na época.

A historiografia da arquitetura moderna tem origens diversas, ela ocorreu


juntamente com o surgimento de diversas vanguardas artísticas, como o abstracionismo, o
cubismo e o construtivismo, com isso surgiram destaques no campo da arquitetura em
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lugares como a escola Bauhaus, o movimento De Stijl e a Vanguarda Russa (principalmente
a escola Vuthemas).

A Bauhaus foi um grande destaque no movimento moderno, criada em 1919 em


Weimar na Alemanha, pelo arquiteto Walter Gropius, foi responsável por grande parte da
produção arquitetônica do modernismo. Gropius pensou em como os estudos das artes
(oriunda das escolas de Belas Artes) poderiam se juntar aos estudos técnicos (originados
dos liceus de artes e ofícios), como os objetos e os edifícios deveriam ser pensados e
construídos para esta nova sociedade do século XX.

Estes diversos movimentos puderam convergir em 1928 no CIAM (congresso


internacional de arquitetura moderna) e mais tarde em 1932 foi cunhado o termo
International Style.

É importante ressaltar que apesar dessa suposta uniformização das arquitetura


modernas e suas características, não existe uma total linearidade, cada arquiteto moderno
criou sua linguagem própria a partir dos principais preceitos estéticos e teóricos do
modernismo, e com variações de nação para nação dependendo do contexto cultural e
socio econômico, o desenvolvimento do modernismo no Brasil é um exemplo dessas
particularidades.

O movimento moderno no brasil teve como marco a semana de arte moderna de


1922, e o modernismo no campo da arquitetura começou a efervescer pouco tempo depois,
com a chegada de arquitetos formados na Europa, como o ucraniano Gregory Warchavchik,
mas este modernismo brasileiro bebeu do repertório da arquitetura moderna internacional e
também da arquitetura tradicional brasileira.

Existiam algumas divergências quanto ao pioneirismo da chegada da arquitetura


moderna em solo brasileiro, no Rio de Janeiro o projeto do palácio Gustavo Capanema, o
edifício do MEC, Projetado em 1936 e Coordenado por Lúcio Costa, foi o primeiro edifício
institucional no brasil com uma estética puramente moderna.

O arquiteto Gregory Warchavchik havia construído em 1928 a casa na rua Santa


Cruz, com os princípios do moderno, mas devido a limitações construtivas, ele se utilizou de
alguns recursos construtivos tradicionais, como a telha de barro e ocorreram muitas críticas
por parte de alguns teóricos, dizendo que a residência não era moderna devido a este fato.

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Existiram duas grandes vertentes na produção do modernismo na arquitetura
brasileira: A escola Paulista e a Escola Carioca, elas possuíam uma dicotomia no modo de
pensar o projeto moderno.

A Escola Carioca era caracterizada pela plasticidade diante do uso do concreto, e o


uso de revestimentos no mesmo, com o intuito de trazer leveza para o edifício, era comum
usar a cor branca, elementos espelhados, e também procurava recuperar “elementos
nacionais”, como o painel de azulejos, aberturas e transparências, volumes mais dinâmicos
com o uso de curvas e sinuosidade.

Escola Carioca é o nome pelo qual parte produção moderna da arquitetura


brasileira é comumente identificada pela historiografia. Trata-se originalmente
da obra produzida por um grupo radicado no Rio de Janeiro, que, com a
liderança intelectual de Lucio Costa (1902-1998) e formal de Oscar Niemeyer
(1907-2012), cria um estilo nacional de arquitetura moderna: uma espécie de
Brazilian Style, que se dissemina pelo país entre os anos 1940 e 1950,
contrapondo ao International Style, hegemônico até os anos 1930(...) Para o
crítico da arquitetura João Masao Kamita, essa escola se destaca "pela
dinamização e combinação inventiva dos volumes, pela composição variada e
instigante da concatenação de curvas e diagonais às retas, pela abertura e
transparência do bloco, pelo tratamento desprendido das formas de vedação
não só no que diz respeito aos materiais empregados e à forma dos vãos,
mas ao próprio desenho de superfície, ora dobrado, inclinado ou
encurvado".2 Ainda segundo o crítico, essa produção seria marcada por um
sentido único de "exuberância" e "extroversão" e por "uma articulada e
inteligente interpretação da nova arquitetura sem desprezar o passado, visto
como sustentação do presente",3 tanto no âmbito do projeto quanto no da
historiografia. (KAMITA, João apud. Enciclopédia Itaú Cultural: 2017)

Já a Escola Paulista é famosa pelo caráter expressivo do concreto, evidenciando o


“peso das estruturas”, com o uso do concreto bruto e aparente, da racionalização e da pré-
fabricação, também conhecido como Brutalismo Paulista.

