Você está na página 1de 24

Esqueleto:

1. Cliente: réu ou vitima – e indicar a parte contrária

Lembrar: ação penal privada é indivisível – Art. 48 CPP. Já a pública é divisível

2. Crime e respectiva pena


Se a tese for a existência de crime diverso identificar o crime e a pena e a partir daí verificar:
a) ação penal, b) rito processual, c) cabimento de sursis processual – artigo 89 da Lei 9.099/95.
Exemplos: Pedir para desclassificar e ao desclassificar anular o processo por ilegitimidade de parte,
remeter os autos ao Jecrim, remeter os autos ao Ministério Público para que este ofereça a proposta de
suspensão condicional da pena – artigo 89 da Lei 9.099/95

Lembrar: não é porque o sursis do processo está previsto na Lei 9.099/95 que não caiba para todos os
outros ritos. Qualquer que seja o rito observar ou verificar o cabimento do sursis processual.

Requisitos do sursis – artigo 89 da Lei 9.099/95:


a) pena mínima menor ou igual a um ano
b) o réu não estar sendo processado por outro crime e nem estar sendo condenado.
* considerar as causas de aumento e diminuição de pena

3. Ação penal: procurar na parte especial, procurar no próprio crime, e, procurar em disposições finais ou
gerais daquele capítulo, observar também se não há menção a súmula ou artigo de lei especial (exemplo:
súmula 714 STF, e artigo 88 da Lei 9.099/95 que prevê ação penal pública condicionada a representação
para o crime de lesão leve).

4. Rito Processual:
a) Comum: ordinário, sumário, ou sumaríssimo.

Rito Ordinário Rito Sumário


8 testemunhas 5 testemunhas
60 dias para a AIDF 30 dias para a AIDJ
Há previsão da possibilidade de pedido de Não há previsão legal, mas é pacífico que se
diligências pelo Ministério Público, querelante, aplicam subsidiariamente a ele
assistente e acusado após a instrução - Art. 394 §5º CPP
– Art. 402 CPP
Há previsão da possibilidade de conversão dos Não há previsão legal, mas é pacífico que se
debates em memoriais aplicam subsidiariamente a ele
– Art. 403 §3º e 404, parágrafo único CPP - Art. 394 §5º CPP

b) Especial:
CPP:
- Júri – artigo 74 §1º CPP: competência para julgar os crimes dolosos contra a vida, consumados ou
tentados.
Lembrar: latrocínio e seqüestro seguido de morte não são crimes de competência do Tribunal do Júri.
- Funcionário Público (há uma defesa prévia – art. 514 CPP: antes do recebimento da denúncia),
- Honra,
- Propriedade Imaterial.
Leis Especiais: exemplo: Rito da Lei de Drogas

1º Verificar se é uma IMPO – infração de menor potencial ofensivo: contravenções + os crimes cuja pena
máxima é menor de 2 anos, corresponderá ao Jecrim.
Lembrar: Jecrim prefere a todos os ritos especiais (mesmo se for funcionário público e a pena máxima for
menor de 2 anos será Jecrim).
- as causas de aumento e diminuição de pena devem ser consideradas (majorantes e minorantes)
- concurso de crimes: material > faz-se a soma das penas para verificar o rito, formal > o juiz pega uma
pena e aumenta de 1/6 a 1/2 , através desta pena verificar-se o rito, crime continuado >: o juiz aumenta
de um 1/6 a 2/3 a pena máxima mais grave, através desta verificar-se o rito.

Se não for IMPO


2º Verificar se há previsão de Rito Especial: CPP> Tribunal do Júri, Funcionário Público, Honra,
Propriedade Imaterial. Leis Especiais > Rito da Lei de Drogas

Se não tiver previsão em Rito Especial


3º Verificar a pena novamente, pena máxima maior ou igual a 4 anos: Rito ordinário, pena máxima
menor de 4 anos: Rito Sumário – Art. 394 CPP, exemplo: homicídio culposo, pois a pena máxima é 03
anos.
5. Momento dentro do qual eu me encontro:
- Antes da ação: pela defesa: cabe Pedido relativo a prisão e Habeas Corpus
Pela acusação: queixa crime

- Durante a ação penal: pela defesa: cabe Resposta a acusação e memoriais (depois da instrução, o
próprio MP já apresentou os memoriais)
Pela acusação: Memoriais ou em grau de recurso: RESE
- Processo findo: pela defesa: apelação.
Pela acusação: apelação
- Após o transito em julgado: pela defesa: Revisão Criminal,
Pela acusação: a coisa julgada é absoluta

6. Peça: cliente + rito + momento processual


7. Competência: Peça x Rito
8. Teses e Pedido
Tese da nulidade – Pedido: anulação
Tese da extinção da punibilidade – Pedido: declaração da extinção de punibilidade, com exceção
na resposta a acusação que o pedido é de absolvição sumária – artigo 397 IV CPP.
Tese de mérito – Pedido: absolvição na resposta a acusação – artigo 397 CPP, absolvição na
apelação – artigo 386 CPP, absolvição em memoriais – artigo 386 CPP, trancamento do inquérito
policial ou da ação penal – em caso de HC, novo julgamento em caso de apelação no Júri – artigo
593 §3º CPP.
Tese de autoridade arbitrária – Pedido: que seja concedido o direito subjetivo negado.

Apelação
- verbo: Interpor.
- Cabimento: Art. 593 CPP, Art. 82 da Lei 9.099/95
- Prazo: CPP: interposição para o juízo a quo é de 5 dias – artigo 593 caput CPP (usar na prova da OAB a
data a mesma data na interposição e nas razões), razões e contrarrazões para o juízo ad quem: é de 8
dias – artigo 600 caput CPP. Jecrim: interposição + razões no prazo de 10 dias, conta-se a partir da
intimação (1º dia útil seguinte) – artigo 82 § 1º Lei 9.099/95. Contrarrazões: 10 dias – artigo 82 § 2§º Lei
9.099/95.
- Fundamento: com fulcro no Art. 593 inciso ... CPP

* Se houve apelação da acusação verificar se ela é tempestiva.

- O assistente de acusação não habilitado nos autos pode interpor recurso de apelação: nos crimes de
competência do Tribunal do Júri ou do juiz singular, se da sentença não foi interposta apelação pelo MP
no prazo legal – Art. 598 CPP.

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:


I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;
É possível o réu apelar de sentença absolutória, desde que dela advenha algum prejuízo. Assim,
pode o réu apelar da sentença absolutória que impõe medida de segurança, pleiteando a exclusão da
mesma. Pode ainda apelar de sentença absolutória visando a modificação do fundamento da absolvição,
quando o novo fundamento lhe for mais favorável, descaracterizando eventual ação civil de indenização
bem como os efeitos administrativos funcionais.
As absolvições que vinculam a esfera administrativa, civil e tributária do artigo 386 CPP são:
I - estar provada a inexistência do fato (ver artigo 66 CPP); IV – estar provado que o réu não concorreu
para a infração penal; VI – existirem circunstâncias que excluam o crime (arts. 20, 21, 22, 23, do Código
Penal) (ver artigo 60 e 65 CPP).

II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos
casos não previstos no Capítulo anterior;
Caráter residual da apelação.
É o caso da decisão que julga o pedido de restituição das coisas apreendidas, que ordena (ou
não) o seqüestro, que autoriza (ou não) o pedido de restituição de coisas apreendidas, que ordena (ou
não) o pedido de levantamento do seqüestro ou ainda que indefere o pedido de justificação.
Decisão que decreta: hipoteca legal (artigo 134 CPP), arresto (artigo 137 CPP): o juiz manda
autuar em autos apartados, mas apensa aos autos.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá
ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na
sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo
Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido
do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito
dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três
dias.

Lembrar: Se já foi proposta a interposição (“a defesa vai se manifestou que irá apelar” ou “a apelação foi
peticionada”, por exemplo) e a OAB pede apenas a apresentação das razões, o prazo é de 8 dias. Neste
caso, fazer: petição de juntada das razões (encaminhamento e preâmbulo é o mesmo que usaria para a
interposição) com fulcro no artigo 593 ___ CPP e o 600 CPP, e logo, fazer petição com as razões.

Contagem do prazo para interposição e razões da Apelação: trata-se de prazo processual –

Interposição do Recurso de Apelação


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ... Estado... (Justiça
Estadual)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara da Justiça Federal da Comarca de ... Estado ...
(Justiça Federal)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do ... Tribunal do júri da Comarca de ... Estado ... (Tribunal
do júri)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ... Juizado Especial Criminal da Comarca de ... Estado ...
(Jecrim)
Requer seja a presente apelação recebida, processada e logo, encaminhada, com as inclusas
razoes, ao Egrégio Tribunal de Justiça (estadual) / Egrégio Tribunal Regional Federal (federal) / Egrégia
Turma Recursal (jecrim).

Razões do Recurso de Apelação


Apelante:
Apelada: Justiça Pública ou nome do querelante
Autos nº.:...

Egrégio Tribunal de Justiça, Colenda Câmara, Douto Procurador de Justiça – Estadual


Egrégio Superior Tribunal Federal, Colenda Turma, Douto Procurador da República – Federal
Egrégia Turma Recursal, Douto Promotor de Justiça – Jecrim.

Em que pese o ilibado saber jurídico do meritíssimo juiz a quo impõe-se a reforma da respeitável decisão
proferida contra o apelante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

Teses que posso sustentar na apelação:


1. Tese das Nulidades: nulidades do artigo 564 CPP, e quando faltar proposta de sursis processual
do artigo 89 da Lei 9.099/95.
Sempre deverá haver prejuízo para que um ato ou processo seja declarado nulo, seja este prejuízo
presumido, isto é que não precisa ser demonstrado (nulidades absolutas) ou demonstrado pela parte
(nulidades relativas).
Em regra deve ser alegada antes do mérito. 1º Nulidades, 2º Mérito.
* Exceção: se a nulidade decorre do acolhimento do mérito. Exemplo: deve o crime Y ser desclassificado
para o crime X, anulando o processo ab initio remetendo os autos ao Jecrim, ou anulando o processo ab
initio, remetendo os autos ao Ministério Público para que ofereça a proposta de sursis processual
conforme artigo 89 da Lei 9.099/95.

- Art. 564 inciso I: Incompetência do Juízo, podendo ser argüida quando:


a) De jurisdição: Quando tratar-se de crime federal (artigos 109 IV em diante da CF) e o processo está em
Juízo Estadual.

