VII Simpósio Brasileiro de Solos Não Saturados

29-31 de agosto de 2011, Pirenópolis-GO

Calibração da absorção de metais pesados por capim Vetiver

na modelagem de um processo de fitorremediação de solo

Lugli, F.
Programa de Engenharia Civil, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, frlugli@coc.ufrj.br

Van Genuchten , M. Th.

Programa de Engenharia Mecânica, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Mahler, C. F.
Programa de Engenharia Civil, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil,cfmahler@acd.ufrj.br

Resumo: Objetivo desse estudo foi a calibração do software Hydrus-1D num caso de fitorremediação de um
solo contaminado com metais pesados. Os dados utilizados para a análise provem de experimentos em vasos
plantados com capim Vetiver, e com solo contaminado por Pb2+ Ni2+, Cd2+ e Zn2+. Eles incluem:
classificação textural do solo, dados meteorológicos, irrigação e concentrações de metais acumulados nas
plantas. O domínio de calculo foi modelado como região não saturada onde o fluxo foi descrito pela equação
de Richards, e o transporte de solutos através da equação de advecção-dispersão. Nas equações que regem o
fluxo e o transporte foi respectivamente considerada a absorção de água e de contaminantes pelas raízes. A
sorção dos metais na fase sólida foi descrita utilizando isotermas lineares. As simulações numéricas
mostraram condições hidráulicas consistentes com os dados experimentais. Dois modelos de absorção pelas
raízes foram considerados: passivo e ativo. A acumulação simulada de metal na massa seca das plantas foi
comparada com dados experimentais. O modelo de absorção passiva mostrou uma boa concordância com os
dados experimentais para Pb2+ e Zn2+ (com valores de R2 correspondentes 0,9884 e 0,9911, respectivamente),
mas superestimou dados para Ni2+ e Cd2+ em até cinco vezes. Para esses metais, utilizou-se um modelo de
absorção ativa (com valores de R2 de 0,9884 e 0,9911). Este estudo mostra que é possível alcançar uma boa
calibração de um processo de fitoextração de metal Vetiver tendo como referencia dados experimentais. A
abordagem adotada para a análise numérica fitorremediação mostrou-se promissora para a avaliação de
cenários reais.

Abstract: This study aimed at calibrating the Hydrus-1D code for a case of phytoremediation of soil
contaminated with heavy metals. The data used for the analysis came from experiments using pots planted
with Vetiver grass, and containing soil contaminated with Pb2+, Ni2+, Cd2+ and Zn2+. Data included soil
textural information, weather data, and measured irrigations and concentrations of accumulated metals in the
plants. The system was modeled assuming variably-saturated flow as described with the Richards’s equation
and contaminant transport as described with the advection-dispersion equation. The governing equations
considered the absorption of water and contaminants by the roots. Sorption of metals by the solid phase was
described using linear isotherms. The numerical simulations showed hydraulic conditions consistent with the
experimental data. Two models for metal uptake by the roots were considered: passive and active uptake.
Simulated metal concentrations in the plant dry mass were compared with experimental data. The passive
uptake model showed good agreement with experimental data for Pb2+ and Zn2+ (with R2 values of 0.9884
and 0.9911, respectively), but overestimated data for Ni2+ and Cd2+ by up to five times. For these two metals
we used the active uptake model, producing R2 values of 0.9884 and 0.9911, respectively. This study shows
that it was possible to achieve good calibration of the metal phytoextraction process by Vetiver grass based
on experimental data. The approach adopted for numerical analysis of phytoremediation seems to be very
promising for real-world scenarios.

Palavras-chave: fitorremediação, absorção pelas raízes; solo não-saturado; isoterma de absorção.

Keywords: phytoremediation, root uptake; non-saturated soil; absorption isotherm.

