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Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas
Brasileiros
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Evolução das Angiospermas e sua
Distribuição nos Biomas Brasileiros
• Introdução
• Clado ANITA
• Magnoliídeas
• Monocotiledôneas
• Eudicotiledôneas
• Biomas brasileiros
• Cerrado
• Mata Atlantica
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
Contextualização
Sem dúvidas, as angiospermas são o grupo de plantas mais familiares aos homens, pois
nele estão inclusos boa parte das plantas ornamentais comuns em jardins e parques, além da
grande maioria de plantas cultivadas para alimentação. Sua distribuição geográfica depende de
uma série de fatores, como das adaptações às condições climáticas e da presença de agentes
polinizadores e dispersores, entre outras. Contudo, há sempre uma rede de interrelações entre
fauna e a flora, na qual o homem está incluído; portanto, a distribuição da flora também se
refletirá na cultura local dos grupos humanos.
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Introdução
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
Angiosperms Eudicots
(for example, Arabidopsis,
Populus, Vitis, Carica)
Ceratophyllum
Monocots
(for example, Oryza, Zea)
Magnolids
Chloranthaceae
Austrobaileyales
Nymphaeales
Gymnosperms Amborella
Clado ANITA
Dentre as angiospermas, três linhagens divergiram cedo à partir do ancestral das Anthophyta,
retendo características primitivas em seus representantes atuais, são elas: Amborellaceae,
Nymphaeales e Austrobaileyales. Caracterizam-se como: arbustos ou pequenas árvores em que
estão ausentes os óleos voláteis (característicos de outras angiospermas basais) e lenho; folhas
simples e com nervuras ramificadas em forma de pena (pinadas); flores dióicas (com os dois
sexos) — exceto Amborellaceae, que possui flores carpeladas e flores estaminadas em plantas
distintas (monóicas). O perianto é formado por tépalas (impossível distinguir cálice e corola) e
estames com antera e filete pouco diferenciados (Figura 2D).
Amborellaceae é uma família que possui uma única espécie atual — Amborella trichopoda
—, que está restrita à ilha da Nova Caledônia e tem sido alvo de estudos recentes, que buscam
compreender a evolução do genoma nas angiospermas. Dentre as basais, somente Nymphaeales
possui representantes na flora brasileira. São plantas conhecidas como lírios d’água, das quais
destacam-se Nymphaeaceae com a extravagante vitória-régia (Victoria amazonica Sowerby),
que ocorre na região Norte, e outras 19 espécies do gênero Nymphaea, distribuídas pelas demais
regiões. Nymphaeaceae é uma família de plantas aquáticas que, apesar da sua posição basal,
apresenta várias adaptações para o ambiente aquático – como vasos preenchidos por ar para
ajudar na flutuação e produção de mucilagem.
A ordem Nymphaeales também inclui Cabombaceae, com 4 espécies distribuídas por todas
as regiões brasileiras (AMARAL, 2014), e Hydatellaceae, que distribui-se pela Austrália, Índia e
Nova Zelândia – uma família bastante distinta das demais, que por muitos anos foi classificada
como gramínea e recentemente (APG, 2012) reposicionada junto às angiospermas basais.
A ordem Austrobaileyales inclui três famílias restritas à Ásia e Austrália: Austrobaileyaceae,
Illiciaceae e Trimeniaceae. Dessas, destaca-se a família Illiciaceae pelo fruto do gênero Illicium,
conhecido comercialmente como aniz e utilizado como condimento e outros fins, além de
possuir óleos voláteis excretados pelas folhas.
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Para saber mais: Leia o artigo de Paula J. Ruddal et al. (2007) publicado na American
Journal of Botany: Morphology of Hydatellaceae, an Anomalous Aquatic Family
Recently Recognized as an Early-Divergent Angiosperm Lineage. Nele, são investigados
os caracteres morfológicos da família que permitiram sua classificação por muitos anos
junto às monocotiledôneas Poales, e por que eles suportam a nova classificação.
Disponível em: http://www.amjbot.org/content/94/7/1073.full.pdf+html.
