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O texto 28 refere se ao problema da fundamentação do conhecimento, (“Conheceremos,

primeiramente, que somos, enquanto a nossa natureza é pensar; e que há um Deus de que
dependemos”) segundo Descartes o fundamento do conhecimento encontra-se na razão, como
o cogito e outras ideias claras e distintas. Mas, tal fundamento depende do princípio de toda a
realidade: Deus. Já de acordo com David Hume o fundamento do conhecimento encontra-se na
experiência, mais precisamente nas impressões dos sentidos. É a crença básica de que
se está a ter determinada experiência que justifica as crenças obtidas através dela.

Neste texto também temos o problema das perspetivas metafísicas, (“…e que há um Deus
de que dependemos”) conforme René Descartes conseguimos ter ideias claras e distintas dos
atributos essenciais de três tipos de substâncias: a substância pensante; a substância extensa;
a substância divina. Consoante Hume não conseguimos encontrar qualquer princípio que
confira unidade e conexão às perceções. Não temos impressões: do eu pensante, de uma
realidade exterior, de Deus.

Para finalizar dispomos do problema da origem do conhecimento, (“Depois de ter


considerado os seus atributos poderemos investigar a verdade de todas as outras coisas,
porque ele é a sua causa”) em conformidade com Descartes A razão é a fonte principal do
conhecimento – racionalismo. Devidamente guiada pelo método, a razão poderá alcançar
princípios evidentes, claros e distintos, independentes da experiência.

Depois temos o texto 29 que se refere ao problema da possibilidade do conhecimento,


(“Se prosseguirmos a nossa investigação para além das aparências dos objetos dos sentidos,
recio que a maior parte das nossas conclusões venham a estar cheias de ceticismo e
incerteza”) a este problema Descartes adotou um ceticismo metódico. Isto, porque ele
consignava toda a confiança na razão, poderá ser enquadrado no âmbito do dogmatismo.
Enquanto isso Hume dizia que a realidade a que temos acesso reduz-se à esfera das
perceções. O conteúdo da mente (do intelectual) do entendimento humano limita-se ao âmbito
do provável (ceticismo mitigado). Nada podemos conhecer para lá do âmbito da experiência
(ceticismo metafísico).

O problema das operações da mente e ideia, (“(…) Nada é mais consentâneo com esta
filosofia do que um modesto ceticismo até certo ponto, e uma confissão leal de ignorância em
assuntos que excedem toda a capacidade humana.”) harmonia com Descartes existem ideias
factícias, adventícias e inatas. A partir das ideias inatas, obtém-se o conhecimento (por intuição
e dedução). Pelo contrário David Hume dizia não haver ideias inatas. Que estas ideias se
associam por semelhança, contiguidade no tempo e no espaço e causalidade. Sublinha-se o
papel do raciocínio indutivo. 

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