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GUIA DE ESTUDOS DE PRÁTICAS ON-LINE


PRÉVIAS OU PÓS-MÓDULO
REFERENTES A 12H/AULA DE ESTUDOS EM
SALA DE AULA INVERTIDA

ATIVIDADE INDIVIDUAL

GEOTECNIA APLICADA A PROJETOS DE RODOVIAS


MBA EM ENGENHARIA RODOVIÁRIA

PROF. DR. JOAO PAULO SOUZA SILVA


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IPOG – INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E GRADUAÇÃO

Todos os direitos quanto ao conteúdo desse material didático são reservados


ao(s) autor(es).
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/// APRESENTAÇÃO

O significado da palavra solo não é o mesmo para todas as ciências que


estudam a natureza. Para fins de Engenharia Civil/Infraestrutura, admite-se que
os solos são misturas naturais de um ou diversos minerais (às vezes com
matéria orgânica) que podem ser separados por processos mecânicos simples,
tais como agitação em água ou manuseio. Numa conceituação mais simplista,
o solo seria todo material que pudesse ser escavado, sem o emprego de
técnicas especiais, como, por exemplo, explosivos.

O objetivo desta publicação é colocar ao alcance dos estudantes de MBA em


Engenharia Rodoviária, uma coletânea de textos originários de notas de aula,
normas técnicas brasileiras (ABNT e DNIT), capítulos de livros, manuais
técnicos do DNIT e apostilas disponíveis em bancos de dados bibliográficos. A
compilação das informações possibilita aos alunos o acompanhamento sobre
os assuntos, e serve como fonte bibliográfica para questionar, aprofundar e
consolidar os conhecimentos. Além disso, os conteúdos são aplicáveis a
estudos mais elaborados que sejam requeridos no exercício de suas atividades
profissionais, tais como escolha de material para obras de aterros, fundações
de pontes e viadutos, movimentação de terra e técnicas construtivas utilizando
solo como fundação ou como material de construção.

A formação na área de Geotecnia não se encerra no módulo de Geotecnia


aplicada a projetos de Rodovias, mas é complementada por outros módulos
temáticos que tratam de geometria, drenagem, dimensionamento e patologias
de pavimentos, dentre outros.

Bons estudos!!!

Prof. Dr. João Paulo Souza


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/// PROGRAMA DAS PRÁTICAS PRÉVIAS ON-LINE (Se esse não


é seu primeiro módulo) – Valor 3,0 pontos e 12h/aula

/// PROGRAMA DAS PRÁTICAS PÓS-MÓDULO ON-LINE (Se


esse é seu primeiro módulo) – Valor 3,0 pontos e 12h/aula

Nesta etapa do desenvolvimento do módulo de Geotecnia aplicada a projetos


de Rodovias, você vai aprender ou ainda relembrar alguns aspectos da
Engenharia Geotécnica, relacionados ao Estado do Solo e Parâmetros de
Classificação. Deste modo, objetivo desta atividade é apresentar e aplicar os
conteúdos para solucionar um problema de engenharia real que será
apresentado ao final do material.

É importante ressaltar, que essa atividade é individual e personalizada, ou


seja, o aluno deverá executar sua atividade com respostas
personalizadas, mesmo que tenha debatido/discutido sobre os conteúdos
com outros colegas e/ou professores. Assim, espera-se que o aluno
apresente respostas, análises e conclusões personalizadas e baseadas
em suas próprias avaliações acerca do que foi pedido.

/// OBJETIVO GERAL

 Proporcionar aos alunos a aprender e/ou relembrar conceitos, teorias e


o desenvolvimento de capacidades e habilidades acerca de requisitos
geotécnicos aplicados a obras de rodovias.

/// OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) Trazer o mecanismo de Sala de aula invertida, onde há uma inversão da


lógica do modelo de ensino-aprendizagem. Os estudantes entendem os
conceitos antes da aula, ou seja, os conteúdos são propostos pelo
professor e o aluno estuda o material baseado nos roteiros
disponibilizados e preparados especificamente para essa finalidade.

A ideia principal é que o aluno entenda a matéria através de recursos virtuais


em casa e, na sala de aula, ele já entende o mínimo sobre assunto que será
desenvolvido.
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O Aluno no papel de protagonista: o aluno se torna um agente bem mais


responsável e ativo com o aprendizado, aprimorando seu engajamento nos
conteúdos.

2) Aplicação dos princípios da Engenharia Geotécnica para conhecimento


das propriedades do solo e sua interação com obras implantadas no seu
interior e fora dele;

3) Conhecer e aplicar de forma prática normas técnicas referentes a


geotecnia e obras rodoviárias.

Conheça como esse Guia de Acompanhamento de Aula foi organizado.

Unidade 1: O estado do solo

Unidade 2: Classificação dos solos

/// PROFESSOR DO MÓDULO


João Paulo Souza Silva, graduado em Engenharia Civil e graduação em
Tecnologia em Infraestrutura de Vias, além de Mestrado, Doutorado e Pós-
doutorado em Engenharia Civil, com ênfase em Geotecnia e Pavimentação.
Atua principalmente em projetos, construção e manutenção de
empreendimentos rodoviários.
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UNIDADE 1 – O ESTADO DO SOLO

O OBJETIVO DESSA UNIDADE É TRAZER UMA COMPILAÇÃO


DE INFORMAÇÕES ACERCA DE ÍNDICES FÍSICOS, FATORES
DE CONVERSÃO E CONSISTÊNCIA DOS SOLOS.

Ao final dos estudos, você deverá ser capaz de: interpretar os principais
índices físicos do solo, comparando resultados reais com aqueles
tradicionalmente utilizados na conversão de volumes, massas e
densidades dos solos. Além disso, compreenderá como a consistência e
a granulometria do solo podem influenciar na classificação e no seu
desempenho mecânico.

1. ÍNDICES FÍSICOS DO SOLO

Numa massa de solo, podem ocorrer três fases: a fase sólida, a fase gasosa e
a fase líquida. A fase sólida é formada pelas partículas minerais do solo, a fase
líquida por água e a fase gasosa compreendem todo o ar existente nos
espaços entre as partículas. Portanto, o solo é um sistema trifásico onde a fase
sólida é um conjunto discreto de partículas minerais dispostas a formarem uma
estrutura porosa que conterá os elementos constituintes das fases líquida e
gasosa. A Figura 1 apresenta um esquema de uma amostra de solo em que
aparecem as três fases tal qual na natureza e esta amostra com suas fases
separadas para atender a uma conveniência didática de definição dos índices
físicos.

GASOSA

LÍQUIDA

SÓLIDA

Figura 1- Esquema de uma amostra de solo: elemento de solo natural


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VOLUME MASSA VOLUME MASSA

ar Gasosa Var Gasosa


Vazios Vv
água Líquida água Vw Líquida Mw
Solo Solo V Mt

sólidos Sólida sólidos Vs Sólida Ms

(a) (b)

Figura 2 - Esquema de uma amostra de solo: diagrama de fases.

V = volume total M = Massa total


Vs = volume de sólidos Ms = Massa dos sólidos
Vv = volume de vazios Mw = Massa de água
Vw = volume de água Ma = Massa de ar (Ma = 0)
Va = volume de ar
V = Vs + Vv, onde Vv = Vw + Va Mt = Ms + Mw

As partículas sólidas do solo são pequenos grãos de diferentes minerais, cujos


vazios podem ser preenchidos por água, ar, ou parcialmente por ambos (ar e
água). Define-se mineral como uma substância inorgânica e natural, com uma
estrutura interna definida (átomos e íons) e com composição química e
propriedades físicas fixas ou variam dentro de limites definidos. As partículas
sólidas dos solos grossos são constituídas por silicatos (feldspatos, micas,
olivinas, etc.), óxidos (quartzo), carbonatos (calcita, dolomita), sulfatos
(limonita, magnetita). Já os solos finos são constituídos por silicatos de
alumínio hidratado (argilo-minerais).

Em outras palavras, o volume total da massa de solo (V) consiste do volume de


partículas sólidas (Vs) e do volume de vazios (Vv). O volume de vazios é
geralmente formado pelo volume de água (Vw) e pelo volume de ar (Va). A
Figura 2 mostra um diagrama de fase no qual cada uma das três fases é
apresentada separadamente. No lado esquerdo, usualmente indicamos o
volume das três fases e, no lado direito, os pesos correspondentes às fases.

Como o peso específico do ar é muito pequeno quando comparada as massas


específicas da água e dos sólidos, a massa da fase gasosa (Ma) será sempre
desprezado no cálculo da massa do solo.

Os índices físicos são definidos como grandezas que expressam as proporções


entre pesos e volumes em que ocorrem as três fases presentes numa estrutura
de solo. Estes índices possibilitam determinar as propriedades físicas do solo
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para controle de amostras a serem ensaiadas e nos cálculos de esforços


atuantes.

Os índices físicos dos solos são utilizados na caracterização de suas


condições, em um dado momento e por isto, podendo ser alterados ao longo
do tempo. Seus nomes, simbologia e unidades devem ser aprendidos e
incorporados ao vocabulário de uso diário do geotécnico.

Nos itens seguintes, serão definidos os índices físicos, separando-os em três


grupos, conforme definição anterior, bem como, apresentadas fórmulas de
correlação entre os mesmos e a maneira experimental de obter alguns deles.
Índices físicos, granulometria e limites de consistência formam as propriedades
índices que são aplicadas na classificação e identificação dos solos, uma vez
que elas podem ser correlacionadas, ainda que grosseiramente, com
características mais complexas do solo, como por exemplo, a
compressibilidade e resistência.

1.1 - Relação de fases

As relações apresentadas a seguir constituem uma parte essencial da


Mecânica dos Solos e são básicas para a maioria dos cálculos desta ciência.

1.1.1 Relação entre pesos ou massas

a) Teor de umidade (w %): O teor de umidade de um solo é determinado como


a relação entre a massa de água (Mw) e a massa das partículas sólidas (Ms)
em um volume de solo. De acordo com a simbologia mostrada na Figura 2,
tem-se: w = (Mw/Ms) x100 (%)

O teor de umidade pode assumir o valor de 0% para solos secos (Mw = 0) até
valores superiores a 100% em solos orgânicos. Entretanto, na natureza é
comum e típico encontrarmos valores de umidade até 40% para solos
geralmente utilizados como material de construção.

Abaixo são mostradas duas situações que comumente causam dúvida nos
profissionais da área.
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Vamos analisar para uma situação unitária (Vt = 1cm³). Então:


Se a água possui densidade = 1g/cm³, então sua massa para 50% do volume
unitário (de 0,5 cm³), será 0,5g
Se o sólido possui densidade = 2,6g/cm³, então sua massa para 50% do
volume unitário será 1,3 g (pois ɣs = Ms/Vs e se Vs = 0,5 e ɣs = 2,6)

Obs.: Você deve estar se perguntando o porque ɣs = 2,6 g/cm³. Quando


não conhecemos (experimentalmente o resultado de ɣs) podemos adotar
valores entre 2,6 até 2,85 g/cm³ pois nossos solos são ricos em Mineral
de Quartzo, que por sua vez comumente apresentam ɣs = entre 2,6 e 2,85
g/cm³.

Vamos analisar outra situação:

É importante ressaltar que alguns autores preferem apresentar as relações em


forma de peso, donde é necessário atentar-se para a transformação do
parâmetro massa-peso, bem como as unidades de medida dos mesmos. Logo
temos as seguinte relação: P = m.g (P=peso; m=massa; g = aceleração da
gravidade).

Por exemplo, uma pessoa com a massa igual a 57 kg possui o seguinte peso
na terra:
P = m * g → P = 57 * 9,8 → P = 558,6 N ou 0,5586 kN; onde N = Newton
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1.1.2 - Relação entre volumes

Existem três relações volumétricas que são muito utilizadas na Engenharia


Geotécnica e podem ser determinadas diretamente do diagrama de fases da
Figura 2.

a) Índice de vazios (e) : É a relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume


dos sólidos (Vs), existente em igual volume de solo. Este índice tem como
finalidade indicar a variação volumétrica do solo ao longo do tempo, tem-se:

e = Vv/Vs

O índice de vazios será medido por um número natural e deverá ser,


obrigatoriamente, maior do que zero em seu limite inferior, enquanto não há um
limite superior bem definido, dependendo da estrutura do solo. Exemplo de
valores típicos do índice de vazios para solos arenosos podem situar de 0,4 a
1,0; para solos argilosos, variam de 0,3 a 1,5. Nos solos orgânicos, podemos
encontrar valores superiores a 1,5.

É possível determinar experimentalmente o índice de vazios em três situações:


no estado natural (enat), no estado compactado (emín) e no estado fofo (emáx). O
método de ensaio recomendado é o preconizado pela NBR 12051/91 – Método
B (Figura 3).