Crimes federais:
- crimes cometidos por funcionários públicos federais, no exercício de suas funções – artigos 312 a 327
CP
- crimes cometidos contra bens, serviços, ou interesse da União, ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e Eleitoral.
Exemplo: crimes contra bens da Agência dos Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil.
- contravenções desde que conexas a crimes federais
- crimes de contrabando ou descaminho (súmula 151 STJ)
- tráfico internacional de entorpecentes
- crimes contra a organização do trabalho: desde que o objeto seja a organização geral do trabalho ou os
direitos dos trabalhadores coletivamente considerados (se for direito individual trata-se de Justiça Comum
Estadual).
- crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro
- Artigo 309 CP
- Artigo 338 CP

b) Quando trata-se de crime de Jurisdição Especializada, como: Eleitoral, Militar ou Trabalhista, ainda
quando trata-se de Competências constitucionais: como Jecrim, Tribunal do Júri.

b) Quando a ação foi proposta em lugar diverso do lugar onde se consumou a infração ou no caso de
tentativa, diverso do lugar em que foi praticado o último ato de execução – Art. 70 CPP

* Cuidado: Crime privado pode o querelante escolher entre o domicílio ou residência do réu.

- Art. 564 inciso I: suspeição ou suborno do juiz;


Impedimento: Art. 252 CPP
Suspeição refere-se a situações subjetivas do juiz. Exemplo: Amizade, inimizade, etc.: Art. 254 CPP

- Art. 564 inciso II: Ilegitimidade de parte, podendo ser argüida quando:
Exemplo: Ad causum: Quando tratar-se de ação penal privada e esta for intentada pelo Ministério Público
(e vice-versa), ou Quando trata-se de crime de ação penal pública condicionada
Exemplo: Ad processum: Ocorre quando falta por exemplo a capacidade postulatória, ou defeito de
representação. Exemplo: acusado menor de 18 anos não é parte legítima para figurar no pólo passivo de
persecução penal.

- Art. 564 inciso III: por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o
auto de prisão em flagrante;
Exemplo: Quando tratar-se de crime de ação penal pública condicionada - artigo 225 CP, e, 39 CPP.
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
Exemplo: examinado os autos, verifica-se que inexiste exame de corpo de delito.
c): a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de
21 anos;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos
à acusação e à defesa;
Exemplo: quando não é feita a citação nos moldes dos artigos 251 a 369 CPP.
Exemplo: juiz recusa a interrogar o acusado sob o argumento de que as provas produzidas eram
suficientes ao julgamento da causa.

- Art. 564 inciso IV: por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato, podendo ser
argüida quando – cláusula genérica
Exemplos
a) Falta de apresentação da resposta a acusação por advogado: o juiz determinou a retirada dos autos
porque julgou ser intempestiva – Artigo 369-A §2º, ofensa ao Artigo 5 LV CF, Súmula 523 STF.
A resposta a acusação é peça obrigatória. Ao determinar sua retirado dos autos, impediu-se a produção
de prova testemunhal em favor da ré.
b) Caso de denúncia lacônica, isso é, quando referir-se a fatos indefinidos não expondo o fato criminoso,
alem de não individualizar a conduta praticada por cada agente – Art. 41 CPP: a denúncia/queixa devem
conter a descrição individualizada do fato criminoso, causa inépcia: artigo 395, I CPP, assim o juiz não
deveria ter recebido sendo o processo nulo ab initio.
- Quando a denúncia não descreve quando foi praticado o delito, não descreve de que forma fora
praticado o delito, e não imputa qualquer descrição efetiva da conduta do réu.
c) Quando no interrogatório não for seguido o disposto no Art. 212. e seu p.u. CPP, como por exemplo
quando o juiz for o primeiro a perguntar na audiência.
d) Quando o juiz não deixa as partes fazerem perguntas
e) O juiz ao realizar o interrogatório não segue o disposto no Art. 187.
f) Se o réu citado por edital não comparecer, nem constituir advogado – o CPP manda que seja suspenso
o processo – Art. 366 CPP, se o juiz ao invés de suspender, prosseguir com o processo a revelia, todos
os atos praticados a revelia serão nulos. Pedido: nulidade a partir da citação.
g) Em regra se o réu é citado por hora certa e o réu não comparece o processo segue a revelia, mas será
nomeado defensor dativo – Artigo 362 p. u. CPP. Se o réu é citado por hora certa, pois o juiz entendeu de
forma errônea que ele estava se ocultando, mas na verdade o réu não sabia do processo: nulidade, pois
não cumprida a formalidade prevista no artigo 362 CPP, e ainda ofensa ao principio da ampla defesa.
Pedido: nulidade a partir da citação.
h) Inversão da ordem prevista em lei dos atos a serem realizados em audiência – artigo 400 CPP.
Pedido: nulidade a partir da audiência de instrução, debates e julgamento.
i) Ausência do defensor constituído: o réu tem direito de escolher advogado de sua confiança – artigo 185
CPP
j) Juiz dispensou testemunha: cerceamento de defesa – Art. 5º LV CF
k) Uma das testemunhas foi ouvida por precatória, expedida outra Comarca, sem que a defesa tivesse
sido cientificada da data da audiência naquele juízo: cerceamento de defesa – Art. 5º LV CF

* Sempre que eu falar em nulidade estou falando em Violação do Devido Processo Legal – Art. 5 LIV CF,
e decreto Lei 678/92 – artigo 8º (Pacto de São José da Costa Rica).

Peço anulação do processo “ab initio” ou “a partir da ...”

2. Extinção da punibilidade – Art. 107 CP


a) pela morte do agente;
Provada a morte com a certidão de óbito – art. 62 CPP.
Certidão de óbito falsa, volta a correr o prazo? Se cair na prova prática a resposta é não, porque não
existe revisão criminal pro societate.
Se cair nas perguntas temos 2 posições: a) pode voltar a correr pois o ato é inexistente, b) não volta a
correr.
* Sentença declaratória por ausência não extingue a punibilidade.

b) pela anistia, graça ou indulto;


Anistia: é feita pelo Congresso Nacional e depende e lei
Indulto: é feito pelo Presidente da República e é por meio de decreto, ele é geral.
Graça: é feito pelo Presidente da República e é por meio de decreto, mas é individual.

c) pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
Abolitio Criminis.
O juiz da execução é o responsável por aplicar a lei nova.

d) pela prescrição, decadência ou perempção;


* Cuidado sempre que houver datas na peça fique atento! Verifique a idade e a prescrição
conforme pena em concreto ou abstrato.

Prescrição: pode acontecer no processo de conhecimento (PPP) e no de execução (PPE).


1. PPP em abstrato: Quando ainda não houve STEJ para a acusação
1º Passo: verificar a pena máxima em abstrato cominada ao crime.
Obs.: causas de aumento ou diminuição são consideradas. Exemplo: furto noturno –> 1 a 4 anos + 1/3,
tentativa de furto –> 1 a 4 anos – 1/3 a 2/3 (usar o 1/3, isto é a diminuição mínima).
Obs.: concurso de crimes não é considerado. Calcular a prescrição sobre cada crime isoladamente.
Exemplo: denunciada pelo crime de furto (1 a 4 anos, prescrição em 8 anos) em concurso material com a
ameaça (1 a 6 meses, prescrição em 3 anos).
Exemplo: concurso de crime entre homicídio doloso (6 a 20 anos – prescrição em 20 anos) e homicídio
culposo (1 a 3 anos, prescrição em 8 anos).
Exemplo: concurso de crime entre 3 calúnias (6 meses a 2 anos – prescrição em 4 anos para cada uma)
2º Passo: verificar a tabela do artigo 109 CP. Onde estiver escrito não excede leia-se igual.
Art. 109 VI CP: Modificação com a Lei 12.234/2010: novatio legis in pejus, não retroage, porque antes
da lei a prescrição acontecia em 2 anos. Assim: usar para crime com pena máxima menor de 1 ano
praticado antes de 2010 – prescrição em 2 anos, após 2010 – prescrição em 3 anos.
3º Passo: verificar o art. 115 CP. Se agente menor de 21 anos na data do fato, ou se agente, maior de 70
anos na data da sentença, cortar a prescrição pela metade.
* Divergência doutrinária e jurisprudencial: existem 2 interpretações para sentença:
1. sentença é igual ao julgamento em primeira instância
2. sentença é igual ao julgamento definitivo = usar esta posição, pois mais benéfica para o réu.
4º Passo: verificar os intervalos prescricionais (que interrompem a prescrição, volta no “0” a contagem)
a) Rito Comum: temos 3 intervalos
1º Intervalo: entre a data da consumação e o recebimento da denúncia
2º Intervalo: entre o recebimento da denúncia e a sentença condenatória recorrível (ou acórdão
confirmatório recorrível)
3º Intervalo: entre a sentença condenatória recorrível e o transito em julgado
Exemplo: crime de furto (pena de 1 a 4 anos, prescrição em 8 anos), entre a consumação e o
recebimento da denúncia demorou 7 anos, do recebimento até a sentença deu 5 anos – não tem
prescrição.
b) Rito do Júri: temos 5 intervalos
1º Intervalo: entre a data da consumação e o recebimento da denúncia
2º Intervalo: entre o recebimento denúncia e a pronúncia
3º Intervalo: entre a pronúncia e o acórdão confirmatório da pronúncia
4º Intervalo: entre o acórdão confirmatório da pronúncia e a sentença condenatória recorrível (ou acórdão
confirmatório recorrível)
5º Intervalo: entre a sentença condenatória recorrível e o transito em julgado
Termo inicial da prescrição é sempre pegadinha – cuidado.
- Prescrição começa a contar na data consumação
- Na Tentativa: a prescrição começa a contar quando cessa a execução.
- No crime permanente (exemplo: extorsão mediante seqüestro, furto de energia elétrica): a prescrição
começa a contar no dia em que cessou a permanência.
- No crime de bigamia (art. 235 CP) e adulteração de registro civil (art. 241 e 242): a prescrição começa a
contar na data em que o fato se tornar conhecido.
Causa Interruptivas:
- Recebimento da denúncia: não é o mero oferecimento, se o recebimento vier a ser anulado (“ab initio”),
deixa de valer como causa interruptiva – em decorrência dela veja se houve a prescrição da punibilidade
e peço também.
- Pronúncia: Lembrar: nenhuma outra decisão interrompe, mas a desclassificação do crime pelo Conselho
de Sentença não invalida a pronúncia,
- Acórdão Confirmatório da Pronúncia:
Se na sentença houve uma pronúncia, cabe RESE, se o acórdão mantêm a decisão, temos o acórdão
confirmatório da Pronúncia.
Se na sentença houve uma impronúncia ou absolvição sumária, cabe Apelação, se o acórdão pronuncia,
temos o acórdão confirmatório da Pronúncia.
- Sentença ou acórdão condenatório:
a) Antes de 2007: sentença condenatória recorrível é aquela que condenou, seja após a apelação ou
antes (se após e o acórdão apenas confirmou, vale a 1º decisão, ou seja a sentença).
b) Após 2007: sentença condenatória recorrível é aquela que condenou antes, se acórdão confirmou
existem duas posições: 1. diz que não interrompe, porque a lei fala apenas em condenatório e não
confirmatório, 2. diz que a mudança da lei foi justamente para criar um novo marco interruptivo.