Magnoliídeas
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
Figura 3. Representantes do clado das Magnoliídeas. A: Flor de Magnolia sieboldii (Magnoliales: Magnoliaceae)
com muitos estames (vermelho) e carpelos isolados (verde) dispostos em espiral; B: Flor de Magnoniales em
corte, observe disposição dos óvulos e anteras indiferenciadas; C:Flor de Aristolochia grandiflora (Piperales:
Aristolochiaceae); D: Flor em corte de Aristolochia tomentosa (Piperales: Aristolochiaceae), observe as estruturas
florais que “aprisionam” o polinizador para que esse se “suje” com o pólen enquanto procura a saída; E: Folhas com
nervuras palmadas características de Piperales, e inflorescências em espiga (Piper auritum: Piperaceae).
Monocotiledôneas
Este é o segundo maior clado de angiospermas, com aproximadamente 65.000 espécies.
Contém a maior família de angiospermas — Orchidaceae (Figura 4) — e muitas espécies
ornamentais importantes como lírios, palmeiras, bromélias, bananeiras, além de gramíneas
como cana-de-açúcar, milho e arroz.
Em geral, as folhas das monocotiledôneas têm a lâmina bem desenvolvida, com nervuras
paralelas, embriões com um único cotilédone, pólen com uma única abertura (monossulcado).
As flores são geralmente trímeras ou múltiplos de 3, sendo frequentemente o perianto formado
por tépalas.
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Eudicotiledôneas
Agrupa as espécies tricolpadas, ou seja, que possuem 3 aberturas ou mais na resistente parede
do grão de pólen. É através dessas aberturas que o gametófito masculino entra em contato com
o estigma da flor, iniciando a sua germinação. Portanto, pode-se supor que mais aberturas
aumentam a probabilidade do grão de pólen cair sobre o estigma no lado “certo”.
Essa é a maior linhagem de angiospermas, agrupando cerca de 160.000 espécies. Entre elas,
estão plantas ornamentais – como margaridas, rosas, e dentes-de-leão – e alimentícias – como
soja, feijão, batata, mandioca e outros tubérculos (Figura 4). Graças à alta resistência da parede
do grão de pólen, já foram identificados pólens tricolpados com aproximadamente 125 MA.
Portanto, a linhagem mais derivada entre as angiospermas — as eudicotiledôneas — surgiram
na Terra apenas 25 milhões de anos depois que as primeiras angiospermas.
Biomas brasileiros
O Brasil é um país megadiverso, com território de extensão continental (mais de 8.500.000
km²) e paisagens exuberantes associadas à enorme diversidade edáfica (solos), climática e
geomorfológica. Atualmente, são reconhecidas 46.206 espécies de plantas no Brasil, das quais
32.298 são angiospermas. Destas, 18.289 são endêmicas (FORZZA et al., 2014). Porém, esses
números subestimam a diversidade da flora brasileira, uma vez que ainda temos áreas pouco
conhecidas, o que está associado à rápida fragmentação de ambientes e à substituição da
cobertura vegetal.
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
Figura 5. Mapa da distribuição geográfica dos biomas brasileiros, com destaque para as áreas desmatadas.
Fonte: IBGE
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Consideramos aqui os biomas de modo bastante simplista, mas cabe deixar claro que tanto
a definição de Coutinho (2005) quanto a do IBGE concordam que os “biomas” Amazônia,
Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal são, na verdade, um mosaico de biomas.
Isso porque em cada um deles podemos reconhecer mais de uma fitofisionomia característica,
além de gradientes climáticos e ecológicos. Para dar apenas um exemplo: dentre as fisionomias
da Mata Atlântica, temos a Floresta Ombrófila Densa, a Floresta Altomontana e o Manguezal.
Observe na Figura 6 as diferenças entre essas paisagens.
Figura 6. Paisagens do bioma Mata Atlântica. A: Floresta Ombrófila Densa; B: Floresta Altomontana; C: Manguezal.
Além disso, os biomas não são zonas estanques ou isoladas umas das outras, existem muitas
áreas de transição onde a vegetação se caracteriza por um um mosaico com elementos de
diferentes biomas. Um exemplo disso é o Cerrado, que está distribuído principalmente na região
do Planalto Central; porém, pode aparecer isoladamente em áreas marginais do Maranhão,
Piauí, Rio Grande do Norte e entre São Paulo e Paraná. O resultado disso é que os biomas
brasileiros, apesar de suas particularidades, compartilham espécies.
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
É possível encontrar o termo domínio fitogeográfico como sinônimo de bioma, contudo não são
sinônimos. O IBGE define bioma como:
Um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos
de vegetação contíguos e que podem ser identificados a nível regional, com
condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente, sofreram os
mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma diversidade
de flora e fauna própria.