Figura 3 - Equipamento para execução do ensaio de índice de vazios.

b) Porosidade (η)
É a relação entre o volume dos vazios (Vv) e o volume total (V) da amostra,
tem-se:
η = (Vv/V) . 100 (%)

A porosidade é expressa em porcentagem, e o seu intervalo de variação é


entre 0 e 100%, comumente encontrados valores entre 30 a 70%. Das
equações apresentadas mais adiante podemos expressar a porosidade em
função do índice de vazios e vice versa, através das equações apresentadas
abaixo:
η = e / (1 + e) ou e = η / (1 - η)
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A porosidade e o índice de vazios podem ser classificados segundo a tabela a


seguir:

Tabela 1 - Classificação da porosidade e do índice de vazios nos solos

Porosidade (%) Índice de vazios Denominação


>50 >1 Muito alta
45 – 50 0,80 – 1,00 Alta
35 – 45 0,55 – 0,80 Média
30 – 45 0,43 – 0,55 Baixa
< 30 < 0,43 Muito baixa

c) Grau de saturação (S ou Sr)


O grau de saturação indica que porcentagem do volume total de vazios contém
água. Se o solo está completamente seco, então Sr = 0%, se os poros estão
cheios de água, então o solo está saturado e Sr = 100%. Para solos
parcialmente saturados, os valores de “Sr” situam-se entre 1 e 99%.
Sr = (Vw/Vv) . 100 (%)
O grau de saturação, pode ser classificado em:
Tabela 2 - Classificação do solo quanto ao grau de saturação

Grau de saturação (%) Denominação


0 – 25 Naturalmente seco
25 – 50 Úmido
50 – 80 Muito úmido
80 – 95 Saturado
95 - 100 Altamente saturado

Vamos analisar uma situação:


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Vamos analisar outra situação:

1.1.3 Relação entre massas e volumes

a) Massa específica aparente natural ou úmido (γ, γnat , γt)


É a relação entre a massa total (M) e o volume total da amostra (V) para um
valor qualquer do grau de saturação, diferente dos extremos, e utilizando-se a
simbologia da Figura 2, será calculado como:
γ = M/V unidades (g/cm³ , Kg/m³ , kN/m³ , t/m³ )
A magnitude da massa específica natural dependerá da quantidade de água
nos vazios e dos grãos minerais predominantes, e é utilizado no cálculo de
esforços.
b) Massa específica aparente seca (γd)
É a relação entre a massa dos sólidos (Ms) e o volume total da amostra (V),
para a condição limite do grau de saturação (limite inferior - Sr = 0%), tem-se:
γd = (Ms/V) unidades (g/cm³ , Kg/m³ , kN/m³ , t/m³ )
A massa específica aparente seca é empregada para verificar o grau de
compactação de aterros. É obtido experimentalmente por meio do ensaio de
compactação do solo, e determinação da umidade a qual foi utilizada para
compactar, detalhado melhor no capítulo que trata sobre Compactação.

c) Massa específica saturada (γsat)


É a relação entre a massa total (M) e o volume total (V), para a condição de
grau de saturação igual a 100%, tem-se:
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γ = (Msat/V) unidades (g/cm³ , Kg/m³ , kN/m³ , t/m³ )


Em nenhuma das condições extremas levou-se em consideração a variação do
volume do solo, devido ao secamento ou saturação.
É importante ressaltar que nem sempre um material que está submerso estará
completamente saturado, principalmente materiais argilosos. Entretanto, na
Engenharia Geotécnica, é comum considerar que materiais submersos estejam
saturados, estando assim favorável à segurança, pois considerando um
material com condição saturada, apresentará ação da água em
aproximadamente 100% dos espaços vazios do solo.

d) Massa específica real dos grãos ou sólidos (γs ) (NBR 6508/84)


É a relação entre a massa dos sólidos (Ms) e o volume dos sólidos (Vs),
dependendo dos minerais formadores do solo, tem-se:
γs = ms/Vs unidades (g/cm³ , Kg/m³ , kN/m³ , t/m³ )
O valor massa específica dos sólidos representa uma média dos pesos
específicos dos minerais que compõem a fase sólida.

e) Massa específica da água (γw)


É a razão entre a massa de água (Mw) e seu respectivo volume (Vw).
γw = Mw/Vw
Nos casos práticos adota-se a massa específica da água como: 1g/cm³ =
10kN/m³ = 1000kg/m³.

f) Massa específica submerso (γsub ou γ’)


Quando a camada de solo está abaixo do nível freático, define-se a massa
específica submersa, o qual é utilizado para o cálculo de tensões,
principalmente as tensões efetivas. É dado pela equação γsub = γsat – γw

1.1.4 Fórmulas de Correlação

As fórmulas de definição dos índices físicos não são práticas, para a utilização
em cálculos e assim, recorre-se as fórmulas de correlação entre os índices,
como as apresentadas a seguir:
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Exercícios resolvidos – índices físicos


EXERCÍCIO 1: Uma amostra de argila saturada tem um volume de 17,4cm³ e
peso de 29,8g. Após a secagem em estufa, o volume passou a 10,5cm³ e o
peso a 19,6 g. Pede-se para determinar os seguintes índices físicos: w , γs, ei,
ef, γdi, γdf, ηi, ηf

P = 29,0g

Ps = 19,6g

Amostra inicialmente saturada Vv=Vw


Mw = M - Ms = 29,8 - 19,6 = 10,2g
γw = Pw/Vw  1,0 g/cm³ = 10,2g/Vw  Vw = Vv = 10,2 cm³
Vs = V - Vw = 17,4 - 10,2 = 7,2 cm³ (não apresenta ΔV com o secamento)
w = Mw/Ms = 10,2/19,6 = 52%
γs = Ms/Vs = 19,6/7,2 = 2,72 g/cm³
ei = Vvi/Vs = 10,2/7,2 = 1,42
Vvf = Vf - Vs = 10,5 - 7,2 = 3,3 cm³
ef = Vvf/Vs = 3,3/7,2 = 0,46
γdi = Ms/V = 19,6/17,4 = 1,13 g/cm³
γdf = Ms/Vf = 19,6/10,5 = 1,87 g/cm³
ηi = Vvi/Vi = 10,2/17,4 = 58,6%
ηf = Vvf/Vf = 3,3/10,5 = 31,4%

EXERCÍCIO 2 - Uma jazida a ser empregada em uma barragem tem solo com
Massa específica aparente seca γd médio de 17 kN/m³. Um aterro com
200.000 m³ deverá ser construído com uma massa específica aparente seca
médio de 19 KN/m³. Foram determinadas as seguintes características do solo:
teor de umidade igual a 10% e ɣs = 26,5 kN/m³.
Determinar: (a) O volume do solo a ser escavado na jazida para se obter os
200.000 m³ para o aterro; (b) O peso do solo úmido a ser escavado, em
toneladas; (c) A massa seca a ser escavada, em toneladas.

Resposta: Considerando que não haverá mudança de umidade do material


escavado para o aterro construído, e se na JAZIDA γd = 17 kN/m³ e w = 10%
então γn = 18,7kN/m³
Se no ATERRO, γd = 19kN/m³ e o Vtaterro = 200.000m³, então γd = Ms/Vtaterro 
Ms = 3.800.000kN ou 380.000t
Se γdjazida = 17kN/m³ e Ms = 3.800.000kN, então Vt jazida = 223.529,41m³
(material escavado para construir 200.000m³ de aterro)
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Se γn = Mt/Vt e γn = 18,7kN/m³ e Vtjazida = 223.529,41m³, então Mt jazida =


4.180.000 kN ou 418.000 t (essa será a massa escavada para construir o
aterro de 200.000m³).

EXERCÍCIO 3 - Deseja-se construir um aterro com material argiloso com uma


seção de 21m² e 1,0 Km de comprimento, com índice de vazios igual a 0,28 e
w=15,0%. Para tanto será explorada uma jazida localizada a 8,6 Km de
distância do eixo do aterro, cujos ensaios indicaram: índice de vazios (amostra
indeformada, dentro da jazida) = 0,53, índice de vazios (amostra solta após
escavação) = 0,802, teor de umidade = 5,0% e ɣs = 2,6 g/cm³ (ou 26,0 kN/m³).
Determinar: (a). Quantos metros cúbicos de material deverão ser escavados na
jazida para construir o aterro;
(b) Quantas viagens de caminhões caçamba de 16m³ de capacidade serão
necessárias para executar o aterro.

A imagem abaixo ilustra a situação-problema:

Resposta:
Para começar a resolver o exercício, é preciso analisar os parâmetros REAIS
obtidos por meio de investigação geotécnica. A partir daí, note que temos
várias informações que devem ser utilizadas.
Como é explícito no enunciado que o nosso desafio é encontrar o volume a ser
escavado na JAZIDA. Assim, o caminho mais fácil é começar analisar os
resultados do ATERRO, pois dele, conhecemos tudo que precisamos.
Então:
ANALISANDO O ATERRO
ecompact = 0,70 ; Vtcompact=21.000m³ (esse será o volume total do aterro após
ter sido compactado, ou seja, obra pronta); w = 15,0% γs=2,6g/cm³ (26,0
kN/m³)

Partindo da equação e = (γs/ γd) -1, encontramos γd=2,031g/cm³ ou


20,31kN/m³
Partindo da equação γd=Ms/Vtcompact encontramos Ms = 426.510kN
O parâmetro Ms é fundamental numa análise geotécnica. Ms não muda
independente do estágio da obra ou se o material foi compactado, escavado,
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transportado, pois Ms depende exclusivamente do grão do solo, e o grão não


muda de tamanho ou volume. A única coisa que muda no Solo é a umidade e
ar que pode ser acrescido ou eliminado, fazendo com que Mt sofra alteração,
mas nunca o Ms.

ANALISANDO A JAZIDA

Agora, de posse de Ms = 426.510kN, podemos analisar as condições da jazida.


A jazida possui enat 0,53 (esse é o valor de índice de vazios que vamos usar,
pois queremos encontrar o volume que vai ser escavado, ou seja, o buraco que
será aberto na jazida que está em repouso, produzida e compactada por ação
geológica). O índice de vazios e = 0,802 só deve ser usado quando há
interesse em calcular qualquer coisa relacionado ao solo solto, esvavado e que
será transportado!

Temos também na Jazida w=5,0% e γs=2,6g/cm³ (26,0 kN/m³). Note que γs,
assim como Ms, não muda!!!! Porque? O grão não sofre alteração!

Logo, usando a equação e = (γs/ γd)-1 obtemos γd=1,699g/cm³ (16,99 kN/m³)


Partindo da equação γnjazida= γd(1+w),onde w=5%, obtemos γnjazida = 1,784
g/cm³ (17,84 kN/m³)

Como Ms = 426.510 kN, obtido no ATERRO, não muda, então podemos


determinar o Mt da Jazida, usando o Ms, w=5% (da jazida):
Mt = Ms (1+ w) onde encontramos Mt = 447.835,5 kN (jazida) e γnjazida = 1,784
g/cm³ (17,84 kN/m³), então:

γnjazida = Mt/Vtjazida Assim temos: Vt jazida = 25.102,88m³ (esse é o volume


que deverá ser explorado na jazida, ou seja, o tamanho do buraco que será
aberto para fornecer material para executar o aterro).

ANALISANDO O SOLO SOLTO QUE FOI ESCAVADO E SERÁ


TRANSPORTADO

Do enunciado, temos que: esolto=0,802 w=5% (não há indicação no enunciado


que o material tenha ganhado ou perdido umidade, então adota-se o valor que
estava na jazida).
γs=2,6g/cm³ (26,0 kN/m³). Note mais uma vez que γs não mudou! E não muda
mesmo, pois o grão não sofreu alteração!

Assim, é possível calcular:

e = (γs/ γd)-1 γd=1,443g/cm³ (14,43 kN/m³).


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Logo, temos que γnsolto= γd(1+w) γnsolto= 1,443(1+0,05) γnsolto = 1,515g/cm³


(15,15 kN/m³).

Como Ms = 426.510 kN, obtido no ATERRO, não muda, então podemos


determinar o Mt do material solto que deverá ser igual ao Mt do material no
aterro, pois não houve mudança de umidade. Então, usando o Ms, w=5% (da
jazida):
Mt = Ms (1+ w)  Mt = 426.510 (1+0,05) onde encontramos Mt = 447.835,5 kN
(solo solto) e γnsolto = 1,515g/cm³ (15,15 kN/m³), então:

γnsolto = Mt/Vtsolto Assim temos: Vtsolto = 29.560,09m³ (esse é o volume


solto, que por sua vez será transportado nos caminhões).
Viagens = Vtsolto/capacidade veículo
Viagens = 29.560,09 / 16  1.847,5 viagens, porém não existe viagem com
volume quebrado. Na prática, arredondamos para cima, então Nºviagens =
1.848

Ainda continua em dúvida sobre o tema de Índices Físicos


do Solo?

Uma dica para melhorar seus estudos, é buscar outras fontes bibliográficas ou
mesmo alguns vídeos disponíveis no Youtube. Tenho algumas sugestões:

1. Mecânica dos solos 1 - Aula004 - Índices físicos suas propriedades e


relações
https://www.youtube.com/watch?v=SU9cfzz2kd8
2. Mecânica dos solos 1 - Aula005 - Exercícios relacionando os índices
físicos - Parte I
https://www.youtube.com/watch?v=XsTjiIn5mko

3. ÍNDICES FÍSICOS - RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS PASSO A PASSO


https://www.youtube.com/watch?v=DDLmqJr_aX8
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2. FATORES DE CONVERSÃO DO SOLO

Neste tópico vamos abordar os três fatores de conversão do solo que são
largamente utilizados em análises geotécnicas de obras rodoviárias.

Pessoal, para nós conseguirmos compactar 1 m³ de solo, quantos


metros cúbicos são necessários escavar? E, quantos metros cúbicos
são necessários transportar? A pergunta pode parecer simples, mas a
resposta nem tanto!

É importante mencionar que a compilação de informações aqui apresentadas,


são baseadas nos seguintes documentos oficiais:
1. SILVA, J.P.S. Mecânica dos Solos – Introdução à Engenharia
Geotécnica. Livro Rápido Editora, Recife, 2016.
2. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de Pavimentação.
Publicação IPR 719, 2006.
3. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de implantação
básica de rodovia. 3ª edição. Publicação IPR 742, 2010
4. PEREIRA, D.M; RATTON, E. BLASI, G. F; PEREIRA, M.A;FILHO, W.K;
COSTA, R. Introdução à terraplenagem. Apostila do curso de
Engenharia Civil, disciplina Infraestrutura viária. Universidade
Federal do Paraná – UFPR. 2015.
5. Norma DNIT 106/2009 – ES. Terraplenagem – Cortes. Especificação
de Serviço.