2. PPP em concreto: Quando já houve STEJ para a acusação. Exemplo: apelação ou revisão criminal.
1º Passo: verificar a pena em concreto aplicada na sentença.
Obs.: concurso de crimes não é considerado.
Se houver concurso material que é a soma das penas -> temos que distinguir as penas
Se houver concurso formal onde pega-se a pena mais grave e aumenta de 1/6 a ½ -> temos que abater o
aumento.
Se houver crime continuado onde pega-se a pena mais grave e aumenta 1/6 a 2/3 -> temos que abater o
aumento.
2º Passo: verificar a tabela do Art. 109 CP
3º Passo: verificar o Art. 115 CP
4º Passo: verificar os seguintes intervalos:
a) Rito Comum:
1º Intervalo: entre a data da consumação e o recebimento da denúncia = a lei 12.234/2010 retirou esse
intervalo
2º Intervalo: entre o recebimento da denúncia e a sentença condenatória recorrível (ou acórdão
confirmatório recorrível)
3º Intervalo: entre a sentença condenatória recorrível e o transito em julgado
Prescrição da pretensão punitiva retroativa: pego a data da STEJ para acusação, e verifico o período
entre o recebimento e STEJ, se houve ou não prescrição de acordo com a pena aplicada na sentença.
Prescrição da pretensão punitiva superveniente: pego a data da STEJ para acusação, e verifico o período
entre a STEJ e o transito em julgado, se houve ou não prescrição de acordo com a pena aplicada na
sentença
a) Rito do Júri:
1º Intervalo: entre a data da consumação e o recebimento da denúncia= a lei 12.234/2010 retirou esse
intervalo (mas para crime antes de 2010 existe)
2º Intervalo: entre o recebimento denúncia e a pronúncia
3º Intervalo: entre a pronúncia e o acórdão confirmatório da pronúncia
4º Intervalo: entre o acórdão confirmatório da pronúncia e a sentença condenatória recorrível (ou acórdão
confirmatório recorrível)
5º Intervalo: entre a sentença condenatória recorrível e o transito em julgado
Prescrição da pretensão punitiva retroativa: pego a data da STEJ para acusação, e verifico o período
entre o recebimento e a pronuncia, depois entre a pronuncia e o acórdão confirmatório da pronúncia, e
depois entre o acórdão confirmatório da pronúncia e a STEJ, se houve ou não prescrição de acordo com
a pena aplicada na sentença.
Prescrição da pretensão punitiva superveniente: pego a data da STEJ para acusação, e verifico o período
entre a STEJ e o transito em julgado, se houve ou não prescrição de acordo com a pena aplicada na
sentença
Obs.: prescrição virtual ou antecipada não é admitida. Súmula 438 STJ.
3. PPE: quando já houve o título executivo: se forma com a sentença condenatória transitada em julgado.
1º Passo: verificar a pena em concreto aplicada.
Obs.: concurso de crimes não é considerado.
Se houver concurso material que é a soma das penas -> temos que distinguir as penas
Se houver concurso formal onde pega-se a pena mais grave e aumenta de 1/6 a ½ -> temos que abater o
aumento.
Se houver crime continuado onde pega-se a pena mais grave e aumenta 1/6 a 2/3 -> temos que abater o
aumento.
Obs.: caso a pena já tenha sido parcialmente cumprida (fuga, revogação do livramento condicional),
verificar apenas o quanto resta a cumprir.
Exemplo: Furto (pena de 1 a 4 anos), na sentença pegou 1 ano, cumpriu 2 meses e fugiu. O Estado deve
prendê-lo em quanto tempo? A prescrição em abstrato era 8 anos, a prescrição em concreto era 4 anos,
cumpriu 2 meses e fugiu, pena restante é 10 meses, a prescrição para 10 meses é 3 anos. Assim, o
Estado deve prende-lo em 3 anos.
2º Passo: verificar a tabela do Art. 109 CP
3º Passo: verificar o Art. 115 CP + Art. 110 CP.
O Art. 110 CP: diz que a prescrição será aumentada de 1/3 se o réu é reincidente.
4º Passo: Verificar os intervalos
1º Intervalo: entre o TEJ para acusação e o inicio do cumprimento da pena
2º Intervalo: entre a data da revogação do sursis e o inicio do cumprimento da pena
3º Intervalo: entre a data da fuga e a data da continuação do cumprimento da pena
4º Intervalo: entre a data da revogação do livramento e a data da continuação do cumprimento da pena
Termo inicial: Art. 112 CP
- transito em julgado para a acusação (tenho um título executivo)
- da data da interrupção da pena (fuga)
- da data da revogação do sursis até o livramento (quando você está no sursis ou livramento não conta-se
a prescrição)
Causas interruptivas: Art. 117 incisos V e VI CP:
- inciso V: início ou continuação do cumprimento da pena.
- inciso VI: reincidência = da prática do novo crime começa do zero.

Decadência: o prazo para oferecimento da queixa é decadencial de 6 meses a contar do conhecimento da


autoria – artigo 38 CPP (prazo penal: inclui o início e excluo o final – artigo 10 CP).

Exceções:
1. se a vítima for menor de 18 anos quando completar 18 anos pode oferecer queixa crime no prazo de 6
meses, mas a prescrição corre normal ou seja, desde a data do fato, portanto verificar ambos neste caso.
2. crimes contra a propriedade imaterial – artigo 529 CPP: o prazo global de 6 meses deve ser respeitado,
mas uma vez homologado o laudo vale o prazo de 30 dias.

Perempção: aplica-se a ação penal privada propriamente dita ou personalíssima, não se aplica à ação
penal privada subsidiária da pública – artigo 60 CPP
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias
seguidos;
- o atraso ou paralisação deve ser de responsabilidade da parte
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
- precisa ter intimação dos sucessores? Não.
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;

e) pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
Renúncia: pré-processual, não depende de concordância (unilateral)
- na ação penal privada vale o principio da indivisibilidade: havendo renúncia a um, ela será extensível a
todos – art. 49 CPP.

Perdão: no processo, precisa da concordância (bilateral)

Renúncia de representação: o CPP não prevê, apenas a Lei Maria da Penha e o Jecrim prevêem.

f) pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;


Precisa haver expressão previsão legal.

g) pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.


Precisa haver expressão previsão legal. Exemplo: homicídio culposo.
Pedido: que seja declarada extinta a punibilidade em razão da “decadência, prescrição etc.”.

3. Mérito: Pedido: absolvição com fulcro no artigo 386 CPP


3.1 Principais:
- Atipicidade: é quando o ato vai contra ao fato típico e seus elementos, quais sejam: conduta, resultado,
nexo causal e tipicidade.

Conduta: ato voluntário dirigido a uma finalidade. Assim, atos involuntários e reflexos são atípicos.
Exemplo: Coação física irresistível – Art. 22 CP: exclui a conduta para o direito penal, há atipicidade.

Resultado jurídico: é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido. Todo crime produz.
Resultado naturalístico: é a modificação no mundo exterior.
Crime formal: é aquele que pode produzir resultado naturalístico, mas nem sempre produz. Exemplo:
extorsão mediante seqüestro, o crime se consuma com a extorsão, não importa se houve ou não o
recebimento da vantagem.
Crime material: é aquele que necessita de uma alteração no mundo naturalístico. Exemplo: homicídio,
lesão corporal.
Crime de mera conduta: é aquele que não produz resultado naturalístico. Exemplo: violação de domicílio
– Art. 150 CP.

Crime impossível: só pode ser considerado criminosa a conduta que lesa ou expõe a risco de grave lesão
um bem jurídico tutelado. Sem risco ao bem jurídico, não há crime possível.
a) por impropriedade absoluta do objeto
Exemplo: desferir tiros em um corpo sem vida para matá-lo ou subtrair sacola cheia de lixo imaginando
que continha valores econômicos, há atipicidade.
b) ineficácia absoluta do meio: meio inidôneo.
Exemplo: pessoa que quer matar terceiro usando os poderes da mente.

Nexo causal:
- Causa absolutamente independente da conduta do agente: não tem origem na conduta, não faz parte do
desdobramento normal da conduta.
* Excluem o nexo causal entre conduta e o resultado
- Causa relativamente independente da conduta do agente: tem origem na conduta, não faz parte do
desdobramento normal da conduta.
* Não excluem o nexo causal entre a conduta e o resultado, salvo se for Superveniente e por si só
produziu o resultado – Art. 13 §1º CP.

Tipicidade
Formal: é a previsão na lei do fato praticado.
Material: a lesão ao bem jurídico deve ser significativa.

Tipo subjetivo: dolo.


Exemplo: no homicídio o dolo é o “animus necandi” = vontade livre e consciente de matar.
Pode ter dolo específico, terá escrito no crime: “como fim de”. Exemplo: Artigo 171 CP: com o fim de obter
vantagem.
Se juntarmos o artigo 171 IV CP + Súmula 246 STF: pode gerar uma atipicidade se não houver o tipo
subjetivo: “fraude”.
Exemplo: crime que só admite modalidade dolosa e o agente age com culpa, trata-se de atipicidade.

Tipo objetivo: é o verbo do tipo.


Exemplo: X deu R$ 300,00 ao funcionário público, não configura o Art. 393 CP cujo verbo é “oferecer ou
prometer”, pois ele entregou os R$ 300,00 e não realizou as condutas do núcleo do tipo, atipicidade.
Exemplo: crime de apropriação indébita – quando alguém recebe o valor em dinheiro como pagamento
de serviços e não os executa (questão civil)

- Excludente de ilicitude ou antijuridicidade – artigos: 23, 24 e 25 CP


Estado de necessidade: 2 elementos:
a) situação de perigo: perigo deve ser atual, contra direito próprio ou de terceiro (filho por exemplo),
inexistência do dever legal de afastar o perigo, perigo não causado voluntariamente pelo agente.
b) conduta lesiva: inevitável, o direito lesionado deve ser igual ou menor que o direito protegido.

Legítima Defesa: 2 elementos:


a) Agressão injusta: é conduta humana contrária ao direito. Se a agressão for justa, não há que se falar
em legítima defesa, exemplo: policial prendendo um sujeito.
A agressão deve ser atual ou iminente: pode recair contra direito próprio ou de terceiro.
b) Repulsa com os meios necessários e de forma moderada = o agente deve usar o meio menos lesivo
que possuir.
Estrito cumprimento do dever legal: dentro da lei.

Exercício regular de um direito


Exemplo: ofendíbulos (aparatos para defesa do patrimônio, exemplo: cerca elétrica, cão bravo, etc.)

- Excludente de culpabilidade
Coação moral irresistível – Art. 22 CP: não exclui a conduta para o direito penal, porque existe um ato
voluntário, mas exclui a culpabilidade.
Exemplos:
a) bandido com uma arma na cabeça do gerente do banco.
b) assaltante mantendo como refém mãe e filho, exigindo do pai que providencie certo valor em dinheiro
para evitar que mate mãe e filho.

Obediência hierárquica a ordem não manifestamente ilegal – Art. 22 CP:

Imputabilidade: capacidade de querer agir e entender. Agente imputável é aquele que entende e quer
agir.
Inimputabilidade: pessoas que não tem a capacidade de entender e agir por motivo de doença mental,
desenvolvimento mental incompleto e desenvolvimento mental retardado – artigo 26 CP. Outra causa de
inimputabilidade é a embriaguez completa oriunda de caso fortuito ou força maior, exemplo: quando um
sujeito escorrega nem tonel de cachaça.

