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Análise Experimental de Paredes em Alvenaria

Não Estrutural à Compressão


Experimental Analysis of Non-Structural Masonry under Compression

Rodrigo Soares Peixoto (1); Amaury José Oliveira de Aguiar (2);


Manoel Diniz Peres (3); Dênio Ramam Carvalho de Oliveira (3)

(1) Graduando em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará


(2) Mestrando em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará
(3) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará
Rua Augusto Corrêa, Número 01. Guamá – Belém – Pará. CEP: 66075-970

Resumo
São apresentados os resultados experimentais para 12 paredes em alvenaria não estrutural submetidas à
compressão normal, linearmente distribuída sobre a superfície superior das mesmas. 03 paredes foram
assentadas com os furos dos blocos na direção horizontal sem qualquer tipo de revestimento, 03 paredes a
cutelo com revestimento de argamassa em uma das faces, 03 paredes de topo (furos na vertical) sem
revestimento e 03 paredes de topo com revestimento em uma das faces. Os painéis mediam 1.100mm x
1.450mm e foram constituídos por blocos cerâmicos de 06 furos. Para medir os deslocamentos foram
usados 03 deflectômetros analógicos com precisão de 0,01mm. As paredes de blocos com furos na
horizontal revestidos apresentaram tensão de ruptura média 35% maior que a das paredes sem
revestimento. O mesmo comportamento foi observado para as paredes com blocos assentados de topo,
sendo que a diferença foi de apenas 18% a favor dos blocos revestidos. Em média, as paredes com blocos
de topo foram 80% mais resistentes que as com blocos a cutelo. Os modos de ruptura de todas as paredes
foram caracterizados como frágeis, sem qualquer aviso prévio. Pequenos deslocamentos horizontais,
excentricidades ou defeitos ns blocos podem reduzir consideravelmente a resistência das paredes.
Palavras-chave: Alvenaria, Bloco cerâmico, Argamassa.

Abstract
Twelve (12) non-structural masonry walls were tested under compression linearly distributed on top. Three
walls had bricks-on-edge without any type of covering, three with one face covered, three with bricks-on-top
without any covering and three had covering on one face. All the panels presented ceramic bricks with six
holes with dimensions of 1.100mm x 1.450mm. Three dial gages with 0,01mm precision were applied to
monitoring displacements. The walls with bricks-on-top covered with conventional mortar presented failure
load 35% higher than those without covering. The same behavior was observed to the walls with bricks-on-
top, being the difference of just 18% to the covered bricks. In average, the walls with bricks-on-top are 80%
more resistant then those with bricks-on-edge. The failure modes of all walls were brittle, without any
warning. Small horizontal displacements, eccentricities or damages on the bricks can reduce significantly the
failure loads of the walls.
Keywords: Masonry walls, Ceramic brick, Mortar.

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1 Introdução
Sabe-se que os painéis de fechamento lateral em alvenaria não estrutural apresentam
certa resistência quando submetidos à compressão normal, no entanto esta resistência
não é considerada nos cálculos estruturais das edificações. Em edificações de pequeno
porte executadas em discordância com as normas técnicas, esta resistência vem
assegurando o funcionamento da edificação, pois muitas vezes as cargas provenientes da
cobertura (muitas vezes laje) são transferidas diretamente para as fundações através das
paredes de alvenaria não estrutural, isto é, algumas moradias populares não apresentam
estrutura ou quando apresentam não é satisfatória (dimensionada).

Atualmente, trabalhos têm sido realizados visando quantificar a influência dos painéis de
alvenaria não estrutural, quanto à sua resistência e rigidez, no comportamento global da
estrutura e, conseqüentemente, da edificação. Trabalhos como o de SILVA et al. (2004) e
CAPUZZO et al. (2005) simularam numericamente paredes ensaiadas em laboratório
visando representar situações comuns, apresentando resultados satisfatórios. Outros
trabalhos, também abordando a distribuição de cargas normais sobre paredes, divergem
significativamente em seus resultados como, por exemplo, o de SINHA et al. (1979), que
considera que as paredes trabalham isoladamente, enquanto que o de SUTHERLAND
(1969) considera as interações das paredes adjacentes na transferência de esforços.

