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(iteração 1)
Sobre
Este livro é distribuído livremente sobre a licença Creative Commons Attribution-
ShareAlike 3.0 Unported License .
Autoria
Este livro é fruto do trabalho conjunto de Carlos Silva e Pedro Veloso. Este trabalho
ia inicialmente ser realizado com o intuito de produzir um livro para venda por uma editora,
mas infelizmente o tempo dos autores não permitiu progredir conforme esperavam sendo
que abandonamos essa modalidade e decidimos aproveitar o trabalho realizado e distribuir
o mesmo livremente sem qualquer tipo de custo para benefício de todos os potenciais
interessados.
Dito isto, pedimos a compreensão do leitor sobre o facto de que este livro se encontra
incompleto. Os primeiros 4 capítulos sendo os essenciais encontram-se maioriatariemente
completos. Os capítulos 5 e 7 não se encontram completos nem revistos pelo que optamos
pela sua exclusão. No entanto não existe relação directa entre capítulos a partir do 4º cap.
pelo que o leitor poderá tirar partido dos mesmo sem recear quebras de maior na linha de
aprendizagem.
Futuro e Donativos
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1GcxrHzcRGnxjYB4Liz1GbpiYaFTw9je3v
Autoria .............................................................................................................................. 2
As Origens ........................................................................................................................ 8
g. Android 2.3, 2.3.1, 2.3.2, 2.3.3, 2.3.4, 2.3.5, 2.3.6, 2.3.7 ..................................... 14
Fragmentação ................................................................................................................. 22
Configuração do SDK....................................................................................................... 27
MOTODEV Studio............................................................................................................. 28
DDMS .............................................................................................................................. 31
Emulador......................................................................................................................... 32
m. Monkey............................................................................................................... 35
n. ProGuard ............................................................................................................... 35
o. Zipalign ................................................................................................................. 35
p. Outros ................................................................................................................... 35
q. Activity .................................................................................................................. 38
r. Service ................................................................................................................... 38
u. Uses-permission .................................................................................................... 46
v. Permission ............................................................................................................. 46
w. Uses-sdk ............................................................................................................. 47
x. Uses-configuration ................................................................................................. 48
y. Uses-feature........................................................................................................... 48
z. Supports-screens ................................................................................................... 49
Menus ............................................................................................................................. 63
Intent Extras.................................................................................................................... 90
Neste primeiro capítulo iremos falar um pouco da história de como tudo começou e o porquê
da importância do programador perceber sucintamente a evolução da plataforma.
As Origens
As origens primordiais da plataforma Android remetem para o ano de 2003. Nessa altura o
conceito de smartphone era muito diferente do atual, o Symbian e o Windows CE eram as escolhas
de eleição para qualquer fabricante que quisesse produzir dispositivos que encaixassem neste
conceito de equipamento móvel. Inicialmente a plataforma foi desenvolvida pela Android Inc.,
sendo que após 22 messes de existência, em Agosto de 2005 a Google compra esta empresa e
fica com todos os direitos de desenvolvimento da plataforma. A liderar esta empresa, e sendo
também co-fundador da Danger Inc. estava um homem de nome Andy Rubin, cuja visão e talento
demonstrados fizeram que aquando a compra a Google lhe atribuísse a chefia da sua divisão
móvel, posição na qual continua a ocupar até à data presente.
Em 2003 Andy Rubin falou de 2 pontos que viriam a ser fundamentais na estipulação das
bases da plataforma: dispositivos que tirem proveito da localização do utilizador para lhe oferecer
informação de qualidade e agregação de informação de várias tipos para melhor servir
consumidores mais “tecnologicamente informados”.
Desde essa data a Google tinha iniciado então o desenvolvimento do Android, no entanto em
Janeiro de 2007 um evento particular mudou a realidade do mercado radicalment1e, o
aparecimento do primeiro iPhone. O iPhone e a genialidade de marketing da Apple trouxeram
consigo uma mudança fundamental de mercado, fizeram com que o público em geral visse os
Smarthphones como uma necessidade, sendo que até então este tipo de dispositivos era quase
que exclusivamente usados no contexto empresarial ou por pessoas com gosto por gadgets.
1
No entanto sua filosofia tal como tudo na Apple segue uma forma de controlo única e
centralizada, querendo isto dizer que só a Apple escolhe que fabricantes fabricam as peças do
iPhone, só eles podem construir dispositivos com o seu sistema operativo, e aquando do
aparecimento do mesmo outras limitações existiam como o facto de só uma operadora nos
Estados Unidos poder comercializar o mesmo. Ora, a Google não encarou isto como um desafio,
mas sim como uma oportunidade. Qualquer limitação que um sistema concorrente tenha é uma
vantagem para um que não tenha essas mesmas limitações. É fácil de conceber a ideia de que
com tantos fabricantes existentes no mercado global esta visão monopolista em que só 1
fabricante e 1 operador móvel podem oferecer algo deste teor e qualidade aos consumidores não
vai de encontro aos seus planos de perdurar no mercado, sendo que algo teria de ser feito para
acompanhar a nova variável de mercado. Desta forma, em Novembro de 2007 a Google
juntamente com 34 outros membros fundam a Open Handset Alliance (geralmente chamada
pelo acrónimo OHA), com um objetivo muito claro: criar uma plataforma livre que permita
qualquer fabricante/operadora produzir dispositivos e serviços com capacidades avançadas num
equipamento móvel, criando uma base uniforme e sobre standards da indústria que permitam a
todos fabricar dispositivos que interajam bem com qualquer outro dispositivo independentemente
da marca, modelo ou fabricante. A OHA tomou o Android, que foi então liberadi livremente pela
Google, como base para o seu desenvolvimento sendo que todos os membros da OHA contribuem
para a gestão e melhoria da plataforma. Entre os membros fundadores estão, para além da
própria Google, a HTC, Samsung Electronics, LG, Motorola, Sony, Texas Instruments, Marvell
Technology, Nvidia Corporation, Intel Corporation, Qualcomm, Synaptics, entre outros grandes
nomes da indústria. É por isso que em qualquer dispositivo Android existente em comercialização
hoje em dia, o código fonte que deu origem a esse equipamento tem contribuições de todas essas
marcas e mais algumas, sendo que presentemente a OHA conta com mais de 80 membros.
Finalmente, a revolução começa a ser aparente quando a 12 de Novembro de 2007 uma versão
beta da SDK de Android é lançada ao público, tendo-se tornado possível a partir desse momento
começar a aprender a programar para a mesma. No entanto o primeiro dispositivo comercial a ser
lançado com Android só veria a luz do dia no ano seguinte, em Setembro de 20082.
a. Android 1.0
Esta versão de Android foi distribuída aquando do início da venda do HTC G1, o primeiro
smartphone comercial com Android. A sua data de disponibilidade para o público é portanto
coincidente com a comercialização efetiva do dispositivo que teve lugar em Outubro de 2008.
b. Android 1.1
Esta versão foi lançada como uma atualização para o G1 a 9 de Fevereiro de 2009, embora
poucos detalhes. Entre outras, trouxe a possibilidade de referenciação de bibliotecas externas no
Manifest de Android, muitas correções sendo a maioria relativa ao cliente de correio electrónico e
foi adicionado o suporte inicial para testes de JUnit únicos a Android.
c. Android 1.5
Gravação de Vídeo
Transições animadas
Suporte extensivo para localização de língua de sistema, até aqui só existia Inglês e Alemão, sendo
que passaram a ser suportadas mais de 20 línguas oficialmente
A título de curiosidade, a partir desta versão os nomes de código das versões de Android passaram a
ser baseados de doces de culinária para além da primeira letra seguir a ordem crescente do alfabeto.
d. Android 1.6
A versão Donut constituiu uma minor release5, sendo que o seu foco principal foi a uniformização
e re-estruturação de algumas partes da framework visual, assim como correção de falhas
presentes na versão anterior. Foi lançado em Setembro de 2009 e teve 3 revisões desde então.
3 Major Release: lançamento que constitui um aumento e alteração significativa da API face
à existente
4 Uma revisão (revision) constitui correções a uma API existente, geralmente de teor de
segurança ou estabilidade. Numa revisão a API manten-se a mesma do ponto de vista do
programador.
5 Minor Release: em contraste com a Major Release, uma minor release não constitui uma
mudança significativa da API
Entre as novidades destacam-se os seguintes pontos:
A versão Eclair de Android foi uma major release, e a sua numeração foi um pouco confusa. O
lançamento inicial foi em Outubro de 2009, sendo que só 1 dispositivo Android chegou
oficialmente a ter esta versão do Eclair, o Motorola Droid, na altura a versão 2.0 do mesmo. A
razão pela qual houveram outras versões Eclair prende-se com o produção do Nexus One, um
dispositivo que iria ser comercializado pela Google e o qual já estava em desenvolvimento
internamente na altura que o Motorola Droid foi lançado. Assim em Janeiro de 2010 surge o
Nexus One que trouxe consigo a versão 2.1 do Eclair. Entre estas duas datas existiu ainda uma
outra versão, a 2.0.1, que foi uma atualização para o Motorola Droid, sendo que teve pouca
relevância no panorama global. Já o mesmo não se pode dizer do Nexus One, cujo objetivo
principal do telemóvel não era tanto ser um sucesso de vendas mas sim elevar o patamar e criar
um telemóvel modelo sobre os quais os fabricantes se deveriam apoiar quando
conceptualizassem novos dispositivos Android, e a verdade é que funcionou pois vejam-se que
até dispositivos de baixo custo como o Sapo A5 têm uma semelhança característica com o Nexus
One, tanto a nível de design como de funcionalidades base. Um dos outros objetivos do Nexus
One foi construir um telemóvel moderno que oferecesse uma base sólida para quem quiser ter
um telemóvel de desenvolvimento em Android, sendo que com isto ficou a promessa que este
dispositivo seria atualizado pelo menos durante 2 anos com as últimas versões de Android.
Zoom Digital
O browser embebido em aplicações passa a ter uma gestão de recursos separada do browser do
telemóvel
Suporte para Virtual Android Keys – ou seja, os botões nativos de Android tais como Home ou
Search passam a poder ser emulados virtualmente ao invés de serem apenas referenciados pela
tecla física
f. Android 2.2
Esta versão foi uma das principais novidades do evento Google I/O de 2010, mais concretamente
a 20 de Maio. Nesta altura o Android tinha já conquistado uma posição relevante no cenário
global de smartphones e o mundo estava de olhos postos nas novidades que iriam ser anunciadas
pela Google no evento. Apesar da Google ter assinalado esta como uma minor release a mesma
contem uma panóplia de novidades não menos importantes:
Mais uma vez, uma versão de Android caracteriza uma família de versões sobre o mesmo nome
de código. O Gingerbread surge inicialmente trazido por mais um dispositivo Nexus, neste caso
o Nexus S apresentado oficialmente a 10 de Dezembro de 2010. Trouxe consigo a versão de
Android 2.3.
Copiar-Colar melhorado
Novo tema visual, com fundos a preto e elementos visuais em tons de verde
As versões 2.3.1, 2.3.2 e 2.3.5, 2.3.6 e 2.3.7 são tidas como revisões, e portanto não obtiveram
uma versão de API diferente ou alterações de SDK relevantes.
