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AVP PRATICA JURIDICA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE JUAZEIRO DO


NORTE-CE

Maria, nacionalidade xxxx, estado civil xxxx, profissão: vendedora, inscrita no cpf: xxxx, e no
RG: xxxx, C.T.P.S: xxxx, PIS: xxxx, endereço eletrônico: xxxx, residente e domiciliada: xxxx, n°
xxx, Bairro: xxxx, Cidade: xxxx, vem, perante Vossa Execelência, por meio do seu procurador, ut
instrumento de mandato anexo propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, com
fundamento do Artigo 840, parágrafo 1° da CLT, em face da Empresa ALFA, CNPJ: xxxx,
endereço eletrônico: xxxx, com filial localizada: Rua/AV: xxxxx, Bairro: xxxx, Cidade: Juazeiro do
Norte-Ceará, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

I- DA SÍNTESE DOS FATOS

A reclamante foi contratada pela reclamada (Empresa Alfa) em 01 de janeiro de


2018, para exercer a função de vendedora, sendo transferida da filial de Juazeiro
do Norte-Ceará para a filial de Recife-Pernambuco de forma provisória a critério da
empresa, onde passou 18 meses exercendo sua função.
Ao retornar para filial de Juazeiro do Norte- Ceará se deparou com novo supervisor
e com uma política bastante ostensiva e invasora a sua privacidade, uma vez que
os seguranças da empresa do sexo masculino eram os que faziam a revista pessoal
íntima dos empregados, o que deixou a reclamante bastante constrangida, que
impediu e se recusou a passar por essa revista alegando com toda razão, violação
da sua privacidade e total ausência de fundamentação para realização desse tipo
de revista íntima.
Diante do ocorrido, no dia 29 de março de 2021, a empresa Alfa demitiu por justa
causa, alegando ato de insubordinação e indisciplina da reclamante, bem como fez
questão e que os demais empregados tornassem conhecimento da conduta da
empresa com o intuito de não se repetir o ocorrido.

II- DO DIREITO

A)- DA DESPEDIDA E INEXISTÊNCIA DE JUSTA CAUSA


A reclamante foi demitida no dia 29 de março de 2021, a empresa Alfa alegou
justa causa fundamentando a conduta pelo ato de insubordinação e indisciplina
por parte da reclamante. Todavia, de acordo com o Artigo 373-A, inciso VI da CLT,
é Vedado proceder revistas íntimas nas empregadas. Logo, por esse motivo,
é de direito da reclamante que a demissão por justa causa seja convertida para a
demissão imotivada e o consequente pagamento de todas as verbas rescisórias.
Vale aqui destacar Excelência, que além de ter sido demitida sem qualquer justa
causa, a reclamante assim como os demais empregados estavam sujeitos a revista
íntima sem qualquer fundamentação legal e essa revista sendo realizada por
seguranças do sexo masculino. O que não resta qualquer dúvida a respeito da
violão a honra e a boa fama da funcionária. Logo, com base no Artigo 483, alínea e,
da CLT, tem direito a reclamante de rescindir o contrato assim como pleitear a
devida indenização já que a motivação do seu pedido de demissão foi por erro
grave e exclusivo da empresa a qual trabalhava.

B)- DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL


A conduta da empresa em submeter a reclamante assim como os demais
empregados a revista íntima, realizada por segurança masculino, assim como fazer
questão que todos da empresa tivessem conhecimento de tal decisão com o
intuito de intimida-los para aceitar tal procedimento vexatório, configura-se como
um total desrespeito a intimidade não só da reclamante, mas de todos os
funcionários. Diante disso a Constituição Federal em seu Artigo 5° assegura, a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas assegurando o direito
a indenização caso este seja violado. O que no caso em questão resta comprovado
todo o constrangimento passado com seus direitos violados. Logo, requer o valor
de R$ xxxxx, assegurado pelo o Artigo 223-C da CLT onde está elencado o dano
extrapatrimonial sofrido pela reclamante.

C)- DAS VERBAS RESCISÓRIAS NÃO PAGAS


Frente ao que já foi explanado até esse momento, o que se verifica é que a
reclamante teve seu contrato de trabalho descumprido pela parte reclamada,
sendo certo que são devidas a reclamante as verbas referentes as férias integrais e
proporcional mais o adicional de um terço, ao aviso prévio, do adicional de no
mínimo 25% pela transferência da mesma para a outra filial localizada em Recife-
Pernambuco onde exerceu seu trabalho durante 18 meses assim como seu FGTS e
a multa de 40%.

D)- DA TRANSFERÊNCIA DA RECLAMANTE


Cabe aqui destacar que a reclamante foi contratada no dia 01 de janeiro de 2018
para exercer a função de vendedora na filial de Juazeiro do Norte- Ceará. Todavia,
a critério da empresa foi transferida para trabalhar em outra filial, localizada em
outro Estado brasileiro, mais precisamente em Recife, no Pernambuco, onde teve
que fixar residência durante 18 meses. Logo, cabe aqui salientar que a
transferência se deu sem a anuência da reclamada em desobediência ao Artigo
469 da CLT, uma vez que é vedado ao empregador esse tipo de transferência sem
que o empregado esteja de comum acordo, além de não ter sido pago o adicional
de 25%, conforme dita o Artigo 469, parágrafo 3° da CLT no qual tinha por direito a
reclamante durante estes 18 meses trabalhados na filial a qual foi transferida.
Dessa forma, fica demonstrada a desnecessidade da transferência assim como a
ilegalidade do ato, bem como é devido o adicional dos 25% do seu salário por todo
o período, no caso os 18 meses que prestou serviço na filial de Recife-
Pernambuco.

III- DOS PEDIDOS


A)- A concessão do benefício da gratuidade da justiça, com base no Artigo 790 da
CLT e do Artigo 5° , LXXIV da Constituição Federal;
B)- A notificação da reclamada para comparecer em audiência sob pena de
submeter-se aos efeitos da revelia;
C)- A declaração de nulidade da demissão por justa causa na conversão em
demissão sem justa causa ou rescisão indireta do contrato de trabalho;
D)- A condenação da reclamada ao pagamento de todas as verbas decorrentes da
rescisão do contrato de trabalho sem justa causa;
E)- A condenação da reclamada ao pagamento do adicional de 25% do valor
mensal do salário pelo período que permaneceu trabalhando em outra filial;
F)- Pela condenação da reclamada ao pagamento do Dano Moral no valor de R$
20000 (vinte mil reais);
G)- Pela condenação da reclamada ao pagamento dos honorários sucumbeciais;

IV- DAS PROVAS


Protesta provar o feito por todos os meios de prova em direito admitidas, em
especial com o depoimento da parte adversa assim como a oitiva das testemunhas
e as todos os documentos que se faz necessário a presente instrução.

V- DO VALOR DA CAUSA
Dá-se o valor da causa de R$ xxxx do valor indenizatório do Dano Moral mais a
soma dos demais valores pedidos.

Termos em que,
Pede deferimento

Local...Data...

Filipe Augusto de Oliveira


Antônio Pablo Pereira Furtado
Mariana Mota Arraes
/OAB

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