2.1 Variações volumétricas do solo

Um material a ser terraplenado, possuidor de uma massa “m”, ocupa


no corte de origem um volume Vcorte (volume do material compactado em
estado natural dentro da jazida). Ao ser escavado, esse material
sofre um desarranjo na organização de suas partículas, de forma que a mesma
massa passa a ocupar um volume Vsolto. Finalmente, após ser
descarregado e submetido a um processo mecânico de compactação,
o material ocupará um terceiro volume Vcomp.
Para os solos terraplenados, prevalece a seguinte relação:
Vsolto > Vcorte > Vcomp

Assim, em se tratando da mesma massa “m”, podemos concluir que as


densidades: Dcomp>Dcorte>Dsolto

As atividades desempenhadas durante os serviços de terraplenagem têm uma


importância muito grande no valor do orçamento do projeto de terraplenagem.
Assim, por ocorrem variações volumétricas durante a movimentação dos
20

materiais escavados é importante que se faça algumas considerações acerca


dessas variações, como:
 Fator de empolamento (Fe)
 Fator de contração (Fc)
 Fator de homogeneização (Fh)

2.1.1 Fator de empolamento (Fe)

 Se considerarmos uma determinada massa de solo natural, de volume


natural (Vn), esta massa de solo apresentará um aumento de volume ou
empolamento após o solo ser escavado, com um volume solto (Vs)
maior do que (Vn);
 A mesma massa de solo apresentará, após compactada, um volume
compactado (Vc) menor do que volume natural (Vn);
 A massa específica natural (γn) será, portanto, maior do que a massa
específica aparente solta (γsolto) e menor do que a massa específica
aparente seca compactada (γcomp).

O Fator de Empolamento (Fe) é um parâmetro adimensional, sistematicamente


maior do que a unidade. Permite que, conhecidos o volume a ser cortado e a
capacidade volumétrica das unidades transportadoras, se determine o número
de veículos a ser empregado para permitir o transporte do material escavado e
“empolado”. Por outro lado, propicia a estimativa do volume ocorrente no corte
a partir da cubação do material nas unidades transportadoras.

onde E(%) é a taxa de empolamento.

A figura abaixo ilustra o processo de empolamento do solo.

Figura 4 – Representação do Fator de empolamento do solo.


21

É comum na literatura encontrarmos valores de Fe da ordem de 1,25 até 1,4. É


importante ressaltar que esses valores típicos de conversão só devem ser
usados em caráter especial e de urgência!

2.1.2 O Fator de contração (Fc)

também de parâmetro adimensional, assumindo, para os solos, valores


inferiores à unidade. No entanto, quando a escavação for executada em
materiais compactos (rocha sã, p.ex.) de elevada densidade “in situ”, resultará
fator de contração superior à unidade. Este parâmetro permite que se faça uma
estimativa do material, medido no corte, necessário à confecção de um
determinado aterro.

Se quiser calcular uma Taxa de Contração (C%)


C% = [(Vcorte – Vaterro)/(Vcorte)]*100

A figura abaixo ilustra o processo de contração que o solo sofre ao sair de uma
condição solta (fofa) e atingir uma condição compactada (dentro do aterro)
após processo de compactação.

Figura 5 – Esquema do processo de contração do solo

É comum na literatura encontrarmos valores de Fc da ordem de 0,6 até 0,7, ou


seja, uma redução de volume de aproximadamente 30 a 40% comparado com
o solo solto. É importante ressaltar que esses valores típicos de conversão só
devem ser usados em caráter especial e de urgência!

2.1.3 Fator de homogeneização

É similar ao do fator de contração, ou seja, estimar o volume de corte


necessário à confecção de um determinado aterro. Sua aplicação é voltada
para a etapa de projeto constituindo-se em subsídio fundamental ao bom
22

desempenho da tarefa de distribuição do material escavado. Sendo o inverso


do fator de contração, assume valores superiores à unidade para solos, e
inferiores para materiais compactos

Taxa de homogeneização (h%) = [(Vcorte/Vaterro)/Vaterro]*100

Na prática, costuma-se trabalhar com valores médios para Dcorte e Dcomp,


aplicáveis a um determinado segmento de características geológicas
homogêneas, aplicando-se, ainda, um fator de segurança (usualmente 5%),
destinado a compensar as inevitáveis perdas ocorrentes durante o transporte
dos materiais terraplenados, e possíveis excessos na compactação, já que os
graus especificados são mínimos.

ou ainda
A figura abaixo ilustra o esquema do Fator de homogeneização.

Figura 6 – esquema do fator de homogeneização

Note que o Fh pode ser > 1 ou < 1, dependendo do sentido de análise de seu
problema. Então, vale a pena ter bastante atenção nesta análise!
É comum na literatura encontrarmos valores de Fh da ordem de:
 Fh = 1,1 = no caso quando conhecemos o volume do aterro e queremos
descobrir o volume a ser cortado na Jazida. Isso significa um acréscimo
de 10% na expectativa de volume a ser escavado na jazida.
 Fh = 0,9 no caso quando conhecemos o volume do corte na jazida e
queremos descobrir qual volume é possível executar de aterro
23

compactado. Isso significa uma expectativa de redução de 10% no


volume quando esse material for compactado.

É importante ressaltar que esses valores típicos de conversão só devem ser


usados em caráter especial e de urgência!

2.2 - O que dizem as normativas?

Segundo o Manual de Implantação básica de rodovia (Publicação IPR-742 do


DNIT):
Para efeito de lançamento no diagrama de BRÜCKNER, tais volumes
geométricos devem ser convertidos, mediante a adoção de fatores
(multiplicadores) de conversão. Esses fatores devem ser obtidos a partir de
estudos e ensaios geotécnicos com o solo em questão. Entretanto, caso não
seja possível determinar de modo algum por meio de ensaios, pode-se adotar
usualmente:
 No caso de material de 1ª categoria: Fe = 1,15
 No caso de material de 2ª e 3ª categoria: Fe = 1,45
 No caso de aterro (corpo do aterro e camadas finais): Fe = 1,20 (1ª
categoria) e Fe = 1,30 para materiais de 2ª e 3ª categoria.
É importante ressaltar que esses valores típicos de conversão só devem ser
usados em caráter especial e de urgência!

2.2.1 – Definição de categorias, segundo DNIT


Segundo Manual de Implantação básica de Rodovia (Publicação IPR-742 do
DNIT) e Norma DNIT 106/2009 – ES (Terraplenagem – Cortes: Especificação
de Serviço), temos que:
É a seguinte a definição das categorias de material escavado, no âmbito do
DNIT:
a) 1ª categoria: terra em geral, piçarra ou argila, rocha em adiantado estado de
decomposição, seixos rolados ou não, com diâmetro máximo inferior de 15 cm,
qualquer que seja o teor de umidade, compatíveis com a utilização de
―dozer‖, ―scraper‖ rebocado ou motorizado.
b) 2ª categoria: rocha com resistência à penetração mecânica inferior ao
granito, blocos de pedra de volume inferior a 1m³, matacões e pedras de
diâmetro médio superior a 15 cm, cuja extração se processa com emprego de
explosivo ou uso combinado de explosivos, máquinas de terraplenagem e
ferramentas manuais comuns.
24

c) 3ª categoria: rocha com resistência à penetração mecânica superior ou igual


à do granito e blocos de rocha de volume igual ou superior a 1 m³, cuja
extração e redução, para tornar possível o carregamento, se processam com o
emprego contínuo de explosivo.
O quadro apresentado a seguir resume o disposto nas definições anteriores:

Evidentemente, o custo da extração de um material de 3ª categoria supera em


muito ao de um material de 2ª categoria. Este, por sua vez, apresenta extração
mais cara do que a de material classificado em 1ª categoria.

Exercícios resolvidos – Fatores de conversão


do solo
EXERCÍCIO 1 - Deseja-se construir um aterro com material argiloso com uma
seção de 21m² e 1,0 Km de comprimento, com índice de vazios igual a 0,28 e
w=15,0%. Para tanto será explorada uma jazida localizada a 8,6 Km de
distância do eixo do aterro, cujos ensaios indicaram: índice de vazios (amostra
indeformada, dentro da jazida) = 0,53, índice de vazios (amostra solta após
escavação) = 0,802, teor de umidade = 5,0% e ɣs = 2,6 g/cm³ (ou 26,0 kN/m³).

Determinar:
(a). Fatores de conversão do solo para situação REAL, ou seja, usando
resultados das investigações geotécnicas;
(b) Fatores de conversão do solo para situação HIPOTÉTICA, baseada na
literatura.

A imagem abaixo ilustra a situação-problema:


25

Resposta:
Note que este exercício é o mesmo exercício feito no capítulo anterior, porém
agora temos que verificar os fatores de conversão. Para isso, precisamos
calcular as densidades ou volumes do ATERRO, JAZIDA e SOLO SOLTO.
Obs.: caso tenha dúvidas sobre como os resultados abaixo foram encontrados,
por favor vide Exercício 3 do Capítulo 1, lá encontram-se todos os detalhes dos
cálculos.

ANALISANDO O ATERRO
Encontramos γd=2,031g/cm³ ou 20,31kN/m³ e Ms = 426.510kN

ANALISANDO A JAZIDA
Obtemos γd=1,699g/cm³ (16,99 kN/m³) e γnjazida = 1,784 g/cm³ (17,84 kN/m³)

Encontramos Mt = 447.835,5 kN (jazida) e assim obtivemos Vt jazida =


25.102,88m³ (esse é o volume que deverá ser explorado na jazida, ou seja, o
tamanho do buraco que será aberto para fornecer material para executar o
aterro).

ANALISANDO O SOLO SOLTO QUE FOI ESCAVADO E SERÁ


TRANSPORTADO
Encontramos γd=1,443g/cm³ (14,43 kN/m³) e γnsolto = 1,515g/cm³ (15,15 kN/m³).
Mt = 447.835,5 kN (solo solto) e γnsolto = 1,515g/cm³ (15,15 kN/m³), então:

γnsolto = Mt/Vtsolto Assim temos: Vtsolto = 29.560,09m³ (esse é o volume


solto, que por sua vez será transportado nos caminhões).

RESPOSTA DO ÍTEM A): DETERMINANDO OS FATORES DE CONVERSÃO


REAIS
Só é possível determinar os Fatores de conversão (Fe, Fc e Fh) reais, quando
temos resultados de investigação geotécnica, ou seja, resultados experimentais
26

acerca de Densidades ou de Volumes das situações analisadas (Material na


jazida, solo solto, material no aterro).

Note, que temos esses resultados, obtidos a partir dos cálculos já executados.
Então, temos que:

Os Fatores de conversão baseados nos Volumes são


respectivamente:
Fator de Empolamento (Fe)
Volume corte = Vtjazida = 25.102,88m³ ; Volume solto = Vtsolto = 29.560,09m³

 Fe = 29.560,09 / 25.102,88  Fe = 1,177  Fe = 1,18

 [(29.560,09 – 25.102,88)/ 25.102,88 ]* 100


E (%) = 17,75 %  E (%) = 18%
Isso significa que após cortar o material na jazida, o material vai sofrer um
acréscimo de 18% no seu volume e ficará solto para ser transportado.
Note que que a taxa de empolamento é sempre o excedente a 1,0 do Fe,ou
seja se Fe = 1,18 o excedente de 1,0 é igual a 0,18 que equivale a 18%

Fator de Contração (Fc)


Vcompactado = 21.000 m³ (volume do aterro) ; Vcorte = Vt jazida = 25.102,88m³

Fc = 21.000 / 25.102,88  Fc = 0,836  Fc = 0,84


Se quiser calcular uma Taxa de Contração (C%)
C% = [(Vcorte – Vaterro)/(Vcorte)]*100
C% = [(25.102,88 – 21.000)/25.102,88]*100  C% = 16,34%  C% = 16%
Isso significa que quando compactar o material que estava solto, este vai sofrer
uma redução de 16% do seu volume.

Note que a taxa de contração sempre é o que falta para completar um Fc = 1,0,
ou seja, nesse caso como Fc=0,84 faltam 0,16 para completar 1,0, e isso
representa 16%

Fator de Homogeneização (Fh)


Analisando o aterro, encontramos γd=2,031g/cm³ ou 20,31kN/m³ e Vt =
21.000m³ (volume compactado)
Analisando a Jazida, encontramos γd=1,699g/cm³ (16,99 kN/m³) e Vt =
25.102,88m³ (volume de corte)
27

Então:

 Fh = 25.102,88 / 21.000  Fh = 1,195


Taxa de homogeneização (h%) = [(Vcorte - Vaterro)/Vaterro]*100
h% = [(25.102,88 – 21.000) / 21.000]* 100  h% = 19,53%
Isso significa que o volume que preciso escavar na jazida é 19,53% maior que
o volume do aterro que vai ser executado.

