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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ISBN 978-85-68512-03-6
CDD 341.86388
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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
AUTORES
MOPBM 3 -002
Rio de Janeiro
2019
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REALIZAÇÃO
ESTADO-MAIOR GERAL
COORDENAÇÃO
TENENTE-CORONEL BM ALEXANDRE LEMOS CARNEIRO
MAJOR BM EULER LUCENA TAVARES LIMA
MAJOR BM FÁBIO LUIZ FIGUEIRA DE ABREU CONTREIRAS
CAPITÃO BM RAFAELA CONTI ANTUNES NUNES
CAPITÃO BM DIEGO SAPUCAIA COSTA DE OLIVEIRA
COLABORADORES
TENENTE-CORONEL BM RENAN ALVES DE OLIVEIRA
TENENTE-CORONEL BM RICARDO GOMES PAULA
TENENTE-CORONEL BM PAULO NUNES COSTA FILHO
TENENTE-CORONEL BM FELIPE DO VALLE PUELL
MAJOR BM JOSIANE DOS SANTOS DE MELO
REVISORES
TENENTE-CORONEL BM CLAUDIA NOGUEIRA FARIA
CAPITÃO BM PAULO TIAGO CASTRO DO NASCIMENTO
SUBTENENTE BM LEANDRO LESSA DE VASCONCELOS
PROJETO GRÁFICO
1º TENENTE BM DJALMA DE FIGUEIREDO JUNIOR
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SUMÁRIO
SUMÁRIO.................................................................................................................... 6
OBJETIVO................................................................................................................... 9
FINALIDADE ............................................................................................................. 10
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OBJETIVO
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FINALIDADE
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a. Normas e legislações
- NFPA 1670: technical search and rescue operations. First draft 2014.
Disponível em:
https://www.nfpa.org/Assets/files/AboutTheCodes/1670/1670_F2013_FDR.pdf
.
b. Bibliografia
- Extrication of the seriously injured road crash victim. Calland V. Emerg Med J
2005;22:817–821. doi: 10.1136/emj.2004.022616. Disponível em:
http://emj.bmj.com/content/22/11/817.full.
- Hallinan B. The EMT's and Paramedic's Role in Vehicle Extrication. JEMS Jun
8, 2015. Disponível em: http://www.jems.com/articles/print/volume-40/issue-
6/features/the-paramedic-s-role-in-vehicle-extrication.html.
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DEFINIÇÕES E CONCEITOS
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Extintor de incêndio
O risco de incêndio é inerente ao acidente veicular, devido principalmente a
possibilidade de derramamento de combustível, das baterias, cargas inflamáveis,
dentre outros. Além disso, o aparelho extintor de incêndio portátil faz parte do
quadro de equipamentos de toda viatura de bombeiro.
É primordial que um dos membros da equipe de salvamento, esteja sempre
guarnecido deste equipamento para execução da vistoria 360º. É mais indicado o
uso de extintores de PQS que sirvam para as classes A, B e C.
Cone de sinalização
Cone de material plástico como borracha e PVC, devendo conter sempre
faixas reflexivas para a sinalização noturna. Pode ser encontrado em várias cores e
tamanhos diferentes. É usado para sinalização de vias e isolamento de áreas, e
deve ser empregado conforme a especificidade de cada cenário, visando sempre à
segurança de todos os envolvidos.
Vassouras e pás
Um dos riscos comumente encontrados em ocorrências de acidente veicular
é a presença de vidro estilhaçado e outros detritos, tanto no chão como no interior
do veículo. A ameaça não está somente na possibilidade de um ferimento cortante,
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mas também no real perigo de queda. O simples ato de varrer esses resíduos, seja
para recolhimento com pá, ou para local ermo, elimina tal risco do cenário.
Importante ressaltar para o uso de máscara (PFF2) durante a varredura do resíduo.
Mantas absorventes
São peças de um tecido micro fibroso de polipropileno, específicas para
absorção de produtos derivados de petróleo. Pedem ser de tamanho e espessura
variáveis, conseguem normalmente absorver um grande volume por peça. São
hidro-repelentes e reutilizáveis após prensagem. Utilizadas para eliminar riscos
inerentes ao vazamento de fluidos dos veículos e de cargas, como incêndio, queda e
dano ambiental.
Proteções
Durante a atividade de salvamento veicular poderão acontecer situações de
insegurança tanto para a equipe de salvamento quanto para vítima, esses materiais
foram desenvolvidos para eliminar riscos, deixando a operações mais seguras. Os
mais comuns são:
a. Escudos rígidos ou maleáveis, normalmente em PVC ou acrílico,
transparente. Serve como um anteparo entre a ferramenta em uso e a vítima
ou outro socorrista que esteja próximo, podendo ser utilizado também para
proteção da quebra de vidros. Pode ser substituído, por exemplo, por uma
prancha rígida.
b. Proteções de Lona, podendo ser em tecido grosso ou material plástico,
são utilizadas para proteção de quinas vivas e arestas, como colunas
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Plataforma de Resgate
Equipamento desenvolvido para operações de salvamento visando
principalmente veículos pesados, pois a altura normal da cabine dos caminhões e
das carretas dificulta muito o trabalho das equipes, pondo em risco a segurança dos
técnicos. Possui um guarda corpo em um dos lados e o piso é antiderrapante. Os
tamanhos e capacidades vão variar conforme a marca e fabricante, mas em média
suportam acima de 400 kg, atingem alturas não menores que 80 cm, podendo
chegar a mais de 1,60 m. São produzidas em alumínio, pesando em torno de 45 Kg.
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Protetor de Airbag
É um equipamento de segurança utilizado para dar proteção à vítima e ao
socorrista em caso de acionamento acidental do Airbag. Possui dispositivo que o
prende ao volante do veículo, e age anulando a expansão do balão do Airbag.
Calços e cunhas
São materiais bem simples, utilizados para equalização de carga,
propiciando estabilidade ao veículo, fornecendo maior segurança à vítima, para o
acesso do militar socorrista e para o uso seguro de ferramentas na criação de
espaço.
Calços são blocos de estabilização maciços, produzidos geralmente em
madeira ou material plástico (normalmente polietileno), encontrados em formatos e
tamanhos bem variados, para atender a demanda do trabalho e adequação do
espaço existente. As cunhas são produzidas com o mesmo tipo de material,
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Estabilizador de Tração
São equipamentos produzidos em aço ou alumínio, formados por dois tubos
quadrados, correndo um por dentro do outro, proporcionando um sistema de
abertura telescópica, com travas que permitem utilização em alturas variadas.
Possuem uma base móvel quadrada para adaptação ao solo e cabeça serrilhada
para facilitar a fixação ao veículo. Possuem uma fita de carga com catraca e gancho,
que fixado ao veículo forma um triangulo que equaliza as forças e o estabiliza.
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Tirfor
Trabalha baseado no movimento do cabo de aço, que diferentemente das
talhas normais onde o cabo fica enrolado em uma catraca, é tracionado
continuamente em linha por conjuntos de mordentes que se regulam
automaticamente.
Dentro do corpo do tirfor, os conjuntos de mordentes deslocam-se de
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Almofadas Pneumáticas
Almofadas pneumáticas são equipamentos para elevação de cargas, e
podem ser utilizadas em acidentes veiculares, aeronáuticos, ferroviários e com larga
aplicação em estruturas colapsadas. Normalmente são constituídas por uma mistura
de múltiplas camadas de borrachas naturais e sintéticas, Aramida, podendo vir a ter
fios de aço internamente. São resistentes a abrasão, intempéries e a muitos
produtos químicos.
Existem três tipos de almofadas comercializadas para resgate, de baixa, de
média e de alta pressões. As de baixa e média serão para cargas mais leves, e as
de alta para cargas mais pesadas. Cada marca e modelo tem sua pressão de
trabalho, e cada modelo pode atingir certa altura, com grande variação de tamanhos
e formatos. Podem ser empilhadas para atingir alturas maiores, obedecendo aos
limites descritos por cada fabricante.
Podem ser abastecidas pelo cilindro de ar comprimido como os utilizados no
EPRA, ou de outra fonte capaz de atender a pressão necessária, como
compressores.
Cada conjunto normalmente é formado pelo reservatório de ar, por um
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Quebra Vidros
Também conhecido como WINDOW PUNCH TOOL, ferramenta com ponta
metálica, utilizada para quebra segura dos vidros de veículos. Pode possuir um
sistema de percussão que facilita o uso.
