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O QUE É ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL?


A escrituração contábil é uma técnica de controle patrimonial baseado no
registro cronológico de todos os fatos contábeis que ocorrem em uma
organização. O objetivo por trás dessa técnica é permitir que uma empresa
possa controlar o seu patrimônio da melhor forma possível – auxiliando na
gestão do negócio.
Grande parte das pessoas conhecem a escrituração contábil somente pela
exigência imposta pelo Fisco. Entretanto, estamos falando sobre uma das
técnicas mais antiga do mundo dos negócios. Civilizações muito antigas já
utilizam a escrituração contábil como forma de controlar riquezas e patrimônios.
A escrituração contábil como conhecemos hoje teve origem em 1494 com um
frei franciscano chamado Luca Pacioli. Foi ele quem criou o método das
partidas dobradas, que prevê o sistema básico para o lançamento contábil: o
valor total nas contas a débito deve ser igual ao total lançado nas contas a
crédito.
Na prática, cada operação realizada pela sua empresa gera um impacto
patrimonial que deve ser registrado – seja uma compra, venda, empréstimo ou
recebimento de cliente. E é justamente com base nos registros desses
lançamentos que é realizada toda a gestão patrimonial.
O que é a escrituração contábil digital?
Até algum tempo atrás, era comum, e obrigatório, encontrar livros
impressos com todos os lançamentos da empresa. 
Hoje, porém, a
escrituração é feita de forma digital. O Decreto nº 6.022/2007 instituiu,
no Brasil, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).
O SPED é base tanto para a Escrituração Contábil Digital (ECD)
quanto para a Escrituração Fiscal Digital (EFD) e Escrituração
Contábil Fiscal (ECF). Por meio delas, as empresas enviam
diretamente aos órgãos de fiscalização todo o seu registro contábil.
Como qualquer relatório de contabilidade, as escriturações digitais
somente terão validade quando assinadas por um contador.

Quais os benefícios de fazer a escrituração contábil?


O primeiro passo para compreender os benefícios da escrituração contábil é
entender que ela vai além de um documento obrigatório. Sua função é ser um
diário da empresa, facilitando a organização e o gerenciamento da parte
financeira e até estrutural. Qualquer empresa, seja pequena, média ou grande,
se beneficia da organização que a escrituração contábil agrega.
A escrituração contábil é uma espécie de memória do seu negócio, onde tudo
vai estar ali, alinhado e descrito. Caso você queira dar um grande passo, como
abrir uma filial ou vender a empresa, não vai precisar correr atrás do passado
da entidade porque ele vai estar todo disponível na escrituração.

Quem é obrigado a utilizá-la?


Ninguém melhor para entender o que é escrituração contábil do que o
contador. Como as normas fiscais e contábeis brasileiras são amplas
e estão sempre mudando, é ele quem você deve procurar para saber
das especificidades às quais a sua empresa está sujeita.
Hoje as regras contábeis estão padronizadas através de Normas
Internacionais de Contabilidade, bem como sua aplicação é ditada
pelo Conselho Federal de Contabilidade, CPC – Comitê de
Pronunciamento Contábeis, e por diversas leis, dentre as quais, o
Código Civil (10.406/02), a lei de Recuperação Judicial (11.101/05) e a
lei das Sociedades por Ações (6.404/76), preveem a obrigatoriedade
da escrituração contábil regular para todas as pessoas jurídicas do
país, incluindo as empresas de micro e pequeno porte, optantes ou
não pelo Simples Nacional.
Apenas o Microempreendedor Individual (MEI) está dispensado da
obrigatoriedade legal. No entanto, mesmo desobrigado, a escrituração
contábil regular pode ser uma grande ferramenta para administrar uma
pequena empresa de forma eficiente, pois através de relatórios
contábeis as decisões gerenciais podem ser tomadas com mais
assertividade e o resultado financeiro fica mais claro.