VII Simpósio Brasileiro de Solos Não Saturados - 29-31 de agosto de 2011, Pirenópolis-GO 253
1 INTRODUÇÃO Tabela 1. Níveis de contaminação aplicados nos ensaios
de Tavares (2009).
A fitorremediação é uma técnica emergente que se Dose 1 Dose 2 Dose 3 Dose 4
destaca por sua simplicidade e baixo custo. Íon Sal de origem (mg/ (mg/ (mg/ (mg/
Comparada com as técnicas tradicionais, a kgsolo) kgsolo) kgsolo) kgsolo)
fitorremediação leva a resultados mais lentos e,
geralmente, mais incertos devido à complexidade do Ni2+ NiSO4.7H2O 35 70 140 280
continuum solo-planta-atmosfera. Pb2+ Pb(NO3)2 200 400 800 1600
A fitorremediação inclui diferentes técnicas: no
caso de metais tóxicos ela pode atuar por via de Cd2+ CdCl2.2½H2O 5 10 20 40
remoção (fito-extração) do contaminante do solo e Zn2+ ZnSO4.7H2O 500 1000 2000 4000
consequente acumulação nos tecidos da planta:
algumas espécies, conhecidas como Os dados relativos a biomassa seca por
hiperacumuladoras, têm a possibilidade de tolerar compartimento da planta (parte aérea e raiz) e a
concentrações muito elevadas. De acordo com concentração de cada íon extraído por
Blaylock et al. (1997) plantas Hiperacumuladoras compartimento da planta propostos por Tavares
de Ni e Zn, por exemplo, podem chegar a uma (2009) foram aproveitados.
concentração nos tecidos de 5% desses metais em As principais elaborações sobre esses dados
relação ao peso seco. foram:
Monteiro (2008) afirmou que, como outras  estudo de modelos de regressão sobre a resposta
técnicas de remediação, os sistemas de do sistema solo-planta aos níveis de
fitorremediação necessitam de um planejamento contaminação analisados;
exclusivo dependendo das características locais e  determinação da massa de contaminante
dos contaminantes. Sendo extremamente difícil a absorvida por vaso, obtida como soma dos
realização de ensaios de campo de longo prazo para produtos da biomassa pela concentração na
otimizar cada sistema, a modelagem é um auxílio massa seca por compartimento (parte aérea e
essencial para as técnicas de fitorremediação. Tais raiz).
modelos podem minimizar os ensaios de campo ou A citada pesquisa fornece também a descrição
de laboratório, eventualmente indicando onde a das condições de umidade do solo em que foram
fitorremediação seria inadequada devido à mantidos os vasos, a classificação textural do solo e
impossibilidade de reduzir a contaminação abaixo sua analise química e os dados da irrigação em base
dos limites definidos em normas em um tempo diária.
aceitável, ou pelo excesso de risco. Robinson at al.
(2006) afirmaram que os modelos validados podem 2.2 Modelo computacional
ser utilizados para obter a aprovação regulamentar
de aplicações da fitorremediação ou como auxilio no De acordo com Šimůnek et al. (2009) o código
gerenciamento de áreas contaminadas. HYDRUS usa o método dos elementos finitos
O presente estudo teve o objetivo de calibrar o lineares de tipo Galerkin para a discretização
código computacional Hydrus, descrito em Šimůnek espacial e o método de diferenças finitas para a
et al. (2009), aplicado em experimentos em vaso de discretização temporal da equação de Richards
extração de elementos íons metálicos (Pb2+ Ni2+, (fluxos variavelmente saturados). Para o transporte
Cd2+ e Zn2+), com o uso de capim Vetiver de solutos, HYDRUS se baseia na resolução da
apresentados em Tavares (2009). Os contaminantes equação de advecção-dispersão mediante elementos
foram analisados singularmente. finitos. Devido a estrutura do código nas simulações
não foi considerado:
 abordagem unidimensional
2 MÉTODOS E MATERIAIS  o crescimento / redução da biomassa da planta
por falta de micronutrientes ou efeito tóxico;
2.1 Dados experimentais  a compartimentação do metal absorvido entre
parte aérea e raízes;
Os dados experimentais utilizados neste estudo  a competição entre metais na sorção no solo e na
foram extraídos de Tavares (2009) que analisou a absorção pelas raízes.
extração de íons de metais (Cd2+, Pb2+, Ni2+, Zn2+) O vaso tem um diâmetro médio de 15,9 cm e
por capim Vetiver (Chrysopogon zizanioides L uma altura de 10 cm. Foram utilizados 50 elementos
Roberty) cultivado em vaso na casa de vegetação da considerado um nível de discretização adequado. Se
EMBRAPA Solo (Rio de Janeiro) durante 60 dias. considerou um único tipo de solo com uma
Mudas foram plantadas no solo previamente distribuição de raízes constante ao longo de todo o
contaminado em quatro diferentes níveis para cada perfil.
contaminante (vide Tabela 1).

