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Jéssica Sabrina Gotardi Masuno - A Usucapião Extrajudicial de Acordo Com A Lei #13.105-2015
Jéssica Sabrina Gotardi Masuno - A Usucapião Extrajudicial de Acordo Com A Lei #13.105-2015
J E S S I C A S AB R I N A G O T AR D I M AS U N O
Porto Velho
2016
J E S S I C A S AB R I N A G O T AR D I M AS U N O
Porto Velho
2016
J E S S I C A S AB R I N A G O T AR D I M AS U N O
Data:____/____/_____
Resultado:__________
BANCA EXAMINADORA
Professor Orientador
Membro da Banca
Membro da Banca
A USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL DE ACORDO COM A LEI Nº. 13.105/20151
SUMÁRIO: 1 Introdução 2 Da Usucapião 2.1 Origem Histórica 2.2 Conceito 2.3 Modalidades da
Usucapião 2.3.1 Usucapião Extraordinária 2.3.2 Usucapião Ordinária 2.3.4 Usucapião Especial 2.3.5
Usucapião Indígena 3 Do procedimento da Usucapião na Lei 5.869/73 (Antigo Código de Processo
Civil) 4 O procedimento da Usucapião Extrajudicial de Acordo com a Lei nº 13.105/2015 (Novo
Código de Processo Civil) 4.1 Princípios que regem o registro de imóveis 4.1.1 Princípio da
publicidade 4.1.2 Princípio da força ou presunção 4.1.3 Princípio da legalidade 4.1.4 Princípio da
territorialidade 4.2 Uma Análise Acerca do Procedimento da Usucapião Extrajudicial no Novo Código
de Processo Civil – Lei nº. 13.105/2015 4.3 Da Competência 4.4 Da Legitimidade 4.5 Dos
Documentos Necessários 4.5.1 Ata notarial 4.5.2 Planta e Memorial Descritivo do Imóvel 4.5.3
Certidões Negativas da Comarca da Situação do Imóvel e do Domicílio do Requerente 4.5.4 Justo
Título ou Quaisquer Outros Documentos 4.6 Do Procedimento 4.7 A Judicialização do Pedido 4.8 Dos
Pontos Negativos da Usucapião Extrajudicial 4.9 Dos Pontos Positivos da Usucapião Extrajudicial 5
Considerações Finais
RESUMO: O presente trabalho tem por intuito analisar o procedimento da usucapião extrajudicial sob
a ótica da Lei nº. 13.105/2015, sancionada em 16 de Março de 2015 que em seu artigo 1.071 inseriu
o artigo 216-A na Lei Registro Públicos nº. 6.015/73, possibilitando a usucapião extrajudicial. Com a
posse por um determinado tempo de bem móvel ou imóvel de forma continua e ininterrupta, o
possuidor pode valer-se do instituto da usucapião. Assim, uma vez preenchido os requisitos
necessários o possuidor pode utilizar da usucapião extrajudicial para adquirir o domínio de um bem
imóvel. O referido procedimento extrajudicial fora inserido com o objetivo de se evitar o ingresso de
demandas judiciais. Tal procedimento ocorrerá no cartório de registro de imóveis e não na esfera
judiciária. Outrossim, buscando-se descobrir uma coerência nas respostas da presente problemática,
fora necessário socorrer-se da metodologia da pesquisa bibliográfica através de livros, revistas
jurídicas, informações extraídas de sites da internet, optando-se ainda pela pesquisa dedutiva. Sendo
possível concluir que não basta apenas dar entrada no cartório de registro de imóveis, mas é
1
Artigo Científico entregue ao Centro Universitário São Lucas como requisito para obtenção do título
de bacharel em Direito. Sob a orientação da professora Letícia Botelho prof.direito.leticia@gmail.com
2
Jessica Sabrina Gotardi Masuno. E-mail: jessicamasuno@hotmai.com
2
Palavras-chave: Usucapião; Posse; Novo Código de Processo Civil; Usucapião Extrajudicial; Direito
das Coisas.
ABSTRACT: The purpose of this study is to analyze the extrajudicial adverse possession procedure
from the perspective of law number 13.105 / 2015, sanctioned on March 16, 2015, that in its art. 1.071
insert article 216-A in Public Registration Law number 6.015 /1973, making it possible to dispose of
extrajudicial adverse possession. With a possession for a certain period of well-being or in a
continuous and uninterrupted way, the possessor can use the institute of adverse possession. Thus,
once completed the necessary requirements so that the user can use the extrajudicial adverse
possession to acquire the domain of an immovable property. The said extrajudicial procedure to insert
with the purpose of avoiding the entry of lawsuits. There is no record of real estate registration and not
judicial sphere. Moreover, in order to find a coherence in the answers of the present problem, it is
necessary to rely on the methodology of bibliographic research by books, legal journals, information
extracted from Internet sites, and opting for deductive research. It is possible to conclude that it is not
enough to just enter the real estate registry, but it is necessary to fulfill all the requirements required
for the possible deferral of the extrajudicial adverse possession.
Keywords: Adverse Possession; Tenure; New Civil Procedure Code; Extrajudicial Adverse
Possession; Property Law.
