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Aula 01
Perspectivas de planejamento de vida futura
Objetivos Específicos
• Compreender a importância do planejamento no presente para desfrutar de
seus benefícios no futuro.
Temas
Introdução
1 Uma análise sobre o tempo: presente, passado e futuro
2 Ciclos da vida: nascimento e morte
3 A influência do meio em que vivemos
4 Como adquirir a tão sonhada inteligência financeira?
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Pensar e planejar o futuro, para muitos, é um assunto enfadonho ou, até mesmo, chato.
Dependendo da fase de vida em que a pessoa estiver, talvez ela não tenha percebido que será
em um tempo futuro que viverá por toda a vida, ou então, talvez ela nunca tenha pensado em
um tempo que não chegará. Talvez, a pessoa tenha acabado de ingressar em uma faculdade,
acredita que possui outros assuntos mais interessantes em que pensar no presente e não
deseja planejar o futuro nesse momento.
Atualmente, estamos vivendo com a cultura do imediatismo, na qual tudo deve ser
resolvido de forma rápida, descomplicada e em curto prazo. Questões que necessitam de
mais investigação e aprofundamento parecem atrair poucas pessoas. Por exemplo, nota-se
que a alta tecnologia disponível em todos os aparelhos hoje em dia tem como foco satisfazer,
de forma rápida e imediata, qualquer questão do dia a dia.
Tente não cair nesse imediatismo e na superficialidade. A forma mais adequada para
sair dessa armadilha é por meio do estudo. Estudar requer esforço, concentração, e, algumas
vezes, uma dose de paciência. Reflita: às vezes, quando finalizamos a leitura de um livro,
compreendemos que o escritor explicou “x” para chegar a “y” e, sem esse caminho, tal
assunto ficaria sem sentido. Assim, é recompensador descobrir e compreender como as
coisas chegaram àquele ponto, naquela conclusão.
Com base nessa lógica, estudar educação financeira é essencial para que possamos nos
abastecer de informações e realizar as melhores escolhas no presente sobre o futuro. Somente
assim será possível adquirirmos uma inteligência financeira, tão sonhada por muitos.
No Brasil, com a realidade em que estamos inseridos, não existe uma cultura de
planejamento financeira. A maioria das pessoas “se vira” como pode e não consegue poupar
para o futuro. Educar-se financeiramente é realizar perguntas certas, é refletir sobre os
cenários adequados, é buscar informações de qualidade e, infelizmente, poucas pessoas
fazem isso.
Somos seres cheios de conflitos. Optar por aproveitar agora ou esperar pelo futuro nos
traz angústias com as quais, muitas vezes, preferimos não lidar.
espaço de tempo. Talvez, até nós mesmos conhecemos casos assim próximos a nós, porém é
fato que isso não acontecerá com muitas pessoas.
Steve Jobs (fundador da Apple), Samuel Klein (dono das Casa Bahia), Eike Batista
(empresário milionário) ou Silvio Santos (grande comunicador) são exemplos de pessoas que
não possuem formação acadêmica e são símbolos de sucesso.
Porém, é conveniente atentar: essas pessoas são exceções. Apesar das diferentes
razões que as levaram a parar (ou nem iniciar) seus estudos acadêmicos, elas foram pessoas
obstinadas e trabalharam consistentemente até chegarem a um objetivo definido. Portanto,
apesar de servirem como exemplo de uma exceção, que foge da regra comum, a educação
continua sendo um caminho certo para suas conquistas.
Aproveite esta jornada da melhor forma possível. O tempo dedicado aos estudos
sempre será um tempo que trará frutos, e, consequentemente, conquistas. O conhecimento
é uma ferramenta útil e necessária para quem souber aproveitar. Todo empenho é válido!
Parabenizo-os por estarem aqui, neste curso; isso demonstra que conhecem o valor do
seu tempo. Sua percepção sobre o passado se amplia com os estudos, como também sua
percepção ao analisar o futuro também se expandirá.
Não existem atalhos. Se, por acaso, a “arte de encontrar o equilíbrio em suas escolhas”
não tiver amadurecido em algum ponto, procurem olhar atentamente entre os extremos de
suas opções, pois o equilíbrio não estará nas extremidades, e, sim, ao centro de qualquer
escolha.
“As únicas coisas que evoluem por vontade própria em uma organização são a desordem,
o atrito e o mau desempenho” (DRUCKER, 2010).
Nos dizeres de Eduardo Giannetti, em seu livro O valor do amanhã, ele nos instiga a
pensar seriamente na nossa velhice quando diz:
O intervalo da vida é um arco finito. A senescência é uma das etapas naturais desse
arco. Ela reflete o fato de que a integridade e o vigor dos organismos não se distribuem
de modo uniforme ao longo da vida, mas tendem a declinar de forma acentuada a
partir de um dado período. O declínio das funções corporais obedece, portanto, a um
padrão. Ao contrário dos artefatos tecnológicos, como por exemplo um automóvel ou
Os ciclos têm momentos certos para acontecer, e por isso é importante, ou melhor, é
fundamental conhecer e analisar esses ciclos a fim de aproveitar, da melhor forma possível,
essa nossa jornada.
Realizar a leitura tão clara de um fato que acontecerá inevitavelmente na vida de todos,
pode parecer estranho. Na cultura ocidental, esse assunto é um tabu e expor abertamente
sobre a morte pode ser até indigesto. Mas essa é uma questão fundamental para ter a
consciência sobre investimentos e futuro.
moribundos, que um dia foram o elo possível com um misterioso além, “são agora
requisitados a sair na ponta dos pés”, sem alarde ou rumor. Tudo o que lembre a
morte precisa ser isolado e mitigado para que não venha a perturbar a rotina dos
vivos. (GIANNETTI, 2005, p. 81)
Se pudéssemos não falar da morte, via de regra, seria o melhor dos mundos para
muitos. Porém, abordar esse assunto incomoda demais, além de trazer consigo perguntas
das quais não temos respostas claras e eficazes, causando-nos sofrimento e ansiedade por
esse desconhecido.
Duas ameaças rondam a determinação dos termos de troca entre presente e futuro. A
primeira é o que podemos chamar (por analogia ao fenômeno equivalente do campo
da ótica) de “miopia” temporal: a atribuição de um valor demasiado grande ou intenso
ao que está mais próximo de nós no tempo, em detrimento daquilo que se encontra
mais afastado. A segunda é a “hipermetropia” (derivado do grego hipérmetros: “o
que ultrapassa a medida”): a atribuição de um valor excessivo ao amanhã, em
prejuízo das demandas e interesses decorrentes. Enquanto a miopia temporal nos
leva a subestimar o futuro, a hipermetropia reflete uma subestimação do presente.
(GIANNETTI, 2005)
Tal discernimento aumenta as chances de realizarmos boas escolhas, assim como avaliar
quais seriam as melhores escolhas para as pessoas que vierem nos consultar, seja no âmbito
pessoal ou profissional.
Conhecer nossa própria vida e entender as razões que nos levam a determinada escolha
é fundamental para que possamos estar aptos a evoluir como profissional do mercado
financeiro. Assim, realizando uma avaliação mais acertada a partir das nossas próprias
necessidades, podemos até superar as expectativas de quem vier nos consultar no futuro.
Não despreze o sentido das palavras, nem qualquer sinal ou indício de um elemento.
Somos seres cheios de símbolos e significâncias e observar tudo é uma arte que se aperfeiçoa
com a prática. Sejamos atentos, dispostos e comprometidos. Tudo é importante na hora de
uma avaliação profissional. Sua bagagem cultural é essencial para prosseguirmos com essa
caminhada ao conhecimento.
A maioria das pessoas associa o dinheiro a prazer imediato. Para mim, ele deve ser
acumulado para proporcionar liberdade. As pessoas ricas pensam a longo prazo. Elas
equilibram os seus gastos e prazeres de hoje com os investimentos necessários para a
liberdade de amanhã. (EKER, T. HARV apud MARTINS, 2010)
Esta é uma questão básica e fundamental. Uma pessoa que gasta mais do que recebe,
acreditando que o cheque especial e os limites dos cartões de crédito são uma extensão
dos seus rendimentos, com certeza sempre estará com sérios problemas financeiros. Se não
consegue administrar sua renda atual, possivelmente não conseguirá planejar seu futuro.
Nesse caso, será necessário mudar os hábitos e traçar estratégias sadias para estancar
esse mal. Sim, somos seres de hábitos, e muitas vezes praticamos regularmente um ato pela
“simples” repetição diária. Por exemplo, compulsão por compras ou lanches e jantares em
restaurantes, podem comprometer a renda. Talvez, não seja por maldade nem de forma
consciente, mas o fato é que essa postura ou hábito minará seu futuro a cada dia.
A partir dos aprendizados da vida, dia após dia, poderemos disciplinar nossa conduta
para desfrutar de uma segurança financeira. Não gastar tudo ou além da nossa receita é um
grande saldo positivo em nossa jornada.
Você pode até estar pensando – “mas não sobra nada mesmo”. Isso pode ser sua realidade
agora. Nosso objetivo é auxiliá-lo com reflexões e mostrar caminhos que podem ser trilhados,
para que essa situação seja transformada a partir desses conhecimentos. As análises mais
minuciosas sobre a sua vida financeira devem abrir seus horizontes, expandindo com mais
informações e, assim, mais oportunidades.
Estas são algumas perguntas dentre inúmeras possíveis que são fundamentais para
refletirmos e iniciarmos um projeto de vida futura. Não adianta conhecer tecnicamente o
perfil do investidor e os produtos disponíveis no mercado financeiro, sem antes ter claro na
consciência para onde queremos ir.
Portanto, não negamos a dificuldade desta análise. Vale ressaltar que não existe uma única
resposta nem existe resposta errada para qualquer dessas questões. Cada um é formado por
uma soma de culturas, de desejos, de importâncias, e tudo depende do momento da vida, do
olhar para os pais e familiares, do passado etc. A partir da vivência de cada um descobre-se o
que se deseja para si ou, então, o que a pessoa não deseja. Talvez, iniciar o raciocínio pelo o
que “eu não quero” seja o caminho para se chegar à resposta do “eu quero”.
Dedique o tempo necessário para responder a essas perguntas, mas lembre-se: estamos
falando de algo que mexe com as emoções, algo que realmente importa na sua vida,
constituído por valores desejados. Imagino que essas respostas praticamente saltarão de sua
mente.
Sinta o que o move à frente e o que realmente importa para você, de forma exclusiva
e personalíssima. Abraçar nossos próprios sonhos é estimulante e, acreditem, nos faz ter
energia de sobra quando sabemos para aonde estamos indo.
Considerações finais
Não basta somente conhecer os produtos de investimento e crédito do mercado
financeiro (que serão apresentados nas próximas aulas), se não soubermos refletir e analisar
qual é o ponto de partida e aonde se deseja chegar. Essa reflexão vale tanto para nós como
futuramente para as pessoas que vierem consultá-lo desejando planejar financeiramente o
futuro.
É essencial utilizar um tempo para essa análise e focar aonde você quer chegar, quais são
seus projetos, suas ambições, suas expectativas, sua busca.
Não existe uma poupança de tempo, ou seja, usando-o bem ou não, ele será finito, por
isso a importância de mensurá-lo e aproveitá-lo da forma mais consciente possível.
A internet expõe muitas informações fáceis e à disposição de todos que navegam. Por
vezes, encontramos informações equivocadas, truncadas ou escritas pela metade. Como as
pessoas buscam, cada vez mais, por respostas instantâneas e rápidas, elas acabam não se
aprofundando nesses dados obtidos “num só clique”.
É necessário ter noção clara do que se procura e saber aonde deseja chegar, sob pena
de sua inteligência financeira ficar comprometida com falsas informações e macular todo o
trabalho. Em geral, a informação correta, segura e clara, geralmente não aparecerá nesse
tipo de busca superficial. Por isso, redobre o cuidado e a atenção no momento da pesquisa, e
priorize os sites oficiais de instituições financeiras, que lhe trarão dados seguros, confiáveis,
fidedignos e completos.
Este curso ultrapassa a informação seca dos índices econômicos e dos produtos. O
objetivo é apresentar as opções reais e plausíveis para administrar os recursos disponíveis,
de acordo com as necessidades particulares de cada um, pois, como já foi dito, o que é
bom para o seu vizinho ou amigo não necessariamente será o melhor para você. Desejamos
romper certas barreiras e abastecer seu repertório com inúmeras variáveis, capacitando-o a
reconhecer oportunidades e permitir que suas análises resultem em soluções eficientes para
cada caso, e, inicialmente, para o seu em particular.
Alguém está sentando na sombra hoje, porque alguém plantou uma árvore tempos
atrás. (BUFFET, W. apud MARTINS, 2010).
Referências
ANDRADE, M. Biografia de Steve Jobs. Disponível em: <http://www.e-biografias.net/steve_
jobs/>. Acesso em: 25 ago. 2013.
CASAS BAHIA. Samuel Klein – O mascate que construiu um grande império no varejo. Disponível
em: <http://institucional.casasbahia.com.br/empresa/empresa/samuel-klein/>. Acesso em: 25
ago. 2013.
MARTINS, L. Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Aula 02
Planejamento de vida futura e os ciclos da vida
Objetivos Específicos
• Conscientizar sobre a importância do planejamento nos ciclos da vida para a
garantia de um futuro planejado.
Temas
Introdução
1 Sobre as voltas que a vida dá
2 Sobre a importância da consciência do planejamento
3 As armadilhas da vida
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Sabemos que a vida de qualquer ser humano tem um ciclo definido: nascimento,
crescimento, envelhecimento e morte. Esta é a vida. Como somos os únicos seres vivos com
consciência sobre a morte e, mesmo que tenhamos dificuldade em lidar com o tema, isso nos
dá uma vantagem competitiva para aproveitar a vida e planejar o futuro.
As escolhas da vida são realizadas continuamente – às vezes são certas e às vezes erradas
–, mas nem sempre as pessoas se preocupam com os desdobramentos futuros dessas
escolhas. Possivelmente, as escolhas mais difíceis são aquelas que avaliam os seguintes
termos: é melhor se satisfazer agora – obtendo prazer imediato, mesmo que essa opção traga
um ônus futuro – ou é melhor reavaliar as necessidades momentâneas e optar por usufruir
depois, com melhores bônus?
Brincar ou estudar? Não é à toa que pais e mestres costumam interceder, às vezes de
forma desajeitada ou pouco eficaz, com ameaças e promessas (“chinelo ou chocolate”).
É a voz rarefeita do futuro querendo se fazer ouvir e respeitar no presente. (2005, p.
58)
Na fase da juventude, o futuro parece ser longínquo, um tempo distante para se pensar
naquele momento. Há uma urgência em viver o presente, uma impulsividade em aproveitar
todas as oportunidades no momento e se deseja absorver todas as possibilidades sem muitas
avaliações. Experimentar o aqui e o agora, imediatamente, em uma urgência de usufruir
“agora ou nunca”. Com isso, raramente o jovem reflete para se questionar sobre o tipo de
futuro que ele deseja. Essa falta de análise pode ser algo cultural, entretanto, a educação vem
para ajudar o indivíduo a refletir sobre o assunto.
Em geral, quando se passa dessa fase juvenil para a maturidade (apesar de alguns
falecerem antes dessa mudança), a serenidade do tempo faz com que se mude o pensamento
sobre ele. A percepção sobre aquele tempo indefinidamente longe passa a se tornar mais
factível, e se começa a perceber que a finitude uma hora cobrará a conta e, de alguma forma,
isso poderá assustá-lo. Mas, agora, não é momento para isso, é o momento da ação.
São necessários zelo e consciência nas escolhas, pois um dia “a conta chegará” e, se
não possuir reserva para “pagá-la”, poderá ser custoso para você. Se andar distraído pela
estrada da vida, com certeza, essa distração não sairá impune e você deverá pagar pelo preço
desse descaso. Os ciclos da vida acontecerão, independentemente da nossa vontade, e nos
afetarão de uma forma ou de outra, sendo impossível barganhar o futuro. Se não discutirmos
o futuro nem o planejarmos, essas questões não serão resolvidas por si só.
Rompa com as ilusões de que “um futuro melhor o espera”. Essa falsa
expectativa não se concretizará se não realizar um planejamento com foco,
portanto, trabalhe com dados reais.
A vida é uma sucessão de escolhas. Infelizmente, nem todas são sempre bem-sucedidas,
mas com certeza todas farão parte da nossa experiência de vida. Alguns podem pensar: “não
sei quantos anos terei de vida, então prefiro viver bem o presente, e sobre o futuro pensamos
depois”. É fato que a vida é incerta, porém, agir e pensar dessa forma não nos ajudará em nada
quando o futuro chegar. Ironicamente, Benjamin Franklin afirmava: “As certezas absolutas
desta vida são duas apenas: a morte e os impostos” (GIANNETTI, 2005).
Muitas vezes essas escolhas são difíceis. Precisamos analisar todos os interesses para
optar por uma escolha, com mais sabedoria. É necessário criar uma estratégia e colocá-la em
prática para que, de fato, tenhamos um resultado eficiente. Apenas conhecer a estratégia,
e não aplicá-la, é o mesmo que “não saber”. Ter a consciência de que toda ação terá uma
reação proporcional é fundamental. Deve-se analisar as opções com parcimônia e zelo.
É o caso de alguém que gasta meia hora estudando um caminho mais curto no
mapa para depois descobrir que economizou apenas dez minutos na viagem – juros
negativos. Ocorrências deste tipo podem causar frustrações, mas não chegam a
constituir propriamente um problema. São atalhos que não encurtam o caminho, mas
não nos fazem perder o caminho. (GIANNETTI, 2005, p. 114)
Portanto, aquela célebre frase “tempo é dinheiro” começa a fazer mais sentido depois
desta análise.
Vamos a um exemplo: Você possui R$ 50 mil para investir em sua empresa ou aplicar na
caderneta de poupança. Após analisar as opções, você opta pela empresa. Então, o custo de
oportunidade seria o não recebimento da rentabilidade da poupança. Por isso, muitas vezes,
é difícil decidir-se pelo o que iremos renunciar.
Diante desse cenário, lembre-se da máxima popular: “Não existe almoço grátis”, pois não
existe mesmo! O “mundo dos espertos” é cheio de artimanhas, conversas agradáveis, brindes
convidativos, oportunidades incríveis que nos embriagam os sentidos, diálogos e elogios que
estamos dispostos a acreditar que são legítimos e verdadeiros, e por aí vai.
Sempre desconfie de gratuidades. Aquele sujeito que oferece revistas grátis “desde que
você preencha um cadastro”; aquele brinde fantástico que você só ganhará se adquirir R$
300,00 em produtos; ou um curso gratuito em que você deverá comprar todas as apostilas
etc. É dinheiro fácil?
Perceberam como muitos de nós temos exemplos muito próximos? Não caiam nessas
armadilhas, ofertas imperdíveis revestidas de pseudolegalidade. E nem tocamos aqui em
assuntos como “bilhete premiado”, “ajude meu familiar que não tem conta” ou propagandas
embaladas em “marketing multinível” e tantas outras definições excêntricas.
Como salienta Giannetti (2005, p. 153), “os termos de troca entre o presente e o futuro
são os juros – positivos, negativos ou nulos – inerentes a uma determinada decisão”.
O passado já foi, o presente apresenta desafios diários, e o futuro, por ser uma
incógnita, traz interrogações intermináveis, muitas vezes, angustiantes. Isso faz parte de todo
crescimento humano, portanto, não se sinta sozinho.
Existem três formas básicas por meio das quais podemos preencher com pensamento
o vácuo interrogante do porvir. A previsão lida com o provável e responde à pergunta:
o que será? A delimitação do campo do possível lida com o exequível e responde à
pergunta: o que pode ser? E a expressão da vontade lida com o desejável e responde
à pergunta: o que sonhamos ser?
A relação entre esses modos de conceber o futuro não são triviais. De um lado está
a lógica: o desejável precisa respeitar a disciplina do provável e do possível. Mas, do
outro lado, está o sonho. Se o sonho desprovido de lógica é frívolo, a lógica desprovida
de sonho é deserta. Quando a criação do novo está em jogo, resignar-se ao provável
e ao exequível é condenar-se ao passado e á repetição. No universo das relações
humanas, o futuro responde à força e à ousadia do nosso querer. A capacidade de
sonho fecunda o real, reembaralha as cartas do provável e subverte as fronteiras do
possível. Os sonhos secretam o futuro. (GIANNETTI, 2005, p. 161)
Se nos disciplinássemos para – “faça chuva ou faça sol” – depositarmos uma quantia de
dinheiro (mesmo que aparentemente irrisória) em um investimento; com o tempo ficaríamos
surpresos em perceber o quanto essa medida é válida e se tornará mais fácil do que se
imaginava.
Esse planejamento pessoal deve ser consciente, para que nenhuma outra oportunidade
irresistível e sedutora desmorone a prática. Deve-se lembrar que todo ciclo de vida tem “altos
e baixos” e que esse investimento será fundamental para o planejamento e segurança de um
futuro saudável e com qualidade de vida, pois, como apresentado pelo IBGE, a tendência é
vivermos mais anos.