A versão 2.3.3 foi lançada a 9 de Fevereiro de 2011 e foi considerada uma minor release pois
adicionou algumas coisas à funcionalidade que requeriam alterações na API tais como suporte
para mais normas de NFC (near-field-communication) entre outras pequenas melhorias a nível
multimédia.
A versão 2.3.4 foi lançada a 4 de Maio de 2011. Como habitualmente neste mês esta versão trata-
se da extensão de funcionalidades que foi apresentada no Google I/O de 2011, tento trazido
essencialmente pequenas correções e suporte a dispositivos USB (funcionalidade conhecida
como USB Host). Esta funcionalidade permite a comunicação com dispositivos USB, tais como PEN
drives, Joysticks, teclados e ratos USB, etc, e com isto foi também introduzido o Android ADK
(Accessory Development Kit) que permite tirar partido desta funcionalidade e extender o seu uso
para novos tipos de periféricos.
O Honeycomb 3.0 surge com a apresentação do Motorola Xoom a Fevereiro de 2011. Entre as
principais novidades destacam-se as seguintes:
Interface gráfica redesenhada com tablets em mente. Inúmeras mudanças visuais, desde
inclusão da System Bar, Action Bar de aplicações persistente, nova aplicação de Launcher,
etc
Teclado virtual melhorado (agora suporta atalhos com a tecla CTRL, etc)
Aplicações atualizadas: Browser de Internet, Contactos, Câmara, Galeria, Email
Wi-Fi Lock - Aplicações podem escolher que o Wi-Fi não entre em modo de hibernação
quando o dispositivo fica em modo adormecido (tipicamente ao desligar o ecrã), útil para
manter ligação ativa numa comunicação SIP por exemplo
A Julho de 2011 é apresentada a versão 3.2 de Honeycomb, que fica marcada pela correções de
falhas e pela introdução de algumas novas funcionalidades, entre quais se destacam as seguintes:
Introduzido modo de Zoom de compatibilidade, de modo a que mais aplicações que foram
feitas para telemóvel sejam possíveis de executar no tablet
i. Android 4.0
A versão Ice-Cream Sandwich foi lançada a 19 de Outubro de 2011, e trouxe a tão aguardada
união de tablets com smartphones em Android, contituindo assim um patamar importante na
uniformização e redução de fragmentação da plataforma. A versão 4.0 de Android é uma major
release, e conta com as seguintes novidades:
Widgets redimensionáveis
Novo ecrã de bloqueio, com novas opções
Possibilidade de ter
Novo teclado virtual, com melhorias de layout e várias melhorias a nível de detecção
de erros ortográficos
Suporte para Wi-Fi direct e Bluetooth HDP (possibilidade de integração com qualquer
dispositivo certificado pela Continua)
j. Android 4.1
Interface mais fluída e com melhor tempo de resposta (adicionados VSync e Triple
Buffering)
Widgets auto-ajustáveis
Existe alguma confusão por parte de alguns programadores, e mesmo utilizadores, do que é
realmente a plataforma Android. Uma das principais confusões é em relação à linguagem de
programação da plataforma. Realmente a linguagem usada para programar para Android é Java,
mas Android não é baseado na plataforma Java ME. Como tal, não é possível correr aplicações
Java compiladas para Java ME (como é o caso de algumas aplicações para terminais Nokia) em
Android. Isto porque a máquina virtual de Java que executa o código em Android é a Dalvik VM,
que é uma VM6 otimizada para terminais móveis.
Android também não é simplesmente uma camada aplicacional, sendo que define muito mais que
isso. Quando se fala em Android como plataforma, estamos a falar desde o Kernel que corre no
dispositivo (Linux), até às Aplicações em si passando por bibliotecas nativas, bibliotecas da API, e
como é óbvio, a camada Aplicacional e de Serviços fornecidos pela plataforma aos
programadores.
Outra grande confusão, é se o Android é um telemóvel. Para além de todo o software que a
plataforma Android define, também faz parte da plataforma um design de referência para os
fabricantes de terminais se basearem para o desenvolvimento dum novo terminal, mas não há
uma rigidez nos componentes que têm de ser aplicados nesses terminais. Por isso, a plataforma
possibilita aos fabricantes a utilização da plataforma Android em vários tipos de terminais, desde
terminais de gama baixa até aos topo de gama da marca, sendo que Android pode ser utilizado
até em equipamentos que não dispõe de uma utilização para tele-comunicações como em
eletrodomésticos inteligentes, etc.
Componentes Base
A componente mais importante de toda a plataforma, é provavelmente a Dalvik VM. Esta máquina
virtual é a responsável pela execução de todo o código Java que faz parte da plataforma Android.
Foi criada por um programador da Google (Dan Bornstein) com o intuito de ser “base” da
plataforma. É também bastante diferente das Java VMs que são usadas normalmente noutros
sistemas operativos pois esta está especialmente otimizada para que os programas possam ser
interpretados duma forma rápida e eficaz e ao mesmo tempo usando pouca memória.
Como já deve ser do seu conhecimento, o Kernel usado pela plataforma é o Kernel Linux. Este
conta com algumas alterações para que todo o software possa executar sem problemas. Algumas
destas alterações incluídas no Kernel são:
Android Debug Bridge (adb): Usado para aceder ao terminal via USB ou TCP/IP e poder
obter informações de sistema como logs, aceder à shell do terminal, enviar e receber
ficheiros, etc.
6 Máquina Virtual
Low Memory Killer: Componente do Kernel que gere a memória do terminal. É este o
componente responsável por terminar aplicações quando o terminal precisa de memória
livre para executar alguma coisa.
IPC Binder: Esta parte do Kernel é responsável por uma parte muito importante da
plataforma. Quando as aplicações precisam de falar entre si, por vezes podem precisar de
algo mais completo que uma simples chamada de um Intent (mais à frente veremos o que
é). Para isto existe este serviço que possibilita os programadores “falarem” diretamente
com outras aplicações instaladas.
Numa arquitetura Linux, precisamos de algo que ligue o Kernel às aplicações. A esta biblioteca
chamamos LibC e a mais usada nas tecnologias de informação é a GNU LibC. Na plataforma
Android no entanto, esta biblioteca foi substituída pela BIONIC C Library. A BIONIC C é uma
versão muito reduzida e otimizada, com partes da biblioteca C de *BSD e partes da GNU LibC para
Linux, e ainda funcionalidades que lhe são únicas. Muitas coisas foram alteradas e reduzidas de
forma a que todos os pedidos ao Kernel sejam feitos o mais rápido possível e sem haver uma
preocupação com otimizações específicas. Muitas otimizações utilizadas na LibC de Linux por
exemplo, seriam demasiado pesadas para serem executadas em terminais com pouca memória e
com escassos recursos de processamento, logo o seu custo/benefício seria nulo.
Fragmentação
Eclipse, desenvolvendo um plugin chamado Android Developer Tools Plugin for Eclipse (ADT).
Neste capítulo vai ver como instalar e configurar corretamente o Eclipse para desenvolvimento para
a plataforma Android, sendo que as introções aqui presentes cobrem os 3 sistemas operativos mais
Instalação do eclipse
O 1º passo caso esteja num ambiente Windows ou MacOS X, é ir ao website oficial do Eclipse 7 e
fazer a transferência da última versão disponível para programação em Java (com o título Eclipse
IDE for Java Developers, tal como é ilustrado na figura 2.1). Ter em atenção a versão do sistema
operativo, se é 32bits ou 64bits e fazer download da versão apropriada. No caso de estar a usar
Linux, pode também utilizar o método anteriormente descrito para Windows/MacOS X, ou então
usar o sistema de instalação de aplicações da sua distribuição (apt-get, emerge, yum, rug, etc).
7 http://www.eclipse.org
Após a transferência ter concluído, basta descomprimir o ficheiro que guardou para a aplicação
ficar pronta a usar. Pode fazê-lo por exemplo para o seu Ambiente de Trabalho. Após isto feito,
pode abrir o Eclipse pela 1ª vez. Neste altura ser-lhe-á também perguntado onde fica definido o
seu workspace8.
Instalação do ADT
Com o Eclipse aberto, selecione o menu Help e em seguida escolha a opção Install New Software.
Ser-lhe-á apresentada uma janela semelhante à da figura 2.2 .
Na janela apresentada deverá então pressionar o botão Add para adicionar um repositório. Na
caixa de dialogo que irá aparecer preencha o campo Name com ADT e o campo Location com o
valor https://dl-ssl.google.com/android/eclipse/ , tal como é evidenciado pela figura 2.3.
O Eclipse irá então procurar no novo repositório inserido os plugins disponíveis para serem
instalados. Quando terminar irão estar disponíveis novas opções para instalação dentro do grupo
Developer Tools tal como está na figura 2.4. Pode simplesmente selecionar todas e clicar em Next.
Na fase seguinte o Eclipse apenas nos diz que software nós escolhemos para instalação e se tudo
está conforme para a executar. Basta pressionar o botão Next novamente para passarmos à fase
onde lhe é dada a conhecer as licenças dos Plugins que vai instalar no Eclipse. No fim de aceitar
as licenças, só tem de pressionar o botão Finish e a instalação iniciar-se-á.
Durante a instalação, vai-lhe aparecer um aviso acerca de conteúdo que vai ser instalado mas que
não está assinado digitalmente, semelhante ao que é apresentado na figura 2.5. Este aviso é
normal nesta instalação.
No final da instalação vai-lhe ser pedido para reiniciar o Eclipse para aplicar as alterações
efetuadas pela instalação do Plugin. Clique então em reiniciar. Após o Eclipse iniciar novamente,
veremos que o ADT já está instalado, visto que lhe deverá ser mostrada uma janela a pedir para
fazermos a transferência da SDK9 para desenvolver em Android.
Nesta altura selecione as duas opções disponíveis debaixo da opção Install new SDK e escolha o
local onde quer guardar toda a SDK, tal como evidenciado na figura 2.6. Finalmente, apenas
necessita de pressionar Finish.
Mais uma vez, o Eclipse vai analisar o que é necessário instalar e mostra-nos essa informação. De
notar que esta instalação já é o próprio ADT a fazer e não o Eclipse visto estarmos a instalar
versões da SDK de Android que nada têm a ver com o Eclipse em si. A esta altura apenas
necessita de aceitar todas as e carregar em Install.
Configuração do SDK
Dentro da aplicação de configuração do SDK Android, que pode ser aberta clicando no botão que
se encontra na barra superior do Eclipse (ver figura 2.7). Esta aplicação do SDK serve para instalar
várias versões da API de Android, fazer atualizações quando saem novas versões e também
instalar outros componentes não obrigatórios do SDK.
Ao abrir o configurador do SDK, este tentará automaticamente atualizar as versões que tem
instaladas e instalar mais alguma coisa que lhe seja útil para o desenvolvimento. Pode instalar
ainda documentação de cada API e as APIs da Google (para utilização do Google Maps, etc). Os
itens relativos a ARM EABI v7a System Image são as imagens dos emuladores para testar as
aplicações no PC de desenvolvimento.
Sugestão: Instale sempre a documentação, e para o âmbito deste livro, instale também as Google APIs.
IntelliJ IDEA
É também possível usar o ItelliJ IDEA como ambiente de desenvolvimento. A última versão
gratuita disponível no website do IntelliJ 10
já é compatível com o desenvolvimento para Android
usando a SDK oficial.