Halligan
Ferramenta versátil com múltiplas funções, criada por um bombeiro norte-
americano em 1948. Muito utilizada em arrombamentos, possui em uma
extremidade uma ponteira para perfurações e uma cunha que facilita a criação de
espaço em pequenas aberturas e frestas, e na outra uma garra tipo garfo, como a de
um pé de cabra.
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Figura 15. Tipos de Halligan e o uso para abrir espaço para emprego de Ferramenta Hidráulica
Fonte: CBMERJ
Serra Sabre
Este equipamento vem sendo cada vez mais utilizado no salvamento
veicular. Além de sua portabilidade, devido ao uso de baterias, a sua versatilidade
de aplicações permite cortes extensos, limpos e até em curva, podendo ser usada
não só em metais, como em vidros laminados, madeira, policarbonato e fibras
(usando lâminas específicas para cada material).
São largamente empregadas em cortes de tetos, para-brisas, colunas (sem
reforço), e com utilização de lâminas maiores, na técnica da terceira porta. Muitos
fabricantes já disponibilizam lâminas exclusivas para uso de resgate.
No CBMERJ, o equipamento mais presente é da marca Dewalt, que pesa
3,2 kg operando com bateria de 18 v, tem um comprimento de golpe de 25 mm e
consegue desferir até 2900 golpes por minuto.
Machadinha e variações
Machado de pequeno porte, que pode até ser incorporado ao material
transportado nos cintos dos socorristas, utilizado para arrombamento, pode servir
para corte de vidros laminados na falta de ferramenta específica. Para uso nas
operações de salvamento, tem-se acrescentado alguns implementos ao corpo da
machadinha, como cortadores de chapas e cunhas tipo garra ou garfo, tornando-a
uma ferramenta multiuso, recebendo inclusive outros nomes.
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Pé de cabra
É uma alavanca para arrombamento muito comum, que tem como
característica em uma das pontas possuir uma cunha em forma de um pé de cabra,
utilizado comumente para retirar pregos.
Glas Master
Ferramenta versátil de uso manual, para o manejo com vidros. Possui de um
lado uma ponta para fazer furos nos vidros laminados, que vão possibilitar o uso de
sua lâmina serrilhada, localizada na outra ponta da ferramenta, para o corte dos
vidros. Possui ainda embutido um quebra-vidros (ou Window punch) para quebra de
vidros temperados.
Cortador a disco
Também conhecido como moto rebolo e moto cortador, equipamento
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Cortador de Cinto
São cortadores próprios para o corte de cintos de segurança, que
normalmente possuem uma lâmina bem afiada protegida dentro de uma fresta onde
só passa o cinto, uma fita ou um tecido, muito comumente encontrado compondo
uma única ferramenta conjugada ao quebra vidros.
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Princípio de funcionamento
Um sistema hidráulico é formado por um conjunto de componentes físicos
associados, que utilizam um fluido como forma de transferência de energia,
possibilitando a transmissão e o manejo de força e movimento. São princípios
básicos da física: a pressão, que vai ser a relação da aplicação de força distribuída
sobre uma área, e o Princípio de Pascal o qual afirma que um aumento de pressão
exercido em qualquer ponto de um fluido será, inevitavelmente, transmitido para todo
o fluido.
Uma bomba irá disseminar energia em forma de pressão por mangueiras até
uma ferramenta que usará essa pressão para realizar um trabalho de força.
F=PxA
Composição Usual
a) Motobomba
É a unidade de força mais comum encontrada no CBMERJ, onde a bomba
hidráulica é acionada por um pequeno motor estacionário movido à gasolina. O
funcionamento do motor movimenta pequenos pistões na bomba que ficam imersos
em fluído hidráulico. Os pistões injetam fluido em pequenas tubulações no corpo da
bomba, onde válvulas vão controlar o fluxo e a pressão, compondo o sistema de
estágios. Usualmente as bombas tem dois a três estágios, dependendo do modelo e
fabricante. Cada estágio vai funcionar um uma determinada faixa de pressão, no
primeiro a prioridade é de uma maior vazão para que a ferramenta se movimente
com velocidade maior. Funciona entre 0 e 100 bar normalmente, e quando a
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Figura 27. Motobomba V50 e as posições das alavancas para a opção TURBO.
Fonte: Weber
b) Mangueiras e conectores
Dependendo do modelo do conjunto desencarcerador podemos ter:
- Mangueiras com conectores duplos: nesta configuração cada linha
funciona com duas mangueiras aparentes e dois conectores em cada ponta. Uma
mangueira tem-se a linha de pressão que leva o fluido da bomba até a ferramenta e
na outra a linha de retorno do fluido para o reservatório da bomba;
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c) Cortador
Ferramentas utilizadas exclusivamente para cortes. Possuem lâminas
curvas, que possibilitam tanto um corte circundante, quando as lâminas circundam
totalmente a peça, como cortes penetrantes, em peças mais largas em que se
necessário mais de um ciclo de corte. Alguns modelos possuem variações na
geometria da lâmina, podendo ser uma lâmina mista, com uma parte reta e a ponta
curva, ou lâmina inclinada onde uma das lâminas vai ter um ângulo de inclinação em
relação ao eixo da ferramenta diferente da outra.
Para obter mais eficácia na operação, o cortador tem sempre que possível
ser utilizado em um ângulo de 90º em relação à peça a ser cortada, sempre evitando
componentes mais duros ou que possam proporcionar riscos de projeção, como
parafusos, componentes de airbag, pré-tensionadores dos cintos de segurança e
pistões. Deve-se sempre posicionar os objetos a ser cortados o mais próximo do
eixo da ferramenta. Por segurança, o operador nunca deverá se posicionar entre o
veículo e a ferramenta durante o corte.
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d) Alargador
Ferramentas normalmente mais robustas, que podem exercer três funções:
a de alargamento que é a principal, onde exerce trabalhos de separação, como na
abertura de portas; a de compressão ou esmagamento, durante o ciclo de
fechamento, como o de amassar um paralama para abrir espaço e acessar as
dobradiças da porta; e o de tracionamento, utilizando acessórios e correntes, como
por exemplo, no tracionamento de uma barra de direção.
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e) Extensor
Conhecido também como cilindro de resgate, é uma ferramenta utilizada
quando da necessidade de afastamento com proporções e distâncias maiores, onde
normalmente não tem como se empregar um alargador. A expansão de um teto
afundado é um exemplo. Existem modelos de vários tamanhos e capacidades
diferentes, além de equipamentos com mais de um estágio, sendo que nesses, cada
estágio vai ter uma capacidade de carga.
Alguns modelos, também tem possibilidade de executar trabalhos de tração.
São também equipamentos, normatizados e certificados, porém esses valores de
desempenho são muito mais diretos, mesmo assim é importante o operador tê-los
em mão, pois são importantíssimos para a execução dos serviços.
Usando como exemplo o recém-adquirido pelo CBMERJ, TR 5350 LP, este
tem um curso de espaçamento total de 725 mm, com força máxima de expansão do
primeiro embolo de 22,1 toneladas e do segundo embolo de 10,3 toneladas.
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f) Mini cortador
Ferramenta desenvolvida para trabalhos em que há pouco espaço para uso
de um cortador normal, principalmente no interior de veículos, como no corte de um
pedal ou do encosto de cabeça. Tem tamanho e peso reduzidos, com notas de
desempenho menores que um cortador normal, sendo assim, o operador deve estar
a par das capacidades para que não ocorram acidentes, como a quebra de lâminas.
Como exemplo o mini cortador recém adquirido pelo CBMERJ, o CU 4007 C
da Holmatro, que segundo a norma EN 13204 tem capacidade para contar barras
redondas de até 20 mm de diâmetro.
g) Ferramenta combinada
Esse equipamento agrega as funções de cortador e alargador em uma só
ferramenta. Diferentemente dos cortadores, o desenho de suas lâminas é reto,
exatamente para possibilitar a existências das ponteiras para a função de alargador.
Ao mesmo tempo em que é uma ferramenta versátil, a sua múltipla função impede
que ela tenha o mesmo desempenho e capacidade das outras de função específica.
Deve-se ter os mesmos cuidados de uso recomendados para os cortadores e
alargadores, e como executa ambas as funções, também terá ambas as
classificações para capacidade de corte e desempenho de força.