Erro de proibição: quando a pessoa não tem a capacidade de entender o caráter ilícito da conduta.

Inexigibilidade de conduta diversa:

Pedido: absolvição com fulcro no artigo 386, VI CPP.

- Falta de provas:
Pedido: absolvição com fulcro no artigo 386, V CPP.
Exemplo: desentranhamento das provas ilícitas, artigo 386, V CPP
Exemplo: a única pessoa a apontar o recorrente como autor foi a vítima, que é inimiga do recorrente. As
demais testemunhas não presenciaram o momento em que os acusados estavam com a ofendida, de
modo que nada podem informar a respeito.

3.2 Subsidiárias:
- 1º Pede-se o afastamento de qualificadoras, ou causas de aumento de pena.
Exemplo: crime de furto qualificado por meio de arrombamento da porta. Entretanto, a perícia apontou
que não houve sinais de arrombamento da porta, sendo provável que a porta estava aberta por descuido
dos moradores da residência, o que afasta por completo a ocorrência de furto qualificado.
Exemplo: furto simples com causa de aumento de pena por repouso noturno. Quando fala-se em repouso
noturno deve ser levado em consideração a casa habitada para aumento de pena, quando não há casa
habitada não deve ser aplicado tal aumento.

- 2º Desclassificação do tipo penal imputado para o crime de ... (verificar pena mínima se houver a
possibilidade de sursis, pedir que a nulidade do processo para que os autos sejam remetidos ao
Ministério Público a fim de que seja feita a proposta de suspensão condicional do processo).
Exemplo: pedir desclassificação do crime de homicídio para o crime de lesão corporal seguida de morte
(vontade era somente de ferir e o resultado mais grave ocorreu por culpa = crime preterdoloso).

- 3º Em caso de manutenção da condenação do acusado: seja fixada pena base no patamar mínimo, isso
porque o acusado é primário e apresenta bons antecedentes, sem a presença de condições
qualificadoras ou agravantes que justifiquem pena acima do mínimo legal.

- 4º Pedir a exclusão da agravante e o reconhecimento da atenuante (artigo 61 ao 67 CP)


Pedir a exclusão das majorantes e o reconhecimento da minorante.

- 5º Pedir a fixação do regime mais brando – Artigo 33 CP e Súmulas 718 e 719 STF, e 440 STJ:
Para o réu primário:
- Pena Maior que 8 anos = fechado
- Pena Menor ou igual a 8 anos e maior que 4 anos = Semi aberto
- Pena Menor ou igual a 4 anos = Aberto.
Para o réu reincidente:
- Pena Menor ou igual a 4 anos = Semi aberto.
Súmula 269 STJ: diz que o reincidente com pena menor ou igual a 4 anos = Semi aberto (pode começar
no Semi aberto)
- Pena Maior que 4 anos = fechado

- 6º Pedir a substituição por pena restritiva de direito ou sursis da pena: não pode pedir os dois ao mesmo
tempo.
- Pena restritiva de Direitos: artigo 44 CP
Requisitos objetivos: se o crime for culposo cabe restritiva qualquer que seja a pena. Se o crime for
doloso: crime deve ter sido praticado sem violência, pena menor ou igual a 4 anos.
Requisitos subjetivos: réu não reincidente específico (não pode ser reincidente no mesmo crime).
- Sursis da pena: artigo 77 CP
Requisitos objetivos: não ser cabível a restritiva, pena menor ou igual a 2 anos.
Requisitos subjetivos: não ser reincidente em crime doloso.
* A condenação anterior a multa não impede a concessão do benefício.
Sursis etário: é admissível sursis se a pena é menor ou igual a 4 anos desde que o condenado seja
maior de 70 anos.
Sursis humanitário: é admissível sursis se a pena é menor ou igual a 4 anos desde que o condenado tem
doença grave.

4. Tese de autoridade arbitrária: concessão de direito subjetivo negado.


- Regime inicial aberto (ou mais benéfico para o réu)
Substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos
- Direito de permanecer o réu em liberdade até o transito em julgado da sentença penal condenatória (se
caso o réu está em liberdade)
- Fixação da indenização no patamar mínimo

5. Pedidos específicos a serem feitos na Apelação:


Na interposição: requer seja recebida e processada a presente apelação, e encaminhada com as
inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça.

Nas razões: diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, anulando-se o
processo ...., nos termos do artigo 564, ____ do CPP. Caso não seja este o entendimento, requer a
reforma da sentença penal condenatória, absolvendo o apelante nos termos do artigo 386 ____ do CPP.
Subsidiariamente, requer a desclassificação ___________, remessa dos autos ao Ministério Público para
que ofereça proposta de suspensão condicional do processo. Eventualmente, caso afastados os pedidos
acima, requer a condenação no mínimo legal, bem como a fixação da indenização no patamar mínimo, e
que seja permitido que aguarde em liberdade até o TEJ da SPC, como medida de justiça.

Resposta a Acusação:
- verbo: “oferecer”
- Cabimento: com fulcro no Art. 396 (cabimento) e 396-A (conteúdo) CPP.
- Momento: logo após a citação (não pode ter tido AIDJ).
- Legitimidade: apenas do réu.
- Competência: para o juiz da causa
- Prazo: 10 dias a contar da citação – Art. 396 CPP: contados a partir da data da intimação. Trata-se de
prazo processual. Súmula:

Teses e Pedidos que posso sustentar na Resposta a acusação:


1. Tese das Nulidades:
- Nulidades do artigo 564 CPP,
- Falta de proposta de sursis processual do artigo 89 da Lei 9.099/95.
* Até aqui, segue-se o mesmo já descrito para o recurso de Apelação.
- + tese de Falta de provas (pois não posso pedir absolvição por falta de provas uma vez que ainda não
foi realizada a AIDJ).
Pedido: nulidade ab initio ou nulidade a partir de

2. Tese de Extinção da Punibilidade: artigo 107 CP.


Pedido: absolvição sumária com fulcro no artigo 397, IV CPP

3. Mérito: artigo 397 CPP


3.1 Principais:
- Atipicidade – artigo 397, III CPP.
Exemplo: Quando há aplicação do principio da insignificância.
- Excludente de ilicitude – artigo 397, I CPP:
Estado de necessidade, legítima defesa, etc.
- Excludente de culpabilidade – artigo 397, II CPP
Salvo inimputabilidade: porque a absolvição por doença mental é uma absolvição imprópria que implica
em medida de segurança, e não há como impor tal medida sem culpabilidade.
- Escusa absolutória – terá previsão em lei, exemplo: artigo 181 CP, usar o artigo 397 II CPP
Pedido: absolvição sumária com fulcro no artigo 397 inciso ___ CPP
* No Júri: prevalece o entendimento de que a fase absolvição sumária do artigo 397 CPP não existe, pois
depois da decisão de pronúncia pede-se a absolvição sumária com fulcro no artigo 415 CPP.

3.2 Subsidiárias: não devem ser utilizadas na resposta a acusação.

4. Tese de autoridade arbitrária: concessão de direito subjetivo negado.


- Se o réu estiver preso
Pedido: expedição do competente alvará de soltura
- Se o réu tiver mandado de prisão expedido
Pedido: expedição do contra mandado de prisão.

5. Pedidos específicos da resposta a acusação:


- Caso Vossa Excelência assim não entenda requer a intimação das testemunhas a seguir arroladas, bem
como a produção de todas as provas em direito admitidas – Art. 396-A CPP.

Memoriais de Alegações Finais


- verbo: “apresentar”
- Cabimento: Art. 403 §3º CPP – em caso complexo ou houver número excessivo de réus e Art. 404 p.u.
CPP – depois do interrogatório seja necessária a realização de novas diligências (determinada de ofício
pelo juiz ou a requerimento das partes)
- No problema deve estar escrito que a acusação (ministério público ou o querelante) já apresentou os
seus memoriais, ou ainda: O Ministério Público, em seus memoriais, pediu a condenação do réu.
- Prazo: o advogado deve ser intimado – Art. 403 §3º CPP: diz ser de 5 dias (prazo processual).
- Legitimidade: tanto da acusação, quanto da defesa.
- Competência: juiz da causa

Observação:
- Rito Sumário / Rito do Júri / Rito Sumaríssimo: não prevê memoriais, mas aplica-se subsidiariamente em
virtude do artigo 394 §5º CPP. Fundamento: artigo 403 §3º CPP c/c Art. 394 §5º CPP.

Teses e Pedidos que posso sustentar em Memoriais de Alegações Finais:


1. Tese das Nulidades:
- Nulidades do artigo 564 CPP: especialmente a falta de exame de corpo de delito, e a prova ilícita.
- Falta de proposta de sursis processual do artigo 89 da Lei 9.099/95.
* Até aqui, segue-se o mesmo já descrito para o recurso de Apelação.
- Falta de provas: não entra em memoriais

Pedido: nulidade ab initio ou nulidade a partir de

2. Tese de Extinção da Punibilidade: artigo 107 CP.


Pedido: seja declarada extinta a punibilidade em virtude de “prescrição, decadência, morte, etc.”

3. Mérito: artigo 386 CPP, pedido de absolvição


Principais:
- Atipicidade – artigo 386, III CPP

- Excludente de ilicitude – artigo 386, VI CPP:


Estado de necessidade, legítima defesa, etc.

- Excludente de culpabilidade – artigo 386, VI CPP


Salvo inimputabilidade: porque a absolvição por doença mental é uma absolvição imprópria que implica
em medida de segurança, e não há como impor tal medida sem culpabilidade.

- Escusa absolutória – terá previsão em lei, exemplo: artigo 181 CP, usar o artigo 397 II CPP

- Falta de Provas – usa-se o artigo 386, VII CPP


Exemplo: o acusado não foi reconhecido pelas vítimas ou por qualquer outra testemunha. As
testemunhas foram evasivas. O acusado juntou prova documental de que estava em outro lugar no dia do
fato.
Exemplo: única testemunha ocular tem dificuldade de visão, possui 70 anos de idade, e o local era
escuro.

Pedido: absolvição sumária com fulcro no artigo 386 inciso ___ CPP
Subsidiárias:
- 1º Pede-se o afastamento de qualificadoras, ou causas de aumento de pena.
Exemplo: crime de furto qualificado por meio de arrombamento da porta. Entretanto, a perícia apontou
que não houve sinais de arrombamento da porta, sendo provável que a porta estava aberta por descuido
dos moradores da residência, o que afasta por completo a ocorrência de furto qualificado.

- 2º Desclassificação do tipo penal imputado para o crime de ______, (verificar pena mínima se houver a
possibilidade de sursis, pedir que a nulidade do processo para que os autos sejam remetidos ao
Ministério Público a fim de que seja feita a proposta de suspensão condicional do processo).