Fonte: floradobrasil.jbrj.gov.br.
O gráfico 2 apresenta algumas das características que permitem fazer um retrato dos biomas
brasileiros. Nele, a Amazônia ocupa quase 50% do território brasileiro e conserva “intacta”
aproximadamente 75% dessa área – o que a coloca em primeiro lugar no ranking de conservação,
se comparada, por exemplo, à Mata Atlântica e ao Pampa, que possuem menos de 20% da sua
área original conservada (verifique no mapa da Figura 5 o grau de desmatamento dos biomas).
Isso não é uma afirmação contrária às frequentes notícias de desmatamento da Amazônia, uma
vez que o histórico de ocupação da Amazônia é bastante recente, se comparado à ocupação da
Mata Atlântica e do Pampa.
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A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais rico em espécies, apesar de possuir uma área
original inferior à 15% do território brasileiro (compare com a área ocupada pela Amazônia e
pelo Cerrado) e, atualmente, conservar menos de 20% dessa área. Essa alta concentração de
biodiversidade em uma área altamente fragmentada e pressionada pelas zonas urbanas — já
que mais da metade da população brasileira vive entre os remanescentes desse bioma — a
torna um hotspot altamente prioritário para conservação; apesar disso, possui apenas cerca de
10% da área original do bioma protegida em Unidades de Conservação Federais e Estaduais.
Amazônia
A Amazônia é, como dito antes, o maior bioma brasileiro em área de extensão, e um dos mais
diversos. Abriga um terço de toda a madeira tropical do mundo e cerca de 30 mil espécies de
plantas (dentre as 100 mil da América do Sul). De acordo com o Manual Técnico da Vegetação
Brasileira (IBGE, 2012), a região amazônica divide-se em: Floresta Ombrófila Densa, Floresta
Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Sempre-Verde e Campinarama. Há na literatura outras
classificações das fitofisionomias amazônicas, como: Floresta de Terra Firme, Floresta de Igapó,
Savana Seca e Estépica, Vegetação de Mangue acima do nível da maré.
A Floresta Ombrófila Densa (ou Floresta de Terra Firme) é predominante, distribuindo-se
por aproximadamente 90% da área amazônica. Ela se caracteriza por espécies amplamente
distribuídas, compartilhando muitas espécies com a Mata Atlântica. As árvores são geralmente
altas e com copas fechadas, motivo pelo qual o interior da floresta é sempre sombreado. A
ciclagem de nutrientes é muito rápida, e os processos de sucessão dependem da capacidade
das espécies crescerem sob sombra. O solo varia em qualidade e fertilidade — somente 14%
possui boa fertilidade —, dependendo fortemente de um delicado equilíbrio entre a cobertura
vegetal e a rápida ciclagem de nutrientes. Não existe dominância de espécies e o número de
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
espécies raras é quase sempre alto. Mesmo assim, algumas famílias são comuns na Amazônia:
Sapotaceae, Caesalpinaceae, Lecythidaceae, Moraceae, Chrysobalanaceae, Burseraceae,
Mimosaceae, Apocynaceae, Annonaceae, Lauraceae e Fabaceae (LEITÃO-FILHO, 1987).
Lecythidaceae e Volchysiaceae são consideradas típicas da bacia amazônica e ajudam a
reconstruir a sua história desde a última glaciação, devido aos grãos de pólen encontrados e
datados do Cretáceo e Terciário. A família Volchysiaceae possui uma distribuição característica:
o gênero Erisma distribui-se pela região montanhosa da face norte; Volchysia compõe a
fisionomia das regiões montanas; e Qualea é predominantemente submontano, distribuindo-se
até o limite da Amazônia com o Cerrado; toda a borda da floresta é composta por espécies da
família Meliaceae.
A Floresta Ombrófila Aberta é caracterizada por três formações identificadas pelos gêneros
típicos: floresta-de-palmeiras, caracterizadas por Attalea speciosa Mart. ex-Spreng (babaçu) e A.
maripa (Aubl.) Mart. (inajá); floresta-de-bambu, composta de Guadua superba (taquara); e a
floresta-de-sororoca, com a Phenakospermum guianensis (A. Rich.) Endl. ex-Miq. Além dessas,
ao sul do Estado do Pará, pode ocorrer em regiões alagadas a mata-de-cipó, caracterizada por
lianas das famílias Bignoniaceae e Fabaceae.