254 VII Simpósio Brasileiro de Solos Não Saturados - 29-31 de agosto de 2011, Pirenópolis-GO
2.3 Modelagem da absorção de
contaminantes pelas raízes
A absorção de água foi calculada, internamente ao
Hydrus, mediante uma abordagem macroscópica,
finalizada a determinação do termo “sumidouro” na
equação de Richards. Este termo s [T-1] é calculado
com a equação
s(h, h, x, t) = (h, h, x, t) b(x, t) Tp(t)
-1
onde Tp(t) [LT ] é a transpiração potencial, b(x, t) é
a distribuição radicular normalizada [L-1] sendo uma
função do espaço e do tempo (no caso do
crescimento das raízes) que representa a densidade
das raízes. A função α [-] representa a resposta ao
estresse da planta (0 ≤ α ≤ 1). Ela tem a função de
reduzir a absorção de água em função do estresse
devido às condições de umidade e de salinidade; h é
a carga hidráulica [L] e hϕ a carga osmótica [L].
Neste estudo foram utilizados funções de estresse
de Feddes et al. (1978) com parâmetros de
Wesseling (1991) relativos ao trigo, planta da
mesma família do capim Vetiver.
De acordo com Šimůnek & Hopmans (2009) as
principais abordagens à modelagem da absorção de
solutos pelas raízes são mediante o modelo passivo
e o modelo ativo. O primeiro assume que a absorção
de solutos seja localmente proporcional ao produto
do fluxo de água absorvida pelas raízes e da
concentração do soluto dissolvido na água:
p(x, t) = s(x, t)c(x, t)
A absorção ativa a(x,t) [ML-3T-1] é calculada
mediante a cinética de Michaelis–Menten na
formulação de Jungk (1991)
( )
( )
( ) ( )
( )
em função da Ap(t) [ML-2T-1], a absorção potencial
ativa na rizosfera que é um valor predeterminado
função da espécie da planta e do soluto.
Na equação (3) a quantidade de soluto extraida
cresce ao aumentar a concentração c(x,t) na fase
liquida até atingir um patamar. Km é a constante de
Michaelis-Menten [ML-3] e representa a
concentração necessária para que a(x,t) atinja um
valor igual a metade da taxa máxima.
Como modelo de sorção de contaminantes no
solo, foi usada uma isoterma linear com coeficiente
Kd determinado de um estudo sobre solos brasileiros
em Soares (2004).
2.4 Modelagem das propriedade hidráulicas do
solo
Foi utilizado o modelo hidráulico Van Genuchten –
Mualem descrito por Van Genuchten (1980) com
VII Simpósio Brasileiro de Solos Não Saturados - 29-31 de agosto de 2011, Pirenópolis-GO
água e parâmetros estimados mediante diferentes funções
de pedotransferência (PTF). Os parâmetros de
retenção hidráulica, no modelo citado, foram
estimados com a PTF elaborada por Tomasella et al.
(2003) específica para solos tropicais (caraterizados
por elevados teores de matéria orgânica, óxidos de
Ferro e Alumínio) em função da classificação
textural e do teor de matéria orgânica. A
condutividade hidráulica saturada foi estimada com
(1) a PTF no código Rosetta escrito por Schaap et al.
(1999).
2.5 Parâmetros relativos ao transporte
decontaminantes no solo
Nesta pesquisa, a equação de advecção-dispersão
teve uma forma de resolução de equilíbrio, ou seja,
não foram considerados efeitos da cinética do ponto
de vista físico e químico. Para a aplicação da citada
equação é necessário o conhecimento do
comportamento sortivo do contaminante no solo que
é modelado pela isoterma de sorção.
Foram aplicadas isotermas lineares
S = Kd c (4)
onde S [MM-1] é a quantidade de soluto retida pelo
solo, Kd [L3M-1] é o coeficiente de distribuição que
representa a razão entre soluto sorvido e soluto em
solução.
Em função dos dados relativos ao complexo
sortivo em Tavares (2009) foram estimados os
(2) parâmetros das isotermas através da regressão
proposta por Soares (2004) que estudou o