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Manutenção e Cuidados
A maioria absoluta dos casos de pane em uma motobomba é devida a
algum defeito no motor. Um estudo feito na oficina do Centro de Suprimento e
Manutenção de Material Operacional do CBMERJ, relativo às manutenções
realizadas no ano de 2014, mostrou que 41% dos equipamentos manutenidos
naquele ano, apresentavam panes relativas à falta de manutenção de 1º escalão
(manutenção que pode ser feita pelo operador, sem necessidade de conhecimento
aprofundado e ferramentas específicas, com ações previstas no manual de operação
do equipamento). Isso demostra que cuidados básicos com o motor, diminuem muito
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b) Principais cuidados
Óleo lubrificante do motor – a grande maioria dos motores estacionários dos
conjuntos desencarceradores existentes no CBMERJ, utiliza lubrificante SAE 10W
30 ou 10W 40 (não deixar de verificar o manual do fabricante).
- A troca total deve ser feita a cada seis meses ou 100 horas de
uso;
- O nível deve ser verificado diariamente, se o estiver baixo
completar, se estiver contaminado com gasolina realizar a troca, e verificar
as condições do carburador;
- Sempre realize a troca do óleo pelo bujão de drenagem;
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fluidos minerais com viscosidade ISO 10, 22 e 32. Equipamentos que utilizam baixa
pressão (~350 bar), utilizam fluidos hidráulicos sintéticos, mas não encontramos
esses modelos na Corporação.
g) Mangueiras
Diariamente deve-se conferir a capa termoplástica das mangueiras
verificando a existência de alguma abrasão ou queimadura. Durante o uso deverão
ser evitadas dobras.
Mantidas em boas condições, tem durabilidade de 08 a 10 anos
(dependendo do fabricante), devendo aí ser trocadas independente da aparência.
Os conectores de engate rápido são as peças mais sensíveis nas
mangueiras, devendo o operador manter sempre as proteções enquanto o
equipamento não estiver em uso, prevenindo assim quanto a quedas e a entrada de
impurezas.
h) Ferramentas Hidráulicas
- Verificar diariamente se existe algum tipo de vazamento no corpo, nos
acionadores ou nos conectores;
- Verificar diariamente a existência de trincas, rachaduras ou lascas nos
braços, nas lâminas ou êmbolos, e se as alças para transporte estão firmes;
- Verificar diariamente a amplitude e a velocidade de abertura e
fechamento de todas as ferramentas;
- Nos cortadores, verificar existência de empenos, assim como se
distância entre lâminas está calibrada conforme recomendação do
fabricante. Com o uso é comum essa distância aumentar, dificultando o
trabalho de corte, e pondo as lâminas em risco de quebra. Neste caso,
equipamento deve ser levado imediatamente ao serviço de manutenção para
o ajuste seja feito.
equipe de salvamento, que vão muito além do risco mecânico. Pode ocorrer a
presença de Produtos perigosos, necessidade do uso de proteção respiratória e
risco de incêndio, todos eles levam a necessidade do uso de um EPI mais completo
possível.
Capacete
É de extrema importância que o capacete atenda as normas internacionais
para capacetes de resgate, garantindo proteção da cabeça contra impactos e
eventuais perfurações, contando com visor para proteção da face e possibilitando o
seu uso em conjunto com o EPRA e com o sistema de comunicação.
Deve oferecer boa proteção mecânica, ser de fácil emprego e ajuste, não
pode oferecer dificuldade para o uso simultâneo com equipamento de proteção
respiratória.
Os técnicos e o encarregado logístico devem utilizar preferencialmente
capacetes dotados de viseira facial completa (full face), visto que para estes
profissionais, o risco de projeção de partes do veículo contra a face durante a
operação de ferramentas (FEA) é maior. Vide POP CBMERJ/EMG/APH 05, 2018:
Extricação veicular, item 9.1.1.
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Óculos de Proteção
A proteção dos olhos é fundamental, e este equipamento deve obedecer às
normas vigentes contra impacto e perfuração. A tendência atualmente, nos Corpos
de Bombeiros do mundo é que a proteção facial para operadores de equipamentos
seja completa, com uso de viseiras acopladas aos capacetes.
Luvas
As luvas devem oferecer as mãos proteção térmica contra o calor, proteção
mecânica contra a perfuração e cortes, além de ter baixa permeabilidade, isso tudo
sem comprometer a agilidade e maneabilidade do membro da equipe de resgate.
No que tange a luvas e roupa, salientamos que lesão funcional da pele
(alteração da hidratação da alfa-queratina) se inicia já aos 40˚C, tornando-se
irreversível a partir dos 75 a 100˚C, em poucos segundos, o que se manifesta por
queimadura de 2˚ a 3˚ grau. Consultar POP CBMERJ/EMG/APH 05, 2018:
Extricação veicular, itens 9.3.2 e 9.3.4. Importante ressaltar também que se deve
utilizar luvas de procedimento por debaixo das luvas técnicas durante as operações.
Roupa de Proteção
A roupa de proteção deve ser o mais leve possível, possuir boa proteção
contra abrasão, corte e resistir a chamas. O CBMERJ padronizou até o momento, o
uso do conjunto de aproximação a incêndios (calça e jaqueta) para o salvamento
veicular. A utilização da capa de aproximação a incêndios está progressivamente
sendo reduzida, pela aquisição de conjuntos (calça e jaqueta) que fornecem
proteção mais completa e satisfatória do que as antigas capas. A roupa possui
certificações internacionais, sendo a mais comum a EN 469 (nível 2) ou, em alguns
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casos, a NFPA 1971. O mercado oferece roupas ainda mais indicadas (leves e
ergonômicas), baseadas na NFPA 1951 e na EN 469 (nível 1), porém ainda não
exploradas no Brasil.
Botas
Os calçados para as atividades de salvamento veicular precisam oferecer
proteção contra perfurações e impactos na biqueira, no calcanhar e na palmilha,
além de ter boa resistência à penetração de substâncias líquidas. O uso mais
indicado é de coturnos que possuam biqueiras, na ausência deles, uso de botas
para incêndio.
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2.1.1 Estrutura
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função servir de estrutura para todo o veículo, sendo o suporte onde elementos
como: motor, suspensão e até mesmo a carroceria são fixados.
É um modelo que prioriza a resistência em detrimento da segurança, uma
vez que em uma colisão há pouca deformação estrutural, contudo há pouca
dissipação de energia.
O chassi era o modelo mais empregado nas construções veiculares, porém
hoje os veículos de passeio quase que totalmente não são mais construídos nesse
modelo, restando apenas os veículos pesados e alguns modelos de “SUV”.
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2.2 Vidros
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2.3 Baterias
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Cinto de segurança
Um dos itens mais conhecidos e empregados pela população de modo geral,
possui grande importância quando usado corretamente, pois reduz o efeito da
desaceleração sobre os ocupantes do veículo.
Apoio cervical
O apoio de cervical possui grande importância evitando o efeito chicote,
atuando como um apoio para a cabeça, desde que corretamente ajustado (altura e
inclinação).
Airbag
O sistema é acionado por um módulo de controle eletrônico, ao ocorrer o
impacto, os sensores realizam uma leitura de quais airbags devem ser acionados,
acionando-os em frações de segundos.
Os resgatistas devem ficar atentos a possíveis falhas de acionamento
(parciais, tardios ou outras possíveis falhas no processo), dessa forma é necessário
que o resgatista fique atento à distância de segurança, realize a exposição dos
materiais plásticos, não cortando próximo aos cilindros e as bolsas do airbag.
Veículos modernos possuem grandes quantidades de airbags em seu
interior, alguns modelos chegam a ter 20 (vinte) unidades em pontos estratégicos.
É importante ressaltar que a presença do airbag não substitui o uso do cinto
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Pré-tensionadores
Tem como missão aumentar a eficiência dos cintos de segurança. Acionado
quando há uma desaceleração abrupta, desloca o cinto de segurança para mais
próximo do usuário (eliminando a folga do cinto), diminuindo assim a distância,
aumentando assim a eficiência.
O pré tensionador atua em conjunto com os airbags (o tempo de
acionamento do pré-tensionador é inferior ao do airbag), normalmente é localizado
na coluna B (parte inferior ou superior) ou no engate do cinto de segurança.
São dispositivos que são acionados apenas uma vez e geralmente ativados
por molas ou por carga explosiva.