A Floresta Estacional Sempre-Verde ocorre sobre o Planalto dos Parecis, possui diversidade
vegetal menor que as demais áreas da floresta e as árvores podem atingir de 18 a 25 metros.
Destacam-se nessa fisionomia os gêneros: Xylopia; Guatteria e Bocageopsis (Annonaceae);
Protium e Trattinnickia (Burseraceae); Saccoglotis e Humiria (Humiriaceae); Maprounea
(Euphorbiaceae); Myrcia (Myrtaceae); Miconia e Mouriri (Melastomataceae); Hymatanthus e
Aspidosperma (Apocynaceae) e Qualea e Volchysia (Volchysiaceae).
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A Campinarama ocorre nos terrenos próximos ao Rio Negro, Orinoco e Branco, onde
os terrenos são muito lixiviados, a vegetação raquítica e há alto grau de endemismos. Duas
fisionomias se distinguem: dominada por palmeiras como Barcella odora (Arecaceae) e outra
ripária, com dominância de espécies de Clusia (Clusiaceae).
Caatinga
No passado, essa área abrigou uma floresta de coníferas, contudo, com as mudanças climáticas
decorrentes da separação dos continentes, a vegetação foi substituída por angiospermas, restando
apenas em algumas áreas de refúgio poucas espécies de Podocarpaceae (gimnosperma). Trata-
se do único bioma exclusivamente brasileiro, além de possuir a vegetação de clima semiárido
com a maior diversidade do mundo.
Atualmente, abriga 27 milhões de pessoas, com muitas comunidades vivendo da caça e da
coleta, além de atividades pastoris, extração de lenha e produção de carvão. Nos últimos anos,
cerca de 46% das áreas foram desmatadas, sendo o bioma com menor quantidade de Unidades
de Conservação (UCs), a despeito de sua importância social e ambiental.
A Caatinga possui um gradiente climático grande, desde
a condição de alta umidade na região costeira à semiárida na
a
Savana-Estépica (caatingas do sertão árido), que resulta em
o m e do biom
O n uarani,
um mosaico de fisionomias. Nesse gradiente, existem zonas m d o tupi-g
a d v é anca,
de trecho subúmidos denominadas Zona da Matas, seguidos ific a mata br
sig n dos
mais interiormente da Zona do Agreste – ambas apresentam r e f e r ê n cia à cor
uma e
s d a s p lantas qu
formações florestais. A primeira delas compartilha várias espécies tronc o agem
e m sua folh
(19 gêneros) com a Amazônia, e algumas outras com a Mata p e r d secos.
s p e r ío d os mais
Atlântica. A segunda faixa é caracterizada pela presença do no
juazeiro (Zizyphus joazeiro). Uma terceira faixa chamada de Zona
do Sertão apresenta uma flora com espécies endêmicas de clima
semiáridos com chuvas intermitentes, longos períodos de estiagem e espécies arbustivas que
perdem as folhas durante a estiagem. Caracterizam essa zona espécies de Cactaceae (Cereus
jamacaru D.C.; Pilosocereus; Pereskia e Melocactus), amburana (Amburana acreana (Allemão)
A.C.Sm.) e Schinopsis brasiliensis Engl.
Além dessas, de modo geral, são características da Caatinga as espécies de Mororó (Bauhinia
spp.), Juazeiro (Ziziphus joazeiro), Pau-d’arco (Tabebuia ochracea), Jaborandi (Pilocarpus
spicatus), Aroeira (Myracrodruon urundeuva), Jurema-preta (Mimosa tenuiflora), Sabiá
(Mimosa caesalpinifolia), Jatobá (Hymenaea spp.), Mofumbo (Combretum spp.) e Espinheiro
(Acacia glomerosa). Dentre as espécies de cactos, merecem atenção: o mandacaru (Cereus
jamacaru), o xique-xique (Pilosocereus gounellei) e a coroa-de-frade (Melocactus macrodiscus).
As bromeliáceas, chamadas popularmente de macambiras e croatas, pertencem aos gêneros
Encholirium e Bromelia.
Além da importância ecológica e social, a Caatinga também guarda parte da história humana
na América, com inúmeros sítios arqueológicos com pinturas rupestres e artefatos de grupos
humanóides antigos (com datações de até 60.000 anos). O Parque Nacional da Serra da
Capivara, no Piauí, abriga a maior concentração de sítios arqueológicos (mais de mil), mas
outros sítios fora de UCs são conhecidos em outras áreas da Caatinga.