10 http://www.jetbrains.com/idea/
MOTODEV Studio
O MOTODEV Studio 11
é um IDE baseada em Eclipse e no plugin ADT que foi referido
anteriormente, e com o acréscimo de algumas ferramentas extra para auxiliar certas tarefas que
de outra forma requeriam trabalho manual do programador. Entre estas contam-se ferramentas
para melhor suporte a localização de conteúdos (mesma aplicação em várias línguas), gestão
integrada de bases de dados sqlite, snippets de código, etc.
Desde Maio de 2013 que o IDE oficial de Android passou a ser o AndroidStudio. Este IDE não é
mais do que uma versão do IntelliJ IDEA com um conjunto de tecnologias limitado ao espectro
Android e Google App Engine. Como na altura da escrita deste livro ainda não existia o dito IDE,
deixamos aqui o link para a página do mesmo para que possa descubrir mais.
11 http://developer.motorola.com/docstools/motodevstudio
3 FERRAMENTAS DO
2
SDK DE ANDROID
3
No capítulo anterior vimos como podemos configurar o ambiente de desenvolvimento, cujo cenário
típico passa por instalar a SDK de Android e uma IDE (que embora aconselhado não é obrigatória para o
desenvolvimento), mas no entanto a SDK de Android fornece um conjunto muito mais extenso de
ferramentas para auxiliar o desenvolvimento aplicacional que vai muito para além de simplesmente permitir
a compilação do software.
Para o programador esta aplicação é usada para uma panóplia de casos possíveis. Esta
componente é usada abstratamente sempre que o vai ao ecrã de Debug do Eclipse para operar
com o DDMS12 por exemplo. A um nível operacional mais baixo pode também usar a ferramenta
de linha de comandos "adb" que se encontra presente da diretoria /platform-tools da raiz de
instalação do SDK. Esta ferramenta de linha de comandos permite iniciar e terminar a componente
Tal como o nome sugere, o Android Debug Bridge tem como principal objetivo auxiliar o
processo de depuração da aplicação. A utilização mais vulgar e comum é feita com recurso à
opção logcat. Esta opção permite ver e filtrar em tempo real toda a informação de depuração que
é emitida pelo terminal. Em Android existe uma class dedicada exclusivamente à tarefa de
depuração de nome Log. Sempre que o programador invocar esta class terá de especificar o tipo
de severidade do registo que vai fazer (Warning, Error, Debug, Verbose, Info, etc) e a tag sobre a
qual faz esse registo, deste modo ao usar a opção logcat é-nos possível filtrar por aplicação, tag e
severidade de registo.
DDMS
O Dalvik Debug Monitor Bridge (DDMS) é a ferramenta visual de depuração que vem juntamente
com o SDK de Android. O DDMS recai na ligação estabelecida pelo daemon de ADB para abstrair a
comunicação com o dispositivo (ou instância de emulador).
A ferramenta pode ser aberta dentro do Eclipse (mediante instalação prévia do plugin de
desenvolvimento Android) da seguinte forma: clicar no menu Window na barra de ferramentas, e
de seguida escolher as opções Open Perspective > Other... > DDMS . A vista resultante será
semelhante à da figura 3.1. O DDMS pode alternativametne ser executado separadamente do
Eclipse sendo que se encontra na diretoria tools com o nome ddms (ou ddms.exe se se tratar do
sistema operativo Windows).
FIGURA 3.2 – Vista DDMS no Eclipse
Emulador
O emulador de Android é baseado na tecnologia de código aberto QEMU dado à sua versatilidade
de permitir emular processadores Advanced RISC Machine (ARM) e Intel x86, que por sua vez é
abstraído pelo Android Virtual Device (AVD). Um AVD é uma instância de emulador criada com
recurso ao SDK Manager. A sua criação e manuseamento podem ser feitos tanto por linha de
comandos ou através do editor visual para o efeito (que também integra com o plugin de
Android).
Dada a diversidade de equipamentos físicos existentes o AVD é uma exelente ferramena para
combater essa têndencia uma vez que torna possível criar várias instâncias virtuais que simulam
equipamentos com características de hardware distintas. Entre os atributos que são
parametrizáveis contam-se a descriminação do tamanho de ecrã, memória RAM disponível e
versão do sistema operativo (com ou sem suporte para Google APIs).
Para criar um AVD através do Eclipse, primeiro tem de abrir o gestor de AVDs através do botão
para o efeito (ver figura 3.2).
FIGURA 3.2 – Gestor de AVDs
De seguida clica no botão New para criar uma nova AVD, e é-lhe apresentado um formulário
semelhante ao da figura 3.3, o qual como pode ver já preenchemos os campos com uma AVD ao
nosso gosto. Poderá e deverá criar tantas AVDs quantas achar necessárias para testar as suas
aplicações em condições variadas. Após criar a instância de AVD esta ficará disponível no gestor
tal como é apresentado na figura 3.4.
Se o leitor pretender criar um AVD semelhante ao anterior pela linha de comandos, a sua sintaxe
seria:
Outras ferramentas
As ferramentas referidas em até agora são de uso comum e genérico seja qual for a escala ou
contexto (empresarial, didático, etc) do desenvolvimento que o programador se deparar. No
entanto existem outras ferramentas de uso específico que passamos agora a referir.
k. Draw 9-patch
Ferramenta para criar e visualizar um tipo de imagem única a Android, usualmente denominadas
por imagens 9-patch.
l. Hierarchy Viewer
Permite visualizar a hierarquia de desenho das Views e Layouts de Android, o leitor perceberá
melhor a utilidade desta ferramenta nos próximos capítulos. Esta ferramenta também integra com
o Eclipse.
m. Monkey
n. ProGuard
o. Zipalign
Otimiza o tamanho final do .APK gerado pela compilação através da compressão de ficheiros de
imagem presentes na aplicação.
p. Outros
Para mais informações consultar a documentação oficial relativa às ferramentas da SDK Android
na página respetiva13.
13 http://developer.android.com/guide/developing/tools/index.html
4 FUNDAMENTOS
4
APLICACIONAIS
Neste capítulo damos-lhe a conhecer as bases aplicacionais da plataforma. Entender os tópicos que
iremos falar é essencial para que o leitor se sinta à vontade com os capítulos seguintes e consiga
Quando se trata de desenvolver para Android, ou qualquer plataforma móvel em geral, existem
certas considerações que devem ser tidas em conta. Em particular os smartphones actuais são
máquinas muito capazes e completas que incorporam desde câmara de vídeo a receptor de GPS,
várias formas de conectividade, entre outras, mas parte do uso que as aplicações dão a este
conjunto de capacidades para que exista uma experiência agradável para o utilizador e bem
integrada com o sistema.
O primeiro ponto que vamos falar é talvez o mais evidente que se trata da boa gestão de
recursos do dispositivo. Os terminais móveis pela própria natureza que têm são dispositivos que
têm uma bateria cujo consumo pode variar largamente consoante a velocidade de relógio do
processador, tempo de uso de certas capacidades do hardware (receptores de sinal, sensores, etc)
e estado de operação, sendo que todas estas variáveis são afectadas pelas aplicações que estão a
executar no dispositivo a um dado momento.
Deste modo é importante que uma aplicação feita para este tipo de terminais seja o mais eficiente
possível na gestão desses recursos. Uma consideração importante a ter é que o Android é uma
plataforma multitarefa14, sendo que a qualquer momento o utilizador pode decidir comutar entra
Nas aplicações móveis, mais do que nas aplicações de computador pessoal, é necessário ter em
vista a organização visual da informação. Como o ecrã de um dispositivo móvel pode ser muitas
vezes inferior em resolução comparativamente ao ecrã de um computador as aplicações deverão
ser pensadas tendo em conta esse fator. Com uma boa organização do layout da página consegue
encapsular em pequenas áreas muita informação útil, mas atenção para não reduzir nem
compactar a informação em demasia porque senão o utilizador poderá ficar confuso pela
proximidade da mesma, e ao mesmo tempo se no meio dessa informação houverem
componentes que respondem ao toque não convém que 2 elementos deste tipo estejam
demasiado próximos porque senão irá causar muitos “falsos toques” por parte do utilizador.
As considerações aqui faladas são de um âmbito genérico em Android, sendo que a mais
discussões de melhores práticas serão expostas ao longo do livro conforme se encaixem no
contexto do capítulo em que se inserem.
Uma aplicação pode ser constituída por vários destes blocos, e estes blocos são comunicáveis
entre si na maioria dos casos.
q. Activity
Uma Activity é um ecrã da aplicação, o análogo a uma Janela no Windows (ou Form noutras
linguagens/sistemas). É aqui que habitualmente se produz e elabora a componente de interacção
visual de uma aplicação.
r. Service
Um Service como o nome sugere é um serviço. Não contem um frontend visual como a Activity, e
serve geralmente para efectuar tarefas potencialmente demoradas em plano de fundo.
Geralmente é usado como estrutura de suporte às várias Activities de uma aplicação, tratando de
coisas como a comunicação com a ligação à Internet, atualizações periódicas de conteúdos, e
inter-comunicação entre aplicações.
s. Broadcast Receiver
t. Content Provider
A componente de Content Provider fornece deste modo uma forma geral e abstrata de fornecer os
conteúdos da aplicação em que se insere, esta forma genérica segue sempre a mesma estrutura
tornando fácil o uso desta componente por outras aplicações. Ao mesmo tempo, a implementação
de como a informação que está a ser fornecida é da escolha do programador, que pode mesmo
controlar que tipo de informação é fornecida e a forma como esta está guardada no dispositivo
(podendo mesmo estar na nuvem ao invés de fisicamente no dispositivo por exemplo).
Tal como já foi referido o Android é um sistema operativo multitarefa, e tendo sido concebido
nesse sentido desde o inicio do seu desenvolvimento consta de uma gestão inteligente e eficaz de
processos, sendo que isto acarreta consequências à forma como se programam aplicações na
plataforma.
Para ilustrar uma estrutura de uma Activity deixamos em baixo um excerto de código de uma
Activity do Hello World típico de Android. Neste momento não é necessário que o leitor perceba já
toda a estrutura do código aqui ilustrado, serve apenas para se começar a ambientar com a
sintaxe
import android.app.Activity;
import android.os.Bundle;
@Override
super.onCreate(savedInstanceState);
setContentView(R.layout.main);
Gestão de recursos
Uma das grandes potencialidades a nível de programação da plataforma Android é a sua fácil
gestão e utilização de recursos (Resources). Facilmente identificáveis visto estarem sobre o
directório /res do projecto, é aqui que tudo aquilo o que não é código Java fica guardado,
incluindo imagens.