É importante frisar que o planejamento pessoal pode se valer de duas fontes de recursos: aquela que
advém do nosso trabalho, que nos sustenta e, sobrando caixa, pode ser um recurso a ser investido;
como também aquela advinda de recursos de terceiros, como no caso de empréstimos.
Diante dessa informação, o próximo passo é ter enraizada a vontade de querer garantir
um futuro planejado, agindo para que o assunto saia da esfera da intenção para a ação.
Segundo Gitman,
a tomada de decisão pode ser feita com uso de técnicas de valor do dinheiro
no presente e no futuro, o valor presente líquido, a taxa interna de retorno e o
índice de rentabilidade. Na visão pessoal, cabe ao planejador financeiro focar nas
técnicas de valor presente e valor futuro, pois essa técnicas são usadas, mesmo que
inconscientemente, pelas pessoas no cotidiano. [...] Valor Presente (VP) é o dinheiro
na mão hoje e o Valor Futuro (VF) é um dinheiro que você vai receber em uma data
futura. (2001)
Significa ordenar a nossa vida financeira de tal maneira que possamos sempre ter
reservas para os imprevistos da vida e sistematicamente, vagarosamente, construir
um patrimônio (financeiro e imobiliário), que garanta na aposentadoria fontes de
renda suficientes para termos uma vida tranquila e confortável.
3 As armadilhas da vida
É indiscutível que, após toda esta análise, tenhamos desembocado numa conclusão
uníssona que é: não existem receitas mágicas, regras de ouro, dicas secretas nem qualquer
artimanha mística para se concluir que a conta é uma só:
Sendo a receita aquilo que ganhamos, despesa aquilo que gastamos (com exceção
daquilo que investimos) e tendo como resultado o nosso caixa (positivo ou negativo).
3.1 Créditos
É necessário ter clareza sobre o que compõe a minha receita. Limites de cartão de crédito
e cheque especial não são valores para serem incluídos nela. Isso é um grande risco. Eles
devem ser utilizados de forma consciente e quando for realmente necessário.
Gastar menos do que se ganha é a matemática perfeita, que trará lucro e tranquilidade
financeira. Assim, será possível gerenciar os valores que você tem para investir, baseando-se
em dados reais e concretos.
Como somos seres que agimos por impulso, pode ser perigoso sair de casa sem uma lista
de compras para o supermercado, ou então ir passear no shopping em um dia de liquidação.
Se não sabemos o que queremos (e se realmente precisamos), ao passar pelas gôndolas ou
pelas vitrines atrativas, por impulso, pode-se acreditar que aquilo é justamente o que faltava
para a nossa vida – e quase sempre não é.
para realizar mais duas apostas e três “raspadinhas” para arredondar a conta. Exemplos
cotidianos como estes, se somados ao final do mês, poderão trazer grandes surpresas (nem
sempre agradáveis).
A dica é: nunca achar que valores pequenos não são representativos, pois, dependendo
da frequência, eles são os causadores dos rombos orçamentários, podem acreditar.
3.4 Descontos
Não é cultura do brasileiro pedir descontos no momento da compra. Apesar de ser um
povo alegre e descontraído, há certa vergonha nessa prática.
É evidente que há exceções. Talvez, você tenha esse hábito, mas a regra geral é a
preferência por parcelar inúmeras vezes uma compra, sem se preocupar com os juros
embutido nessa prática.
Muitos economistas, como o próprio Martins (2010), repetem que “dinheiro emprestado
é dinheiro doado”. Dependendo do caso, talvez você só consiga perceber a veracidade dessa
máxima quando for tarde demais.
3.6 Imprevistos
Despesas extras inesperadas podem acontecer com qualquer um, inclusive com nós
mesmos. Para que momentos como este não se tornem um fardo às finanças, é aconselhável
possuir uma reserva financeira exclusiva para essas intempéries.
Mesmo que nossas finanças não estejam no patamar das nossas expectativas, possuir
um plano alternativo para essas eventualidades evitará o gasto com a sobra de nosso caixa,
ou o uso do limite do cheque especial ou, para piorar, o uso do cartão de crédito com o
pagamento da fatura mínima posteriormente, acumulando juros sobre juros. Essa atitude
pode causar transtornos irreparáveis.
Enfim, elencar todas as armadilhas da vida é algo difícil. Devemos aplicar os conceitos
com atitude e consciência financeira. Atitude é a conclusão desse nosso entendimento, para
realizar as melhores (e rentáveis) escolhas.
Considerações finais
Quando somos crianças, não somos economicamente ativos; já na velhice, temos menos
oportunidades do que no pico da nossa vida produtiva, que seria a maturidade. Assim, como
não é em todos os ciclos que temos produtividade econômica máxima, é vital realizar um
planejamento financeiro consistente, para que o futuro seja saudável sob todos os pontos de
vista. Por isso, os ciclos da vida são impactantes em nossas receitas.
Planejar é organizar um roteiro, ter um foco, programar em função de uma meta. Refazer
o percurso (se necessário) em busca da melhor prática. Controlar as entradas e saídas do
nosso dinheiro, mês a mês, poderá parecer uma tarefa árdua, mas o hábito mostrará que é
mais fácil do que imaginávamos, além de ser essencial para atingirmos uma meta.
É imperativo ter sempre em mente a questão das consequências das nossas escolhas.
Mesmo quando não parece ser uma escolha, na realidade estamos fazendo sim. E da mesma
forma, estamos renunciando outras oportunidades, por isso não devemos deixar as melhores
escolhas escoarem por falta de visão das oportunidades em cada situação.
Referências
FRANKENBERG, L. Seu futuro financeiro. 8. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
MARTINS, L. Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Aula 03
Perfis de investidores – mapeando os perfis (parte 1)
Objetivos Específicos
• Apresentar as características e os tipos de perfis de investidores possíveis e
sua implicação na análise de escolhas das possibilidades
Temas
Introdução
1 Definindo o perfil do investidor
2 Perfis de investidores
3 Diagnóstico de perfil do investidor – perguntas básicas
4 Tipos de investimentos
5 Fundo de investimento
6 Glossário
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Agora nossa evolução nos estudos nos permite iniciar uma análise mais detalhada de
cada perfil possível. Essa análise serve para avaliarmos qual o nível de tolerância ao risco, e,
assim, determinar os melhores investimentos caso a caso.
A questão aqui está além do discurso prático, pois não adianta imaginar que determinada
pessoa que vai buscar informações e consultoria para um investimento tenha um perfil
conservador, moderado ou agressivo só diante de uma análise rasa e preliminar. Existem
ferramentas e questionamentos já experimentados com sucesso que definem melhor a
forma com determinado investidor se sente mais confortável no momento de efetivar um
investimento, e são esses indicativos e perguntas que serão nosso objeto de estudo. Essa
análise serve para que tanto o consultor quanto o investidor sintonizem os interesses. Ela
serve de norte para que todos os envolvidos saibam exatamente onde e por que estão
realizando determinadas aplicações e não outras.
Analisaremos qual tipo de perfil determinada pessoa demonstra ter, para que possamos
ir adiante com seus planos de investimento e traçar a melhor estratégia de investimento de
acordo com o objetivo e característica de cada um. Não existe melhor ou pior perfil. A questão
aqui está vinculada a minimizar impactos e maximizar as melhores possibilidades. Felizmente,
o mercado financeiro possui produtos que atendem a toda a gama de perfis, e com base
nessa análise de perfis, poderemos mostrar produtos que atendam a todas as demandas de
forma a satisfazer o investidor, com base numa escolha mais dirigida, pois cada pessoa tem
objetivos, recursos e horizontes diferentes. Pessoas diferentes. Produtos diferentes.
Esse dilema de “qual seria o melhor investimento para mim” é bastante comum na
grande maioria das pessoas, pois estamos falando sobre como deveremos aplicar/investir
nosso dinheiro, nossas economias, ou a herança, ou algum prêmio ou bônus recebido, como
também uma estratégia de investimento de longo prazo para a aposentadoria, todos com
boa rentabilidade e da melhor forma possível. Iniciaremos esta análise através das nossas
próprias necessidades. O investidor aqui é você.
Tal e qual fazemos escolhas baseadas numa análise pessoal quando adquirimos, por
exemplo, uma casa, em que analisaremos:
I. se é perto das escolas das crianças ou se as escolas próximas atenderiam nossas necessidades;
III. se existe comércio, metrô, parques ou feira nas redondezas, entre outros.
Diante das suas necessidades especialíssimas haverá uma casa que irá atender a grande
maioria das suas perguntas. O mesmo acontece com o perfil do investidor. O estado civil, a
quantidade de filhos, as prioridades e relevâncias, a disponibilidade de valores a investir e
projetos para aposentadoria, são alguns exemplos a considerar quando optarmos por este
ou aquele produto.
Vale destacar, como quase tudo na vida, que o que pode ser excelente para o seu vizinho,
pode não ter a mesma serventia para você. O que foi motivo de sucesso para um, não é
necessariamente garantia de que será e terá o mesmo comportamento para o próximo, por
isso a importância desta análise particular que contornará as margens de cada um.
2 Perfis de investidores
Há três tipos de perfis de investidores: conservador, moderado e agressivo.
Esses termos são utilizados para caracterizar a pessoa, de acordo com o quanto ela
está disposta (ou não) a arriscar seu patrimônio em produtos mais arrojados e com maiores
flutuações, ou se preferem ter sua renda mínima garantida.
2.1 Conservador
A premissa maior desse perfil é a segurança; este é o primeiro ponto a ser analisado
em suas aplicações. No perfil conservador, a pessoa procura produtos com baixo risco para
preservação do seu capital e não suportaria perder seus investimentos em aplicações mais
arriscadas, bem como não suportaria a volatilidade dos mercados de renda variável.
Poderíamos classificar como uma pessoa com aversão ao risco e que teme as oscilações
(tão comuns) no mercado financeiro no tocante a alguns produtos específicos. Tem como
finalidade liquidez quase imediata (até dois anos) e, via de regra, aplica em renda fixa
(poupança, fundos, CDB e títulos públicos).
Tal liquidez refere-se à capacidade de rapidez e facilidade com que o ativo aplicado seja
2.2 Moderado
O investidor com perfil moderado é aquele que busca investimentos de baixo e médio
risco, com retorno diferenciado e, também, liquidez quase imediata (de dois a cinco anos).
O moderado não tolera as oscilações dos mercados de renda variável, mas aceita perdas
limitadas no seu patrimônio, ou seja, apesar de ter como premissa a segurança do seu
patrimônio, aceita (moderadamente) um risco médio porque deseja ter um retorno acima
da média do conservador. Ele aplica, em média, até 20% em renda variável e o restante em
renda fixa.
O agressivo busca uma boa rentabilidade e não se desespera quando suas ações
“derretem”, pois suporta melhor as oscilações dos mercados e perdas do patrimônio
investido, quando for o caso. Como a liquidez não é imediata, ele sabe que poderá ter que
aguardar algum tempo depois da baixa de suas ações para resgatá-las ou vendê-las (somente
quando esse ciclo de baixa sofrer nova alta ou estabilidade), sempre em busca dos melhores
resultados. Geralmente aplicam 40% ou mais em renda variável, como ações, fundos de
ações, multimercados e derivativos e o restante, em renda fixa.
• Não colocar todos os ovos na mesma cesta: esta parece ser uma regra básica de
investimento. Isso não significa que deva existir uma grande variação nas aplicações,
mas é certo que, havendo alguma diversidade de produtos, prazos e mercados, essa
diversidade fará com que a pessoa tenha opções interessantes e, em caso de algum
contratempo, ela não verá todo o seu investimento (em caso de uma desvalorização)
“indo por água abaixo”, pois a diversidade
Diversificar ajudar a se preparar para diversos cenários possíveis e ,com certeza, diminuir
a influência da incerteza em toda a sua carteira.
• Nem tanto ao mar nem tanto a terra: existem pessoas extremamente pessimistas,
bem como outras otimistas ao extremo. A moderação nos anseios é boa prática em
qualquer situação e, quando falamos em investimentos financeiros, essa análise deve
ser levada a efeito sempre que percebermos estarmos inclinados a algum extremo.
Desconfie de lucros vultosos e rápidos, bem como não aceite pressões para tomar
decisões imediatas.
• Estude, estude e estude! Sai na frente quem entender que estudar não é simplesmente
completar um ciclo, uma disciplina, uma faculdade. Estudar é verbo para a vida toda.
Estudar dá uma vantagem competitiva. Não importa aqui o quanto você já sabe,
importa que o conhecimento é ferramenta poderosa, e como a dinâmica em que
vivemos é frenética, é salutar conhecer e se atualizar sobre o que o mercado oferece,
ou lança, ou retira do mercado.
• Quantidade de filhos?
• Sua remuneração advém de um emprego fixo com renda fixa ou ele é variável?
a. formação de um patrimônio; ou
b. aposentadoria; ou
• Possui reservas para emergências, de pelo menos seis meses de despesas mensais?
a. Nada;
b. em até 10%;
c. em até 20%; ou
a. nenhuma;
b. limitada;
c. moderada; ou
d. confortável?
Todos esses exemplos de perguntas, como tantos outros, visam analisar em que momento
da vida a pessoa se encontra e servem para quantificar o grau de risco que está disposta a
assumir. Não existe resposta certa ou errada, existe uma soma de respostas que viabiliza
chegarmos a um denominador comum e buscarmos produtos mais interessantes diante do
seu retrato final.
4 Tipos de investimentos
Nos dizeres de Martins (2010),
ao optar por investimentos que irão compor sua carteira, você deverá considerar três
principais fatores: sua meta, o horizonte de investimento e seu perfil de risco.
É sempre válido analisá-los sob a ótica da relação risco e retorno, isto é, comparar
os produtos financeiros com o intuito de descobrir qual oferece melhor essa relação
– maior retorno e menor risco. Recomenda-se, também, sempre ter aplicado uma
parte do capital em investimentos com maior liquidez, para serem utilizados em
emergências como, por exemplo, os fundos DI, que efetuam o pagamento do resgate
em D+0, isto é, no próprio dia.
▫ projeção de valorização; e
▫ renda (aluguel).
os CDIs são títulos de emissão dos bancos que servem de lastro para as operações
interbancárias no mercado monetário. São isentos de IOF (imposto sobre operações
financeiras) e de IR (imposto de renda) na fonte. Sua função é transferir recursos de
um banco para outro. As operações são registradas na Cetip (Central de Custódia e
Liquidação de Títulos Privados) eletronicamente.
▫ CDB/RDB pré-fixados ou emitidos com taxa flutuante não tem prazo mínimo
de emissão, mas estão sujeitos à tabela de IOF, caso sejam resgatados antes
de 30 dias;
• Títulos públicos — Os títulos públicos são lançados no mercado pela primeira vez por
meio de leilões, conforme Securato (2009),
leilões estes que são realizados pelo BACEN ou pela Secretaria do Tesouro Nacional
junto às instituições interessadas. É o que se convencionou a chamar de mercado
primário. No mercado secundário, as instituições buscam diariamente, através de
compra e venda dos títulos federais entre si, compor sua carteira própria de títulos,
alocá-los aos fundos de investimento que administram e ajustar suas reservas no
BACEN.
Os títulos públicos federais negociados pela internet são, segundo Martins (2010):
LTN – Letra do Tesouro Nacional – título com rentabilidade definida (taxa fixa) no
momento da compra. Forma de pagamento: no vencimento;
LFT: Letra Financeira do Tesouro – título com rentabilidade diária vinculada à taxa
de juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos
registrados no sistema Selic, ou, simplesmente, taxa Selic). Forma de pagamento: no
vencimento.
5 Fundo de investimento
É uma modalidade de aplicação financeira e se dá pela união de vários investidores, para
que seja aplicado seu dinheiro em diversos tipos de ativos financeiros. Esse fundo é uma
pessoa jurídica, com todas as exigências legais para a constituição de uma pessoa jurídica.
• os de curto prazo (aplicam em papéis com prazos de vencimento de até 365 dias),
referenciados (compõem no mínimo 95% de sua carteira com papéis atrelados ao
indicador financeiro de referência);
• de renda fixa;
• de renda variável.
6 Glossário
administrador: é o responsável pelo funcionamento do fundo e controla todos os
prestadores de serviço, tendo como objetivo os interesses dos cotistas.
taxa de administração: valor cobrado pelo administrador para custear as despesas com
o gerenciamento dos fundos, a comercialização e a operação dos planos.
preço (das ações): os preços são formados em pregão, pela dinâmica das forças de oferta
e demanda de cada papel, o que torna a cotação praticada um indicador confiável do valor
que o mercado atribui às diferentes ações.
Considerações finais
É de vital importância analisarmos o perfil do investidor para que possamos ter parâmetros mais
ajustados com a realidade individual, para realizarmos escolhas mais acertadas diante das possibilidades.
Caso a caso, existem diferenças a considerar no tocante aos três principais perfis dos investidores:
enquanto o conservador tem baixa tolerância ao risco, o moderado tem média e o agressivo tem alta.
Quanto ao tempo, também ficou claro que o conservador tem um horizonte curto de
tempo, quer dizer, de agora até dois anos, e geralmente sua rentabilidade está atrelada à taxa
de juro usada nas operações entre os bancos (CDI), considerados os mais conservadores;
enquanto o moderado tem visão a médio prazo, ou seja, daqui dois anos e meio até cinco
anos, e o agressivo a longo, em média a partir de cinco anos.
Quanto à preservação do capital também foi visto que é essa a visão do conservador, enquanto
do moderado é assumir algum risco, bem como do perfil agressivo é de assumir eventuais perdas
pela sua disposição em aceitar as oscilações do mercado em busca de retornos mais robustos.
Após essa análise, apresentamos algumas recomendações para que nossa conduta seja
permeada pelo bom senso e pelas respostas dadas nos questionários disponíveis. Estamos
lidando com valores, e se assegurar com boas práticas é, de fato, importante e essencial para
que possamos ficar satisfeitos com o retorno do nosso investimento, ou ao menos entendermos
as oscilações do negócio.
Referências
MARTINS, L. Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010
SECURATO, J.R. Mercado financeiro: conceitos, cálculo e análise de investimento. 3. ed. São
Paulo: Saint Paul, 2009.
Aula 04
Perfis de investidores – mapeando os perfis (parte 2)
Objetivos Específicos
• Apresentar as características e os tipos de perfis de investidores possíveis e
sua implicação na análise de escolhas das possibilidades.
Temas
Introdução
1 Investimentos de renda variável
2 Exemplos práticos
3 Definições importantes
4 Como operar ações?
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Uma vez que o perfil do investidor está corretamente qualificado, é importante prosseguir
com o entendimento de algumas informações que iremos analisar nesta aula, bem como
algumas definições importantes para a disciplina, como PIB, PIB per capita, inflação, e os
principais índices de inflação, indexação, taxas de juros, risco país, taxa de câmbio, para após
iniciar a análise de como iniciar nossas operações.
1.1 Ouro
Nos dizeres de Martins (2010), o ouro,
por ser considerado uma aplicação seguro, em períodos de crise seu valor pode ser
sensivelmente aumentado, pois os investidores buscam proteção de seus ativos
comprando o metal, e com isso seu preço aumenta (decorrente da maior demanda),
mas em condições normais da economia, sua compra não é recomendada, pois
provavelmente sua variação será menor em relação aos outros ativos.
Ademais, o ouro não está isento de tributação. Incide imposto de renda sobre o ganho
de capital. Recomenda-se cautela nesse tipo de investimento.
1.2 Ações
As ações são títulos de propriedade que representam a mínima fração do capital social
de uma sociedade anônima, e elas se subdividem em: ação ordinária e ação preferencial,
sendo que a ordinária “concede direito a voto nas Assembleias e a Preferencial, concede
preferência na distribuição de dividendos” (MARTINS, 2010).
O investidor pessoa física talvez só consiga adquirir ações pelo lote fracionário, e não
pelo lote-padrão.
Um exemplo hipotético seria um lote-padrão conter cem ações, sendo cada ação cotada
a R$49,00. O investidor aqui teria que desembolsar R$4.900,00 para realizar essa compra.
Entretanto, no mercado fracionário, seria possível comprar, por exemplo, dez ações, custando
ao investidor R$490,00, ou, se fosse o caso, a compra de uma única ação.
• quatro letras (que, na maioria das vezes, fazem parte do nome da empresa, exemplo:
PTR é ação da Petrobras);
• em alguns casos é seguido por uma letra que significará o mercado, como F –
“fracionado” – ou T – “termo”. (MARTINS, 2010)
Vale ressaltar que há outros códigos e que há ações que não seguem esse padrão.
Home broker é o nome dado ao sistema que permite negociações de ações pela internet.
Com um formato muito parecido com os serviços on-line bancários, referidos sistemas estão
ligados à BOVESPA e esse recurso permite o envio de todas as informações de maneira prática
e segura.
• emolumentos; e
• taxa de liquidação.
