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Torradas Queimadas

fonte: http://bananeirasonline.com/
Quando eu era ainda um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo
café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro, especialmente de uma noite, em que ela fez
um lanche desses,  depois de um dia de trabalho, muito duro.
Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, em
frente do meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato.
Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como
tinha sido o meu dia, na escola.
Eu não me lembro do que respondi,   mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a
torrada com manteiga e geleia, engolindo cada bocado.
Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a
torrada. 
E eu nunca esquecerei o que meu pai disse:
" - Adorei a torrada queimada...”
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite ao meu pai, eu lhe perguntei se
ele tinha realmente gostado da torrada queimada.
Ele envolveu-me em seus braços e disse-me:
" - Companheiro, a tua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... 
Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as
pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, o melhor empregado ou
cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias!
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar
as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relaciolamentos
saudáveis e duradouros. Desde que eu e tua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir um
as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio
brilhando. Ela não sabe usar a furadora, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso,
de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como
eu. Eu nunca soube pôr-te a dormir, mas comigo tu tomavas banho rápido, sem reclamar. A
soma de nós dois faz o mundo que tu recebeste e que te apoia, eu e ela nos completamos. A nossa
família deve aproveitar este nosso universo, enquanto estamos os dois presentes. Não que mais
tarde, no dia que um partir, este mundo vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que
aprender e adaptarmo-nos para fazer o melhor.  De fato, poderíamos estender esta lição para
qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e até com
amigos. Então, filho, esforça-te para seres sempre tolerante, principalmente com quem dedicas
o precioso tempo da vida, a ti e ao próximo. As pessoas sempre se esquecerão do que tu
lhes fizeste ou do que lhes disseste. Mas nunca esquecerão o modo como tu as
fizeste sentir-se."

Autor Desconhecido
Relações Familiares
Oi, pessoas queridas, quanto tempo não discutimos a relação por aqui. Desculpem-me, mas
estava envolvida com outras atividades e acabei dando um tempo, mas com muitas saudades
resolvi dar uma passadinha!

Final de ano chegando, me bateu aquela nostalgia, sabe, "do tempo em que eu era uma criança
e pensava que a vida fosse um favo de mel", rsrsrs. Este período que antecede as festas, que
vamos para as lojas comprar os presentes dos familiares, que ficamos planejando o que faremos
nas vésperas e dias de Natal e Ano Novo, me fazem ter saudades da família, relembrar bons
momentos, me sentir criança de novo. Até mesmo os acontecimentos ruins, como a morte do
meu avô materno há uns anos atrás na véspera de ano novo, me fazem parar para refletir sobre
o lado bom da vida, as experiências inesquecíveis que passamos juntos a esse grupo de pessoas
tão especiais que é a FAMÍLIA.

A relação familiar é muito interessante, temos aquela família que Deus escolheu para nós: a dos
nossos pais; a família que nós escolhemos: do marido/esposa; a família que constituímos:
marido/mulher e filhos e a família que de repente descobrimos ter: dos amigos.

Cada família tem as suas peculiaridades, suas diferenças, mas algumas coisas todas tem em
comum: tios que são como pais, primos que são como irmãos, sobrinhos que são como filhos;
aquela pessoa que só aparece para filar a boia, aquele que faz a boia; aquele primo que não
deixa você paquerar na boate e aquela prima que faz questão de ir com você a boate; um irmão
birrento, um irmão travesso; aqueles que não esquecem o nosso aniversário, aqueles que
confundem o nosso aniversário com os de outros parentes; tem também o colo da avó, do avô,
dos avós dos primos que nem são seus avós; os tios que não são irmãos dos seus pais, mas que
chamamos de tios; aqueles primos de 3º grau que são como de 1º; os parentes de outras cidades
que só vemos no final de ano, que visitamos nas férias; aqueles que trazem a cerveja e os que
tomam a nossa cerveja; aquele cunhado mala, mas que amamos; aquela cunhada que temos
ciúmes; aqueles que adoram falar do passado e aqueles que fazem questão de esquecer; as
discussões intermináveis que sabemos que não vão chegar a lugar algum; as crianças brigando
pelos brinquedos, os adolescentes pelos paqueras e os adultos pelas lembranças de quando
brigavam pelos brinquedos e pelos paqueras; um primo preferido, uma tia preferida; sogra,
sogro e com eles aquelas piadas maldosas; amor, saudades; mentiras, verdades; brigas e
reconciliações.