comportamentos das principais classes pedológicas
do estado de São Paolo em presença de metais
pesados.
(3) 2.6 Condições iniciais e de contorno
No topo do perfil, foi colocada uma condição
variável no tempo correspondente aos fluxos de
evaporação e de irrigação coerentemente à conduta
do experimento em vaso. A evaporação e a
transpiração foram calculadas com base na
evapotranspiração potencial do Vetiver (ETc)
determinada, por sua vez, pela equação de
Penmann-Monteith em Allen et al. (1998). O fluxo
em entrada, simulando a irrigação tem concentração
de contaminante correspondente a zero.
As duas condições de contorno que melhor
representam o fundo do vaso são a superfície de
escoamento e fluxo zero, tipologias definidas por
Šimůnek et al. (2009). Na primeira, a água que
percola do vaso (ao atingir a saturação) sai do
domínio de cálculo. Na segunda, não existe
possibilidade de saida de água do domínio de
calculo.
Devido às condições experimentais que visam
minimizar a percolação, analises de sensibilidade
255
evidenciaram que os efeitos das duas condições
citadas sobre o fluxo de água são numericamente os
mesmos. Na calibração foi adotada a condição de
fluxo zero.
Como condição inicial foi considerada uma
umidade do solo correspondente a 85% da
capacidade de campo do solo (valor médio
experimental) e as concentrações de Tabela 1.
3 CALIBRAÇÃO
3.1 Considerações gerais
Os valores da biomassa produzida pelas plantas nos
vários níveis de contaminação em Tavares (2009)
evidenciam, em geral, uma influência não
significativa do contaminante em termos de
desenvolvimento da planta nas concentrações
estudadas. Somente no caso do zinco registra-se
uma diminuição da biomassa na ordem do 40%: isso
indica um efeito de toxicidade desse elemento sobre
o capim Vetiver. Cabe destacar que as
concentrações aplicadas no caso do zinco foram as
maiores entre os quatro elementos e correspondem a
mais do que o dobro do chumbo. Nos outros casos
os efeitos da toxicidade podem ser desprezados.
3.2 Reprodução das condições hidráulicas do
ensaio em vaso
Foram previamente realizadas simulações com o
objetivo de verificar a obtenção das condições
hidráulicas dos ensaios em vasos caracterizados por
condições de umidade entre 70% e 100% da
capacidade de campo do solo e por a ausência de
utilizando o modelo de absorção passivo. Na
hipótese de sorção linear, o modelo fornece uma
resposta proporcional à concentração total de
contaminante no solo e ao fluxo de transpiração.
Esta abordagem é válida desde que o metal, em suas
várias formas químicas, não iniba os processos
metabólicos de plantas.
Como é possível inferir de Kabata-Pendias &
Pendias (2001), entre os metais examinados,
somente o Pb2+ é absorvido pelas plantas de forma
completamente passiva.
Os resultados numéricos apresentaram uma boa
concordância com os dados experimentais também
no caso do Zn2+ (Figura 2) assim como para o
Pb2+(R2 igual respectivamente a 0,7435 e a 0,8526 ).
No entanto, os resultados numéricos para Ni2+
(Figura 3) e Cd2+ superestimaram (até oito vezes) o
valor observado de metal absorvido pela planta no
experimento.
3.4 Aprimoramento da calibração no caso de
absorção passiva
Considerando que os coeficientes de distribuição Kd
não foram medidos diretamente do solo, podem ser
admitidos ajustes desse valor ao fim da calibração
do metal absorvido pela planta.
De uma análise qualitativa da Figura 2, resulta
que a reta que representa os valores simulados tem
um coeficiente angular maior do que a reta de
regressão. Através de uma série de simulações foi
ajustado o valor de Kd com o objetivo de maximizar
R2.
14
transpiração total [cm]