- 3º Em caso de condenação do acusado: seja fixada pena base no patamar mínimo, isso porque o
acusado é primário e apresenta bons antecedentes, sem a presença de condições qualificadoras ou
agravantes que justifiquem pena acima do mínimo legal.

- 4º Pedir a exclusão da agravante e o reconhecimento da atenuante (artigo 61 ao 67 CP)


Pedir a exclusão das majorantes e o reconhecimento da minorante.

- 5º Pedir a fixação do regime mais brando – Artigo 33 CP e Súmulas 718 e 719 STF, e 440 STJ:
Para o réu primário:
- Pena Maior que 8 anos = fechado
- Pena Menor ou igual a 8 anos e maior que 4 anos = Semi aberto
- Pena Menor ou igual a 4 anos = Aberto.
Para o réu reincidente:
- Pena Menor ou igual a 4 anos = Semi aberto.
Súmula 269 STJ: diz que o reincidente com pena menor ou igual a 4 anos = Semi aberto (pode começar
no Semi aberto)
- Pena Maior que 4 anos = fechado

- 6º Pedir a substituição por pena restritiva de direito ou sursis da pena: não pode pedir os dois ao mesmo
tempo.
- Pena restritiva de Direitos: artigo 44 CP
Requisitos objetivos: se o crime for culposo cabe restritiva qualquer que seja a pena. Se o crime for
doloso: crime deve ter sido praticado sem violência, pena menor ou igual a 4 anos.
Requisitos subjetivos: réu não reincidente específico (não pode ser reincidente no mesmo crime).
- Sursis da pena: artigo 77 CP
Requisitos objetivos: não ser cabível a restritiva, pena menor ou igual a 2 anos.
Requisitos subjetivos: não ser reincidente em crime doloso.
* A condenação anterior a multa não impede a concessão do benefício.
Sursis etário: é admissível sursis se a pena é menor ou igual a 4 anos desde que o condenado seja
maior de 70 anos.
Sursis humanitário: é admissível sursis se a pena é menor ou igual a 4 anos desde que o condenado tem
doença grave.

4. Tese de autoridade arbitrária: concessão de direito subjetivo negado.


- Se o réu estiver preso
Pedido: expedição do competente alvará de soltura
- Se o réu tiver mandado de prisão expedido
Pedido: expedição do contra mandado de prisão.

5. Pedidos específicos dos Memoriais de alegações finais


- Em caso de condenação que seja garantido ao réu o direito de apelar em liberdade, visto que
encontram-se ausentes os requisitos para a prisão preventiva, estabelecidos no artigo 312 do CPP.
- Fixação de indenização civil no seu patamar mínimo.

Recurso em Sentido Estrito


- Cabimento: Art. 581 e incisos CPP
* vários incisos tacitamente revogados pelo artigo 197 LEP: cabendo agora agravo em execução.
- Inciso I: que não receber a denúncia ou a queixa.
Lembrar: Jecrim cabe apelação – Art. 82 da Lei 9.099/95
- Inciso X: que conceder ou negar a ordem de habeas corpus
* O juiz julga HC, desta decisão cabe RESE para o TJ.
Mas se o TJ julgar HC caberá Recurso Ordinário Constitucional para o STJ.
- Inciso XV: decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta.
Mas se for negado o seguimento do RESE cabe carta testemunhável.
- Interposição: é para o juiz a quo (que proferiu a decisão)
- Prazo: é de 5 dias.

Interposição:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara do júri da Comarca de ... Estado ... (Tribunal do
júri)

Pedidos específicos a serem feitos no Recurso em Sentido Estrito:


Na interposição: requer seja recebido e processado o presente recurso, e caso Vossa Excelência
entenda que deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado com as inclusas razões, ao
Egrégio Tribunal de Justiça.

Nas razões: diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso.
Autoridade arbitrária – pede-se reforma da decisão
Exemplo: se o RESE foi interposto por ter sido a apelação denegada: pedir para que seja reformada a
decisão, determinando-se o processamento da apelação, como medida de justiça.

Revisão Criminal
- Verbo: “propor”
- Ação autônoma impugnativa, assim como o mandado de segurança e o habeas corpus.
- Pressuposto: transito em julgado.
- Só é cabível de para sentenças condenatórias – Art. 621 CPP
Exceção: hipótese que cabe revisão criminal de sentença absolutória: absolvição imprópria (é aquela que
aplica medida de segurança)
- Competência: Tribunais é a regra geral. Só terá competência para o STJ ou STF se o fundamento da
revisão criminal for o mesmo fundamento do recurso extraordinário/recurso especial.
* Se o STF nem analisou o Recurso Extraordinário – a Competência da Revisão Criminal é do TJ
* Se o STF analisou o Recurso extraordinário e o fundamento é inconstitucionalidade – Competência é do
STF. Se o fundamento do recurso é novas provas - Competência é do TJ.

- Cabimento: Art. 621 CPP


Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
- Pode ser lei penal ou processual violada (material e processual penal)
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos
comprovadamente falsos;
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de
circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.

Petição:
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ...
(Justiça Estadual)

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal do


Estado de ... (Justiça Estadual)

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça (caso a condenação
tenha sido proferida pelo STJ)

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal (caso a condenação
tenha sido proferida pelo STF)

X, qualificação: NEP, RG, CPF, advogado, qualificação, procuração (doc. 01) não se
conformando com o vosso acórdão já transitado em julgado (doc. 02) que o condenou como incurso nas
penas do artigo ____ do CP, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor REVISÃO
CRIMINAL, com fundamento no artigo 621 inciso _______ do CPP, pelas razoes de fato e de direito que
passa a expor.

Teses e Pedidos que posso sustentar em Revisão Criminal:

1. Tese das Nulidades:


- Nulidades do artigo 564 CPP: especialmente a falta de exame de corpo de delito, e a prova ilícita.
- Falta de proposta de sursis processual do artigo 89 da Lei 9.099/95.
* Até aqui, segue-se o mesmo já descrito para o recurso de Apelação.
Pedido: nulidade ab initio ou nulidade a partir de

2. Tese de Extinção da Punibilidade: artigo 107 CP.


Pedido: seja declarada extinta a punibilidade em virtude de “prescrição, decadência, morte, etc.”

3. Mérito: artigo 386 CPP, pedido de absolvição


3.1 Principais:
- Atipicidade – artigo 386, III CPP

- Excludente de ilicitude – artigo 386, VI CPP:


Estado de necessidade, legítima defesa, etc.

- Excludente de culpabilidade – artigo 386, VI CPP


Salvo inimputabilidade: porque a absolvição por doença mental é uma absolvição imprópria que implica
em medida de segurança, e não há como impor tal medida sem culpabilidade.

- Escusa absolutória – terá previsão em lei, exemplo: artigo 181 CP, usar o artigo 397 II CPP

- Falta de Provas – usa-se o artigo 386, VII CPP

Pedido: absolvição sumária com fulcro no artigo 386 inciso ___ CPP e 626 do CPP

3.2 Subsidiárias:
* Segue-se o mesmo já descrito para o recurso de Apelação

4. Tese de autoridade arbitrária: concessão de direito subjetivo negado.


- Se o réu estiver preso
Pedido: expedição do competente alvará de soltura
- Se o réu tiver mandado de prisão expedido
Pedido: expedição do contra mandado de prisão.

5. Pedidos específicos da Revisão Criminal


- Requer seja reconhecido o direito a indenização pelo erro judiciário, como medida de justiça.
Lembrar: o pedido de indenização só é cabível quando tiver havido erro judiciário.

Apelação no Tribunal do Júri


- Cabimento: o réu foi condenado na 2ª fase (judicium causae).
- Com fundamento: Art. 593 III alínea (s) “___” CPP
- Prazo: 5 dias.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
Pedido: nulidade do Júri + que seja realizado novo júri.
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
Pedido: reforma da decisão do juiz presidente.
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
Pedido: reforma da decisão do juiz presidente.
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
Exemplo: o apelante agiu com legítima defesa
Pedido: nulidade do Júri + que seja realizado novo júri.

*** Importante: Não se pede absolvição na apelação do Júri em razão do Princípio da Soberania
dos Veredictos.

Execução Penal - Princípios:


1. Humanidade das Penas: o condenado não perde sua condição humana, Art. 5º XLVII e XLIX
Pena de caráter perpetuo não pode. Limite é de 30 anos – Art. 75 CP
Unificação das penas – procedimento por meio do qual o juiz das execuções penais limita a 30 anos a
soma das penas que supera tal valor.
Exceção: será possível o cumprimento ininterrupto de mais de 30 anos de pena no caso de prática de
novo crime durante o cumprimento da pena – Art. 75 §2º CP
* A mera fuga do réu não permite nova unificação, ou seja, que o sujeito tenha que cumprir 30 anos a
partir da recaptura.
Pena cruel: é aquela que impõe intenso e ilegal sofrimento – RDD fora da previsão legal é cruel.
2. Principio da Reinserção Social: decorre da Humanidade das penas e está expresso no Art. 1º da Lei
7.210 (LEP): usar sempre quando falar em benefício ou castigo, porque o juiz quando nega um livramento
está impedindo que ele se integre na sociedade.
3. Principio da Individualização da Pena: temos 3 fases na individualização da pena:
a) cominação legislativa
b) aplicação da pena
c) execução: o bom comportamento merece benefício e o mau comportamento merece castigo.
Art. 5º XLVI CF: trata da individualização da pena. A pena tem que ser individualizada inclusive na fase de
execução. Argumentar em caso de benefício. Também utilizar no caso de sanções coletivas – são
proibidas pela lei de execução penal.
Lembrar: homem e mulher cumprem pena em lugar diverso.
4. Princípio da coisa julgada ou da vedação ao excesso em execução: significa que o cumprimento
da pena não pode superar em quantidade ou qualidade o estabelecido na condenação.
- Se o abuso for de quantidade: excesso em execução (cumpre mais o que deve)
- Se o abuso foi de qualidade: desvio (regime diverso)
5. Princípio da Jurisdicionalidade: significa que a execução penal é jurisdicional, ou seja, deve respeitar
os princípios do contraditório e da ampla defesa.

Direitos e Deveres do Preso – Art. 39 e 41 LEP


- o direito de correspondência pode ser limitado por ato motivado do diretor do estabelecimento.
- atestado de pena a cumprir é um direito.

Poder Disciplinar: a LEP prevê faltas e sanções – Art. 44 e seguintes LEP


As faltas são divididas em graves, médias e leves.
E apenas Lei Federal pode disciplinar falta grave.
Art. 45 §3º LEP: veda sanção coletiva

Art. 50 LEP: Falta grave. Para apuração de falta grave é necessário respeito ao contraditório e ampla
defesa, quer no procedimento administrativo, quer na homologação judicial.
- SV nº 05: não ofende a CF a falta de defesa técnica no processo administrativo disciplinar.
Jamais utilizar no processo penal, e sim no processo disciplinar para apurar falta de funcionário público.
Assim, a SV não afasta a necessidade de defesa técnica na apuração administrativa da falta grave.
- A LEP determina que a prática de crime doloso será considerada falta grave. A mera prática ou com o
TEJ? Duas posições: 1. majoritária – é desnecessária a condenação bastando a prova prática, 2. é
necessária a condenação definitiva sob pena de afronta a presunção de inocência.

