Você está na página 1de 37

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ENGENHARIA ELÉTRICA

GRUPO 01
ALICE D’ANGELO GIACOMINI - 11208965
ANDRÉ SOBRAL - 12554060
ANNA KAROLINE DOS SANTOS CARDOSO - 12556020
ARTUR ANACLETO DE SOUZA MATOS - 12554543
AUGUSTO MASSAYOSHI YOJO DE LIMA - 12487121
BIANCA PINA BELLO - 12554762
BRUNO KEY KAWANO - 11260130

DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO - USOS FINAIS DE ENERGIA - ETAPA 01

Relatório solicitado pela professora Eliane Aparecida Fa-


ria Amaral Fadigas, a cerca do diagnóstico energético da
primeira etapa, referente à disciplina PEA3100 do grupo
01.

SÃO PAULO
2021
SUMÁRIO

1 ETAPA 1 - USOS FINAIS DE ENERGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


1.1 LEVANTAMENTO DO CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA . . . . . . . 5
1.1.1 ENERGÉTICO: ELETRICIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.2 DEMAIS ENERGÉTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1.3 FONTE DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 ELABORAÇÃO DA CURVA DIÁRIA DE CARGA . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2.1 CURVA DIÁRIA DE CARGA POR USO FINAL . . . . . . . . . . . . 13
1.2.2 CURVA DIÁRIA DE CARGA DA RESIDÊNCIA . . . . . . . . . . . . 15
1.2.3 FATOR DE CARGA DA RESIDÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2.4 COMENTÁRIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 LEVANTAMENTO DO CONSUMO REAL DOS ENERGÉTICOS: ELETRICI-
DADE E GN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3.1 TABELA 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3.2 CONSUMOS MENSAIS ENERGIA ELÉTRICA . . . . . . . . . . . . 18
1.3.3 PERGUNTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4 GRÁFICO DE CONSUMO DE ELETRICIDADE - POR USO FINAL . . . . . . . 20
1.5 GRÁFICO DE CONSUMO DE ELETRICIDADE - DEMAIS ENERGÉTICOS . . 21
1.6 CÁLCULO DOS INDICADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.6.1 CÁLCULO DOS OUTROS INDICADORES . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.6.2 COMENTÁRIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2 RELATÓRIO CONSOLIDADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1 ENERGÉTICO: ELETRICIDADE - CONSOLIDADO . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 DEMAIS ENERGÉTICOS - ELABORAÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA CON-
SOLIDADA DAS RESIDÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.3 INDICADORES CONSOLIDADOS E TABELA 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 Curva diária de carga de refrigeração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13


Figura 2 Curva diária de carga de iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 3 Curva diária de carga de cocção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 4 Curva diária de carga de força motriz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 5 Curva diária de carga de lazer e informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 6 Curva diária de carga da residência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 7 Consumo mensal de energia elétrica real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 8 Participação percentual dos usos finais eletricidade . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 9 Participação absoluta dos usos finais eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 10 Participação absoluta e percentual do consumo mensal . . . . . . . . . . . . 21
Figura 11 Consumo mensal total estimado no verão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 12 Consumo mensal total estimado no inverno . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 13 Consumo mensal estimado de iluminação no verão . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 14 Consumo mensal estimado de iluminação no inverno . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 15 Consumo mensal estimado de força motriz no verão . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 16 Consumo mensal estimado de força motriz no inverno . . . . . . . . . . . . 25
Figura 17 Consumo mensal estimado de lazer e informação no verão e inverno . . . . 26
Figura 18 Consumo mensal estimado de aquecimento de água no verão . . . . . . . . 26
Figura 19 Consumo mensal estimado de aquecimento de água no inverno . . . . . . . 27
Figura 20 Consumo mensal estimado de refrigeração no verão e inverno . . . . . . . . 27
Figura 21 Consumo mensal estimado de cocção no verão e inverno . . . . . . . . . . . 28
Figura 22 Consumo mensal estimado de condicionamento térmico no verão . . . . . . 28
Figura 23 Consumo mensal estimado de condicionamento térmico no inverno . . . . . 29
Figura 24 Consumo mensal estimado usos finais diversos no verão e inverno . . . . . . 29
Figura 25 Desvios percentuais do consumo de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 26 Participação na matriz energética da residência de Alice . . . . . . . . . . . 33
Figura 27 Participação na matriz energética da residência de André . . . . . . . . . . 33
Figura 28 Participação na matriz energética da residência de Anna . . . . . . . . . . . 33
Figura 29 Participação na matriz energética da residência de Artur . . . . . . . . . . . 34
Figura 30 Participação na matriz energética da residência de Augusto . . . . . . . . . 34
Figura 31 Participação na matriz energética da residência de Bianca . . . . . . . . . . 34
Figura 32 Participação na matriz energética da residência de Bruno . . . . . . . . . . 35
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