Assim são as famílias, adoram falar um do outro, mas odeiam quando um outro resolve falar
delas. Amam os que são de sangue e aqueles que os de sangue trouxeram para fazer parte
delas. Algumas são pequenas, outra médias e outras enormes. Algumas são calmas, outras são
harmoniosas e outras adoram fazer festa. Quem tem reclama, quem não tem quer ter.

Família é bom demais, tem coisas boas e ruins, tem gente boa e gente ruim, tem chá da tarde,
churrasco, tem com quem contar, tem diferenças e tem união.

Beijos... e boas relações familiares!!!

As coisas tem o tamanho que damos a elas!


Olá, amigos, quanto tempo! Desculpem sumir, mas em cada momento da vida damos mais
atenção a uma coisa do que a outra, não é? E neste, o blog não tem sido meu foco principal.
Mas, continua sendo uma das minhas paixões e podem ter certeza, mesmo que sem muita
frequência, continuarei dividindo aqui minhas opiniões, ideias e opiniões e ideias de outros que
acredito valer a pena defender.
Estes dias, estudando Viktor Emil Frankl, fundador da Terceira Escola Vienense de Psicoterapia:
Análise Existencial ou Logoterapia, comecei a refletir sobre a diferença de resultados quando
nos colocamos vítimas das condições que nos são impostas, convenientes com nosso destino, não
respondemos as situações da vida de forma positiva e com "atitude", de quando nos
posicionamos frente as condições, com ações que possam, mesmo que de forma pouco intensa,
minimizar nosso sofrimento, nos trazer melhores oportunidades. Com certeza, os resultados são
melhores quando percebemos que, por mais que as condições sejam impostas e que poucas
chances temos de dar a volta por cima e vencer, mesmo assim, ainda somos responsáveis pelas
nossas ações, e estas, por menores que possam parecer, fazem uma diferença muito grande
diante de uma situação.

Para Frakl, o homem sempre será livre para escolher que atitude tomar diante da vida, por mais
dura que ela seja, por mais difícil que ela se apresente, ainda assim, ele continuará sendo
responsável por cada gesto, passo, ação, palavra que resolver realizar. Cada escolha implicará
um caminho diferente e com consequências diferentes. Uma pessoa pode ter nascido cega, não
escolheu ser assim (condição imposta), mas como vai viver com essa cegueira, se vai ficar em
casa sendo cuidada e dependendo totalmente do outro, ou se vai aprender a lidar com sua
dificuldade se tornando cada dia menos dependente, depederá de sua escolha, de sua vontade
de ser mais do que uma vitima das circunstâncias.

Cada um é um, único e irreptível, como aborda Frankl, portanto veremos muitas e muitas
formas de responder a mesma situação de vida, formas positivas, negativas e até indiferentes.
Dizer qual a melhor delas é um pouco complicado, mas a melhor sempre será aquela que faz
bem a você, as suas espectativas de vida, sem receitas; mas uma coisa é certa, o que você quer
e o que faz diante disso é que vai gerar resultados. Sonhos e realizações, andam juntos, um
completam o outro.

Para ilustrar, abaixo uma metáfora que o amigo querido Anderson Zambonato me enviou essa
semana:

ONDE  VOCÊ  COLOCA  O  SAL ?

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo de
água e bebesse.
-'Qual é o gosto?' - perguntou o Mestre.
-'Ruim' - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago. Então o velho disse:
-'Beba um pouco dessa água'.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
-'Qual é o gosto?'
-'Bom!' disse o rapaz.
-'Você sente o gosto do sal?' perguntou o Mestre.
-'Não' disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
-'A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.
Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que
está a sua volta.
É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu. Em outras palavras:
É deixar de ser copo, para tornar-se um Lago.'

(Autor Desconhecido)

 
 Referência:
FRANKL, Viktor E. Psicoterapia e Sentido da Vida: Fundamentos da Logoterapia e Análise
Existêncial. 3ª Edição. Editora Quadrante: São Paulo, 1989.
O Outro nas Nossas Decisões

http://diversao.terra.com.br/
Toda tomada de decisão, por mais simples que se apresente, gera um certo desconforto para ser
concluída. Colocamos em questão as possíveis consequências, preferencialmente, aquelas que
não são "boas". Por isso, acabamos dividindo nossas angustias com aqueles que confiamos,
porque amamos ou porque são as pessoas mais especializadas no assunto em questão.

