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SUPERINTENDENTE
Sérgio Augusto Soares Mattos
CONSELHO EDITORIAL
Alexandre Américo Almassy Júnior
Celso Luiz Borges de Oliveira
Geovana da Paz Monteiro
Jeane Saskya Campos Tavares
Josival Santos Souza
Rubens da Cunha
Sérgio Augusto Soares Mattos (presidente)
Silvana Lúcia da Silva Lima
Wilson Rogério Penteado Júnior
SUPLENTES
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho
Robério Marcelo Ribeiro
Rosineide Pereira Mubarack Garcia
EDITORA FILIADA À
ANTONIO EDUARDO ALVES DE OLIVEIRA
PREFÁCIO
Ruthy Nadia Laniado............................................................................ 11
INTRODUÇÃO.................................................................................. 25
A MUNDIALIZAÇÃO, TERRITÓRIO E
REGIONALISMO.............................................................................. 33
O protagonismo do brasil....................................................................250
Do Mercosul ......................................................................................268
A criação do focem – Mercosul............................................................283
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................295
REFERÊNCIAS..................................................................................313
SOBRE O AUTOR.............................................................................343
PREFÁCIO
moderno desde os séculos XVII e XVIII – dos países e suas fronteiras, das
nações, dos povos e suas trajetórias históricas.
Esse movimento contínuo das mudanças ocorridas no continente
Europeu, nas últimas décadas, expandiu a UE – com 27 países quando da
elaboração do presente texto e, hoje, já com 28 –, e a pesquisa realizada
procurou esmiuçar esse fato em seus mais diversos aspectos. São traçadas,
passo a passo, as etapas históricas de formação e estruturação do bloco,
os termos das negociações contínuas, nas diferentes conjunturas do
pós-guerra, que permitiram acordos e cooperação de forma consistente
e persistente. O texto descreve e explica, de forma clara e articulada, a
construção das entidades e instituições que deram à UE seu presente
formato e sua capacidade de lidar com as questões que seus objetivos
iniciais e aqueles aggionados demandaram.
A dinâmica do bloco é central, e o livro de Antônio Eduardo Alves
de Oliveira, cuja obra original, uma tese de doutoramento, é de 2010, vem
para publicação após a decisão do Reino Unido de sair dessa associação
regional, por força do resultado de um plebiscito nacional em 2016, que
ficou conhecido como Brexit, além da confrontação de países como Hungria
e Polônia a respeito de exigências políticas do bloco sobre condições
de funcionamento das regras democráticas em cada país-membro.
Consequências ainda a conferir conforme o desenrolar dos acontecimentos.
São inúmeras as referências conceituais que conferem ao tema
deste livro uma fluidez explicativa. Elas enquadram com pertinência e
precisão o estudo da UE no campo das Relações Internacionais e da política
contemporânea sobre estado, nação, soberania e territórios. Apoiam
ainda as explicações para as soluções normativas, legais e institucionais
que têm permitido a essa organização uma unidade regional para existir
em âmbito internacional e ter peso na geopolítica de hoje.
A integração regional demandou a articulação, em diferentes níveis,
dos espaços territoriais infra-nacionais: comunitário, local, nacional e
regional. O objetivo de formar um mercado comum, que transcendesse
as demandas econômicas, foi determinante. A integração incorporou a
própria ideia de desenvolvimento integrado e compreensivo, incluindo
14 Antonio Eduardo Alves de Oliveira
8- A CEPAL foi instaurada em 1948 por decisão tomada pela da Assembleia das
Nações Unidas em 1947. Em 1949, Raul Prebisch escreveu O desenvolvimento
econômico da América Latina e alguns de seus principais problemas. (Prebisch,
1949).
76 Antonio Eduardo Alves de Oliveira
4-Existiram vários projetos de uma Europa Unida: desde sonhos dos conquistadores
como Napoleão até o desejo de literários, como Victor Hugo e Eramus de
Roterdam. BITSCH, 2001; BOSSUAT,1994.
100 Antonio Eduardo Alves de Oliveira
9- A Europa dos seis- era formada pela França, Alemanha, Países Baixos, Itália,
Luxemburgo e Bélgica.
10- Como afirmou Monnet (2007), “Não queremos unir países, mas unir pessoas”.
Blocos regionais e desenvolvimento:União Europeia e Mercado Comum do Sul 103
11- Uma assembléia das comunidades Europeias composta por 142 membros
indicados pelos parlamentos nacionais foi constituída nesta época, podendo
censurar a ação da comissão, mas não tinha uma atuação legislativa efetiva.( 15
de janeiro 2009.