Escola Paulista é o termo pelo qual uma parcela importante da produção


moderna da arquitetura brasileira é comumente reconhecida pela
historiografia, mas não identifica toda a produção arquitetônica do estado de
São Paulo. Trata-se originalmente da arquitetura produzida por um grupo
radicado em São Paulo, que, com a liderança de Vilanova Artigas (1915-
1985), realiza uma arquitetura marcada pela ênfase na técnica construtiva,
pela adoção do concreto armado aparente e valorização da estrutura.(...) a
arquitetura feita em São Paulo cada vez mais se caracteriza pela introversão,
pela continuidade espacial garantida pela adoção de rampas e de iluminação
zenital, e pelo emprego de grandes vãos, gerando extensos planos
horizontais de concreto aparente e exigindo o uso de técnicas construtivas
elaboradas, como o concreto protendido. Mais do que uma busca puramente
estética ou técnica, essas características revelam um projeto político para o
país, que aposta na industrialização para a superação do
subdesenvolvimento. (Enciclopédia Itaú Cultural:2019)

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O modernismo brasileiro se consolidou e foi aceito amplamente através de projetos
dos Arquitetos como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas, Afonso Eduardo Reidy,
Lina Bo Bardi, entre outros.

A arquitetura moderna como patrimônio histórico:

A criação do SPHAN e o modernismo.

No ano de 1934 o atual ministro da educação era Gustavo Capanema, e ele propôs
ao diretor do departamento de cultura Mario de Andrade (que foi um dos principais criadores
da Semana da Arte Moderna de 22) um projeto para a criação de um instituto de
preservação do patrimônio cultural brasileiro. Assim no ano de 1937 foi criado o Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), foram nomeados Rodrigo Melo Franco
de Andrade para a diretoria geral e o arquiteto Lúcio Costa para diretor da Divisão de
Estudos e Tombamentos.

A participação de modernistas no SPHAN favoreceu a importância da preservação


da arquitetura moderna, antes disso a noção de monumento e patrimônio era associada
apenas a obras excepcionais do passado.

“(...)os arquitetos modernos que sob a égide da figura de Lucio Costa,


buscaram estabelecer um diálogo com a produção do passado e produziram
uma arquitetura de vanguarda (...) que, embora não possuísse um
distanciamento histórico considerável, desde os primeiros anos também foi
objeto de interesse das ações de proteção. O tombamento da Igreja de São
Francisco de Assis da Pampulha em 1947 e do prédio do Ministério da
Educação e Saúde em 1948, considerados exemplos de boa arquitetura e
inscritos no Livro de Belas Artes, corroboram tal tendência.” (MOURA,2014: p
84)

Surgiu então a prática do tombamento preventivo do patrimônio moderno, nos quais


os intelectuais modernistas do SPHAN julgavam quais seriam as obras que sendo
consideradas exemplos de boa arquitetura, deveriam ser tombadas. A igreja da Pampulha
foi a primeira, em 1947 e depois o Palácio Gustavo Capanema em 1948, foram ambos
inscritos no livro de Belas artes, afirmando esta tendência. A principal intenção era garantir
que construções recém-concluídas não fossem destruídas ou com o projeto original
modificado. Esta prática de tombamento preventivo é levada ao extremo no caso do Parque
do flamengo, que o processo de tombamento foi iniciado em 1964, antes da conclusão de
sua obra que ocorreu no ano seguinte.

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Muitas das obras modernas tombadas durante o período que Lucio Costa esteve à
frente do departamento de Estudos e Tombamentos, pertencem ao que era considerado o
período clássico da arquitetura moderna brasileira (1928 -1960) e estava restrita a uma
produção arquitetônica elitizada e principalmente de grandes obras e/ou obras públicas. A
preocupação com o tombamento de edifícios de alguns arquitetos ou obras fora das
grandes manifestações da Escola Carioca é recente (principalmente se tratando de
residências e projetos habitacionais) somente a partir da década de 80, casas como a
residência modernista de Warchavchik na Vila Mariana (em 1987) e o MASP de Lina Bo
Bardi (em 2008) foram Tombadas pelo IPHAN.