Regime Disciplinar Diferenciado – RDD – Art. 52 LEP


- O RDD não é um Regime de cumprimento de pena, mas sim um castigo disciplinar.
Características do RDD:
1. Isolamento por até 360 dias que pode ser repetido em caso de nova falta, desde que não alcance 1/6
da pena.
2. O juiz só pode repetir em caso de nova falta grave. Lembrar que é impossível a prorrogação
automática.
3. Visita semanal de 3 pessoas, sem contar criança e advogado.
4. Banho de sol por 2 horas diárias.
4. Sujeitos do RDD:
- quem determina é o juiz
- quem recebe é o preso provisório ou condenado.
É polêmica a constitucionalidade do RDD, mas prevalece que é constitucional.

Cabimento do RDD: são alternativas as hipóteses


1. Prática de crime doloso capaz de gerar subversão da ordem ou disciplinar.
2. Se o sujeito oferece alto risco para ordem interna ou externa.
3. Se há fundada suspeita que mesmo detido o sujeito permite a quadrilha ou organização criminosa (não
basta a condenação por quadrilha é necessário esse comportamento dentro do presídio)

Prosseguimento do RDD:
- pedido de autoridade administrativa: que é o diretor do estabelecimento
- juiz decide sobre a liminar
- MP (fiscal da lei) deve opinar
- Defesa
- Juiz decide o mérito do RDD: não há RDD sem ordem judicial.

Prazo máximo da medida de segurança – três posições:


1. Não há, não viola a proibição da pena perpetua pois não é pena.
2. Não pode superar mais de 30 anos (STF).
3. Não pode superar a pena máxima prevista para o crime.

Regimes de cumprimento de pena:


- Fechado: cumprido em estabelecimento de segurança máxima.
- Semi aberto: a pena é cumprida em colônia agrícola ou em estabelecimento similar
- Aberto: sujeito trabalha livremente durante o dia e a noite se recolhe na casa de albergado.

Falta de vagas:
1. Em casa de Albergado: há previsão legal (Art. 17 LEP) de cumprimento de prisão albergue e domiciliar
nos casos de maior de 70 anos, doente grave, gestante ou condenado com filhos que dela dependa.
Pacífica orientação nos tribunais que na falta de vagas em casa de albergado deverá ser permitida prisão
albergue domiciliar fora dos casos do Art. 117 LEP.
2. Em estabelecimento adequado para o semi aberto: pacífico orientação nos tribunais superiores que
deverá ser concedido o regime aberto provisório.
3. Em caso de falta no fechado: “empurra”.

Sistema progressivo: passagem de um regime mais grave para um regime mais ameno. No mundo
jurídico é proibida a progressão por salto.

Requisitos da progressão:
Objetivo: cumprimento de parcela da pena.
Nos crimes comuns: 1/6 da pena
Nos crimes hediondos e equiparados (tráfico, terrorismo, tortura): 2/5 se primário, 3/5 se reincidente.
Subjetivo: mérito em regra será comprovado pelo atestado de bom comportamento assinado pelo diretor
do estabelecimento carcerário. Sumula 439 STJ.
Art. 33 §4º CP: nos crimes contra a administração pública a progressão fica condicionada a reparação do
dano.
Obs.: Pessoa condenada a 70 anos, progride 1/6 de 70 ou de 30 anos?
Nos temos a Súmula 715 STF, os benefícios da execução penal serão calculados com base na pena total
aplicada e não na unificação em 30 anos. Então uso 70 anos.
Obs.: no caso de crimes hediondos.
1990 – diz que não iria haver progressão
Julho/2006 – o STF diz que podia, pois a vedação feriria o Principio da Individualização da pena,
utilizando do 1/6 para progredir.
Em março de 20007 – a lei foi publicada entrando em vigor nova redação – diz que o réu primário deve
progredir com 2/5, e o réu reincidente deve progredir com 3/5.

Duas posições:
1. Deveria ser aplicada, mesmo aos fatos anteriores, melhor para o acusado, porque antes era vedado.
2. Lei infraconstitucional, antes poderia progredir 1/6, e agora veio a lei dizendo 2/5 e 3/5 piorando a
situação do réu, só pode aplicar a fatos posterior (STF).
Aos crimes hediondos e equiparados praticados antes da reforma da lei de crimes hediondos será
aplicado o requisito de 1/6 da pena. Sumula 471 STJ, SV nº 26 STF.
Súmula 471 STF: os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da
lei 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no Art. 112 LEP para progressão de regime prisional.

Exame criminológico: o legislador retirou, necessitando apenas do atestado de boa conduta.


Mas os diretos abusam de tal direito de atestar.
Súmula 439 STJ: o exame criminológico não está proibido, mas só poderá ser determinado em decisão
que fundamente sua necessidade com as peculiaridades do caso concreto.

Pedido de progressão de regime:


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara das Execuções Criminais da Comarca de ____
Autos nº ...
X, já qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, vem pela presente
requerer progressão de regime de cumprimento de pena, com base no Art. 112 LEP.
Pelos razoes de fato e direito a seguir expostas.
Do direito: falar que os requisitos objetivos e subjetivos estão cumpridos, e Súmula 439 STJ.

Pedido específico para a Progressão de Regime: Diante do exposto requer seja deferido o presente
pedido com a progressão do regime de cumprimento de pena do fechado para o semi aberto.

Regressão – Art. 118 LEP: passagem de um regime mais ameno para um mais grave. É possível a
regressão por salto
- Para haver a regressão deve ter o contraditório e a ampla defesa, sob pena de nulidade.
Art. 118 §2º LEP: diz que o condenado tem direito a ser ouvido.

Remição: é o desconto na pena a cumprir pelos dias trabalhados, na razão de 3 para 1 – Art. 126 e
seguintes LEP. Só é possível remição para os condenados em regime fechado e semi aberto.
É possível remição pelo estudo, cada 3 dias estudados remido 1 dia de pena. Súmula 341 STJ.
- Nos termos do Art. 127 LEP a prática de falta grave resulta em pena de dois dias remidos.
SV nº 09: reconhece que tal previsão é constitucional, e que não se limita a perda a 30 dias.

Livramento condicional: pode ser definido em qualquer regime e antecipa a devolução da liberdade
desde que presentes os requisitos do Art. 83 e seguintes do CP.
Agravo em Execução:
- verbo: interpor
- Cabimento: Art. 197 LEP, recurso utilizado contra todas as decisões do juiz da execução penal cabe
agravo em execução
Exemplo: foi pedido remição, o juiz negou, cabe agravo como forma de recurso,
Exemplo: progressão de regime de crime hediondo negada, cabe agravo, argumento que já cumpriu 1/6
nos termos das Súmula 471 STJ e 26 STF.
Exemplo: o juiz da execução negou a progressão pois ainda não havia sido elaborado o exame
criminológico nem oferecido o parecer da Comissão Técnica da Classificação, embora existisse nos autos
atestado de boa conduta carcerária, cabe agravo.
- Competência: Interposição: juiz da execução a quo, e Razões: TJ
- Prazo: 5 dias para interposição, 2 dias para razões.
* Segue o mesmo tramite do recurso em sentido estrito, tem juízo de retratação, se o juiz não
altera a decisão atacada – remessa do recurso ao Tribunal competente (TJ ou TRF).
- Efeito é meramente devolutivo, exceto quando o juiz expedir ordem para desinternar ou liberar alguém
do cumprimento de medida de segurança. Nesta hipótese, há também o efeito suspensivo.

Interposição
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais da Comarca de ...
(Justiça Estadual)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Vara das Execuções Criminais da Seção Judiciária de ...
(Justiça Federal)

X, já qualificado nos autos da execução penal nº ... atualmente recolhido no presídio ...
por seu defensor público, inconformado com a decisão de indeferimento ... vem respeitosamente a
presença de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor: AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fulcro no
artigo 197 da Lei 7.210/84.
Requer seja recebido e processado o presente agravo e, caso Vossa Excelência
entenda que deva manter a respeitável decisão, que seja encaminhado, com as inclusas razões, ao
Egrégio Tribunal de Justiça.

Razoes de Agravo em Execução


Agravante:
Agravado: Justiça Pública
Execução nº ____

Egrégio Tribunal de Justiça, Colenda Câmara, Douto Procurador de Justiça – Estadual


Egrégio Superior Tribunal Federal, Colenda Turma, Douto Procurador da República – Federal

Em que pese o ilibado saber jurídico do meritíssimo juiz a quo impõe-se a reforma da respeitável decisão
que indeferiu o pedido de ____________ do agravante, pelas razões de fato e de direito a seguir
expostas.

Pedido específico do Agravo em Execução:


Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para que seja determinada ...
(exemplo: unificação das penas), concedendo-se a liberdade ao agravante e expedindo-se o competente
alvará de soltura, como medida de inteira justiça. Subsidiariamente, requer a concessão da ... (exemplo:
progressão de regime fechado para o semi aberto), como medida de direito.

Relaxamento da Prisão em Flagrante – Art. 5 LXV CF


- verbo: “requerer”
- Competência: ao juiz de primeira instância.
- Fundamento: com fulcro no Art. 5 LXV CF
- Cabimento: sempre que o flagrante for realizado em forma irregular, em desconformidade com a lei. São
casos portanto, de vício formal na lavratura do flagrante.
Exemplos: a) lavratura do auto de prisão em flagrante sem a nomeação do curador ao menor de 21 anos
de idade, b) inversão da ordem dos depoimentos (condutor, testemunhas, ofendido e acusado), c) falta de
assinatura do auto, d) ausência ou excesso no prazo de emissão da nota de culpa; d) quando houve a
prisão de forma diversa da prevista no Art. 302 CPP.

Atenção: se o sujeito comete o crime e se apresenta na delegacia, não há flagrante, pois está fora
do rol do Art. 302 CPP.

Flagrante Preparado:
Flagrante Esperado:

Flagrante Virtual/Retardado ou Ação controlada/Entrega vigiada:

Petição:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara do Júri da Comarca de ... (Tribunal do Júri)

Pedido específico da Prisão em Flagrante: relaxamento da prisão em flagrante, com a expedição do


competente alvará de soltura.

Se o juiz relaxar: cabe RESE pela acusação.


Se o juiz não relaxar: cabe HC.

Liberdade Provisória:
-

Carta Testemunhável
- verbo: “requerer a extração de ” – Art. 640 CPP
- Cabimento: Art. 639 CPP, da decisão que denegou o RESE ou Agravo em execução.
- Art. 640 CPP: diz que deve ser indicado as peças do processo para traslado.
* Se o juiz não mandar o RESE/Agravo para o Tribunal é porque houve erro do escrivão, por isso o
endereçamento é para o escrivão.
- Competência: Interposição é do escrivão – Art. 640 CPP, Razões é para o TJ/TRF (como no RESE e no
Agravo, tem juízo de retratação).
- Legitimidade: parte cujo recurso foi denegado.
- Prazo: 48 horas – Art. 640 CPP, na prova conta-se como se fosse 2 dias – prazo processual penal.