percolação. Particular destaque foi dado aos 12

parâmetros estimados com o maior grau de 10
incerteza. Entre eles o índice de área foliar (LAI)
8
que influencia a evapotranspiração potencial e a
repartição entre evaporação e transpiração de acordo 6
com Allen et al. (1998). A Figura 1 mostra a
4
influencia do LAI sobre o valor cumulativo da
transpiração durante o período do experimento. O 2
parâmetro LAI foi estimado na base de uma 0
extrapolação dos valores fornecido por Smeal et al. 0 1 2 3 4 5 6 7
(2003) correspondente a 3,11. LAI [-]
Também foi feita uma analise de sensibilidade
Figura 1. Efeito do LAI sobre o valor cumulativo da
sobre os parâmetros relativos a retenção hídrica e a
transpiração.
condutividade hidráulica saturada (Ks). A Tabela 2
mostra a baixa influência desta grandeza sobre os
Tabela 2. Fluxos cumulativos nos casos de diferentes
valores cumulativos dos fluxos. Considerações
valores da condutividade hidráulica saturada.
parecidas podem ser feitas relativamente aos
parâmetros de retenção. Absorção perda pelo evaporação
Ks pelas raízes fundo (cm)
3.3 Absorção do contaminante pelas raízes com (cm) (cm)
modelo passivo 1 10,67 0 0

Foram comparados os valores experimentais de 11,32 10,98 0,139 0,28

metais extraídos com os resultados dos cálculos 100 10,97 0,371 0,74

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 150 ( )
(5)

( ) (6)
Zn extraido [mg]

100

Este cálculo é realizado na hipótese de

50 Hydrus distribuição constante da concentração na rizosfera.
casa Em caso contrario a determinação dos coeficientes
vegetação
Km e Ap(t) seria mais complexa.
0 A metodologia proposta foi aplicada nos casos de
0 1000 2000 3000 4000 5000 contaminação por Pb2+, Ni2+ e Cd2+ calculando os
Zn inicial no solo [mg/kg] coeficientes Km e Ap para cada íon.
Figura 2. Zn2+ extraído (absorção passiva) R2 = 0,7423 Na Figura 5 é representado o caso do Pb2+ obtido
com os seguintes valores dos coeficientes: Km =
10 0,00132 mg/cm3 e Ap = 4,757E-4 mg cm-2d-1. Foi
Hydrus atingido um valor do coeficiente de determinação R2
7,5 casa igual a 0,9911.
vegetação
Ni extraido [mg]

3
5

Pb extraido [mg]
2,5 2

0
0 50 100 150 200 250 300 1
casa
Ni inicial no solo [mg/kg] vegetação
HYDRUS
Figura 3. Ni2+ extraído (absorção passiva) 0
0 500 1000 1500 2000
150 Pb inicial no solo [mg/Kg]
casa
vegetação Figura 5. Pb2+ extraído (absorção ativa) Km = 0,00132
hydrus kd=50,5 mg/cm3 e Ap = 4,757E-4 mg cm-2d-1 ; R2= 0,9911
Zn extraido [mg]