Blocos regionais e desenvolvimento:União Europeia e Mercado Comum do Sul 107
espaço europeu para a ação publica não se realiza fora dos diversos
contextos sociais e econômicos, e mesmo a noção da opinião
publica Europeia pode dar conta da complexidade.
Dentro dos setores integrados, numerosas políticas
regulamentadas pelas esferas comunitárias estão em concordância
com os instrumentos estatais dos Estados-membros, colocando
a questão da articulação e atuação em conjunto do que se
convencionou chamar ação pública em múltiplos níveis. O processo
de interações entre as instituições de diferentes escalas envolve as
definições sobre as transferências institucionais de competências.
As dinâmicas associadas à integração Europeia são de caráter
ascendente (do Estado para a União) ou descendente, quando
agências (comissão, banco central europeu) podem atuar em
consonância com coletividades sub- nacionais (regionais ou locais).
Os fundos estruturais promoveram uma importante política
regional, estabelecendo conjuntamente com os fundos de coesão os
fundos de ajuste de crescimento que permitiram, durante um período
significativo, a ajuda da União a Estados menos desenvolvidos,
para reduzir as disparidades econômicas e sociais em parcerias
Europeias. A coesão regional é um dos motores da integração
Europeia, particularmente em relação à Europa do Sul, e tem tido
uma importância crucial nas novas ampliações. A luta contra o
desemprego e a reconversão industrial e a busca por mecanismos que
permitam a inovação e a competitividade das regiões Europeias têm
servido para diversificar as economias retardatárias; os programas de
iniciativa comunitária concentrando esforços em certas regiões e em
articulação com as autoridades locais têm servido para desenvolver
um compartilhamento de iniciativas.
No próximo capítulo vamos retornar à discussão sobre a
história e a significação da experiência Europeia de integração
regional, tomando como eixo as políticas de coesão regional
praticadas pela comunidade Europeia. A política de coesão dos
134 Antonio Eduardo Alves de Oliveira
2- Le Galés (1997) cita como exemplos dessa situação: a guerra civil na Irlanda,
as afirmações autonomistas na Espanha, a federalização da Bélgica e as ligas não
norte da Itália.
142 Antonio Eduardo Alves de Oliveira
Superfície
Administração Data de
País Estado Nacional media em
Infra-nacional criação
1.000 km2
Monarquia 3 comunidades 1970
Bélgica 10,16
constitucional 3 regiões 1980
República
Alemanha 16 länder 1949/1990 22,31
Federativa
22 regiões
República metropolitanas
França 1982 24, 72
Não federativa e 4 regiões
ultramarinas
Republica 20 regiões e
Itália não federativa 2 províncias 1948/1970 15,6
(regionalizada) autônomas
Monarquia
constitucional
17 comunidades
Espanha (com 1979/1983 29,69
autônomas
comunidades
autônomas)
Fonte: autor, com base em ENGEL e CHARPENTIER (1992)
foi alargado anos mais tarde. Além disso, a PAC alicerça as bases
para a construção das primeiras organizações comunitárias de
mercado e dos elementos das políticas públicas comunitárias.
Em 1962, as regras agrícolas das Organizações Comuns do
Mercado repousavam em uma política integrada e se referiam a:
a livre circulação de produtos agrícolas (superando os obstáculos
de tarifas e controle de fronteiras); harmonização progressiva
das regras veterinárias e sanitárias; instituição de mecanismos
de intervenção comum sobre os mercados a fim de assegurar a
estabilidade dos preços agrícolas em torno dos preços garantidos;
preferência comunitária em relação aos produtos que possam vir
do exterior; e um orçamento comunitário relativo as despesas para
sustentar os preços agrícolas.
Com a PAC foram realizados importantes ensaios de
exercício compartilhado de ação comunitária. Foram experiências
de interação multinível entre as instituições (locais, regionais,
nacionais e comunitárias). Isso significou um enquadramento dos
interesses nacionais em uma perspectiva mais global, embora no
processo de elaboração dos orçamentos, bem como na definição
dos mecanismos de intervenção, os representantes dos Estados-
membros buscassem fazer valer os seus próprios interesses.
Ademais, a criação de uma infraestrutura, especialmente com a
modernização dos meios de intercomunicação entre as diversas
localidades em perspectiva supranacional, permitiu uma política de
integração física.