Tese: admissibilidade do recurso denegado (Rese ou agravo devem ter sido admitidos)
Pedido: que o recurso seja recebido e processado.

Interposição
Ilustríssimo Senhor Escrivão Diretor do ... Ofício Criminal da Comarca de ...
A, já qualificado nos autos do processo crime que lhe move B, por seu advogado que
esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão que negou o RESE, vem
respeitosamente, perante Vossa Senhoria requerer a extração de CARTA TESTEMUNHÁVEL, com fulcro
no Art. 639 CPP.
Indica para traslado as seguintes peças:
a) decisão que indeferiu o pedido de ... e certidão da respectiva intimação;
b) recurso em sentido estrito ou agravo em execução;
c) decisão que denegou o RESE ou agravo e certidão da respectiva intimação.
Requer seja extraída a presente carta testemunhável e, caso o Douto Magistrado
entenda que deva manter a decisão que seja remetida com as inclusas razões ao Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado ...

Razoes de Carta testemunhável


Testemunhante/Recorrente: A
Testemunhado/Recorrido: B (ou Justiça Pública)

Egrégio Tribunal de Justiça, Colenda Câmara, Douto Procurador de Justiça – Estadual


Egrégio Superior Tribunal Federal, Colenda Turma, Douto Procurador da República – Federal

Pedidos específicos a serem feitos na Carta testemunhável: Diante do exposto, requer seja
conhecido e provido o presente recurso, determinando-se o processamento do RESE/Agravo em
execução, e caso já esteja suficientemente instruída a carta que seja julgado “de meritis” – Art. 644 CPP

Embargos infringentes ou de nulidade


- verbo: opor
- Cabimento: Art. 609 p.u. CPP: decisão não unânime desfavorável ao réu, proferida em sede de
apelação, RESE, ou agravo (pode ser em relação a apenas um pedido).
Obs.: Não cabe contra decisão não unânime em HC.
- Competência: interposição é do relator, e as Razoes é para o TJ/TRF.
- Prazo: 10 dias da publicação do acórdão.
Tese: deve ficar limitada ao voto vencido (limitada a matéria objeto da divergência)
Pedido: limitado ao voto vencido
* de nulidade: quando a tese for de nulidade
* infringentes: quando houver qualquer outra tese
* infringentes + nulidade: se tiver as duas teses.

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do acórdão nº ... da Camara Criminal do Egregio
Tribunal de Justiça do ...

A, já qualificado nos autos da apelação, RESE, agravo nº ..., por seu advogado ..., não
se conformando com o venerando acórdão que negou provimento ao apelo, RESE, ou ao agravo, por
votação unânime, vem a presença de Vossa Excelência opor embargos infringentes com fulcro no Art.
609 p.u. CPP.
Requer seja recebido e processado o presente recurso com as inclusas razões.

Embargos de declaração
- verbo: “opor”
- Cabimento: Art. 619 CPP, acordo, Art. 382 CPP, sentença, Art. 83 da Lei 9.099/95: sempre que houver
contradição (OAB), ambigüidade, obscuridade ou omissão.
- Competência: em caso de sentença: para o juiz que oferece, em caso de acórdão: para o relator.
- Legitimidade: quaisquer das partes podem opor.
- Prazo: 2 dias – CPP, 5 dias - Lei 9.099/95
- Efeito: no CPP: interrompe o prazo para a interposição do Recurso Extra-ordinário ou Especial. fala em
na Lei 9.099/95: fala em suspensão para os outros recursos

Classificação dos Recursos:


a) Quanto ao bem jurídico tutelado:
- Ordinários: aqueles que discutem a justiça da decisão. Exemplo: apelação
- Extraordinários: cuidem do direito: CF => Recurso Extraordinário e Lei Federal => Recurso Especial.
* Para entrar com o Recurso Extraordinário/Especial precisa esgotar os recurso ordinários.
Exemplo: teve uma sentença, apelação para o TJ, votação não unânime, embargos infringentes, Recurso
Especial ou Extraordinário

Recurso Extraordinário/Especial:
- Fonte Legislativa: CF- cabimento, Lei 8034/1990 – processamento.
Atenção: a matéria precisa ter sido prequestionada (discutir anteriormente no Tribunal local), o meio
moderno de se prequestionar é com o embargos de declaração (se não cabível os embargos é porque já
está prequestionado)
- Cabimento: Art. 102 III CF = matéria constitucional = Recurso Extraordinário, Art. 105 III CF = matéria
federal, Recurso Especial.
Atenção: cabe Recurso Extraordinário de acórdão de Turma Recursal, mas não cabe Recurso Especial
pois a Turma Recursal não é Tribunal (Art. 102 III e 105 III CF).
- Art. 102 III “d” = lei local contestada em face de lei federal. A matéria constitucional refere-se a
competência legislativa.
- No Recurso Extraordinário vale requisito próprio, ou seja, repercussão geral das questões
constitucionais – Art. 102 §3º CF (não há no Recurso Especial).

Recurso Especial - STJ


Lei 8.038/90 – Art. 26 – Estrutura
- Competência: Interposição é do Juiz Presidente TJ/TRF/Jecrim.

Interposição:
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ...
(federal)

X, já qualificado nos autos da apelação criminal nº..., por seu advogado que esta
subscreve, não se conformando com a respeitável decisão de fls. ..., que violou os artigos ... e ... do CP,
vem respeitosamente, perante Vossa Excelencia, interpor RECURSO ESPECIAL, com fulcro no Art. 105
III “a” da CF e Lei 8.038/1990.
Requer seja recebido o presente recurso, e encaminhado, com as inclusas razoes, ao
Colendo Superior Tribunal de Justiça.

Razões de Recurso Especial


Recorrente:
Recorrida: Justiça Pública
Apelação nº...
Superior Tribunal de Justiça / Colenda Turma / Douto Procurador da República
Em que pese o ilibado saber jurídico da Colenda Camara Criminal do Egrégio Tribunal
de Justiça, impõe-se a reforma do venerando acórdão, pelas razoes de fato e de direito a seguir expostas.

i – Do cabimento do recurso especial


- Falar do Art. 105 III CF e a alínea usada no com fulcro.
ii – Dos fatos
iii – Do direito
iv – Do pedido

Pedido específico do Recurso Especial: diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente
recurso, absolvendo-se o recorrente nos termos no artigo 386 inciso ... do CPP, como medida de mais
lidima justiça.

Recurso Extraordinário - STF


- Competência: Interposição é do Desembargador Presidente TJ/TRF/Jecrim., Razões: STF.

* Para saber de quem é a competência deve-se descobrir o fundamento por primeiro.

Teses e pedidos: Requer seja conhecido e provido para que seja reformado o venerando acórdão ...
(exemplo: fixando-se pena no mínimo legal) como medida de justiça!

Habeas Corpus: não é Recurso, é uma ação constitucional – Arts. 5º LVXIII CF, 647 e 648 inciso ... CPP
- Direito: liberdade de locomoção.
É possível pedido de liminar

Habeas Corpus preventivo: existe uma ameaça real de constrangimento.


* Se for negado o HC – cabe RESE se for decisão de juiz, Art. 581 X CPP, se for decisão de Tribunal
cabe outro HC e Recurso Ordinário Constitucional
Pedido: como ainda não existe nenhuma ordem de prisão o pedido é o salvo conduto.
Exemplo: prostitutas diante de uma ameaça de prisão do delegado, impetraram HC.

Habeas Corpos repressivo: já existe o ato constrangedor (prisão, ordem de prisão, IP irregular ou
processo irregular)
Pedidos: trancamento do IP ou da ação penal, contra mandado de prisão, alvará de soltura, etc.

- Legitimidade: qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus em favor de qualquer pessoa.
Impetrante: não precisa ser advogado, inclusive está previsto no Art. 1º EOAB, não precisa de procuração
também. Pode ser brasileiro ou estrangeiro, mas deve ser em língua portuguesa. Não se admite o habeas
corpus apócrifo.
Paciente: beneficiário do HC, é necessariamente pessoa humana (não cabe HC em favor de pessoa
jurídica ou de animais)
Autoridade coatora: particular ou agente público, ato de delegado, do MP, do juiz, do Tribunal.
Competência para julgar o HC: depende da autoridade coatora, será impetrado pela autoridade superior a
coatora.

Particular ou delegado cometeu o ato -> Juiz Estadual julga


Juiz Estadual cometeu o ato -> TJ julga (Presidente)
Juiz Federal cometeu o ato -> TRF julga (Desembargador Presidente)
TJ ou TRF cometeu o ato -> STJ julga (Ministro Presidente)
STJ cometeu o ato -> STF julga (Ministro Presidente)

Juiz do Jecrim cometeu o ato -> Turma Recursal julga (Presidente)


Turma Recursal cometeu o ato -> TJ/TRF julga (Presidente)
- Cabimento: Art. 648 CPP
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
Falta de justa causa é a hipótese mais comum.
- Para a prisão: quando a prisão é irregular/ilegal falta justa causa
- Flagrante ilegal: Relaxamento da prisão em flagrante.
Se o juiz não relaxar, cabe HC com argumento neste inciso.
- Prisão preventiva ou temporária ilegal: pede-se revogação, se o juiz não revogar, cabe HC
- Liberdade provisória cabível e o juiz negou, cabe HC
- Para o inquérito: quando o fato é atípico, pede-se o trancamento do IP.
- Para o processo: falta de um mínimo probatório é possível o HC pleiteando o trancamento do IP.

II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
Exemplo: prisão temporária: 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias. Se ele ficar preso por mais tempo, cabe
HC por excesso de prazo.

III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
Exemplo: a ordem de prisão for emanada de juiz estadual, mas o crime é federal.

IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;


Exemplo: não há mais testemunhas a serem ouvidas, etc. não se justifica mais a prisão preventiva.

V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
Exemplo: cabe HC e RESE.

VI - quando o processo for manifestamente nulo;

VII - quando extinta a punibilidade.


Não cabe nenhuma outra peça, somente HC.

Petição
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado ...

X (que é o impetrante), advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil Seção


de ..., sob o nº..., com escritório profissional na Rua..., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelencia,
impetrar ordem de HABEAS CORPUS, com fulcro no Art. 5º LXVIII da CF, e artigos 647 e 648 I CPP, em
favor de X, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, domicílio, contra ato ilegal praticado por ...,
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I - Dos fatos
II – Do direito

Pedido específico a ser utilizado em Habeas Corpus: diante do exposto, requer, após as informações
prestadas pela autoridade apontada como coatora, seja concedida a ordem de habeas corpus,
determinando-se o trancamento da ação penal (por exemplo), que tramita contra a paciente, como
medida de inteira justiça.