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
Cerrado
É o segundo maior bioma em área de extensão e a segunda maior formação vegetal da América
do Sul. Sua vegetação típica de savana abriga 5% de todas as espécies de plantas do mundo,
o que a torna a savana mais rica do mundo. Sua vegetação típica abriga espécies xerófitas com
adaptações fisiológicas para crescerem em solos com altas concentrações de alumínio, variação
de temperatura e ocorrência de queimadas naturais. Como os demais biomas, apresenta um
mosaico de fisionomias (Figura 9) e se caracteriza por alto grau de endemismo.
Esse bioma se distribui em grande parte dos estados de Minas Gerais, Tocantins, Goiás,
Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, abrangendo ainda
áreas disjuntas no extremo norte do Pará, em uma pequena porção do Amapá, Roraima e
Rondônia, em uma faixa central do estado de São Paulo e em uma porção do Paraná. O clima
predominante é Tropical Sazonal, com duas estações bem definidas: seca e úmida.
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Fitofisionomias do bioma cerrado
Formações florestais Formações savânicas Formações
campestre
Mata ciliar Mata de Mata Cerradão Cerrado Cerrado Cerrado Parque Palmeiral Vereda Cerrado Campo Campo Campo
galera seca denso típico ralo de cerrado rupestre rupestre sujo limpo
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
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Veja uma lista mais ampla de espécies típicas do Cerrado seguindo estes links: http://ecologia.ib.usp.
br/cerrado/flora_especies.htm e http://ecologia.ib.usp.br/cerrado/flora_especies1.htm.
Veja também uma chave interativa para a identificação de famílias de plantas do Cerrado, que adota
o sistema de classificação APG: http://chave-floracerrado.webs.com/
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Apesar da riqueza de espécies e de paisagens, o Cerrado
sofre com o rápido processo de desmatamento. O bioma se
distribui sobre planaltos e algumas cadeias de montanhas izados são em
Solos alumin s
em nutriente
importantes, como a Serra do Espinhaço, que contém geral pobres n ta s,
ara as pla
altíssimo grau de endemismo. O solo é antigo, ácido e pobre disponíveis p s
questro desse
devido ao se ínio ,
em nutrientes, além de acumular altas concentrações de pelo alum
nutrientes íveis.
indispon
tornando-os
alumínio. Contudo, utilizando técnicas agrícolas de correção
do solo, a fronteira agrícola nesse bioma tem se expandido
de forma acelerada, e menos de 10% da área está protegida
por UCs.
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Leia o artigo de Klink e Machado (2005), A Conservação do Cerrado Brasileiro. Disponível em:
http://www.equalisambiental.com.br/wp-content/uploads/2013/02/Cerrado_conservacao.pdf
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é, sem dúvida, a formação florestal mais antiga do Brasil, com
aproximadamente 70.000.000 de anos (LEITÃO-FILHO, 1987). Também é reconhecida com
um dos 34 hotspots de diversidade do mundo – possui diversidade florística maior que os
demais biomas e alto grau de endemismo (no total, 8.000 espécies de plantas, sendo: 55% das
arbóreas, 40% das não-arbóreas, 70% das bromélias e 64% das palmeiras que ocorrem nesse
bioma).
Duas consequências da sua distribuição norte-sul e costeira se refletem na biodiversidade
desse bioma: I) variedade de ambientes, altitudes, solos e climas resultaram em alta riqueza
e diversidade de espécies; II) está sob contínuo desmatamento e ocupação desde que os
portugueses (e outros povos) desembarcaram em nosso litoral, que se reflete na altíssima
fragmentação que atualmente é observada, e contínuo desmatamento.
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Leia o artigo de Lagos e Muller (2007): Hotspot Brasileiro Mata Atlântica, que descreve características
gerais do bioma, atual estado de conservação e desafios futuros. Disponível em: http://publicacoes.
unigranrio.br/index.php/sare/article/viewFile/244/233. Veja, também, um perfil do bioma traçado por
organizações não-governamentais, como a Conservation International, entre outros. Disponível em:
http://publicacoes.unigranrio.br/index.php/sare/article/viewFile/244/233
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
Sua distribuição se estende desde o Estado do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do
Sul; contudo, Leitão-Filho (1987) defende que o limite inferior da Mata Atlântica seria ao sul
do Estado de São Paulo ou norte do Paraná, devido a diferenças florísticas e nas paisagens no
trecho Sul da Mata Atlântica, em decorrência das temperaturas menores e geadas frequentes.