Legislação societária

As sociedades empresariais brasileiras estão sujeitas a obrigatoriedade de


seguir um sistema de contabilidade, com base na escrituração de seus livros
contábeis em documentos hábeis, além de ter o dever de levantar anualmente
o balanço patrimonial e o resultado econômico do negócio. Esta obrigatoriedade
está prevista nos artigos 1.179 a 1.195 do Novo Código Civil Brasileiro.
Com base na mesma lei, estão dispensados os pequenos empresários de
realizar a escrituração contábil. Isso conforme artigo 68 da Lei Complementar
123/06, que considera como pequeno empresário e o empresário individual
enquadrado como microempresa aquele que auferir receita bruta anual até R$
36.000,00.
Segundo o capítulo XV da Lei 6.404/76, a cada fim de exercício social a
diretoria da empresa deve elaborar as demonstrações financeiras e contábeis.
No artigo 177 desta mesma lei, define-se que a escrituração das empresas
deve ser mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da
legislação empresarial e aos princípios de contabilidade, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes, segundo o regime de competência.

Legislação tributária 
A escrituração contábil é essencial e vista como algo de muita importância
dentro da legislação tributária. Essa importância dá-se ao fato de que os livros
obrigatórios de escrituração empresarial e fiscal deverão ser mantidos enquanto
o crédito tributário não prescreve.
Começa-se a contar o prazo de prescrição a partir do lançamento do crédito
tributário. De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), esse prazo é de
cinco anos, assim como o prazo decadencial que também é de cinco anos. Ou
seja, não é certo conservar os documentos por somente cinco anos, afinal, se o
fisco demorar 5 anos para lançar o crédito tributário, os dados deverão ser
preservados por no mínimo 10 anos.
A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deve manter
escrituração com observância das leis comerciais e fiscais, segundo o decreto
3.000/99, que regulamenta o Imposto de Renda. Já as empresas que se
enquadram no lucro presumido, é dispensada a escrituração contábil completa.
As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples
Nacional poderão adotar contabilidade simplificada para os registros e controle
das operações realizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor.

Legislação profissional
O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução CFC n°563/93,
aprovou a NBCT 2, estabelecendo normas para as formalidades da escrituração
contábil. Confira alguns procedimentos estabelecidos:
I- Escrituração será executada em moeda corrente nacional, em forma contábil,
em ordem cronológica de dias, mês, e ano, com ausência de espaços em
branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens
e, ainda, com base em documentos probantes.

II- A terminologia adotada deverá expressar o verdadeiro significado da


transação efetuada, admitindo-se o uso de código e/ou abreviaturas de
históricos.
III- O diário poderá ser escriturado por partidas mensais ou de forma
sintetizada, desde que apoiado em registros auxiliares que permitam a
identificação individualizada dos registros.

Qual a importância para a gestão?


Quem não controla não gerencia.
Com uma escrituração bem-feita, você fica livre de surpresas sobre a
real situação financeira da empresa, o que facilita a tomada de
decisões e a execução do plano de ações da empresa.
São essas informações que vão possibilitar um melhor planejamento
tributário para pagar menos impostos, acompanhar a evolução de
receitas e despesas e definir indicadores de desempenho importantes
para o sucesso dos negócios.
RELATÓRIOS CONTÁBEIS
A escrituração contábil é a base para emissão dos principais relatórios
contábeis. Balanço patrimonial, balancetes, demonstração de resultados e fluxo
de caixa são ótimos exemplos de relatórios contábeis que dependem dos
lançamentos de todas as movimentações.
GESTÃO EMPRESARIAL
As empresas que possuem uma escrituração feita da forma correta ficam livres
de surpresas sobre a real situação financeira e patrimonial da empresa. Trata-
se de uma ótima fonte de informação para auxiliar na tomada de decisão e
permitir que a empresa alcance seus planos em longo prazo.
Além disso, os dados da escrituração contábil podem ser usadas de diversas
maneiras para gerar ainda mais informações relevantes. É possível analisar o
nível de endividamento, monitorar a evolução dos resultados alcançados, fazer
um planejamento tributário, definir indicadores de desempenho, estruturar um
fluxo de caixa, entre diversas outras estratégias.
AUXÍLIO EM CASOS JUDICIAIS