Recurso Ordinário Para o STF – Art. 102, II CF e Lei 8.038/1990


- Prazo: 5 dias
- Competência: Interposição: é para o Presidente do Tribunal que negou o HC, Razões: STF
- Cabimento: Decisão que nega HC em Tribunal Superior (STJ, TSE, TST, STM)

Recurso Ordinário Para o STJ – Art. 105. II CF e Lei 8.038/1990


- Prazo: 5 dias
- Competência: Interposição: é para o Presidente do Tribunal que negou o HC, Razões: STJ
- Cabimento: Decisão que nega HC no TJ ou no TRF.

Reclamação:
- Súmula vinculante: somente é editada pelo STF.
- Cabimento: contra decisão ou ato que desrespeita súmula vinculante
Existem algumas que são interessantes no processo penal, SV nº 11, 14, 24 e 26
SV nº 26 – redação mal feita: é inconstitucional o regime integralmente fechado, crime hediondo praticado
antes da Lei 11.464/2007 progride com 1/6 da pena, crime hediondo praticado depois da Lei 11.464/2007
progride com 2/5 se primário, e 3/5 se reincidente.
- Interposição: é feita para o Presidente do STF
- Fundamento: com fulcro no Art. 103-A §3º CF e Lei 11.417/2006

Mandado de Segurança:
- Fundamento: com fulcro no Art. 5º LXIX CF e Lei 12.016/2009
- Cabimento: para tutelar direito líquido (isso é não precisa de dilação probatória) e certo não amparado
por habeas corpus ou habeas data => Ação residual.
- Exemplos de Direitos que diferem da liberdade: a) cabe MS para vítima, exemplo: negado o pedido
da vítima para se habilitar como assistente de acusação. B) delegado negou a vítima a restituição de
coisa apreendidas, c) violado direito do advogado ao acesso ao preso.
- É possível pedido de liminar.
- Endereçamento: se foi ato do delegado -> Juiz, se for ato do Juiz -> MS para o Presidente do Tribunal,
se for ato do Tribunal -> vai para o próprio Presidente do Tribunal.

Jecrim – Juizado Especial Criminal


- Referencia Constitucional: Art. 98, I CF
A CF já prevê o rito sumaríssimo, permite transação e diz que os juízes podem ter suas decisões julgadas
por turmas de juízes de primeiro grau.

Lei que defini – 9.099/95: trata do juizado especial criminal e civil


Temos disposições gerais, que podem ser usadas para ambos. O juizado tem competência desde a
conciliação até a execução – Art. 1º da Lei 9.099/95.

Princípios Gerais do Jecrim: oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.


A defesa deve pedir que o juiz remeta ao procurador geral – se caso juiz não quiser fazer a conciliação –
porque é um Principio a busca da transação e da conciliação – Art. 2º da Lei 9.099/95.

Art. 60 da Lei: fala da competência do Jecrim.


Art. 60 p.u. da Lei: fala que na competência do Jecrim serão respeitadas as regras de conexão e
continência.
Alteração de 2006: antes disso era polemico, de quem era a competência de uma infração de menor
potencial ofensivo e um outro crime: a reunião de processo pode ocorrer no caso de juízo comum, e
mesmo no caso de reunião de processos serão observados os institutos da composição dos danos civis e
da transação penal.

Art. 61 da Lei: defini o que é um IMPO: é aquela cuja pena máxima não supera 2 anos e as
contravenções. Lembrar: no calculo da pena máxima incidem as qualificadoras e as causas de aumento.

Sursis Processual: é aquele cuja pena mínima não supera 1 ano.

Concurso de crimes: é a soma ou exasperação das penas decorrentes do concurso de crimes é


considerada para afastar a competência do Jecrim.

Quanto a transação no concurso de crimes, se a soma das penas afasta a competência do jecrim, fica
também afastada a transação?
1. Sim, pois não seria razoável premiar o autor em tal concurso de crimes.
2. É possível a transação nos termos do artigo 60 p.u. da Lei

Estatuto do Idoso - Lei 10741 manda aplicar o procedimento do Jecrim. No entanto a ADIN 3096 o STF
determinou que apenas o prosseguimento será aplicado mas não a conciliação, transação e composição
civil dos danos.

Lei Maria da Penha: afasta a competência do Jecrim nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher.

Art. 62 da Lei: Princípios do Jecrim


Objetivando a reparação dos danos e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
(o próprio artigo 62 diz que é preterida a pena não privativa de liberdade – pode-se alegar isso em
apelação).

Competência territorial:
- No CPP: é no lugar da consumação do crime, teoria da ubiqüidade.
- No Jecrim: o Art. 63 adota a teoria da atividade para determinar a competência, ou seja, é o local da
ação ou omissão.

Art. 64 da Lei: atos públicos, podem ser em horário noturno;


Art. 65 da Lei enfatiza o principio da instrumentalidade das formas, não haverá nulidade sem prejuízo.
Art. 66 da Lei: citação será pessoal, ou far-se-a por mandado.
Art. 66 p.u. da Lei: se o réu não for encontrado a competência será deslocada ao Juízo Comum
Art. 77 §2º da Lei: também permite o deslocamento da competência se a causa for complexa.
Art. 69 da Lei: Fase policial / investigativa; com a notícia da IMPO a autoridade policial lavrará termo
circunstanciado - TC

Flagrante: em caso de flagrante o autor do fato será encaminhado a presença da autoridade policial, mas
não se imporá prisão se:
1. for imediatamente encaminhado ao juizado; ou,
2. se o autor do fato assume o compromisso de comparecer em juízo (assina, se não assinar por ir
preso).
Direito de livrar-se solto. Se houver prisão trata-se de ilegalidade, deve-se relaxar.

- Em caso de violência doméstica o juiz irá determinar o afastamento da cautelar do autor do fato.
(se não for caso de Lei Maria da Penha, aplica-se o Art. 69 p.u. da Lei, isso é se não for mulher)
Audiência Preliminar:
1. Conciliação: tem como objetivo a composição civil dos danos. Se frutífera será titulo executivo em favor
do ofendido.
Nas ações públicas condicionadas a representação e nas ações penais privadas o acordo civil
homologado nos termos do Art. 74 da Lei – Extingue a punibilidade sendo considerada Renúncia Tácita
ao direito de oferecer queixa ou representação.
CP, CPP: impossível a renúncia a representação, reparação do dano não significa renúncia a queixa.
Jecrim: é possível renúncia tácita à representação, o acordo nos termos do Art. 74 da Lei é renúncia tácita
ao direito de representação e queixa.

2. Representação: se não extinta a punibilidade na fase anterior e o crime é de ação pública condicionada
será dada oportunidade a vítima de oferecer representação.
Se ela não representar no prazo: prevalece a suficiência da representação fora do juizado, segue-se o
prazo decadencial de 6 meses.
Lembrar: no Brasil a desclassificação do crime para infração com ação penal condicionada não renova o
prazo para representar.

3. Transação: se não extinta a punibilidade nas fases anteriores inicia-se a etapa da Transação
Nos termos do Art. 76 da Lei se não for caso de arquivamento o MP poderá propor transação penal desde
que ausentes os pressupostos negativos do §2º
1. Se o sujeito é reincidente com condenação anterior a pena privativa de liberdade.
Lembrar: que apesar da redação da lei, se a condenação anterior não mais gera reincidência é possível
transação.
2. Se o sujeito foi beneficiado com a transação no prazo de 5 anos.
3. Se as circunstancias subjetivas não indicam a medida.
* A transação consiste na aplicação imediata de uma pena restritiva de direitos ou multa.
O aceite da transação não significa reconhecimento de culpa
Art. 76 §5º da Lei: Aceita a proposta de transação será homologada pelo juiz e desta decisão cabe
apelação.
- A transação homologada não importa em Reincidência e não constará em folhas de antecedentes salvo
por requisição judicial (porque aí verifica os 5 anos)
Art. 76 §6º da Lei: A transação homologada não tem efeito civil, cabendo a vítima se o caso, buscar a
separação na seara pertinente

Recusa do MP em ofender a proposta: prevalece largamente que o juiz deverá encaminhar os autos do
procurador geral – Art. 28 CPP analogia.
- Francamente minoritário que o juiz possa elaborar a transação de ofício.

Se a transação é descumprida: não pode mandar prender o réu. 2 posições


1. tradicional – é pela possibilidade de retomada do processo.
2. STJ: a transação homologada faz coisa julgada formal e material e encerra o processo de forma
definitiva. Se descumprida não permite a retomada do processo mas sim que seja executada a prestação
nos termos da Lei civil.

Se infrutífera a transação será oferecida denúncia ou queixa oral – Art. 78 e seguintes da Lei.
Art. 81 da Lei diz que aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor, resposta acusação oral. Muito
difícil o juiz converter em memoriais por escrito, analogia 403 §3º CPP (se houver pedir que o juiz rejeite a
denúncia).
Contra a rejeição da denúncia – cabe apelação.
Lembrar: a inversão da ordem da audiência gera nulidade (ouvida vítima, testemunhas da acusação,
testemunha da defesa, interrogatório do réu).

Sentença do Jecrim desafia dois recursos:


1. Apelação: será interposta em 10 dias, junto as razões – com fulcro no Art. 82 da Lei.
2. Embargos de declaração: serão opostos em 5 dias, e apenas suspendem o prazo para outros recursos
– com fulcro no Art. 83 da Lei.

Habeas Corpus: No Jecrim contra ato do juiz -> Turma Recursal -> TJ -> STJ -> STF.
Mandado de Segurança No Jecrim (Súmula 376 STJ)
Não cabe Recurso Especial contra decisão de Turma Recursal, mas cabe Recurso Extraodinário.

Queixa-crime: é a petição inicial que dá inicio a ação penal privada


- verbo: “oferecer”
- Endereçamento: para o juízo competente = Juiz de primeiro grau ou Jecrim.
- Fundamento: com fulcro no Art. 30 CPP

A queixa-crime deve conter todos os requisitos do Art. 41 CPP


Petição
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ... (Justiça Estadual)

X, nacionalidade, estado civil, portador do documento de identidade RG nº ..., inscrito no


Cadastro de Pessoa Física sob o nº..., profissão, residente e domiciliado na Rua ..., por seu advogado
que esta subscreve (conforme procuração com poderes especiais anexa – doc 01.), vem
respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer QUEIXA CRIME contra Y, nacionalidade, estado
civil, portador do documento de identidade RG nº..., inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o nº...,
profissão, residente e domiciliado na Rua ..., com fulcro no artigo 30 do CPP, pelas razões de fato e de
direito a seguir expostas.

Pedido específico da Queixa-crime: diante do exposto, requer seja recebida e autuada a presente
queixa crime, determinando-se a citação do querelado para que seja processado e ao final condenado
nas penas do crime previsto no artigo ..., bem como requer a fixação do valor mínimo da indenização
pelos danos sofridos. Requer, outrossim, a notificação e oitiva das testemunhas a seguir arroladas.

Você também pode gostar