100
hydrus kd=60

50 3.6 Comparação dos resultados obtidos com

modelo ativo e passivo

0 Em geral, o modelo ativo levou a coeficientes de

0 1000
Zn inicial no solo [mg/Kg]
Figura 4. Zn 2+
extraído (absorção passiva) R2 = 0,9205
3.3 Absorção do contaminante pelas raízes com
modelo ativo
Na calibração do modelo de Michaelis-Menten, foi
adotada a seguinte metodologia:
1. Foram escolhidos dois pontos (C1,A1) e (C2,A2)
da curva experimental do metal absorvido onde
C é a concentração media na fase líquida
[mg/cm3], e A o correspondente valor de metal
extraído pela planta [mg cm-2 dia-1]
2. Foram calculados os coeficientes Km [mg/cm3] e
Ap(t) [mg cm-2 d-1] (que nesse caso foi
considerado constante no tempo) segundo as
seguintes expressões obtidas por manipulação
algébrica:
2000 3000 4000 determinação maiores do que o modelo passivo
(vide Tabela 3). Como aspecto negativo, ele precisa
de uma calibração específica para cada dupla planta
contaminante. Além disso, a calibração simultânea
com o modelo de sorção pode mascarar escolhas
pouco corretas de outros parâmetros do modelo.
O modelo passivo pode ser ajustado com a
introdução da concentração limite, de um modelo de
estresse, ou através da alteração do Kd.
Coerentemente com Kabata-Pendias & Pendias
(2001), o chumbo é o metal, entre aqueles estudados
nessa pesquisa, que registrou os melhores resultados
com o modelos passivo.
4 CONCLUSÕES
O objetivo de calibrar o código computacional
HYDRUS em experimentos em vasos de extração
de contaminantes foi alcançado estimando-se os
seguintes parâmetros:

VII Simpósio Brasileiro de Solos Não Saturados - 29-31 de agosto de 2011, Pirenópolis-GO 257
Tabela 3. Coeficiente de determinação R2 para as
simulações realizadas
Cd2+ Ni2+ Pb2+ Zn2+
0,8526 0,7423
Passivo - - 0,9205
com ajuste
de Kd
Ativo 0,9884 0,9014 0,9911 - Monteiro M. T. (2008) Fitorremediação de Rejeito
 comportamento da planta em termos de
absorção de água e contaminantes;
 sorção dos contaminantes no solo,
 modelo hidráulico do solo.
Os parâmetros do modelo hidráulico do solo
foram calculados com funções de pedotransferência
específicas para solos tropicais. Análises de
sensibilidade levaram a deduzir que esses dados não
influenciam apreciavelmente os resultados no caso
específico do vaso. Por outro lado, os fluxos
determinados numericamente mostraram-se
sensíveis às condições climatológicas e aos
parâmetros da vegetação, como o índice de área
foliar, LAI.
Do ponto de vista da absorção dos contaminantes
pela planta, foi testado em primeiro lugar um
modelo passivo que, para o Pb2+ e Zn2+, apresentou
concordância com os dados experimentais (R2 de
0,7435 e 0,8526, respectivamente), mas
superestimou o valor observado para Ni2+ e Cd2+.
Calibrações foram realizadas nos primeiros dois
casos, conseguindo um melhor ajuste; para o Zn2+,
sendo que foi modificado o Kd levando o R2 a
0,9205. Resultados melhores para o Ni2+ e Cd2+
foram conseguidos mediante a aplicação do modelo
ativo de absorção (dinâmica de Michaelis-Menten) e
relativa calibração específica. A concordância com
os dados experimentais foi excelente atingindo
valores de R2 superiores a 0,98.
A abordagem utilizada mostra-se promissora à
frente das hipóteses da modelagem das limitações
na disponibilidade de dados experimentais.
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