As informações da escrituração contábil também podem ser usadas em casos


judiciais como prova em juízo de fatos que dependam de perícia contábil. Ou
seja, a sua empresa pode se beneficiar das informações registradas em
diversas situações judiciais – como processos de contestação de reclamatórias
trabalhistas, recuperação judicial, fraudes ou disputas societárias.
COMPLIANCE FISCAL
Por fim, é importante relembrar que a escrituração contábil é obrigatória para
todas as pessoas jurídicas brasileiras. Portanto, o registro de todos os
lançamentos contábeis conforme as normas previstas na legislação é
necessário para que uma empresa mantenha o compliance fiscal.
Como fazer os lançamentos?
Para começar a escrituração, é preciso contar com um Plano de
Contas Contábil. Ali, estarão elencadas todas as rubricas, divididas
em grupos de Ativos (seus bens e direitos), Passivos (suas
obrigações) e Patrimônio Líquido (o resultado positivo ou negativo
decorrente das atividades de sua empresa).
A partir do plano de contas, deve-se registrar um lançamento com
informações de data, valores de débito e crédito e breve descrição de
cada fato contábil ocorrido em sua empresa. Esses lançamentos
podem dar origem aos livros contábeis e fiscais.

Como é feita a escrituração contábil? 


Como já falamos anteriormente, a escrituração contábil é um documento
obrigatório e muito exigente. A primeira das exigências é que ele seja
desenvolvido por um profissional de contabilidade, depois disso existem várias
outras normas a seguir. Para realizar a escrituração contábil de forma correta
existem três determinações básicas. Elas são:
Formalidades externas
É aquilo que está relacionado à apresentação e aparência da escrituração. Por
exemplo, a encadernação dos livros, folhas numeradas tipograficamente, termo
de abertura é de encerramento, identificação da empresa, espécie de livro,
número de páginas, e outras.

Formalidades internas
Essas falam sobre a escrituração de fato, da forma como deve ser escrita e
desenvolvida. A escrituração deve obedecer um método de escrituração
mercantil uniforme, em língua e moeda brasileiras, em rigorosa ordem
cronológica, com individualização e clareza. Além das características que
citamos nos tópicos acima.
Livro Diário
Todas as operações que envolvam o patrimônio da empresa são registrados no
livro diário, como transações e outras movimentações. Ele é um dos principais
livros da contabilidade e deve ser autenticado em cartório, sua criação é
obrigatória para todas as empresas. Empresas com mais de uma unidade
podem escolher gerar uma escrituração contábil descentralizada, que deverá
destacar as transições de cada unidade.
Os fatos devem ser registrados integralmente em ordem cronológica,
individualizadas, com folhas numeradas em sequência, citando tudo que altere
ou possam alterar o patrimônio da empresa. Este livro deve conter o tempo de
abertura e encerramento, além de ser levado ao Registro do Comércio dentro
do prazo previsto na legislação, sob pena de multa prevista no imposto de
renda. Basicamente, cada lançamento no dário deve ter: local e data da
operação; título da conta de débito; título da conta de crédito; histórico.
O formato do livro diário pode ser digital ou físico, desde que obedeça às
normas previamente decretadas. Nos casos em que são desenvolvidos por meio
de fichas e folhas soltas, o livro deve contar com o registro balancetes diários e
balanços. Nos casos de livro diário digital, não há necessidade de impressão,
mas é obrigatório manter um backup autenticado com a empresa.
Livro Razão
Depois de construído o livro diário, a empresa tem a opção de lançar todos os
registros contábeis individualizados no livro razão. Nesse livro cada operação é
desdobrada e lançada de forma individual, também obedecendo a ordem
cronológica e o método das partidas dobradas. Ao contrário do livro diário, no
livro razão não é obrigatório a autenticação do livro ou fichas.
O principal motivo para lançar o livro razão é ter a totalização individual das
contas, dando possibilidades de saber a todo momento o saldo de cada uma
delas. Essas informações contribuem positivamente para o controle financeiro e
patrimonial da entidade, permitindo administrar melhor as organizações
empresariais.
Livros Auxiliares 
Os livros extracontábeis são denominados livro auxiliares, seus registros devem
ser feitos de acordo com a legislação de fiscalização do respectivo órgão fazendário ou legal que
determine a sua obrigatoriedade. Os livros auxiliares
ficam em sua maioria divididos entre sociais, fiscais e administrativos:
Livros Sociais
 Registro de Atas de Assembléias Gerais;
 Registro de Presença de Acionistas;
 Registro de Atas de Reuniões da Diretoria;
 Registro das Ações Normativas;
 Registro de Transferência das Ações Normativas;
 Registro de Partes Beneficiárias;
 Registro de Debêntures.
Livros Fiscais
 Inventário;
 Apuração de Lucro Real;
 Razão Auxiliar;
 Registro de Entrada de Mercadorias;
 Registro de Saída de Mercadorias;
 Registro de Controle de Produção e Estoque;
 Registro de Impressão de Documentos Fiscais;
 Registro de Apuração de ICMS;
 Registro de Apuração de IPI;
 Registro de Apuração de ISS.
Outros livros
 Caixa
 Controles Bancários
 Registro de Duplicatas
 Registro de Empregados.