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um risco elevado de graves lesões aos seus ocupantes. Para mitigar e/ou evitar
esse risco o sistema ROPS é empregado. Normalmente são instalados atrás dos
bancos traseiros ou próximos aos encostos de cabeça e são acionados em
capotamentos evitando maiores danos. O risco é mitigado desligando a bateria de
12v e trabalhando sempre afastado da área de projeção.
Veículos Híbridos/Elétricos
Veiculos híbridos são aqueles que possuem, geralmente, um motor movido a
combustão interna e um motor elétrico com baterias que podem possui células de
Ni-MH (hidreto metálico de níquel) ou Li-ion (íons de lítio), reduzindo o consumo e
emissões.
Por outro lado os veículos elétricos (EV) não possuem motor movido a
combustão interna, possuindo somente as baterias de Ni-MH ou Li-ion.
O veículo elétrico/híbrido em sua grande maioria possui 02 (duas) baterias.
Uma de 12v, já conhecida pelos veículos tradicionais, e uma outra conhecida como
bateria HV (High voltage), que pode possuir em torno de 100v a 600v, dependendo
do modelo de veículo. Por procedimento padrão, assim como já se procede nos
veículos tradicionais, deve-se desconectar o cabo negativo da bateria de 12v
primariamente.
Nesses veículos existem cabos que são de cor laranja e geralmente estão
em locais de acesso difícil. Esses cabos nunca devem ser cortados ou tocados.
Esses veículos mesmo com os motores ligados aparentam estar desligados, o que
trás grande risco à guarnição.
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GNV
O gás natural veicular é um combustível alternativo, composto de metano
(cerca de 75%), etano (cerca de 5%) e outros gases (20%).
O GNV é armazenado e transportado em cilindros produzidos em aço e sem
costura. A pressão de trabalho é de aproximadamente 200 BAR, contudo sendo a
pressão de ruptura 455 BAR.
O GNV apresenta bons rendimentos rendendo quase um terço a mais que a
gasolina e metade a mais que o álcool, outro fator que influencia o uso do GNV é o
custo, sendo mais barato que a gasolina e o álcool cada vez é mais comum observar
veículos movidos a GNV, em relação ao meio ambiente, os poluentes emitidos pelo
escapamento dos veículos são em média 80% a menos que outros combustíveis de
origem fóssil.
Após o Decreto nº 1.787, de 12 de janeiro de 1996, que autorizou o uso do
GNV, vale ressaltar que para instalar, ajustar, retirar e operar o GNV, a empresa
deve ter autorização dos órgãos responsáveis.
As instalações, bem como os cilindros e outros componentes devem ser
submetidos a inspeções homologadas pelo DETRAN (Departamento de Trânsito).
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3 CINEMÁTICA DO TRAUMA
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que compõe a estrutura física dos veículos. Por essas razões se faz tão necessário
o entendimento dos profissionais que atuam nesse tipo de salvamento.
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Por fim podemos ainda considerar que objetos soltos dentro do veículo
também podem ser os causadores de lesões. Assim entendemos que a avaliação
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Colisão Frontal
Normalmente são muito graves. As forças são aumentadas quando dois
veículos se chocam frontalmente a transmissão de energia é mais potencializada
devido às velocidades aplicadas por cada veículo. Podendo ter também ejeção de
ocupantes dos veículos.
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Colisão traseira
Esse mecanismo ocorre normalmente quando um veículo parado ou em
baixa velocidade é atingido por outro veículo em velocidade superior. A ação dessa
colisão irá projetar os ocupantes do veículo a frente e em seguida retornarão a
posição inicial. Se estiverem sem cinto de segurança e dependendo da velocidade
que fora atingido o veículo os ocupantes poderão sofrer lesões pelo impacto com as
estruturas internas do veículo, como para-brisas, painel, volante e os bancos no
caso de passageiros no banco de trás do veículo.
Outra condição importante nesse tipo de colisão é o posicionamento
adequado do encosto de cabeça, se não estiver devidamente ajustado para altura
dos ocupantes do veículo, estes poderão sofrer o efeito “chicote”, ou seja, uma
flexão de pescoço seguida de uma hiperflexão. Esse efeito pode gerar importantes
danos nas estruturas do pescoço e coluna cervical. Vale ressaltar que colisões
traseiras com velocidades mais baixas podem desenvolver importantes lesões
cervicais.
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Capotamento
É mais difícil prever lesões sugestivas pelo mecanismo do trauma em razão
da vitima sofrer diversos impactos contra as estruturas do veículo que sofre um
capotamento. Elas podem apresentar diversas lesões das citadas anteriormente.
São eventos que devem ser considerados graves pela potencialidade de causar
diversos agravos aos ocupantes do veículo. A observação dos indícios de
capotamento deve fazer parte da avaliação inicial do cenário por parte dos
socorristas. Da mesma forma a preocupação com a possibilidade de haverem
vitimas que tenham sido ejetadas durante o capotamento. Se houverem, estas
devem ser consideradas graves devido ao importante mecanismo de lesão. O uso
do cinto de segurança é fator importante aqui, pois pode evitar a ejeção assim como
minimizar as lesões diminuindo impactos da vitima contra as estruturas do veículo.
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Cintos de segurança
São dispositivos que têm por finalidade impedir que os ocupantes em
eventos de colisão sejam arremessados contra as estruturas do veículo diminuindo a
gravidade das lesões assim como impedindo que sejam projetados para fora do
veículo.
O uso correto do cinto é fundamental para que o dispositivo seja eficaz na
sua função de segurança. Embora sendo hoje menos comum, podemos ainda
encontrar veículos com esse dispositivo. O cinto de dois pontos ou cinto abdominal
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deve ser colocado de forma que cruze a região pélvica ficando sobre as cristas
ilíacas e não sobre o abdome. Tal condição em uma situação de colisão pode
causar lesões nos órgãos e estruturas abdominais devido à força de compressão
que ocorre nessa região provocando na vítima o efeito “canivete”. Isso ocorre
quando o tronco é projetado à frente. O cinto de dois pontos não impede que o
ocupante do veículo sofra impactos com as estruturas internas do veículo.
O uso do cinto de três pontos é mais indicado tanto nos bancos dianteiros
quanto nos bancos traseiros, pois mantém os ocupantes mais fixados nos assentos
quando em resposta a movimentação gerada pela colisão. Contudo deve ser
atenção a colocação correta do cinto para que este não seja um causador de lesão.
O uso do cinto de segurança não elimina totalmente os riscos de lesão, mas
certamente minimiza bastante o potencial de lesões mais graves.
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Airbags
Dispositivo projetado para inflar a partir de estruturas do veículo (volante,
painel, partes laterais e outros) a fim de proteger os ocupantes do veículo em caso
de colisão e brusca desaceleração evitando que se choquem com as estruturas
internas do veículo, principalmente cabeça e tórax contra para-brisa e painel. Esse
dispositivo depois de deflagrado esvazia com rapidez, sendo assim não é capaz de
proteger os ocupantes do veiculo se houver um segundo impacto na sequência,
como no exemplo de um catamento.
Outro aspecto de segurança para os socorristas é considerar que os Airbags
podem não ter sido acionados por alguma razão durante o evento, tendo o risco de
deflagrar durante o resgate. Cabe aos socorristas atentarem para a identificação de
Airbags não deflagrados e adotarem medidas de segurança (aplicar protetores de
Airbags, distância segura dos dispositivos) para trabalharem dentro do veículo.
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Avaliação 360˚
No salvamento veicular, emprega-se o jargão “avaliação 360°” (World
Rescue Organization), que cumpre o objetivo de busca visual das ameaças e riscos
em todas as direções.
Do ponto de vista prático, recomenda-se a técnica dos “dois círculos”, pela
qual o Comandante de Operações, o militar encarregado logístico e o socorrista líder
circundam a cena num sentido, enquanto os demais a circundam em sentido oposto,
seguindo um círculo externo ao primeiro, no intuito de identificar todos os riscos que
necessitem mitigação imediata ou urgente, antes do acesso direto ao veículo.
O socorrista líder, em particular, deve terminar a avaliação 360˚ diante da
vítima mais acessível e ao travar com ela contato visual, orienta-lhe a fixar sua
mirada neste profissional (o socorrista), bem como lhe transmite informações de
ordem geral sobre tudo que há de se passar em seguida – ruídos, movimentação da
equipe e etc.