Mas... neste momento, em que contamos ao outro as nossas dúvidas e inseguranças frente a
decisão, abrimos a "brecha" para que esse outro, dê a sua opinião, seja ela boa ou não. E aí...
uma vez dada, essa opinião martela em nossa mente, como uma música de uma nota só, muitas
vezes nos deixando mais confusos ainda.

Na verdade, quando buscamos a opinião do outro, é como se quisessemos apenas a confirmação


da nossa própria opinião, e quando isso não ocorre, pronto... desmorona-se o mundo... e toda
aquela, esperada coragem... desaparece de vez... e só sobra uma angustia ainda maior.

O outro tem um poder muito grande de influência em nossas vidas. Não se deixar levar pelas
opiniões alheias não é fácil não, é preciso análise e determinação, mas principalmente,
autoconfiança. A nossa intuição é mais certera do que qualquer outra opinião. Portanto,
devemos ouvir as pessoas por suas experiências, mas deixar nossa intuição decidir.

Nunca deixe de seguir em frente porque outro não seguiria, pare por você, ou de preferência
siga sempre em frente, mesmo que para isso você tenha que enfrentar obstáculos, mudar de
caminho e Discutir Relações!!!

Para ilustrar, segue uma parábola muito linda:

O sonho de Svetlana

Desde pequena Svetlana só tinha conhecido uma paixão: dançar e sonhar em ser uma Gran
Ballerina do Ballet Bolshoi. Seus pais haviam desistido de lhe exigir empenho em qualquer
outra atividade. Os rapazes já haviam se resignado: o coração de Svetlana tinha lugar para
somente uma paixão e tudo mais era sacrificado pelo dia em que se tornaria bailarina do
Bolshoi.

Um dia, Svetlana teve sua grande chance. Conseguira uma audiência com Sergei Davidovitch,
Ballet Master do Bolshoi, que estava selecionando aspirantes para a Companhia. Dançou como
se fosse seu último dia na Terra. Colocou tudo que sentia e que aprendera em cada movimento,
como se uma vida inteira pudesse ser contada em um único compasso. Ao final, aproximou-se
do Master e lhe perguntou:
"Então, o senhor acha que eu posso me tornar uma Gran Ballerina?" Na longa viagem de volta a
sua aldeia, Svetlana, em meio às lágrimas, imaginou que nunca mais aquele "Não" deixaria de
reverberar em sua mente. Meses se passaram até que pudesse novamente calçar uma sapatilha.
Ou fazer seu alongamento em frente ao  espelho. Dez anos mais tarde Svetlana, já uma
estimada professora de ballet, criou coragem de ir à performance anual do Bolshoi em sua
região. Sentou-se bem à frente e notou que o Sr. Davidovitch ainda era o Ballet Master. Após o
concerto, aproximou-se do cavalheiro e lhe contou o quanto ela queria ter sido bailarina do
Bolshoi e quanto doera, anos atrás, ouvir-lhe dizer que não seria capaz.

"Mas minha filha, eu digo isso a todas as aspirantes", respondeu o Sr. Davidovitch. "Como o
senhor poderia cometer uma injustiça dessas? Eu dediquei toda minha vida! Todos diziam que
eu tinha o dom. Eu poderia ter sido uma Gran Ballerina se não fosse o descaso com que o
senhor me avaliou!" Havia solidariedade e compreensão na voz do Master, mas ele não hesitou
ao responder: "Perdoe-me, minha filha, mas você nunca poderia ter sido grande o suficiente, se
foi capaz de abandonar seu sonho pela opinião de outra pessoa."

Autor: Desconhecido
Relação com a Vida
Sinceramente eu não gosto de "chover no molhado", muito menos de ficar "batendo na mesma
tecla", mas não posso deixar de falar da morte de Amy Winehouse na madrugada do último
sábado (23/07/2011); pois percebi que muito se discute com a relação que temos com o outro e
muito pouco com a relação que temos com nós mesmos.

O que levou Amy Winehouse a morte ninguém tem certeza, mas o caminho pelo qual ela passou
até lá, todos nós sabemos!!!