O que acontece quando a empresa não faz


a escrituração contábil ou faz de forma
inadequada?
Vimos durante todo o artigo que a escrituração contábil é um processo cheio de
normas e especificações, ou seja, não é algo que possa deixar de ser feito ou
feito por pessoas que não tem capacidade de realizar o documento dentro da
legislação. As empresas e seus contabilistas são obrigados a cumprir as normas
estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, independente da
legislação societária e fiscal.
A empresa que deixa de realizar a escrituração contábil, seja por falta de
interesse em estar dentro do cumprimento das normas ou por falta de
conhecimento, está sujeita a perder o seu nome entrando em sérias
complicações na justiça e ainda ter que pagar multas e penalidades por isso,
levando o negócio a falência.
Voltando ao que falamos no início do texto, a escrituração contábil não é só
uma obrigação legislativa, ela tem sua importância nas entidades empresariais
pois auxilia na organização e planejamento do negócio. A escrituração contábil
tem o poder de abrir portas e incentivar uma visão de futuro e investimento
para os empresários.

Como elaborar um relatório de demonstrações contábeis?


As demonstrações contábeis são relatórios obrigatórios em toda empresa.
Isso porque as apresentações de dados financeiros são exigidas pela lei
6.404/76, mas, além disso, podem aprimorar o gerenciamento do seu negócio
e guiar uma tomada de decisão mais estratégica.

Para cumprir as exigências legais, o gestor deve produzir o relatório das


demonstrações contábeis todo final de ano. Contudo, o recomendável é
acompanhar os dados financeiros mensalmente. Assim, é possível visualizar
o desempenho da empresa e elaborar um planejamento anual, por exemplo.

Por isso, entenda mais sobre o tema e quais são as principais


demonstrações contábeis que sua empresa deve apresentar para ficar de
acordo com a legislação.

O que são demonstrações contábeis?


Para compreender o conceito de o que são demonstrações contábeis e sua
importância, imagine um cenário em que há mais de um sócio ou acionista no
negócio. Enquanto uns acompanham diariamente os resultados financeiros,
outros necessitam de um relatório detalhado para mensurar a performance da
entidade.

Nesse cenário, as demonstrações contábeis obrigatórias são fundamentais


para a transparência da situação econômica do empreendimento. Com os
dados em mãos, o negócio tem a vantagem de poder executar o plano
orçamentário com eficiência a partir da previsibilidade de lucros, despesas e
custos.