2 Exemplos práticos
A seguir, alguns exemplos de análise de investimento encontrados no dia a dia:
Nesse caso, e diante do curto prazo para resgate, as alternativas sugeridas ao Jonas são
bem limitadas, e todas elas de renda fixa: aplicar em uma caderneta de poupança ou em um
Fundo de Investimento DI ou de renda fixa, atentando-se para as taxas de administração e
procurando as mais baixas. Apesar de o valor do investimento ser baixo, a pesquisa é sempre
fundamental antes de fechar qualquer investimento.
Procurou um consultor financeiro para saber sua melhor opção e foi orientada a
responder algumas perguntas sobre o quanto pretendia aplicar mensalmente:
• se tinha informações preconcebidas do que seria mais interessante para o caso dela.
Após essa entrevista consideraram que os investimentos de Maria não poderiam correr
grandes riscos, e que ela, por pretender utilizar esses recursos daqui dois anos e meio, não
poderia ser arrojada (em termos de investimentos). Foi sugerido que ela optasse por ativos
conservadores, para que não tenha perdas que tirem o seu poder de compra, bem como o
padrão do imóvel que já foi previamente deliminado pela Maria.
Como primeira opção, foi indicado procurar as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) indexadas
ao CDI. Escolher um emissor com baixo risco e considerar que geralmente só poderá resgatar
na data do vencimento.
Outra opção dada a Maria nesse caso foi considerar a aquisição de Letras Financeiras do
Tesouro, por meio do Tesouro Direto. Esse tipo de aplicação é feito por meio da internet, o
que trará descontos nos custos de aquisição desses títulos.
3 Definições importantes
Vamos iniciar aqui a definição das principais informações e siglas que precisaremos
conhecer para avançarmos com as melhores escolhas dos nossos investimentos.
1. pela soma das riquezas produzidas dentro do país. São consideradas todas as empresas
(nacionais e estrangeiras) que estejam em atividade dentro do território nacional.
2. pela ótica da demanda, ou seja, são considerados o consumo das famílias, do governo,
os investimentos do governo e das empresas privadas, e a soma das importações e
exportações.
O PIB é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é uma
instituição federal subordinada ao Ministério do Planejamento.
Fonte: G1.com.br.
3.2 Inflação
É um conceito econômico que representa o aumento persistente (e generalizado) dos
preços. É a elevação da taxa de variação relativa dos preços. Seus tipos podem ser variáveis,
tais como:
c. inflação de custos, como o próprio nome sugere, é quando há o aumento nos custos
de produção dos produtos.
Instituto
Índice O que é medido Características
responsável
IPCA IBGE Variação de preços Utiliza dados de 11
Índice de Instituto no varejo para capitais.
Preços ao Brasileiro de famílias com renda
Consumidor Geografia e mensal entre 1 e 40
Amplo Estatística salários mínimos.
INPC IBGE Variação de preços Medido nas 11 principais
Índice Instituto no varejo de itens regiões metropolitanas
Nacional de Brasileiro de consumidos por do Brasil.
Preços ao Geografia e famílias com renda
Consumidor Estatística mensal entre 1 e 6
salários mínimos.
IPA FGV Variação de preços Calculado para três
Índice de Fundação de produtos intervalos diferentes, ou
Preços ao Getúlio industriais e agrícolas seja, com três períodos
Produtor Vargas dos atacadistas ao de coletas, com datas
Amplo varejo. diferentes.
INCC FGV A variação de preços Usado no financiamento
Índice Fundação na construção direto das construtoras.
Nacional de Getúlio civil, como mão
Preços da Vargas de obra, materiais
Construção de construção e
Civil serviços.
A diferença entre os índices, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), está no período
de coleta das informações para cálculo do índice. O quadro a seguir compara o período de
referência de cada versão do IGP. Os preços coletados em cada período são comparados aos
levantados nos 30 dias imediatamente anteriores.
• Risco país: é um conceito que busca expressar de forma clara e objetiva o grau do
risco de crédito a que investidores estrangeiros estão submetidos quando investem
no país. É o quão perigoso ou confortável pode ser investir em determinado país.
• Taxa de câmbio: de acordo com o Banco Central, a taxa de câmbio é o preço de uma
moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. A
taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra. As cotações
apresentam taxas para a compra e para a venda da moeda, as quais são referenciadas
do ponto de vista do agente autorizado a operar no mercado de câmbio pelo Banco
Central.
a. Conhecimento — tudo aquilo que podemos obter em aulas, sites, obras clássicas,
pessoas experientes do mercado, cursos, sites idôneos etc.
c. Experiência.
▫▫ com boa liquidez, isto é, com alto volume de negociação, por não oferecerem
dificuldade em sua futura venda e por serem menos sensíveis à manipulação;
▫▫ de empresas privadas, pois mesmo a lei das S.A. garante ao governo o direito
de dar às empresas sob seu controle objetivos não econômicos, deixando
claro que não irá privilegiar o acionista num eventual conflito de interesses.
• evitar:
▫▫ executar a “média” (comprar mais ações após forte queda do preço, para
a perda média ser inferior e sua recuperação ser mais rápida) em vez de
efetuar a parada de perda (stop-loss) em empresas sem perspectivas gráficas
de valorização.
• Atenção: não existe no mercado de ações nenhuma operação com risco zero. Quanto
maior o risco, maior será o ganho ou a perda.
• decida qual é, para você, a melhor forma de interagir com a corretora (qual o canal:
telefone, internet, etc.) e consulte seus gastos com isso;
• entre em contato com mais de uma corretora e verifique o que ela poderá lhe
oferecer, bem como suas vantagens e facilidades. Pesquise taxas, serviços, benefícios
e verifique qual a que mais bem atende suas necessidades.
Considerações finais
Neste capítulo, o cerne a ser aprendido foi exatamente incluir aqui algumas definições
importantes para o leitor, tais como PIB, inflação, seus principais índices, noções de juros
(simples e composto), risco país e taxa de câmbio, para, a seguir, listarmos como operar ações
de forma inicial e fecharmos o assunto com como e onde se basear para escolher inicialmente
uma ação, seguindo com necessidades, estratégias e recomendações.
Nossa proposta de ensino abrangerá caso a caso nas próximas aulas, análises mais
elaboradas, ampliando aos poucos os conceitos e informações necessários de cada produto,
para que nosso aprendizado seja de forma gradual e contínua.
Referências
BACEN. Banco Central do Brasil. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.
aspx> Acesso em: 6 set. 2013.
FGV IBRE. Instituto Brasileiro de Economia FGV. Índices gerais de preços. Disponível em:
<http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B6160B0D7D>.
Acesso em: 7 out. 2013.
G1. Economia brasileira cresce 1,5% no 2º trimestre, diz IBGE. Disponível em: <http://g1.globo.
com/economia/noticia/2013/08/economia-brasileira-cresce-15-no-2-trimestre-diz-ibge.html>.
Acesso em: 7 out. 2013.
MARTINS, L. Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Aula 05
Análise da situação financeira individual – parte 1
Objetivos Específicos
• Identificar as situações financeiras individuais possíveis (endividado,
inadimplente e sobra de caixa) e propor alternativas de produtos disponíveis
no mercado para investimento ou recuperação.
Temas
Introdução
1 Tipos de situações financeiras
2 Iniciando o planejamento
3 Dívida e inadimplência
4 Possibilidades de enfrentamento das dívidas
5 Após o enfrentamento das dívidas – o que continuar fazendo
6 Endividado
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Neste capítulo iremos abordar e demonstrar as situações financeiras individuais possíveis
(endividado, inadimplente e sobra de caixa) e apresentar alternativas de produtos disponíveis
no mercado para investimento ou recuperação, caso a caso.
Essa análise é de suma importância para avaliarmos – a partir do quadro existente – por
quais caminhos devemos percorrer para maximizar nossas possibilidades e potencializarmos ao
máximo nossos investimentos, ou se for o caso, quais alternativas possíveis para recuperação.
▫▫ Avaliar se é possível obter alguma renda extra, para que esta condição
momentânea de “empate” não se torne negativa e comprometa a receita.
O fato de não existir saldo a aplicar, não significa que nada poderá ser realizado;
pelo contrário, deve-se buscar formas para minimizar os impactos negativos e tentar
reduzir as despesas e, assim, buscar o aumento dos rendimentos, por exemplo.
2 Iniciando o planejamento
Planejar é fundamental para nossas finanças. Sem planejamento, o comprometimento
com o futuro fica vago.
Como o próprio verbo sugere, planejar é decidir antecipadamente o que, como e quando
fazer com os nossos recursos. Se não tivermos essas questões muito bem definidas, o dinheiro
poderá ser mal utilizado e, então, fica bem mais difícil cumprir alguma meta, pois a pessoa
não sabe ao certo onde se quer chegar.
Para realizar todas as alterações, é necessário que o profissional da obra saiba exatamente
o que se deseja na cozinha. A posição correta do fogão, da pia, para que ele planeje
antecipadamente para onde deverá direcionar os canos, as saídas de água, do gás, bem como
os móveis. Não adianta somente ter o dinheiro, os materiais da reforma e o profissional da
obra; sem um planejamento pode-se ter complicações e dores de cabeça desnecessárias. Por
isto, é primordial e incontestável que o planejamento seja feito antes, para que não exista
problemas futuros.
O orçamento deverá estar claro e delineado para que possa entender onde está indo o
dinheiro e se é este mesmo o destino que queremos dar a ele.
Por exemplo: Durante a semana, se você tomar café 3 vezes por dia em uma padaria,
serão 15 cafés por semana e, no curso de um mês, serão 60 cafés. Se o custo unitário do café
for R$3,00, você terá gasto R$ 180,00 no mês. O que parecia ser irrelevante no início, poderia
ajudar para pagar alguma dívida e regularizar seu equilíbrio financeiro.
Esse exemplo é apenas um entre vários possíveis, e tem o condão de nos permitir
verificar quais são as nossas prioridades e se estamos, de fato, direcionando nossos esforços
neste sentido.
(...) maus hábitos, como comprar por impulso ou como terapia contra a depressão,
devem ser cortados. A utilização sem controle do cartão de crédito e do talão de
cheques deve ser restringida. Há pessoas que, ao possuírem talão de cheques e
cartão de crédito, acabam por esquecer o valor gasto e confundi-los com pedaços
de papel e plástico com fundos ilimitados, mas não são. Uma prática que adoto e
considero eficaz para melhorar o controle orçamentário é mensurar a magnitude das
despesas mensais e avaliar sua presença na composição do orçamento considerado
o gasto anual e não apenas o mensal. Por exemplo, uma tarifa bancária mensal de
R$ 22,00 resulta após um ano em R$ 264,00; ao incorporar juros de 1% ao mês (que
Outra dica importante que se menciona aqui é o fato de algumas pessoas criarem na
coluna “gastos” um valor a poupar todo mês como se fosse despesa fixa, assim, como tal e
qual outra prestação, elas “se obrigam” a reservar determinada quantia para esta finalidade.
Existem pessoas que também criam uma “despesa” chamada Emergências, e novamente,
se “obrigam” a separar dita quantia para esta finalidade.
Vale frisar que não existe certo e errado aqui. Existe sim, a necessidade de não se deixar
nada, absolutamente nada de fora da planilha mensal. Se existem rendimentos extras com a
venda de algum produto, por exemplo, este rendimento deve constar na receita.
Criada a sua própria planilha, gaste alguns minutos avaliando todos os gastos (sem
pressa) e verifique se existe alguma “surpresa” que até então você nem reparava no quanto
impactava em suas finanças.
3 Dívida e inadimplência
Há diferenças entre estes dois conceitos:
• Inadimplência, de acordo com o dicionário Houaiss, significa que é “aquele que falta
ao cumprimento de suas obrigações jurídicas no prazo estipulado”, ou seja, ela advém
de um atraso no pagamento de uma dívida, e então, o referido valor (dependendo do
título) poderá ser levado a protesto ou permitir o envio do nome do devedor a órgãos
de proteção ao crédito como o SERASA ou mesmo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC), como também ações judiciais correspondentes. Este caso não se trata somente
de ter contraído uma dívida, mas sim, que a pessoa que a contraiu deixou de pagá-la
no período de tempo determinado.
• Com os dados anotados, será possível planilhar os gastos e analisar caso a caso, o que
poderá ser cortado ou diminuído ou substituído, bem como constatar os excessos;
Muita gente se contagia pelo clima de “consumismo” e compra qualquer coisa que
estiver em oferta, mesmo que o produto não sirva para absolutamente nada. Este é
um erro muito comum e um dos principais fatores que o levarão a fechar o mês com
saldo no vermelho.
• Como a situação chegou ao ponto que está, é primordial repensar na forma como
lidar com o dinheiro, pois existiram razões para este quadro ter chegado ao ponto que
chegou, e reduzir despesas seria muito salutar para o retorno do equilíbrio financeiro.
• Respeitar o dinheiro. Criar o hábito de “juntar dinheiro” para comprar à vista é uma
dica interessante. Talvez o início desta forma de lidar com o dinheiro faça com que as
questões futuras sejam de uma forma mais saudável.
• Continuar com a planilha que discrimina todas as despesas e receitas, com o intuito
de evitar cair na mesma armadilha já passada;
• Evitar ter limite de cartão de crédito ou cheque especial muito superior ao próprio
rendimento. Isso é uma tentação que muitos sucumbem;
6 Endividado
Uma pessoa endividada é aquela que realiza seu planejamento ou sua forma de viver
parcelando suas compras e aquisições, comprometendo parte das suas receitas futuras com
suas compras no presente.
A questão a ser analisada com bastante minúcia é que, se esta prática se repetir por
diversos meses, seu efeito será o acúmulo desenfreado de parcelas a vencer, podendo restar
pouco ou quase nada para as despesas necessárias mensais. E a pessoa que inicialmente
era só uma endividada, pode passar para a categoria de inadimplente, caso comece a ter
dificuldades em honrar seus compromissos.
mais comprometida ficará nossa receita e mais dificuldade de manobra teremos para sair
desta verdadeira roda-viva.
(...) devemos nos manter bem afastados das dívidas e financiamentos, como também
do cartão de crédito, que é útil apenas para quem ganha créditos com seu uso, como
milhagens e créditos para compras de bens, e também utiliza a diferença de um mês
entre a compra e o pagamento para deixar o dinheiro aplicado. Mas nunca deve ser
usado para pagar altas taxas de anuidade nem para parcelamento com juros do valor
total da fatura. Devemos sempre pagar a fatura na data do vencimento e com valor
integral, sem financiar parte alguma. (MARTINS, 2010).
Se você já entrou nessa “arapuca” e não está mais conseguindo sair (pois além dos
juros, há inúmeras taxas cobradas pela utilização dessa “armadilha”), o caminho mais
rápido para se livrar dela seria contrair um financiamento junto ao banco, que beira
os 5%, para liquidar sua dívida que é corrigida a 10% no cheque especial ou cartão de
crédito.
Considerações finais
Neste capítulo, demos início ao entendimento quanto ao endividado, inadimplente, e
antes de completarmos todos estes assuntos, caminhamos por exemplos e algumas definições
essenciais e determinantes para então, prosseguirmos com a continuidade dos assuntos no
próximo capítulo com o mesmo tema, uma vez que não conseguiríamos esgotar os temas
num único capítulo.
Referências
GUINDANI, A. et al. Planejamento estratégico orçamentário. Curitiba: Ed. IBPEX, 2011 (Série
Administração Estratégica).
MARTINS, L. Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Aula 06
Análise da situação financeira individual – parte 2
Objetivos Específicos
• Identificar as situações financeiras individuais possíveis (endividado,
inadimplente e sobra de caixa) e propor alternativas de produtos disponíveis
no mercado para investimento ou recuperação.
Temas
Introdução
1 Inadimplência
2 Crédito
3 Instalada a inadimplência, como agir?
4 Sobra de caixa
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Neste capítulo daremos continuidade à matéria iniciada no capítulo anterior, abordando
inicialmente as questões de inadimplência, algumas considerações sobre o crédito, como
agir em caso de inadimplência instalada, fechando com o assunto “sobra de caixa”, além de
iniciar a apresentação de alternativas de produtos disponíveis no mercado para investimento
ou recuperação, caso a caso.
1 Inadimplência
Segundo o próprio dicionário da língua portuguesa, Antonio Houaiss, inadimplência
significa ato ou efeito de inadimplir, falta de cumprimento de uma obrigação, e é sobre essa
falta que iremos abordar agora.
Ultrapassada a questão do endividado, que é aquela pessoa que decidiu por parcelar ou
dividir suas compras, sem que com isto, comprometesse sua vida financeira, passaremos a
estudar a pessoa inadimplente, que é justamente aquela pessoa que, após ter se endividado,
se encontra numa situação de impossibilidade financeira para honrar seus compromissos
dentro do prazo inicialmente estabelecido.
Essa questão – de estar inadimplente – já foi mais intensa, quando inexistia o Código
de Defesa do Consumidor (ele foi sancionado em 1990) e os inadimplentes passavam por
inúmeros constrangimentos de toda monta. Eram ridicularizados, ameaçados, e sofriam até
perseguições absurdas e abusivas.
O devedor não pode ser ridicularizado, nem submetido a qualquer outro constrangimento.
Deixar recado na portaria de um prédio, com um vizinho ou colegas de trabalho, são atitudes
inaceitáveis de qualquer credor ou de qualquer empresa que realiza a cobrança.
Atitudes assim ensejam medidas judiciais do devedor contra quem as realizou, cabendo
a propositura de ação judicial por danos morais para indenizar qualquer arbitrariedade neste
sentido. Aliás, existe uma Seção (V) nesta lei dedicada exclusivamente à cobrança de dívidas.
“Ter o nome sujo” – no jargão popular –, já é motivo de muitas preocupações para a pessoa
inadimplente, não precisando passar por mais nenhuma outra situação constrangedora.
É importante destacar que esses órgãos (SERASA e SPC) são importantíssimos, tanto para
os lojistas quanto para os consumidores em geral.
A inserção dos inadimplentes neste cadastro permite e contribui para a saúde financeira
das empresas, que buscam informações antes de conceder créditos. E mais, preocupam-
se com seu próprio negócio, podendo deixar este serviço para estes órgãos que possuem
ferramentas avançadas e eficientes.
E quanto aos consumidores, privilegia os bons pagadores, uma vez que se nada consta
no banco de dados, o crédito ou financiamento será ágil e positivo.
Cheque sem provisão de fundos, carnês de lojas em atraso, cartões de crédito sem o
pagamento no vencimento ao menos do mínimo ali estipulado, empréstimos em financeiras
com vencimento atrasado, notas promissórias protestadas, ação judicial tendo como objeto
alguma dívida, tudo isso são exemplos possíveis de situações de inadimplência.
Não queremos com isto dizer que ter crédito é algo negativo, claro que não é, mas o uso
indiscriminado deste recurso pode comprometer (e muito) nossa saúde financeira.
O crédito deve ser utilizado com muita consciência, pois os dissabores podem ser maiores
que as alegrias.
Dificilmente uma pessoa que parcela suas contas no cartão de crédito, as somam para
depois realizar outras compras parceladas, e no caso do inadimplente, isso parece mais
recorrente. Essa falta de controle faz com que – mais cedo ou mais tarde – o descontrole
aflore e se desdobre em tantas outras situações indesejadas.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 3
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Fazer dívida é fácil, a questão é ter recursos para liquidá-las nas épocas próprias.
2 Crédito
Nas palavras de Kerr (2011):
Portanto, crédito em si é uma transação positiva, desde que a pessoa saiba moderar seu
uso, haja visto que as implicações da utilização incorreta podem ser devastadoras.
I. Quanto é devido?
Atenção: essa análise é primordial para que possamos avaliar o quanto poderemos
oferecer aos credores, e por quanto tempo.
Analisar o quanto vai se pagar de juros do novo empréstimo e quanto de juros estamos
pagando nas dívidas vencidas é determinante para optarmos com firmeza na melhor
possibilidade.
(...) renegociar sua dívida, solicitando juros menores, ou alongamento do prazo sem
alterar o juro final a ser pago. Mas nunca se deve aceitar a primeira proposta do
credor. Alguns credores, quando solicitado, chegam a parcelar a dívida sem juros,
e ainda com algum desconto, a fim de receber de volta o valor principal da dívida.
Vale lembrar que o credor não faz propaganda disso para não incentivar outros a
tentar a mesma renegociação e assim reduzir seus lucros. Uma comprovação dessa
atitude dos credores são as empresas de créditos pessoais, que devido ao grande
índice de inadimplência, frequentemente convocam seus clientes com dívidas em
atraso por mais de três meses para oferecerem abatimentos em torno de 30% para os
interessados na liquidação da dívida.
Segundo Martins, quando o assunto é cartão de crédito, quem não consegue pagar o
total da fatura por dois meses, deve negociar com a administradora. Escrever uma carta
descrevendo o motivo do atraso e a forma como pretende liquidar seus débitos é uma
possibilidade.
A dica é enviar a carta sempre ao emissor do cartão, que em geral é um banco (não
mande o documento à administradora, a chamada bandeira do cartão). Fechado o acordo,
procure cumpri-lo.