Sem tocar ou atuar diretamente sobre a estrutura veicular, o militar buscará
as principais ameaças (riscos):
- Trânsito de veículos;
- Vazamento de combustíveis e/ou fluidos (lembre-se que também são
produtos perigosos, em geral classe 2 ou 3);
- Risco elétrico (rede elétrica/baterias);
- Instabilidade dos veículos e/ou outros elementos presentes (árvores,
postes, etc.);
- Produtos perigosos (ver adiante);
- Incêndio;
- Sistemas de segurança/elementos do veículo (airbags, vidros,
elementos cortantes);
- Presença de outros riscos (deslizamentos, enchentes, animais,
violência urbana).
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Segurança na cena
Qualquer ação mitigatória o de desencarceramento, precisa ser comunicada
ao comandante em voz alta, para que todos ouçam e se preparem. O comandante
deve emitir de forma clara e alta sua aprovação ou desaprovação. Este método de
comunicação é denominado “alça fechada” e constitui-se a fundação da segurança
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das mesmas.
Figura 75. Zonas de trabalho. O perímetro interno (P.I.) delimita a zona quente. O perímetro
externo (P.E.) exclui a zona fria. A área de tratamento das vítimas deve ficar no perímetro
externo e as viaturas de socorro na zona fria. Ferramentas (FEAs) que não estejam
empregadas devem ser retornadas ao palco, não permanecer na área de circulação da zona
morna. Tanto a delimitação das zonas de trabalho, quanto à gestão de segurança da cena são
responsabilidade do comandante
Fonte: Modificado de ENB – Sintra - 2005
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e elétricos, em geral.
Lembre-se também de remover a chave eletrônica para além de 5 metros de
distância do veículo, de modo a prevenir arranque acidental.
b) Mecanismo Pré-tensionador
Dispositivos de acionamento pirotécnico por sensores de colisão, com o
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Incêndio em veículos
Durante a avaliação 360°, considerar que todos os veículos envolvidos no
acidente possuem GNV. Caso haja vítimas encarceradas, a prioridade é a retirada
de emergência (extração de emergência) das vítimas.
Um ponto importante nesse tipo de ocorrência é a estabilização do veículo
para evitar a sua movimentação (ao realizar esse procedimento o resgatista deve
estar completamente equipado com EPI para incêndio urbano e com a proteção de
uma linha de mangueiras)
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5 A ESTABILIZAÇÃO DO VEÍCULO
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(largura);
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a) Estabilização manual
Os membros da guarnição utilizam as mãos para reduzir a movimentação do
veículo. Deverá ser aplicada quando existir a necessidade de realizar um acesso
rápido ao veículo para realizar uma intervenção de salvamento. Para um veículo
sobre a lateral, este procedimento pode ser realizado “suportando” o veículo em
cada canto, de modo a impedir qualquer movimentação desnecessária.
b) Utilização de blocos e cunhas
Para um veículo sobre a lateral, as cunhas e os blocos devem ser
colocados, de forma cuidadosa, sob os pilares A, B e C (no lado inferior do veículo).
Poderá também ser necessário utilizar cunhas em outras áreas, tais como ao longo
da soleira inferior por baixo do veículo.
c) Utilização de equipamento suplementar
Na eventualidade de um veículo ficar lateralizado, recomenda-se a utilização
de um equipamento adicional, tal como escoras de estabilização de veículos. Este
tipo de equipamento aumenta a superfície de apoio do veículo, aumentando assim a
segurança da operação e, consequentemente, a estabilidade.
d) Quando verificar novamente a estabilidade
- Quando é removido peso do veículo (remoção de vidros ou portas);
- Quando é adicionado peso (pessoal ou equipamento no interior do
veículo);
- Quando estão envolvidos veículos de grandes dimensões que possam
transportar uma carga, a estabilidade será mais crucial e deverá ser considerada a
nomeação de uma pessoa para monitorar a estabilidade durante todo o resgate (se
os recursos permitirem).
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Equipamentos adicionais
Poderão ser utilizados quando é necessário efetuar uma estabilidade
complexa. Podemos incluir:
- Blocos e cunhas adicionais / armação em madeira;
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b) Laminados
Esse tipo de pára-brisa é construído por duas ou mais placas de vidro,
ligadas por uma ou mais camadas de um filme de polivinil butiral (PVB), impedindo a
projeção de estilhaços quando quebrado. Normalmente é encontrado no pára-brisa,
sendo necessário em geral cortá-lo ou retirá-lo por inteiro, nas ações de salvamento
veicular.
c) Blindados
Com a escalada da violência, a utilização de vidros blindados cresceu
vertiginosamente. Esses vidros são formados por camadas intercaladas de vidros e
películas plásticas. A quantidade de camadas, a espessura e os componentes dos
materiais pode variar conforme o calibre do projétil que ele deverá suportar. As
lâminas de vidros normalmente possuem entre 4 a 8 mm de espessura possuindo
películas de polivinilbutiral (PVB), poliuretano (PU) e policarbonato (PC).
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d) Policarbonato
Não é um vidro, mas sim um plástico. Em relação aos vidros, é em geral
50% mais leve e mais resistente, porém absorve menos energia e dificulta o acesso
ao veículo pois não quebra ou rompe com facilidade e sim deforma. É comum de
encontrá-lo nas laterais e na traseira de veículos esportivos, que necessitam de
desempenho.
Remoção de vidros
No Brasil, os vidros eram encaixados nas guarnições dos veículos, até
meados da década de 90. Por isso, é possível que o bombeiro militar se depare
ainda com veículos com pára-brisas encaixados, por exemplo. Dessa forma será
mais rápido e lógico, retirá-lo por inteiro do que cortá-lo, retirando a borracha que
envolve o mesmo utilizando-se de chaves de fenda anguladas, por exemplo.
Quebra de vidros
Como consequência do processo de fabricação do vidro temperado, em
geral quando ele é quebrado, é libertada uma grande energia. Seguem
recomendações para a quebra dos mesmos:
- Providencie uma lona, para que fique logo abaixo do vidro desejado;
Após a quebra retire a lona junto os estilhaços do local;
- A vítima e os socorristas que estiverem dentro do veículo, de
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Corte de vidros
Os pára-brisas de veículos fabricados a partir de meados da década de 90 já
são montados de forma que são colados junto à moldura da janela frontal do veículo.
Sua retirada se faz através do corte, o qual gera sílica (poeira de vidro) exigindo que
os bombeiros estejam protegidos com máscara PFF2, seguindo a sequência abaixo:
a) Uso da serra-sabre:
- Estar com todo o EPI necessário (máscara PFF2, luvas técnicas,
óculos de segurança, capacete com viseira abaixada e roupa de proteção a
incêndios/salvamento).
- Vítimas e socorristas devem estar protegidos por proteção maleável;
- Realizar um orifício de acesso, na parte superior do párabrisa, com a
ponta de uma machadinha/halligan;
- Posicionar a lâmina da serra-sabre no orifício e realizar o corte até a
metade mais próxima do técnico que opera o equipamento;
- Realiza-se uma pausa na utilização da serra-sabre e outro técnico do
outro lado do veículo assume o equipamento e continua o corte já iniciado.
- Ao final do processo, retire o vidro com segurança e coloque na área
de descarte.
- Proteger as quinas vivas e extremidades que possam causar danos
aos socorristas.
- O corte pode ser efetuado por um único bombeiro, na ausência de
outro técnico, realizando o corte sobre o caput do veículo.
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b) Uso da machadinha/halligan
- Estar com todo o EPI necessário (máscara PFF2, luvas técnicas,
óculos de segurança, capacete com viseira abaixada e roupa de proteção a
incêndios/salvamento).
- Vítimas e socorristas devem estar protegidos por proteção maleável;
- Realizar um orifício de acesso, na parte superior do párabrisa, com a
ponta de uma machadinha/halligan;
- Posicionar a machadinha/halligan no orifício e realizar o corte
(utilizando a lâmina) até a metade mais próxima do técnico que opera o
equipamento;
- Realiza-se uma pausa na utilização da machadinha/halligan e outro
técnico do outro lado do veículo assume o equipamento e continua o corte já
iniciado.
- Ao final do processo, retire o vidro com segurança e coloque na área
de descarte.
- Proteger as quinas vivas e extremidades que possam causar danos
aos socorristas.