Como se pode ver pela figura 4.2, existem vários sub-diretórios dentro do directório /res quando
se cria um projeto Android no Eclipse, servindo para categorizar os recursos que lá estão e para
que a plataforma Android os possa otimizar e usar da melhor maneira possível tendo em conta a
sua finalidade.
color (Color State Lists) que são usadas para definição de uma cor para um estado
drawable podem ser por exemplo as animações frame-by-frame) que serão usadas no
projeto
Definem o conteúdo dos menus aplicacionais bem como da Action Bar nas
menu
versões mais recentes de Android (Honeycomb e Ice Cream Sandwich)
Este tipo é especial visto que pode albergar vários tipos de recursos dentro de
si, sendo o mais importante o tipo Strings que é um ficheiro xml com um nome
Os outros recursos que poderão ser inseridos neste tipo serão falados ao
Os qualificadores são então usados para diferenciar o mesmo recurso mas para outro tipo ou
outra utilização da aplicação. Por exemplo, para traduzir uma aplicação para Português, bastaria
criar um grupo com o nome values-pt, e criar um ficheiro com o nome strings.xml lá dentro
como os mesmos valores existentes no string.xml global (que se encontra dentro do grupo de
nome “values” apenas) mas com a tradução dos textos de cada valor para Português. Também
bastante utilizados são os qualificadores land e port que dizem respeito às orientações do ecrã
na Horizontal (Landscape) e na Vertical (Portrait) respetivamente. Com estes qualificadores, pode
definir um layout duma Activity específico para quando o ecrã se encontra na horizontal, e outra
para quando está na vertical.
Uma grande potencialidade dos qualificadores é que o pode agrupar vários associando-os a um
tipo de recurso. Por exemplo, se quiser definir um layout para quando um terminal estiver em
com um orientação horizontal (landscape) e que tenha um ecrã considerando largo (large) 17 ,
então pode definir o layout dentro dum grupo com o nome “layout-large-land”. Deste modo pode
abstrair uma Activity que usa sempre o mesmo código Java do seu aspecto visual de acordo com o
terminal em que está a executar, sendo que a própria plataforma decide que layout utilizar pois
escolherá o grupo que melhor se encaixar nas especificações do dispositivo. No código seguinte
pode ver este exemplo.
@Override
super.onCreate(savedInstanceState);
setContentView(R.layout.main);
Para aceder aos recursos que guarda dentro do projeto a partir do código Java, utiliza-se a classe
R que é gerada automaticamente pelo ADT quando cria, apaga, ou altera algum recurso dentro da
directoria /res. No caso dos layouts, podem ser acedidos fazendo referência a R.layouts, e estes
são todos os layouts definidos nos recursos do projecto, não havendo qualquer filtragem ou
diferenciação sobre estes tendo em conta os qualificadores usados na sua definição.
A função para definir a UI duma Activity é a setContentView(int value). Como se pode ver
então pelo código em cima, aquela Activity usa um Layout com o nome main . Este recurso diz
respeito ao main.xml que está presente na figura 4.3 . Pode constatar que existem 3 grupos de
layout cada um com um main.xml lá dentro, desde modo é a plataforma que decide qual destes
vai usar em tempo de execução. Procurará primeiro o um que se aplique à condição e/ou
especificação atual do dispositivo, e caso não seja aplicável irá então usar a versão que se aplica a
todos os outros casos, definida em /layout.
É aconselhada a leitura da página relativa a este assunto na documentação oficial para mais
informações : http://developer.android.com/guide/topics/resources/providing-
resources.html#AlternativeResources .
Android Manifest
O Android Manifest é onde é definida a aplicação. Contém as definições das Activities, Services,
Broadcast Receivers, permissões, compatibilidade com versões de Android, entre outros aspectos
para que tanto o Android Market e o dispositivo possam filtrar aplicações por compatibilidade,
para gerir acessos a recursos da própria aplicação e gerir também acessos da aplicação a recursos
do sistema e/ou de outras aplicações.
Após um package name ser utilizado com uma assinatura digital no Android Market, este
package name fica reservado para uso exclusivo e as atualizações consecutivas terão de conter a
mesma assinatura digital. Guarde a sua assinatura digital num local seguro, tanto para não ser
roubada como para não a perder.
<manifest xmlns:android="http://schemas.android.com/apk/res/android”
package="org.hello_world"
android:versionCode="1"
android:versionName="1.0" >
</manifest>
Dentro da tag manifest podem existir várias outras, algumas obrigatórias como a application e
outras opcionais como por exemplo a uses-feature. Apresentamos de seguida as tags mais
usadas que podem ser inseridas dentro da tag manifest, bem como um exemplo sucinto da sua
utilização.
Consulte o manual online para esclarecimentos adicionais bem como todas a opções possíveis para
tags e atributos em http://developer.android.com/guide/topics/manifest/manifest-intro.html
u. Uses-permission
Esta tag diz à plataforma Android que a aplicação necessita de uma ou mais permissões para
executar corretamente. Num capítulo mais adiante iremos falar mais aprofundadamente a questão
das permissões em Android. Uma permissão que é usada muito frequentemente é a
android.permission.INTERNET, que dá permissão de uma aplicação aceder à internet. Necessária
para aceder a um WebService para obtenção de dados por exemplo.
As permissões de sistema são todas as que começam por android.permission, todas as outras são
permissões de outras aplicações que declararam no seu Manifest uma nova permissão usando a
tag permission para que outras aplicações podessem aceder a dados e/ou recursos dela.
Exemplo de uso:
<uses-permission android:name="android.permission.INTERNET"/>
v. Permission
Como falado anteriormente, esta tag serve para declarar, e deste modo proteger, o acesso a
alguns dados ou serviços disponibilizados pela aplicação a outras aplicações. A permissão pode
ter vários níveis de alerta para o utilizador, mediante a importância do recurso que estará a ser
acedido por outra aplicação. Por exemplo, se uma aplicação decidir partilhar um serviço que
possibilita a outra aplicação o acesso a uma palavra-passe introduzida pelo utilizador, esta
permissão deve ser tida em conta aquando da instalação da aplicação que a usa, e portanto,
considerada perigosa visto disponibilizar dados pessoais. Os níveis de alerta são os seguintes:
normal, dangerous, signature, signatureOrSystem.
Exemplo de uso:
<permission android:name="org.hello_world.SHARE_PASSWORD"
android:label="@string/share_hello_password"
android:protectionLevel="dangerous"
android:description="@string/share_hello_password_desc" />
w. Uses-sdk
Esta tag define vários aspetos da aplicação em relação ao SDK usada para a criar. Pode conter 3
atributos: minSdkVersion, targetSdkVersion, e maxSdkVersion. O primeiro é usado para dizer
que versão de SDK é a mínima para aplicação executar corretamente. É muito útil para criar uma
aplicação compatível com versões anteriores do SDK. Se este atributo não for definido, ele toma
automaticamente o valor 1, fazendo a aplicação compatível com todas as versões de Android até
à especificada em maxSdkVersion caso esta exista. Se a aplicação usar APIs apenas definidas em
versões superiores de Android, a aplicação irá terminar anormalmente durante a sua execução
por não ter o suporte às APIs necessárias no terminal. É portanto extremamente recomendado o
teste da aplicação desde a minSdkVersion até à targetSdkVersion.
O targetSdkVersion, define a SDK com a qual a aplicação foi compilada e em qual foi
efetivamente testada. Se durante o desenvolvimento da aplicação está a ser usada a versão da
SDK 4.0 (14), é garantido que a aplicação vai funcionar sobre esta versão de Android visto ter sido
compilada com ela.
O maxSdkVersion é um atributo raramente usado pois não tem muita lógica o seu uso na
generalidade dos casos, visto a plataforma garantir a retro-compatibilidade das aplicações antigas
em versões de Android mais recentes. Portanto uma aplicação com um targetSdkVersion=”7”
(Android 2.1), vai funcionar da mesma forma na versão de SDK 14 (Android 4.0). No entanto é
possibilitado ao programador que a sua aplicação só seja executada em terminais até uma
determinada versão de Android e para isso deve usar este atributo.
Exemplo de uso:
<uses-sdk android:minSdkVersion="7"
android:targetSdkVersion="14" />
x. Uses-configuration
Com esta tag, define-se que tipo de hardware, nomeadamente em termos de controlo do
utilizador, uma aplicação necessita. Existem 5 atributos que podem ser definidos dentro desta tag
que são: reqFiveWayNav, reqHardKeyboard, reqKeyboardType, reqNavigation,
reqTouchscreen. A mair parte dos atributos explicam-se automaticamente pelo nome deles
tirando o reqFiveWay que diz respeito a um controlo como um D-Pad, ou uma TrackBall18, que
permita ao utilizador o input direcional (cima, baixo, esquerda, direita) e clique; o atributo
reqNavigation não diz respeito à navegação GPS mas sim a algo parecido com o reqFiveWay,
mas especificando exatamente que tipo de controlo se quer (D-Pad, TrackBall, …).
Este atributo tem a particularidade de se poder definir múltiplas vezes, significando que a
aplicação suporta vários formas de input do utilizador. Como exemplo, uma aplicação que
necessite dum touchscreen que possa ser usado por uma caneta stylus e um teclado QWERTY ou
um teclado numérico, teria esta definição:
<uses-configuration android:reqTouchScreen="stylus"
android:reqKeyboardType="qwerty" />
<uses-configuration android:reqTouchScreen="stylus"
android:reqKeyboardType="twelvekey" />
y. Uses-feature
Esta tag é usada para definir que hardware, e em alguns casos que stack de software, a aplicação
necessitará para funcional corretamente e ainda se é mesmo necessária ou não. Existem muitas
<uses-feature android:required="false"
android:name="android.hardware.location"/>
<uses-feature android:required="true"
android:name="android.hardware.camera"/>
z. Supports-screens
Esta tag explicar-se a sim mesma. Serve simplesmente para definir que tipo de ecrãs a aplicação
suporta. Se uma aplicação poder funcionar em todo o tipo de ecrãs, a definição seria assim:
<supports-screens android:largeScreens="true"
android:xlargeScreens="true" android:smallScreens="true"
aa. Application
Aqui define-se a aplicação em si, que Activities fazem parte dela, Services, Receivers, Providers,
etc. Todo um conjunto de componentes e propriedades, que interligados entre si formam a
aplicação.
Exemplo de uso:
<application
android:icon="@drawable/ic_launcher"
android:label="@string/app_name" >
<activity android:label="@string/app_name"
android:name=".HelloWorldActivity" >
<intent-filter >
</intent-filter>
</activity>
</application>
Classe application
A classe Application serve para manter um estado global sobre a aplicação em si. Pode ser
usada muito facilmente, acabando muitas vezes por ser bastante útil para partilhar objetos e
propriedades entre vários componentes ( Services, Activities, etc). Para a usar tem que a definir no
AndroidManifest.xml dentro da tag <application> como elemento. Por exemplo:
<application android:name=".MyApp">
[…]
</application>
Seguindo o exemplo declarado no AndroidManifest em cima, deverse-á criar uma classe que por
sua vez estende a classe Application com o nome “MyApp”. De notar que esta classe é instanciada
primeiro que qualquer outro objeto da aplicação ficando portanto desde logo disponível para ser
usada quando necessário pelo programador. Como exemplo, se quiser partilhar um valor por toda
a aplicação e para evitar ter que definir esse valor em todas as classes que o requerem, poderia
proceder da seguinte forma:
return singleton;
@Override
super.onCreate();
singleton = this;
return mSharedNumber;
Utilizando o princípio dos singletons19, em que cada classe só poderá ter uma única instanciação,
podemos muito facilmente obter o desejado: o acesso ao valor partilhado em qualquer
componente da aplicação. Portanto, num caso típico em que fosse necessário aceder ao valor
partilhado, teria simplesmente que fazer o seguinte:
int x = MyApp.getInstance().getSharedNumber();
Claro que este tipo de utilização serve para partilhar um ou mais objetos por toda a aplicação
usando exatamente o mesmo método, e não está limitado ao uso deste exemplo.
