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Grupos na atenção primária à saúde

O trabalho com pequenos grupos é um recurso fundamental nas práticas de


saúde desenvolvidas na atenção primária. Seu manejo adequado permite
organizar melhor os processos de trabalho e também ampliar a capacidade
assistencial, sem perda de qualidade, muitas vezes até ampliando-a.
Muitas são as vantagens da realização de intervenções em grupo mais
profundas e regulares, mesmo que de caráter aberto pois, para além da ação dos
processos terapêuticos em geral, como descreveremos mais adiante, os grupos
têm mecanismos terapêuticos próprios, que valorizam a sua utilização na rede de
assistência.
Nos grupos de educação em saúde, a estruturação mais participativa, menos
hierarquizada, com maior espaço para os aspectos subjetivos das dificuldades dos
pacientes, traz muitos benefícios, dentre os quais destacamos:
♦maior aderência do paciente ao tratamento;
♦ampliação de consciência sobre a sua patologia;
♦desenvolvimento de maior capacidade de assimilação das informações;
♦ampliação da capacidade adaptativa (ajudar a organizar as defesas; auxiliar na
administração da doença) – incremento da resiliência;
♦auxílio na interação com o sistema de saúde, inclusive na cobrança do que lhe é
devido;
♦ampliação das noções de direitos e deveres;
♦diminuição da passividade;
♦estimulação da percepção da responsabilidade sobre o tratamento;
♦estimulação da solidariedade e favorecimento para que cada paciente possa
atuar na comunidade, de modo informal, como um agente de saúde;
♦melhora da relação e da comunicação profissional (equipe)-paciente;
♦integração dos profissionais de saúde, promovendo a interdisciplinaridade, pois o
“trabalhar com” implica buscar uma linguagem comum, de modo a favorecer a
comunicação e a preservar as especificidades de cada área;
♦ampliação da capacidade crítica aos modelos anatomoclínicos em relação aos
modelos centrados no homem, favorecendo a integração do conhecimento
biomédico ao modelo integral;
♦ampliação da personalização nas relações equipe-paciente e equipe- -equipe e,
portanto, do cuidado.
Vale destacar a importância do trabalho em grupo com as equipes, mais uma das funções
presentes nas atividades de matriciamento em saúde mental. São grupos de suma
importância, uma vez que propiciam:
♦ampliar a consciência da equipe sobre sua prática;
♦gerar espaço para discutir e solucionar possíveis conflitos internos da equipe
♦construir modelo de cuidado e empoderamento;
♦contribuir para a prevenção da síndrome de esgotamento no trabalho (burn out); ♦contribuir
para criar uma linguagem comum da interdisciplinaridade; ♦reforçar a solidariedade e o
sentimento de responsabilidade de todos sobre o trabalho.

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