Entretanto, segundo o Manual de Implantação básica Rodoviária (Publicação


DNIT 742, de 2010), é recomendado aplicar uma taxa de perda ou ineficiência
do serviço, na ordem de 5%; logo:

 Fh = 1,05 * 1,195  Fh = 1,255

Os Fatores de conversão baseados nas massas específicas


são respectivamente:
Aterro  γd=2,031g/cm³ ou 20,31kN/m³
Jazida  γd=1,699g/cm³ (16,99 kN/m³)
Solo solto  γd=1,443g/cm³ (14,43 kN/m³)

Fator de Empolamento (Fe)

 Fe = 16,99/14,43  Fe = 1,18 (igual ao obtido com volume)


A taxa de empolamento será 18%

Fator de Contração (Fc)

 Fc = 16,99/20,31 = 0,84 (igual ao obtido com o volume)


A taxa de contração será de 16%
Fator de Homogeneização (Fh)

 Fh = 20,31/16,99  Fh = 1,19 (igual ao obtido com o


volume)
A taxa de homogeneização será de 19%
28

Entretanto, segundo o Manual de Implantação básica Rodoviária (Publicação


DNIT 742, de 2010), é recomendado aplicar uma taxa de perda ou ineficiência
do serviço, na ordem de 5%; logo:

 Fh = 1,05 * 1,195  Fh = 1,255

RESPOSTA DO ÍTEM B): DETERMINANDO OS FATORES DE CONVERSÃO


TÍPICOS
Caso não fosse possível determinar de modo algum por meio de ensaios,
poder-se-ia adotar usualmente:
 No caso de material de 1ª categoria: Fe = 1,15
 No caso de material de 2ª e 3ª categoria: Fe = 1,45
 No caso de aterro (corpo do aterro e camadas finais): Fe = 1,20 (1ª
categoria) e Fe = 1,30 para materiais de 2ª e 3ª categoria.
É importante ressaltar que esses valores típicos de conversão só devem ser
usados em caráter especial e de urgência!

Fator de empolamento (Fe)


Note que poderíamos adotar Fe entre 1,15 até 1,45 para casos extremos. No
exercício que estamos resolvendo, estamos nos referindo a material que será
usado no corpo de um aterro rodoviário, logo seria adequado adotar Fe = 1,20
para material de 1ª categoria e Fe = 1,3 para 2ª e 3ª categoria.
Observe que independente do material que existir na jazida mas que será
usado no aterro, o Fe (teórico) = 1,2 ou 1,3 da literatura difere daquele obtido
experimentalmente Fe(real) = 1,18, podendo provocar estimativas ruins para
nosso projeto, como por exemplo estimar viagens para transporte do material
ou mesmo horas de trabalho de escavação completamente fora da realidade.

Fator de Contração (Fc)


A literatura sugere Fc = 0,6 até 0,7 (estimado), o que significa uma redução
entre 30 a 40% de volume quando compactamos um solo. Entretanto,
observamos que nosso material para o projeto aqui trabalhado, apresenta Fc =
0,84 ou seja, uma taxa de contração de 16%, extremamente diferente daquilo
previsto na literatura. Isso também pode trazer um prejuízo e erros enormes
nas estimativas e orçamentos realizados, pois estimar que o solo vai reduzir
40% é imaginar que precisarei de muito mais solo a ser extraído da jazida e
ainda transportado do que a realidade nos mostra. Então, vale a pena a
reflexão.
Fator de homogeneização (Fh)
A literatura sugere Fh = 1,10 (estimado) para os casos aonde conhecemos o
Volume do Aterro, mas queremos encontrar uma estimativa de volume a ser
29

escavado na Jazida. Note que o Fh(real) = 1,19 é muito diferente da literatura.


Isso sugere que devemos refletir sobre a seguinte situação:
Se estimar Fh = 1,10 é imaginar que terei que abrir um buraco na jazida 10%
maior que o aterro, enquanto que um Fh = 1,19 mostra que na realidade terei
que abrir um buraco na jazida de 19% maior que o aterro, ou seja, na realidade
precisarei de 9% a mais de material do que a estimativa que a literatura sugere.
Se eu confiasse simplesmente na literatura, sem qualquer preocupação nesse
caso específico, eu teria uma Sub-estimativa de volume a ser extraído da
jazida e isso faria com que a obra tivesse uma falta de material quando fosse
executada. Além disso, um orçamento baseado nessa sub-estimativa, seria um
orçamento abaixo daquilo que na realidade precisamos, ou seja, faltaria
recursos financeiros para dar andamento na obra.

Conclusão:

Note, que sempre é prudente executarmos experimentos de laboratório e


campo para determinarmos os padrões e parâmetros físicos do solos que
estamos trabalhando. Isso traz maiores garantias nas nossas estimativas de
volumes, orçamentos, impactos ambientais e cronograma físico da obra.
Ademais, resultados reais nos respaldam enquanto profissionais da área, ou
seja, em possíveis casos de fiscalização e auditorias, o profissional terá maior
apoio em resultados baseados em medições reais nas etapas dos projetos e
obras.

Então, fica aqui uma pergunta a você leitor: O que você prefere ou acha mais
prudente fazer: usar resultados estimados ou resultados reais em seus projetos
e orçamentos?

Cabe a cada profissional tomar essa decisão!

Espero que esse conteúdo tenha sido proveitoso para sua prática profissional.
30

3. GRANULOMETRIA DOS SOLOS

Neste tópico vamos abordar a distribuição granulométrica dos solos, bem como
parâmetros secundários obtidos a partir da curva granulométrica, que são
dados fundamentais para análises geotécnicas de obras rodoviárias.

É importante mencionar que a compilação de informações aqui apresentadas,


são baseadas nos seguintes documentos oficiais:
1. SILVA, J.P.S. Mecânica dos Solos – Introdução à Engenharia
Geotécnica. Livro Rápido Editora, Recife, 2016.
2. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de Pavimentação.
Publicação IPR 719, 2006.
3. NBR 6502 – Solos e Rochas. 1995.
4. NBR 7181 - Solo - Análise granulométrica. 2016

A apresenta a escala granulométrica adotada pela ABNT (NBR 6502 de 1995).

Figura 7 - Escala granulométricas (em mm) adotada pela ABNT

3.1 - Solos grossos

Os solos grossos possuem uma maior percentagem de partículas visíveis a


olho nu (Diâmetro > 0,074 mm) e suas partículas têm formas arredondadas,
poliédricas e angulosas. São divididos e Pedregulhos e Areias.

Pedregulhos: São classificadas como pedregulho as partículas de solo com


dimensões maiores que 2,0mm

Areias: Classificamos como areia as partículas com dimensões entre 2,0mm e


0,074mm (DNIT), 2,0mm e 0,05mm (MIT) ou ainda 2,0mm e 0,06mm (ABNT).
As areias de acordo com o diâmetro classificam-se em: areia fina (0,06 mm a
0,2 mm), areia média (0,2 mm a 0,6 mm) e areia grossa (0,6 mm a 2,0 mm).

3.2 - Solos finos

Quando as partículas que constituem o solo possuem dimensões menores que


0,074mm (DNIT), ou 0,06mm (ABNT), o solo é considerado fino e, neste caso,
será classificado como argila ou como silte.
31

Siltes: Estes possuem granulação fina, pouca ou nenhuma plasticidade e baixa


resistência quando seco. Possuem diâmetro entre 0,002mm e 0,06mm
Argilas: A fração granulométrica do solo classificada como argila (diâmetro
inferior a 0,002mm) se caracteriza pela sua plasticidade marcante (capacidade
de se deformar sem apresentar variações volumétricas) e elevada resistência
quando seca. É a fração mais ativa dos solos.

De forma resumida, os materiais são divididos da seguinte forma:

Tabela 3 – Divisão granulométrica dos solos segundo NBR 6502/95

Frações Diâmetro das partículas


Argila < 0,002 mm
Silte 0,002 a 0,06 mm
Areia Fina 0,06 a 0,20 mm
Areio Média 0,20 a 0,60 mm
Areia Grossa 0,60 a 2,00 mm
Pedregulhos > 2 mm

3.3 - Análise Granulométrica

A análise da distribuição das dimensões dos grãos, denominada análise


granulométrica, objetiva determinar os tamanhos dos diâmetros equivalentes
das partículas sólidas em conjunto com a proporção de cada fração constituinte
do solo em relação ao peso de solo seco. A representação gráfica das medidas
realizadas é denominada de curva granulométrica.

Para determinar a granulometria, é necessário realizar o ensaio com base na


NBR 7181/2016. A Figura 8 ilustra o procedimento de determinação de
granulometria utilizando processo de peneiramento.
Além do processo de peneiramento, é sempre recomendado executar a
granulometria pelo processo de sedimentação, de modo a determinar com
exatidão os diâmetros e porcentagens das partículas que são maiores que a
menor peneira granulométrica (peneira nº200, cuja abertura é de 0,074mm).
Para os solos finos, siltes e argilas, com partículas menores que 0,075mm
(#200), o cálculo dos diâmetros equivalentes será feito a partir dos resultados
obtidos durante a sedimentação de certa quantidade de sólidos em um meio
líquido.

A base teórica para o cálculo do diâmetro equivalente vem da lei de Stokes,


que afirma que a velocidade de queda de uma partícula esférica, de peso
específico conhecido, em um meio líquido rapidamente atinge um valor
constante que é proporcional ao quadrado do diâmetro da partícula
32

Figura 8 – Ilustração do processo de peneiramento dos solos em laboratório.

Após obtenção dos diâmetros das partículas e também das porcentagens


referentes a cada diâmetro, é possível construir a curva granulométrica. A
figura a seguir ilustra uma curva granulométrica que contém resultados de
peneiramento e sedimentação. Da curva granulométrica apresentada, é
possível fazer uma leitura das porcentagens de cada fração granulométrica.

Figura 9 – Exemplo de uma curva granulométrica

Da curva granulométrica acima, temos que:

Pedregulho = 3% ; Areia = 55% ; Silte = 40% ; Argila = 2%  Soma = 100%

Apesar de possuir pedregulho e argila, note que predomina Areia (55%) e Silte
(40%), então o material predominantemente é uma Areia Siltosa.
33

3.4 - Propriedades que auxiliam na identificação dos solos

Os solos são identificados por sua textura, composição granulométrica,


plasticidade, consistência ou compacidade, citando-se outras propriedades que
auxiliam sua identificação, como estrutura, forma dos grãos, cor, cheiro,
friabilidade, presença de outros materiais.

3.4.1 Textura

Quanto à textura (distribuição granulométrica) os solos são classificados em


grossos e finos. Os solos grossos são aqueles nos quais mais do que 50% dos
grãos são visíveis a olho nu; são as areias e os pedregulhos. Os solos finos
são aqueles nos quais mais do que 50 % das partículas são de tal dimensão,
que não são visíveis a olho nu; são as argilas e os siltes.

A experiência indica que a textura, ou seja, a distribuição granulométrica é


muito importante nos solos grossos (granulares). Nestes solos a distribuição
granulométrica pode revelar o comportamento referente às propriedades físicas
do material.

Para solos com grãos menores que a abertura da peneira de nº 200


(0,075mm), a granulometria é de pouca importância para a solução dos
problemas de engenharia geotécnica.

Em função da distribuição granulométrica os solos podem ser bem ou mal


graduados. Os solos que tem seus grãos variando, preponderantemente,
dentro de pequenos intervalos, são, portanto, solos mal graduados. Os solos
que tem várias frações de diâmetro diferentes misturadas; são, portanto, solos
bem graduados.

Três parâmetros são utilizados para dar uma informação sobre a curva
granulométrica:

- Diâmetro efetivo (D10): É o ponto característico da curva granulométrica para


medir a finura do solo, que corresponde ao ponto de 10%, tal que 10% das
partículas do solo possuem diâmetro inferiores a ele.

- Coeficiente de uniformidade (Cu): Também conhecido como CNU –


Coeficiente de não uniformidade. Dá uma ideia da distribuição do tamanho das
partículas do solo; valores próximos de um indicam curva granulométrica quase
vertical, com os diâmetros variando em um intervalo pequeno, enquanto que,
para valores maiores a curva granulométrica irá se abatendo e aumentando o
intervalo de variação dos diâmetros. Da mesma foram que foi definido D10 ,
define-se D30 e D60 .
34

D60
Cu 
D10

A representação da curva granulométrica em papel semilogaritmo apresenta


vantagens, pois os solos com Cu, aproximadamente iguais, serão
representados por curvas paralelas.

- Coeficiente de curvatura (Cc): Dá uma medida da forma e da simetria da


curva granulométrica e é igual a:

2
D30
Cc 
D60 D10

Para um solo bem graduado, o valor do coeficiente de curvatura, deverá estar


entre 1 e 3. Portanto, a distribuição do tamanho de partículas é proporcional, de
forma que os espaços deixados pelas partículas maiores sejam ocupados
pelas menores. Para solos granulares há maior interesse no conhecimento do
tamanho das partículas, visto que, algumas de suas propriedades estão
relacionadas com os mesmos, o que não ocorre com os solos finos.

O gráfico abaixo mostra como é possível fazer a leitura de D10, D30 e D60
diretamente no gráfico de granulometria do solo.

Figura 10 – Exemplo de como fazer leitura de D10, D30 e D60 na curva


granulométrica.
35

Note, que do gráfico é possível determinar que o material possui D10 =


0,0045mm; D30 = 0,028mm e D60 = 0,075. Podemos então calcular:

D60
Cu 
D10  0,075/0,0045  CNU ou Cu = 16,67, portanto um matéria NÃO
UNIFORME
2
D30
Cc 
D60 D10  0,028² / (0,075 * 0,0045)  232,29, portanto um material MAL
GRADUADO

Segundo a forma da curva podemos distinguir os diferentes tipos de


granulometria conforme pode ser observado na Figura 11.

100
90
80
1
70
% que passa

1 - Graduação descontínua
60
3
50 2
40
30
20
2 - Bem graduado
10
0
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos grãos (mm) 3 - Graduação uniforme

Figura 11 –Representação de diferentes curvas granulométricas.

Solos de graduação contínua costumam ser mais permeáveis e com


menores resistências mecânicas, e portanto com menor indicação para aterros
rodoviários por exemplo.

Solos bem graduados, possem uma excelente distribuição granulométrica,


com vários tamanhos de maneira equilibrada. Isso traz um benefício enorme
sob o ponto de vista de trabalhabilidade e custo de movimentação e
compactação. Além disso, solos bem graduados costumam apresentar as
melhores resistências mecânicas após processo de compactação, bem como
menores valores de permeabilidade, parâmetros desejáveis para aterros
rodoviários.