TABELAS

Tabela 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Tabela 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Tabela 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Tabela 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Tabela 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1 ETAPA 1 - USOS FINAIS DE ENERGIA

1.1 LEVANTAMENTO DO CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA

1.1.1 ENERGÉTICO: ELETRICIDADE

Para cada uso final identificado em energia elétrica deverá ser preenchida a tabela 1:

Tabela 1

Horário Consumo
diário de mensal
Equipamento e
Cômodo Quantidade P(W) uso estimado
modelo
mTEP
...h até ...h kWh 1

Energia elétrica - Refrigeração


Geladeira Bosch
1 80 24h 57,6 4,9
KDN 50 (108 L)
Cozinha
Freezer Consul
1 40,3 24h 29 2,5
CTV10 (98 L)
Consumo Mensal Total (RE) 86,6 7,4
Energia elétrica - Iluminação
9:00-10:00
Lâmpada LED
Cozinha 3 9 13:00-14:00 3,24 0,28
branca (900 lm)
18:00-20:00
Lâmpada LED 10:00-10:10
Lavabo 1 9 0,09 0,008
branca (900 lm) 20:00-20:10
Lâmpada LED 18:00-19:00
Quarto 1 1 4,8 0,57 0,05
branca (480 lm) 20:00-23:00
Lâmpada LED
Quarto 2 3 4,8 22:30-00:00 0,64 0,05
branca (480 lm)
9:00-10:00
Lâmpada LED
2 4,8 14:00-15:00 1,15 0,1
branca (480 lm)
20:00-22:00
Quarto 3
Abajur lâmpada
8:00-11:00
LED amarela 1 4,8 1,29 0,11
17:00-23:00
(480 lm)

1 Utiliza-se a designação m (mili) para indicar 10−3 toneladas equivalentes de petróleo.

5
9:00-9:40
Lâmpada LED
Sala 8 4,8 14:00-14:40 7,29 0,63
branca (480 lm)
18:00-23:00
Lâmpada LED 12:00-14:00
Escritório 1 4,8 0,86 0,07
branca (480 lm) 15:00-19:00
9:50-10:30
Lâmpada LED
WC 2 4,8 15:40-16:00 0,57 0,05
branca (480 lm)
22:00-23:00
10:00-10:30
Lâmpada LED
WC suı́te 2 4,8 15:45-16:00 0,5 0,04
branca (480 lm)
21:00-22:00
Consumo Mensal Total (IL) 16,2 1,39
Energia elétrica - Cocção
Microondas
1 1400 9:00-9:15 10,5 0,9
Consul
Fogão elétrico
1 720 9:30-9:40 3,6 0,3
Fischer Compact
13:30-14:00
Coifa Cata 90cm 1 440 13,2 1,1
18:30-19:00
Cozinha
Panela Elétrica
1 400 13:00-14:00 12 1,03
Mondial NPE05
Philips Walita
1 1425 13:00-13:30 21,37 1,8
RI9225
Cafeteira elétrica
1 1400 15:00-15:01 0,7 0,06
3 corações
Consumo Mensal Total (CO) 61,37 5,2
Energia elétrica - Força Motriz
Máquina de lavar
louça (ative! 8 1 1500 21:00-23:00 90 7,7
serviços; 193 L)
Cozinha
Máquina de lavar
roupa WD 1 1750 11:00-12:00 52,5 4,5
1409RD (10 kg)
Secador de
WC suı́te 1 2000 22:00-22:08 8 0,69
cabelo Taiff RS5

