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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


LICENCIATURA EM ENGENHARIA QUÍMICA
CADEIRA: INDUSTRIAS QUIMICAS
Tema: Absorção

Discentes: Docentes:
Mainato, Manuel Felix Eng⁰. Rodrigues Manjate, Msc
Mavenda, Genesse João
Maveto, Faustino Marques

Maputo, Junho de 2021


Introdução
O processo de absorção de gases é utilizado em plantas industriais, seja na
preparação da matéria prima para a transformação de insumos em produtos finais,
bem como na purificação dos produtos. O processo consiste na transferência de um
componente de uma mistura gasosa para um líquido absorvente devido à
solubilidade e à diferença de concentração entre as fases.
O conhecimento dos fenômenos de transferência de massa envolvidos, é
essencial para a avaliação da capacidade de separação e o cálculo da eficiência de
transferência de massa, condições operacionais primordiais para o dimensionamento de
equipamentos utilizados neste tipo de operação unitária.

1. Objectivo Geral

2. Objectivos Específicos

3. Metodologia

Operações Unitárias é aquela que classifica e estuda, separadamente,


os principais processos físico-químicos utilizados na indústria química. Os processos
mais comuns encontrados nas indústrias químicas são a Destilação Atmosférica e a
Vácuo, os processos de Absorção e Adsorção, a Extração Líquido-Líquido e Líquido-
Gás, o processo de Filtração, assim como alguns mais específicos, como por exemplo, o
Craqueamento Catalítico, Hidrocraqueamento, Hidrotratamento de correntes instáveis
e outros utilizados principalmente na Indústria Petrolífera.

Processos de separação
As operações unitárias de separação são o coração das engenharias de processos e quimica.
O conhecimento e o dominio destas operações unitárias sempre foram primordiais para que
não houvesse nem perde de produto, nem desperdicio de energia.
A separação precisa separar o produto requerido sem perdas, preservando tanto as
caracteristicas do produto, quanto a economia do processo produtivo.
A absorção
A absorção é um processo inverso da destilação.
- Destilação – objectivo é o mais volátil;
- Absorção – objectivo é o menos volátil.
O processo de absorção tem a função de absorver em um liquido, o gás menos volátil.

Absorção gasosa
A absorção gasosa de uma gás por um liquido apropriado é a segunda maior operação da
engenharia quimica que é baseada na transferência de massa interfásica controlada por taxas
de difusão.
É a transferência de um componente solúvel da fase gasosa para uma fase liquida absorvente
e não volátil.
 Este fenomeno pode acontecer fisicamente ou quimicamente.
 Transferência fisica: quando há apenas a dissolução do gás no liquido;
 Transferência quimica; quando o gás reage quimicamente com o liquido e a partir
desta, ocorre a absorção.
Exemplo de absorção fisca
 A absorção sem reação quimica pode ser utilizada na recuperação de acetona de uma
mistura ar-acetona por um fluxo de água, e com reação quimica, fabricação de ácido
nitrico pela absorção de oxido de nitrogênio em água.
É a mais utilizada.
Historial do produto
O desenvolvimento da industria de HNO3 se deu primeiramente em função das indústrias de
explosivos e corantes no final do século XIX. Após a segunda Guerra Mundial houve uma
enorme expansão da indústria de HNO3 devido ao uso e fertilizantes sintéticos.
Até 1900, o HNO3, era obtido, sobretudo, a partir do nitrato de sódio (Salitre do Chile):
NaNO3 + H2SO4 NaHSO4 + HNO3.
A obtenção de HNO3 a partir da oxidação catalitica da amônia teve inicio em 1901, com a
primeira planta na Alemanha, que produzia 3 t/dia. As plantas modernas utilizam o mesmo
principio, produzindo até 2000 t/dia.