Entenda mais sobre a Lei 6404/76


Conforme mencionado, a Lei 6.404/76, conhecida como Lei da S.A.
(Sociedade Anônima), orienta as demonstrações contábeis de empresas e os
critérios para avaliação.
Em seu § 1º do artigo 176, é possível encontrar as diretrizes para compilar as
informações: “As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a
indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício
anterior”.

Dentro das demonstrações contábeis alguns relatórios são obrigatórios, como


o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE). Já
outros são facultativos, pois são contemplados no SPED Contábil.

Entre os opcionais, podemos citar a Demonstração dos lucros ou prejuízos


acumulados (DLPA) e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
(DMPL).

Como a tecnologia pode ajudar na elaboração de


relatórios?
Uma boa forma de otimizar esse processo é contar com uma tecnologia que
permite a criação de um layout de relatório dentro do seu próprio sistema de
gestão.

A TOTVS possui tecnologia especializada para atender a essa finalidade nos


diferentes negócios. Assim, entre as vantagens do uso da ferramenta estão:

 Sem limite para construção dos demonstrativos;


 As colunas e fatos contábeis são configuráveis;
 Interface intuitiva e eficaz;
 Informações gerenciais proporcional ao tamanho do negócio,
 Abrangência.

Saiba como organizar cada um dos relatórios:

Balanço patrimonial

O balanço patrimonial abarca os recursos próprios da entidade e o seu valor é


resultado do fluxo de caixa, assim sendo:

 O ativo compreende os bens, os direitos e as aplicações de recursos


assumidos pela empresa que podem gerar benefícios econômicos em
um futuro próximo,
 Na modalidade passivo, considera-se as origens que empreendem
recursos ou obrigações para com terceiros. Nesse caso, deve-se
recorrer aos ativos para a liquidação.

Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE)


Esse dado apresenta, de forma vertical e resumida, o resultado do conjunto
de operações realizadas pela entidade. Assim sendo:

 A receita bruta das vendas e serviços;


 Os abatimentos e os impostos;
 A receita líquida das vendas e serviços;
 O custo das mercadorias e serviços vendidos;
 Lucro bruto;
 Despesas gerais;
 O lucro ou prejuízo operacional;
 Demais receitas e despesas;
 Imposto de Renda e a provisão para o imposto;
 Participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, que não se caracterizem como despesa,
 Lucro ou prejuízo líquido.

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

A DLPA pode ser substituída pela demonstração das mutações do patrimônio


líquido porque é a parte do relatório responsável por demonstrar os lucros e
prejuízos a fim de tornar mais fácil o valor destinado ao pagamento de
impostos. Os dados devem se guiar por:

 Reversões de reservas do lucro;


 Lucro líquido;
 Prejuízo líquido;
 Transferência para reservas de lucros;
 Dividendos;
 Parcela do lucro ao capital,
 Dividendos antecipados.

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

A DMPL é um complemento às informações do balanço patrimonial, pois


proporciona uma visão de todas as ações que influenciam no aumento ou
diluição do patrimônio corporativo.

Outros relatórios, como o DLPA, também auxiliam na compilação desses


dados, uma vez que as diretrizes do DMPL se orientam a partir do capital
disponível, reserva de lucro e de reavaliação e, por fim, lucro e prejuízo
acumulado.

 Saldos existentes;
 Acréscimo de capital;
 Ações realizadas pela tesouraria;
 Compensações de prejuízos;
 Destino do lucro líquido;
 Distribuição de lucros;
 Reavaliação dos ativos;
 Redução de capital;
 Resultado líquido;
 Transferências e reversões de lucros e reservas,
 Saldos no final do exercício.

Análise das Demonstrações


Contábeis
O trabalho cotidiano do departamento financeiro de uma empresa não é algo
simples. Fazer a Análise das Demonstrações Contábeis, então, não é brincadeira.
Para chegar a um diagnóstico completo e que realmente demonstre a situação da
corporação, é essencial conhecer o passo a passo por trás desse processo.

