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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD
Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP
Créditos Teórico / Prático 4,0
CódigoNome da Disciplina J589 –
DIREITO ADMINISTRATIVO I
Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min
Aula 18
ATO ADMINISTRATIVO
a) presunção de legitimidade;
b) imperatividade;
c) autoexecutoriedade.
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A presunção de legitimidade é qualidade inerente a todo ato da Administração
Pública, qualquer que seja sua natureza. Este atributo deflui da própria natureza do ato
administrativo, está presente desde o nascimento do ato e independe de norma legal que o
preveja. O fundamento da presunção de legitimidade é a necessidade que possui o Poder
Público de exercer com agilidade suas atribuições, especialmente na defesa do interesse
público. Esta agilidade inexistiria caso a Administração dependesse de manifestação prévia do
Poder Judiciário quanto à validade de seus atos toda vez que os editasse. A presunção de
legitimidade não impede que, desde que utilizados os meios adequados, possa o particular
sustar os efeitos de um ato administrativo reputado inválido; tais meios podem ser os recursos
administrativos, as liminares em ações ordinárias, o mandado de segurança etc. Cabe ainda
ressaltar que a presunção de legitimidade faz com que a obrigação de provar a existência de
vício no ato administrativo seja de quem aponta tal vício.
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6. Mérito do ato administrativo
Mérito administrativo é o poder conferido pela lei ao administrador para que ele,
em atos discricionários (que conferem certa liberdade ao administrador), decida sobre a
oportunidade e a conveniência de sua prática.
Esse é o motivo pelo qual não se admite a aferição do mérito administrativo pelo
Poder Judiciário. Não faria sentido o juiz, órgão voltado à atividade jurisdicional, substituir, por
sua vontade, o ponto de vista do administrador, que vive a realidade da atividade administrativa
em seu dia-a-dia. Se fosse dado ao juiz o poder de decidir sobre a valoração da oportunidade e
da conveniência da prática de um ato administrativo estaria esse juiz substituindo o
administrador no exercício de sua atividade valorativa.
Não se pode concluir que o Judiciário não esteja autorizado a aferir a legalidade
dos atos discricionários, o que não pode o Judiciário é valorar a oportunidade e a conveniência
de um ato administrativo, ligadas aos requisitos objeto e motivo e que formam o mérito
administrativo. Ocorre que nos atos discricionário existem, além dos requisitos objeto e motivo,
os outros 3 requisitos que são sempre vinculados ao que determina a lei: competência, forma e
finalidade, que podem, e devem ser aferidos pelo Judiciário. Vale ressaltar: o ato discricionário,
como qualquer outro ato administrativo, está sujeito à apreciação judicial de seus requisitos
vinculados (apenas quanto ao objeto e ao motivo não há, em princípio, tal possibilidade).