A discussão aqui não é a Amy e nem sua morte, mas a relação com a vida. Qual a relação que
temos com a nossa vida? O que temos feito para preservá-la, garantindo o direito de continuar
vivendo?

Essa relação com a vida é simples e complexa ao mesmo tempo, pois da mesma forma que basta
comer, beber, vestir e ter um lugar para morar, é necessário enfrentar os dilemas existenciais:
ser ou não ser, ter ou não ter, ir ou não ir, fazer ou não fazer!

Acabamos sendo, tendo, indo e fazendo o que menos desagrada aos outros, o que menos causa
problemas de convivência e o que menos faz efeitos prejudiciais ao mundo. Mas, e a nós, o que
tudo isso causa?

A Relação com a Vida, precisa ser baseada em muito amor. Amor esse, que para se ter, primeiro
foi preciso receber, dos pais, dos irmão, dos amigos... Amar não é só uma questão de valor,
princípio... é preciso aprender a amar... e também envolve autoconhecimento, percepção e
aceitação.

Muitos dizem que dinheiro não é tudo, eu diria, é quase nada... apenas um meio para se
conseguir o que se quer, e mesmo com muito ainda corremos o risco de se querer algo que não
se compra, como a felicidade.

Acredito que a Amy Winehouse descobriu isso cedo. Ela deve ter percebido que toda aquela
fama e dinheiro não dariam a ela o amor, o amor a si mesma, e acabou se matando aos poucos.
Sinto muito por isso, é claro, mas que sirva de lição a todos nós: a vida precisa de amor, do
nosso amor, o resto são só conseqüências disso
O local de ação das drogas antidepressivas será nos sistemas noradrenérgico o serotoninérgico do Sistema
Límbico. Os antidepressivos atuam no sentido de tentar normalizar as sinapses neuronais a partir do aumento
de neurotransmissores (principalmente serotonina - 5-HT -, e noradrenalina ou norepinefrima – NE - e da
dopamina - DA) disponível nas fendas sinápticas, bloqueando a recaptação dos mesmos pela membrana pré-
sináptica.

O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica se dá através do bloqueio da recaptação da


noradrenalina e da serotonina no neurônio pré-sináptico ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase
(MAO) que é a enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores.

Os primeiros sintomas que apresentam melhora são frequentemente o sono e os padrões de apetite.
Agitação, ansiedade, episódios depressivos e falta de esperança são os próximos sintomas a apresentarem
melhora. Outros sintomas-alvo incluem baixa energia, fraca concentração, sensações de impotência e
diminuição da libido (Kaplan, Sadock, 1997).

A abordagem dos transtornos depressivos deve considerar aspectos relacionados à resposta – a melhora
clínica evidenciada por redução maior ou igual a 50% de pontuação em escalas de avaliação padronizada, como
a Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D) ou a Escala de Depressão de Montgomery Asberg (MADRS).

A resposta terapêutica é classificada de acordo com critérios temporais em remissão e


recuperação. Remissão completa dos sintomas é considerada quando a pontuação na Escala de Hamilton é
menor ou igual a sete (HAM ≤ 7) por mais de duas semanas ou menos de seis meses. A recuperação indica a
apresentação assintomática (HAM- D ≤ 7) por mais de seis meses.

No acompanhamento da resposta terapêutica é importante considerar as recaídas e as


recorrências. Recaída é o retorno do episódio depressivo durante a resposta terapêutica, ou mesmo após a
remissão e antes da recuperação. A recorrência é o aparecimento do episódio após a recuperação (Demétrio,
Minotogawa, Rocco, 2005).

O risco de suicídio deve ser sempre considerado em pacientes com transtorno de humor. A maior parte dos
antidepressivos são letais, se tomados em grandes quantidades.

As drogas tricíclicas, as drogas tetracíclicas estreitamente relacionadas e os inibidores da monoaminoxidade


(IMAOs) são as drogas antidepressivas clássicas. Os antidepressivos variam em seus efeitos farmacológicos.
Segundo Kaplan e Sadock (1997) esta variabilidade é a base para que pacientes individuais respondam a um
antidepressivo, mas não a outros. A variação é também a base para os diferentes efeitos colaterais.