Natureza do produto: Liquido fumegante, levemente amarelado; de odor forte e irritante;


muito corrosivo e tóxico.
Materia prima: Amônia anidra, o ar, a água e uma tela de platina-ródio como catalisador.
Definição da materia prima: é toda a substância de origem animal, vegetal ou mineral, em estado
bruto, que para ser utilizada como alimento, precisa sofrer um tratamento e/ou transformação de
natureza quimica, fisica ou biológica. Não haverá produto bom, se ele for fabricado com matéria-
prima inadequada. As matéria-primas podem ser classificadas de acordo com sua estabilidade em:
pereciveis, semipereciveis e não pereciveis.
Pereciveis – são matéria-primas que se alteram rapidamente, a menos que sejam submetidas a
processos de conservação. Geralmente requerem baixas temperaturas de estocagem para melhor
estabilidade. Estas matéria-primas apresentam vida útil de apenas alguns dias quando refrigeradas e
de alguns meses quando congelados. Exemplos: leite, carnes frescas,frutas e hortaliças.
Semipereciveis – São matéria-primas que tem sua estabilidade aumentada em decorrência de técnicas
aplicadas em seu processamento. A estabilidade pode ser estendida por 30 a 90 dias, quanda mantidas
em refrigeração. Exemplos: produtos cárneos defumados, queijos curados.
Não pereciveis – estas matéria-primas podem ser estocadas a temperaturas ambiente por um periodo
de tempo prolongado, sem que haja crescimento microbiano suficiente para se caracterizar a
deterioração. Exemplos: cereais, grãos, produtos desidratados e produtos enlatados.

Nome do produto: Ácido nitrico.


Sinónimo: Ácido nitrico 53%, Ácido nitrico Comercial, Ácido Azótico,Água forte, Espirito de Nitro.
Grupo quimico: Ácido inorganico.

Definição: O ácido nítrico é um líquido incolor, muito tóxico e corrosivo. Ferve a 83 °C. É
muito solúvel em água e, com o tempo e a influência da luz, sua solução fica avermelhada
devido à decomposição do HNO3 em NO2.

Ácido nítrico — HNO3


Fórmula química: HNO3
N° CAS: 7697-37-2

Identificação dos perigos


Perigos mais importantes: O ácido nitrico é altamente corrosive e tóxico, enérgico oxidante,
podendo levar à inflamabilidade outros combustíveis. Manuseie o produto com segurança.
Suas reações ccom compostos como álcoóis, aminas, amoniaco, aldeidos, hidrazinas,
anidrido acético, cetonas, substâncias inflamáveis, metais alcalinos, ácido sulfúrico,
hidrocarbonetos, podem ser exotérmicas e explosivas.

Medidas de primeiros-socorros
Contato com os olhos: Lave imediatamente os olhos com agua corrente durante 15
minutos, levantando as palpebras para permitir a maxima remoção do produto. Após estes
cuidados encaminhe imediatamente ao medico oftalmologista.
 Contato com a pele: Retire rapidamente as roupas e calçados contaminados e lave as
partes atingidas com água corrente em abundancia durante 15 minutos. Encaminhe ao
médico.
 Inalação: Remova o acidentado para área não contaminada e arejada e administre
oxigênio se disponivel, sob mascara facial ou cateter nasal. Aplique manobras de
ressuscitação em caso de parada respiratória. Encaminhe imediatamente ao hospital
mais proximo.
 Ingestão: Nunca de nada pela boca a pessoas inconscientes ou em estado convulsivo.
Devido ao forte poder de corrosão e perfuração do ácido nitrico, os vômitos são
contra indicados. O acidentado consciente pode ingerir agua, sempre aos poucos para
não induzir vômitos. Não administrar bicarbonato de sodio ou tentar neutralizar o
ácido. Encaminhar ao medico informando as caracteristicas do produto.
 Quais ações devem ser evitadas: Nao induzir ao vomito.
 Descrição breve dos principais sintomas e efeitos: O Acido Nitrico e muito
corrosivo para pele, olhos, aparelho digestivo e trato respiratório.
 Proteção ao prestador de socorros: Utilize os equipamentos de proteção individual
indicados.
 Informações ao médico: Na inalação de vapores contendo oxidos de nitrogenio pode
ocorrer edema pulmonar tardiamente, mesmo apos a remissão dos sintomas irritativos
de vias aereas superiores, o que requer observação medica prolongada. Administrar
corticosteroide e antibiotico. A neutralização gastrica pode ser promovida por
hidroxido de magnesio. Lavagens gastricas devem ser realizadas por pessoal
experiente. Considere o risco de perfuração gastrintestinal. Avalie a função renal.

