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"Na natureza nada se cria, nada se perde,

tudo se transforma". Lavoisier.

Instrumentação e Automação
Aula 5- Medição de Temperatura

1
Objetivo
1. Identificar os parâmeros relevantes de um projeto de controle e automação,
enumerando todas as entradas e saídas (sensores e atuadores) do problema.
2. Descrever requisitos e necessidades para um projeto de controle e automação,
evidenciando o atendimento das especificações do cliente.
3. Avaliar diferentes técnicas de elaboração de projeto, buscando identificar a
mais adequada para o atendimento do requisitos do cliente.
4. Apresentar as fases de utilização do objeto em um projeto de controle e
automação, atendendo todas as exigências normativas nacionais e
internacionais.
5. Apresentar o processo de manufatura, serviço e manutenção, objetivando um
produto desenvolvido em um projeto de controle automação.

2
Plano de ensino da Disciplinas (AV1)
Assunto
1. Definição de automação e instrumentação e seus respectivos componentes: transdutores e sensores, registradores e
indicadores; tipos dos sinais utilizados em instrumentos: elétrico, padrão pneumático, eletrônico (analógico e digital).
2. Estudo das principais características dos sensores de uma malha de instrumentação: faixa, resolução, sensibilidade,
linearidade, histerese, exatidão ou erro, precisão, repetibilidade, relação sinal, ruído e estabilidade. Padrão ISA 5
3. Apresentação sobre Transdutores, envolvendo a definição de sensores e suas principais Características construtivas,
Tipos (PNP, NPN, Contato Normal Aberto, Contato Normal fechado) e seu respectivo princípio de funcionamento.
4. Estudo do Princípio de medição da variável nível aplicado a instrumentação industrial, enfatizando os métodos de
obtenção de valores (diretamente e indiretamente) e os Tipos dos sensores e transmissores utilizados no campo de
automação.
5. Princípios de medição de Temperatura: termo-resistência com comportamento linear (PT-100), diferença de potencial
gerada por variação do gradiente de temperatura (efeito Seebeck), sensores industriais e exemplos de Aplicações práticas.
6. Estudo dos princípios básicos de medição de Pressão: Tipos de pressão (absoluta, diferencial e manométrica), Tipo e
características dos sensores de pressão industriais, Aplicações práticas de medição de Pressão.
7. Técnicas de medição de Vazão industrial: Pressão diferencial, Turbina, Medidor magnético, Deslocamento positivo e
Área variável. Tipo e características dos sensores de vazão e suas aplicações no campo da automação e instrumentação.

Revisão da AP1
AP1
Plano de ensino da Disciplinas (Ap2)
Assunto
8. Estudo dos Princípios de Hidráulica, análise de um sistema fluido para realizar cálculo e projeto de sistemas
hidráulico e eletro-hidráulico para geração de força e aplicações em sistemas que exigem baixa velocidade.
9. Apresentação dos Princípios de Pneumática e eletropneumática com análise projeto de sistemas fluidos, definição
dos componentes: compressores, unidade conservação de ar, cilindros, válvulas de comando direcionais e de bloqueio.
10. Definição de controle de processos com aplicação em sistemas de malha aberta e malha fechada, abordando a
influência de um sinal de realimentação em instrumentação; tipos de ações de controle: Proporcional, Integral e
Derivativo.
11. Apresentação da Estrutura de Controladores Industriais, tipos: (controladores Single Loop e Multi loop), sistema
Digital de Controle Distribuído e Controladores Lógicos Programáveis e sua aplicação no campo de instrumentação
industrial.
12. Estudo das Características dos SDCD - Sistema de Controle Distribuído, Arquitetura e componentes, Sistema de
comunicação e visualização das variáveis de processo. Aplicações de SDCD em plantas industriais.
13. Definição de C. L. P. (Controladores Lógicos Programáveis) e suas características, Arquitetura de hardware, cartões
de entradas e saídas, protocolos de redes industrias disponíveis e software de programação utilizado no equipamento.
14. Abordagem das Linguagens de programação utilizadas em controladores lógicos programáveis padronizadas pela
norma IEC61131: ladder, diagrama de bloco de funções, texto estruturado e grafcet; simulação de aplicações práticas.
Revisão da AP2
AP2
Livro texto:

Engenharia de Automação Industrial, Cícero Morais e Plinio Castrucci.