Para edificações populares, sem controle técnico de execução, a interação entre as


paredes pode ser desconsiderada. Assim, procurou-se avaliar o comportamento de
painéis de alvenaria não estruturais constituídos por blocos cerâmicos comuns com 8
furos sob compressão. Espera-se que os resultados dos ensaios possam ser utilizados
por outros pesquisadores e que sirvam de base para representantes de entidades que, de
alguma forma, consideram a qualidade das habitações populares brasileiras na avaliação
da qualidade de vida dos habitantes.

2 Programa Experimental
2.1 Características dos blocos cerâmicos
Os blocos cerâmicos com 8 furos (figura 1) que constituíram os painéis foram adquiridos
em um estabelecimento comercial típico na cidade de Belém. Foram coletados
aleatoriamente 13 blocos de um lote com aproximadamente 3.000 unidades visando a
realização de ensaios para a caracterização geométrica (dimensões, área bruta) e
mecânica dos blocos (resistência à compressão individual e em prismas com 2 blocos
cerâmicos). Posteriormente, foram definidos ensaios de paredes compostas por blocos do
mesmo lote de fabricação. A figura 1 mostra detalhes do bloco utilizado e a identificação
de suas dimensões externas. As espessuras médias das paredes e dos septos, bem
como a massa seca de cada bloco também foram determinadas.

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Figura 1 – Bloco cerâmico com 8 furos

2.2 Características das paredes e sistema de ensaio


Foram confeccionadas artesanalmente 12 paredes de alvenaria medindo 1.100mm x
1.450mm com mão-de-obra local e sem supervisão técnica rigorosa. As dimensões das
paredes não atenderam às recomendações normativas devido às limitações do
Laboratório de Engenharia Civil da UFPA. As principais variáveis do trabalho foram o tipo
de assentamento dos blocos e o revestimento em uma das faces dos painéis. Os blocos
foram assentados com os furos na direção horizontal (identificação das paredes iniciando
com as letras PC) e largura da base do assentamento igual à aproximadamente 90mm
(base do bloco cerâmico), e de topo, com os furos na direção vertical (identificação das
paredes iniciando com as letras PT). O topo de cada painel foi nivelado com a mesma
argamassa de cimento, cal, areia e água (1,0:1,0:5,0:1,30) utilizada no assentamento dos
blocos cerâmicos. Esta camada niveladora apresentou espessura igual a das juntas de
assentamento e dos revestimentos dos painéis, 15mm. O índice de esbeltez (λ) das
paredes foi determinado de acordo com a norma NBR 10837 (ABNT, 1989), sendo
encontrado o valor de 15,8, considerando a largura média dos blocos de 91,5mm. Assim,
os painéis foram divididos em 4 grupos, como apresentado na tabela 1.

Tabela 1 – Características das paredes


DIREÇÃO DOS
GRUPO PAREDE REVESTIDA
FUROS DO BLOCO
PCR1F HORIZONTAL SIM
G1 PCR2F HORIZONTAL SIM
PCR3F HORIZONTAL SIM
PCP4 HORIZONTAL NÃO
G2 PCP5 HORIZONTAL NÃO
PCP6 HORIZONTAL NÃO
PTR1F VERTICAL SIM
G3 PTR2F VERTICAL SIM
PTR3F VERTICAL SIM
PTP4 VERTICAL NÃO
G4 PTP5 VERTICAL NÃO
PTP6 VERTICAL NÃO

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2.2 Sistema de ensaio
O sistema de ensaio consistiu de um cilindro hidráulico com capacidade para 1.000kN
para aplicação do carregamento e uma célula de carga com precisão de 0,50kN
devidamente calibrada para registro das cargas. O carregamento foi aplicado de cima
para baixo, com incrementos de 5kN, e distribuído nos painéis por uma viga metálica de
grande rigidez, como mostram as figuras 2 e 3. Em cima da camada niveladora foi
posicionada uma tábua de madeira para melhor distribuição das tensões. Os
deslocamentos foram monitorados com 3 relógios comparadores analógicos com precisão
de 0,01mm, posicionados a 300mm, 850mm e 1.350mm da base de cada painel.