Sempre que for realizada uma negociação, fazê-la por escrito ou através de anotação do
número do protocolo, pois se houver necessidade de alguma revisão ou questionamento, as
bases deverão estar ali discriminadas sem nenhuma margem de dúvida. Nenhuma negociação
deve se limitar ao verbal.
Caso desconheça quem tenha lhe protestado, o caminho é solicitar uma Certidão de
Protestos junto ao cartório de sua cidade. Com a certidão em mãos, terá todas as informações
que necessita para iniciar a negociação junto ao credor.
Se desconhecer ou não tiver anotado no canhoto do cheque para quem o emitiu, solicite
uma microfilmagem do mesmo para, em seguida, resgatá-lo.
Caso o seu credor tenha perdido seu cheque, uma carta com firma reconhecida dirigida
à instituição bancária é o caminho para a baixa deste cheque.
4 Sobra de caixa
Iniciaremos a análise de uma pessoa que pode até ter algum endividamento, mas seu
saldo não está comprometido por conta disto, e por isso, sobra saldo positivo após seus
lançamentos.
A primeira colocação a ser avaliada aqui é o prazo que a pessoa quer investir, pois
dependendo do seu interesse e planejamento, as possibilidades são múltiplas.
Em casos de curto ou médio prazo, os riscos não podem ser muitos, e o critério aqui deve
ser evitar aplicações de renda variável, e muito menos operações alavancadas.
Vale ressaltar, que renda variável, como o próprio nome sugere, é toda aplicação que
não se pode estabelecer um percentual fixo de ganhos; e operações alavancadas, nos dizeres
do próprio Martins (2011), é a modalidade de operação que permite assumir posições em
volumes financeiros superiores ao capital próprio utilizado.
Letras de Crédito Imobiliário (LCI), foi criada pela Medida Provisória Nº 2.223, de
2001, e trata-se de um título de crédito cujo lastro são créditos imobiliários garantidos por
hipoteca ou por alienação fiduciária do imóvel. As Letras de Crédito Imobiliário podem
ser emitidas pela Caixa Econômica Federal, por bancos comerciais, bancos múltiplos
com carteira de crédito imobiliário, sociedades de crédito imobiliário, associações de
poupanças e empréstimos, e companhias hipotecárias.
Quanto ao prazo, não pode ser superior ao prazo de qualquer dos títulos imobiliários que
as fundamentam.
• Taxa prefixada;
• Taxa pós-fixada;
• Indexada à TR;
• Indexada à índices de preços, devendo ser observado que, se o prazo for superior a
36 meses, a periodicidade de atualização deve ser mensal; e se o prazo for inferior
a 36 meses, a periodicidade de atualização deve ser igual ou superior a um ano. O
pagamento de juros e amortização realizados em períodos inferiores a um ano devem
ter como base de cálculo o valor nominal, sem considerar a atualização monetária.
O valor da aplicação também é uma das variáveis que determinam quais as possibilidades
de investimento.
O ditado popular que diz “cada cabeça uma sentença” é de fato, uma máxima que se
aplica aqui.
Apesar da sobra de caixa ser uma situação positiva, é necessário planejar e verificar
quais são as intenções do investidor para esta sobra.
c. A
nálise de como distribuir este recurso nos diversos produtos de investimentos
(será que é conveniente deixar todo o meu investimento num produto só, ou variar
o seu portfólio, para diluir o risco caso alguma instituição não possa arcar/honrar o
pagamento?).
• Trocar de casa?
Como vimos, todas as possibilidades são viáveis e devem ser avaliadas caso a caso, pois
não existe apenas a condição da existência do produto à disposição no mercado. Este produto
deve atender as necessidades personalíssimas de cada investidor, que deverá avaliar os prós
e contras de cada opção oferecida, uma a uma.
Escolher nem sempre é fácil, e o mercado está repleto de produtos e oportunidades que
fazem com que nossas dúvidas sejam cada vez maiores. Isso é normal e faz parte do leque de
opções possíveis, por isso da necessidade de se saber (de antemão) o que se pretende para
o futuro.
E atenção, o que é bom para o seu vizinho, seu cunhado, ou seu melhor amigo, não
necessariamente é o melhor para você. A avaliação deve recair sobre as suas necessidades,
os seus sonhos, as suas metas, que podem ou não coincidir com os destas pessoas.
Considerações finais
Procurar ajuda e tentar conciliar as dívidas atrasadas o quanto antes é fundamental para
que a situação crítica não passe a ser calamitosa e de difícil reparação.
Vimos que esta condição inibe novas possibilidades de crédito e compromete eventuais
análises de novos credores a seu respeito. Deixar para outro dia – a resolução de como agir
– só fará com que o assunto (e a dívida) tome proporções no estilo “bola de neve”, ou seja,
quanto mais postergarmos, maior ela poderá se tornar.
Cuidar bem dos nossos recursos é determinante para que ele não evapore antes do mês terminar.
Desconfie de convites “só por hoje” ou “aproveite esta oportunidade que só estou
dando a você”, pois tais propostas tentadoras não costumam estar revestidas de todas as
formalidades e princípios do mercado.
Pela teoria das finanças, a relação de risco e retorno é sempre clara: quanto maior o
risco, maior o retorno, e quanto menor o risco, menor o retorno.
Não existe milagre financeiro, nem oportunidade imperdível dada somente a você!
Quando se trata de dinheiro – no caso de golpes, por exemplo, que “vendem” um risco
baixíssimo por um lucro acima da média do mercado –, isso é insustentável em termos
práticos, não caia nessa arapuca nem se deixe levar pelas emoções e discursos inflamados.
Evite tomar decisões com base em emoções ou só para ajudar um gerente a cumprir
uma meta.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 9
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
O negócio tem que ser bom para você, que poderá analisar a proposta oferecida e
ponderar seus prós e contras, e se esta proposta atende as suas necessidades e metas.
Vale investir um tempo nestes guias disponíveis pela internet, pois eles têm sido grandes
reguladores à população em geral, que cada vez mais, se conscientiza da necessidade de
entender melhor de finanças para que a vida se torne mais planejada, e com isto, com menos
surpresas negativas.
Referências
BACEN. Banco Central do Brasil. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br>. Acesso em: 05 set.
2013.
KERR, R. B. Mercado Financeiro e de capitais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
MARTINS, L. Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Aula 07
Introdução ao mercado financeiro e suas alternativas
(produtos e características) – parte 1
Objetivos Específicos
• Reconhecer os principais produtos disponíveis no mercado financeiro e
identificar o tipo de produto para pessoa física.
Temas
Introdução
1 Conceitos e divisões
2 Mercado monetário
3 Mercado de crédito
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Neste capítulo, realizaremos uma introdução ao mercado financeiro, apresentando uma
visão geral e as principais divisões destinadas às pessoas físicas, que neste caso, é o próprio
aluno.
1 Conceitos e divisões
Segundo Securato, o mercado financeiro é:
• Bancos comerciais;
• Bancos de investimento;
• Caixas econômicas;
• dentre outros.
Além das instituições supramencionadas, é importante citar que, atuando em nome dos
bancos, existe a figura dos correspondentes bancários, no qual pode-se relacionar tipicamente
as casas lotéricas, farmácias, supermercados e outros estabelecimentos varejistas que
oferecem alguns serviços bancários e de pagamentos, facilitando – e muito – a vida de todas
as pessoas.
prazo para capital de giro e capital fixo. É constituído por instituições não bancárias,
instituições componentes do sistema de poupança e empréstimo (SBPE) e diversas
instituições auxiliares.
2 Mercado monetário
O mercado monetário – também chamado mercado de moeda – é uma subdivisão do
mercado financeiro. Como o próprio nome “monetário” sugere, está ligado à circulação da
moeda. Ele é o grande responsável pela formação das taxas de juros – a Taxa Selic (Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia) – e o CDI.
2.1 Liquidez
É um adjetivo dado a um ativo financeiro de fácil negociação, ou seja, o quão rápido
ele pode vir a se tornar dinheiro. Ativos com alta liquidez são comprados e vendidos com
facilidade.
Títulos sem liquidez não são negociados a curto/ curtíssimo prazo, pois não há tantos
compradores. Entender a questão da liquidez é determinante para que se possa aplicar de
forma a atender às suas necessidades reais.
Para constar:
• Isso posto, pode-se afirmar que no mercado primário quem vende as ações é a
companhia, e no secundário, o vendedor é você, investidor, que se desfaz das ações
para reaver seu dinheiro. Por isso que os negócios realizados em Bolsa de Valores
correspondem ao mercado secundário.
(...) é utilizado pelo BACEN para controlar a liquidez monetária da economia. Isso é
feito por meio de venda ou recompra de títulos públicos. Títulos públicos, do ponto
de vista legal, podem ser emitidos pelos municípios, estados, Distrito Federal, e
pela Federação, e são registrados como dívida mobiliária. Atualmente, por motivos
de liquidez são negociados apenas títulos públicos federais, emitidos pelo Tesouro
Nacional. (KERR, 2011).
Os referidos títulos têm sua utilidade para financiar a dívida pública, antecipar receitas
e controlar a liquidez da economia e são vendidos por intermédio de oferta pública (com ou
sem a realização de leilões – Tesouro Direto), e emissões destinadas a atender às necessidades
específicas.
1. emissões de bancos, e
2. de empresas.
De acordo com Kerr (2011), as empresas emitem debêntures e commercial papers (notas
promissórias). Esses títulos são registrados e custodiados na Central de Custódia e Liquidação
Financeira de Títulos (Cetip), similarmente ao que ocorre com os títulos públicos na Selic.
2.2 Debêntures
São títulos de dívida, de médio e longo prazo. Quem as adquire, possui um direito de
crédito contra a companhia emissora, ou seja, torna-se credor dessa companhia. Todas as
características deste investimento estão definidas na sua escritura de emissão. Qualquer
pessoa poderá investir neste título e suas vantagens podem ser elencadas como de maior
liquidez, rentabilidade maior que outras aplicações de renda fixa, como CDB, e o fato de você
saber quanto seu dinheiro vai render após o prazo estabelecido.
Cetip é uma sociedade civil sem fins lucrativos, criada pela Andima1 , e prestadora
de serviços que oferece suporte técnico e operacional às instituições, fomentando novos
mercados e trabalhando pelo desenvolvimento do Sistema Financeiro Nacional, desde março
de 1986, para preencher a lacuna de um sistema eletrônico de custódia e liquidação financeira
no mercado de títulos privados. Posteriormente, passou a garantir, custodiar e liquidar
operações envolvendo também títulos públicos, incluindo títulos estaduais e municipais que
ficaram de fora das regras de refinanciamento da dívida estadual.
1 Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro) — uma entidade civil sem fins lucrativos que reúne instituições
financeiras de diversos segmentos, incluindo bancos comerciais, múltiplos e de investimento; corretoras e distribuidoras de valores; e
administradores de recursos. Vale dizer que a Andima, desde outubro de 2009, uniu-se à Associação Nacional dos Bancos de Investimento
(Anbid), tornando-se e formando-se a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), que continua
sendo gerida pelo Banco Central do Brasil, sendo a Celic gerida pela Anbima em razão desta união.
As instituições bancárias são obrigadas por lei a fechar diariamente suas contas de
débito e crédito, e este acerto é feito pelas próprias instituições financeiras no mercado
interfinanceiro. Vale destacar que instituições devedoras tomam recursos, e as instituições
credoras os emprestam.
3 Mercado de crédito
O mercado de crédito visa suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazos das
pessoas físicas e empresas.
Pessoas físicas:
• Cheque especial;
• Crédito pessoal;
• Cartão de crédito;
• Crédito consignado.
Pessoas jurídicas:
• Linha automotiva;
• e outros.
É o contrato em que o banco realiza com o seu correntista, para que o mesmo tenha já
definido entre as partes um valor (crédito) automaticamente disponível em sua conta corrente.
Entretanto, o correntista só deverá pagar juros e outros encargos previstos no contrato, se
efetivamente utilizar o seu limite do cheque especial. Caso contrário, se o correntista só
gastar o saldo disponível sem a utilização do limite, nada será devido ao banco por conta
deste contrato. Geralmente o cálculo dos valores devidos pela utilização são debitados do
correntista no mês subsequente à utilização. A atenção para este tipo de contrato se dá
devida as sabidas taxas elevadas no caso de utilização.
Ressalta-se aqui, que para adquirir referido crédito, o sujeito precisa ser correntista de
uma instituição bancária, possuindo ali, uma conta corrente.
Este tipo de produto (cheque especial) deve ser usado com muito cuidado e da forma
mais moderada possível. Recomenda-se utilizá-lo em caso de urgência, pois pode se tornar
um vício seu uso sem reservas, já que se trata de um dinheiro disponível imediatamente,
ficando “fácil” cair na tentação.
Segue uma linha parecida com o cheque especial. É um crédito pré-aprovado em que
o cliente recebe um cartão para compras, e receberá uma fatura todo dia do vencimento
para pagamento (se realizar despesas durante o período), onde constará o valor mínimo a
pagar e o valor total. Alguns estabelecimentos parcelam no cartão de crédito o valor total da
aquisição, o que acabará comprometendo o valor total do crédito. Por exemplo, seu limite
de crédito é de R$1.000,00 e você comprou parcelado R$ 400,00 em 4 parcelas a vencer
no cartão de crédito. Mesmo havendo um saldo a pagar neste mês de R$ 100,00 referente
à parcela 01/04, seu saldo credor estará reduzido a R$ 600,00 imediatamente, visto que a
instituição entende que você já comprometeu R$ 400,00 do seu crédito.
Existem compras que valem a pena o uso do cartão de crédito. É um recurso com
valores pré-aprovados, sendo que o uso para liquidação integral na fatura é ainda o mais
recomendado, uma vez que inexistirá cobrança de juros além do valor da compra em si. Por
outro lado, existe a vantagem da possibilidade de se acumular pontuação em seu cartão
de crédito e revertê-la para algum sistema de alguma companhia aérea para conversão em
milhas aéreas, ou seja, cada valor gasto em reais, bem como cada valor gasto em dólares, é
revertido também numa pontuação do próprio cartão de milhagem, e depois de “x” milhas
é possível converter a pontuação em passagens aéreas. Algumas instituições bancárias
também possuem programas próprios de conversão, e permitem a troca da pontuação por
bens disponíveis na parceria.
Entretanto, na prática encontramos até quem empreste dinheiro mesmo sem qualquer
garantia. Tratam-se aqui das financeiras que buscam como objetivo de negócio um maior
volume que conseguir de créditos, sem que com isto analisem adequadamente o cliente.
Toda vez que não houver um lastro para o empréstimo, ou seja, uma garantia real ou uma
análise mais minuciosa do crédito do devedor, o valor deste dinheiro será sempre superior
ao crédito concedido após uma análise mais apurada. Esse tipo de crédito deve ser opção
quando todas as demais se esgotarem, pois não é, sabidamente, o melhor juros do mercado.
Também conhecido como desconto em folha de pagamento, é o crédito dado com base
na renda proveniente de salário e ou benefícios do cliente. Neste caso, o determinante é
justamente o fluxo repetitivo e constante dos recebíveis pelo cliente, para que o banco aceite
realizar esta operação.
Entretanto, caso a pessoa perca o emprego, a instituição bancária não conseguirá mais
abater a respectiva parcela do empréstimo. Para que casos assim não diminuam a margem do
menor risco deste produto, os bancos se valem de seguros, que garantem tantas parcelas do
crédito havido, tudo combinado previamente por meio de apólice para este tipo de produto.
Neste caso, o limite de crédito é definido de acordo com o salário da pessoa, e não
ultrapassará 30% (trinta por cento) do seu rendimento líquido o valor da prestação mensal.
Para aquisições de montante equivalente até 30% do rendimento líquido por parcela,
vale sua utilização para compras, por exemplo, de computadores ou eletroeletrônicos em
geral, pequenas reformas, alguma substituição necessária de materiais em geral que não
possam esperar a economia do dinheiro para pagamento à vista.
(...) como percentuais de custo de aquisição dos bens que serão financiados, prazos
de financiamento e outros limites operacionais, são decididos pelo Banco Central,
que considera a conjuntura econômica e os objetivos governamentais de expansão
ou retração do crédito. As instituições de crédito, por sua vez, fixam as suas condições
específicas de acordo com as políticas internas, avaliando a disponibilidade de recursos
e o risco associado a cada operação. As taxas podem ser pré-fixadas ou pós-fixadas,
sendo as prestações, em geral, iguais, mensais, fixas e consecutivas.
É importante salientar que se o financiamento for muito longo, a taxa de juros poderá
ser mais elevada.
Toda vez que utilizarmos o depósito junto a um banco, estamos efetivamente guardando
nosso dinheiro (nossa moeda) em uma instituição bancária.
Considerações finais
Este capítulo visou apresentar e introduzir o mercado financeiro e suas subdivisões, bem
como apresentar alguns produtos e características visando a própria pessoa que analisa.
Referências
BACEN. Banco Central do Brasil. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br>. Acesso em: 05 set.
2013.
KERR, R. B. Mercado Financeiro e de capitais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
MARTINS, L. Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Aula 08
Introdução ao Mercado financeiro e suas alternativas
(produtos e características) – parte 2
Objetivos Específicos
• Reconhecer os principais produtos disponíveis no mercado financeiro e
identificar o tipo de pessoa para cada produto.
Temas
Introdução
1 Mercado de câmbio
2 Mercado de capitais
3 Títulos privados de renda variável
4 Principais títulos privados de renda fixa
5 Letra de câmbio
6 Outros títulos privados de crédito e assemelhados
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Nesta aula, abordaremos sobre o mercado de câmbio e suas taxas, o mercado de capitais,
os títulos privados de renda variável e dos títulos privados de renda fixa.
1 Mercado de câmbio
No mercado de câmbio, como o próprio nome sugere, é onde se negociam moedas
estrangeiras.
A pergunta aqui seria: Por que, vivendo no Brasil, aonde a moeda é o Real, indivíduos
desejam e trocam a moeda local para outra de outro país?
Isso ocorre porque quando vamos visitar outro país, a moeda local deles é estrangeira
para nós, e como deveremos negociar com a moeda local, quando visitamos outro país, ou
quando desejamos importar ou mesmo investir no exterior, a moeda daquele país é a que
deverá ser utilizada.
Geralmente adquirimos moeda de outro país quando temos a intenção de viajarmos para
lá, e assim, consumirmos naquele mercado, sendo possível além da moeda local, a utilização
do cartão de crédito internacional, onde receberemos como de costume, a fatura mensal em
nosso endereço registrado e efetuaremos o pagamento em reais, após a devida conversão da
moeda estrangeira pelo Real.
2. Bancos comerciais;
3. Corretores de câmbio;
4. Banco Central.
Importante ressaltar que existe outra função para o mercado de câmbio que é de
propiciar crédito. Neste caso, Securato afirma que:
Pensando sempre do ponto de vista do banco (ou outro agente autorizado a operar
pelo BACEN), a taxa de venda é o preço que o banco cobra para vender a moeda
estrangeira (a um importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o
preço que o banco aceita pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um
exportador, por exemplo). Ou seja, o câmbio é uma das variações mais importantes
da macroeconomia, sobretudo no que se refere ao comércio internacional. Quando
se deseja negociar ativos de um país para outro, quase invariavelmente temos de
mudar a unidade de conta do valor desses ativos – da moeda doméstica para a moeda
estrangeira. (MARTINS, 2010, p. 67).
Segundo Kerr:
Uma cotação é direta quando ela expressa o preço de uma unidade de moeda
estrangeira em moeda nacional. É a maneira como as cotações são expressas no
Brasil. Assim, uma típica taxa de câmbio expressará quantos reais são necessários para
comprar cada dólar. Por exemplo, a cotação de 1,7315 significa que US$ 1,00 está
custando R$ 1,7315. Por outro lado, uma cotação indireta expressará o preço de uma
unidade da moeda nacional em moeda estrangeira. Por exemplo, a cotação indireta
dessa mesma taxa seria dada por 0,5775, ou seja, R$ 1,00 está custando US$ 0,5775. É
fácil perceber que uma cotação direta no Brasil corresponderia a uma cotação indireta
nos Estados Unidos e vice-versa. Também é fácil perceber que a cotação indireta é o
inverso da cotação direta. (KERR, 2011).
• liquidez internacional;
• risco país;
• intervenção do Bacen.
• controle inflacionário;
• importadores;
Principais prejudicados com a valorização • turismo nacional, pois com nossa moeda forte, fica
do real (queda do dólar) mais acessível viajar fora do país para os brasileiros.
2 Mercado de capitais
O mercado de capitais é um setor fundamental para a expansão do país. Nos dizeres de
Securato, este mercado:
(...) supre a lacuna deixada pelo mercado de crédito com a estruturação de operações
e produtos para intermediação de recursos de investidores para empresas que
precisam de recursos de longo prazo. Ou seja, a limitação do crédito bancário para
curto e médio prazo e a escassez de recursos de bancos de desenvolvimento para o
financiamento do processo produtivo fazem do mercado de capitais a principal forma
de financiamento para as empresas no longo prazo. (SECURATO, 2009, p. 135).