A classe Application, pode também controlar a forma de como e quando libertar memória quando
o Sistema está a precisar. A plataforma avisa todas as aplicações em execução que precisa de
memória, para que estas removam alguns dos seus objetos evitando assim ser terminadas pelo
sistema, mas cabe ao utilizador especificar o comportamento desta ação. Para tal, basta substituir
(override) a função onLowMemory() na classe Application criada. Exemplo:
19 http://en.wikipedia.org/wiki/Singleton_pattern
@Override
}
5
5CAMADA DE UI DE
ANDROID –
CONCEITOS BASE
6
Neste capítulo irá ficar com uma noção das componentes Interface Gráfica (GUI ou apenas UI) da
plataforma Android, como se relacionam entre elas, e de como usar alguns sistemas de alerta (caixas de
Views são o elemento base das aplicações Android e basicamente são tudo o que se vê no ecrã.
Existem também algumas Views que não se vêm como são o caso dos Layouts como verá a
seguir. Portanto, caixas de texto (TextView), caixas de entrada de texto (EditText), imagens
(ImageView), botões (Button), listas (ListView), etc., são tudo views que podem ser usadas numa
aplicação Android e que compõem a interface para o utilizador.
Uma aplicação Android usará as Views que necessitar para alcançar o seu objetivo e não há
nenhuma que seja de uso obrigatóri, até porque por exemplo existem aplicações que correm nos
terminais como serviços e que não têm qualquer interação direta com o utilizador, portanto essas
não usarão Views.
Uma View é portanto a classe base duma grande parte das classes disponíveis na plataforma e
sendo base define várias coisas que é importante saber e que é comum a todas as Views:
Posição
Tamanho
Propriedades básicas comuns (Visibilidade, Focus, etc.)
Desenho da View
Eventos
…
Existem muitas mais propriedades que são comuns a todas as Views, mas estas são as que mais
se usam no desenho e construção da interface. É sempre necessário ter em conta o tamanho que
vai ocupar no ecrã, o seu posicionamento relativo a outras Views, como são organizadas no ecrã
(usando vários tipos de Layouts), se está visível para o utilizador ou se é invisível ficando visível
após algo acontecer na aplicação, isto tudo para que o utilizador tenha uma experiência de
utilização do terminal e especialmente da aplicação que se está a cria, fluída e que não seja
confusa. Outro aspeto muito especial das Views é o tratamento de eventos, por exemplo:
“OnTouch” e “OnFocus”. Estes exemplos mais genéricos e comuns a todas as Views, fazem parte
da classe mãe View, mas outras Views descendentes (directa ou indiretamente) desta classe
adicionam novos eventos que muitas vezes vão ser usados, como por exemplo o OnKeyDown da
View de nome TextView.
Layouts
Layouts são Views especiais que vão organizar outras Views de maneira a que fiquem dispostas
da forma que deseja no ecrã. É um conjunto de Layouts que define como uma Activity ou um
Widget mostram o seu conteúdo. Pode-se dizer portanto que os Layouts são o esqueleto onde
todas as outras Views vão assentar.
Para maior facilidade e portabilidade, todos os Layouts devem ser definidos em ficheiros XML,
contudo é possível criar um Layout completamente em código mas este caso não vai ser coberto
neste livro. A questão da portabilidade é bastante importante porque estando definido o Layout
em XML, facilmente se agarra nesse ficheiro e se adapta para outro tipo de terminal ou para
vários tipos de display (como por exemplo Portrait vs. Landscape), já para não falar que permite
tirar partido da seleção adquada do layout correto que é fornecido pela gestão de recursos como
foi apresentada em capítulos anteriores.
Em tempo de edição, algo que achará bastante útil quando é desenhado um Layout usando o
Eclipse é o Outline que normalmente se encontra no lado direito quando se está a editar um
ficheiro. Quando o ficheiro é um XML que define um Layout, o Outline mostra a estrutura do
Layout sendo fácil visualizar a estrutura que estamos a criar.
Existem então vários tipos de Layouts e neste capítulo serão abordadosos mais usados nas
aplicações bem um exemplo para cada.
O Layout mais simples de todos é o FrameLayout. É o mais simples porque a organização dele é
muito básica: Todas as Views descendentes deste Layout, são posicionadas no topo superior
esquerdo do Layout ficando portanto umas por cima das outras caso haja mais que uma. É
particularmente útil para espaços vazios numa Activity, que pode ser posteriormente preenchido
com uma imagem que pode variar, por exemplo, consoante algo que tenha sido selecionado.
Outro Layout que é útil é o TableLayout. Este layout tem como principal característica a de
organizar as suas Views descendentes num formato tabular; para o efeito o TableLayout é
axuliado com outra View que é a TableRow. Ao usar ambas pode então criar Layouts que se cuja
disposição dos elementos se pareçam com uma tabela. Ainda que sendo uma tabela, há coisas
que não se conseguem fazer como por exemplo expandir uma célula para ocupar várias colunas
(como em HTML). Em baixo ver a figura 5.5 e o exemplo 5.1 que corresponde ao código XML que
deu origem ao resultado da dita figura.
A tabela criada terá tantas colunas quantas a linha com mais colunas tiver, e não
apresentará qualquer tipo de linhas de separação entre as células.
FIGURA 5.5 - Outline e resultado dum TableLayout
EXEMPLO 5.1
<TableLayout xmlns:android="http://schemas.android.com/apk/res/android"
android:id="@+id/tableLayout1"
android:layout_width="fill_parent"
android:layout_height="fill_parent"
android:stretchColumns="1" >
<TableRow
android:id="@+id/tableRow1"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content" >
<TextView
android:id="@+id/textView1"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content"
<TextView
android:id="@+id/textView2"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content"
android:layout_gravity="right"
</TableRow>
<TableRow
android:id="@+id/tableRow2"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content" >
<TextView
android:id="@+id/textView1"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content"
<TextView
android:id="@+id/textView2"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content"
android:layout_gravity="right"
</TableRow>
</TableLayout>
Outro tipo de layout bastante popular é o RelativeLayout. Deverá evitar o seu uso se for possivél
produzir o mesmo efeito com recurso a outro tipo de Layout visto que pode ficar completamente
diferente daquilo que deseja dependendo do tipo de ecrã do terminal, e também porque se tiver
muitos descendentes deste Layout o código torna-se mais difícil de ler. Este tipo de Layout
funciona posicionando os seus descendentes relativos uns aos outros. Por exemplo, diz-se que
uma determinada TextView está à esquerda duma EditText. A associação é feita com recurso à
propriedade android:id que o programador define manualmente. Sabendo isto, às vezes poder-
se-à deparar com o problema de dependência circular que é quando dois descendentes deste
Layout se referenciam um ao outro tornando assim impossível a criação do Layout. No entanto,
consegue ser um Layout que é bom de usar em casos simples em que o posicionamento relativo é
essencial.
O exemplo da figura 5.6 (investigue o código que o originou no exemplo 5.2) poderia ser obtido
com recurso exclusivo a LinearLayout, sendo que nesse caso teria de conter 1 LinearLayout mãe, e
2 LinearLayout filhos para cada linha. Ou seja, o 1º trataria da disposição vertical e os outros dois
da disposição horizontal de componentes.
EXEMPLO 5.2
<RelativeLayout xmlns:android="http://schemas.android.com/apk/res/android"
android:id="@+id/relativeLayout1"
android:layout_width="fill_parent"
android:layout_height="fill_parent" >
<TextView
android:id="@+id/textView1"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content"
android:layout_alignParentLeft="true"
android:text="TextView1" />
<EditText
android:id="@+id/editText1"
android:layout_width="fill_parent"
android:layout_height="wrap_content"
android:layout_alignParentTop="true"
android:layout_toRightOf="@+id/textView1"
android:inputType="textPersonName" />
<TextView
android:id="@+id/textView2"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content"
android:layout_below="@+id/editText1"
android:text="TextView2" />
<EditText
android:id="@+id/editText2"
android:layout_width="fill_parent"
android:layout_height="wrap_content"
android:layout_alignLeft="@+id/editText1"
android:layout_alignParentRight="true"
android:layout_alignTop="@+id/textView2"
android:inputType="textPassword" />
</RelativeLayout>
Com o ICS20 veio um novo Layout que veio resolver algumas dificuldades que existiam quando se
tentavam criar certos tipos de layouts com o Layouts existentes até então. Este novo tipo, o
GridLayout, tenta juntar o melhor de dois mundos, do LinearLayout e do TableLayout (ambos
falados anteriormente). Consegue-se por exemplo, alinhar Views quer verticalmente quer
horizontalmente com outras Views (alinhar e não posicionar como no RelativeLayout). Consegue-
se também criar layouts mais complexos sem ter uma estrutura demasiado complexa, que acaba
comprometer a performance.
Umas das melhorias que traz relativamente ao TableLayout, é a possibilidade das Views
descendentes poderem ocupar mais que uma célula (Span) .
Para uma descrição mais extensa deste novo Layout, sugere-se a leitura (em Inglês) da seguinte
publicação no Blog dos Android Developers: http://android-developers.blogspot.com/2011/11/new-layout-
widgets-space-and-gridlayout.html
EXEMPLO 5.3
<GridLayout xmlns:android="http://schemas.android.com/apk/res/android"
android:id="@+id/gridLayout1"
android:layout_width="fill_parent"
android:layout_height="fill_parent"
android:columnCount="4" >
<TextView
android:id="@+id/textView1"
android:layout_column="0"
android:layout_columnSpan="2"
21 Interface de Utilizador
android:layout_row="1"
<EditText
android:id="@+id/editText1"
android:layout_column="3"
android:layout_gravity="fill_horizontal"
android:layout_row="1"
android:inputType="textEmailAddress" >
</EditText>
<TextView
android:id="@+id/textView2"
android:layout_column="1"
android:layout_gravity="right"
android:layout_row="3"
android:text="Password" />
<EditText
android:id="@+id/editText2"
android:layout_column="3"
android:layout_gravity="fill_horizontal"
android:layout_row="3" />
<Space
android:layout_width="1dp"
android:layout_height="21dp"
android:layout_column="0"
android:layout_gravity="fill_horizontal"
android:layout_row="0" />
<Space
android:layout_width="21dp"
android:layout_height="1dp"
android:layout_column="0"
android:layout_row="0" />
<Space
android:layout_width="10dp"
android:layout_height="1dp"
android:layout_column="2"
android:layout_gravity="fill_horizontal"
android:layout_row="0" />
<Space
android:layout_width="1dp"
android:layout_height="10dp"
android:layout_column="0"
android:layout_gravity="fill_horizontal"
android:layout_row="2" />
</GridLayout>
Menus
Existem dois tipos de Menus em Android, os contextuais (os que aparecem quando o utilizador
carrega no botão fisico de Menu do dispositivo) e os Menus de prefências (tal como o nome
sugere são os menus da preferências da aplicação).