Figura 2 – Painel padrão de alvenaria e sistema de ensaio

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Figura 3 – Instrumentação e detalhes do sistema de ensaio

3 Resultados
3.1 Caracterização dos blocos cerâmicos
A tabela 2 apresenta os resultados obtidos para as dimensões, massa seca e resistência
à compressão individual. Na tabela, fbk1 refere-se à resistência à compressão dos blocos
ensaiados com os furos na horizontal e fbk2 aos blocos ensaiados com os furos na vertical.
Para a determinação das dimensões foi utilizado um paquímetro universal de 300mm e
0,04mm de precisão. Para a realização dos ensaios de resistência à compressão os
blocos cerâmicos foram revestidos nas duas faces em contato com os pratos da prensa
com argamassa de traço 1,0:1,0:5,0:1,30 (cimento, cal, areia e água) em volume. Para os
blocos ensaiados de topo, ou seja, com os furos na direção vertical, adotou-se o mesmo
procedimento dos blocos ensaiados com os furos na horizontal para determinação da
área bruta. Os resultados para estes blocos são apresentados na tabela 3. Todos os
ensaios e análises consideraram as recomendações das normas NBR 15270-1 (ABNT,
2005), NBR 15270-2 (ABNT, 2005), NBR 15270-3 (ABNT, 2005).

Todos os valores obtidos para as dimensões estão de acordo com as recomendações das
normas consultadas. A resistência característica à compressão individual estimada (fbk,est)

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foi de 1,1MPa para os blocos ensaiados com os furos na horizontal e de 11,0MPa para os
blocos com os furos na vertical, 10 vezes maior que a primeira.

Tabela 2 – Resultados experimentais para os blocos com furos na horizontal


Ordem L H C Parede Septo Massa fbk1
ensaio (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (g) (MPa)
7 93 150 199 7,1 6,0 2977,5 1,1
5 92 149 200 7,0 6,2 2870,9 1,1
10 94 150 201 7,2 6,1 2823,3 1,2
11 92 152 201 7,0 6,2 3037,1 1,2
13 93 153 200 7,2 6,3 3117,2 1,2
6 90 151 202 7,2 6,1 3033,3 1,2
1 92 149 201 7,2 6,0 3004,1 1,2
2 90 150 200 7,0 6,3 3040,4 1,2
9 90 153 203 7,2 6,0 2998,7 1,3
12 93 149 202 7,3 6,2 3041,7 1,3
4 91 149 200 7,0 6,3 2877,8 1,3
8 89 150 200 7,0 6,0 3026,4 1,3
3 90 151 198 7,3 6,0 2913,9 1,3
Média 91,5 150,5 200,5 7,1 6,1 2981,7 1,2

Tabela 3 – Resultados experimentais para os blocos com furos na vertical


Ordem fbk2
de ensaio (MPa)
13 10,8
10 11,3
5 11,4
11 11,5
7 11,6
8 11,6
12 11,9
9 12,4
6 12,6
2 12,7
1 12,7
4 13,4
3 16,1
Média 12,3

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3.2 Caracterização da argamassa
Como mencionado anteriormente, a argamassa utilizada no assentamento dos blocos foi
a mesma utilizada na execução do revestimento vertical das paredes. O traço adotado foi
1,0:1,0:5,0:1,3 (cimento, cal, areia e água) em volume. Foram confeccionados 4 corpos-
de-prova cilíndricos medindo 50mm x 100mm para a realização dos ensaios de
compressão axial, de acordo com a norma NBR 13279 (ABNT, 1995). A média dos
valores encontrados foi 9,1MPa (tabela 4), aproximadamente igual ao limite recomendado
pela norma NBR 8798 (ABNT, 1985).