Preservação e restauro da arquitetura moderna

Durante muito tempo a ideia de que a Arquitetura Moderna era algo “indestrutível”
persistiu, porém o concreto, o ferro e outros materiais comumente usados nas construções
modernas também envelhecem e grande parte da degradação que ocorre em edifícios
modernos se deve ao fato de a falta de manutenção ser recorrente.

Como ainda muitas das construções modernas são tão contemporâneas aos olhos
das pessoas, é comum ocorrer a repristinação, que vai contra os princípios da Carta de
Veneza, de 1964 que prega os princípios de reversibilidade, distinguibilidade e mínima
intervenção. Segundo Cesare Brandi “A mais grave heresia da restauração é o restauro de
repristinação, aquele que abole o laço de tempo entre o período em que a obra foi concluída
e o presente.” (BRANDI, 1977, p. 26) ele ainda reforça que “Para que seja uma operação
legítima, a restauração não deve reverter a degradação natural das obras, retirando-lhes os
traços decorrentes da passagem do tempo, nem abolir sua história.” (BRANDI,1977, p.26).

A preservação da arquitetura moderna não é vista da mesma maneira que outros


patrimônios e muitas vezes suas questões não são vistas pela ótica do restauro e das cartas
patrimoniais, segundo Cunha:

O restauro da arquitetura moderna e contemporânea, mesmo nos casos em


que há um reconhecimento de seu valor como bem cultural, usualmente é
considerado como uma categoria à parte dentro do universo do restauro(...)
Ainda que o reconhecimento do valor dessas arquiteturas seja praticamente
incontestável, como bem exemplifica (...) a luta pela preservação de inúmeras
edificações de fatura moderna ao redor do mundo, quando se trata dos meios
para garantir sua preservação nota-se uma mudança de endereçamento que
vai da conservação efetiva para a reconstrução parcial ou total ou para a
atualização tecnológica, tendo em vista que o problema da conservação da
arquitetura moderna é tratado usualmente como questão arquitetônica e não
como efetivo problema de restauro. (CUNHA et KODAIRA,2016:p 3)
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Outro perigo do restauro moderno é a confiança total no projeto no papel, original
feito pelo arquiteto, que acaba diferindo em poucos ou muitos aspectos do que acontece no
canteiro de obra, principalmente em questões de instalações e estrutura.

No entanto, uma obra realizada não corresponde jamais a uma tradução


direta, literal e plena do projeto construtivo. O arquiteto ou engenheiro sempre
se depara com problemas não previstos que devem ser resolvidos no canteiro
e que, na maioria das vezes, não são atualizados e/ou registrados no projeto,
quando muito são detalhados. Os problemas podem variar de escala, de uma
solução diferente para um pequeno encaixe até uma cobertura inteiramente
diversa daquela anteriormente prevista. O perigo consiste em pensar que por
estar de posse do projeto executivo se tem o completo domínio da obra.
(CUNHA et KODAIRA,2016:p 9)

Atualmente muitos esforços têm sido feitos e núcleos de pesquisa e discussões tem
sido formados, como o DOCOMOMO (International Working Party for Documentation and
Conservation of Buildings, Sites and Neighbourhoods of the Modern Movement), que foi
fundado em 1988 e atua em mais de 69 países, incluindo o Brasil e o programa Keep it
Modern da Getty Foundation, que já patrocinou pesquisas e restauros de exemplares
modernos da Lina Bo Bardi, como a casa de vidro e o MASP.

Mais importante que restaurar é ter a constante manutenção permanente e a


conservação preventiva, uma prática que ainda não é colocada muito em prática em
edifícios históricos, para isso antes de qualquer intervenção é necessário um profundo
levantamento, tanto histórico, plástico como estrutural e até mesmo um estudo do entorno
em aspectos urbanísticos e sociais. É de suma importância a existência de um Plano de
Conservação.

Um bom exemplo nacional de aplicação do Plano de conservação é a Casa de Vidro


de Lina Bo Bardi, que em 2016 recebeu Diagnósticos para a elaboração do plano de
conservação e gestão da Casa de Vidro, em São Paulo, financiado pelo programa Keeping it
Modern, da Getty Foundation, com parceria do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP.
o projeto foi estruturado em quatro frentes envolvendo uma equipe multidisciplinar de
pesquisadores que atuaram nas áreas de documentação, levantamento e avaliação de
edifícios e jardins, planos de restauro, conservação e manejo de paisagismo e por fim, de
gestão de patrimônio histórico.