As operações usualmente podem envolver operações com valores mobiliários, tais como
ações, debêntures, comercial papers, bônus de subscrição.
• as clearings;
• as sociedades corretoras;
- after market: como o próprio nome explica, o pregão eletrônico continua a funcionar
depois do encerramento do dia, com certas limitações;
As bolsas de valores são associações civis e com funções de interesse público. Conforme
salienta Securato:
Já o mercado de balcão:
(...) caracteriza-se por ser um mercado de títulos sem lugar físico determinado para
as transações, que são realizadas por telefone e/ ou via computadores entre as
instituições financeiras. Nesses mercado são negociadas as ações de empresas não
listadas em bolsas de valores, além de outras espécies de títulos. (SECURATO, 2009,
p. 138).
As ações também podem ser diferenciadas quanto à sua classe, como A, B, C... e sua
nominação é estabelecida pela própria empresa em seu Estatuto Social.
• De 2ª linha: são ações um pouco menos líquidas, emitidas por empresas de boa
qualidade, em geral de grande e médio porte;
• De 3ª linha: são ações com pouca liquidez, emitidas por empresas de médio e
pequeno porte.
Sobre a rentabilidade das ações, isso é variável, pois parte dela é composta de dividendos
como também de participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa, e outra
parte provém do eventual ganho de capital na venda da ação.
Juros sobre o Capital Próprio (JSCP): ao invés de distribuir dividendos, como acima
mencionado, é possível a empresa optar por remunerá-los através do pagamento de juros
sobre o capital próprio, e desde que estabelecidas previamente através de regulamentação
própria.
Bonificações em dinheiro: além dos dividendos, pode existir de forma excepcional, que
alguma empresa possa conceder aos seus acionistas uma bonificação em dinheiro, como uma
participação adicional em seus lucros.
(...) são aquelas que garantem a seu titular o direito de comprar do lançador (o
vendedor) um lote determinado de ações ao preço de exercício, a qualquer tempo,
até a data de vencimento da opção, e opções de venda são aquelas que garantem a
seu titular o direito de vender ao lançador (vendedor da opção) um lote determinado
de ações ao preço de exercício, na data de vencimento da opção.
Se uma pessoa investe em debêntures, ela se torna credora dessa companhia que emitiu
o título. E quanto à sua conversibilidade em ações, existem as que podem ser convertidas
e as que não podem ser convertidas, ocasião em que serão liquidadas normalmente nos
prazos ali estipulados, pois todas as informações deste título como sua característica, prazo,
remuneração etc., estão contidas no corpo do seu título.
• Com garantia flutuante – como nos dizeres de Securato (2009), “asseguram o privilégio
geral sobre os ativos da emissora, em caso de sua falência. Os bens, entretanto, não
ficam vinculados à emissão, permitindo à emissão dispor deles sem prévia autorização
dos debenturistas”;
• Natureza pública – É feita por uma companhia de capital aberto com registro na
Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
5 Letra de câmbio
É uma ordem de pagamento, com renda fixada e tempo certo de vencimento. Ela possui
requisitos próprios e particulares, e sua origem é o contrato de financiamento celebrado
entre o consumidor e a instituição financeira, pois somente as financeiras podem emitir tal
ordem.
• Seus rendimentos são pagos juntamente com o valor do principal. Se forem de renda
mensal, poderão ser pagas mensalmente;
• Tem termo final, ou seja, só podem ser exigidas à partir da data mencionada como
seu vencimento.
Entende-se por hipoteca uma garantia real que incide sobre bens imóveis que pertençam
ao devedor ou a terceiros, por exigência do credor, para a garantia de uma dívida, e alienação
fiduciária (outro direito real de garantia) trata-se de um negócio jurídico pelo qual o devedor,
ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da
propriedade resolúvel de coisa imóvel.
Considerações finais
Nesta aula abordamos o mercado de câmbios para compreendermos melhor as
necessidades e possibilidades no caso da troca das moedas. Esse mercado é determinante
para turistas, importadores, exportadores, investidores, uma vez que, conforme explicado,
quando formos negociar com outro país, onde a existência de outra moeda diferente da
nossa, devemos trocar nossa moeda para prosseguirmos com nossas intenções a fim de
realizarmos nossas transações.
Referências
BACEN. Banco Central do Brasil. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br>. Acesso em: 05 set
2013.
KERR, R. Mercado Financeiro e de capitais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
MARTINS, L. Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Aula 09
Introdução ao mercado financeiro e suas alternativas
(produtos e características) – parte 3
Objetivos Específicos
• Analisar os prós e contras dos produtos do mercado financeiro: leasing,
empréstimo bancário, poupança, CDB.
Temas
Introdução
1 Conceito de mercado financeiro
2 Leasing
3 Empréstimo bancário
4 Poupança
5 Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
6 CDB
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Neste capítulo, iremos abordar e apresentar os prós e contras dos produtos do mercado
financeiro, como leasing, empréstimo bancário, poupança e CDC. Existem diversos outros
produtos, entretanto, esses citados são os mais comumente utilizados no momento atual.
pode ser compreendido como o processo pelo qual as pessoas interessadas em vender
algum produto ou serviço encontram-se com pessoas interessadas em comprar esse
mesmo produto ou serviço. Tanto compradores quanto vendedores, após uma análise
de suas alternativas, efetuam a transação que melhor atende a suas necessidades,
estabelecendo um preço de equilíbrio em um processo conhecido como lei de oferta
e demanda. (OLIVEIRA, 2011, p. 09).
Segundo Securato,
2 Leasing
Pela definição do Banco Central do Brasil,
a. prazo do contrato;
d. preço para opção de compra ou critério para sua fixação, quando for estipulada
esta cláusula.
De acordo com o Banco Central do Brasil, nas operações de leasing não há incidência de
IOF (imposto sobre operações financeiras), mas sim do ISS (imposto sobre serviço).
O prazo mínimo de arrendamento é de dois anos para bens com vida útil de até cinco
anos e de três anos para os demais.
Por exemplo: para veículos, o prazo mínimo é de 24 meses e para outros equipamentos
e imóveis, o prazo mínimo é de 36 meses (bens com vida útil superior a cinco anos).
Existe, também, modalidade de operação, denominada leasing operacional, em que o
prazo mínimo é de 90 dias (BACEN, 2013).
O que pode ser objeto de leasing? Praticamente tudo que possa vir a ser locado, seja
bens móveis ou imóveis.
• operacional;
• financeiro;
• lease-back, frequentemente utilizado por pessoa jurídica por ser mais interessante
para as empresas, porém não há restrições para pessoa física.
Os casos mais comuns para pessoa física são os leasing na compra de veículos novos
e usados. Dependendo da taxa no momento da transação, essa operação é extremamente
interessante e permite que a pessoa já fique em posse do bem objeto do contrato de
leasing, servindo o próprio bem como garantia deste contrato, sendo vantajoso pelo
pouco comprometimento de capital para a efetivação do contrato e recebimento do bem,
podendo, ao final do prazo, optar por adquiri-lo ou devolvê-lo. As taxas deste contrato
devem ser analisadas em comparativo com as taxas de um financiamento.
3 Empréstimo bancário
O Banco Central do Brasil define o empréstimo bancário como:
um contrato entre o cliente e a instituição financeira pelo qual ele recebe uma
quantia que deverá ser devolvida ao banco em prazo determinado, acrescida dos
juros acertados. Os recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica
(BACEN, 2013).
• não forneça seus dados pessoais nem cópia de documentos para desconhecidos.
Certifique-se que está tratando com uma instituição séria, e só depois de analisar
e decidir firmar contrato com a mesma, disponibilize seus dados;
• nunca assine um documento sem ler. Pode parecer cansativo, e existem contratos
realmente longos, com várias páginas. Não interessa. Se existem todas aquelas
cláusulas, elas te vincularão, portanto, é importante a leitura e a sua compreensão
(BACEN, 2013).
Mas fique atento: se a dívida gerar a inclusão do nome nos órgãos de proteção ao crédito,
ficará cada vez mais difícil a obtenção de créditos para “limpá-lo” de forma imediata, pois as
instituições analisam esta situação antes da concessão do crédito.
4 Poupança
Sem dúvida nenhuma, a poupança é a modalidade mais popular e tradicional de investimento.
Destinada, a grosso modo, ao público que poupa pequenas quantias, ela recebe depósitos de
qualquer valor e permite saques a qualquer momento, portanto, tem liquidez imediata.
2. Sua baixa rentabilidade, muitas vezes, pode ser inferior à própria inflação.
Dica: poupar para comprar bens à vista é sempre uma medida interessante. Quando
se tem o valor total da compra, fica mais fácil negociar mais desconto, além de não existir
parcelas futuras que comprometerão uma renda que ainda está por vir.
tanto quanto o RDB (Recibo de Depósito Bancário) são títulos emitidos por bancos,
registrados no Cetip e utilizados para captação de recursos junto aos investidores. Tais
recursos são, posteriormente, repassados aos clientes nas operações de financiamento
tradicionais do mercado de crédito (SECURATO, 2009, p. 325).
- CDB/RDB prefixados ou emitidos com taxa flutuante não têm prazo mínimo de
emissão, mas estão sujeitos à tabela de IOF, caso sejam regatados antes de 30 dias;
- CDB/RDB são gravados à alíquota de 15% sobre o rendimento bruto para efeito de
imposto de renda retido na fonte por ocasião do resgate, desde que o resgate ocorra
após 30 dias da emissão;
- CDB/RDB, quando emitidos a taxas flutuantes, a sua emissão deve ser regulamentada
e de conhecimento público (SECURATO, 2009, p. 326).
Para pessoas físicas com valores mais expressivos a aplicar (acima de R$ 5.000,00, por
exemplo), o CDB tem sido uma opção interessante, com rentabilidade indiscutivelmente
acima da poupança.
Não existe valor mínimo exigido, variando de instituição financeira para instituição
financeira este valor, que na maioria dos bancos é de R$ 500,00 a R$ 1.000,00 até o limite da
possibilidade de cada um.
Considerações finais
Neste capítulo, abordamos alguns produtos financeiros, bem como definimos o mercado
financeiro em algumas modalidades.
Apresentamos aqui alguns produtos, sendo que, conforme menciona Oliveira (2011),
“existem diversas formas de investir que variam de acordo com o ativo escolhido e em função
de suas características.”
O termo “reais” não significa realidade ou verdade, mas deriva do termo em latim res,
que significa propriedade, ou seja, representa a posse de bens. Não há data de vencimento
ou resgate para esses ativos, e o investidor somente obtém o retorno do principal de seu
investimento por meio da venda do bem. São exemplos de ativos reais ou imóveis, as ações,
o ouro etc.
Dívidas securitárias são contratos de empréstimo para os quais são emitidos títulos que
certificam sua existência e padronizam suas características. As dívidas securitárias diferem dos
ativos reais pela existência de juros remuneratórios e de uma data de vencimento. Portanto,
o investidor pode obter seu dinheiro de volta vendendo o título ou esperando seu resgate.
São exemplos de dívidas securitizadas os títulos públicos federais, os CDBs, as debêntures, as
notas promissórias etc.
Diante deste cenário, é fato dizer que todos os investimentos podem ser negócios
interessantes ou não, dependendo das variáveis como valor a ser investido, prazo de
investimento, necessidade dos recursos a curto, médio ou longo prazo, além das questões já
mencionadas como incidência ou não de impostos.
Não existe uma regra para definir que tal investimento é bom negócio ou não, o que se
avalia é justamente o conjunto das considerações mencionadas.
Referências
BACEN. Banco Central do Brasil. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br>. Acesso em: set./2013.
BACEN. Resolução nº 4.222, de 23 de maio de 2013. Altera e consolida as normas que dispõem
sobre o estatuto e o regulamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Disponível em:
<http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2013/pdf/res_4222_v1_O.pdf>. Acesso em: set./
2013.
BRASIL. Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974. Dispõe sobre o tratamento tributário das
operações de arrendamento mercantil e dá outras providências. Brasília, 1974. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6099.htm>. Acesso em: 05 set. 2013.
SECURATO, J.R. Mercado financeiro: conceitos, cálculo e análise de investimento. 3 ed. São
Paulo: Saint Paul, 2009.
OLIVEIRA, G. Mercado financeiro. 2 ed. São Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2011.
Aula 10
Introdução ao mercado financeiro e suas alternativas
(produtos e características) – parte 4
Objetivos Específicos
• Compreender a importância e benefícios do mercado securitário (seguro de
bens e de vida).
Temas
Introdução
1 Conceitos e definições do mercado securitário
2 Seguros
3 Tipos de seguros
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Qual é a importância dos seguros em nossa vida? Quais são seus reais benefícios?
Neste capítulo, iremos abordar o mercado securitário (seguro de bens e de vida), seus
produtos e seus benefícios como uma segurança real para a proteção da pessoa e da família.
Culturalmente, muitas vezes as pessoas não davam importância para os seguros pois, em
geral, havia mais necessidades básicas a serem supridas do que bens que necessitavam de
garantias. Entretanto, com a economia do país crescendo, as pessoas foram saindo do nível
da pobreza e, com melhores e maiores condições de rendimento e de investimento, ampliou-
se a aquisição de bens e os seguros passou a ser mais acessível para todas as camadas da
população brasileira.
Muitas vezes, o termo é confundido com a indenização em si, mas para que fique mais
claro, é importante destacar que o termo “prêmio” foi escolhido na época do início
das atividades securitárias. Como ninguém corria risco por ninguém, a questão era
abordada assim: “eu te premio se você segurar minha carga marítima”, por exemplo.
Então, não havendo nenhum sinistro, o prêmio seria de quem assegurou e assumiu o
risco; por isso, este termo permanece até os dias de hoje.
c. Sinistro: É quando ocorre um evento considerado incerto e coberto pela apólice que
contratamos.
e. Capital segurado: É o valor estipulado entre as partes como valor que será objeto de
indenização, caso ocorra um sinistro coberto no contrato assinado entre as partes.
g. Corretor de seguros: Pode ser uma pessoa física ou jurídica que fará a intermediação
entre o cliente e as seguradoras. Recebe comissão da seguradora por seus serviços,
(num percentual do prêmio pago pelo segurado), buscando as melhores soluções e
produtos para cada caso específico. Também é o responsável pela intermediação deste
contrato em caso de sinistro, distrato ou endosso. Ele é o especialista devidamente
habilitado que terá condições de ajudar nas melhores escolhas, para decidirmos
sobre capital segurado, até das análises das seguradoras e dos produtos específicos e
possíveis para cada necessidade.
2 Seguros
Geralmente, compramos um produto com a finalidade de utilizá-lo ou consumi-lo. Isso
não acontece com o seguro. Ao contratá-lo, queremos a proteção e não necessariamente sua
utilização, o que o torna um produto muito interessante.
Quando conseguimos evitar e/ou controlar, é possível que a necessidade de seguro seja
analisada, mas não imprescindivelmente “consumada” como uma real solução. Às vezes,
o valor do sinistro não compensa o valor do prêmio a pagar. Ou então, o que se pretende
segurar não tem valor de mercado que justifique o valor a ser pago pelo seguro.
2. Aceitar o risco
No quesito da aceitação do risco, é uma análise mais fria de quanto vale o que
queremos segurar e de quanto perderíamos caso não segurássemos. Se a equação
for suportável, a não-contratação do seguro pode ser a medida.
3. Transferência do risco
É importante frisar que “fazer seguro” tem a finalidade, o intuito de repor o patrimônio
no mesmo molde em que se encontrava antes da ocorrência do sinistro, e não, como alguns
podem pensar, de ter a finalidade de enriquecer ou obter patrimônio superior ao bem já
existente. Não é esta a proposta.
Tem a finalidade de assegurar esta mesma estabilidade para o seu patrimônio (como por
exemplo, seu veículo, sua moradia, ou até mesmo para os seus equipamentos eletrônicos ou
qualquer item passível de seguro). Ele permite uma melhor qualidade de vida, pois com o
seguro, sabemos que não desperdiçaremos nossos investimentos, uma vez que sabemos que
ele está garantido (nos moldes do contratado).
Caso tenha dúvidas, questione antes da assinatura do contrato, pois tudo o que ele
contiver fará lei entre as partes, e alegar ignorância após o sinistro consumado geralmente
não causa nenhuma alteração no que está descrito. Por isso, reforço em lembrar que todas as
cláusulas e valores mencionados devem estar claros para as partes envolvidas, sem exceção.
3 Tipos de seguros
Segundo a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), no Brasil há 89 tipos de
seguros cadastrados que podem ser contratados. Iremos destacar alguns produtos apenas,
visto que nossa finalidade é abarcar os principais produtos já tradicionalmente aceitos. Os
tipos de seguros mais comuns são:
A necessidade para cada cobertura em si deve ser analisada com ponderação, pois sua
função é atender exatamente a necessidade de cada pessoa, não sendo preciso, muitas vezes,
contratar todas as coberturas possíveis.
Se você analisar um veículo obtido pelo valor de todas as suas economias e perdê-lo
numa colisão ou furto (sem a contratação de seguro algum), será o desmoronamento de todo
o seu patrimônio num único piscar de olhos.
Entretanto, se com a análise da compra desse veículo você também calculou o custo do
seguro, garantindo, assim, a permanência do seu patrimônio em casos eventuais, você está
agindo de forma absolutamente correta no intuito de preservação.
É importante analisar qual o interesse da própria pessoa e quais riscos ela está disposta
a correr. Como já foi dito à exaustão, não existe certo e errado, existem razões para esta ou
aquela decisão.
O valor das coberturas também deve ser objeto de atenta análise. Se você estiver
numa capital, na qual circulam diversos veículos, no interior ou em uma cidade menor, isso
impactará na sua decisão. Existem algumas variáveis no cálculo, como, por exemplo: quantos
anos de habilitação o principal condutor tem, ou qual o CEP de pernoite, qual o modelo do
veículo (sendo que veículos mais esportes e arrojados geralmente custam mais caro que
veículos mais comerciais), se o veículo fica em garagem fechada ou aberta, se ele é utilizado
para frequentar escolas diariamente ou só para passeio etc.
A soma de diversas variáveis determinará o valor final a ser pago, e esta análise,
juntamente com o corretor de seguros, será um norte na hora da decisão, e às vezes, até
na hora da escolha na troca do modelo do seu veículo, pois seguramente existem veículos
mais visados para roubos de acordo com a análise já apurada pelas seguradoras e que os
corretores têm acesso.
Este tipo de seguro costuma ser bastante acessível e trazer alguns serviços adicionais
interessantes, como chaveiro 24 horas, serviços de encanadores e eletricistas para pequenos
reparos, consertos em geral, dedetização, serviços para os animais de estimação da família,
desentupimentos etc. valendo quase sempre o custo envolvido neste contrato de seguro.
Se o imóvel for segurado, pode ser uma obrigação sua enquanto inquilino; se o imóvel
for próprio, nada melhor do que ter seu patrimônio assegurado contra os riscos possíveis e
ter a garantia e tranquilidade asseguradas por um contrato.
Ninguém está livre de causar dano a outrem, e este seguro visa assegurar (na maioria dos
casos) aos profissionais liberais uma garantia. Havendo algum dano devidamente coberto nas
cláusulas contratadas, o segurado estará amparado, já que na maioria das vezes seu maior
patrimônio é, de fato, o intelectual, ficando inviável o ressarcimento de algum dano em caso
de sinistro sem a contratação deste seguro.
Algumas empresas exigem dos profissionais autônomos que as atende este tipo de
seguro vigente, mas, felizmente, isso ainda é minoria (em termos obrigacionais). O Brasil tem
se mostrado bastante interessado neste tipo de produto diante da tranquilidade que oferece
aos seus segurados.
Reiteramos a importância crucial em ler todas as cláusulas do contrato (no caso, apólice),
e, se necessário, tirar todas as dúvidas, sejam elas quais forem, (e antes de sua assinatura),
pois o que está em jogo, aqui, é justamente o futuro financeiro da sua família, e uma vez
assinado, é o que valerá entre as partes.
Vale destacar que, quanto maior a idade do segurado, maior é o valor do prêmio, e,
por consequência, quanto menor a idade do segurado, menor o valor do prêmio. O valor da
cobertura é estimado pela parte contratante, mas geralmente este cálculo se baseia em 24
meses de salário do segurado, deixando sua família protegida por dois anos após o evento
(morte), ou outro valor que se justifique para atender as necessidades dos sobreviventes.
Não é um cálculo para deixar os beneficiários ricos, é um cálculo para que a família consiga
manter o seu padrão até encontrar outros meios de permanecer com ele ou se adequar à
nova realidade.
Para calcular este custo, existe a Tabela de Vida ou Tábua de Mortalidade, ou Tábua
Atuarial ou Tábua Biométrica, que indica e apresenta um modelo tabular de cálculo e são
criadas por meio do Censo. Elas são discriminadas por sexo feminino e masculino e sua função
é calcular (tarifar) o valor do prêmio mensal a pagar no seguro de pessoas. Como qualquer
outro seguro, a garantia do segurado é a emissão da apólice de seguros que será renovada
todo ano.
Considerações finais
Neste capítulo, abordamos alguns produtos securitários, bem como definimos algumas
terminologias mais usuais neste segmento.