Objetivo da aula
• Fundamentar-se sobre o Princípios de medição
de Temperatura:
• termo-resistência com comportamento linear
(PT-100),
• diferença de potencial gerada por variação do
gradiente de temperatura (efeito Seebeck),
sensores industriais e exemplos de Aplicações
práticas.
Medição de Temperatura

Referencia: [7] (Aguirre 2013)


Medição de Temperatura
• Temperatura é uma propriedade da matéria, relacionada com o movimento
de vibração e/ou deslocamento dos átomos de um corpo. Todas as
substâncias são constituídas de átomos que por sua vez, se compõe de
um núcleo e um envoltório de elétrons. Normalmente estes átomos
possuem uma certa energia cinética que se traduz na forma de vibração ou
mesmo deslocamento como no caso de líquidos e gases.
• Conceitos fundamentais:
– Termometria significa "Medição de Temperatura", é o termo mais
abrangente que inclui tanto a pirometria como a criometria que são
casos particulares de medição.
– Pirometria - Medição de altas temperaturas, na faixa onde os efeitos
de radiação térmica passam a se manifestar.
– Criometria - Medição de baixas temperaturas, ou seja, aquelas
próximas ao zero absoluto de temperatura.
Medição de Temperatura
• Pontos fixos de temperatura
– A mudança de estado de substâncias puras (fusão, ebulição) é
normalmente desenvolvida sem alteração na temperatura. Todo calor
recebido ou cedido pela substância é utilizado pelo mecanismo de
mudança de estado. A figura a seguir descreve os pontos críticos da
água.

 Calor sensível: - é a quantidade de calor


necessária para que uma substância mude a sua
temperatura até que comece a sua mudança de
estado, onde teremos o calor latente.
 Calor latente: - a quantidade de calor que uma
substância troca por grama durante a mudança de
estado.
Medição de Temperatura
• Pontos Críticos
– Apesar do calor cedido à água ser constante durante toda a experiência, nota-se que
durante a fusão do gelo, entre t1 e t2, e ebulição da água, entre t3 e t4 a temperatura
permanece constante. Se mantivermos uma mistura de água e gelo em equilíbrio, a
temperatura permanecerá constante apesar de existir fluxo de calor entre a mistura e o
ambiente.
– Esta mistura de duas ou três fases (Vapor, Líquido e Sólido) em equilíbrio, gera o que
se convencionou chamar de "Ponto Fixo de Temperatura". Visando uma simplificação
nos processos de calibração, a Comissão Internacional de Pesos e Medidas, relacionou
uma série de pontos fixos secundários de temperatura, conforme mostrado na Tabela
abaixo.
Relação de Escalas

 R – Escala Rankine
 K- Kelvin
 oC – Celsius
 oF - Fahrenheit
Relação entre as escalas de
temperatura:

°C = °F – 32 = K – 273 = R - 491
5 9 5 9

Normas Internacionais:
-ANSI (Americana), JIS
(japonesa), DIN (Alemâm), BS
(Inglesa) e UNI (Italiana)
Exercício
• Faça as conversões:
a) 189,86 oC para K
b) 189,86 oC para oF
c) 189,86 oC para R

• Respostas:
– 462,86 K
– 373,748 oF
– 832,748 R
Medidores de temperatura
• Os instrumentos de medida da temperatura podem ser divididos em duas grandes classes:
– 1ª Classe: Compreende os instrumentos naqueles em que o elemento sensível está em
contato com o corpo cuja temperatura se quer medir. São eles:
• A) Termômetros à dilatação de líquido.
• E) Termômetros à dilatação de gás.
• F) Termômetros à tensão de vapor saturante.
• A)Termômetros à dilatação de sólido.
• B) Termômetros à par termo elétrico.
• C) Termômetros à resistência elétrica.
– 2ª Classe: Compreende os instrumentos naqueles em que o elemento sensível não
está em contato com o corpo cuja temperatura se quer medir. São eles:
• A) Pirômetros à radiação total.
• B) Pirômetros à radiação parcial (monocromáticos).
Termômetros à dilatação de líquido
• Os termômetros de dilatação de líquidos, baseiam-se na lei
de expansão volumétrica de um líquido em relação à sua
temperatura dentro de recipiente fechado.
• A equação que rege esta relação é:

• Pode ser simplificada para:

• Onde
Termômetros à dilatação de líquido
• Os tipo de medidores podem variar conforme sua construção:
– Recipientes de vidro transparente
– Recipiente metálico
• Recipientes de vidro transparente (Faixa de medição máxima -35 a 600 oC)
– Este tipo de termômetro é constituído de um reservatório, cujo tamanho
depende da sensibilidade desejada, soldada a um tubo capilar de seção a mais
uniforme possível fechado na parte superior. O reservatório e parte do capilar
são preenchidos de um líquido. Na parte superior do capilar existe um
alargamento que protege o termômetro no caso da temperatura ultrapassar seu
limite máximo.
Recipiente metálico
• No termômetro de vidro, a dilatação do líquido é observada e medida
diretamente através se sua parede transparente. No tipo de recipiente
metálico, o líquido preenche todo o instrumento e sob o efeito de um aumento
de temperatura se dilata, deformando um elemento extensível, dito sensor
volumétrico. O instrumento compreende três partes:- o bulbo, o capilar e o
elemento sensor, Faixa de variação máxima -35 a 550 oC. Os tipos de líquido
de enchimento:
Termômetros à dilatação de gás
• Fisicamente idêntico ao termômetro de dilatação de líquido, consta
de um bulbo, elemento de medição e capilar de ligação entre estes
dois elementos, princípio de funcionamento: P1/T1=P2/T2
• Sua faixa de medição vai de -100ºC à 600ºC, o limite inferior é o do
próprio gás ao se aproximar da temperatura crítica, e o superior é
do recipiente devido a maior permeabilidade ao gás, o que
acarretaria a sua perda inutilizando o termômetro.
Termômetros à tensão de vapor saturante
• Também fisicamente idêntico ao de dilatação de líquidos. Possui
um bulbo e um elemento de medição ligados entre si por meio de
um capilar. O bulbo é parcialmente cheio de um líquido volátil em
equilíbrio com o seu vapor. A pressão do vapor é função exclusiva
do tipo de líquido e da temperatura.
Termômetros à dilatação de sólido
• A operação deste tipo de termômetro se baseia no fenômeno da dilatação linear
dos metais com a temperatura. É sabido que o comprimento de uma barra metálica
varia com a temperatura segundo a fórmula aproximada:
– L = Lo (1 + α t)
– Onde:
• L = comprimento da barra à temperatura t.
• Lo = comprimento da barra à 0ºC.
• t = temperatura da barra
• α = coeficiente de dilatação linear do metal utilizado.
Termômetros à dilatação de sólido
• Aplicações na indústria

TERMÔMETRO BIMETÁLICO INDICANDO


A TEMPERATURA DO ÓLEO DO
VARIADOR DA BOMBA DE POLPA DE
BAUXITA

TERMÔMETRO BIMETÁLICO
INDICANDO A TEMPERATURA DO AR
NA SAÍDA DO PRÉ -AQUECEDOR
Termômetros à dilatação de sólido
• Aplicações na indústria
– A faixa de trabalho dos termômetros bimetálicos vai aproximadamente
de -50ºC à 800ºC, sendo a escala sensivelmente linear. A exatidão
normalmente garantida é de ± 2% do valor máximo da escala
Termistores
• É o nome dado a elementos semicondutores, normalmente óxidos metálicos
aglutinados à alta temperatura. As características principais dos termistores são:
– Sua alta resistividade possibilitando a construção de elementos da massa
diminuta.
– Elevado coeficiente de variação de resistência possibilitando a construção de
termômetros com faixa de utilização bastante estreita.
– Nota: O coeficiente de variação de resistência dos termistores alcança
normalmente 8 a 10 vezes o valor dos metais comuns.
– Sua robustez e durabilidade praticamente ilimitada.
Termistores
• A equação matemática entre a temperatura e a resistência é dada por:

• O coeficiente de resistência do termistor é negativo, isto é, a resistência diminui


com o aumento de temperatura como mostra a figura.
• Sua faixa de medição é de -80 e 700ºC,consegue manter a temperatura na faixa
de ± 0,02ºC.
Termômetros à resistência elétrica
• O princípio de medição de temperatura por meio de termômetros de
resistência, repousa essencialmente sobre a medição de variação da
resistência elétrica de um fio metálico em função da temperatura. A
relação matemática simplificada entre a resistência de um condutor e sua
temperatura é dada pela fórmula aproximada (pequenas variações):

• Equação geral:
Termômetros à resistência elétrica
• O princípio construtivo:
– Os metais utilizados com maior frequência na confecção de termo
resistência são: platina (Pt); níquel (Ni) e cobre (Cu)
– Para pequenas faixas de temperatura um coeficiente médio , variação
de resistência, pode ser utilizado. Porém, para faixas mais amplas,
necessita-se a introdução dos coeficientes de ordem superior, para
uma maior aproximação à curva real de radiação R versus T.
– Por exemplo, no caso da Platina, dois coeficientes são suficientes até
a temperatura de 649ºC, esta relação é quadrática e se afasta da
relação linear em aproximadamente 7% no valor máximo.
• A faixa de utilização aproximada dos três metais é mostrada a seguir:-
– PLATINA - faixa - 200 à 600ºC (excepcionalmente 1200ºC) - Ponto de
Fusão 1774ºC.
– NÍQUEL - faixa - 200 à 300ºC - Ponto de Fusão 1455ºC.
– COBRE - faixa - 200 à 120ºC - Ponto de Fusão 1023ºC.
Termômetros à resistência elétrica
• Tipos de construção:
• Normalmente a termoresistência é constituída de um fio muito fino, enrolado sobre
um suporte isolante que poderá ser de mica, vidro ou cerâmica. Este conjunto é
isolado e encapsulado em vidro ou cerâmica, tornando a resistência assim
constituída, isolada do meio ambiente.
• A exatidão dos termômetros de resistência, quando corretamente instalados, é
grande, pode atingir a ± 0,01ºC. Normalmente as sondas utilizadas industrialmente
apresentam uma precisão de ± 0,5ºC.
Termômetros à resistência elétrica
• Formas de ligação em ponte
de WHEASTONE.
Termômetros à resistência elétrica
• Formas de ligação em ponte de WHEASTONE a 2 fios:
– O equilíbrio da ponte é atingido quando R1 . R3 = R2 . R4 .
Conhecendo-se R3 podemos deduzir o valor de R4 , isto é, o
seu valor Ôhmico.
– R1 . R3 = R2 . R4 (se R1= R2).
– R3 = R4
Termômetros à resistência elétrica
• Formas de ligação em ponte de WHEASTONE a 2 fios: As
resistências RL são resistências de fiação e ambas estão em série
com R4. A resistência aumenta quando a distância do sensor até o
instrumento for maior, a temperatura for maior e a bitola do fio
menor.
– R1 . R3 = R2 . (RL + RL + R4), conhecendo o valor de RL
pode-se determinar o valor de R4 e melhorar a qualidade da
medição da temperatura.
Termômetros à resistência elétrica
• Ligação a 3 fios: É o método mais utilizado nas indústrias. Esta configuração faz
com que a alimentação fique o mais próximo possível do sensor, incerteza de
medição é por volta de  0,05 oC .
• Neste tipo de conexão, a corrente “I” não percorre o terminal 3 que é de alta
impedância. Desta forma, fazendo VY - VX, anula-se o efeito da queda de tensão
na resistência de linha entre os terminais 2 e 3. Veja figura 18.
• VY-VX = [RTD + R] x I - R x I = RTD x I
Termômetros à resistência elétrica
• Ligação a 4 fios: Esta ligação é utilizada em medições de
laboratório e esporadicamente na indústria, pois requer 2
medições e um cálculo para o resultado. Possui uma
incerteza de aproximadamente  0,02 oC.
Termômetros à resistência elétrica
• Aplicações na Indústria