Os menus fazem parte de quase todas as aplicações Android e são uma ferramenta bastante útil
quando queremos adicionar funcionalidades variadas dentro da mesma Activity. Existem dois
tipos de menus: Contextuais e de Preferências, este último subdividindo-se em menus pré-
Honeycomb (Android 3.0) e menus Honeycomb ou superior. A diferença entre estes dois últimos é
a sua localização, sendo que os pré-Honeycomb aparecem na parte inferior do ecrã, e os
Honeycomb na parte superior-direita. Felizmente a API é bastante simples e muito intuitiva para a
criar todos os tipos de Menus.
Para criar um Menu de Preferências pode, e deve, usar um ficheiro XML dentro da diretoria
res/menu. Para isso usa-se um pequeno assistente disponível no Eclipse acedendo ao menu File
(Ficheiro) → New (Novo) → Android XML File (Ficheiro XML Android).
Deve ser selecionado o Resource Type (Tipo de Recurso) “Menu”, e dado um nome ao ficheiro
que termine em .xml .
É aconselhado usar o nome da Activity no nome do ficheiro para mais fácil identificação do menu.
Após clicar em Finish (Concluir), irá ser levado para a área de edição do novo ficheiro XML que irá
definir um Menu para ser usado numa Activity. Como exemplo, use o conteúdo do exemplo 5.4.
EXEMPLO 5.4
<menu xmlns:android="http://schemas.android.com/apk/res/android">
<item android:id="@+id/menu_partilhar"
android:icon="@android:drawable/ic_menu_share"
android:title="@string/partilhar" />
<item android:id="@+id/menu_ajuda"
android:icon="@android:drawable/ic_menu_help"
android:title="@string/ajuda" />
<item android:id="@+id/menu_guardar"
android:icon="@android:drawable/ic_menu_save"
android:title="@string/guardar" />
</menu>
Portanto agora, para se usar o menu na Activity que se deseja basta fazer Inflate (inflacionar no
sentido de usar o XML para contruir as componentes visuais), tal como demonstrado no exemplo
5.5.
EXEMPLO 5.5
@Override
inflater.inflate(R.menu.menusactivity_menu, menu);
return true;
Da próxima vez que for executada a aplicação num terminal (ou emulador), pode-se pressionar a
tecla Menu que um menu como o da figura 5.9 aparecerá no ecrã:
FIGURA 5.9 - Screenshot do Menu criado acima
O menu criado não executa nada, ou seja, apenas diz ao sistema, que quando a tecla Menu for
pressionada, o menu que deve aparecer é aquele, composto por 3 botões, com aquele texto e
aquelas imagens. Para que quando se clique num botão seja executado algum código tem que se
definir um novo método na classe que define a Activity em questão que se chama
OnOptionsMenuSelected. Este método de Callback é sempre executado quando é pressionado
um botão presente no menu, neste caso, no botão “Partilhar”, “Ajuda” ou “Guardar”. Em suma a
estrutura do processamento do toque dos botões será semelhante ao apresentado no exemplo
5.6.
EXEMPLO 5.6
@Override
switch (item.getItemId()) {
case R.id.menu_partilhar: {
return true;
}
case R.id.menu_ajuda: {
return true;
case R.id.menu_guardar: {
return true;
return false;
Como cada opção do menu tem um código (um valor do tipo constante Integer) atrbuído,
podemos usar uma estrutura switch/case para facilmente saber que botão foi pressionado e
assim executar o código adequado. A razão do método retornar um valor do tipo Boolean serve
para saber se aquele clique foi ou não tratado. Devolvendo false, o sistema é informado que a
Activity não tratou o clique e então vai percorrer toda a hierarquia de Views até alguém o tratar.
Se for retornado true, então quer dizer que a Activity tratou o clique e o sistema não precisa de
fazer mais nada para tratar aquele clique.
Agora já consegue criar um menu e executar algo quando é dispoltado um evento de toque em
alguma das suas opções, mas e se for preciso alterar a disponibilidade das opções consoante um
determinado estado da aplicação? Num exemplo prático, pode-se ter uma opção de criar uma
nova entrada num histórico apenas se não estiver em modo de edição de uma entrada.
Contrariamente ao que se possa pensar, editar o object Menu no método onCreateOptionsMenu
para ativar ou desativar uma opção não irá funcionar, isto porque este método só é executado
quando é pressionada a tecla Menu pela primeira vez nas versões de Android pré-Honeycomb, ou
assim que a Activity é criada em Honeycomb ou superior, pelo que só é executado uma única vez.
Tem-se então outro método para controlar o Menu sempre que ele é aberto que é a
OnPrepareOptionsMenu.
EXEMPLO 5.7
@Override
int x = generator.nextInt(10);
return true;
No exemplo 5.7, o botão partilhar vai ficar ativo 50% das vezes que for pressionado a tecla Menu.
Para isso, é gerado um número aleatório entre 0 e 9:
int x = generator.nextInt(10);
Depois vai-se buscar o objeto que identifica o botão que quer controlar:
Como já se deve ter apercebido, a API Android é bastante simples e fácil de entender, e agora vem
mais um exemplo disso mesmo. Para transformar o menu anterior numa opção de destaque em
Honeycomb ou superior basta adicionar o seguinte atributo a cada Item definido no ficheiro XML
correspondente ao menu:
android:showAsAction="ifRoom"
EXEMPLO 5.8
<menu xmlns:android="http://schemas.android.com/apk/res/android">
<item android:id="@+id/menu_partilhar"
android:icon="@android:drawable/ic_menu_share"
android:title="@string/partilhar"
android:showAsAction="ifRoom|withText" />
<item android:id="@+id/menu_ajuda"
android:icon="@android:drawable/ic_menu_help"
android:title="@string/ajuda"
android:showAsAction="ifRoom" />
<item android:id="@+id/menu_guardar"
android:icon="@android:drawable/ic_menu_save"
android:title="@string/guardar"
android:showAsAction="" />
</menu>
Note as alterações aos elementos Item e os respetivos valores do exemplo 5.8. Quando executado
num terminal Honeycomb, é produzido este resultado:
FIGURA 5.10 - Screenshot do Menu criado em Honeycomb
Para comparação, fica um screenshot na figura 5.11 do mesmo menu mas sem as alterações para
Honeycomb ou superior, ou seja, sem o atributo android:showAsAction .
Mais diferente ainda, é se a aplicação não estiver a ser compilada com um SDK Android 3.0 ou
superior. Nesse caso o resultado seria semelhante ao da figura 5.12.
FIGURA 5.12 - Screenshot do Menu compilado para uma versão Android pré-Honeycomb
Caixas de Diálogo
As caixas de diálogo são normalmente utilizadas para alertar o utilizador de que algo está para
acontecer mas que precisa de uma decisão da sua parte. São também usadas quando ocorre
algum problema e o utilizador tem de ser notificado disso.
Em Android, temos a possibilidade de criar vários tipos de caixas de diálogo consoante a sua
finalidade, no entanto a maneira de criar e mostar qualquer desses tipos (que irá ver já de
seguida) é sempre a mesma. Os métodos a ter em conta são:
O primeiro método é responsável pela criação do objeto do tipo Dialog. É portanto executado
apenas uma vez mesmo que a caixa de diálogo seja mostrada várias vezes durante a utilização da
aplicação. O segundo método permite que a caixa de diálogo seja alterada antes de ser mostrada
ao utilizador, por exemplo, quando se quer ativar ou desativar um botão na caixa de diálogo
consoante algo esteja ativo na aplicação, e é executado sempre que a caixa de diálogo é
mostrada.
Sendo que os dois métodos em cima referidos fazem parte do ciclo de criação da caixa de diálogo
e apresentação ao utilizador, existem dois métodos para esconder a caixa de diálogo novamente:
dismiss()
dismissDialog(int id)
A diferença entre os dois métodos, é que o primeiro é usado dentro do objeto do tipo Dialog, e o
segundo, dentro dum objeto do tipo Activity. Qualquer um dos dois produz o mesmo efeito que é
esconder a caixa de diálogo.
Para mostrar a caixa de diálogo em si, basta usar o método showDialog(int id).
EXEMPLO 5.9
Depois é só implementar pelo menos o método de criação do Dialog em si, tal como ilustrado no
exemplo 5.10.
EXEMPLO 5.10
@Override
Dialog dialog;
switch (id) {
case DIALOG_HELLO_WORLD: {
break;
default:
dialog = null;
return dialog;
}
Com isto feito, apenas falta ver como criar o objeto Dialog. Como falado anteriormente existem
vários tipos de caixas de diálogo em Android, sendo elas:
AlertDialog
ProgressDialog
CustomDialog
bb. AlertDialog
A classe AlertDialog é muito mais genérica do que o nome faz parecer, sendo capaz de criar
qualquer tipo de caixa de diálogo e não apenas algo do tipo “Alerta”.
Para dar um exemplo de como é fácil e útil este tipo de caixa de diálogo, seguem-se três
exemplos bastante comuns: mensagem com resposta (sim/não); lista de itens dos quais o
utilizador deve escolher um; lista de itens dos quais o utilizador deve escolher vários ou nenhum.
EXEMPLO 5.11
builder.setTitle("Olá Mundo")
.setCancelable(false)
.setIcon(android.R.drawable.ic_dialog_info)
dialog.dismiss();
})
});
return builder.create();
Como pode ver é bastante simples criar um caixa de diálogo. Começamos por criar um objeto do
tipo AlertDialog.Builder que recebe como parâmetro um objeto do tipo Context, que neste caso é
o contexto da Activity atual. Depois é criada a caixa de diálogo atribuindo-lhe um título e uma
mensagem. O método setCancelable serve para prevenir o utilizador de pressionar a tecla Back e
deste modo cancelar a caixa de diálogo. Neste caso prevenimos o utilizador de o fazer de modo
que vai ter sempre de responder “Sim” ou “Não” para prosseguir com a utilização da aplicação, a
menos que a volte a iniciar do zero. De seguida é atribuído um icone à caixa de diálogo e por fim,
criam-se os dois botões de resposta, “Sim” e “Não”. É possível também criar um botão Neutral
(setNeutralButton) mas que não foi usado neste exemplo. No caso de ter decidido que o
utilizador pode cancelar a caixa de diálogo, em vez de criar um botão para poder detetar quando
o utilizador “cancela”, deve ser usado o método setOnCancelListener como ilustrado no exemplo
5.12.
EXEMPLO 5.12
builder.setTitle("Olá Mundo")
.setMessage("O dia está bom?")
.setCancelable(true)
.setIcon(android.R.drawable.ic_dialog_info)
dialog.dismiss();
})
.setOnCancelListener(new DialogInterface.OnCancelListener() {
dialog.dismiss();
});
return builder.create();
Veja agora um outro exemplo onde é apresentada uma caixa com uma lista de opções em que o
utilizador pode escolher uma destas. O código é igualmente simples, e pode ser visto no exemplo
5.13 e o respetivo resultado visual produzido na figura 5.14.
EXEMPLO 5.13
dialog.dismiss();
});
return builder.create();
Como pôde constatar, foi bastante simples a criação duma caixa de diálogo com uma lista de
opções. Foi usado um objeto do tipo AlertDialog.Builder novamente para ajudar na criação da
caixa, e usado o método setItems() para associação da lista de itens a um Array com as opções
pretendidas, bem como atribuir um método de Callback que é executado quando o utilizador
seleciona uma das opções.