Medidas de controle para derramamento ou vazamento


Precauções pessoais
 Remoção de fontes de ignição: Remover fontes de ignição e evitar o contato com
metais pois produz gás inflamavel.
 Controle de poeira: Não aplicável. Produto liquido.
 Prevenção de inalação e contato com pele, mucosas e olhos: Utilizar oculos de
segurança, botas, mascara especifica para ácidos e luvas adequadas. Isolar a area num
raio minimo de 50 metros e manter afastados os curiosos.

Precauções meio ambiente


 Procedimentos: Conter derramamento atraves de barragem de terra ou areia. Isolar o
material naoneu tralizado de cursos d'agua naturais, bueiros e esgotos.
Método de limpeza
 Recuperação: Colete o liquido em recipientes proprios. Absorva material restante
com material inerte, como areia seca ou terra. Se necessario construir diques. Nunca
use material organico para absorver derramamento.
 Neutralização: Neutralize lenta e cuidadosamente, utilizando material alcalino
(soda). Libera grande quantidade de calor.
 Prevenção de perigos: Não descarte diretamente no meio ambiente.

Medidas de combate a incêndio


 Não Combustível e não inflamável: Não é combustivel, mas é um oxidante e pode
provocar fogo quando em contato com outros combústiveis ou materiais organicos.
Em contato com metais pode liberar gas hidrogenio. Em caso de incêndio vizinho,
manter tanques resfriados para evitar nevoa.
 Ponto de fulgor: Não aplicável.
 Meios de extinção apropriados: Usar espuma resistente a álcool, po quimico, CO 2
ou areia seca.
 Meios de extinção inapropriados: Nao utilizar jato direto de agua. Utilizar agua
spray para manter tanques resfriados.
 Métodos especiais: Resfriar lateralmente os recipientes expostos as chamas com
agua, mesmo apos o fogo ter sido extinto.
 Equipamento para proteção: Os bombeiros devem vestir todos os equipamentos de
proteção individual (luvas, oculos, botas e mascaras apropriadas) e principalmente
aparatos de respiração.

Embalagem.

Aplicações:

 Metalurgia: decapagem do latão; refinação de metais nobres e preciosos: separação do


outro e prata, como agente de gravação;
 Aço: na presença do aço, remoção de crostas em aço inoxidável, para gravação.
 Indústria de Impressão: como agente de gravação em litografia e fotogravura.
 Indústria de couro: curtimento do couro e outros processos que necessitem de
nitração.
 Indústria têxtil: na fabricação de fibras sintéticas; na produção de Rayon; na
fabricação de Nylon; na fabricação de celuloide.
 Indústria de tintas e vernizes: como agente de nitração.
 Indústria de corantes e pigmentos: como agente de nitração.
 Indústria de plásticos: como agente de nitração.
 Indústria da borracha: como reagente de borracha sintética; como solvente para
borracha composta e vulcanizada.
 Manufatura de filmes fotográficos: nos filmes de nitroceluulose.
 Fabricação de fertilizantes: para os nitro-compostos (nitrofosfatos, etc….); na manu

fatura de nitratos inorganicos (nitrato de amônio, etc…); na manufatura de nitratos


organicos.

 Indústria farmacêutica: na destruição de medicamentos.


 Indústria de explosivos: na fabricação de fulminato de mercúrio; na fabricação de
nitroglicerina.

