Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO DETALHADO
Saída da frente de nossa casa
Pescamos 4 jundiás. Tem uns peixes grandes que ficam nas margens, na
água rasa. Quando a gente se aproxima, parece que eles ligam uma turbina.
Saem que é um risco. Chegam a ir fazendo onda.
Fomos deitar mais de meia noite.
Nosso pensamento: Uma semana, Ponte de Encruzilhada (60 Km). Estamos mais
perto do objetivo.
OITAVO DIA: Hoje saímos mais tarde: 8:30 horas.
O tempo estava feio. Deixamos as roupas de chuva a mão.
Cada vez mais tem árvores dentro do rio. É impressionante. E também aumentou
muito a quantidade de peixes que saem das margens quando a gente passa.
Ontem passamos por um senhor que estava pescando pintado. Disse-nos que
dá PIAVA, GRUMATÃ e DOURADO.
Vimos uma cabana muito bonita. Garagem e antena parabólica. Mas estava tudo
fechado, sem ninguém.
No que começamos a navegar, já tivemos que parar para por a roupa de chuva
pois ela chegou de mansinho mas depois pra valer. Navegamos com chuva até
as 13 horas quando paramos para comer pão com salsicha e café quente para
aquecer já que estávamos gelados (molhados ). Originalmente seria peixe frito,
mas não deu.
Seguimos ora remando e ora puxando a canoa por entre os galhos. Até que
chegamos numa ilha que tinha tanta árvore caída na água que foi um sufoco
conseguirmos seguir. Mais um obstáculo vencido.
Só que quando vínhamos tranquilos por entre as árvores, depois de uma curva,
deparamos com uma corredeira com pedras e galhos. Agora sim, juntou tudo.
Como já estávamos encharcados e antes da corredeira tinha um ótimo lugar pra
acampar, resolvemos parar.
Só não esperávamos que houvesse entrado água nas bombonas. Elas vinham
deitadas. A canoa tinha muita água dentro. Muito tempo de chuva, sem contar
que cada vez que entrávamos levávamos muita água na roupa de chuva.
Como a chuva deu uma paradinha, armamos a barraca, fizemos fogo de chão e
providenciamos uma cordas por volta do fogo para ir secando as roupas que
estavam todas molhadas.
DÉCIMO DIA: Que noite fria. Acabamos perdendo o sono, com todo o cansaço,
devido ao chimarrão tarde. Acordamos 8 horas e nada do sol bater no
acampamento. Um frio danado. Tudo molhado de sereno.
Daí que até tomarmos café, organizarmos tudo e saírmos já eram 10 horas.
Encontramos várias corredeiras pela frente mas também uns lagos
maravilhosos. Passamos por uma praia onde tinha vários urubús.
A água para cá tem estado mais leitosa, o que dificulta enxergar as pedras e
galhos. Também sumiram os peixes nas margens.
Quando vínhamos num destes lagos com água calma, só ouvi um barulhão. Até
pensei que o Francisco tinha caído n'água. Era um peixe que pulou por cima da
canoa e quase acertou o Francisco. Chegou a deixar ele com o rosto molhado.
Pena que não caiu dentro do barco. Achamos que fosse uma carpa de bom
tamanho.
Outro fato curioso neste lago é que remávamos no mais completo
silêncio, quando surgiu bem na frente da canoa uma capivara saindo pra
respirar. Levei um susto pois ela também se assustou e deu um grito, afundando
ligeiro.
Chegamos a Amaral Ferrador por volta de 16 horas. Enquanto o Francisco
ficou batendo papo com o balseiro, eu fui até a cidade ( cerca de 800 metros )
para compras e telefonar.
Falei com o pessoal. Tudo Ok. Meu irmão Bita disse que poderá vir no
sábado nos pegar no Cristal. Contamos chegar lá nesta data.
Tive que percorrer três lugares diferentes na cidade para conseguir um orelhão
que funcionasse. Com isso andei por toda a City. Muito bonita. Pequenina mas
toda organizada. Todos os prédios, residenciais ou comerciais bem pintados e
com os pátios limpos e floridos.
O Francisco até andou de balsa, acompanhando a balseiro enquanto me
esperava. O balseiro disse que tem um Camping Municipal que no verão é uma
maravilha. Ótimo rapaz. Até cavou umas minhocas para pegarmos pintados.
Saímos de Amaral Ferrador já eram quase 18 horas. Custamos a encontrar um
lugar pra ficar. Depois de descarregar tudo e já estar armando acampamento,
vimos na margem defronte um homem com um boné do MST. Vários canos de
pvc para puxar água do rio. Estávamos bem em frente a um Acampamento dos
Sem Terra. Mas confiamos que seriam gente boa. E assim foi. Tudo tranquilo.
Nosso pensamento: Amaral Ferrador (118 Km). Agora é certo que
completaremos nosso sonho.
Poderíamos ter chegado ainda neste dia, mas saímos a passeio e não para bater
records.
Comemos um rico carreteiro de charque.
Hoje foi o 1º dia que não precisamos descer pra puxar a canoa. Remamos
sempre, passando aqui ou ali por correntezas mais ou menos fortes.