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Estudo de caso na cidade de São Paulo: Casa Modernista, Gregori
Warchavchik – 1928

O Arquiteto

Gregory Warchavchik nasceu na Ucrânia em 1896 e no ano de 1923 mudou-se para


o Brasil. Inspirado pela ebulição do modernismo no continente Europeu, Warchavchik trouxe
consigo os valores da arquitetura moderna. Dois anos depois o arquiteto publicou um
manifesto a favor da arquitetura Moderna no jornal Il Piccolo, com o título Futurismo? que foi
posteriormente traduzido e publicado no jornal Correio da Manhã com o título: Acerca da
Arquitetura Moderna.

Neste manifesto ele critica o uso de ornamentos e a imitação de elementos da


arquitetura clássica, que destoava do novo modo de vida moderno, ele expõe ideias sobre o
novo padrão estético que estava nascendo. Para Warchavchik, do mesmo modo que as
máquinas estavam acompanhando a evolução da tecnologia, os edifícios também deveriam
se modernizar, não apenas nas técnicas de construção, mas também em sua estética, as
casas deveriam ser “máquinas de morar” como era dito pelo arquiteto Le Corbusier.

No ano de 1927 o arquiteto Ucraniano foi naturalizado brasileiro e neste período ele
começou a participar ativamente da sociedade paulistana e principalmente do círculo dos
modernistas, já casado com Mina Klabin, ele projetou a sua própria moradia, em 1928, na
rua Santa Cruz, devido a construção da mesma Warchavchik é ser considerado o precursor
da arquitetura moderna no Brasil, porem isto nem sempre foi um consenso, principalmente
devido as limitações da época, a casa modernista não seguiu fielmente o que ele
preconizava em seu próprio manifesto.

Após projetar a sua moradia modernista na rua Santa Cruz, ele construiu outras
residências modernas e dois conjuntos de casas populares. A Casa da Rua Itápolis,
construída em 1933 é uma das mais importantes, pois lá ele inaugura uma mostra aberta
ao público a Exposição de uma Casa Modernista, além da casa em si, o arquiteto projetou
peças de mobiliário, luminárias e decorou o ambiente com obras de arte e peças de design
dos modernistas brasileiros, divulgando a estética modernista para além dos círculos
intelectuais dos modernistas, promovendo uma aceitação maior dessa nova forma de morar.

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A casa e sua história

No ano de 1927, em função de seu casamento com Mina Klabin, Gregori começou a
construir para a sua própria morada, na rua Santa Cruz, bairro de Vila Mariana, em São
Paulo, o projeto que seria considerado primeira construção moderna do Brasil. A residência
foi concluída no ano de 1928, e todo o projeto, incluindo o mobiliário e itens de iluminação,
foram pensados pelo arquiteto e Mina Klabin colaborou com o projeto paisagístico para do
jardim.

Para conseguir a aprovação dos “censores de fachadas” da Prefeitura de São Paulo,


Warchavchik teve que apresentar um projeto com uma fachada com adornos. Mas, ao
começar a construção, alegou falta de recursos para os acabamentos e assim a casa ficou
conforme ele queria.

A Casa da Rua Santa Cruz causou um grande impacto e controvérsia, muitos artigos
foram publicados a favor ou contra a nova estética arquitetônica proposta por Warchavchik.
O projeto, que parecia seguir os princípios modernos e a racionalização da construção, foi
na realidade, construída seguindo técnicas tradicionais. Isto ocorreu devido a muitos
problemas para a execução da obra, desde a aprovação da fachada pela falta de tecnologia
construtiva, que ainda estava atrasada em relação a outros países e da disponibilidade do
material desejado e o emprego da mão-de-obra necessária.

Figura 1: Residência da Rua Santa Cruz. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural.

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Em 1935, a casa passa por uma reforma, para adequá-la ao crescimento da família.
Ocorreram mudanças na circulação e na composição de alguns volumes, a entrada
principal é transferida para a lateral, e para marcar esta nova entrada, foi acrescentada uma
marquise, a varanda lateral foi retirada para a sala de estar ser ampliada e neste espaço foi
acrescentado uma parede curva, a parte onde era a cobertura de tijolos de barro foi
finalmente substituída por uma laje plana, que foi transformada em varanda para os quartos
do primeiro pavimento.