Por fim o exemplo 5.14 mostra como criar uma caixa de diálogo smelhante à anterior mas com a
possibilidade de escolha múltipla.
EXEMPLO 5.14
})
// Utilizador carregou no OK
dialog.dismiss();
});
return builder.create();
Como se pode reparar, é muito parecido ao exemplo anterior mudando basicamente na chamada
ao método setMultiChoiceItems() em vez do setItems(), produzindo então a caixa de diálogo da
figura 5.15.
As ProgressDialog são aquelas aquelas caixa de diálogo que aparecem quando está a acontecer
alguma coisa em plano de fundo. São usadas para indicar ao utilizador que algo está a acontecer,
geralmente associado a alguma tarefa que demore algum tempo a ser efetuada e cuja execução
da aplicação deve ficar parada até que tenha terminado, e deste modo o utilizador não pensa que
a aplicação bloqueou, percebendo que está efetivamente a acontecer algo.
Existem esencialmente dois tipos destas caixas de diálogo: caixa de progresso indefinido e de
progresso definido. A primeira é usado quando a operação tem duração indefinida e portanto
está-se simplesmente à espera que a tarefa acabe; a segunda é quando a tarefa tem um tempo
de duração que pode ser estimado no inicio da operação, por exemplo quando se carregam 10
imagens, sabe-se que vão ser carregadas 10, logo é um processo finito e facilmente representado
de forma percentual.
Como verá de seguida são ambos fáceis de criar. O primeiro exemplo é para uma caixa de
progresso infinito, veja o exemplo 5.15 e a figura 5.16 que lhe é correspondente.
EXEMPLO 5.15
dialog.setIndeterminate(true);
dialog.setCancelable(false);
return dialog;
Uma forma alternativa de criar a mesma caixa de progresso sem ter de usar o método normal
(descrito no inicio do capítulo) seria como ilustrado no exemplo 5.16.
EXEMPLO 5.16
O método de acesso estático show() leva como parâmetros um Context, um título para a caixa,
uma mensagem, se é indeterminado ou não e se é cancelável pelo utilizador ou não. Consegue-se
portanto substituir um método inteiro com 5 linhas. Todas as chamadas aos outros métodos
(showDialog(), onCreateDialog(), etc.) também podem ser chamados de forma estática,
simplificando o trabalho do programador.
O outro tipo de caixas de progresso é o finito, ou seja quando se sabe à partida quanto “tempo”
irá demorar a tarefa que está a ser realizada. Nesse caso substituiria-se o argumento de
setIndeterminate() por false, e poder-se-ia especificar o número de tarefas a realizar tal como
ilustrado no exemplo 5.17 (figura 5.17 ilustra o resultado desse exemplo).
EXEMPLO 5.17
dialog.setProgressStyle(ProgressDialog.STYLE_HORIZONTAL);
dialog.setIndeterminate(false);
dialog.setCancelable(false);
dialog.setMax(10);
return dialog;
}
FIGURA 5.17 - Caixa de Progresso de tempo definido
A atualização deste tipo de caixa de progresso fica a cargo do programador não sendo algo
automático. No entanto, isso irá ser discutido mais à frente no capitulo 12 (Processamento
Paralelo).
dd. CustomDialog
Este tipo de caixas de diálogos são para ser usadas quando os outros dois tipos não servem a
propósito pretendido do programado por alguma razão. Aqui o aspeto duma caixa de diálogo é
definido manualmente e segue a mesma metodologia de construção que uma Layout, ou seja
preferêncialmente será feito em XM. O exemplo 5.18 define uma ImageView com uma TextView
ao lado, usando um LinearLayout com orientação horizontal. O exemplo 5.19 por sua vez
demonstra como utilizar a caixa de dialogo do definida no exemplo 5.18. O resultado visual será
semelhante ao da figura 5.18.
EXEMPLO 5.18
<LinearLayout xmlns:android="http://schemas.android.com/apk/res/android"
android:layout_width="match_parent"
android:layout_height="match_parent"
android:padding="5dip"
android:orientation="horizontal" >
<ImageView
android:id="@+id/imageView1"
android:layout_width="wrap_content"
android:layout_height="wrap_content"
android:src="@drawable/ic_launcher" />
<TextView
android:id="@+id/textView1"
android:layout_width="match_parent"
android:layout_height="wrap_content"
</LinearLayout>
EXEMPLO 5.19
dialog.setTitle("Exemplo");
dialog.setContentView(R.layout.custom_dialog);
return dialog;
}
FIGURA 5.18 - Caixa de Dialogo personalizada
Toasts e Notificações
A plataforma Android fornece várias formas de alertar o utilizador que algo aconteceu ou está
para acontecer. As que mais se usam normalmente são os Toasts, pequenas mensagens que
aparecem na parte inferior do ecrã centradas, e as notificações que são mensagens que aparecem
na barra de estado (no topo no caso de smartphones, e no canto inferior direito, no caso de
tablets).
Os dois tipos têm objetivos diferentes. Os Toasts usam-se para mensagens curtas e rápidas e
quando se tem a certeza que o utilizador está a olhar para o ecrã naquele momento. Isto porque
o Toast apenas fica visível no ecrã durante 1 ou 3 segundos (dependendo a construção do Toast),
logo se o utilizador não estiver a olhar para o ecrã naquele momento, é possível que ele não veja
a mensagem que a aplicação lhe está a transmitir. As Notificações, são usadas quando se quer
alertar o utilizador duma coisa que aconteceu ou que vai acontecer, mas que não se consegue
garantir que o utilizador está a olhar para ecrã ou então quando é preciso uma resposta do
utilizador para aquele evento. Um exemplo de quando isto acontece é quando se recebe um SMS
ou um email. É gerada uma notificação que o utilizador tem que ver e tomar conhecimento e só
depois é que ela desaparece.
Tudo o que é preciso para criar um Toast e mostrá-lo ao utilizador é uma linha de código, tal
como demonstrado no exemplo 5.20, e o resultado visual resultante será similar ao da figura
5.19.
EXEMPLO 5.20
Já as Notificações, são um pouco mais complicadas de usar em comparação com os Toasts mas
visto que têm objetivos completamente diferentes é normal que assim seja. Desta forma dão-se
bastantes possibilidades aos programadores para fazerem o que precisam sem ter de se
complicar muito o código.
Para começar, as Notificações são criadas normalmente por Serviços22 que correm em
background, porque estes estão sempre a correr no dispositivo mesmo quando está em standby,
permitindo assim que as Notificações sejam sempre geradas. Também podem ser lançados
dentro duma Activity, mas neste caso apenas podem ser criadas quando a aplicação está a ser
mostrada ao utilizador, portanto se algo acontece que fosse preciso gerar uma Notificação e a
aplicação não estivesse aberta não seria possível notificar o utilizador; por exemplo: As
Notificações de SMSs recebidos são sempre geradas, quer o terminal esteja em standby ou não.
Isto porque são lançadas por um Serviço que está a correr em background, caso contrário, apenas
quando abri-se a aplicação para ver SMSs, é que recebia notificações.
notificacao.flags |= Notification.FLAG_AUTO_CANCEL;
notificationManager.notify(Main.NOTIFICATION_EXEMPLO, notificacao);
Usando este método, pode-se ainda alterar outros aspetos da notificação, como adicionar o som
de notificações por omissão:
notificacao.defaults |= Notification.DEFAULT_SOUND;
notificacao.sound = Uri.parse("file:///sdcard/sons/som.mp3");
notificacao.defaults |= Notification.DEFAULT_VIBRATE;
notificacao.defaults |= Notification.DEFAULT_LIGHTS;
A partir da versão Honeycomb da plataforma Android foi disponibilizada aos programadores uma
nova forma de criar as notificações, muito parecida com a forma como se criam os as Caixas de
Diálogos. Neste caso é usando a classe Notification.Builder. O exemplo 5.21 mostra um exemplo
de como pode criar uma notificação igual à anterior usando este novo mecanismo.
EXEMPLO 5.21
builder.setSmallIcon(R.drawable.ic_launcher)
.setTicker("Olá Android")
.setWhen(System.currentTimeMillis())
.setAutoCancel(true)
.setContentTitle("Título")
.setContentText("Exemplo de notificação")
.setContentIntent(intentConteudo);
notificationManager.notify(Main.NOTIFICATION_EXEMPLO, builder.getNotification());
Como pode constatar o código é mais simples e mais fácil de ler comparado com o outro anterior.
O único problema é que esta classe (Notification.Builder) só existe em terminais que estejam a
correr a versão Honeycomb ou superior de Android, portanto é necessário ter cuidado quando se
decide usar esta nova classe.
6 7COMUNICAÇÃO ENTRE
COMPONENTES
O conceito de Intent pode ser visto como um mecanismo genérico de invocação de componentes,
embora em Android o seu uso seja tão versátil que é melhor explicado pelo tipo de invocações
possíveis. Um Intent pode ser usado para invocar componentes da sua aplicação, tal como de uma
Activity passar para outra ou iniciar um Service, mas também pode ser usada para invocar
aplicações externas que estejam presentes no sistema operativo, assim como para comunicar com
componentes especificas destas ou do próprio Android, tal como evocar um Alarme.
Neste sentido pode ser dito que um Intent consome uma ação e produz um efeito. Os dados
dessa acção terão influência no tipo de efeito que é produzido. O conceito de Intent está presente
até nas mais simples aplicações, de facto já lidou com eles ainda que talvez não se recorde em
que momento. Veja o simples exemplo de quando se define uma Activity tal como a que
definimos nos capítulos anteriores. O exemplo 6.1 mostra o código de declaração de uma simples
Activity e o exemplo 6.2 ilustra a respectiva entrada que seria colocada no AndroidManifest para
esta Activity que sendo a única na aplicação é também o ponto de entrada da mesma. Como pode
ver no Manifest é feito uso da sintaxe <intent-filter>, ou seja no Manifest é declarado não só que
uma Activity existe mas também certos aspectos relacionados com a sua inicialização.
EXEMPLO 6.1
import android.app.Activity;
import android.os.Bundle;
public class SimpleActivity extends Activity {
@Override
super.onCreate(savedInstanceState);
setContentView(R.layout.main);
EXEMPLO 6.2
<activity
android:name=".SimpleActivity"
android:label="@string/app_name" >
<intent-filter>
</intent-filter>
</activity>
De modo generico para iniciar a Activity declarada no exemplo apresentado a partir de uma outra
Activity bastaria enunciar um Intent cuja ação é inicar a dita Activity, isto poderia ser feito de
forma simples, tal como é ilustrado no exemplo 6.3.
EXEMPLO 6.3
startActivity(myIntent);
Usar Intents de Sistema
Do que já foi explicado sobre o funcionamento de Intents, faz todo o sentido que no sistema
operativo existam certas componentes a tirar partido deste mecanismo, a estes chama-se
usualmente Intents de Sistema. São apresentados de seguida 3 exemplos do uso destes (exemplo
6.4), para informações sobre todos os intents de sistema disponíveis a um dado momento visite a
página oficial23. Nestes exemplos na definição do objecto do tipo Intent é passado o tipo de
Action (ação a realizar), e de seguida é especificado o tipo de dados (setData) para esse mesmo
Intent, tal como já deve estar a adivinhar os dados dizem respeito ao tipo de ação. Finalmente ao
invocar o método startActivity é iniciado o Intent especificado.