Solos de graduação uniforme, apresentam espaços vazios consideráveis


mesmo após processo de compactação, o que desencadeia maior
permeabilidade e maior possibilidade de fluxo de água. Não é muito
recomendado para aterros rodoviários, mas sim para locais aonde desejamos
implantar sistemas de drenagem.
36

Note então que as informações de granulometria nos fornece parâmetros


fundamentais para o processo decisório de uso do solo, ou seja, é importante
saber se o material é predominantemente pedregulho, areia, silte ou argila, pois
o desempenho da obra geotécnica depende diretamente da qualidade e do
tamanho das partículas existentes.

Exercícios resolvidos – GRANULOMETRIA


EXERCÍCIO 1 - Na figura abaixo, estão mostradas curvas granulométricas de
solos e materiais granulares.

a) Determine que tipo de material é respectivo a cada uma das curvas

b) Determinar os coeficientes de Uniformidade (CNU) e Coeficiente de


Curvatura (Cc) de cada uma da curvas.

RESPOSTAS

A) Para determinar os tipos de material, é importante relembrar os tamanhos


granulométricos dos materiais (pedregulho, areia, silte e argila), apresentados
na tabela abaixo.

Tabela 4 – Divisão granulométrica dos solos segundo NBR 6502/95

Frações Diâmetro das partículas


Argila < 0,002 mm
37

Silte 0,002 a 0,06 mm


Areia Fina 0,06 a 0,20 mm
Areio Média 0,20 a 0,60 mm
Areia Grossa 0,60 a 2,00 mm
Pedregulhos > 2 mm
A partir daí, é só executar as leituras no gráfico e determinar as porcentagens
de cada fração e anotar. Perceba que sempre haverá uma fração dominante e
isso é primordial para determinar que material é predominante no dado solo.

Após leitura no gráfico, foi possível determinar que:

Curva granulométrica nº Tipo de Solo


1 argila siltosa
2 argila siltosa
3 argila siltosa
4 argila siltosa com areia
5 Areia siltosa
6 areia fina a média
7 areia média
8 areia média a grossa
9 areia grossa

B) Para determinar CNU e Cc, é só usar as curvas granulométricas do gráfico


já apresentado e fazer as leituras, cujos dados são apresentados abaixo.

Quadro 1 - Diâmetros específicos e coeficientes de curvatura e uniformidade.

De acordo com os valores indicados, a curva 5 é de solo desuniforme;


enquanto que as demais curvas são de solos uniformes. Os solos das curvas 5
e 6 são bem graduados, os demais são mal graduados.

EXERCÍCIO 2 - (IFG/Professor Mec.Solos/2011) A Tabela 1, apresentada a


seguir, é proveniente do ensaio de granulometria realizado com uma amostra
de solo. *Demonstre sua resposta
38

Resposta:

De acordo com a ABNT, as


partículas de silte estão
compreendidas entre 0,002 e 0,06
mm
Assim, basta usar as %Passantes
de cada diâmetro correspondente e
calcular a %

0,002 mm  37,0%
0,06 mm  57,4%
Silte = 57,4 – 37  20,4%
Com base na tabela e na escala granulométrica da ABNT, o percentual de silte
do solo é igual a:
a) 37,0% b) 41,5% c) 22,6% d) 20,4% e) 49,5%

EXERCÍCIO 3 - Dados os resultados na planilha e do gráfico abaixo,


determinar:
Abertura(mm) % passante
50,8 99,4%
38,1 99,0%
25,4 98,8%
19,1 98,6%
12,5 98,3%
9,5 98,2%
4,76 97,8%
2 96,8%
0,087006 62,86%
0,061362 56,39%
0,043458 49,72%
0,030153 44,37%
0,021322 43,76%
0,015571 37,62%
0,011027 34,63%
0,007786 31,49%
0,005505 26,58%
0,003895 26,40%
0,002757 18,67%
0,001591 18,85%
a) Classificação textural
Argila: 18%, Silte: 38% (56-18), Areia: 40% (96-56), Pedregulho: 4%
Portanto, trata-se de uma Areia silto argilosa
b) Coeficiente de Uniformidade
c) Coeficiente de Curvatura
D10= tende a zero, D30=0,007, D60=0,07

Tentativa de cálculo:
39

CNU= = 0,07/0,0002>15, portanto, NÃO UNIFOMRE


CC= (0,007)2/0,07.0,0002 > 3, portanto, MAL GRADUADO

Portanto, qualquer que seja a curvatura do solo, quando apresentando


alto teor de finos, segundo estes parâmetros, serão classificados como
não uniformes e mal graduados. O que não é verdade. Evidenciando
que tais parâmetros não são aplicáveis a solos finos, apenas aos
granulares, uma vez que o rearranjo estrutural que ditará o
comportamento do material. Solos finos, por sua vez, são influenciados
sobretudo pela presença de água, como será esclarecido ao longo da
disciplina.

EXERCÍCIO 4 - Após realização do ensaio de granulometria, foram plotados os


resultados no gráfico abaixo.
Curva Granulométrica
100%

90%

80%
% que passa

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%
Argila 10% Silte 7% (17-10) Areia 30% (47-17) Pedregulho 53% (100-47)
0%
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000

Diâmetro das partículas (mm)

Classificar o material conforme parâmetros de uniformidade e curvatura obtidos


pela curva granulométrica. Indique também a melhor aplicação e limitações
para obras geotécnicas.

D10= 0,002, D30=0,15, D60=4,5

CNU= 4,5/0,002 = 2.250 = NÃO UNIFOMRE

CC= (O,15)2/4,5.0,002 = 2,5 = BEM GRADUADO

Os valores de CC e CNU indicam que o material seria melhor aproveitado em


locais com necessidade de resistência, alta densidade e, portanto, baixa
permeabilidade. Porem, em função da classificação granulométrica, se tratando
de um pedregulho arenoso, comporta-se melhor para maciços com alta
permeabilidade.
40

Assim, poderia ser indicado para camadas granulares de pavimentos ou filtros


de barragens, sendo necessários demais estudos mecânicos ou de
permeabilidade e mesmo avaliação entre a granulometria do maciço da
barragem (estudo de caso para definição do(s) material(s) propício(s) aos
filtros)

Ainda continua em dúvida sobre o tema de Granulometria?

Uma dica para melhorar seus estudos, é buscar outras fontes bibliográficas ou
mesmo alguns vídeos disponíveis no Youtube. Tenho algumas sugestões:

1. Mecânica dos solos 1 - Aula003 - Granulometria e análise


granulométrica
https://www.youtube.com/watch?v=ulZ4ylaYXGk
2. Aula 2 - Análise granulométrica
https://www.youtube.com/watch?v=m-FZqDr_8TE
3. Classificação - Granulometria
https://www.youtube.com/watch?v=9HG8H38ftdU
4. Como fazer Curva Granulométrica no Excel.
https://www.youtube.com/watch?v=YgUE-iX8nXU&t=243s
41

4. CONSISTÊNCIA DOS SOLOS

Neste tópico vamos abordar como a consistência dos solos podem influenciar
no desempenho de um solo que será utilizado em obras de rodovias com
interesse geotécnico.

É importante mencionar que a compilação de informações aqui apresentadas,


são baseadas nos seguintes documentos oficiais:
1. SILVA, J.P.S. Mecânica dos Solos – Introdução à Engenharia
Geotécnica. Livro Rápido Editora, Recife, 2016.
2. PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos em 16
aulas. 3ªedição. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.
3. NBR 6459 – Solo – Determinação do limite de liquidez. 2016.
4. NBR 7180 - Solo – Determinação do limite de plasticidade. 2016
5. PEREIRA, D.M; RATTON, E. BLASI, G. F; PEREIRA, M.A;FILHO, W.K;
COSTA, R. Introdução à terraplenagem. Apostila do curso de
Engenharia Civil, disciplina Infraestrutura viária. Universidade
Federal do Paraná – UFPR. 2015.

Define-se plasticidade como sendo a propriedade dos solos finos que consiste
na maior ou menor capacidade de serem moldados sob certas condições de
umidade. Segundo a ABNT, a plasticidade é a propriedade de solos finos,
entre largos limites de umidade, de se submeterem a grandes deformações
permanentes, sem sofrer ruptura, fissuramento ou variação de volume
apreciável. A figura abaixo ilustra como a umidade alteara o estado de
plasticidade de um material fino.

Figura 12 – Teores de umidade correspondentes às mudanças de consistência


dos solos

4.1 - Determinação Experimental dos Limites de Consistência

Ainda que, os limites de liquidez e de plasticidade possam ser obtidos através


de ensaios bastante simples, a interpretação física e o relacionamento
quantitativo dos seus valores, com os fatores de composição do solo, tipo e
quantidade dos minerais, tipo de cátion adsorvido, forma e tamanho das
partículas, composição da água é difícil e complexo.
42

4.1.1 Limite de Liquidez (LL) ou (WL)

O limite de liquidez (LL ou WL) de um solo é o teor de umidade que separa o


estado de consistência líquido do plástico e para o qual o solo apresenta uma
pequena resistência ao cisalhamento. Então, o resultado sempre é
apresentado em porcentagem %. O ensaio utiliza o aparelho de Casagrande,
onde tanto o equipamento quanto o procedimento são normalizados
(ABNT/NBR 6459). A figura abaixo ilustra o equipamento e o processo de
execução do experimento.

Figura 13 – Ensaio de limite de liquidez usando equipamento de Casagrande.

Convencionou-se, que no ensaio de Casagrande, o teor de umidade


correspondente a 25 golpes, necessários para fechar a ranhura, é o limite de
liquidez. A imagem abaixo ilustra como devem ser utilizados os resultados do
ensaio de Limite de Liquidez, obtidos com o uso do equipamento de
Casagrande.

Figura 14 – Exemplo de um gráfico de Limite de Liquidez.

Observe no gráfico que o valor do LL % = 45%, pois refere-se à 25 golpes, lido


diretamente no gráfico.

É importante ressaltar que nem apesar de todo material apresentar liquidez,


esse poderá ser extremamente baixo (por exemplo areias), impossibilitando a
43

determinação da umidade para 25 golpes. Assim, faz-se necessário uma


avaliação do material quanto sua textura antes da execução do mesmo, para
que análises conjuntas possam caracterizar melhor o material em questão.

4.1.2 Limite de Plasticidade (LP) ou (Wp)

Uma explicação para o limite de plasticidade não é tão simples, como a do


limite de liquidez, podendo-se citar, entre outras, a que sugere que o limite de
plasticidade corresponde a um teor de umidade do solo que para valores
menores do que ele.

As propriedades físicas da água não mais se igualam às da água livre ou de


que o limite de plasticidade é o teor de umidade mínimo, no qual a coesão é
pequena para permitir deformação, porém, suficientemente alta para garantir a
manutenção da forma adquirida. Independentemente, das explicações
sugeridas, o limite de plasticidade é o extremo inferior do intervalo de variação
do teor de umidade no qual o solo apresenta comportamento plástico.

O equipamento necessário à realização do ensaio é muito simples tendo-se,


apenas, uma placa de vidro com uma face esmerilhada e um cilindro padrão
com 3mm de diâmetro, conforme está representado na Figura 15.

Figura 15 – exemplo de como é executado o ensaio de LP

É importante ressaltar que o ensaio deve ser repetido no mínimo 3 vezes, mas
é recomendado que sejam cinco, para que possa ser feita análise dos dados e
verificação da confiabilidade dos mesmos.

Assim, o procedimento deverá seguir as seguintes etapas:

 Calcula-se a média dos valores;

 Verificamos se existe algum valor que se afasta mais que 5% da média


calculada. Obs.: você poderia adotar outro critério de aceitação, por
44

exemplo, ter um erro máximo de 10%. Aqui é apresentada uma


sugestão de 5% de erro, ou seja, 5% para cima e 5% para baixo.

Sim: O valor é retirado e calculada um novo valor de LP;

Não: O valor de LP é mantido

Exemplo:

W1 = 22,3% W2 = 24,2% W3=21,8% W4= 22,5%

LP = (22,3+24,2+21,8+22,5)/4 = 22,7%

Wmínimo = LP*0,95 = 22,7 *0,95 = 21,56% Wmáximo = LP*1,05 = 22,7 * 1,05


= 23,83%

Nota-se que o valor de W2 se afasta 6,6% da média calculada (portanto > 5%)
este deve ser retirado e calculado um novo LP. Assim, um novo LP deverá ser
calculado com os demais valores de umidade, ou seja; (W1+W3+W4)/3  LP =
22,2%

4.1.3 Índice de Plasticidade (IP)

Dos diversos índices, relacionando os limites de liquidez, de plasticidade e às


vezes o teor de umidade do solo, o mais utilizado atualmente é o índice de
plasticidade. Fisicamente representaria a quantidade de água que seria
necessário a acrescentar a um solo, para que ele passasse do estado plástico
ao líquido. Sendo definido como a diferença entre o limite de liquidez e o limite
de plasticidade, portanto, temos: IP = LL – LP

Este índice determina o caráter de plasticidade de um solo, assim, quando


maior o “IP”, tanto mais plástico será o solo. Sabe-se, ainda, que as argilas são
tanto mais compressíveis quando maior for o “IP”, podendo ser classificados
em:

- Fracamente plásticos 1 < IP ≤ 7

- Medianamente plásticos 7 < IP ≤ 15

- Altamente plásticos IP > 15

Exercícios resolvidos – CONSISTÊNCIA DOS


SOLOS
45

EXERCÍCIO 1 - (Adaptado: FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle


Externo – Engenharia) Para uma amostra de solo argiloso obtiveram-se os
seguintes valores: limite de liquidez = 110%, limite de plasticidade = 50% e teor
de umidade = 134%. Como a porcentagem de argila da amostra é de 40%,
determine os valores do índice de plasticidade.