Podemos perceber que, em alguns casos, a contratação do seguro pode não ser a melhor
solução, bem como podemos ter certeza que, para determinadas situações, ela oferece uma
tranquilidade e garantias que pouco veremos em outro tipo de produto.
É verdade que não temos ao certo como prever o futuro no sentido de predizê-lo, mas
temos ferramentas já comprovadas como seguras para mantê-lo o mais estável possível,
reduzindo a incerteza sobre o futuro e, assim, nos preocuparmos com outras questões da
vida.
Referências
CONTADOR, C. Economia do seguro: fundamentos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, G. Mercado financeiro. 2 ed. São Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2011.
Aula 11
Introdução ao mercado financeiro e suas alternativas
(produtos e características) – parte 5
Objetivos Específicos
• Identificar os tipos de financiamento imobiliário disponíveis no mercado.
Temas
Introdução
1 Avaliação para a compra de um imóvel
2 Sistema Financeiro de Habitação (SFH)
3 Carteira hipotecária
4 Consórcio
5 Financiamento direto com a construtora
6 Dicas do PROCON
7 Riscos e vantagens do investimento imobiliário
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
O que é necessário avaliar no momento da compra de um imóvel? Quais detalhes e
condições deve-se analisar antes de assinar um contrato de financiamento?
Deve-se ter em mente que realizar investimentos em imóveis é uma ação eficaz, pois
além de ser relativamente “simples” realizar a sua compra, o imóvel pode ser rentável (em
forma de aluguel), é valorizado com o decorrer do tempo e, também, é um ativo real. Nesta
aula, vamos abordar detalhes importantes que devem ser verificados na compra do imóvel.
a) Localização do imóvel
O lugar está adequado à intenção da compra? Se for para renda, é de fácil locação? Se
for para moradia, o bairro lhe agrada? Há quantos quartos? Há vagas de garagem suficientes
que atendam a minha necessidade ou de meu inquilino? Há transportes públicos na região?
Há escolas próximas? É uma rua com comércio ou apenas com residências? Tem feira na rua
algum dia da semana? Isso é bom ou ruim pra mim? Está dentro do meu orçamento?
Se, para responder estas perguntas, você tiver que visitar o imóvel diversas vezes, faça-o,
pois estamos nos referindo a um investimento com alto valor. Caso seja um imóvel que ainda
não foi construído ou que está em construção, cheque a idoneidade da construtora e/ou da
incorporadora, além de consultar e visitar outros imóveis já construídos pela mesma empresa.
b) Dados do vendedor
Se o imóvel for usado, verifique os dados do proprietário. Ele possui dívidas judiciais
que comprometam a venda? A documentação do imóvel está atualizada? Se não estiver, é
importante saber que o respectivo cartório de registro de imóveis emite certidões sobre
gravames ou ônus do imóvel, além de informações de propriedade e averbações em geral,
como confirmar se o imóvel foi dado em garantia (fiança) num contrato de locação.
Em caso de condomínios, exija quitação das mensalidades até a data da compra, para
não ser surpreendido com este passivo. Solicite uma ata da última assembleia do condomínio,
pois, assim, poderá ter uma ideia de quais são as necessidades, as reivindicações e problemas
dos moradores. Toda a cautela é necessária para que não tenha transtornos irreconciliáveis
na transação.
c) Análise do contrato
Leia tudo o que for assinar, sem exceção. Não tenha vergonha de pedir explicações
sobre quaisquer cláusulas que necessitem de maior esclarecimento. Atente-se: o imóvel
é um patrimônio valioso e não um bolo que, se vier com recheio errado, se pode trocar
imediatamente ou, então, experimentar um novo sabor.
Se o imóvel é para uso próprio, cuidado com aquisição de um bem com inquilino ainda
morando na residência. Às vezes, o transtorno e a demora da saída do locatário são tão
grandes que poderão lhe causar despesas extras e desnecessárias.
Se for para investimento, tenha consciência que o imóvel poderá ficar desalugado por
algum tempo e as despesas como IPTU, condomínio e manutenção serão do proprietário, até
que encontre um inquilino.
Como se pode perceber, as questões são simples, mas os itens a serem analisados são
complexos. Planejar esta conquista é a melhor estratégia para não se decepcionar com um
mau negócio. Se você sabe dessas variáveis e, mesmo assim, assume o risco, as prováveis
surpresas passam a fazer parte do leque de possibilidades já conhecidas e não causarão
tantos transtornos.
Seu principal atrativo é a taxa de juros mais baixa do que as encontradas no mercado,
além da possibilidade de utilização do FGTS. Nesta modalidade, não é permitida a compra de
imóveis comerciais.
As instituições bancárias não financiam 100% do valor total do imóvel. A maioria financia
até 80% do valor, o que equivale a dizer que é necessário ter disponível o valor da diferença
que não será financiada.
Destacamos aqui, também, que o imóvel financiado será a própria garantia do empréstimo
realizado. É importante analisar o período do financiamento, o valor da parcela, bem como
exercitar várias combinações para verificação das diferenças até encontrar a que melhor se
adapta às suas necessidades.
3 Carteira hipotecária
Diferentemente do SFH, a carteira hipotecária é um contrato com condições mais livres
de financiamento entre o mutuário e a instituição financeira.
• Pode ser firmado tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica;
Cada banco oferecerá uma condição particular, por isso, é aconselhável realizar uma
pesquisa entre as diversas instituições bancárias para averiguar qual atende melhor as suas
expectativas e necessidades. A análise deve ser realizada no momento efetivo de contratação,
uma vez que os índices e percentuais alteram frequentemente. Caso tenha analisado há algum
tempo atrás, refaça-a, pois você poderá encontrar condições interessantes neste momento,
diferente do que tinha encontrado anteriormente.
4 Consórcio
O consórcio é uma forma de adquirir um bem imobiliário (novo ou usado) a longo prazo,
sem incidência de juros.
A pessoa que optar pelo consórcio deve se planejar corretamente para tirar máximo
proveito desta modalidade. Ela não deve ter urgência em adquirir o imóvel, pois esta forma de
pagamento não garante entrega imediata, assim, é importante ter caixa disponível suficiente
para despesas de moradia como o pagamento do aluguel e o valor da prestação do consórcio.
Ao adquirir uma cota de consórcio, por meio de uma administradora, a pessoa assinará
um contrato de adesão, no qual constará todas as tratativas desta operação, tais como:
• valor do crédito;
• prazos;
• valores a pagar;
• condições da contemplação;
• entre outros.
Ao ser contemplado, não significa que o consorciado terá o seu bem imediatamente
disponível. Ele receberá uma carta de crédito que poderá ser utilizada para a compra de
qualquer tipo de imóvel: novo ou usado, comercial ou residencial, em qualquer lugar do país.
É difícil afirmar se esta modalidade é melhor ou pior que as demais possíveis, pois a
avaliação deve englobar necessidades e possibilidades caso a caso. Faça as contas e avalie sua
condição e necessidade para decidir.
O prazo deste contrato varia de acordo com cada construtora, mas geralmente varia
entre 50 e 120 meses.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 7
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
6 Dicas do PROCON
Os órgãos de defesa do consumidor em geral possuem uma experiência inigualável
quando o assunto é cuidado com o consumidor e, por isso, costuma emitir cartilhas e guias
de procedimento, com a intenção de ampliar as informações e experiências havidas com os
queixosos para diminuir questões que possam ser objeto repetido de más experiências, a
saber:
5. A instituição financeira não pode cobrar pela emissão do boleto bancário de cobrança.
6. O consumidor pode solicitar mudança de data da prestação mensal, mas isso poderá
gerar cobrança de taxa, dependendo do que estiver estipulado em contrato, por isso
deve-se ter cuidado em avaliar todas as cláusulas de qualquer contrato.
• Depreciação do valor
um apartamento de luxo, nos anos 70, tinha quatro dormitórios, uma suíte, dois
banheiros e uma garagem. O azulejo da moda era cor preta ou vermelha. Hoje, um
apartamento para o mesmo perfil de consumidor, tem quatro suítes, um lavabo,
quatro garagens, playground, salão de festas, sala de ginástica, segurança etc.
investir em grandes terrenos na periferia das cidades foi um ótimo negócio até a
década de 90. Mas hoje, existem riscos de invasão dos terrenos (2008, p. 20).
Apesar de parecer um “negócio da China”, ou seja, bom o bastante, o consumidor não tem
controle sobre o que poderá acontecer durante a construção do imóvel e sobre quais serão
as escolhas das construtoras, em geral. É valido analisar as reclamações e a idoneidade das
mesmas, porém, isso só garantirá uma tranquilidade no momento da transação e fechamento
de contrato. Não é garantido que a construtora “não quebrará” no curso da obra, ou seja,
nunca será possível termos controle sobre a saúde financeira da construtora.
você pode não ficar muito satisfeito com o produto final que receber. Comprar um
imóvel na planta é como comprar um sonho. Na hora de recebê-lo, talvez ele não seja
tão bonito quanto você imaginou.
A compra de um imóvel usado e/ou antigo, poderá necessitar de grandes obras com
custo elevado, sendo que este custo, provavelmente, não será recuperado depois em uma
próxima venda.
Às vezes, encontramos verdadeiras joias raras à venda com uma ou nenhuma vaga de
garagem. Mas dependendo das outras ofertas disponíveis no mercado, revender um imóvel
assim, nos dias de hoje, pode ser difícil e ter seu valor desvalorizado.
Há um ditado que diz: “Tem coisas na vida em que temos duas alegrias: no momento da
compra e no momento que conseguimos vender”.
Muitos novos compradores estão tão felizes com a compra do imóvel desejado que
podem passar despercebidos por esta informação preciosa. Procurar saber o valor do
condomínio é importantíssimo, pois ele fará parte das suas despesas fixas, e mais: na hora da
compra, é imprescindível checar a quitação do passado, pois esta responsabilidade é sempre
do proprietário. Informe-se antes para evitar surpresas negativas. Às vezes, mesmo sendo
casa, se estiver dentro de um condomínio horizontal, também terá esta despesa para ser
avaliada.
• Optar por comprar um imóvel “obriga” o investidor a ser disciplinado com o dinheiro
e não gastá-lo desnecessariamente;
Isso posto, verifica-se que existem diversos itens a serem analisados antes da efetiva
tomada de decisão e assinatura do contrato de financiamento.
Considerações finais
Neste capítulo, foram abordados alguns produtos para a aquisição de imóveis. Por se
tratar de um patrimônio que, via de regra, terá um custo elevado, é necessário um cuidado
adicional nas análises antes de assinar o contrato em si. Por isso, analise todas as possibilidades
e disponibilidades dos produtos de forma individualizada; e atente-se ao contrato, lendo
integralmente todas as cláusulas contratuais, tirando todas as dúvidas antes de sua assinatura,
pois ele estipula e determina quais são os itens contratados entre as partes e quais os deveres
e obrigações de cada um.
Esperamos que estas informações tenham ajudado você a entender suas necessidades
a ponto de enquadrá-las aos seus sonhos, ou que tenham dado as ferramentas necessárias
para que você chegue lá.
Referências
BACEN. FAQ – Consórcios – grupos formados a partir de 6.2.2009. Disponível em: <http://
www.bcb.gov.br/?CONSORCIOFAQ2>. Acesso em: 23 nov. 2013.
HALFELD, M. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. São Paulo: Editora
Fundamento, 2008.
Aula 12
Introdução ao mercado financeiro e suas alternativas
(produtos e características) – parte 6
Objetivos Específicos
• Identificar os tipos de previdência privada e diferenciar os seus produtos:
VGBL e PGBL.
Temas
Introdução
1 Importância do planejamento previdenciário
2 Previdência privada
3 VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres)
4 PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres)
5 VGBL e PGBL
6 Cuidados relevantes
7 Outras modalidades
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Costuma-se dizer que existem dois tipos de pessoas:
• as que acreditam que só vale viver o “aqui e agora” e, portanto, não se preocupam
com o futuro, e
Com a devida ressalva aos extremos supramencionados, vamos abordar produtos para
pessoas que vivem o presente, mas também se preocupam com o futuro, buscando, em suas
alternativas, uma forma equilibrada e saudável para quando o futuro chegar.
Há perguntas básicas que não são simples de serem respondidas “na flor da idade”,
como:
• Saberia dizer quanto de renda precisará por mês para manter seu padrão de vida?
Essas e tantas outras perguntas devem fazer parte do planejamento e das metas de cada
um, bem antes da “aposentadoria” chegar.
A dica é certa: quanto mais cedo você se planejar e decidir poupar, maiores serão seus
rendimentos, seus frutos e sua segurança com o futuro.
2 Previdência privada
Há dois tipos de previdência privada:
2.2 Aportes
Os aportes podem ser tantos mensais quanto eventuais (a qualquer tempo), lembrando-
se sempre que no contrato avençado haverá a descrição detalhada destas informações, que
devem ser lidas com extrema atenção.
É um plano aconselhável para pessoas que não têm renda tributável, já que não é
dedutível do imposto de renda. Vale destacar que é necessário o pagamento do imposto de
renda sobre o ganho de capital. Possui taxa de carregamento de até 5%, por isso, recomenda-
se a pesquisa por taxas menores.
Com o passar do tempo, o VGBL tem se popularizado bastante, uma vez que funciona de
forma semelhante a um fundo de investimentos, permitindo aportes mensais e a qualquer
momento.
• PGBL renda fixa: aplica 100% em títulos de renda fixa, públicos ou privados. O retorno
é menor e o risco também.
• PGBL composto: aplica até 49% em renda variável. Os ganhos serão maiores, e os
riscos, na mesma proporção, maiores também. A longo prazo, é a melhor alternativa,
com atenção ao aumento dos riscos.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 4
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
No PGBL (renda fixa e composto), o aplicador pode contribuir quando e com quanto
quiser. Eles são portáteis, ou seja, é possível transferi-los para outras instituições
administrarem.
Esses dois requisitos são obrigatórios por exigência da Lei nº 9532/97, que
oferece o benefício fiscal em até 12% de abatimento. O valor investido em PGBL
deve ser informado na declaração do imposto de renda anual. Saiba mais sobre
esta regulamentação, acessando o link disponível na midiateca da disciplina.
Nesta escolha, a alíquota seguirá a tabela progressiva do IR (a mesma tabela vigente para
cálculo do imposto de renda sobre os salários) e em casos de resgates antecipados, haverá
incidência da alíquota única de 15%.
3. Período de carência
5 VGBL e PGBL
5.1 Público-alvo
Conforme Hallfeld (2008, p. 109),
PGBL — Direcionado para pessoas que têm renda sujeita à tributação e que preenchem
o formulário completo da declaração do imposto de renda, pois suas contribuições serão
abatidas da renda bruta, assim como saúde e educação. O limite máximo é de até 12% da
renda bruta. Por exemplo, se um contribuinte que possui o plano PGBL aplica R$ 600,00
mensais (máximo do benefício fiscal de 12%) terá abatimento de imposto de R$ 148,55 por
mês ou R$ 1.782 por ano.
VGBL – Direcionado para as pessoas que não tem renda tributável ou para aquelas
que preenchem o formulário simplificado da declaração do imposto de renda, pois não há
vantagem tributária.
5.2 Portabilidade
Ambos os produtos são interessantes e atraem um público cada vez maior, pois possuem:
• pecúlio por morte, que seria, nos dizeres de Gallagher (2008), a importância em
dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura.
6 Cuidados relevantes
Como em qualquer produto a ser adquirido, existe a necessidade de nos valermos de
alguns cuidados relevantes para que o ingresso em um plano de previdência não se torne um
calvário futuro, conforme dicas abaixo:
7 Outras modalidades
Nos dizeres de Oliveira (2011, p. 293) “as aplicações realizadas nesse tipo de fundo
não contam com garantia mínima de rentabilidade, porém todo o rendimento do fundo é
repassado ao investidor.”
O prazo é definido pelo investidor. Entretanto, Oliveira (2011, p. 294) ressalta que “para
converter seus recursos em aposentadoria, terá de resgatá-los e contratar um plano de
benefícios de uma seguradora ou entidade aberta de previdência complementar”.
Considerações finais
Nesta aula, foi abordado sobre a previdência privada e pôde-se perceber, uma vez mais,
que quanto mais cedo poupar, melhor será o resultado a longo prazo. Inicie com pequenas
quantias e já contribuirá para que o seu futuro (não tão distante quanto imagina) seja
desfrutado de forma plena e sem dissabores.
Por mais que seja difícil definir o melhor momento para iniciar um planejamento e as
contribuições, lembre-se: nunca é tarde para começar. O importante é ter disciplina financeira
para que o seu dinheiro capitalize, ao longo do tempo, ao seu favor e para o seu futuro.
Contribua com o quanto o seu bolso permitir e perceberá que isto se tornou uma rotina. No
momento em que essas somas mostrarem-se robustas, você sentirá que valeu a pena seu
esforço inicial.
Referências
BRASIL. Lei nº 9.477, de 24 de julho de 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L9477.htm>. Acesso em: 03 dez. 2013.
DOMINGOS, R. Como garantir uma aposentadoria tranquila – Volume 10. São Paulo: DSOP
Educação Financeira, 2013.
HALFELD, M. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. São Paulo: Fundamento,
2008.
RECEITA FEDERAL. Alíquotas do imposto sobre a renda retido na fonte – a partir do exercício
de 2012. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/ContribFont2012a2015.
htm>. Acesso em: 03 dez.2013.
RECEITA FEDERAL. Lei nº 11.053, de 29 de dezembro de 2004. Dispõe sobre a tributação dos
planos de benefícios de caráter previdenciário e dá outras providências. Disponível em: <http://
www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/leis/2004/lei11053.htm>. Acesso em: 03 dez.2013.
SUSEP. Perguntas mais frequentes sobre planos por sobrevivência – PGBL E VGBL. Disponível
em: <http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/coate/perguntas-mais-frequentes-sobre-
planos-por-sobrevivencia-pgbl-e-vgbl>. Acesso em: 03 dez. 2013.
Aula 13
Introdução ao mercado financeiro e suas alternativas
(produtos e características) – parte 7
Objetivos Específicos
• Analisar as características da poupança, crédito consignado e crédito pessoal,
sob o ponto de vista da “minha viagem dos sonhos”.
Temas
Introdução
1 Planejamento financeiro
2 Seguro-viagem
3 Onde investir os recursos para a viagem
4 Cuidados
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Nesta aula, continuaremos a análise dos produtos financeiros, mas sob o ponto de vista
da “minha viagem dos sonhos”.
De uns anos para cá, o mundo parece ter encolhido. Na verdade, é o reflexo das facilidades
que a globalização e a internet proporcionam. Tudo é rápido, ágil e mais fácil do que há anos
e o único ponto que parece não ter mudado é a necessidade de um bom planejamento
financeiro.
Quando se trata de uma viagem, o planejamento é ainda mais necessário, para que este
momento prazeroso não se torne um pesadelo de difícil reparação.
• Ou será para a lua de mel do casamento agendado para daqui a dois anos?
• Ou ainda, será uma comemoração de bodas e, por conta disto, tenho um tempo
maior para poupar?
1 Planejamento financeiro
Para iniciar o planejamento financeiro, a primeira indagação que se deve realizar é:
quanto pretendo gastar nesta tão sonhada viagem?
Sem um valor aproximado ou sem uma data predefinida, ficará difícil planejar por quanto
tempo preciso poupar mensalmente para antecipar os preparativos e realizar esta conquista.
Muitas pessoas acalentam o sonho de conhecer determinado destino e, por isso, já possuem
em seu íntimo todo o roteiro da viagem, incluindo os passeios, locais, restaurantes e pontos
turísticos que almejam conhecer.
Porém, muitas vezes, o momento da vida faz com que seja necessário reduzir o roteiro
de acordo com o orçamento. Tudo deve ser ponderado para conciliar os desejos e a realidade
da forma mais adequada possível.
Com isto, eles terão 24 parcelas de R$ 300,00, resultando em R$ 7.200,00, além de mais
R$ 600,00 depositados a mais no 13º por dois anos, totalizando R$ 7.800,00, sem qualquer
atualização.
Como o casal já estava com as datas fechadas e os dois anos (em termos de investimento)
são considerados como curto prazo, o casal (conservador em suas escolhas) decidiu aplicar os
recursos mensalmente em uma caderneta de poupança conjunta, criada para que este sonho
se realizasse de forma segura e sem contratempos. Com isso, os valores foram somados a
0,5% + TR no saldo final, mês a mês.
Os noivos fecharam um pacote para Salvador que contemplava todas as expectativas por
R$ 4.900,00. Conseguiram um desconto de 5% para pagamento à vista, que resultou no valor
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 3
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
final de R$ 4.655,00. O restante do saldo disponível foi gasto na própria lua de mel, o que
gerou satisfação garantida em termos financeiros.