A maioria dos clínicos escolhe uma droga tricíclica ou tetracíclica ou um dos ISRSs como primeira opção no
tratamento do transtorno depressivo. Os tricíclicos e os tetracíclicos são escolhidos em virtude do nível de
familiaridade com essas drogas mais antigas, além de serem mais baratas. Os ISRS são escolhidos porque são
muito melhor tolerados.

Podemos dividir os antidepressivos em 4 grupos: Antidepressivos Tricíclicos (ADT); Inibidores da


Monoaminaoxidase (IMAO); novos antidepressivos; Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina.

Antidepressivos Tricíclicos (ADT)


O local de ação dos antidepressivos tricíclicos é no Sistema Límbico aumentando a noradrenalina e a
serotonina na fenda sináptica. Este aumento da disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é
conseguido através da inibição na recaptação destas aminas pelos receptores pré-sinápticos.

Ballone,(2005) diz que enquanto os efeitos terapêuticos exigem um período de latência, o mesmo não
acontece com os efeitos colaterais. Estes aparecem imediatamente após a ingestão da droga e são responsáveis
pelo grande número de pacientes que abandonam o tratamento antes dos resultados desejados.

Bollone (2005) aponta como principais efeitos colaterais sintomas oftalmológicos, gastrintestinais,
cardiovasculares, problemas urinários e dificuldades sexuais e ainda alterações no sistema nervoso central.
Dificuldade de acomodação visual dependendo da dose do ADT, fato que não chega a ser importante a
ponto de obrigar uma interrupção no tratamento. Midríase (dilatação da pupila) também é uma ocorrência que
pode ser observada.

Secura na boca ocorre em quase 100% dos pacientes em doses terapêuticas dos ADT. Em casos mais
severos pode ocorrer gengivite e glossite. Constipação intestinal também acontece em quase 100% das vezes e
é resolvido com a mudança no hábito alimentar ou com a utilização de laxantes.

Podem provocar, principalmente no início do tratamento, um aumento na freqüência cardíaca. Outro efeito
circulatório que pode aparecer é a ocorrência de hipotensão postural, também é suportável e que não exige
mudança na posologia.

Pode ocorrer retenção urinária, principalmente em pacientes homens e portadores de adenoma de


próstata. Com muita freqüência é registrada disúria em ambos os sexos. Pode ocorrer uma diminuição do
interesse sexual e retardamento do orgasmo e mais raramente, anorgasmia (em ambos sexos).

Sedação e sonolência são encontradas no início do tratamento, diminuindo sensivelmente após os seis
primeiros dias. Em doses terapêuticas a insônia, agitação e aumento da ansiedade não são comuns de se
observar. Em pacientes mais idosos pode ocorrer a chamada "síndrome anticolinérgica central" com agitação,
confusão mental, delírios e alucinações. Daí considerar-se a utilização de doses menores em tais pacientes. Em
pessoas predispostas podem ocorrer convulsões do tipo generalizadas devido ao fato dos ADT diminuírem o
limiar convulsígeno (Bollone, 2005).

Sinais de intoxicação começam a aparecer quando a ingestão de ADT ultrapassa 500 mg/dia, porém, a
dose letal e maior que isso: varia entre 1.800 e 2.500 mg. Na intoxicação por ADT podemos encontrar agitação
ou sedação, midríase, taquicardia, convulsões generalizadas, perda da consciência, depressão respiratória,
arritmia cardíaca, parada cardíaca e morte. Tendo em vista a grande afinidade protéica dos ADT, sua
eliminação por diálise ou diurese é muito difícil. Nos casos de intoxicação está indicado o uso de
anticolenesterásicos (Prostigmina IM ou EV) e medidas de sustentação geral.

Indicações

Os ADT, em geral, estão indicados para tratamento dos estados depressivos de etiologia diversa:
depressão associada com esquizofrenia e distúrbios de personalidade, síndromes depressivas senis ou pré-senis,
distimia, depressão de natureza reativa, neurótica ou psicopática, síndromes obsessivo-compulsivas, fobias e
ataques de pânico, estados dolorosos crônicos, enurese noturna (a partir dos 5 anos e com prévia exclusão de
causas orgânicas).

A Amitriptilina (Tryptanol®) está mais indicada também para os casos de ansiedade associados com
depressão, Depressão com sinais vegetativos, Dor neurogênica, Anorexia e nos casos de dor crônica grave
(câncer, doenças reumáticas, nevralgia pós-herpética, neuropatia pós-traumática ou diabética).