Resolução:

Índice de Plasticidade
IP = LL-LP
IP = 110% - 50%
IP = 60%

EXERCÍCIO 2 - (Adaptado. Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - 2011 - TCM-RJ -


Engenheiro) A classificação de um solo fino pode ser feita de maneira muito
simples, por meio do gráfico de plasticidade proposto por Casagrande. Os
dados da tabela que segue representam os valores obtidos na realização do
ensaio de plasticidade de uma amostra de solo.
Resposta: Sabendo-se que, para a referida amostra, o valor do limite de
liquidez (LL) obtido foi de 62,0%, qual o valor correspondente ao índice de
plasticidade (IP)?

Ensaio de Limite de Plasticidade


Número da Cápsula P1 P2 P3 P4 P5
Peso Total Úmido (g) 11,24 7,19 8,51 8,55 7,50
Peso Total Seco (g) 10,94 6,88 8,20 8,25 7,20
Peso da Cápsula (g) 9,94 5,88 7,20 7,25 6,20
Peso Solo Úmido (g) 1,30 1,31 1,31 1,30 1,30
Peso Solo Seco (g) 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Peso Água 0,30 0,31 0,31 0,30 0,30
Umidade 30,0% 31,0% 31,0% 30,0% 30,0%
Média (Valor de LP) 30,4%
LL 62,0%
IP 31,6%

EXERCÍCIO 3 - (Adaptado. ESAF - 2012 - CGU - Analista de Finanças e


Controle - prova 3 - Auditoria e Fiscalização - Infraestrutura) Considerando o
gráfico (ensaio de Limite de Liquidez) e a tabela (ensaio de Limite de
Plasticidade) abaixo, determine os valores do LL, LP e IP para o solo
analisado.
46

RESPOSTA:

No gráfico: Nº de golpes de 25 equivale ao ponto 53% de umidade. Este é o valor de LL.

Ensaio de Limite de Plasticidade


Número da Cápsula 15 24 33 32 29
Tara (g) 7,79 7,70 7,59 7,74 7,63
Tara + solo úmido (g) 10,15 10,02 10,30 9,86 9,62
Tara + solo seco (g) 9,47 9,38 9,52 9,27 9,06
Solo Úmido (g) 2,36 2,32 2,71 2,12 1,99
Solo Seco (g) 1,68 1,68 1,93 1,53 1,43
Água 0,68 0,64 0,78 0,59 0,56
Umidade 40,5% 38,1% 40,4% 38,6% 39,2%
Média (Valor de LP) 39,3%
LL 53,0%
IP 13,7%

Gabarito: LL = 53,0%; LP = 39,3% e IP = 13,7%

Ainda continua em dúvida sobre o tema de Limites de


consistência dos solos?
47

Uma dica para melhorar seus estudos, é buscar outras fontes bibliográficas ou
mesmo alguns vídeos disponíveis no Youtube. Tenho algumas sugestões:

1. Aula 3 - Limites de consistência (limites de Atterberg)


https://www.youtube.com/watch?v=I2aTHL8v2uA

2. AULA LIMITES DE ATTERBERG ENSAIOS E APLICAÇÃO NA


PRÁTICA
https://www.youtube.com/watch?v=Gf1dzJS0IP0
48

UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

O OBJETIVO DESSA UNIDADE É TRAZER UMA COMPILAÇÃO


DE INFORMAÇÕES ACERCA DE GRANULOMETRIA E LIMITES
DE CONSISTÊNCIA, DE MODO A CLASSIFICAR O SOLO COM
BASE EM DUAS PRINCIPAIS VERTENTES: CLASSIFICAÇÃO
UNIFICADA (SUCS) E HRB (RODOVIÁRIA).

Ao final dos estudos, você deverá ser capaz de: interpretar resultados de
Granulometria juntamente com os parâmetros de consistência dos solos
de forma conjunta e assim classificar o solo baseado numa dada
normativa de classificação. Após classificar, é possível analisar onde e
porque o solo pode ou não pode ser utilizado, com devidas justificativas
geotécnicas.

1. CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA

É importante mencionar que a compilação de informações aqui apresentadas,


são baseadas nos seguintes documentos oficiais:

1. SILVA, J.P.S. Mecânica dos Solos – Introdução à Engenharia


Geotécnica. Livro Rápido Editora, Recife, 2016.
2. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de Pavimentação.
Publicação IPR 719, 2006.
3. NBR 6502 – Solos e Rochas. 1995.
4. NBR 7181 - Solo - Análise granulométrica. 2016
5. PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos em 16
aulas. 3ªedição. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.
6. NBR 6459 – Solo – Determinação do limite de liquidez. 2016.
7. NBR 7180 - Solo – Determinação do limite de plasticidade. 2016
8. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de Pavimentação.
Publicação IPR 719, 2006.

Dada a infinidade de solos que existem na natureza é necessário um sistema


de classificação que indique características geotécnicas comuns de um
determinado grupo de solos a partir de ensaios simples de identificação.

A classificação dos solos permite resolver alguns problemas simples e serve de


apoio na seleção de um dado solo quando se podem escolher vários materiais
a serem utilizados.
49

O Sistema Unificado de Classificação dos Solos (S.U.C.S.), é oriundo do


Airfield Classification System idealizado por Arthur Casagrande, e inicialmente
utilizado para classificação de solos para construção de aeroportos, e depois
expandido para outras aplicações, e normalizado pela American Society for
Testing and Materials (ASTM).

Os solos neste sistema são classificados em solos grossos, solos finos e


altamente orgânicos. A figura abaixo mostra como é feita a separação e análise
inicial: todo o material testado precisa ser passado na peneira nº200, caso mais
de 50% do material passe na peneira, este é então considerado FINO. Caso
menos de 50% passe na peneira nº200, este é então considerado GROSSO.
Para a fração grossa, foram mantidas as características granulométricas como
parâmetros mais representativos para a sua classificação, enquanto que para
fração fina, Casagrande optou por usar os limites de consistência, por serem
parâmetros mais importantes do que o tamanho das partículas.

Figura 16 –Divisão da graduação a partir do sistema unificado.

Cada tipo de solo terá um símbolo e um nome, conforme mostra a tabela


abaixo.

Letra Definição
G Gravel (pedregulho)
S Sand (areia)
C Clay (argila)
W Well graded (bem graduado)
P Poorly graded (mal graduado)
M Palavra sueca mo, refere-se ao silte
O Organic (orgânico)
L Low (baixa)
H High (alta)
Os nomes dos grupos serão simbolizados por um par de letras. Onde o prefixo
é uma das subdivisões ligada ao tipo de solo, e o sufixo, às características
50

granulométricas e à plasticidade. A figura a seguir mostra a classificação pelo


método unificado.

Figura 17 –Simbologia utilizada para classificação pelo sistema unificado.

Na tabela, é possível ver nas duas últimas colunas, os símbolos de cada grupo
e seus respectivos nomes, bem como uma série de observações necessárias a
classificação do solo.

1.1 – Solos Grossos

Sendo de granulação grosseira, então o material é um Pedregulho (G) ou


Areia (S), mas qual é o nome que devemos apresentar?

Resposta: Dependerá de qual das duas frações estiver em maior proporção, ou


seja, qual o material que predomina? Avalie sempre isso!

São exemplos de simbologia de solos classificados de acordo com a


metodologia S.U.C.S:

 SW – Areia bem graduada ; CH – Argila de alta compressibilidade

A tabela abaixo mostra todas as possibilidades de classificação dos materiais


ditos GRANULARES, ou seja, Pedregulhos (G) e Areias (S), de acordo com a
metodologia S.U.C.S.
51

Figura 18 – Quadro de classificação dos solos Granulares – método S.U.C.S

Os solos grossos ou granulares são os que tenham mais do que 50% de


partículas com tamanhos maiores do que 0,075mm (nº 200). Uma subdivisão
separa os solos grossos em pedregulhos, quando mais do que 50% da fração
grossa tem partículas com tamanho maior do que 4,8mm (retido na peneira
nº4), e areias, quando uma porcentagem maior ou igual, destas partículas, tem
tamanho menor que 4,8mm (passa na nº 4).

Sempre que as porcentagens de finos estiver entre 5 e 12%, o solo deverá ser
representado por um símbolo duplo, sendo o primeiro o do solo grosso (GW,
GP, SW, SP), enquanto que o segundo símbolo dependerá da região onde se
localizar o ponto representativo dos finos desse solo.

Para porcentagens de finos, maior do que 12%, e classificados como CL-ML


resultará em um símbolo duplo para o solo grosso, GC-GM se for pedregulho
ou SC-SM se for areia. A Error: Reference source not found e a Tabela 6.5,
mostram os fluxogramas necessários à classificação dos solos grossos.

1.2 – Solos Finos

Sendo de granulação grosseira, então o material é um Silte (M) ou Argila (C),


mas qual é o nome que devemos apresentar?

Resposta: Dependerá de qual das duas frações estiver em maior proporção, ou


seja, qual o material que predomina? Avalie sempre isso!

Nesta divisão, foram colocados os solos que tem uma porcentagem maior ou
igual a 50%, de partículas com tamanho menor do que 0,075mm (passando na
peneira nº200). Estes solos, siltes e argilas, foram inicialmente separados em
função do limite de liquidez: menor que 50% e maior ou igual a 50%.
52

Para classificação do material considerado predominantemente FINO, é


necessário utilizar a Carta de Plasticidade proposta por Arthur Casagrande,
mostrada na figura abaixo.

Figura 19 – Gráfico de Casagrande

Note que é possível utilizar os resultados previamente determinados de LL e


LP, além de IP, para verificar em qual região do gráfico o material estudado
encontra-se. Por exemplo, se um material dito fino, e que possui LL = 45% e
LP = 20%, possui por sua vez um IP = 25%. Então, vamos observar no gráfico
onde esse ponto se encontra. A figura abaixo mostra como isso é
representado.

Figura 20 – Material fino com LL = 45% e IP = 25%, classificado como CL (C =


argila e L = baixa plasticidade).

Talvez você esteja em dúvida de porque a argila foi classificada como de baixa
plasticidade e não como MEDIANA plasticidade, como indicado no gráfico.
53

Note que no Gráfico existe uma linha divisória no eixo X, vermelha, com
LL=50%. Essa linha divide em materiais de ALTA plasticidade todos os
materiais com LL>50% e de BAIXA plasticidade todos os materiais com LL <
50%.

 Tudo que tiver LL > 50% são considerados de ALTA plasticidade e com
ALTA compressibilidade, portanto “H”(high) alta compressibilidade.

 Tudo que tiver LL < 50% são considerados de BAIXA plasticidade e com
BAIXA compressibilidade, portanto “L” (low) baixa compressibilidade.

A tabela a seguir, traz todas as possiblidades de classificação do solo, com


base na metodologia SUCS.

Figura 21 – Quadro de possibilidades de classificação SUCS.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS SOBRE CLASSIFICAÇÃO


SUCS

EXERCÍCIO 1 - Comente como é realizada a classificação e como é possível


prever o comportamento e aplicação de um material, a partir da classificação
SUCS.
Resposta: Os solos neste sistema são classificados em solos grossos,
solos finos e altamente orgânicos. Os nomes dos grupos são simbolizados
por um par de letras, em que o prefixo é uma das subdivisões ligada ao tipo de
solo, de acordo com sua granulometria, e o sufixo, às características
granulométricas e/ou plasticidade. Deste modo, leva em consideração as
características granulométricas, bem como comportamento hidro-mecânico,
54

possibilitando melhor identificar o comportamento e, assim, melhor aplicação


do mesmo.

EXERCÍCIO 2 - Caso os índices IP e LL indiquem uma posição muito próxima


das Linhas A ou B, ou mesmo entre as faixas de IP 4 a 7, na carta de
plasticidade, como o solo é classificado? Ainda, como é realizada a
classificação de um solo orgânico?

Resposta: O solo será considerado de comportamento secundário,


apresentando ambas classificações (SC-SM, CL-CH, CL-ML, MH-CH, etc).
Solos orgânicos são definidos visualmente, com base na presença de fibras
vegetais, coloração, odor, textura, etc.

EXERCÍCIO 3 - (CESPE - 2004 - Polícia Federal - Perito Criminal - Engenharia


Civil) Um solo classificado como CH pela classificação unificada de solos é
especialmente indicado para utilização como material drenante em obras
geotécnicas. Discuta se tal afirmativa é correta ou não, por quê?

Resposta: C= Argila, H= Alta compressibilidade, portanto, não indicado ao uso


de drenos, em que o material indicado é granular.

EXERCÍCIO 4 - (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário -


Engenharia Civil) Os solos são classificados segundo sua granulometria, ou
seja, o tamanho dos grãos que compõem a mistura determina o tipo de solo.
Segundo a SUCS, é correto afirmar que o solo com a distribuição
granulométrica indicada no desenho abaixo é:

D10 D30 D60 CNU CC


0,06 0,65 0,85 14,17 8,28

%Pedregulho: 0, % Areia: 90%, SILTE: 8%, Argila:2%.


SP-SM: Areia siltosa uniforme
55

EXERCÍCIO 4 - Na análise de quatro solos diferentes, foram obtidas suas


curvas, conforme figura a baixo e dados ainda:
A fração de finos do solo C tem: LL=26 e IP=9;
E os dados dos ensaios de limites do solo D são dados a baixo:

Limite de Liquidez:
Penetração do cone (mm) 15,5 18,0 19,4 22,2 24,9
Teor de Umidade (%) 39,3 40,8 42,1 44,6 45,6
Limite de Plasticidade:
Teor de Umidade (%) 23,9 24,3

Determine o IP do material

Com os resultados da tabela acima, foi plotado um gráfico mostrado abaixo.


56

Com o gráfico, pois possível determinar, para a penetração de 20mm, a


umidade w (%) mais próximo, que é 42%, sendo, portanto, o LL.