Nesse caso, uma outra possibilidade para esse casal, que conseguiu amealhar o valor
integral com folga, seria pagar parcelado com cartão de crédito sem o desconto de 5% em 10
parcelas, por exemplo. Esta alternativa seria interessante, pois se eles deixassem o recurso
aplicado e, mês a mês, liquidassem a despesa do cartão, acumulariam as milhas dos programas
de fidelidade dos cartões de crédito e poderiam utilizá-las em outra futura viagem.
É certo que se a viagem for nacional, facilitará o uso de cheques, cartões de crédito e
dinheiro em reais para lidar com as despesas não incluídas nos pacotes de viagem, como
locomoções e/ou traslados. Há, ainda, alguns hotéis chamados resorts ou pacotes com tudo
incluso (passagem, hospedagem e alimentação), nos quais é possível liquidar (ou parcelar)
esses valores antecipadamente, mas, mesmo assim, certamente ocorrerão outras pequenas
despesas no curso da viagem para as quais se deve estar preparado também.
É claro que haverá variação de preços na pesquisa, mas não a ponto de ser
significativamente superior a menos da metade da média encontrada.
Atenção para não ser surpreendido numa arapuca e, com isto, perder todo o seu dinheiro
devidamente planejado por uma “oportunidade” demasiadamente abaixo do preço médio. O
barato pode sair caro e, algumas vezes, caríssimo!
Quando a viagem for para o exterior, faz-se necessário conhecer a moeda local e sua taxa
de câmbio, além de utilizar o cartão de crédito internacional para eventuais transações locais.
Apenas para relembrar, taxa de câmbio, nos dizeres de Martins (2010, p. 67) “é o preço
de uma moeda estrangeira, medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional”.
Existe também o cartão pré-pago, que funciona como um cartão de débito, no qual a
quantia a ser gasta já deve estar à disposição antes da compra e normalmente tem custo
zero para aquisição. É extremamente prático utilizá-lo e seguro, com chip e senha, além de
possuir IOF de 0,38%, podendo ser emitido em diversas moedas e recarregado sempre que
necessário. Só que diferentemente do cartão do crédito, que pagamos depois de adquirir,
neste cartão já devemos ter a quantia disponível. Se estivermos planejando nossa viagem,
este produto é bastante interessante e de menor custo que o nosso cartão de crédito.
Além do cartão, é sempre prudente levar dinheiro local (em espécie) para a viagem. Esses
valores devem estar dentro do planejamento financeiro para quaisquer gastos na viagem em si.
2 Seguro-viagem
Em qualquer viagem, seja no Brasil ou outro país, o seguro-viagem é um item de extrema
importância. Sugere-se incluir seu custo dentro da análise do planejamento financeiro, pois
ele é bastante acessível a todos que viajam, traz conforto e segurança com diversas coberturas
possíveis de serem contratadas, tais como:
• extravio de bagagem;
• acidentes pessoais;
• cancelamento de viagens;
• assistência médica;
• assistência odontológica;
• assistência farmacêutica;
• remoção;
A poupança, sempre lembrada por ser simples, é uma forma interessante de “guardar”
dinheiro, apesar de render a TR + 0,5% ao mês, como já mencionado. Muitas pessoas a
utilizam como uma forma de criar uma rotina para suas economias.
é comum muita gente aplicar em poupança por julgar que é o investimento mais
seguro do mercado, garantido pelo Governo Federal. Entretanto, a poupança é quase
tão segura quanto um CDB, no que se refere ao ressarcimento do dinheiro em caso
de quebra do banco.
quando você estiver trabalhando com horizontes de tempo superiores a cinco anos,
prefira a renda variável, que embora mais volátil, pode oferecer resultados muito
superiores aos da renda fixa a longo prazo.
Se a viagem for programada para longo prazo (a partir de cinco anos), os investimentos
podem ser mais arrojados, no sentido de buscar, por exemplo, produtos de renda variável,
pois as oscilações do mercado, num espaço maior de tempo, compensarão a aplicação a
longo prazo.
4 Cuidados
É uma alternativa para conseguir o valor total da viagem, porém, como já foi explicado,
as taxas podem variar significativamente entre as instituições bancárias e as parcelas do
empréstimo deverão ser liquidadas mês a mês, conforme contrato firmado. Lembre-se
sempre: em caso de planejamento, estaríamos antecipando nossas necessidades futuras,
sendo mais interessante poupar e aplicar os recursos do que simplesmente solicitar o
empréstimo e adquirir dívida futura.
Outro tópico que se nota em viagens para o exterior, é que nenhum outro país tem
como procedimento parcelar a compra no cartão de crédito, pois a economia mais estável
dos demais países têm grandes dificuldades em entender (como nós entendemos) o que a
inflação faz com o nosso salário.
Se gastarmos uma quantia considerável em compras por lá, a pergunta “vocês parcelam
em quantas vezes no cartão de crédito” terá uma única resposta – “Não parcelamos! O cartão
de crédito já é para pagamento futuro”, portanto, não conte com esta possibilidade.
Considerações finais
Apesar de parecer simples planejar nossa viagem dos sonhos, ela de fato requer atenção
aos detalhes, aos prazos e às nossas escolhas efetivas, pois qualquer descuido ou abordagem
equivocada poderá fazer ruir nossas economias e nossos sonhos de forma devastadora.
Um planejamento atento, uma análise realista das possibilidades e uma disciplina para
atingir a meta desejada farão cada vez mais a aproximação com o desejado se realizar de
forma satisfatória e a contento.
O início, como quase tudo, é sempre mais desafiador que a rotina impingida no dia a dia.
Tudo se torna comum e quando a gente percebe, a meta foi atingida.
Escolher o melhor produto financeiro para a nossa tão sonhada viagem dos sonhos requer
a análise criteriosa de quanto tempo dispomos para poupar, e qual o valor final estimado para
a realização, além do quanto teríamos mensalmente disponível para esta empreitada.
Não existe certo ou errado, existe o recomendável e o pouco apropriado para este ou
aquele investimento em termos de valores, de prazos e até de perfil. E lembre-se sempre:
o que é bom para o seu vizinho, não é necessariamente bom para você. As necessidades
avaliadas são personalíssimas e devem ser analisadas.
É seguro dizer que deixar todo o acaso nas mãos da divindade não é uma regra saudável em
termos financeiros. Temos produtos e seguros que podem nos atender de forma satisfatória.
A busca por eles nos torna pessoas mais seguras (quanto aos imprevistos) e faz com que nos
preocupemos somente em aproveitar estes momentos que escolhemos com tanto prazer.
Já que agora temos o conhecimento necessário para fazermos nossas escolhas, desejo
que continuem atentos, estudando e buscando as melhores oportunidades disponíveis no
mercado financeiro para a conclusão dos seus projetos.
Referências
GALLAGHER, L. Planeje seu futuro financeiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
HALFELD, M. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. São Paulo: Editora
Fundamento, 2008.
MARTINS, L. Aprenda a investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2 ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Aula 14
Planejamento do futuro – parte 1
Objetivos Específicos
• Aplicar os conceitos de investimento financeiro de acordo com as
particularidades e necessidades de cada pessoa.
Temas
Introdução
1 Educação financeira: um patrimônio precioso para o futuro
2 Riscos
3 Erros financeiros
4 Quando iniciar um investimento?
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Após termos abordado vários produtos do mercado financeiro, iremos relacioná-
los com as diferentes necessidades de cada pessoa, de acordo com seu cenário de vida,
como a constituição de uma nova família, o planejamento das férias, o planejamento da
aposentadoria, a chegada do primeiro filho, enfim, a partir da fase da vida, os objetivos e as
metas são modificadas. No decorrer da vida, a pessoa vivenciará diversos cenários e, então, é
possível que mais de um dos exercícios propostos sirva para a mesma pessoa.
Uma excelente análise sobre o futuro é a frase de Godoy (2007, p. 70) quando diz: “o
futuro é a soma de todos os presentes. Sendo assim, quanto melhor cuidarmos do nosso
presente, mais agradável será nosso futuro”.
A cada estatística que passa, os índices demonstram que viveremos mais. Porém, isso
não significa que viveremos melhor, então é necessário cuidado e planejamento financeiro.
Se fizer a seguinte pergunta: “Você gostaria de ter bastante dinheiro?” – provavelmente a
maioria responderia: “Sim!”. Entretanto, seriam poucos que estariam dispostos a abdicar do
consumo imediato para poupar. Somente a minoria se interessa em querer entender, de fato,
porque poupar é tão essencial na vida presente para que tenhamos um planejamento sadio
e com sucesso num futuro não tão distante assim. Estude e faça parte desta minoria que se
preocupa com o momento presente tanto quanto com o futuro.
Vale relembrar que a melhor forma de assumir o controle das suas finanças é:
3. Às vezes não são itens, são hábitos. Hábitos equivocados que estão enraizados na
nossa rotina, que se não nos dedicarmos a percebermos que eles existem, (a fim de
eliminarmos), podemos formar um rombo em nossas finanças.
4. Com estas análises e controle, ficará mais fácil conciliar nossa receita com nossa
despesa e assim, passar para o próximo passo que é analisar o que fazer com a sobra
de caixa
2 Riscos
É fundamental ter em mente que os riscos fazem parte da vida de qualquer pessoa. Nada
é 100% seguro, principalmente se tratando de investimentos.
para tudo na vida existe um certo risco. Se você joga futebol, correrá o risco de ter
uma lesão. Se for andar de carro, correrá o risco de sofrer um acidente. Se estiver
caminhando na rua, correrá o risco de ser assaltado. Da mesma forma, se você fizer
um investimento, correrá o risco de perder dinheiro.
Assim, existe aplicações mais conservadoras (e por isso mais seguras) e aplicações mais
arrojadas, todavia, afirmar que existe aplicações 100% seguras é bastante temerário.
Conforme bem descreve Halfeld (2008), “talvez você seja uma pessoa bem conservadora,
do tipo que jamais voaria de ultraleve ou que nunca iria a um caixa eletrônico à noite. Dessa
maneira, você estará administrando seus riscos”. Entretanto, existem riscos que fogem de
nossa alçada e por isso, deve-se contrabalancear nossas escolhas e conviver com o resultado
das nossas decisões.
Cuidado com propagandas que criam um ambiente sedutor com promessas (sem
embasamento legal que as ampare) de uma pseudo segurança e uma maior rentabilidade.
Apesar de existirem órgãos de proteção ao consumidor, essas propagandas ainda persistem.
Analise com critério e cautela, pois, de alguma forma, viver é sempre arriscado.
O que se pode observar a grosso modo, é que as pessoas (via de regra) possuem reservas
e temores naturais quando definitivamente têm que tomar algumas decisões. Conforme
mencionado por Gallagher (2008, p.8), essa dificuldade se deve a três fatores:
1. Não existe decisão perfeita, porque não podemos analisar todas as alternativas e
todas as consequências;
2. Ao optarmos por uma alternativa, temos que renunciar às outras, e isso gera sempre
um sentimento de perda, mesmo quando a decisão é eficaz;
• o risco do negócio;
• o risco do mercado;
• o risco de crédito; e
• o risco de liquidez.
Outro exemplo: você adquiriu um imóvel para locação num bairro residencial, porém,
seduzido por uma excelente proposta, você não checou o zoneamento antes de adquiri-lo. Ao
colocá-lo para locação, perceberá dificuldades porque na rua tem uma feira (desconhecida por
você) que atrapalha a locomoção de veículos, também existe uma boate recém-inaugurada
na esquina que torna o silêncio noturno algo raro nos fins de semana, entre outros. Estas
condições desfavoráveis dificultarão sua proposta de receber os frutos daquela locação pelo
valor de mercado, e assim, sofrerá minoração.
1. dinheiro vivo
2. caderneta de poupança
4. ouro
5. fundos de ações
6. ações na Bovespa
7. imóveis urbanos
8. imóveis rurais
9. negócios próprios
2.5 Exceções
Como em todos os casos, existe a possibilidade de exceções, por exemplo: um negócio
pode ser altamente atrativo e surgir vários interessados num espaço curto de tempo. Neste
quesito, o “risco” pode ser dois grandes obstáculos ao sucesso dos investidores: a ganância e
a ingenuidade. Quando combinados os dois, podem ser “explosivos”.
Talvez um dos exemplos mais abrangentes neste quesito, conforme bem salienta Cerbasi,
O triste desta história toda é que os imóveis pararam de valorizar e os bancos deixaram,
consequentemente, de receber os valores que haviam emprestado, o que ocasionou a perda
de tudo, inclusive do crédito em geral.
3 Erros financeiros
Existem muitas falsas oportunidades no mercado. Estar atento é fundamental para não
ser vítima de golpe. Cerbasi (2013) elenca algumas situações de erros cometidos pela maioria
das pessoas. Em resumo são:
Erro 1 – Ter uma única fonte de renda. Quando numa família grande existe uma única
fonte de renda, geralmente sobras para um investimento pode vir a ser a última prioridade
da família. A recomendação é investir no aumento da renda inicialmente, para aí sim, analisar
o quanto poderia sobrar para iniciar os investimentos.
Erro 2 – Esperar sobrar dinheiro. Esse outro item é bastante comum. As pessoas têm
ideias equivocadas que só pessoas ricas podem investir, e com isso, não planejam suas
receitas de forma adequada, ou pior, sequer pensam nisto. Já é hora de pensarmos diferente
e começarmos a acessar informações de investimentos adequados às nossas finanças.
Erro 3 – Contar com muitas instituições para gerenciar seus investimentos. Às vezes,
é melhor receber um atendimento mais personalizado em duas instituições, que contar
com cinco instituições que o atendem de forma medíocre. Escolher as instituições que lhe
ofereçam soluções mais interessantes é um excelente ponto de partida.
Erro 4 – Contar com uma única instituição para gerenciar seus investimentos. Na
contramão do item anterior, é o “8 ou 80”. Ou seja, não ter parâmetros comparativos também
não é interessante.
Erro 5 – Querer começar grande. Tem pessoas que acreditam que se elas administrarem
pessoalmente sua própria carteira, poderão economizar as tarifas e taxas de administração.
Essa postura é típica do resultado que o barato pode sair caríssimo! Cuidado!
Erro 6 – Ter um único investimento. Novamente, o bom senso nos diz que tanto num
único lugar, quanto em vários de forma discriminada, poderão nos causar transtornos
irreparáveis. Se você investe em determinada ação e ela rendeu interessantemente nos
últimos anos, o fato de receber um bônus, dará a você a oportunidade de buscar novas formas
de investimento, permitindo assim, que você “não tenha todos os ovos numa mesma cesta.”
Nos dizeres do próprio Cerbasi (2013, p. 69) “as maiores empresas brasileiras são fantásticas,
mas são administradas por seres humanos que, por sua vez, são falíveis e corruptíveis.”
Erro 7 – Sonegar impostos. Quando o assunto é impostos precisamos ser muito claros
e objetivos: pague-os! Não nos compete na hora do recolhimento, ficar questionando sua
justiça ou injustiça. Ter problemas com a Receita Federal não vale a pena.
Erro 8 – Manter o FGTS intocável. Como todos nós sabemos, existem regras para saques
deste fundo e devemos considerar sim, o saldo ao nosso favor. Se tivermos a oportunidade de
utilizarmos nosso fundo, ele deve ser utilizado sim.
Erro 9 – Paralisia nos investimentos. Se engana quem acredita que, só porque decidiu
hoje o destino dos seus recursos e planejou um traçado para ele, não deve, de tempos em
tempos, avaliar a sua trajetória e balancear suas necessidades. Tudo muda, e por conta disto
não seria prudente “esquecer” por anos seus investimentos sem acompanhamento adequado.
3.1 Dicas
Se tiver dúvida sobre qual direcionamento seguir, não decida “no calor do momento”,
ou ao menos escolha o meio-termo. No decorrer do caminho, poderemos encontrar pessoas
fascinantes, empolgadas e superlativas. Entretanto, quando o assunto é investimento, ouça
melhor o pessimista, pois ele poderá demonstrar os reais riscos envolvidos.
Para o cidadão sério, a resposta à pergunta de um milhão de dólares seria: qual seria
o melhor investimento para o meu dinheiro? Esta resposta não é simples de ser fornecida,
mesmo porque, se houvesse um único investimento realmente capaz de atender a todos, isso
já seria de domínio público.
não se trata de onde investir, mas sim de como investir. Uma revendedora de
cosméticos ganha 30% de tudo que ela vende. Um imóvel comprado na planta pode
se valorizar entre 25% e 70% em dois anos. Ao participar de um leilão de imóveis ou
de bens da Polícia Federal, você pode fazer aquisições pagando até 50% do valor de
mercado. Tudo depende de como você trata os ganhos de cada lucro que obtém.
— 10% em ações.
De acordo com Niederauer (2013, p. 148), os fatores que mais influenciam nessa decisão
são:
Como tudo na vida, quando iniciamos no mercado financeiro, nossa experiência é quase
zero. Justamente por conta disto, no começo nem existe a vantagem de tanta diversificação,
haja vista que neste momento os recursos a serem aplicados ainda são menores e a experiência
é pouca.
Lembre-se: não se espelhe no seu vizinho para decidir suas escolhas, por três motivos:
primeiro porque você não sabe das necessidades nem das escolhas dele; segundo, porque
você desconhece o quanto ele tem de receita mensal, e, por último, porque as necessidades
de quem recebe R$ 500,00 por mês são bem diferentes de quem ganha, por exemplo, R$
3.000,00.
Portanto, ao optar pelos investimentos que irão compor sua carteira, conforme bem
ressalta Martins (2010, p.91), você deve considerar três principais fatores:
1. Sua meta;
2. O horizonte do investimento; e
Também é importante avaliar o produto pela óptica da relação risco e retorno, além de
analisar e aplicar em alguns produtos com maior liquidez.
Em relação ao seu perfil de risco, como já foi explicado, precisamos avaliar inicialmente
nossa tolerância ou não ao risco, para que o investimento de fato atenda suas necessidades
e expectativas, a saber:
- qual o percentual você estaria disposto a perder sem que isso seja um descontrole?
Essa questão é bem difícil de ser respondida de bate e pronto, porque na prática, a história e
a tensão se multiplicam.
- você conhece minimamente o mercado financeiro para alçar voos? Aqui, não se espera
que você seja um expert, basta que tenha noções básicas do mercado para entender seu
dinamismo e suas variações.
Já em mão da informação acerca da forma que melhor será conduzida suas aplicações,
fica mais fácil descartar as aplicações que não condizem com seu perfil e analisar as demais
possibilidades dentro do valor que se pretende investir.
Lembre-se que “nada é para sempre”, acompanhar e perceber na prática com quais
produtos você se identifica mais, rebalanceando de forma periódica suas aplicações até
encontrar sua melhor medida é um excelente caminho.
De tempos em tempos reveja sua estratégia inicial e analise se continua por este caminho
ou se no meio do caminho surgiram outras oportunidades tão interessantes quanto as iniciais
e remodele, se for o caso.
Considerações finais
Neste capítulo, com o intuito de exercitarmos as necessidades individuais, tivemos que
partir de uma análise comum a todas as pessoas que, dependendo das respostas e anseios,
formam uma a uma, quadros diferentes para atuação em seus respectivos planejamentos.
Reiteramos a importância dos estudos, relembrando que não é uma questão de sermos
alunos, mas de sermos eternos aprendizes. Devemos ter este compromisso conosco mesmo,
pois assim, teremos mais chances de crescer e realizar as melhores escolhas.
Retomamos a questão do controle que devemos possuir com as nossas finanças, bem
como a análise dos riscos que fazem parte da nossa vida e a análise dos riscos que podemos
evitar ou minimizar impactos.
Referências
CERBASI, G. Investimentos inteligentes. Rio de Janeiro, Sextante. 2013.
GODOY, J.. Investindo no futuro: resolva o passado, equilibre o presente e planeje o futuro. /
José Godoy, Luiz Gustavo Medina, Marco Antônio Gazel Júnior – São Paulo. Saraiva, 2007.
HALFELD, M. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. São Paulo: Editora
Fundamento, 2008.
MARTINS, L. Aprenda a investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2ª edição. São Paulo.
Atlas, 2010
NIEDERAUER, J. Jovem e bem sucedido: um guia para a realização profissional e financeira. São
Paulo. Novatec Editora, 2013.
Aula 15
Planejamento do futuro – parte 2
Objetivos Específicos
Temas
Introdução
1 Aplicação em caderneta de poupança
2 Aplicação nos títulos de renda fixa
3 Sete mitos frequentes entre os investidores
4 Aplicação na bolsa de valores
5 Quanto aplicar na bolsa?
6 Investimento em imóveis
7 Moedas estrangeiras
8 Ouro
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Nesta aula, abordaremos sobre a campeã em aplicações: a caderneta de poupança, além
de outros produtos igualmente interessantes.
Vamos lá?
Uma dica importante de ser lembrada é evitar sacar em data diferente do aniversário
do investimento, pois se não, perderá o rendimento do mês. O ideal seria esperar sacar no
primeiro dia útil após o aniversário da poupança.
Depósitos em cheques contam a partir do seu depósito e não da sua compensação. Isso
se inicialmente ele não for devolvido por qualquer das razões possíveis. Posto isso, se é essa
sua condição inicial, a poupança pode ser seu início de caminho. Entretanto, se ou quando as
condições melhorarem, podemos avaliar também os títulos de renda fixa.