- O corte pode ser efetuado por um único bombeiro, na ausência de
outro técnico, realizando o corte sobre o caput do veículo.
pela parte traseira da porta (fechadura). Após, realizar um giro para cima e
para baixo de forma que provoque um amassado junto à porta;
- Apoio do alargador junto ao teto e à porta: O acionamento do alargador
propiciará uma fenda próxima da fechadura, nos casos de veículos sobre
rodas ou lateralizados.
- Comprimir a fechadura e realizar “pinçamento” na lateral da porta:
Inicialmente deve-se colocar o alargador de modo perpendicular a linha
horizontal da porta, inserindo ele de modo que a ponta do alargador fique no
centro da fechadura, realizando a ação de comprimir a porta, até que um
espaço entre a moldura da porta e a estrutura do próprio veículo. Logo
depois, realiza-se um pinçamento da lateral da porta, girando para fora, de
modo que o espaço aumente.
- Acesso à dobradiças após amassar o pára-lama: Posiciona-se o
alargador aberto sobre o pára-lama e inicia-se a compressão do mesmo
para realizar abertura de acesso junto às dobradiças.
Fechadura
A abertura pela fechadura exige uma atenção em especial quanto ao
desfolhamento da porta, nas situações em que o apoio para o alargador não foi
suficiente, sobrecarregando a extremidade da porta e não a estrutura veicular como
um todo. Para a abertura é necessário que:
- Os vidros devem ter sido gerenciados;
- Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção
rígida;
- Obter um ponto para apoiar a ferramenta;
- Acionar no movimento de abertura, buscando visualização da
fechadura, reposicionando sempre que necessário, buscando o desencaixe
do pino nader;
- Caso seja suficiente rebater a porta, deverá então apenas cortar o
limitador de porta e imprimir uma força tratora (com 2 técnicos) no sentido da
dianteira do veículo, ancorando a mesma ao final do movimento;
- Caso deseje retirar a porta, pode-se retornar ou não a mesma na
posição original e atacar as duas dobradiças, primeiro a superior, depois a
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inferior, sendo obrigatório que algum técnico possa estar suportando o peso
da mesma para que não caia deliberadamente;
- Retirar a porta e levar para a área de descarte;
- Proteger riscos aparentes.
Dobradiças
A probabilidade do desfolhamento é menor, porém a exposição da dobradiça
também é reduzida. Seguem os procedimentos:
- Os vidros devem ter sido gerenciados;
- Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção
rígida;
- Obter um ponto de apoio para a ferramenta;
- Busque utilizar o alargador entre o pára-lama e a porta, atacando
inicialmente acima da dobradiça superior e logo após, acima da dobradiça
inferior.
- Se a porta não abrir manualmente, será necessária a utilização da
ferramenta para separação da fechadura do pino nader.
- Retirar a porta e levar para a área de descarte;
- Proteger riscos aparentes.
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Rebatimento
Existem diversas maneiras de realizar um rebatimento de teto. Deve-se levar
em conta a posição na qual o veículo se encontra e a localização das vítimas no
interior do mesmo. O rebatimento propicia maior iluminação dentro do veículo e
grande espaço para trabalho por parte dos socorristas.
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Retirada de teto
Indicada nas situações que existem diversas vítimas nos bancos dianteiros e
traseiros do veículo, sendo o espaço criado crucial para o atendimento lógico e
rápido. Seguem as ações:
- Os vidros devem ter sido gerenciados (pode-se cortar apenas a parte
superior do pára-brisa, para ações mais rápidas);
- Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção
rígida;
- Realizar os cortes na seguinte sequência:
a) Coluna “A” do lado oposto da vítima;
b) Coluna “B” do lado oposto da vítima;
c) Coluna “C” do lado oposto da vítima e assim até a última coluna
existente;
d) Coluna “C” do lado da vítima, ou iniciando pela última coluna
existente;
e) Coluna “B” do lado da vítima, nesse momento é necessário
algum bombeiro militar estar apoiando o teto para que o mesmo não
caia sobre as vítimas;
f) Coluna “A” do lado da vítima;
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Ostra traseira
Técnica utilizada nas situações onde exista um veículo capotado,
possibilitando a saída da vítima pela traseira do veículo. Seguem as ações:
- Com o veículo corretamente estabilizado, evitar calços, blocos e
cunhas entre o teto do veículo e o solo;
- Os vidros devem ter sido gerenciados;
- Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção
rígida;
- Realizar a abertura ou a retirada da tampa do porta-malas;
- Posicionar dois extensores nas laterais traseiras do veículo (lado direito
e lado esquerdo) próximo da última coluna traseira. Pode ser realizado
apenas com um extensor, desde que colocado no centro da traseira do
veículo, porém pode atrapalhar a rota de extração da vítima;
- Aplicar uma leve tensão nos extensores;
- Realizar o corte das duas colunas “C” (última coluna), observando a
integridade do veículo;
- Realizar o corte das duas colunas “B”, observando a integridade do
veículo;
- Desenvolver os extensores, preferencialmente, colocando calços
conforme vantagem obtida (estabilização progressiva);
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Ostra lateral
Técnica utilizada nas situações onde exista um veículo capotado,
possibilitando a saída da vítima pela lateral do veículo. Seguem as ações:
- Os vidros devem ter sido gerenciados;
- Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção
rígida;
- Retirar as duas portas (dianteira e traseira) do lado que se deseja
realizar a ostra;
- Posicionar o extensor junto à coluna “B”, apoiando entre o teto e a
caixa de ar;
- Acionar o extensor, provocando leve tensão;
- Cortar a coluna “B” tanto na parte superior como na parte inferior,
retirando-a por completo;
- Cortar as colunas “A” e “C” do lado que se deseja aplicar a técnica;
- Acionar o extensor, buscando desenvolvê-lo, levantando o veículo
lateralmente, alcançando o espaço desejado para retirada da vítima;
- Proteger riscos aparentes.
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Técnica utilizada para livrar vítimas presas nas ferragens pela intrusão do
painel sobre seu corpo. Os passos para a correta execução da técnica são:
- Os vidros devem ter sido gerenciados;
- Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção
rígida;
- Retirar a porta dianteira do lado onde está a vítima;
- Confirmar se a porta do veículo do lado oposto à vítima está aberta;
- Colocar calços sob as colunas “A” e “B” para utilização dos
equipamentos;
- O teto do veículo deve ter sido retirado ou rebatido;
- Utilize o cortador e produza um corte de alívio entre as dobradiças e
outro corte na base da coluna “A”, junto a caixa de ar do veículo;
- Aplique a base do extensor junto à parte inferior da coluna “B” e a outra
extremidade na coluna “A” (altura do painel do veículo). Acione lentamente o
mesmo, inserindo os calços como estabilização progressiva; Caso o
extensor não consiga alcançar o desenvolvimento desejado, pode-se utilizar
bases, calços ou até mesmo o alargador junto à caixa de ar para aumentar o
alcance;
- Proteger riscos aparentes.
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Manuseio de bancos
Os bancos podem ser gerenciados de forma manual ou até mesmo com o
uso de ferramentas hidráulicas ou serra-sabre. Importante atentar para as seguintes
ações:
- Buscar verificar se os bancos se movimentam e se reclinam de forma
manual, com o simples acionamento dos dispositivos ao lado. Atentar para
os casos de bancos elétricos aos quais não funcionarão se a bateria tiver
sido desligada;
- Caso procure reclinar o banco da própria vítima, antes de realizar a
técnica, o socorrista deverá introduzir entre o banco e ela, uma prancha
curta para manter a vítima na posição original e após o rebatimento do
banco, descê-la progressivamente junto à prancha;
- Pode-se reclinar banco dianteiro que esteja vazio, para conquistar mais
espaços internos;
- Quando o banco dianteiro ou traseiro não puder ser reclinado de forma
manual, pode-se utilizar o cortador nas 2 laterais traseiras do banco
dianteiro, onde encontram-se os suportes do mesmo, e após os cortes,
recliná-lo. Será necessário expor o suporte, retirando o tecido e acabamento
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próximo do mesmo;
- Quando o banco for traseiro, pode-se utilizar também o alargador,
posicionando o mesmo junto às dobradiças do mesmo, via porta-malas;
- Em diversos casos, pode-se utilizar cortadores ou serra-sabre pra
retirar o encosto de cabeça de bancos, sendo uma ação rápida e que
ajudará no rebatimento do banco e na abordagem à vítima.