Logo, LL = 42%, com LP= 24% (obtido como sendo uma média dos dois
valores que foram apresentados no enunciado da questão), determina-se
IP=18%

EXERCÍCIO 5 – Baseado no exercício anterior, determine a classificação


SUCS destes solos e qual seria, assim, a melhor nomenclatura para cada.

Resposta: A partir do gráfico, foram obtidos os seguintes parâmetros:

Sol D10 D30 D60 CN CC


o U
A 0,47 3,5 16 34 1,6
B 0,23 0,30 0,4 1,8 0,9
1 5
C 0,00 0,04 2,4 800 0,2
3 2 5

Sol
% Graúdo % Finos SUCS
o
76 %
A 100 Pedregulho W 0 GW
24% Areia
95 %
B 97 Pedregulho P 3 SP
2 % Areia
41 %
%P#200>1
C 66 Pedregulho 34 CL GC
2
25 % Areia
D 5 - 95 ML-CL ML-CL
57

A partir dos dados acima, os materiais foram classificados da seguinte forma:


A: Pedregulho bem graduado
B: Areia média uniforme
C: Pedregulho argiloso
D: Silte argiloso de baixa compressibilidade (95-30=65% silte, 30% argila)

Ainda continua em dúvida sobre o tema de Classificação


S.U.C.S?

Uma dica para melhorar seus estudos, é buscar outras fontes bibliográficas ou
mesmo alguns vídeos disponíveis no Youtube. Tenho uma sugestão:
1. Aula 6 - Classificação dos solos – SUCS
https://www.youtube.com/watch?v=vviZo0hZg8M
58

2. CLASSIFICAÇÃO TRB (antigo HRB)

É importante mencionar que a compilação de informações aqui apresentadas,


são baseadas nos seguintes documentos oficiais:

1. SILVA, J.P.S. Mecânica dos Solos – Introdução à Engenharia


Geotécnica. Livro Rápido Editora, Recife, 2016.
2. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de Pavimentação.
Publicação IPR 719, 2006.
3. NBR 6502 – Solos e Rochas. 1995.
4. NBR 7181 - Solo - Análise granulométrica. 2016
5. PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos em 16
aulas. 3ªedição. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.
6. NBR 6459 – Solo – Determinação do limite de liquidez. 2016.
7. NBR 7180 - Solo – Determinação do limite de plasticidade. 2016
8. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de Pavimentação.
Publicação IPR 719, 2006.
9. SOUZA, Murilo Lopes de. Método de projeto de pavimentos flexíveis.
3ª edição. Rio de Janeiro, IPR, 1981. Publicação IPR 667

A Classificação H.R.B (Highway Research Board) ou A.A.S.H.O. (American


Association State Highway Officials) fundamenta-se na granulometria, limite de
liquidez e índice de plasticidade dos solos, sendo proposta para ser utilizada na
área de estradas. A Figura abaixo apresenta esta classificação, onde os solos
estão reunidos por grupos e subgrupos.

Figura 22 – Divisão da classificação HRB.


59

Um parâmetro adicionado nesta classificação é o índice de grupo (IG), que é


um número inteiro variando de 0 a 20. O índice de grupo define a capacidade
de suporte do terreno de fundação de um pavimento. Os valores extremos do
“IG” representam solos ótimos para IG = 0 e solos péssimos para IG = 20.
Portanto, este índice estabelece uma ordenação dos solos dentro de um grupo,
conforme suas aptidões, sendo pior o solo que apresentar maior “IG”.

A determinação do índice de grupo baseia-se nos limites de Atterberg (LL e IP)


do solo e na porcentagem de material fino que passa na peneira número 200
(0,075mm). Seu valor é obtido utilizando a seguinte expressão:

IG = 0,2 . a + 0,005 . a . c + 0,01 . b . d

onde:

a = porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 35%. Se o valor


de “a” for negativo adota-se zero, e se for superior 40, adota-se este valor
como limite máximo.

a = Pp,200 - 35% (0 - 40).

b = porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 15%. %. Se o


valor de “b” for negativo adota-se zero, e se for superior 40, adota-se este valor
como limite máximo.

b = Pp,200 - 15% (0 - 40)

c = valor do limite de liquidez menos 40%. Se o valor de “c” for negativo adota-
se zero, e se for superior a 20, adota-se este valor como limite máximo.

c = LL - 40% (0 - 20)

d = valor do índice de plasticidade menos 10%. Se o valor de “d” for negativo


adota-se zero, e se for superior a 20, adota-se este valor como limite máximo.

d = IP - 10% (0 - 20)

Em geral os solos granulares tem índice de grupo compreendidos entre 0 e 4,


os siltosos entre 1 e 12 e os argilosos entre 1 e 20.

O índice de grupo é um parâmetro técnico também utilizado para previamente


termos uma ideia de como é a expectativa da resistência do solo que estamos
estudando. Isso porque existe uma tabela que relaciona IG (índice de grupo)
com o CBR (ou ISC – índice de suporte Califórnia) do solo. Essa tabela é
apresentada na publicação 667 do ainda DNER, que trata do dimensionamento
de pavimentos flexíveis, ou mais popularmente conhecido Método Murilo Lopes
de Sousa, disponível em:
60

SOUZA Murilo Lopes de. Método de projeto de pavimentos flexíveis. 3ª


edição. Rio de Janeiro, IPR, 1981. Publicação IPR 667

Apesar de muito antigo, o documento ainda está vigente no Brasil, ou seja,


ainda é utilizado como parâmetro de projetos e análises geotécnicas na área
de rodovias em âmbito Federal. A tabela é apresentada abaixo.

IG CBR IG

0 20
1 18
2 15
3 13
4 12
5 10
6 9
7 8
8 7
9-10 6
11-12 5
13-14 4
15-17 3
18-20 2

Figura 23 – Relação de IG versus CBR (SOUZA, 1981).

Os solos são classificados em sete grupos, de acordo com a granulometria


(peneiras de nº 10, 40, 200) e de conformidade com os intervalos de variação
dos limites de consistência e índice de grupo.

De acordo com a classificação TRB, os solos se dividem em dois grupos: solos


grossos (quando a % passante na peneira nº 200 é inferior a 35%) e solos finos
(quando a % passante na peneira nº 200 é superior a 35%). A tabela abaixo
traz o panorama completo da classificação TRB.
61

Figura 24 – Tabela de classificação TRB.

É importante mencionar que o DNIT traz em sua publicação IPR-719 (Manual


de Pavimentação, de 2006), a descrição completa dessa classificação que é
exigida aqui no Brasil.

Os solos grossos foram divididos em três grupos, A1, A2 e A3.

Grupo A1 - Solos granulares sem finos (pedregulho e areia grossa bem


graduada, com pouca ou nenhuma plasticidade).

Grupo A2 - Solos granulares com finos (pedregulho e areia grossa bem


graduados, com material cimentante de natureza friável ou plástico).

A-2-4 - finos siltosos de baixa compressibilidade

A-2-5 - finos siltosos de alta compressibilidade

A-2-6 - finos argilosos de média plasticidade

A-2-7 - finos argilosos de alta plasticidade

Grupo A3 - Areias finas

Com relação à fração fina, os solos finos foram divididos em quatro grupos, A4,
A5, A6 e A7.

Grupo A4 - Solos siltosos com pequena quantidade de material grosso e de


argila (baixa compressibilidade LL < 40%)

Grupo A5 - Solos siltosos com pequena quantidade de material grosso e


argila, rico em mica e diatomita (alta compressibilidade LL > 40%)

Grupo A6 - Argilas siltosas medianamente plásticas com pouco ou nenhum


material grosso (baixa compressibilidade)

Grupo A7 - Argilas plásticas com presença de matéria orgânica (alta


compressibilidade).

A7-5, IP ≤ LL - 30%

A7-6, IP > LL - 30%

Exercícios resolvidos sobre Classificação TRB


EXERCÍCIO 1 - Quais as diferenças existentes entre os sistemas de
classificação TRB frente a SUCS, e qual o motivo delas?
62

Resposta: Uma das diferenças que destaca uma classificação frente a outra
diz respeito a porcentagem de material passante pela #200, uma vez que na
SUCS considera material fino quando se tem 50% passante e, pela HRB 35%.
Isto porque a HRB classifica o solo para fins rodoviários, onde materiais
granulares são o foco.
A HRB utiliza ainda do Índice de grupo (IG), que relaciona granulometria com
os limites de Atterberg. utilizado para se prever o comportamento e, assim,
classificar os solos quanto a sua qualidade como subleito.

EXERCÍCIO 2 - Qual a importância de um sistema de classificação, como


SUCS e HB?

Resposta:Tais sistemas de classificação são de suma importância para


estabelecer uma comunicação direta, com limites bem definidos e, assim,
designações entendidas por todos profissionais. Deste modo, quando citando
dado tipo de solo, o profissional que esteja lendo a pesquisa ou laudo já tem
conhecimento deste, bem como previsão do seu comportamento.

EXERCÍCIO 3 – Adaptado de (IFPI - 2016 - IF-PI - Professor - Edificações II e


FGV - 2014 - AL-BA - Técnico de Nível Superior - Engenharia Civil) Um dos
objetivos dos sistemas de classificação dos solos é estimar seu comportamento
nas obras de engenharia a partir de informações de fácil obtenção. Apesar da
infinita diversidade dos solos, cada sistema os divide em um determinado
número de categorias com características semelhantes. Acerca da
classificação dos solos, analise as assertivas a seguir:

( V ) A classificação HRB (Highway Research Board) dos solos leva em conta a


granulometria, o limite de liquidez e índice de plasticidade do solo.

( F ) Na classificação HRB, os grupos A1, A2 e A3 representam os solos silto-


argilosos.

Apenas  o grupo A-2 é constituído por solo silte- argiloso . A-1 é formado por
mistura bem graduada de fragmentos de pedra ou pedregulhos, areia grossa,
areia fina. A-3 material típico deste grupo é areia fina de praia ou de deserto,
sem silte ou argila, ou possuindo pequena quantidade de silte não plástico.
Inclui também mistura de areia fina mal graduada e quantidades limitadas  de
areia grossa e pedregulho.

( V ) O sistema de classificação da HRB (Highway Research Board) classifica


os solos em oito grupos: solos granulares (A‐1, A‐2, A‐3), solos finos (A‐4, A‐5,
A‐6 e A‐7) e solos altamente orgânicos (A‐8).

EXERCÍCIO 4 - Dados os solos apresentados na figura a seguir, classifique-os


conforme TRB. Esse solo ainda apresenta um LL = 42%, LP=24% E IP=18%
63

Verifique se há alguma diferença dessa classificação TRB com a SUCS que já


foi executada no capítulo anterior.

% P#200 % P#10 % P#40


Solo IP LL TRB
0,075mm 2,0mm 0,42mm
A 0% 24% 10% A 1-a
B 3% 98% 58% A3
C 34,0% 59,0% 52% 9 26 A 2-4
D 95,0% 100,0% 100% 18 42 A7
Sim:
B apresentou-se como areia fina em um e média em outro;
C como areia em um e pedregulho em outro;
D como argila em um e em outra como silte

EXERCÍCIO 5 - (CC - 2014 - TCE-RS - Auditor Público Externo - Engenharia


Civil - Conhecimentos Específicos) Na classificação TRB (Transportation
Research Board), os solos são reunidos em grupos e subgrupos, em função de
sua granulometria, dos limites de consistência e do índice de grupo. Segundo
essa classificação, os solos siltosos ou solos argilosos NÃO podem ser
classificados como:
a) A-4. A1, A2, A3 = material granular =
b) A-1. comportamento muito bom
A4, A5, A6, A7 = material siltoso
c) A-6. ou argiloso = comportamento fraco a pobre
d) A-7-5. Manual de pavimentação do Dnit- Pag:57
e) A-7-6.
64

Ainda continua em dúvida sobre o tema de Classificação


TRB?

Uma dica para melhorar seus estudos, é buscar outras fontes bibliográficas ou
mesmo alguns vídeos disponíveis no Youtube. Tenho uma sugestão:
1) Aula 7 - Classificação dos solos - AASHTO, HRB, TRB
https://www.youtube.com/watch?v=OR3wVO8ufa0

2) RESOLUÇÃO CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS SUCS E HRB


https://www.youtube.com/watch?v=n8al6E77nKo

3) Classificação dos solos - HRB


https://www.youtube.com/watch?v=k7i-lNOcgfU
65

ORIENTAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE


AVALIATIVA PRÉVIA ON-LINE
Valor: 3,0 pontos na média
Carga horária: 12h/aula
Aqui você vai encontrar todas as instruções acerca da atividade avaliativa
prévia, também conhecida como práticas prévias on-line.

Título da atividade: Análise de um trecho de rodovia federal

Objetivo da atividade: ao final da atividade, espera-se que o estudante


consiga resolver um problema prático e real de engenharia envolvendo
conteúdo e conceitos acerca do estado do solo aliado à classificação do
material que será utilizado na obra.

Descrição da atividade: para resolver a questão-problema, é necessário que


o estudante tenha feito um estudo dos conteúdos relacionados na Unidade I e
Unidade II apresentados neste Guia. Além disso, é desejável que o estudante
busque na literatura referenciada, maiores detalhes para reforçar seus estudos.
Os conhecimentos adquiridos, são itens fundamentais para que o problema
seja interpretado, resolvido e analisado de maneira fundamentada em
princípios da Engenharia Geotécnica.

É importante ressaltar, que essa atividade é individual e personalizada, ou


seja, o aluno deverá executar sua atividade com respostas
personalizadas, mesmo que tenha debatido/discutido sobre os conteúdos
com outros colegas e/ou professores. Assim, espera-se que o aluno
apresente respostas, análises e conclusões personalizadas e baseadas
em suas próprias avaliações acerca do que foi pedido.
66

Como deverá ser o arquivo que o estudante deverá entregar?