É a partir da Análise das Demonstrações Contábeis que dados se tornam informação


e podem ser usados para embasar decisões de negócio muito importantes. A seguir,
você vai entender melhor quais são os objetivos dessa tarefa e também vai conhecer
um passo a passo de como fazer a Análise das Demonstrações Contábeis.

Quais são os objetivos da Análise das


Demonstrações Financeiras?
A administração financeira e a contabilidade são dois dos pilares para que um
negócio se mantenha saudável. E a Análise das Demonstrações Contábeis, também
chamada de Análise das Demonstrações Financeiras, tem como principal objetivo dar
um diagnóstico da real situação patrimonial, econômica e financeira da empresa
analisada. Ou seja, ela demonstra como anda a saúde da companhia analisada.

Para fazer a Análise das Demonstrações Financeiras são utilizados relatórios gerados
pela Contabilidade e outras informações que sejam consideradas necessárias para a
análise. Isso porque alguns aspectos podem não ficar claros apenas com os
relatórios da Contabilidade e se faz necessário que seja feito um estudo mais
aprofundado.

Além disso, para compreender bem o cenário, tanto da organização quanto do


mercado, é importante que haja mesmo a inclusão de outros estudos além das
demonstrações contábeis e financeiras. Índices relativos dos exercícios anteriores e
comparações com concorrentes de mesmo porte ou mesmo ramo, por exemplo, são
adições comuns e recomendadas.
Ao final, o produto apresentado é um relatório que reúne a análise da estrutura,
composição do patrimônio, um conjunto de índices e indicadores financeiros e a
conclusão do analista.

1. Quais as demonstrações financeiras que


devem ser analisadas?
O primeiro passo para fazer a Análise das Demonstrações Contábeis é a coleta de
dados. Nesse início, você deve reunir os seguintes documentos:

1. Três últimas demonstrações contábeis da instituição analisada:


1. Balanço Patrimonial (BP);
2. Notas Explicativas ao Balanço Patrimonial;
3. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
4. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
5. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
6. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
7. Demonstração do Valor Adicionado (DVA);
2. Relatórios de Administração;
3. Pareceres de Auditoria e do Conselho Fiscal;
4. Balanço Social;
5. Atas das assembleias e comunicados de fatos relevantes.

2. Conferência dos dados coletados


O segundo passo da Análise das Demonstrações Contábeis é conferir os dados que
foram coletados na etapa anterior. Para isso, verifique a estruturação e a adequação
com a legislação vigente. As bases para essa conferência devem ser:

 Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC);


 Lei nº 6.406-76 ou Lei das Sociedades por Ações;
 Regulamento do Imposto de Renda;
 Normas expedidas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores
Imobiliários;
 Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Nessa etapa, verifique também se as demonstrações analisadas

 Foram auditadas;
 Convergem para o padrão internacional do International Accounting
Standards Board (IASB);
 Cumprem requisitos mínimos de qualidade da informação;
 Têm observações do Conselho Fiscal;
 E se houve a ocorrência de fatos relevantes.

3. Preparação dos dados e reclassificação de


contas
Depois de coletar os dados e conferi-los, a terceira parte do processo de Análise das
Demonstrações Contábeis é a preparação dos dados. Primeiramente, após ter
observado se as informações coletadas estavam padronizadas e obedeciam às
regras, você precisará ajustar e reclassificar tudo o que não estava dentro do
esperado.

Nesta etapa, você precisará também fazer o ajuste do efeito da variação monetária.
E, por fim, é necessário também reclassificar as algumas contas do BP entre
Recursos e Origens. Dentre elas:

 Duplicatas Descontadas: deve ser reclassificada como Passivo Circulante;


 Despesas de Exercício Seguinte (AC) e Despesas de Exercícios Futuros
(ANC): devem ser reclassificadas como Patrimônio Líquido;
 Diferido: deve ser reclassificado como Patrimônio Líquido;
 Resultado de Exercícios Futuros: deve ser reclassificado como Passivo
Circulante ou Passivo Não Circulante no caso de haver possibilidade de
devolução e como Patrimônio Líquido quando não houver essa
possibilidade.