INSTALAÇÃO DE UMA PT-100 NO


TROCADOR DE CALOR
Tabela NI 190
Termômetros à resistência elétrica
• Vantagens:
– POSSUI MAIOR EXATIDÃO
– NÃO EXISTE LIMITAÇÃO DE DISTÂNCIA SE
LIGADA A 3 FIOS.
– DISPENSA FIAÇÃO ESPECIAL
– SE ADEQUADAMENTE PROTEGIDA, PERMITE
UTILIZAÇÃO EM QUALQUER AMBIENTE
– TÊM BOA REPETITIVIDADE
– EM ALGUNS CASOS SUBSTITUI O TERMOPAR
COM GRANDE VANTAGEM
Termômetros à resistência elétrica
• Desvantagens:
– SÃO MAIS CARAS QUE OS TERMOPARES.
– DETERIORAM-SE COM MAIS FACILIDADE, CASO
HAJA EXCESSO DE TEMPERATURA
– TEMPERATURA MÁXIMA DE UTILIZAÇÃO 850 oC
– É NECESSÁRIO QUE TODO O CORPO ESTEJA COM A
TEMPERATURA EQUILIBRADA PARA INDICAR
CORRETAMENTE
– ALTO TEMPO DE RESPOSTA, QUANDO COMPARADO
COM O TERMOPAR
Termômetros à par termo elétrico.

• Termopares.
 Um termopar consiste de dois
condutores metálicos, de natureza
distinta, na forma de metais puros ou
de ligas homogêneas. Os fios são
soldados em um extremo ao qual se
dá o nome de junta quente ou junta
de medição. A outra extremidade dos
fios é levada ao instrumento de
medição de f.e.m. (força
eletromotriz), fechando um circuito
elétrico por onde flui a corrente.
 O ponto onde os fios que formam o
termopar se conectam ao
instrumento de medição é chamado
de junta fria ou de referência.
Termômetros à par termo elétrico.

• Descrição de um Termopar.
Termômetros à par termo elétrico.
• Efeitos Termo elétricos:
– A termoeletricidade tem a sua origem em Alessandro Volta (1800) que
concluiu que a eletricidade causadora dos espasmos nas pernas de sapo
estudadas por Luigi Galvani (1780) era devida a um contato entre dois metais
dissimilares [8]. Essa conclusão foi a precursora do princípio do termopar.
– Posteriormente descobriu-se que quando dois metais ou semicondutores
dissimilares são conectados e as junções mantidas a diferentes temperaturas,
quatro fenômenos ocorrem simultaneamente: o efeito Seebeck, o efeito
Peltier, o efeito Thomson e o efeito Volta. A aplicação científica e
tecnológica dos efeitos termoelétricos é muito importante e sua utilização no
futuro é cada vez mais promissora. Os estudos das propriedades
termoelétricas dos semicondutores e dos metais levam, na prática, à
aplicação dos processos de medições na geração de energia elétrica (bateria
solar) e na produção de calor e frio. O controle de temperatura feito por pares
termoelétricos é uma das importantes aplicações do efeito Seebeck.
Atualmente, busca-se o aproveitamento industrial do efeito Peltier, em grande
escala, para obtenção de calor ou frio no processo de climatização ambiente.
Termômetros à par termo elétrico.
• Efeitos Termoelétricos, Efeito Seebeck.
– Em 1821, o físico alemão J. T. SEEBECK descobriu o efeito termoelétrico,
sendo a aplicação na medição de temperatura introduzida pelo físico francês
BECQUEREL. A experiência de SEEBECK (figura) demonstrou que num
circuito fechado, formado por dois fios de metais diferentes, se colocarmos os
dois pontos de junção à temperaturas diferentes, se cria uma corrente
elétrica cuja intensidade é determinada pela natureza dos dois metais,
utilizados e da diferença de temperatura entre as duas junções. Na
experiência, SEEBECK utilizou uma lâmina de antimônio (A) e outra de
Bismuto (B), e como detetor da corrente "i" utilizou uma bússola sensível ao
campo magnético criado pela corrente.
Termômetros à par termo elétrico.
• Efeitos Termoelétricos, Efeito Peltier.
– Em 1834, Peltier descobriu que, dado um par termoelétrico com ambas as junções à
mesma temperatura, se, mediante uma bateria exterior, produz-se uma corrente no
termopar, as temperaturas das junções variam em uma quantidade não inteiramente
devida ao efeito Joule. Esta variação adicional de temperatura é o efeito Peltier. O
efeito Peltier produz-se tanto pela corrente proporcionada por uma bateria exterior
como pelo próprio par termoelétrico. Na fig. as duas ampolas interligadas, funcionam
como um termômetro diferencial. A junta da esquerda aquece, enquanto a outra
esfria.