Uma recomendação interessante, alertada por Cerbasi (2013), é o cuidado que devemos
ter com as “falsas poupanças”. Como a poupança é igual em todos os bancos, em termos de
rentabilidade, com a insatisfação sobre o rendimento neste produto (poupança), os clientes
É importante deixar claro que esses produtos não são caderneta de poupança. Na
verdade, são CDBs ou títulos de capitalização disfarçados, com um apelo diferente.
Por isso, é importante sempre comparar os produtos e entender de forma mais clara o
que é ofertado. Quando ouvir de resposta “é tipo uma caderneta” ou “tipo uma poupança”,
abra bem os olhos, pois um produto parecido com outro, certamente é um outro produto.
Isso não significa que seja uma oferta ruim, de repente, ela pode atender às suas necessidades
e ter uma rentabilidade interessante. A dica aqui é: não seja enganado com as informações.
Poderíamos dizer que esse é o slogan do sujeito superotimista. Não podemos esquecer
que somos terceiro mundo, e com isto, temos limitada infraestrutura até falta de gente
capacitada para completar as vagas de empregos disponíveis.
Sem dúvida, somos chamados também do país das oportunidades, mas com tanta
corrupção noticiada diariamente nos jornais, com extrema burocracia ultrapassada para
diversos assuntos, temos muito pouco do que nos orgulharmos neste sentido.
MITO 3: Investimentos de risco são bons até que apareça uma crise
Muitos investidores perdem seus recursos na bolsa por terem tomado decisões
precipitadas, e apesar de serem alertados, parecem ficar estigmatizados com as perdas. E
lembrem-se: é nas crises que começam as belas histórias de investidores de sucesso (CERBASI,
2013, p. 109).
Conforme dito à saciedade, não existem produtos certos, aliás, todos são. Existe produto
certo para a pessoa certa, no momento adequado, dentro do prazo personalíssimo de cada
um. Investimento em fundos de renda fixa costumam oferecer risco bastante reduzido, tal e
qual a caderneta de poupança. “Os riscos não devem ser evitados, mas sim administrados”
(CERBASI, 2013, p.112).
O perfil do investidor não é algo fixo, imutável ou engessado. Diante de certas perguntas,
avaliamos qual seria o perfil que melhor se adapta e adequa às nossas necessidades. Mas tal
e qual tudo na vida, a impermanência é a única certeza, e por conta disto, exemplificarei nos
moldes dos casos do Cerbasi (2013, p.114):
Nadia G é uma jovem de 18 anos que, ao pesquisar seu primeiro investimento, partiu
da certeza de não ter perfil para riscos. Porém, poucas situações são tão propícias
quanto a juventude para investimentos arrojados, considerando a propensão ao
aprendizado, a disponibilidade de tempo para aprender e se organizar e a certeza de
contar com um bom prazo para suportar as oscilações dos mercados. No mínimo, um
jovem deve buscar se informar sobre as boas alternativas de longo prazo e investir
nelas.
Portanto, é visível que a vida muda com o passar o tempo e essas análises mencionadas
nos exemplos tão claros podem nos servir de norte para nossas análises pessoais.
Novamente, o mito contra a realidade. Conforme bem descreve Cerbasi (2013, p.117)
“diferentemente do mundo das piadas, quem não tem timing não está sem opções. É possível
investir, sim, adotando um comportamento passivo mas não menos eficiente do que o
investimento ativo.”
Cuidado com a arrogância. Ela costuma derrubar muita gente ao longo do tempo. Não
caia nesta cilada de acreditar que já sabe e nada precisa aprender. Já foi dito e é bom repetir:
situações mudam, pessoas mudam, regras mudam! Ter o hábito de se atualizar sempre, é um
bom começo para o sucesso de qualquer investimento. Conversar com pessoas do meio, ler,
estudar, são itens necessários e positivos para qualquer empreendimento.
2º através de dividendos, ou seja, dos lucros repartidos pela empresa em que você
adquiriu as ações.
Para se investir na bolsa é imperativo ter avaliado, no seu planejamento, quanto tempo
estima deixar a aplicação sem resgate, visto que esta possibilidade geralmente é para quem
investe a longo prazo. Por que a longo prazo? Porque as oscilações afetam seus ganhos,
como também afeta suas perdas e o longo prazo permite que haja uma equação que procura
favorecer você. Portanto, se você for uma pessoa ansiosa – a ponto das baixas da bolsa tirarem
você do sério – com interesses na quantia investida a curto prazo, esta modalidade não seria
a mais adequada aos seus propósitos.
A seguir, segue uma planilha de Niederauer (2013) a fim de nos fazer relembrar alguns
termos bastante usados no mercado de ações:
É a taxa que você paga ao intermediário (ex: corretora) para realizar a compra
Corretagem ou a venda das ações.
É o mesmo que variação. Uma ação de alta volatilidade é aquela que tem
Volatilidade fortes variações de preço.
Indica a velocidade na qual poderemos transformar a ação em dinheiro. Uma
Liquidez ação bastante líquida é aquela muito negociada.
Horário extra de funcionamento da bolsa, possibilitando a participação de
After-market investidores que não têm como acompanhar o mercado durante o horário
comercial. É um horário que apresenta baixa liquidez e volatilidade.
É um programa semelhante ao site do seu banco (home banking), porém, em
Home broker vez de realizar transferências, você verificará os preços das ações, para realizar
compras ou vendas e acompanhar a variação dos preços por meio de gráficos.
É uma operação de compra e venda realizada no mesmo dia. Pode ser uma
Day trade compra seguida de venda ou venda seguida de compra (para obter lucro em
uma eventual queda).
Um “pulo” no preço, geralmente ocorrido de um dia para o outro, por
exemplo, uma ação que oscilou entre 10 e 12 reais por um longo período
Gap começa um novo dia custando 15 reais. Temos nesse caso uma faixa de preço
na qual não houve negociações: 12 a 15 reais. Esse “buraco” é chamado de
gap.
Como isso funciona? De forma simples: pegue a sua idade e subtraia de 100, por exemplo,
você tem 35 anos menos 100, dará 65, ou seja, aplique até 65% em ações, portanto, com o
avançar da idade, cada vez mais, o percentual fica cada vez menor.
• lembre-se de que nem sempre os preços das ações refletem o real valor de uma
empresa;
• compre empresas das quais você tenha orgulho de ser dono e evite papéis que você
desconhece;
• liquidez é fundamental;
• estabeleça regras antes de investir, preferencialmente, por escrito, e seja fiel a elas.
Não deixe suas decisões mudarem com o humor do mercado;
• dê mais atenção a sua vida pessoal do que a seus investimentos. Se o contrário estiver
acontecendo, retome o equilíbrio, pois não está investindo de maneira eficiente.
Como podemos perceber, estas dicas são bem valiosas para o dia a dia.
6 Investimento em imóveis
Para muitos, investir em imóveis além da sensação de segurança, por se tratar de um
patrimônio palpável, poderíamos dizer que é uma paixão.
O mercado imobiliário – tal qual qualquer mercado – possui comportamentos que devem
ser analisados antes de se iniciar qualquer empreitada nesse sentido. Faz-se necessário,
também, realizar uma avaliação do nosso planejamento: é para nossa casa própria? É para
nosso investimento e por consequência, já é uma análise focada pensando também na
aposentadoria?
Novamente é importante destacar: não é tão simples dizer que comprar ou não comprar
imóveis é uma decisão certa ou segura, pois, tal e qual qualquer investimento, teremos
algumas variáveis para nos dedicarmos antes de tomarmos uma decisão.
Também temos que avaliar situações em que o inquilino deixar de pagar o aluguel e seus
encargos (IPTU, seguro, condomínio), deixando essa dívida além das despesas com advogado
e demora no despejo. Sim, é verdade que existem ações judiciais para tentar recuperar
todos estes valores, mas o desgaste e o adiantamento perante o advogado, o condomínio e a
municipalidade deverão ser honrados para depois serem ressarcidos.
O que queremos mostrar com esses exemplos é que tudo deve ser avaliado.
7 Moedas estrangeiras
Houve um tempo em que moedas estrangeiras representavam fortemente um
investimento. Porém, hoje em dia, com toda essa variação cambial e a crise na Europa e nos
Estados Unidos, a recomendação para a compra de moeda estrangeira costuma ser para duas
questões:
1. Quando você pretende viajar para um país aonde necessitará de moeda local, ou
o Euro é a moeda oficial de 12 dos 25 países da União Europeia. O Euro existe na forma
de notas e moedas desde 1º de janeiro de 2002, e como moeda escritural desde 1º
de janeiro de 1999. O banco que controla as emissões de euros e executa a política
cambial da União Europeia é o Banco Central Europeu, com sede em Frankfurt, na
Alemanha.
8 Ouro
O ouro, assim como a moeda estrangeira, nos dizeres de Niederauer (2013, p. 177),
Também é utilizado por algumas pessoas como reserva de valor (tal e qual o é a moeda
estrangeira como o Dólar e o Euro). O ouro comprado através de uma corretora na bolsa tem
uma série de garantias, além da própria qualidade do metal negociado em si.
Cuidado com a compra de ouro oferecida no meio das ruas, principalmente nos centros
das grandes cidades. A questão aqui é identificar a procedência, bem como a qualidade da
pureza do metal adquirido. O barato pode ser caro e, como já dissemos, não existe “almoço
grátis”, ou seja, ofertas imperdíveis e algumas pretensas facilidades, por vezes, não passam
de enganação ao desavisado. Vale mencionar também que existe muita lenda quanto a
investimentos em ouro.
2. Zezinha Soares, mulher muito vaidosa, gostava de exibir suas jóias e dizia
sempre que ouro era um investimento seguro.
Será que eles estavam certos? Talvez no século passado sim, mas hoje em dia suas
posições são totalmente equivocadas.
O mercado de ouro já teve momentos gloriosos no Brasil, mas hoje, com a modernização
dos instrumentos financeiros e maior estabilidade da economia, outros investimentos foram,
aos poucos, ocupando espaços que anteriormente era do ouro.
Ter ouro em casa ou num banco deixou também de ser bom negócio, pois além do risco
de assalto e despesas com o banco, quando da sua venda, o vendedor deverá comprovar
sua autenticidade. No caso da mulher vaidosa, caso queira vender seu ouro, ele deverá ser
refundido para se saber o grau de pureza, e aí então, será cobrado em torno de 15% do valor
do ouro para isso, o que prejudicará, sem dúvida, a rentabilidade do dito investimento.
Considerações finais
Como vimos, aumentamos aqui a gama de possibilidades e acrescentamos a caderneta
de poupança, as aplicações nos títulos de renda fixa, além de elencarmos sete mitos mais
frequentes entre os investidores.
Como pode ser possível em qualquer ramo de atividades, aqui também temos mitos a
desmistificar, pois existem equívocos que devem ser esclarecidos antes que se tornem mitos
para nós também.
Retomamos alguns termos próprios no jargão da bolsa de valores, a fim de cada vez mais
nos familiarizarmos com eles e a assim, transitarmos nesse meio de forma mais autônoma e
segura.
Também apresentamos uma maneira para se avaliar o quanto seria recomendável aplicar
na bolsa, além do fornecimento de algumas dicas sobre aplicações financeiras.
Referências
CERBASI, G. Investimentos inteligentes. Rio de Janeiro, Sextante. 2013.
MARTINS, L. Aprenda a investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2ª edição. São Paulo.
Atlas, 2010
NIEDERAUER, J. Jovem e bem sucedido: um guia para a realização profissional e financeira. São
Paulo. Novatec Editora, 2013.
Aula 16
Planejamento do futuro – parte 3
Objetivos Específicos
Temas
Introdução
1 Cheque especial x Resgate de aplicação
2 Apólices de seguros
3 Consórcio é um investimento?
4 Previdência privada
5 Estratégias para aumentar seus ganhos ou diminuir suas perdas
6 Calculando seu futuro
7 Agora é com você!
Considerações finais
Referências
Professora
Ana Luiza Alves Lima
Investimento e crédito: estratégia para o futuro
Introdução
Neste capítulo, retomaremos os produtos financeiros disponíveis, tais como a utilização
do cheque especial e do quando é interessante adquirir apólices de seguros.
Cícero teve um imprevisto nas finanças, ultrapassando seu orçamento mensal e teve que utilizar o
cheque especial do seu banco por 15 dias. Apesar dele ter investimentos, ele nem pensa em analisar
o quanto a sua aplicação está rendendo e nem as bases para o resgate (mesmo que parcialmente),
pois tem enraizado que suas aplicações são intocáveis.
Essa atitude deve ser reavaliada. Se sua aplicação estiver rendendo, por exemplo, 1% ao
mês e os juros do seu cheque especial variar em 7% ao mês, nitidamente estará pagando 6%
a mais de juros, por conta de uma falsa crença de que as aplicações são intocáveis.
Você compraria um carro por R$10.000,00 e venderia por R$1.000,00? Tenho certeza
que sua resposta seria não. O mesmo acontece quando você deixa seu dinheiro
aplicado em algum produto de investimento em seu banco rendendo 1,0% ao mês e,
em uma emergência, utiliza seu limite com juros a 10,0% ao mês para não mexer em
sua aplicação.
Faça essa análise! Talvez estimule você a pensar duas vezes antes de gastar além das suas
possibilidades. Evitar entrar no cheque especial é uma dica preciosa mesmo, pois sua taxa de
juros é altíssima.
2 Apólices de seguros
Tratar de seguros no Brasil, contratando apólices que garantam a restituição do bem
furtado, roubado ou fruto de um acidente, ainda parece ser uma ação distante para muitas
pessoas. Não faz muito tempo que o poder de consumo cresceu no país e, como não se tinha
bens, realizar seguros não fazia parte da cultura do brasileiro. Felizmente, este status vem se
alterando gradativamente.
A pergunta quando o assunto é seguro será sempre pautada nas seguintes indagações:
2. Posso controlar o meu risco, minimizando o impacto negativo de um roubo, de um furto ou até
mesmo de um acidente e, com isso, me isentar de fazer o seguro?
3. Posso aceitar o risco, e sendo assim, as eventuais perdas/prejuizos fazem parte do que já espero?
E, finalmente,
Após a indagação das quatro perguntas, é importante decidir qual seria a sua situação
e optar pela melhor escolha possível. A contratação do seguro traz, em seu bojo, uma
tranquilidade ao adquirente, ou seja, uma despreocupação com o quesito “prejuízo”.
Poderíamos até mesmo afirmar que a pessoa teria outros problemas na vida, mas não sofreria
a tensão de imaginar perder um patrimônio, fruto de intenso investimento, para um acidente
ou evento qualquer.
A listagem de produtos que podem ser assegurados é gigantesca. Isso nos possibilita
realizar inúmeras cotações, verificar os exercícios de coberturas, até se alcançar as suas reais
necessidades.
A intenção do seguro é fazer com que nosso patrimônio ou condição de vida seja
mantida, mesmo após algum prejuízo, pois depois do sinistro, se reestabelece as mesmas
condições que tínhamos anteriormente. Lembre-se: o seguro não nos deixará mais ricos, mas
certamente não nos empobrecerá.
3 Consórcio é um investimento?
Muitas pessoas se valem dos consórcios para poupar dinheiro. Acreditam que, como
não possuem o costume de poupar, a obrigatoriedade de pagamento mensal da parcela os
forçarão a aplicar e, no final das contas, terão um veículo ou um apartamento.
Ponto para o gênio do marketing que inventou a ideia – e convenceu muita gente –
de que consórcio é um investimento. De investimento, essa alternativa de consumo
planejado não tem nada, afinal não ganhamos dinheiro com consórcio; pelo contrário,
o bem que queremos adquirir custará mais caro do que se for pago à vista.
Existem casos que justificam as escolhas. Observe o exemplo mencionado por Cerbasi:
3. Poucos meses depois do início do consórcio, teve sua carta de crédito contemplada
pelo lance oferecido com o saldo do FGTS, que, sendo superior a 50% do valor da carta,
tinha grandes chances de contemplação ainda cedo. Com os R$ 36.000,00 de lance,
ele adiantou 28 prestações do consórcio, reduzindo seu compromisso financeiro para
apenas 32 parcelas de R$ 1.280,00;
A conclusão desta história de Altair é que, três anos depois, ele teria um imóvel de R$
130.000,00 sendo que pagou apenas R$ 75.960,00, sendo R$ 35.000,00 durante a obra, 32
parcelas do consórcio e o dinheiro do seu FGTS. Foi um excelente negócio, sem dúvida alguma.
4 Previdência privada
Os planos de previdência privada devem ser analisados como um pacote atrativo que
também é um investimento.
• Como em todo contrato, leia-o várias vezes até estar seguro de ter entendido e de acordo com
todas as cláusulas.
Acordar cedo. Apesar de parecer óbvio, são poucos os que se dedicam pela manhã a
buscar as oportunidades. Se o anúncio for realmente interessante, saiba que geralmente
você não será o único atrás de oportunidades assim.
Comprar cartas de crédito contempladas. Existe sempre os dois lados da moeda nesse
jogo. As pessoas interessadas em comprar e as pessoas interessadas em vender. Entretanto,
dentre estas últimas, existem pessoas que por motivo de viagem, necessidade ou qualquer
outro motivo, necessitam vender “imediatamente” sua carta de crédito contemplada, o que
diminui o preço da oferta. Este é um bom momento para quem quer comprar. Entretanto, a
dica de sempre atestar a idoneidade dessa carta de crédito é valiosíssima para não sermos
vítimas de golpes diversos.
Ana está com 30 anos de idade e pretende se aposentar aos 60 anos. Possui um rendimento mensal
de R$1.800,00. Suponhamos que ela guardasse R$300,00 por mês na poupança.
De acordo com a simulação acima, é notório que Ana ultrapassaria seu rendimento
mensal atual e, no exemplo citado, nem foi cogitado a possibilidade de depósitos dobrados
nos 13º salários.
Por isso novamente repetimos: deve-se ter disciplina e comprometimento com o projeto
inicial, além de ter cuidado com a escolha da instituição financeira, pois estaremos poupando
por 30 longos anos dos nossos rendimentos e depositando os valores nesta instituição. Para
o funcionamento preciso desta disciplina rigorosa, a regra é simples: colocar este projeto em
primeiro plano e não fraquejar sob qualquer pretexto. Temos que ter em mente que estamos
cuidando do nosso futuro, por isso, é necessário este rigor todo. Se começarmos a abrir
brechas ou exceções, tiraremos o olhar do foco e perderemos nossa meta de vista facilmente.
Às vezes, quando não colocamos literalmente no papel nossos gastos, podemos ser
surpreendidos com pequenas despesas, que somadas, se tornam vultuosas. Atenção é
sempre uma boa conselheira.
Além destes passos, é importante definir o que queremos para o nosso futuro e quais são
nossos projetos, a fim de dimensionarmos quanto tempo precisaremos para as realizações.
Já com algum recurso e já definido o produto em que este dinheiro será aplicado, é
fundamental reavaliar a alocação inicial de tempos em tempos, pois como já mencionamos, o
mercado é bastante dinâmico, e precisamos estar atentos a essas mudanças para alinharmos
com nossas metas e interesses. Além do mais, na medida em que nossos recursos vão
crescendo, é possível que se encaixem em outros produtos mais rentáveis.
Considerações finais
Conforme pudemos verificar no curso de todos os tópicos aqui apresentados, para
alcançarmos nossa realização financeira, o primeiro passo de qualquer manual sobre esta
matéria é de fato, assumir totalmente o controle da sua situação financeira.
Sem este conhecimento de quanto se tem todo mês e sem a informação do que fazemos
com o nosso dinheiro, todos os desdobramentos dessa questão ficam sem avaliação mais
precisa e nos impossibilitam de agir da melhor forma possível.
Pudemos perceber também, que sem um objetivo definido, fica mais difícil alcançar
nossas metas, pois se não soubermos exatamente o que queremos, qualquer resultado nos
Isso é tarefa para quem está antenado e comprometido e aí sim, alcançar as melhores
oportunidades disponíveis.
Espero que tenha ficado claríssimo que só com reservas e um planejamento adequado,
você conseguirá usufruir da forma que merece sua aposentadoria.
É maravilhoso termos reservas para que possamos aproveitar o tempo livre com viagens,
reuniões com os amigos e toda a diversidade possível de eventos que agradem você, pois
com o planejamento realizado mês a mês, você não precisará se aborrecer com finanças,
muito pelo contrário, poderá usufruir sabiamente dos seus recursos, além de experimentar,
mais uma vez, a deliciosa sensação do dever cumprido.
Referências
CERBASI, G. Investimentos inteligentes. Rio de Janeiro, Sextante. 2013.
DOMINGOS, R. Como garantir uma aposentadoria tranquila. São Paulo. DSOP Educação
Financeira. 2013
MARTINS, L. Aprenda a investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro. 2ª edição. São Paulo.
Atlas, 2010
NIEDERAUER, J. Jovem e bem sucedido: um guia para a realização profissional e financeira. São
Paulo. Novatec Editora, 2013.