É também introduzido neste exemplo o conceito de URI. A definição de dados do Intent não
guarda na verdade os dados mas sim um apontador para os mesmos. Nesse sentido um URI
funciona de forma semelhante a um URL num browser de Internet, ou seja, é um endereço do
local onde os dados se encontram, dessa forma para passar dados pelo método setData tem de
os encapsular com URI.parse de modo a obter um URI para esses dados específicos.
EXEMPLO 6.4
openWebpage.setData(Uri.parse("http://www.google.pt"));
startActivity(openWebpage);
dialNumber.setData(Uri.parse("tel:118"));
startActivity(dialNumber);
openGmaps.setData(Uri.parse("geo:39.63,-7.84?z=6"));
startActivity(openGmaps);
23 http://developer.android.com/guide/appendix/g-app-intents.html
Mais sobre Actions
As Actions tal como vimos no exemplo 6.4 indicam o tipo de ação a realizar, mas é o tipo de
dados juntamente com a Action que fornecem ao sistema operativo a informação necessária para
este saber qual a componente a executar. Note que o exemplo de abrir a página web e um
endereço no Google Maps ambos usam a ACTION_VIEW. Nas aplicações de destino é no Android
Manifest que é declarado o tipo de dados que uma dada componente aceita. Veja agora o
exemplo 6.5. Aqui estamos a definer que a Activity de nome TestActivity pode ser iniciada
sempre que alguma aplicação inicie uma Action do tipo ACTION_VIEW em que o tipo de dados
seja do tipo http, ou seja esta Activity passaria a funcinar de forma semelhante ao browser de
Android para páginas http.
EXEMPLO 6.5
<activity android:name="TestActivity">
<intent-filter>
<action android:name="android.intent.action.VIEW">
<data android:scheme="http" />
</action>
</intent-filter>
</activity>
Para mais informações sobre que formatos de Intent-Filter existem e das combinações possível
consulte a documentação oficial24.
Intent Extras
Para além dos dados de URI, um Intent também pode conter informações adicionais às quais se
dão o nome de Extras. Os Extras são informações do tipo pares chave-valor. Os valores podem
ser tipos básicos de Java ou objectos de classes que implementem a interface
android.os.Parcelable. A informação contida nos extras é contida por um objecto do tipo Bundle,
os exemplos 6.6 e 6.7 demonstram como se pode tirar partido desta funcionalidade. Aqui temos
duas Activities (uma em cada exemplo), a primeira fornece uma caixa de diálogo em que aguarda
pela introdução de texto do utilizador e assim que este toca no botão ‘Seguinte’ é iniciada uma
nova Activity (a do exemplo 6.6) que recebe o texto introduzido pelo utilizador na Activity
anterior. Este exemplo demonstra assim sucintamente um dos casos tipicos de utilização de
Extras, a transição de dados temporários entre componentes dentro de uma aplicação. O
24 http://developer.android.com/guide/topics/intents/intents-filters.html
exemplo 6.6 tem um aspeto semelhante ao da figura 6.1, e o código aqui exibido encontra-se
dentro do bloco de ação do botão, como a esta altura já tem um entendimento da estrutura de tal
código não é mostrado o código todo da Activity em questão, no entanto pode consultar o código
fonte fornecido com o livro, onde encontrará estes exemplos em projectos de aplicações
completas e funcionais prontas a testar e modificar. De modo análogo o exemplo 6.7 tem o
aspecto da figura 6.2, e o seu código encontrar-se-á compreendido no método OnCreate da
Activity em que se insere.
EXEMPLO 6.6
nextActivity.putExtra("TEXTO_A_TRANSITAR", userInput.getText().toString());
startActivity(nextActivity);
EXEMPLO 6.7
if (getIntent().hasExtra(PREVIOUS_VALUE)){
tv1.setText(extras.getString(PREVIOUS_VALUE));
}
FIGURA 6.5 – Exemplo 6.6
Para terminar este capítulo serão referidas algumas informações de ambito genérico que
extendem aquilo que foi dito ao longo do capítulo.
Tal como já foi referido em capítulos anteriores o Android possui várias componentes
aplicacionais, neste caítulo vimos ainda que para iniciar uma Activity com um intent pode ser
utilizado o método startActivity. De modo análogo é também possível iniciarem-se Services (com
o método startService) ou enviar Broadcasts de sistema (com o método sendBroadcast), ambos
consomem um Intent como parâmetro em semelhança ao startActivity.
Existe um tipo especial de Intent, de nome PendingIntent, que serve essencialmente para
agendar a execução de um Intent num tempo futuro, este mecanismo é habitualmente usado com
o gestor de alarmes de Android, sendo que este Intent é estudado em detalhe no capítulo 16.
7 SEGURANÇA
8
APLICACIONAL
Neste capítulo ser-lhe-á explicado o modelo de segurança aplicacional de Android, uma parte
Este modelo é estendido desde a fase de desenvolvimento até à instalação final da aplicação em
cada dispositivo.
Para melhor perceber este modelo é necessário falar um pouco de como o Android funciona. Quando uma
aplicação é instalada em Android é-lhe associada um utilizador único no sistema operativo, isto garante que
a não ser que o utilizador explicitamente assim especifique, os dados da aplicação apenas poderão ser lidos
executar num dispositivo em que as aplicações podem usufruir de permissões de utilizador Root, o que não
Para que uma aplicação seja instalável esta tem de estar assinada de por um certificado digital, isto garante
que assim que surja um update da aplicação este só possa ser instalado se a aplicação contiver a mesma
sistema aos programadores poderiam ser utilizadas para uso mal intencionado. De modo a controlar o
acesso a estas funcionalidades e de certo modo a passar o poder de decisão para o lado do utilizador que
instalará a aplicação, em Android existe um mecanismo de permissões. De modo simples, quando uma
aplicação tenta aceder a uma funcionalidade especifica de Android deverá ter declarado no seu Manifest
que fará uso dessa funcionalidade. Deste modo, em tempo de instalação o utilizador será notificado de que
a aplicação necessita da respectiva permissão, tal como evidenciado na figura 7.1. Se a permissão não for
declara no Manifest e o programador fizer uso da mesma, a aplicação fechará abruptamente lançando uma
excepção relacionada com o facto de não ter declaro essa permissão no Manifest.
FIGURA 7.1 – Exemplo de aviso de permissões de aplicação aquando instalação da mesma
Permissões e Descrição
Tal como referimos anteriormente para usar várias funcionalidades do sistema é necessária a
inclusão de uma permissão no ficheiro Android Manifest da aplicação. São apresentadas de
seguida algumas das permissões existentes mais usadas. Algumas permissões só existem a partir
de determinada versão de Android, como é o caso da permissão para usar a funcionalidade NFC
que só existe a partir da versão Gingerbread de Android. Para uma consulta integral de todas as
permissões existentes e a sua descrição consulte a documentação oficial25. No final é apresentado
um exemplo de como são adicionadas estas permissões ao projecto.
25 http://developer.android.com/reference/android/Manifest.permission.html
ACCESS_NETWORK_STATE Acesso ao estado de conectividade atual do dispositivo
imediações do dispositivo)
Bluetooth
Estas permissões tal como referido são declaradas no Android Manifest que como sabe se
encontra na raiz de qualquer projecto Android. A figura 7.2 ilustra como pode declarar
permissões a partir da interface visual do Manifest no Eclipse, e o exemplo 7.1 mostra o aspecto
de tais definições quando vista a um nível de edição XML.
FIGURA 7.2 – Adicionar permissões ao Manifest através da interface visual
EXEMPLO 7.1
<manifest xmlns:android="http://schemas.android.com/apk/res/android"
package="com.livroandroid.capitulo8"
android:versionCode="1"
android:versionName="1.0" >
<uses-permission android:name="android.permission.INTERNET"/>
<application
android:icon="@drawable/ic_launcher"
android:label="@string/app_name" >
<activity
android:name=".MainActivity"
android:label="@string/app_name" >
<intent-filter>
</intent-filter>
</activity>
</application>
</manifest>
Neste último exemplo note que a especificação da permissão é feita neste linha de código:
<uses-permission android:name="android.permission.INTERNET"/>
Tal como foi referido na introdução deste capítulo uma aplicação para ser instalada num
dispositivo tem de ser assinada digitalmente com um certificado. Pode não estar ciente disso, mas
até agora todas as aplicações que testou tanto no seu dispositivo ou num emulador estavam
digitalmente assinadas com um certificado que foi gerado automaticamente aquando a instalação
da SDK. Ora este certificado digital não deverá ser o que é usado para a publicação de aplicações
no Google Play, pois se mais tarde voltar a instalar o SDK o certificado gerado será diferente e
nessa altura se já não tiver o certificado gerado anteriormente fica impossibilitado de publicar
actualizações da aplicação. Para além disso é boa prática criar um certificado que contenha
informações sobre o autor. De seguida mostramos como é possível usar o Eclipse para criar um
certificado e assinar aplicações com este certificado digital.
Com um qualquer projecto Android aberto, clique em File > Export nos menus do Eclipse. De
seguida escolha a opção Export Android Application tal como evidenciado na figura 7.3.
FIGURA 7.3 – Caixa de dialogo de exportação do Projecto
De seguida clique em Next para prosseguir, ser-lhe-á pedido que selecione o projecto que
pretende exportar, clique em Browse... e escolha o nome do projecto pretendido de entre a
listagem. Clique de novo em Next, e de seguida será confrontado com um formulário em que
pode escolher um certificado existente ou criar um novo. Para o efeito didático vai criar um novo
certificado, mas lembre-se que de futuro após ter criado um certificado para uma aplicação
deverá usar sempre esse mesmo certificado para produzir a versão final dos APKs da mesma, e
em dita altura pode fazê-lo clicando no botão Browse... adjacente ao campo Location.
Para criar um novo certificado mude primeiro a opção para Create new keystore, de seguida o
botão Browse... adjacente ao campo Location permite escolher onde quer guardar o certificado e
os dois seguintes campos dizem respeito à palavra chave e confirmação da mesma com a qual
deseja proteger o certificado. A figura 7.4 mostra um exemplo de preenchimento do formulário, o
nome do certificado e a palavra passe são inteiramente à sua escolha.
FIGURA 7.4 – Criação de um novo Certificado Digital
De seguida ser-lhe-á apresentado um novo formulário que conterá informações sobre o autor ou
entidade responsável pelo certificado. A figura 7.5 ilustra este formulário e um exemplo de
preenchimento, os 4 primeiros campos são de preenchimento obrigatório, e é também necessário
o preenchimento de pelo menos 1 dos consecutivos campos, no exemplo apresentado foi
escolhido o Organizational Unit, mas poderia ter sido outro qualquer.
Nota: A validade do certificado deve ser no minímo de 30 anos para que as aplicações assinadas
com este sejam elegíveis para publicação no Google Play.
Clicando em Next chagará finalmente ao passo em que pode escolher o nome do caminho de
destino do APK assinado com este certificado. Se tivesse escolhido um certificado existente
apenas lhe teriam sido facultadas as palavras chave do certificado e dos dados deste, e por fim
teria um ecrã para selecção do caminho de destino do APK igual ao agora apresentado.