A Maprotilina (Ludiomil®), embora seja descrito pelo fabricante como tetracíclico, não se justifica uma
abordagem em separado dos tricíclicos. Tem melhor indicação na depressão de início tardio (involutiva ou senil),
depressão na menopausa e na depressão por exaustão (esgotamento).

Alguns autores indicam a maprotilina para os casos de Depressão. Também é útil na depressão com
ansiedade subjacente, devido sua capacidade sedativa (como a Amitriptilina).

Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina (ISRS)


Os antidepressivos que são Inibidores Específicos da Recaptação da Serotonina (ISRS) são aqueles que
não interferem ou interferem pouco nos demais neurotransmissores além da serotonina (5HT). O efeito
antidepressivo dos ISRS parece ser conseqüência do bloqueio seletivo da recaptação da serotonina (5-HT).
Os ISRS apresentam um perfil de efeitos colaterais mais bem tolerado por muitos pacientes, e são mais
seguros e de baixa toxicidade, o que favorece seu uso por pacientes idosos e/ou com elevado risco suicidam
(Demétrio, Minotogawa, Rocco, 2005). A incidência de efeitos colaterais anticolinérgicos, antihistamínicos e alfa-
bloqueantes, assim como o risco de soperdosagem é menor nos ISRS que nos chamados antidepressivos
tricíclicos (ADT).

A fluoxetina foi o primeiro representante dessa classe de antidepressivos. As doses dos ISRS devem ser
individualizadas para cada paciente.

Os principais representantes desse grupo são: citalopram (Cipramil, Parmil); fluoxetina (Daforim,


Deprax, Fluxene, Nortec, Prozac, Verotina); nefazodona (Serzone); paroxetina (Aropax, Pondera,
Cebrilin); sertralina (Novativ, Tolrest, Zoloft).

Fluoxetina tem se associado a alguns casos de acatisia, especialmente quando a dose é muito alta, e a
estimulação do sistema nervoso central parece maior com a fluoxetina que com outros ISRS.
A fluvoxamina parece produzir mais intolerância digestiva, sedação e interações farmacológicas que outros
ISRS. A paroxetina origina mais sedação (também a fluvoxamina), efeitos anticolinérgicos e extrapiramidais que
outros ISRS. Tem-se relatado sintomas de abstinência com a supressão brusca do tratamento com
a paroxetina e com a venlafaxima.

Os ISRS estão indicados para o tratamento dos Transtornos Depressivos, Transtorno obsessivo-compulsivo
(TOC), Transtorno do Pânico, Transtornos Fóbico-Ansiosos, neuropatia diabética, dor de cabeça tensional
crônica e Transtornos Alimentares. Nos casos de Depressão Grave com Sintomas Psicóticos, alguns fabricantes
de ISRS não recomendam essas drogas.

Os ISRS estão aprovados pela FDA (Food and Drug Administration, EUA) para tratamento de depressão
(fluoxetina, paroxetina, sertralina, e recentemente o citalopram), transtorno obsessivo-compulsivo (fluoxetina,
paroxetina, sertralina e fluvoxamina), transtorno do pânico (paroxetina), bulimia (fluoxetina) e fobia social
(paroxetina) (Demétrio, Minotogawa, Rocco, 2005).

A fluoxetina tem ação anorexígena com uma discreta redução do peso corporal durante seu uso. Nos
pacientes sensíveis pode ocorrer rash cutâneo, urticária, incluindo febre, leucocitose e artralgias, edema. Esses
sintomas de hipersensibilidade são extremamente raros.

Novos antidepressivos
São os antidepressivos que não se caracterizam como Tricíclicos, como ISRS e nem como Inibidores da
MonoAminaOxidase (IMAOs). Alguns deles aumentam a transmissão noradrenérgica através do antagonismo de
receptores a2 (pré-sinápticos) no Sistema Nervoso Central, ao mesmo tempo em que modulam a função central
da serotonina por interação com os receptores 5-HT2 e 5-HT3 (Ballone, 2005).

As melhoras sintomáticas poderão ser observadas a partir do 3º ao 5º dias e sobre o sono REM a partir do
20º dia de tratamento em posologia suficiente.
Fluvoxamina (Luvox); mianserina (Tolvon); mirtazapina (Remeron); reboxetina (Prolift); tianeptina (Sta
blon); trazodona (Donaren); venlafaxina (Efexor); duloxetina (Cymbalta).