Tabela 4 – Resistência à compressão da argamassa de assentamento


Argamassa 1,0:1,0:5,0:1,3
CP fc (MPa)
CP1 8,7
CP2 9,8
CP3 8,9
CP4 9,0
Média 9,1

3.1 Paredes
3.1.1 Ensaio de prisma de alvenaria
Foram realizados ensaios em 6 prismas de alvenaria com 2 blocos cada, de acordo com a
NBR 8215 (ABNT, 8215), três com os blocos assentados com os furos na direção
horizontal e três com os furos na direção vertical. A argamassa de assentamento utilizada
nestes ensaios foi a mesma empregada na confecção das paredes (assentamento e
revestimento). Os resultados são apresentados na tabela 5. A resistência à compressão
média para os prismas com blocos assentados com furos na direção vertical (fP,FV) foi
88% maior que a resistência média dos prismas com blocos assentados com os furos na
direção horizontal (fP,FH). Todos os prismas foram ensaiados aos 28 dias de idade.

Tabela 5 – Resistência à compressão de prismas de 2 blocos


Prisma 2 blocos fP,FH (MPa) fP,FV (MPa)
1 12,3 25,8
2 14,1 16,5
3 11,7 29,4
Média 12,7 23,9

3.1.2 Deslocamentos
O monitoramento dos deslocamentos mostrou que, como esperado, o comportamento dos
painéis dependeu basicamente do prumo inicial. Com exceção das paredes PCP5 e
PCP6, as paredes que apresentaram menores deslocamentos foram mais resistentes. As
figuras 4 e 5 mostram os deslocamentos observados para todos os painéis ensaiados.
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Percebe-se que em alguns painéis houve uma discreta rotação da base, exceto na parede
PTR1F, que apresentou a menor capacidade resistente de seu grupo. As paredes PCR3F
e PTP5 apresentaram deslocamentos acima de 4mm e tensões de ruptura
correspondendo a aproximadamente 50% das paredes de mesmo grupo com
deslocamentos significativamente menores. As paredes PCP4 e PCP6 apresentaram os
maiores e menores deslocamentos de seu grupo, respectivamente, mas as tensões de
ruptura foram praticamente iguais. Estes comportamentos apontam a instabilidade dos
painéis e a influência do processo executivo nos deslocamentos. Falhas ou imperfeições
nos materiais também podem ter acarretado tais comportamentos.

70 70
PCR1F PCR2F
60 60
50 50
P (kN)
P (kN)

40 40
30 30
20 R1 20 R1
10 R2 10 R2
R3 R3
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
70 70
PCR3F PCP4
60 60
50 50
P (kN)

P (kN)

40 40
30 30
20 R1 20 R1
R2 R2
10 10
R3 R3
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
70 70
PCP5 PCP6
60 60
50 50
P (kN))

P (kN)

40 40
30 30
20 R1 20 R1
10 R2 10 R2
R3 R3
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Figura 4 – Deslocamentos observados nas paredes dos grupos 1 e 2
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70 70
PTR1F PTR2F
60 60

50 50

P (kN)
40
P (kN)

40

30 30

20 R1 20 R1
R2 R2
10 10
R3 R3
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)

70 70
PTR3F PTP4
60 60
50 50
P (kN)

P (kN)

40 40
30 30
20 R1 20 R1
R2 R2
10 10
R3 R3
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)

70 70
PTP5 PTP6
60 60

50 50
P (kN))

P (kN)

40 40

30 30

20 R1 20 R1
R2 R2
10 10
R3 R3
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)

Figura 5 – Deslocamentos observados nas paredes dos grupos 3 e 4

3.2 Resistência das paredes e modos de ruptura


A presença do revestimento foi mais significativa para os painéis com blocos assentados
com os furos na horizontal. Desconsiderando a parede PCR2F, que apresentou tensão de
ruptura de 17,2MPa, a tensão média para as paredes dos grupos 1 e 2 foi de
aproximadamente 8,7MPa. A maior diferença entre as tensões de ruptura foi observada
no grupo 1. Esta diferença está associada ao desaprumo inicial quando da execução dos
painéis. Aplicando o mesmo tratamento às paredes dos grupos 3 e 4, ou seja,
desconsiderando a parede PTP5, que apresentou tensão de ruptura de 10,7MPa, a
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tensão média para estes grupos foi de 19,8MPa, o que corresponde a aproximadamente
2,3 vezes a tensão média das paredes dos grupos anteriores e a 69% e 83% das tensões
de ruptura dos respectivos prismas de 2 blocos. A tabela 6 apresenta as tensões de
ruptura observadas durante os ensaios (fPar).