Outras aplicações: Usa-se na fabricação de ácido sulfúrico, ácido picrico, algodão pólvora,
corantes de anilina e seda artificial. É oxidante corrosivo que destroi o anil. Emprega-se ainda
na preparação de metais, mordentes férricos e na decoração de lã artificial.
Processo de absorção
 Equipamento: Torre de absorção ou Coluna ou Torre de Recheio.
 Coluna cilindrica vertical.
- Entrada de gás e saida de liquido pela parte inferior.
- Entrada de liquido e saida gás parte superior.
 Recheio;
 Recheio → aumenta a área interfacial;
 A estrutura da coluna pode ser revestida em metal, ligas resistentes à corrosão,
materiais cerâmicos, vidro ou materiais plásticos;
 O recheio é suportado por um prato que deve ter mais de 75% de área livre para
passagem dos fluidos, para oferecer o minimo de resistencia;
 Dependendo da necessidade, são utilizados mais de um prato (redistribuição);
 No topo do leito há um distribuidor de liquido que providencia uma irrigação
uniforme por todo diametro do leito;
 Em escala industrial, podem chegar a 5m de diametro e 30m de altura;
 Operam desde forte vácuo à altas pressões;
 O aumento na taxa de transferencis faz com que aumente também os custos de
construção e operação. Então, para um design econômico e eficiente, é necessária a
escolha do recheio ideal.

Funcionamento da coluna de absorção

 Processo é continuo.
 Regime permanente.
 Fluxos são em contracorrente.
 A alimentação; introduzida no fundo da coluna.
 O solvente (água); alimentado no topo da coluna.
 A coluna pode ser de “pratos” ou de “recheio”, para promover uma melhor remoção.
 Gás tratado e mais purificado: sai no topo da coluna.
 Solução liquida com o soluto: sai embaixo.
Por que acontece a transferencia?
 Pela existencia de uma diferença (força motriz) entre a concentração do soluto na fase
gasosa e a no gás em equilibrio com o liquido (interface das duas fases).
 É o mesmo processo pelo qual o calor passa de uma porção mais quente para uma
mais fria de um mesmo fluido: há uma diferença ou força motriz térmica.

O solvente
 O solvente introduzido no topo da coluna pode ser puro ou reutilizado.
 Quando o reutilizado, a recuperção nunca é “perfeita”, então o solvente alimentado no
topo da coluna já contém um pouco de soluto.
 Em termos de poder de absorção, essa pequena presença de soluto vai atrapalhar a sua
remoção no processo, dvido à diminuição da força motriz → analisar o custo
beneficio.

Modelo matemático
Para a descrição do modelo matemático a Figura 1 é utilizada, onde um gás que contém um
soluto é alimentado no fundo da coluna e um líquido puro (solvente) é alimentado no topo e
ambas as correntes escoam em contracorrente permitindo uma forte interação entre as fases
nos diversos dispositivos internos de contato.
Neste processo o soluto é transferido da fase gasosa para a fase líquida, permitindo que a
corrente gasosa, que abandona a coluna, tenha uma redução no poluente, cujo grau de
recuperação depende da eficiência de transferência de massa neste processo.
No estágio ideal ou de equilíbrio, Figura 2, a mistura entre as fases é hipoteticamente perfeita,
de modo que as correntes que deixam o estágio estejam em equilíbrio entre si e a intensidade
de mistura caracteriza a ausência do gradiente de concentração ao longo do prato.

Modelagem de estágios de equilíbrio com reação química


Muitos processos de absorção industrial ocorrem com reações químicas, principalmente na
fase líquida entre o solvente e o soluto, cujos produtos da reação são solúveis no líquido. A
reação de um soluto absorvido com um reagente na fase líquida, segundo Treybal (1980) tem
como principais conseqüências:
 a formação de um novo composto que reduz a pressão parcial do soluto, tendo como
conseqüência o aumento da força motriz entre as fases e o aumento da taxa de
absorção;
 aumento dos coeficientes de transferência de massa da fase líquida que contribui para
o aumento das taxas de absorção.