1 INTRODUÇÃO
2 DA USUCAPIÃO
2.2 CONCEITO
4
Modo de adquirir propriedade, pela posse pacifica, por certo tempo. Uma
das formas de aquisição de imóvel pela posse mansa (portanto, excluída a
posse clandestina – às ocultas), pública, totalmente incontestável e de
maneira contínua durante determinado tempo, independentemente de titulo,
mas com boa fé.
Por sua vez, o doutrinador Pacheco (1998, p. 12) assim conceitua usucapião:
E mais:
O legislador permite que uma determinada situação de fato, que, sem ser
molestada, se alongou por certo intervalo de tempo previsto em lei, se
transforme em uma situação jurídica, atribuindo-se assim juridicidade a
5
Por fim, segundo Pereira (2007, pg. 138) assim define a usucapião:
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir
como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e
boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá
de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o
possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado
obras ou serviços de caráter produtivo.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra,
em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por
seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra
em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por
seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.
[...] Tal modalidade não exige, todavia, justo título nem boa-fé.
Por sua vez, a usucapião especial urbana é regulamentada pelo artigo 183 da
Constituição Federal e artigo 1.240 do Código Civil, in verbis:
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma
vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
o
§ 1 O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
o
§ 2 O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao
mesmo possuidor mais de uma vez.
ou a si mesmo, não lhe sendo exigido o justo titulo, contudo não pode ser dono de
outros imóveis tanto urbanos como rurais.
Por sua vez, com o advento da Lei nº. 13.105/2015 trouxe inovações, como
por exemplo o usucapião extrajudicial que será abordado no capitulo seguinte.
princípios que devem ser levados em conta quando da análise do registro publico de
imóveis, que é regulado pela Lei de Registros Públicos, nº. 6.015/73.
E mais:
Verifica-se que tal principio tem por objetivo vedar que sejam registrados
imóveis com títulos inválidos.
12
Art. 169 - Todos os atos enumerados no art. 167 são obrigatórios e efetuar-
se-ão no Cartório da situação do imóvel, salvo:
I - as averbações, que serão efetuadas na matrícula ou à margem do
registro a que se referirem, ainda que o imóvel tenha passado a pertencer a
outra circunscrição;
II – os registros relativos a imóveis situados em comarcas ou circunscrições
limítrofes, que serão feitos em todas elas, devendo os Registros de Imóveis
fazer constar dos registros tal ocorrência.
III - o registro previsto no n° 3 do inciso I do art. 167, e a averbação prevista
no n° 16 do inciso II do art. 167 serão efetuados no cartório onde o imóvel
esteja matriculado mediante apresentação de qualquer das vias do contrato,
assinado pelas partes e subscrito por duas testemunhas, bastando a
coincidência entre o nome de um dos proprietários e o locador.
4.3 DA COMPETÊNCIA
Bem como, o artigo 169 da Lei 6.015/73 deixa claro que: “Todos os atos
enumerados no art. 167 são obrigatórios e efetuar-se-ão no Cartório da situação do
imóvel, salvo: [...]”
Desta forma, a escritura pública pode ser lavrada no Cartório de Notas de
qualquer localidade, contudo, o registro só poderá ser efetuado no Registro de
Imóveis da situação do imóvel.
E nos casos onde existir na comarca mais de uma circunscrição imobiliária,
os atos relacionados ao imóvel será a definida nas leis de organização judiciária.
Sendo assim, ao receber os documentos, o oficial deverá registrar, apurar,
preliminarmente, se é dele ou não a competência territorial, devendo indicar, na
hipótese negativa, a circunscrição correta.
Por fim, em se tratando de bens localizados em comarcas diferentes, o
registro deverá ser feito em todas elas. O desmembramento da comarca não exige
que se faça novo registro no novo cartório, como aduz o artigo 170 da Lei nº.
6.015/73.
16
4.4 DA LEGITIMIDADE
4.6 DO PROCEDIMENTO
19
acordo, no caso de o mesmo não se manifestar, dár-se-á como ciência tácita. E por
fim, publicarão um edital em jornais de grande circulação, para dar ciência a
terceiros, que poderão impugnar no prazo de 30 dias.
Art. 216-A:
[...]
§10º. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de
usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de
outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes
públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis
remeterá os autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel,
cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao
procedimento comum.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ter conhecimento do domicilio de uma parte que seja, tendo em vista que nesse
procedimento não é possível a citação por edital, tornando-se um empecilho ao
reconhecimento extrajudicial da usucapião.
Bem como, estando ausente qualquer um dos requisitos elencados nos incisos do
caput do novo artigo, não é possível esse reconhecimento extrajudicial. Apenas o
judicial.
Vale ressaltar que o procedimento extrajudicial é alternativa do interessado,
não sendo obrigatório que ele teste esse procedimento para ingressar em juízo,
como em outras situações, na qual para a analise da ação, é necessário ter a
negativa do processo administrativo. Diante disso, se o interessado não tiver como
preencher os requisitos necessários é melhor que ingresse diretamente em juízo. De
outra forma, o pedido extrajudicial será mera perda de tempo, pois será certamente
rejeitado pelo oficial, que o remeterá finalmente ao juiz.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário
Oficial da União, Brasília, 10 jan. 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acessado em: 09 de
novembro de 2016.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 4: direito das coisas.
29ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: reais,
8. ed. Salvador: Juspodvm, 2012.
PACHECO, José Ernani de Carvalho. Usucapião. 10ª ed. Curitiba: Juruá, 1998.