Antidepressivos Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAOs)

Os antidepressivos Inibidores da Monoamina Oxidase (MAO) promovem o aumento da disponibilidade da


serotonina através da inibição da enzima responsável pela degradação desse neurotransmissor intracelular.

A monoaminoxidase (MAO) é uma enzima envolvida no metabolismo da serotonina e dos


neurotransmissores catecolaminérgicos, tais como adrenalina, noradrenalina e dopamina. Os
antidepressivos IMAOs são inibidores da MAO, ocasionando um aumento da concentração destes
neurotransmissores nos locais de armazenamento, em todo o sistema nervoso central ou no sistema nervoso
simpático. Acredita-se também que a ação antidepressiva dos IMAOs se correlacione com alterações nas
características dos neuroreceptores, alterando o número e a sensibilidade desses receptores, o que explicaria o
atraso de 2 a 4 semanas na resposta terapêutica.

Tranilcipromina (Parnate, Stelapar); moclobemida (Aurorix); selegilina (Elepril, Jumexil).

Indicações: estados depressivos; estados ansiosos; estados fóbicos; transtorno obsessivo-compulsivo;


anorexia; bulimia; estados hipercinéticos; somatizações; ejaculação precoce; transtornos psicossomáticas;
enxaqueca; dores neurogênicas.

A moclobemida tem ação seletiva de inibição reversível de MAO-A, com eficácia comparável a todos os
tipos de antidepressivos convecionais e oferece menos rsico de interação com outros medicamento e alimentos.
A tranilcipromina é o único Imao irreversível comercializado no Brasil; pode causar insônia e ativação, por isso
sugere-se o uso antes da 16 horas; pode estar associado a maior chance de interação com outros
medicamentos e alimentos.

Para depressões cronificadas e para distimia a eficácia dos IMAOs paraece ser superior ao dos ADTs.
Os IMAOs também apresentam maior eficácia em pacientes bipolares com depressão anérgica, quando
comparados com ADTs. São possivelmente mais benignos que os ADTs caso provoquem virada maníaca em
bipolares. A incidência de disfunção sexual é menor que a reportada com ISRS e ADT.

Em pacientes idosos apresentam um perfil de tolerabilidade superior quando comparados


aos ADTs e ISRS. A meclobemida é indicada em casos refratários e pacientes demenciados.

Alguns indivíduos que param de tomar antidepressivos podem sentir-se mal. Esse efeito pode ter dois
motivos. O primeiro é que a interrupção abrupta de algumas medicações, como a paroxetina e a venlafaxina,
pode causar uma “síndrome de descontinuação” pela interrupção da ação da serotonina sobre o sistema
nervoso central. As suas características são náusea, tontura e outros sintomas desagradáveis. Para evitar o
problema, é importante suspender a medicação aos poucos, sob orientação médica. Uma segunda situação diz
respeito ao retorno dos sintomas. Nesse caso, o medicamento não teve um efeito curativo, apenas controlou as
manifestações do transtorno. Trata-se de uma ocorrência bastante comum, uma vez que a depressão e vários
outros distúrbios tratados com antidepressivos podem ser crônicos e exigem um tratamento prolongado.

Bernik, Braun, Corregiari (2005) esclarecem que o problema da síndrome de dependência raramente ocorre
com antidepressivos. Os relatos médicos referem-se a apenas uma medicação da categoria, a amineptina, com
esse potencial. Um caso de dependência também já foi verificado com a tranilcipromina. Vale ressaltar que os
pacientes que ficaram dependentes desses remédios já haviam usado outras drogas de forma abusiva. Segundo
os autores, já na categoria dos tranqüilizantes, a questão da dependência merece ser debatida com mais
cuidado. Os barbitúricos, basicamente os de ação curta, são os que podem causar dependência. Entretanto,
essas substâncias não são mais usadas como ansiolíticos ou hipnóticos, desde o início dos anos 60 foram sendo
substituídos pelos benzodiazepínicos, cujas principais vantagens eram justamente o menor risco de dependência
e menor risco de morte nos casos de envenenamento.

Fonte: http://psicologado.com/psicopatologia/psiquiatria/antidepressivos#ixzz32qTWrynS 
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