 O coeficiente Peltier depende da temperatura e


dos metais que formam uma junção, sendo
independente da temperatura da outra junção.
O calor Peltier é reversível. Quando se inverte
o sentido da corrente, permanecendo constante
o seu valor, o calor Peltier é o mesmo, porém
em sentido oposto.
Termômetros à par termo elétrico.
• Efeitos Termoelétricos, Efeito Volta:
– "Quando dois metais estão em contato a um equilíbrio térmico e elétrico, existe
entre eles uma diferença de potencial que pode ser de ordem de volt". Esta
diferença de potencial depende da temperatura e não pode ser medida
diretamente.”
• Efeitos Termoelétricos, Efeito Thomson:
– Em 1851, o físico inglês Sir W. Thomson (Lord Kelvin), mostra que se
colocarmos as extremidades de um condutor homogêneo à temperaturas
diferentes, uma força eletromotriz aparecerá entre estas duas extremidades,
sendo esta, chamada F.E.M. THOMSON. Esta F.E.M. depende do material e
da diferença da temperatura, não pode ser medida diretamente.
– A F.E.M. desenvolvida por um par termoelétrico é resultante dos efeitos
VOLTA (PELTIER) e THOMSON tomados em conjunto.
Termômetros à par termo elétrico.
• Lei do Circuito Homogêneo:
– “A f.e.m. termal, desenvolvida em um circuito termoelétrico de dois
metais diferentes, com suas junções as temperaturas T1 e T2, é
independente do gradiente de temperatura e de sua distribuição ao
longo dos fios". Em outras palavras, a f.e.m. medida depende única e
exclusivamente da composição química dos dois metais e das
temperaturas existentes nas junções.
Termômetros à par termo elétrico.
• Lei do Metal Intermediário:
– “A soma algébrica das f.e.m. termais em um circuito composto de um
número qualquer de metais diferentes é zero, se todo o circuito estiver
à mesma temperatura". Deduz-se daí que um circuito termoelétrico,
composto de dois metais diferentes, a f.e.m. produzida não será
alterada ao inserirmos, em qualquer ponto do circuito, um metal
genérico, desde que as novas junções sejam mantidas a temperaturas
iguais.
Termômetros à par termo elétrico.
• Lei do Metal Intermediário:
– Exemplo:
Termômetros à par termo elétrico.
• Lei das temperaturas intermediárias:
– “A f.e.m. produzida em um circuito termoelétrico de dois metais homogêneos e
diferentes entre si, com as suas junções às temperaturas T1 e T3
respectivamente, é a soma algébrica da f.e.m. deste circuito, com as junções
às temperaturas T1 e T2 e a f.e.m. deste mesmo circuito com as junções as
temperaturas T2 e T3”.
Nota:
E1 = ET1 - ET2
E2 = ET2 - ET3
E3 = ET1 - ET3
Se somarmos E1 + E2 temos:
E1 + E2 = ET1 - ET2 + ET2 - ET3 = ET1 - ET3
E1 + E2 = ET1 - ET3 = E3
Portanto:
E3 = E1 + E2
Termômetros à par termo elétrico.
• Lei das temperaturas intermediárias,
Exemplo:
Termômetros à par termo elétrico.
• Correlação da F.E.M. em Função da
Temperatura
TERMOPAR –TIPO T