1º - Resolva a questão-problema, utilizando blocos de anotações manuais ou


eletrônicos, planilhas eletrônicas, gráficos, tabelas, etc.

2º - Prepare um arquivo ÚNICO em formato PDF com tudo que você resolveu:
cálculos, análises e conclusões.

3º - Após resolver a questão-problema, o estudante deverá acessar o Portal do


Aluno, e dentro do AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, localizar a
atividade Prévia do Módulo Geotecnia aplicada a projetos de rodovias,
referente à turma em que se encontra matriculado.

Siga rigorosamente as instruções de postagem que foram lançadas no sistema,


bem como o prazo institucional.
67

ATIVIDADE AVALIATIVA PRÉVIA ON-LINE


(Individual e personalizada)
Deseja-se construir um trecho de 1km de rodovia federal, num local aonde o
terreno natural apresentou os seguintes resultados geotécnicos:
Estudos geotécnicos do local aonde será implantado o trecho da rodovia

O Limite de liquidez do material (LL) = 35%

O Limite de Plasticidade do Material (LP) = 22%

Estudos geotécnicos da JAZIDA escolhida para extração de material de


construção

Após estudos topográficos, foi escolhida uma jazida na região próxima ao local
de implantação da obra, de modo a reduzir os custos com transporte. A Jazida
possui volume compatível com a necessidade da obra, porém somente os
estudos geotécnicos podem indicar se o material é tecnicamente compatível
com as características da obra que se pretende executar.

Assim, algumas amostras foram coletadas na Jazida e devidamente


encaminhadas para o laboratório de Geotecnia. Os principais resultados das
avaliações geotécnicas são apresentados abaixo.
68

Ensaio de peneiramento –
Limite de Índice de
Solo Porcentagem que passa
Liquidez Plasticidade
Peneira nº4 Peneira nº200
Jazida 36% 13% 19,6% 11,0%

*imagem ilustrativa do local da Parâmetros geotécnicos da Jazida


jazida
 O solo é um Pedregulho argiloso de origem
laterítica;
 Índice de vazios (amostra indeformada) =
0,45
 Índice de vazios (amostra amolgada) =
0,58
 Teor de umidade = 10,0%
 = 26 kN/m³
 LL = 19,6% e LP = 11,0%

Estudos geotécnicos do ATERRO que se pretende executar

Após estudo do material da jazida, como por exemplo compactação, foram


determinados alguns parâmetros geotécnicos ideais para que a obra pudesse
ser executada com esse material. Abaixo, são mostrados alguns desses
parâmetros de projeto.

ATERRO (SubBase) 1km de extensão Parâmetros Geotécnicos do Aterro


7m Após execução do aterro, espera-se
2
que o mesmo fique com os seguintes
1 parâmetros Geotécnicos:
2m
 Índice de vazios igual a 0,40
 CBR mínimo de 20%
*obs: imagem ilustrativa da seção  Umidade de 15,0%
transversal do aterro. Desenho fora de  Grau de Compactação de 100%
escala  N = 5 x 106

Você foi contratado para analisar os resultados mostrados acima (Local


da obra, Jazida e Aterro) e verificar se é indicado instalação da obra no
local selecionado. Além disso, é importante saber se a jazida possui
parâmetros geotécnicos compatíveis com o tipo de obra a ser executada.
Para realizar a análise, foram levantadas algumas necessidades:

1) Qual a classificação TRB do local aonde pretende-se implantar a obra?


2) Qual a classificação SUCS do Material que será usado na Obra?
69

3) Qual o volume que deverá ser extraído da jazida para conseguir material
suficiente para executar o aterro proposto? Obs.: aqui é o tamanho do
buraco que será aberto na jazida.
4) Qual o volume de material que será transportado? Obs.: aqui é o material
solto
5) Quantas viagens de um caminhão basculante, com capacidade de 32m³
serão necessários para executar o aterro?
Baseado em princípios da Engenharia Geotécnica, após responder todas as
questões acima enumeradas, é possível redigir uma conclusão acerca das
duas principais perguntas:

1) O local escolhido para implantação da obra, traz algum tipo de


preocupação?

2) A jazida selecionada possui qualidade compatível com o esperado para


esse tipo de obra?

OBS.: SUAS RESPOSTAS DEVERÃO SER PERSONALIZADAS,


OU SEJA, O TRABALHO É INDIVIDUAL E NÃO EM GRUPO.

MOSTRE OS CÁLCULOS E APRESENTE ANÁLISES


DETALHADAS E UMA CONCLUSÃO.

AQUI SÃO ENUMERADAS ALGUMAS DICAS PARA


RESPONDER OS QUESTIONAMENTOS

É importante ressaltar que aqui vai apenas algumas DICAS de como


iniciar a análise do problema. Caso o aluno opte por não seguir as
sugestões, não tem problema, desde que responda de maneira adequada
o que foi proposto no problema.

Para responder sobre a classificação TRB, e que está relacionada ao local


aonde pretende-se implantar a obra, temos:
1ºpasso: Obtenha as porcentagens que passam nas peneiras nº10, nº40 e
nº200 em função da curva granulométrica que foi mostrado no exercício
70

2ºpasso: Calcule o LL (limite de liquidez) e o IP (índice de plasticidade do


material)

3º passo: Calcule o IG (índice de grupo) do material. Lembre-se que o IG é


calculado em função da porcentagem que passa na peneira nº200 e também
em função do LL e do IP do material. Caso tenha dúvidas, dentro do material
teórico existe o passo a passo para calcular o IG.

4º passo: Olhe a Tabela de CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS - TRB


disponibilizada no tópico sobre classificação TRB, disponível na Figura 24 da
Unidade 2. Nela, você deverá juntar todas as informações dos passos 1 a 3 e
verificar em qual coluna o seu material vai se enquadrar em absolutamente
tudo da coluna.

Por exemplo: será que o material é um A-5 e portanto, tendo como Material
que predominante um Solo Siltoso e teria um Comportamento geral como
subleito Fraco a pobre? Analise com cuidado e mostre sua resposta, bem como
a análise de sua resposta.

5º passo: Quais as implicações de executar a obra nesse local?

Para responder sobre a classificação SUCS, e que está relacionada ao


material da Jazida que pretende-se utilizar:
1ºpasso: Verifique se a % de material passante na peneira nº 200 é maior ou
menor que 50%, conforme estabelece a metodologia SUCS, e determinar se
trata-se de um material Granular (Pedregulhos e/ou areias) ou material fino
(argilas, siltes e/ou material orgânico);

2º passo: Se a % de material que passa na peneira nº200 for < 50%, então o
material predominantemente é um Pedregulho (G) ou Areia (S). Nesse caso,
sua análise precisa iniciar usando a tabela constante na Figura 18 da Unidade
2.

3º passo. Se o material for um Pedregulho (G) ou Areia (S), você deverá


observar agora a % de material que passa na peneira nº40 e verificar se é
maior ou menor que 50%. Se for maior que 50% o material que predomina é
Areia; se for menor que 50% o material que predomina é Pedregulho. ANOTE
ESSE RESULTADO

Agora, ainda usando a tabela disponível na Figura 18 da Unidade 2, e já


sabendo qual material que predomina, terá que analisar a % de material
passante na peneira nº200. Analise assim:
71

a) Se for < 5%, então a segunda sigla da classificação será W (well, que
significa Bem graduado) ou P (Poorly, que significa Mal graduado); ou
seja;
 Se o material predominantemente for um Pedregulho, então ele
será um “G”. A segunda sigla dependerá da seguinte análise:
Será W se CNU > 4 e 1 < CC < 3; logo será um GW (pedregulho
bem graduado) ou Será GP (pedregulho mal graduado), se CNU
< 4 ou 1 > CC > 3
 Se o material predominante for uma Areia, então ele será um “S”.
A segunda sigla dependerá da seguinte análise: Será W CNU >
6 e 1 < CC < 3, logo o material será um SW (Areia bem
graduada); Se o CNU < 6 ou 1 > CC > 3, então e será um SP
(areia mal graduada)

b) Se for > 12%, então a segunda sigla da classificação será C (argila) ou


M (Silte); ou seja;
 Olhe os resultados de LL e IP, use o Gráfico disponível na Figura
19 da Unidade 2 (Carta de Casagrande) e verifique se o material
é um C ou M.
 As possibilidades de resposta são: GC (pedregulho argiloso) ou
GM (pedregulho siltoso) ou SC (areia argilosa) ou SM (areia
siltosa). Verifique qual será em função do primeiro material que
predomina, olhando com muita atenção o resultado obtido no
início do passo 3.

4º passo: Se a % de material passante na peneira nº200 for >50% então o


material só pode ser Argila (C), Silte (M) ou Orgânico (O). Nesse caso, use
diretamente os gráficos disponíveis na Figura 19 e Figura 20 da Unidade 2 para
classificar o material.

Por meio do LL e IP, verifique por meio do Gráfico de Casagrande(Figura 19),


em qual situação o material se enquadra, podendo ter algumas opções de
resposta, são elas:

CL (Argila com baixa compressibilidade) ou CH (argila com alta


compressibilidade) ou ML (silte com baixa compressibilidade) ou MH (silte com
alta compressibilidade).
72

5º passo. Determine a classificação final do material. Ele poderá ser um:

GW, GP, GM, GC, SW, SP, SM, SC, ML, CL, OL, MH, CH, OH. Use a tabela
abaixo para te auxiliar.

6º passo. Descreva com justificativas geotécnicas comprovadas, se esse


material é indicado para a obra em questão.

Para responder sobre qual o volume que deverá se escavado na Jazida:


É importante mostrar quais foram os caminhos que levaram a chegar na
resposta, ou seja, TEM QUE APRESENTAR TODO MEMORIAL DE
CÁLCULO.

Esse memorial pode ser no Word, Excel, Bloco de notas, pode ser feito à
mão e escaneado, etc.

Comente e fundamente sua resposta, no que se refere a resolver a questão de


duas maneiras:

1) usando os fatores de conversão típicos da literatura: porquê é possível


usar esses fatores da literatura? Quais implicações de usá-los? Você
concorda com o uso desses fatores? Porquê? Obs.: baseie suas
respostas em informações geotécnicas fundamentadas.
2) Usando fatores de conversão reais: Como é possível usar esses
fatores? Como são obtidos? Como usá-los? Porquê usá-los? Obs.:
baseie suas respostas em informações geotécnicas fundamentadas.
Aqui vale relembrar que no Capítulo que trata de índices físicos e
Fatores de conversão, existe um exercício muito parecido com a
proposta dessa avaliação. Busque orientações naqueles tópicos.
73

No final, é importante você descrever, justificando sua resposta, qual dos dois
caminhos é o mais adequado para resolver esse problema de Engenharia.

Para responder sobre qual o volume que deverá ser transportado e o


número de viagens:
Use os parâmetros geotécnicos disponíveis. Aqui vale relembrar que no
Capítulo que trata de índices físicos e Fatores de conversão, existe um
exercício muito parecido com a proposta dessa avaliação. Busque orientações
naqueles tópicos.

Para fazer a conclusão:


Seja criativo e técnico ao mesmo tempo. Busque respaldo na literatura, mas
também emita opinião acerca das análises feitas por você.

OBS.: SUAS RESPOSTAS DEVERÃO SER PERSONALIZADAS,


OU SEJA, O TRABALHO É INDIVIDUAL E NÃO EM GRUPO.

MOSTRE OS CÁLCULOS E APRESENTE ANÁLISES


DETALHADAS E UMA CONCLUSÃO.
74

/// PARA FINALIZAR

Estudamos nas Unidades I e II, os principais elementos utilizados na interpretação


geotécnica dos parâmetros físicos do solo, de modo a aplicá-los na caracterização e
comparação com normas técnicas vigentes. Além disso, foi possível aprender como
determinar transformações físicas (volume, densidade e massas) de situações reais
que envolvem a escavação, transporte e compactação dos solos numa obra rodoviária.

Pudemos também relembrar conceitos sobre granulometria e Classificação dos Solos,


parâmetros também fundamentais para analisar o local de implantação de uma obra,
mas também de uma Jazida que será utilizada como material de construção da obra
rodoviária.

Vimos vários exemplos e exercícios de como podemos interpretar os dados de


Índices Físicos, Consistência e Granulometria de maneira individual, mas
principalmente como fazer uma análise integrada e mais abrangente. Isso traz
maior segurança para o profissional atuar na área de maneira eficiente e eficaz.

Prof. Dr. João Paulo Souza Silva

/// REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


75

B., MOTTA, L. M. G da, CERATTI, J. A. P. e BARBOSA, J. S. Pavimentação


Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros. Rio de Janeiro, Patrocínio da
Petrobrás S.A⁄ABEDA, 2006.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de implantação básica


de rodovia. 3ª edição. Publicação IPR 742, 2010

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES - DNIT. Manual de Pavimentação.


Publicação IPR 719, 2006.

Norma DNER-ES 300/97. Pavimentação – reforço do Subleito. Especificação


de Serviço.

Norma DNER-PRO 277/97. Metodologia para controle estatístico de obras


e serviços. Procedimento.

Norma DNIT 104/2009 – ES. Terraplenagem – Serviços Preliminares.


Especificação de Serviço.

Norma DNIT 106/2009 – ES. Terraplenagem – Cortes. Especificação de


Serviço.

Norma DNIT 139/2010-ES. Pavimentação – Sub-base estabilizada


granulometricamente. Especificação de serviço.

Norma DNIT 141/2010 – ES. Pavimentação – Base estabilizada


granulometricamente. Especificação de Serviço.

PEREIRA, D.M; RATTON, E. BLASI, G. F; PEREIRA, M.A;FILHO, W.K;


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