Afastamento de pedal
Em cenários de salvamento veicular pode ocorrer a situação de o motorista
estar com os pés presos pelos pedais do veículo. Nessa situação, utiliza-se,
preferencialmente, pelo espaço disponível, o mini cortador. Na falta deste
equipamento pode-se utilizar fitas tubulares ou cabos para efetuar o afastamento
conjugado com um alargador. Seguem as ações deste procedimento:
- Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção
rígida;
- Posicione o alargador fechado, de forma paralela à caixa de ar, junto à
coluna “A”;
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Elevação de volante
Em algumas situações, será necessário realizar a elevação do volante para
livrar a vítima do encarceramento. Seguem as ações:
- Verificar se o espaço entre o assoalho e a barra de direção permite a
inserção do cilindro;
- Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção
rígida;
- Posicionar o extensor entre a barra de direção e o assoalho,
preferencialmente, colocando um calço como apoio em sua base;
- Desenvolver o extensor para criar o espaço desejado.
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Comandante de Operações
O Comandante de Operações é o oficial ou praça escalado, em determinada
unidade de bombeiro militar que atua no momento da ocorrência. À ele cabem
diversas ações, como se seguem:
- Realizar a vistoria externa e interna 360º de forma completa, identificando
os riscos;
- Indicar quais são as prioridades iniciais que devem ser objetos de ações;
- Identificar em até 02 (dois) minutos o tipo de aprisionamento (nível de
encarceramento) da vítima;
- Convocar a reunião tripartite e definir ao final o plano de execução (A e B),
levando em consideração as lesões da vítima;
- Propiciar a progressão do plano adotado, coordenando as ações de forma
lógica e rápida;
- Posicionar-se de forma correta e buscar um eficiente controle das ações
em andamento;
- Determinar à equipe técnica a montagem da área de ferramentas, da área
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Figura 108.Técnicos
Fonte: I SESV/2015
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externo ou interno para entrada do socorrista, sendo que ele mesmo pode executar
pequenas tarefas no interior do veículo, se necessário. O socorrista deve, durante a
sua avaliação, confirmar o nível de encarceramento da vítima (tipo físico 1, tipo físico
2, tipo mecânico) e transmitir a informação ao Comandante.
Estabilização final
A estabilização secundária deve ser preferencialmente, realizada após a
entrada do socorrista no veículo, onde os esforços dos técnicos agora serão
concentrados no aperfeiçoamento da segurança, melhorando a estabilização inicial.
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Retirada da vítima
Com a assunção do comando, o socorrista deverá guiar os movimentos em
bloco necessários para a retirada da vítima. Não apenas o auxiliar do socorrista, mas
todos os membros, inclusive o Comandante de Operações (se necessário) deverão
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Medidas de bioproteção
As medidas de bioproteção se dividem em pré e pós-exposição. Dentre as
medidas pré-exposição, salientamos o uso do equipamento de proteção individual.
As luvas de proteção termomecânica conferem boa proteção biológica, entretanto,
utiliza-las no contato direto com fluido corporal da vítima resulta na necessidade de
despreza-las, visto que não há técnica de desinfecção adequada que não as
destrua. Assim sendo, recomenda-se o uso de luvas de procedimento para o
manuseio da vítima ferida ou expelindo qualquer fluido corporal. As luvas de
procedimento podem ser de nitrila ou látex. Ambas com tempo de quebra
(permeação por água) em torno de 23 a 27 minutos. Logo, devem-se carregar luvas
reservas no traje e idealmente, trabalhar com no mínimo, duas camadas de luvas.
Profissionais alérgicos a látex devem usar nitrila.
A proteção ocular é atendida pela viseira do capacete, a qual deve estar
baixada durante todo o tempo do socorro. Atente-se que os técnicos e encarregado
logístico (ver adiante) devem utilizar preferencialmente capacetes dotados de viseira
facial completa (full face), visto que para estes militares o risco de projeção de partes
do veículo contra a face durante a operação de ferramentas, equipamentos e
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Definição de extricação
Extricação se refere à técnica especial para retirar vítima de situação da qual
ela não poderia sair sozinha sem risco inaceitável à integridade física, sobretudo da
coluna vertebral. Tal técnica pode incluir a orientação oferecida pelo socorrista para
que a vítima em condições possa se auto-extricar (DO CARMO, 2018)
Tipos de encarceramento
- tipo mecânico: vítima impedida de sair por si só do veículo devido a
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Modalidades de extricação
- rápida ou plano B, para vítimas graves (vias aéreas obstruídas,
respiração dificultosa/sinais de hipoxemia, hemorragia maciça não
controlada/sinais de choque circulatório ou alteração de consciência); (DO
CARMO, 2018)
- padrão ou plano A, para vítimas estáveis;
- auto-extricação assistida (ver POP/ EMG 04 - Abordagem à Coluna
Vertebral no Trauma);
- "de emergência”, para o caso de cenários onde abruptamente se faça
ativa alguma grave ameaça à segurança, a qual justifique retirada da vítima
até área abrigada (segura – zona morna/fria), e quando identificada parada
cardiorrespiratória (PCR), ainda que isto sem medidas de proteção à coluna
vertebral.
-
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EPI suplementares
Recomenda-se ainda que o socorrista porte lanterna montada ao capacete,
lanterna de mão, luvas de procedimento extras nos bolsos da aproximação, canivete
multifunção, corta-cintos, mini-Halligan ou chave de fenda.
Procedimento inicial
Proceder à avaliação multiprofissional em 360˚, identificando ameaças à
segurança e reportando-as ao comandante de incidente, para promover a
estabilização da cena, mediante intervenções de mitigação de riscos (função dos
técnicos); avaliar o mecanismo de lesão, o número e posição das vítimas. Em
colisões com múltiplas vítimas encarceradas, pode ser necessário o uso da triagem
reversa (retirar primeiro a vítima em melhor estado clínico), quando mais de uma
vítima mostrar problema nos “ABCs”, já que, usualmente, só há uma equipe de
salvamento veicular, sobretudo no que tange à guarnição do ABS. Importante: nesta
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fase o socorrista não deve tocar ou exercer peso sobre a estrutura do veículo, antes
que seja finalizada a estabilização primária (ver adiante), a qual será sinalizada pelo
comandante de incidente. (DO CARMO, 2018)
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proteção flexível;
H – reavaliar nível de consciência, pupilas, motricidade e sensibilidade das
extremidades.
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RCP
2ª Analise
RCE 4
(ritmo chocável ou não)
1 ventilação a cada
6 segundos
Compressor externo 4 Sinais de Retorno da Circulação Espontânea
automático , se (RCE): movimenta-se, tosse, respira.
disponível
Conduta:
-Considerar a aplicação de cânula orofaríngea /
nasofaríngea.
Continuar RCP até -Ofertar O2 sob Mascara 10L/min.
chegada do SAV ou RCE -Manter Compressor externo automático e DEA.
-Associar Oxímetro de pulso.
Assim que for suspeita a PCR, o apoio da ASE deve ser solicitado, caso
ainda não esteja no local. A RCP deve ser mantida até a chegada da ASE ou
exaustão dos resgatistas. O líder do socorro pode solicitar orientação médica à
COGS, enquanto os demais militares executam a RCP. A cada 2 minutos de RCP
(ou 5 ciclos de 2:30), o militar que presta compressão torácica deve revezar com o
que ventila, para postergar a fadiga e manter o rendimento da compressão
Lembrando, a sequência de manobras em PCR de natureza asfíxica mantem-se
“ABC”, ou seja, desobstrução de via aérea superior >> suporte ventilatório >>
compressões torácicas, com relação ventilação/compressão 2:30 e compressões à
frequência de 100 a 120/min e 5cm de profundidade, permitindo o relaxamento
completo do tórax ao fim de cada compressão.
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Imobilização de perna/tornozelo
- Em geral, no mínimo 2 nós (direitos) proximais e 2 distais ao ponto de
fratura, envolvendo as articulações proximal e distal;
- Não aperte nós diretamente sobre o ponto de fratura;
- Afrouxe caso note má circulação. (DO CARMO, 2018)
Figura 113. Em geral, no mínimo 2 nós (direitos) proximais e 2 distais ao ponto de fratura,
envolvendo as articulações proximal e distal. Não aperte nós diretamente sobre o ponto de
fratura. Afrouxe caso note má circulação.