Segundo Perry e Chilton (1986) a maioria dos processos de absorção usados nas indústrias
envolve reações químicas na fase líquida, reações estas que elevam a taxa de absorção e
aumentam a solubilidade do soluto no solvente, quando comparado com absorção física.
Porém, faz-se necessário o conhecimento dos princípios da absorção física, para o
entendimento da absorção química. Esta recomendação se faz necessária, uma vez que,
métodos clássicos de projetos aplicados em equipamentos de absorção física, que admitem
processo isotérmico ou adiabático, têm sido aplicados em projetos de equipamentos que
envolvem absorção química. Porém, para os autores, o projeto dos processos de absorção,
envolve procedimentos rigorosos baseados em simplificações, válidas para várias condições
de operação.
Nestes procedimentos a temperatura da fase líquida é assumida constante ao longo do
equipamento e igual a sua temperatura de alimentação. Esta aproximação ignora todos os
efeitos térmicos do processo e é somente válida quando o gás de alimentação é
suficientemente diluído. Como observou Perry et al. (1984), o problema que surge ao se
considerar válida esta aproximação é definir, para cada sistema, os parâmetros relacionados à
diluição. Um outro método clássico, de projeto, admite o comportamento adiabático
para a coluna de absorção, assumindo, dessa forma, que o calor de solução serve somente
para aquecer o líquido. Por esta razão, torna-se possível relacionar o aumento da temperatura
da fase líquida com a concentração de soluto por um balanço de entalpia. Com relação à
validade deste método, comparações feitas por Stockar et al. (1974) com métodos mais
rigorosos e clássicos de projeto admitindo a hipótese do comportamento adiabático para
coluna de recheio, permitiram o uso de fatores de correção (1,25 a 1,5) para a determinação
da altura real do recheio.

Uma das considerações importantes envolvidas no projeto e operação de colunas de absorção,


com reação, é a determinação do perfil de temperatura ao longo da coluna e a análise
dinâmica do processo, para processos não permanentes, de forma a se avaliar estratégias de
controle e modificações das condições operacionais do equipamento uma vez que, a
solubilidade do gás depende fortemente da temperatura.

Segundo Perry e Chilton (1986), quando os efeitos térmicos não podem ser desprezíveis,
como nas aproximações isotérmica e adiabática, o dimensionamento das colunas de pratos ou
recheio é mais complexo.

Pode-se estender esta observação ao estudo de estratégias de controle para colunas de


absorção com reação química, uma vez que, com as simplificações que envolvem os efeitos
térmicos, a modelagem e simulação do processo tornam-se mais simples, em termos de
variáveis controladas e manipuladas. Desta forma, deve-se verificar as condições de operação
mais adequadas para a representação do comportamento real e utilizá-la no estudo de
estratégias de controle.

Stockar et al. (1974), avaliaram os efeitos térmicos no processo de absorção em colunas de


pratos e concluíram que os mesmos são responsáveis pelo aumento da temperatura, ao longo
da coluna, baseado nos seguintes fatores:
 calor de solução do soluto (incluindo o calor de condensação, calor de mistura e calor
de reação);
 calor de vaporização e condensação do solvente;
 troca de calor sensível entre a fase líquida e a fase gasosa;
 perda de calor sensível para as serpentinas de resfriamento ou para a atmosfera
através das paredes da coluna.

Materiais e métodos
Neste trabalho foi avaliado a absorção de dióxido de nitrogênio (NO2) em água (H2O), tendo
como produtos de reação o óxido nítrico(NO) e o ácido nítrico(HNO3), sendo este último
importante intermediário na produção de fertilizantes utilizados na agricultura.