4. Processamento dos dados


Com as informações coletadas, conferidas e reclassificadas, tem início a análise em
si. Durante esta etapa, os dados serão processados e serão realizados os cálculos
dos indicadores e, a partir disso, será possível extrair os índices das demonstrações
contábeis ajustadas.

Algumas das principais técnicas de análise econômica-financeira que você pode


utilizar ao fazer a sua Análise das Demonstrações Contábeis são:

 Análise Vertical;
 Análise Horizontal;
 Análise por Quocientes;
 Análise da Taxa de Retorno sobre Investimentos;
 Análise de Estrutura de Capital;
 Análise dos Indicadores de Atividade;
 Análise Dupont;
 Análise pelo Modelo Dinâmico de Fleuriet;
 Análise da Liquidez;
 Análise do Endividamento e Estrutura;
 Análise de Rentabilidade e Lucratividade;
 Análise das Atividades Operacionais.

E a etapa de processamento dos dados pode ser dividida em:

 Análise Contábil: quando é feita a análise de relatórios e demonstrações


contábeis para colher informações relevantes. É subdividida entre análise
de estrutura, de evolução, por quocientes e por diferenças absolutas;
 Análise Financeira: feita através de indicadores para análise global a curto,
médio e longo prazo da velocidade do giro dos recursos;
 Análise da Alavancagem Financeira: mede o grau de utilização do capital
de terceiros e os efeitos disso na formação da taxa de retorno do capital
próprio;
 Análise Econômica: mede a lucratividade, rentabilidade do capital próprio,
lucro líquido por ação e retorno de investimentos operacionais.

5. Interpretação dos indicadores


Após realizar a análise dos dados e apuração dos indicadores, o próximo passo é
interpretar o comportamento deles no período analisado. O objetivo desta etapa é
entender o comportamento dos indicadores patrimoniais, financeiros e econômicos
durante o período analisado, identificando tendências e demais embasamentos para
o diagnóstico da corporação.

6. Diagnóstico da Análise das Demonstrações


Contábeis
O último passo da Análise das Demonstrações Contábeis é o diagnóstico. Nesse
momento, o analista responde a questionamentos e apresenta sua conclusão.
Algumas das questões que ele deve responder são:

 A situação financeira da empresa é normal ou anormal?


 A situação econômica da empresa é normal ou anormal?
 Quais são os pontos fortes e fracos econômicos e financeiros dessa
empresa?
 Há a possibilidade de insolvência dessa empresa?

Além disso, o analista deve também relacionar os resultados entre si. Ele pode
também compará-los com os indicadores de desempenho de outras empresas do
mesmo setor ou com índices-padrão. Esses processos podem levar a inferências e
insights relevantes para o relatório final.

O diagnóstico da Análise das Demonstrações Contábeis auxilia na tomada de


decisões importantes, como:

 Investir na empresa;
 Avaliar a capacidade de solvência da empresa;
 Avaliar o risco de conceder crédito à empresa;
 Detectar pontos fortes e fracos da empresa e de seus concorrentes;
 Comparar o desempenho da empresa analisada com o de concorrentes.

Como otimizar a Análise das Demonstrações


Contábeis
Como você pôde perceber, fazer a Análise das Demonstrações Contábeis é um
processo longo e complexo. Porém, existem maneiras de otimizar o tempo gasto
nessa tarefa e a nossa dica é integrar suas ferramentas de controle financeiro e
contábil com outras ferramentas.

Nós sabemos que quem trabalha com contabilidade de empresas usa uma grande


variedade de ferramentas baseadas na internet. Por isso, integrá-las pode ser uma
ótima ideia, pois pelo menos alguns processos poderão passar a ser automatizados e
isso ajuda deixar tudo mais organizado e libera o humano por trás da máquina para
se dedicar ao trabalho de análise.

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