Essas regiões apresentam grandes extensões de campo, entremeados com a mata de araucária
e turfeiras. As araucárias (Araucaria angustifolia), barba-de-pau (Tillandsia usneoides) e capim-
caninha (Andropogon lateralis), são características dessa área. As fitofisionomias características
desse bioma e sua distribuição estão descritas no mapa da Figura 11.
Figura 11. Mapa das fitofisionomias encontradas no bioma Mata Atlântica.
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Dessas fitofisionomias, a Floresta Ombrófila Densa representa, provavelmente, o ambiente
de floresta úmida que vem à mente ao falarmos em Mata Atlântica. Nele, as copas das árvores
se tocam e podem atingir 60 metros de altura, criando um ambiente sombreado e úmido típico.
Nesse ambiente, ocorre uma grande estratificação vertical de plantas arbustivas, herbáceas e
lianas, podendo atingir até 11 estratos diferentes. Também destaca-se as Florestas Mistas ou
Mata de Araucárias, que se distribuem nos pontos mais altos da Mata Atlântica e representam
remanescentes de uma antiga floresta de coníferas, amplamente distribuída no Brasil. As
formações florestais do interior, com florestas decíduas e semidecíduas – que perdem as folhas
–, representam corredores florestais que interligam Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia,
possuindo, portanto, características florísticas distintas. O manguezais também merecem
destaque, embora apresentem baixa diversidade florística comparada às demais fisionomias –
mas em função de seu delicado equilíbrio e status de conservação.
Pampa
Figura 12. Mapa das fitofisionomias encontradas no O termo pampa significa campos planos,
bioma Pampa. característicos do sul do Rio Grande do Sul e
Uruguai. Por bioma pampa compreende-se um
conjunto ambiental, de cerca de 176.496 Km2,
que abrange a metade meridional do Estado do
Rio Grande do Sul e constitui a porção brasileira
dos Pampas Sul-Americanos, que se estendem
pelos territórios do Uruguai e da Argentina
(IBGE, 2004).
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500
450 450
450
400
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No Espécies
300
250
200
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150
150
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50 40 40 36 36 36 30
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Fonte: BOLDRINI (2009)
Explore
Leia o texto de Zarth e Gehardt, Uma história ambiental do Pampa do Rio Grande do Sul, para
saber mais sobre o processo de ocupação.
Disponível em: http://www.semapirs.com.br/semapi2005/site/livro/cd%20rom/arquivos/06.pdf
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Em relação às áreas naturais protegidas no Brasil, o Pampa é o bioma que tem menor
representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), representando
apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por unidades. Apesar de a Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário, em suas metas para 2020
prevê a proteção de pelo menos 17% de áreas terrestres representativas da heterogeneidade
de cada bioma (MMA, 2014).
Pantanal
O Pantanal é uma planície sedimentar que, devido à baixa declividade, acumula água dos
rios da Bacia do Alto Paraguai. É considerado uma das maiores extensões de terras úmidas
do planeta, estimado em 155.344 km², ocupando quase 2% do território brasileiro (MMA,
2013). Contudo, as estimativas da sua área variam em função dos critérios adotados para
avaliação. Silva e Abdon (1998) resumem os estudos de delimitação do Pantanal e propõem
uma delimitação que inclui relevo, vegetação e aspectos relacionados à inundação.
O Pantanal possui uma rica flora de plantas aquáticas (macrófitas) com 117 espécies de
angiospermas e 7 espécies de pteridófitas (Lista de Espécies da Flora do Brasil), mas sua
vegetação não está restrita à estas. Silva et al. (2000) definiram 16 classes de vegetação no
Pantanal brasileiro a partir de levantamento aéreo e de características fitofisionômicas. As
principais coberturas vegetais encontradas por esses autores foram Campo (31,1%), Cerradão
(22,1%), Cerrado (14,3%), Brejos (7,4%), Mata Semidecídua (4,0%), Mata de Galeria e 2,4%
de Baceiro ou Batume. A classificação das fitofisionomias adotadas pelo Ministério do Meio
Ambiente estão ilustradas na Figura 15.