Para avaliar a absorção de dióxido de nitrogênio com reação química, em colunas de


absorção, Wiegand et al. (1990) desenvolveram o modelo de equações das taxas de reação e
observaram que a reação global (c) pode descrever o fenômeno de transferência de massa
com reação química, no processo de absorção. A reação avaliada pelos autores é de 3a ordem,
em relação ao reagente, dióxido de nitrogênio, e ocorre na fase líquida. Todas as etapas das
reações químicas envolvidas neste processo são descritas em três estágios, destacando-se:

Combustão catalítica da amônia para a obtenção de óxido nítrico e água;


4NH3 (g) + 5O2 (g) 4NO(g) + 6H2O (l) (1)
Oxidação de óxido nítrico para formação de dióxido de nitrogênio e tetróxido de
dinitrogênio;
2NO(g) + O2 (g) N2O4(g) (2)
Absorção de dióxido de nitrogênio para a formação de ácido nítrico e óxido de
nitrogênio.
3NO2(g) + H2O (l) NO(g) + 2HNO3(l) (3)

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi utilizado o simulador comercial Process Provision
PROII e avaliada a absorção do dióxido de nitrogênio em água, utilizando-se a reação
química descrita na Equação 3. Trabalhou-se com projeto de colunas com 14 estágios
(pratos), cujas temperaturas de alimentação, da fase gasosa e da fase líquida (solvente), foram
mantidas constante (30⁰C) e avaliou-se a influência dos parâmetros de processo e de projeto
sobre a performance da coluna e as taxas de absorção neste processo. Os dados obtidos foram
avaliados e estão presentes nos itens subsequentes deste trabalho.

Para se avaliar a influência da vazão das correntes de alimentação sobre o comportamento da


coluna de absorção, fixou-se, numa primeira etapa, as vazões de alimentação do gás (100
kgmol/h) e modificou-se as vazões de alimentação do solvente (de 300 à 1000 kgmol/h) e, na
segunda etapa do processo, fixou-se a vazão de alimentação do solvente (100 kgmol/h) e
modificou-se a vazão de alimentação do gás (de 300 à 1000 kgmol/h), condições que
permitiram estabelecer a relação S/F ótima.

Resultados e discussão
A melhor performance (Figura 3) é alcançada para vazões de gás maiores que a vazão de
líquido (relação S/F menor que 1). Este efeito, segundo Counce e Perona (1979), é causado
pelo aumento da intensidade de borbulhamento do líquido sobre o prato.
Nas Figuras 3 (e, f) observa-se que o consumo de NO2(g) aumenta com o aumento da relação
entre a vazão de alimentação do solvente (S) e a vazão de alimentação da mistura gasosa (F)
(relação S/F) pois, nestas condições de operação, o tempo de contato líquido-gás aumenta em
função do aumento da crista e do aumento da intensidade de borbulhamento (Figura (3 f)),
condições que favorecem o aumento dos coeficientes de transferência de massa nos processos
de absorção.
O comportamento descrito na Figura 3 (e, f) é similar ao comportamento da Figura 3 (a, b)
sendo que, desta vez, com o aumento da relação S/F, diminui a fração molar de ácido nítrico
na corrente dos produtos da base da coluna.
Etapas
Combustão de amônia
Gás amoniaco, a partir de uma instalação de produção ou um tanque de armazenamento (1) e
ar cuidadosamente purificado (2) são misturados numa câmara (3) na proporção de 1:10. A
mistura passa a alta velocidade por reatores (4) a 800-850⁰C, através de um leito de várias
camadas de uma fina rede de platina, após ser pré-aquuecida num trocador de calor (5) a
cerca de 200⁰C. O oxigênio no ar oxida o NH3 a NO nos reatores, formando “gases
nitrosos”com o excesso de ar presente. A reação é exotermica e por si só mantém a
temperatura de reação necessária sse o reator for aquecido no inicio. Os gases nitrosos
quentes cedem parte de seu contéudo calorifico no trocador de calor (5). Para um
arrefecimento adicional, são conduzidos através de uma caldeira (6), utilizando o seu teor
calorifico para a produção de vapor.

4NH3 + 5O2 4NO + 6H2O

Reações que competem na primeira etapa:


4NH3 + 3O2 2N2 + 6H2O
2NH 3 + 2O2 N2O + 3H2O
4NH3 + 6NO 5N2 + 6H2O

Absorcão ácida
A oxidação de NO em NO2 e formação de ácido notrico tem lugar em grandes torres de
absorção (7) no qual o gás borbulha em contracorrente atraves de ácido nitrico diluido em
primeiro lugar e, posteriormente, atraves de água. Sucessivamente os gases fluem nas torres,
enquanto ácido diluido deixa cada uma sendo resfriado (8) e bombead (9) para a torre
seguinte, aumentado sua concentração. Da primeira torre (7a) vem o ácido nitrico e
concentração aproximadamente 50%.