Os caixilhos originais em ferro foram substituídos por madeira e o a janela na parte


da escada foi substituído por blocos de vidro cilíndricos, o jardim também sofreu mudanças,
com o plantio de arvores mais altas na frente da residência, com o intuito de trazer mais
privacidade para a família A colocação de grades nas janelas e o fechamento de uma delas
se deu por questões de segurança da família, por eles estarem em um período de tensão da
segunda guerra e existir um hospital de japoneses em construção em frente à residência
deles, que eram uma família judia.

Depois da reforma de 1935, pequenas alterações ocorreram, mas sem grandes


alterações na morfologia e estética da casa, a família residiu ali até o começo dos anos 70,
quando ocorreu o falecimento do arquiteto em 1972, e então ocorreu a venda da
propriedade. Em 1983, uma construtora apresentou um projeto para implantar na área um
condomínio residencial, combatido imediatamente pela população local, que criou a
“Associação Pró-Parque Modernista”, mobilizando-se pela defesa da casa e de sua área
verde.

Em 1984, o Condephaat tombou o conjunto, seguido pelo IPHAN (1986) e,


posteriormente, pelo Conpresp em 1991. Devido a processos judiciários, o imóvel ficou
abandonado, e por consequência disso a residência sofreu uma grande deterioração,
apesar de seu tombamento em três instâncias e de sua importância como primeira
construção arquitetônica moderna de São Paulo. O IPHAN tombou esta casa e mais outras
duas ao mesmo tempo, a Casa da rua Itápolis e a da rua Bahia.

Muitos elementos foram perdidos durante esse período de abandono, principalmente


os armários e moveis embutidos, que eram fundamentais para a compreensão da divisão
dos cômodos, em especial no primeiro pavimento onde ficavam localizados os quartos.

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O restauro

A reforma feita pelo próprio Warchavchik acabou descaracterizando os elementos


racionalistas do projeto, principalmente da fachada principal, isto gerou por muito tempo
uma grande discordância entre os pesquisadores, alguns defendiam a volta da casa ao seu
aspecto original e outros defendiam manter seu aspecto após a reforma de 1935.

No ano 2000 foram realizadas obras para a sua recuperação, para isso ocorrer foram
pensadas três alternativas para este processo, a primeira delas era restaurar preservando
as modificações da reforma feita por Warchavchik em 1935:

Preservar o edifício tal como se apresenta a partir da reforma de 1935 ou


incorporando as alterações mais recentes, significaria atribuir a prevalência
da biografia do arquiteto sobre o significado da obra. Apesar do inegável
papel de Warchavchik como introdutor da arquitetura moderna, é sabido que
sua trajetória posterior se orientou para uma produção mais voltada a
demandas correntes do que à continuidade de suas pesquisas iniciais. Além
disso, como foi destacado, a reforma de 1934 promoveu alterações de valor
duvidoso, comprometendo os atributos que levaram ao reconhecimento do
papel de Warchavchik na introdução da arquitetura moderna no Brasil.
(CARRILHO,2000)

A segunda opção era recompor a fachada principal como era originalmente, mas
manter o restante do edifício, como as varandas do primeiro andar, a marquise e os fundos,
com as características da reforma de 1935:

Recompor alguns aspectos do edifício como, por exemplo, a fachada,


imagem marcante desta obra, à qual sempre esteve associada à sua
memória na maioria das publicações, mantendo-se o restante de acordo com
a situação atual, resultaria em algo que o edifício nunca foi. Mas, pior que
isso, uma tal proposta estaria em conflito com um dos preceitos mais
importantes do Movimento Moderno, isto é, que a forma externa de um
edifício deve estar, necessariamente em correspondência com seu conteúdo.
Resta, portanto, examinar a última hipótese. (CARRILHO,2000)

A terceira opção era a reversão da casa totalmente para a sua configuração original,
apagando a polêmica reforma posterior feita pelo arquiteto, essa opção foi fortemente
considerada, principalmente devido a extensa bibliografia e iconografia sobre o projeto
original de 1928:

A reversão da casa à sua configuração original é relativamente fácil. Não se


trata de recriação, pois lá estão presentes quase todos os elementos
originais. O mais difícil - porém simples diante dos recursos hoje disponíveis -
é a remoção da laje do terraço. O pavimento superior é praticamente o
mesmo, tendo sofrido apenas alguns acréscimos. A iconografia disponível é
suficiente para orientar a recuperação dos elementos em seus detalhes.
Prospecções dos elementos originais poderão servir para verificar dúvidas e
confirmar detalhes construtivos. (CARRILHO,2000)

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Figura 2: Fachada principal antes do restauro Figura 3: Fachada principal depois do restauro.
Fonte: vitruvius.com, foto de Marcos Carrilho Fonte: Foto de Mariana Amparo

Optou-se a fazer o restauro preservando o edifício com o aspecto da última reforma


de 1935, o que foi uma decisão coerente, pois retornar ao projeto original, apesar de ser
relativamente fácil, seria uma repristinação e iria contra os princípios da Carta de Veneza, e
do respeito as camadas de história do edifício, criando dessa maneira um falso histórico
caso esta reversão da casa ao estado original ocorresse.

Estado de conservação e usos atuais

A residência Modernista pertence à prefeitura do município de São Paulo, desde


2008, e a prefeitura é a atual responsável pelo seu uso e manutenção. A casa faz parte do
acervo arquitetônico do Museu da Cidade de São Paulo que é localizado em imóveis de
interesse histórico e arquitetônico, composto por outras quatorze edificações e um
logradouro histórico, espalhados por diversos bairros da capital.

O uso atual é como uma casa museu e o parque é aberto para a população (nos
horários de abertura do museu apenas) e recebe exposições eventuais, a maioria focada em
temas acerca da arquitetura moderna, e possui painéis expositivos e maquetes mostrando
como era a casa originalmente, antes da reforma de 1935.

Figura 4: Casa modernista atualmente, com uma


exposição fotográfica acontecendo. Fonte:
Mariana Amparo,2019.

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Como a residência sofreu uma grave deterioração antes do restauro em 2000, muitos
elementos dos interiores e caixilhos originais foram perdidos, armários embutidos que
muitas vezes se faziam como divisão entre alguns ambientes, prejudicam a leitura dos
interiores da residência por quem a visita. Porém optou-se por não recompor esses móveis.
As prospecções pictóricas do processo de restauro também foram mantidas.

O estado de conservação no momento é relativamente bom, mas já está


apresentando problemas de infiltração na laje, os anexos da casa, feitos posteriormente pelo
arquiteto, assim como a área da piscina, encontram-se bastante deteriorados e o jardim
projetado por Mina Klabin está muito descaracterizado.

Considerações Finais

Pode-se dizer que em relação a preservação de projetos modernos, ainda existe


muito a aprender, é necessário a vinculação desses edifícios com os estudos de restauro e
preservação e principalmente se utilizar das tecnologias atuais para realizar o planejamento
do plano de conservação e da detecção de patologias tanto superficiais como estruturais
desses exemplares arquitetônicos.

Patrimônios modernos menores, principalmente residências, foram muito


negligenciados ao longo dos anos, onde havia uma hipervalorizarão de grandes edifícios
modernos institucionais, de arquitetos de renome do período modernista. Apenas nas
últimas duas décadas ocorreu a iniciativa de impedir que a perda destes exemplares
ocorresse.

O caso da Vila Modernista de Gregory Warchavchik ilustra muito bem esse descaso
ao longo das décadas, ela quase foi substituída por um prédio residencial, e seria uma
tragédia, um apagamento de um importante exemplar da arquitetura brasileira. Felizmente
isto não ocorreu, e uma atitude coerente de restauro ocorreu, buscando preservar as
camadas de história do projeto, mantendo as características da reforma de 1935, apesar de
toda a divergência em relação as opções estéticas tomadas por Warchavchick. A casa está
sendo mantida, porem se não ocorrer um Plano detalhado de conservação, ela começará a
apresentar sérios problemas e um restauro precisara ser feito novamente.

Apesar da residência ter sido transformada em uma casa-museu, o público acaba se


atraindo mais pelo parque em si, que possui um caráter muito local, frequentado apenas

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pela vizinhança. Isso se dá principalmente pelo fato dos eventos e exposições na casa
serem muito esporádicos ou específicos, atraindo um público muito segmentado, que vai até
lá para conhecer a obra do arquiteto. Seria interessante o uso da Casa da Rua Santa Cruz
para atividades que atingissem diversos públicos e faixas etárias, mas sem prejudicar a
configuração da residência.

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