Dada sua localização, o Pantanal recebe influência da Amazônia, do Cerrado e da Mata
Atlântica. A vegetação “seca” é intercalada por áreas inundadas, formando ilhas, às vezes
chamadas de “cordilheiras”, onde cresce vegetação de porte arbóreo. Além disso, ocorrem
áreas com clara dominância de uma única espécie, que recebem nomes regionais associados
à espécie –exemplos: o babaçual, dominado pela palmeira babaçu (Orbignya oleifera Bur.);
buritizal, dominado pela palmeira buriti (Mauritia vinifera Mart); cambarazal, área inundável
dominada por cambarás de até 18m de altura (Vochysia divergens Pohl); entre outros listados
em Silva et al. (2000).
Pott e Pott (1995) publicaram uma listagem da flora fanerogâmica (angiospermas) do
Pantanal onde foram incluídas plantas subespontâneas (141) e cultivadas (63). Foram listadas
1.863 especies, pertencentes a 774 gêneros e 136 famílias, das quais as mais numerosas são
Leguminosae lato sensu (240, sendo 135 Fabaceae, 54 Caesalpiniaceae, 51 Mimosaceae),
Poaceae (212), Cyperaceae (92), Asteraceae (87), Euphorbiaceae (78), Rubiaceae (62),
Myrtaceae (45), Malvaceae (47), Convolvulaceae (41), Malpighiaceae (35), Sterculiaceae
(35), Bignoniaceae (34), Scrophulariaceae (34), Verbenaceae (32), Apocynaceae (30),
Amaranthaceae (27), Sapindaceae (27), Acanthaceae (25), Solanaceae (23), Orchidaceae
(22), Polygalaceae (20).
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
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Material Complementar
Caatinga:
• http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/161895/1/OPB2293.pdf
O mundo da Caatinga – vídeo produzido pela The Nature Conservancy
• https://www.youtube.com/watch?v=fSGgxjs0Y3k
Nos céus do Brasil – Caatinga – Reportagem feita pela TV Globo (42min)
• https://www.youtube.com/watch?v=GfhdgE4sAe4
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
Cerrado:
Esta página está hospedada no site do departamento de ecologia da USP, e traz informações
sobre aspectos gerais do bioma Cerrado. Disponível em: http://ecologia.ib.usp.br/cerrado/
aspectos_bioma.htm
Mata Atlântica:
ONG SOS Mata Atlântica publicou neste ano os resultados do último levantamento de
remanescentes, concluindo que em todo o Brasil houve um aumento de 9% no desmatamento.
A publicação traz ainda uma lista dos estados brasileiros que mais desmataram, discutindo
o efeito formiga no desmatamento de pequenas áreas que não são incluídas nesse
levantamento. Leia o texto aqui: http://www.sosma.org.br/17811/divulgados-novos-dados-
sobre-o-desmatamento-da-mata-atlantica/
Pampa:
Livro Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade aborda a história
natural, a flora e outros aspectos dessa fisionomia abrangida pelos Pampas e também pela
Mata Atlântica. Disponível em: http://www.pampabrasil.org.br/site/images/stories/PDF/Campos-
Sulinos-LIVRO.pdf
Notícias selecionadas sobre a diversidade e uso sustentável nos Pampas: http://www.
ecoagencia.com.br/?open=noticias&id=VZlSXRVVONVTVFzMjZEZhN2aKVVVB1TP
Reportagem da Revista Fapesp conversou com especialistas que participaram do III Ciclo
de Palestras - Educação sobre as ameaças ao bioma Pantanal. Leia na íntegra em: http://
revistapesquisa.fapesp.br/2013/05/14/a-ameaca-vem-do-planalto/
O vídeo com trechos dessa conferência pode ser assistido em: http://revistapesquisa.fapesp.
br/2013/05/10/biota-educacao-iii-pantanal/
O blog do SOS Mata Atlântica publicou um artigo explicando a importância das florestas
para a atual situação dos mananciais e a e a crise da água:
http://www.sosma.org.br/17706/desmatamento-agravou-crise-da-agua-em-sp/
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Referências
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em agosto de 2014.
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LOHMANN, L.G. Angiospermas in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do
Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB128482>.
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cerrado sensu stricto, Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 26, n. 4, Dez. 2003. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-84042003000400002&ln
g=en&nrm=iso>. Acessado em: Agosto de 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-
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Unidade: Evolução das Angiospermas e sua Distribuição nos Biomas Brasileiros
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Anotações
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