A reacão que ocorre é descrita a seguir. O monoxido de nitrogenio (NO) é oxidado a dioxido
de nitrogenio (NO2) com excesso de ar. Na temperatura desta etapa, proxima à temperatura
ambiente, o NO2 encontra-se dimerizado:
2NO + O2 N2O4
O N2O4 reage com água formando uma mistura de ácidos nitrico (HNO 3) e nitroso (HNO2).
No entanto, o ácido nitroso é instável e é decomposto:
3HNO3 + HNO3 2NO + H2O

O NO assim formado reage novamente com o ar para formar N 2O4, continuando a reação com
água, como mostrado acima. Como resultado, o NO semore será formaado novamente, de
modo que a transformação totaldo mesmo não é possivel com esta etapa de absorção do,
razão pela qual uma absorção alcalina é acoplada.

Absorção alcalina
Gases que coném pequenos teores de gases nitrosos, depois de sair da última torre de
absorção ácida são pulverizados em duas torres de absorção com álcalis (10). Esta lavagem
alcalina é deita com uma suspensão de cal (Ca(OH)2) em uma solução de nitrato de Cálco,
onde formam-se nitrato e nitrato se cálcio:
4NO2 + 2Ca(OH)2 Ca(NO2)2 + 2H2O

Os gases que saem atraves de chamines altas (10b) ainda contém 0,05—0,1% de oxido de
nitrogenio, uma absorção completa não seria economica. Em vez de Ca(OH) 2, são também
usadas soluções de hidroxido de sódio ou carbonato.sendo formados nitrato de sódio
(NaNO3) e nitrito de sódio (NaNO2).

Inversão de nitritos
Para aproveitar os nitritos formados na absorção alcalina, ocorre uma oxidação atraves da
injeção de ar em uma torre de inversão (12) para formar solução de nitrato (13), que são então
processadas para produção de nitrato de Cálcio (14) para fabricação de fertilizantes ou
utilizadas na preparação de novas quantidades de liquidos de absorção (15). Os gases nitrosos
que são liberados neste tratamento são reciclados novamente para serem absorvidos.
Outra opção para aproveitar os nitritos formados na absorção alcalina é a oxidão pela adição
de ácido nitrico na torre de inversão (12);
3Ca(NO2)2 + HNO3 3Ca(NO3)2 + 2H2O
Conclusões
Com os resultados obtidos pôde-se observar que existem parâmetros de grande relevância no
processo de absorção de gases com reação química, principalmente na absorção de dióxido de
nitrogênio.
A melhor capacidade de operação da coluna de absorção é obtida para vazões de gás maiores
que as de líquido, justificado pelo aumento da intensidade de borbulhamento entre as fases
sobre o prato e do aumento do tempo de contato líquido-gás.
O aumento da temperatura de alimentação do gás proporciona a diminuição do consumo do
soluto bem como a diminuição da formação dos produtos da reação, ocasionados pelos
fenômenos de vaporização no processo de absorção, decorrente da baixa temperatura de
ebulição dos seus componentes.
Com os resultados obtidos, observou-se que a absorção de gases mesmo sendo um processo
de produção industrial, pode e deve ser amplamente utilizado para minimizar concentrações
de poluentes na atmosfera.
Lista de nomenclatura
G- Fase gás
L- Líquido
QG - Calor removido da fase gasosa (j/s)
QL - Calor removido da fase líquida (j/s)
S- Fluxo na corrente lateral (mol/s)
x- Fração molar do componente na fase líquida
y- Fração molar do componente na fase gasosa
Subscritos
B Base
N Estágio
T Topo
Sobrescrito
G Fase Gás
L Fase Líquido
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