Quanto aos modos de ruptura, todos foram frágeis, sem qualquer aviso prévio. Tanto as
paredes revestidas como as não revestidas apresentaram discreta fissuração pouco antes
da ruptura. A figura 6 mostra as rupturas de dois painéis. Observa-se que ocorre o
esmagamento das camadas de blocos cerâmicos imediatamente abaixo da viga de
distribuição. Na maioria dos casos 80% da altura dos painéis permanecia na vertical após
a realização dos ensaios.

Tabela 6 – Resistência experimental das paredes à compressão


IDADE fPar
GRUPO PAREDE
(dias) (MPa)
PCR1F 17 8,3
G1 PCR2F 14 17,2
PCR3F 13 9,4
PCP4 13 8,4
G2 PCP5 13 9,3
PCP6 13 8,3
PTR1F 12 15,0
G3 PTR2F 12 21,5
PTR3F 12 23,0
PTP4 12 19,6
G4 PTP5 13 10,7
PTP6 13 20,0

Figura 6 – Modo de ruptura observado

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4 conclusões
As paredes revestidas com argamassa convencional e blocos com furos na horizontal
apresentaram tensão média de ruptura 35% maior que a das paredes sem revestimento.
O mesmo comportamento foi observado para as paredes com blocos assentados de topo,
sendo que a diferença foi 18% a favor dos blocos revestidos. Em média, as paredes com
blocos de topo foram 80% mais resistentes que as paredes de blocos com furos na
horizontal.

Os modos de ruptura de todas as paredes foram caracterizados como frágeis, sem


qualquer aviso prévio (fissuração, deslocamentos excessivos, etc.). Pequenos
deslocamentos horizontais, excentricidades ou defeitos nos blocos (fissuras, baixa
resistência, etc.) podem reduzir consideravelmente a resistência das paredes.

5 Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq, CAPES e FUNTEC/SECTAM pelo apoio financeiro no
desenvolvimento desta e de outras pesquisas.

6 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 10837: Cálculo de
alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro, 1989.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 13279: Argamassa para


assentamento de paredes e revestimento de paredes e tetos - Determinação da
resistência à compressão. Rio de Janeiro, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 15270-1: Componentes


cerâmicos - Parte 1 - Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação - Terminologia e
requisitos. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 15270-2: Componentes


cerâmicos - Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural - Terminologia e
requisitos. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 15270-3: Componentes


cerâmicos - Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação -
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8215: Prismas de blocos


vazados de concreto simples para alvenaria estrutural - Preparo e ensaio à
compressão. Rio de Janeiro, 1983.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8798: Execução e controle


de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro,
1985.
ANAIS DO 49º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2007 – 49CBC0198 11
CAPUZZO, V., CORRÊA, M. R. S. A Interação de Paredes de Alvenaria Estrutural
Submetidas a Ações Verticais. Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7,
n. 27, p. 93-119, 2005.

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Distribuição de Forças Cortantes em Paredes de Contraventamentos de Alvenaria
Estrutural dotadas de Aberturas. Jornadas Sud-Americanas de Ingenieria Estructural,
Mendonza, Argentina, 2004.

SINHA, B. P.; HENDRY, A. W. Compressive Strength of Axially Loaded Brick Walls


Stiffened Along their Vertical Edges. Brick Institute of America, International Brick
Masonry Conference, Washington, USA, Oct., 1979, p. 254-261.

SUTHERLAND, R. J. M. Design Engineer’s Approach to Masonry Construction. F. B.


Johnson Ed. Designing, engineering and constructing with masonry products. Houston,
1969, p. 375-385.

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