Liga: ( + ) Cobre / ( 99,9 % )( - ) Constantan


São as ligas de Cu - Ni compreendidos no intervalo entre Cu(50%) e Cu
(65%) Ni (35 %). A composição mais utilizada para este tipo de
termopar é de Cu (58 %) e Ni (42 %).
Características:
Faixa de utilização: - 184 °C a 370 °C
f.e.m. produzida: - 6,258 mV a 20,810 mV
Aplicações:
Criometria ( baixas temperaturas ), Indústrias de refrigeração, Pesquisas
agronômicas e ambientais, Química e Petroquímica.
TERMOPAR -TIPO J

Liga: ( + ) Ferro / ( 99,5 % ) ( - ) Constantan


Cu ( 58 % ) e Ni ( 42 % ), normalmente se produz o ferro e a partir de sua
característica casa-se o constantan adequado.
Características:
Faixa de utilização: 0 °C a 760 °C
f.e.m. produzida: - 8,095 mV a 43,559 mV
Aplicações:
Centrais de energia, Metalúrgica, Química, Petroquímica, indústrias em
geral.
TERMOPAR - TIPO K

Liga: ( + ) Chromel - Ni ( 90 % ) e Cr ( 10 % )
( - ) Alumel - Ni( 95,4 % ), Mn( 1,8 % ), Si ( 1,6 % ), Al ( 1,2 % )
Características:
Faixa de utilização: 0 °C a 1260 °C
f.e.m. produzida: - 6,458 mV a 54,852 mV
Aplicações:
Metalúrgicas, Siderúrgicas, Fundição, Usina de Cimento e Cal, Vidros,
Cerâmica, Indústrias em geral
INSTALAÇÃO DO TERMOPAR
TIPO K
TERMOPAR -TIPOS
TIPO S
Liga: ( + ) Platina 90% Rhodio 10 %
( - ) Platina 100 %
Características:
Faixa de utilização: 0 °C a 1480 °C
f.e.m. produzida: - 0,236 mV a 18,693 mV
Aplicações:
Siderúrgica, Fundição, Metalúrgica, Usina de Cimento, Cerâmica, Vidro e
Pesquisa Científica.

Observação: É utilizado em sensores descartáveis na faixa de 1200 a


1768 °C, para medição de metais líquidos em Siderúrgicas e Fundições
TERMOPAR -TIPOS

TIPO R

Liga: ( + ) Platina 87 % Rhodio 13 %


( - ) Platina 100 %
Características:
Faixa de utilização: 0 °C a 1480 °C
f.e.m. produzida: - 0,226 mV a 21,101 mV
Aplicações:
As mesmas do tipo S
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

INSTALAÇÃO DO TERMOPAR
TIPO R
TERMOPAR - TIPO B

Liga: ( + ) Platina 70 % Rhodio 30 %


( - ) Platina 94 % Rhodio 6 %
Características:
Faixa de utilização: 870a 1705 °C
f.e.m. produzida: 0 mV a 13,809 mV
Aplicações:
Vidro, Siderúrgica, alta temperatura em geral.
TERMOPAR
FEM x TEMPERATURA
TERMOPAR
FEM x TEMPERATURA
TERMOPAR
FEM x TEMPERATURA

TABELA
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

TERMOPAR
LIGAÇÃO CORRETA
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

TERMOPAR
ERROS DE LIGAÇÃO - CABO DE COBRE
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

TERMOPAR
ERROS DE LIGAÇÃO - INVERSÃO SIMPLES
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

TERMOPAR
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

TERMOPAR
Termômetros de radiação

P/ Corpos Negros

69
Exercícios

• Resolva a lista 4
71

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