Nos anos 1990, a PAC passou por uma importante
reformulação. O Reino Unido e os Países Baixos emitiram críticas
sobre a composição dos subsídios, a proporção destes em relação
ao orçamento europeu, e aos critérios utilizados para a concessão
de financiamento da produção agrícola. A reformulação enfrentou
os problemas que dizem respeito à insuficiência de recursos para
o financiamento de pesquisas e inovações tecnológicas. Outra
150 Antonio Eduardo Alves de Oliveira
OS FUNDOS ESTRUTURAIS
14- Para uma visão global das diferentes políticas comunitárias ver http://europa.
eu/legislation_summaries
15- DIREÇÃO-GERAL DA POLÍTICA REGIONAL. COMISSÃO Europeia.
Ao Serviço das Regiões. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das
Comunidades Europeias, 2004 Informações disponíveis em http://epp.eurostat.
ec.europa.eu/portal/page/portal/statistics/themes. Acessado em 20 de janeiro 2009..
172 Antonio Eduardo Alves de Oliveira
Antígua e Barbuda,
CARICOM Bahamas,Barbados,
Antes Comunidade Belize,República
CARIFTA e Mercado Dominica, Granada,
Tratado de
(Associação Comum do Guiana, Haiti,
Chaguaramas Georgetown
de Livre Caribe e atual Jamaica, Montserrat,
(Trinidad e Tobago) (Guiana), a
Comércio do Comunidade do Santa Lúcia, São
em 1973
Caribe), que Caribe Cristóvão e Névis,
existia desde São Vicente e
1965. Granadinas, Suriname,
Trinidad e Tobago
Bolívia, Colômbia,
Equador, Peru e
Comunidade 1969-Acordo de Venezuela(entrou em
Pacto andino Lima,
Andina de Cartagena 1973 e saiu em 2006)
–hoje CAN no Peru
Nações (Colombia), (Chile deixou o bloco
em 1976, e solicitou
retorno em 2006.
Mapa 5
MERCOSUL
O PROTAGONISMO DO BRASIL
Sustentabilidade econômica,
Eficiência e efetividade nos processos
social, ambiental e político-
econômicos e de proteção ambiental
institucional
Aumento do valor agregado Qualidade e produtividade dos bens e
da produção serviços
Uso de meios de tecnologias de
Tecnologia da Informação
comunicação
Realização de compatibilização de
Convergência Normativa
regras e normas nos países
Coordenação público- Realização de parcerias da iniciativa
privada privada e dos governos
Fonte: Autor a partir do site www.iirsa.org. Acessado em: 18 fev.2010.
Mapa 6
Total: 10.776,20
DO MERCOSUL
Tabela 16. MERCOSUL: PIB per capita por regiões e IDH por regiões– 2004
PIB per capita
País, Estado e Província. Valor IDH
(US$)
Maranhão, BR 856 0,636
Piauí, BR 901 0,656
Paraguai, todo o país 1.145 0,755
Tocantins, BR 1.177 0,710
Alagoas, BR 1.208 0,649
Paraíba, BR 1.298 0,661
Formosa, AR 1.620 0,747
Sgo. Del Estero, AR 1.639 0,757
Rio Grande do Norte, BR 1.673 0,705
Corrientes, AR 1.767 0,758
Pernambuco, BR 1.786 0,705
Chaco, AR 1.883 0,755
Salta, AR 1.944 0,765
Rondônia, BR 1.945 0,735
Bahia, BR 1.979 0,688
Uruguai, todo o país 3.851 0,840
Río Negro, AR 3.855 0,794
La Pampa, AR 4.145 0,793
Rio Grande do Sul, BR 4.151 0,814
São Paulo, BR 4.278 0,820
San Luis, AR 4.517 0,768
Rio de Janeiro, BR 4.562 0,807
Chubut, AR 4.695 0,816
Neuquén, AR 5.794 0,801
Distrito Federal, BR 5.944 0,844
Santa Cruz, AR 6.713 0,819
Tierra del Fuego, AR 9.183 0,8231
Ciudad de Bs. As., AR 12.950 0,836
Fonte: Ministério das Relações Exteriores (MRE), PNUD. In: Souza; Oliveira;
Gonçalves (2010)
Fonte: site Focem (MERCOSUL / CMC / DEC. N. 28/06). Acessado em: 20 fev. 2010.
1- A recente crise econômica teve um forte impacto em países da zona euro, com
uma alta divida pública (Irlanda, Espanha, Itália, Portugal e Grécia).
312 Antonio Eduardo Alves de Oliveira
HOBSBAWM, Eric. Breve Século XX. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
OLIVEIRA, F. Elegia para uma re(li)gião. São Paulo: Paz e Terra, 1977.
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1.União Europeia
2. América do sul
ISBN 978-85-5971-084-7