Fonte:Modificado de HEADQUARTERS, DEPARTMENTS OF THE ARMY, THE NAVY, AND THE
AIR FORCE. Firstaid. FM 4-25.11 (FM 21-11)/ NTRP 4-02.1/AFMAN 44-163(I). December 2002.
Imobilização de quadril/coxa
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Imobilização da pelve
- Na indisponibilidade de talas pélvicas (pelvic binders), deve-se preferir
o enfaixamento com lençol, ao nível dos trocânteres dos fêmures,
colocando-se antes os joelhos da vítima em adução e rotação interna;
- O lençol ou tala pélvica deve ser passado sob a vítima pelo espaço
natural abaixo da lordose lombar ou dos ocos poplíteos e deslizado até o
nível dos trocânteres, através de manobra sincronizada de vai e vem
(paralelo ao solo), enquanto um terceiro estabiliza manualmente a pelve;
- Evitar movimentar a coluna lombar, a qual também se encontra em
risco em caso de fratura de bacia; (DO CARMO, 2018)
Figura 115.Passar o lençol sob a lordose lombar ou ocos poplíteos e deslizar em vai e vem, até
que fique ao nível dos trocânteres. Na foto, a estabilização pélvica feita ainda antes
da extricação veicular.
Fonte: WRO.
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Imobilização do braço/cotovelo
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Figura 119.Fratura de braço (figura direita) e cotovelo (figura esquerda), quando o cotovelo não
dobra.
Fonte:Modificado de HEADQUARTERS, DEPARTMENTS OF THE ARMY, THE NAVY, AND THE
AIR FORCE. Firstaid. FM 4-25.11 (FM 21-11)/ NTRP 4-02.1/AFMAN 44-163(I). December 2002.
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Imobilização de punho
Figura 121.Área de tratamento. Notar os apoios paralelos (em madeira) para receber a prancha
longa, evitando acidente com os dedos dos profissionais ao descer a prancha ao solo ou
tirantes presos. Os tocos podem ser substituídos pela própria maca da ambulância, arriada.
Fonte: o autor
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8.9 Queimadura
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Figura 123.Caminhões
Fonte: MAN
Figura 124.Ônibus
Fonte: CBMERJ
Figura 125.VLT
Fonte: http://www.vltrio.com.br
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Figura 128.Trem
Fonte: Supervia GERJ
Figura 129.Bonde
Fonte: http://blog.aboutrio.com.br
Uma vez que estes veículos são projetados para transportar cargas
pesadas, sua concepção e construção diferem significativamente de veículos
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automóveis leves.
O que devemos lembrar é que os veículos de carga pesada foram
concebidos para transporte de materiais diversos e não apenas para o transporte de
passageiros.
Isso significa que muitas vezes em situações de salvamento veicular pesado
podemos encontrar construções muito fortes que podem exigir ferramentas com uma
capacidade de corte bastante superior aos casos com veículos leves.
O grande tamanho e peso destes veículos podem apresentar problemas de
estabilização complicados. Grandes espaços entre o solo e o veículo, o risco de
deslocamento da carga, materiais perigosos sendo transportados e os formatos
variados dos veículos são algumas das complicações encontradas pela guarnição
de bombeiros.
Também é importante entender a diferença entre estabilizar um peso
suportado pelo caminhão em seu sistema de amortecimento e um outro peso
superior proveniente de outro veículo sobre o mesmo sistema de amortecimento.
Portanto, em relação aos veículos pesados, as ferramentas e os
equipamentos utilizados devem ser adaptados a essa situação, podendo ser
divididos em equipamentos aplicados à estabilização, ao desencarceramento e ao
apoio. É necessário, ainda, que possuam determinadas características
fundamentais, como fácil manuseio, confiança, resistência e assistência técnica
disponível.
Quando um veículo dos tipos acima citados tem todas as suas rodas ou
superfícies no chão os processos de estabilização e extração da vítima tornam-se
um pouco mais simples. Contudo, nos casos em que os veículos tem uma ou mais
partes descoladas do solo, pisos instáveis ou existem outros obstáculos externos, a
estabilização torna-se altamente técnica e a retirada da vítima ainda mais complexa.
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9.2 Caminhões
as vítimas do veículo.
Por tratar-se de estruturas metálicas fortes as colunas e componentes dos
caminhões, para serem removidos, exigem ferramentas com grande capacidade de
trabalho.
O conteúdo da carga do veículo pode ser um risco para as vítimas e às
equipes de salvamento, portanto uma avaliação 360º realizada de maneira eficiente,
com ações mitigadoras práticas, no início da operação é fundamental para evitar
surpresas em momento posterior;
As diferentes classes de cabines dificultam as ações de salvamento, por
esse motivo a definição dos planos emergencial (B) e plano completo (A) para a
extração da vítima são fundamentais a fim de serem evitados erros de estratégia
gerando um aumento desnecessário do tempo de trabalho.
Quanto aos tipos, podemos dividir os caminhões em completos sem
reboque, com reboque e modelos especiais.
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Figura 137.Estabilização
Fonte: Manual Holmatro
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Acesso à vítima
Para acessar a vítima, depois de realizada a estabilização, devemos utilizar
os recursos de elevação disponíveis (escadas, plataformas ou a própria estrutura do
caminhão), buscando dar o suporte básico pré-hospitalar inicial necessário até que
seja possível realizar o desencarceramento e a extração de forma segura.
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Remoção de portas
Para efetuar o procedimento de remoção de portas, estas devem estar
sempre ancoradas, procurar utilizar escadas ou plataformas, a fim de viabilizar um
procedimento de desencarceramento com uma maior eficiência e ergonomia aos
militares da guarnição de salvamento e o ataque a elas com a ferramenta,
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Afastamento do painel
No afastamento do painel do caminhão devem ser observados os seguintes
procedimentos:
- Realizar corte angular nas colunas, evitando assim o aumento no número
de repetições para o seu rompimento;
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Deslocamento do painel
Ao deslocar o painel devemos observar para que este não retorne, para
tanto podemos utilizar cunhas como forma de preencher os espaços obtidos. É
válida também a utilização de cordas ancoradas nos pilares A para auxiliar na
segurança da operação de deslocamento do painel, evitando o retorno. Ao término,
devemos proteger as quinas vivas com mantas imantadas evitando riscos de
acidentes aos bombeiros da equipe e à vítima no momento da extração.
Extração veicular
Ao realizar a extração veicular, deve-se atentar para a altura da cabine, o
ângulo de extração a ser realizado (planos A e B), preferencialmente ângulo zero, a
fim de preservar ao máximo a cervical da vítima e avaliação continuada desta, algo
que interfere diretamente na manutenção do plano A ou alteração para o plano
emergencial (B).
9.5 Ônibus
Características
Veículos projetados para o transporte de muitas pessoas, geralmente até 60
passageiros, possuem pouca utilização do cinto de segurança. Podem apresentar
uma variedade de combustíveis que vão desde diesel até gas natural. Como
medidas de segurança, são projetadas saídas de emergência nas janelas dos
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Figura 144.Ônibus
Fonte: Ad Bus
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água, de forma que o uso da mesma não se apresenta como um risco de choque
elétrico. Caso o incêndio seja especificamente na bateria HV, testes indicam que
haverá uma necessidade de aplicação de aproximadamente 9.800 litros de água
dependendo do tamanho e do posicionamento da mesma.
Mesmo após a extinção do incêndio, as baterias de íons de lítio ainda podem
sofrer reignição em um período aproximado de 24 horas.
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“SENHOR!
VÓS QUE SOIS TODO PODEROSO
FORTALECE A MINHA CORAGEM
PARA QUE EU NÃO ESMOREÇA ANTE A TRAGÉDIA
AGUÇA A MINHA INTELIGÊNCIA
PARA QUE EU POSSA ENCONTRAR UMA SOLUÇÃO
FORTIFICA AS MINHAS MÃOS
PARA EU POSSA RASGAR TODO O AÇO
ADESTRA MEU ESPÍRITO
PARA QUE EU POSSA RETIRAR AS FERRAGENS
DAQUELES QUE À MORTE SE ENTREGARAM
DIGNIFICA-ME Ó PAI
PARA QUE EU LEVE VIDA AOS DESENGANADOS
POIS ENQUANTO HOUVER SANGUE, LUTA E DOR
EU LÁ ESTAREI
SENTINELA DA VIDA, NAS ESTRADAS E NAS RUAS.
CUMPRINDO A MINHA MISSÃO
SALVAMENTO! VEICULAR!
AÇO!”
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