6
Aspirador
Residência 1 1400 17:00-17:30 21 1,8
Ergolite Eletrolux
Desfragmentador
Escritório 1 176 17:15-17:20 0,44 0,04
Fellowes P35C
Consumo Mensal Total (FM) 171,9 14,73
Energia elétrica - Lazer e Informação
LG 47LM6700 1 110 9:00-21:00 39,6 3,4
Modem Claro
1 42 24h 30,2 2,6
EMTAD3T1
Sala
Roteador
Intelbras Action 1 12 24h 8,6 0,74
RG1200
Carregador de
notebook DELL 1 45 10:30-23:00 16,87 1,4
Quarto 1 XPS 13
Carregador de
1 15 20:00-22:00 0,9 0,07
celular S9
Televisão LG 23:00-01:00
1 60 7,2 0,62
43LH5700 6:00-8:00
Quarto 2
Roteador 23:00-01:00
1 5,4 0,64 0,06
Intelbras RF301K 6:00-8:00
Televisão
Quarto 3 Panasonic 1 92 8:00-22:00 38,6 3,3
TCL32C20B
Computador de
1 65 12:00-19:00 13,65 1,2
mesa
Monitor HP
Escritório 1 176 12:00-19:00 36,96 3,2
V223 Hz
Impressora
1 55 17:00-17:10 0,27 0,02
Epson L395
Consumo Mensal Total (LZ) 193,49 16,61

7
1.1.2 DEMAIS ENERGÉTICOS

Para cada uso final identificado de cada energético (GN, GLP, gasolina, álcool, etanol,
carvão, etc.) deverá ser preenchida a tabela 2:

Tabela 2

Gás Natural - Aquecimento de Água


Poder Consumo Consumo mensal estimado
Equipamento
Cômodo Calorı́fico diário (m3 ) kcal mTEP
e modelo
(kcal/m3 ) VE IN VE IN VE IN
Aquecedor de
água BOSCH 9,3 · 9,3 ·
Cozinha 9000 3,43 3,43 93 93
GWH 500 105 105
CTD
9,3 · 9,3 ·
Consumo Mensal Total (AA) 93 93
105 105
Gás Natural - Cocção
Equipamento Poder Consumo Consumo mensal estimado
Cômodo
e Modelo Calorı́fico diário kcal mTEP
Cooktop
9000
Cozinha Fischer 5 1,7 m3 4,6 · 105 46
kcal/m3
bocas
Consumo Mensal Total (CO) 4,6 · 105 46
Gasolina - Transporte2
Consumo
Consumo Consumo
Tipo Classificação Combustı́vel Mensal
Mensal (L) Mensal (kcal)
(mTEP)
Individual Carro próprio Gasolina 40 L 2,98 · 105 29,8
Etanol - Transporte
Consumo
Consumo Consumo
Tipo Classificação Combustı́vel Mensal
Mensal (L) Mensal (kcal)
(mTEP)
Individual Carro próprio Etanol 55 L 2,9 · 105 29

2 Na residência em questão, assistem dois carros: um que consome gasolina e o outro, etanol.

8
1.1.3 FONTE DE DADOS

A metodologia empregada para o levantamento de dados a fim de se estimar o consumo


mensal dos equipamentos envereda-se por três vertentes, a saber:
1. Consulta direta dos dados do equipamento em informações alocadas no próprio equipamento
(adesivos ou impressos);
2. Consulta dos dados em manuais dos fabricantes;
3. Endereço para tabela de consumo de equipamentos Inmetro: http://www.inmetro.gov.br/con
sumidor/tabelas.asp

TABELA 1

Itens da tabela 1 cujas informações constam em seus chassis:


• Geladeira Bosch KDN 50 (108 L);
• Lâmpada LED branca 4,8 W; 480 lm;
• Lâmpada LED branca 9 W; 900 lm;
• Lâmpada LED amarela 4,8 W; 480 lm;
• Micro-ondas Consul;
• Fogão Elétrico Fischer Compact;
• Coifa Cata 90cm;
• Panela Elétrica Mondial NPE05;
• Philips Walita RI9225;
• Cafeteira Elétrica 3 corações;
• Máquina de lavar roupa WD 1409RD (10 kg);
• Secador de Cabelo Taiff RS5;
• Aspirador Ergolite Eletrolux;
• Desfragmentador Fellowes P35C;
• Televisão LG 47LM6700;
• Modem Claro EMTAD3T1;
• Carregador de notebook DELL XPS 13;
• Televisão LG 43LH5700;
• Televisão Panasonic TCL32C20B;
• Computador de mesa;

9
Itens da tabela 1 cujas informações não constam no próprio equipamento:
• Máquina de lavar louça (ative! 8 serviços; 193 L): https://www.taqi.com.br/file/general/lava-l
ouca-brastemp-blf08as-manual.pdf
• Freezer Consul CTV10: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/congeladores.pdf
A potência dos equipamentos é dada na unidade Watt (W), ao passo que a energia consumida
mensalmente é dada em quilowatt-hora (kWh).
Para os equipamentos cuja potência não é obtida diretamente, tomam-se os seguintes proce-
dimentos:
Caso 1:
P = i ·U

Os fatores i e U são os valores de saı́da de corrente e de tensão, respectivamente. Ao invés


do valor da potência, encontra-se esses valores de corrente e de tensão nos chassis dos itens:
• Carregador de celular S9;
• Monitor HP V223Hz;
• Impressora Epson L395;
• Roteador Intelbras Action RG1200;
• Roteador Intelbras RF301K;
Caso 2:
Quando o equipamento é munido da informação do consumo mensal em kWh (geladeira
Bosch KDN 50 e freezer Consul CTV10), a potência é determinada da seguinte maneira:

1
P = Consumo
|{z} | {z Mensal ×
} 24 · 30
W kWh

No caso da referida geladeira, é informado que o consumo mensal é de 57 kWh. Logo, sua
potência é:
1
P = 57 · ≈ 8 · 10−2 kW = 80 kW
24 · 30

Considerando que o mês tem 30 dias, e de posse dos valores de potência de cada equipamento
e do tempo de sua utilização medido em hora (h), determina-se a energia consumida (em kWh)
mensalmente da seguinte forma:

1
Consumo mensal = potência × tempo × |{z}
dias × kWh
| {z } | {z } 1000
W h 30

10
Por último, feito o cálculo do consumo mensal em kWh, fazemos a conversão de unidade
para mTEP (mili tonelada equivalente de petróleo):

1 TEP = 11630 MWh ⇔ 1 mTEP = 11630 kWh

TABELA 2

Itens da tabela 2 cujas informações constam em seus chassis:


• Aquecedor de água BOSCH GWH 500 CTD
Itens da tabela 2 cujas informações constam em manuais do fabricante:
• Cooktop Fischer 5 bocas: https://www.fischer.com.br/wp-content/uploads/2019/01/23682 M
ANUAL-INSTRUCOES-FOGAO-COOKTOP-5Q-TC-INOX-REV-01.pdf
Nos usos finais AA e CO do energético gás natural, adota-se a unidade kcal/m3 para o poder
calorı́fico de ambos os casos. Além disso, o modelamento matemático é feito a partir dos valores
encontrados no manual (cooktop Fischer) ou no próprio chassi do equipamento (aquecedor de água
BOSCH GWH 500 CTD).
O aquecedor de água BOSCH GWH 500 CTD apresenta a informação de consumo em
3,43 m3 /h máximo em torno do qual são feitas as estimativas de consumo.
Multiplicamos esse fator pelo tempo estimado de utilização do aquecedor o que retorna o
consumo diário em metros cúbicos (m3 ):

3,43 m3
1 h· = 3,43 m3
h

Tendo o consumo diário em m3 aferido, basta multiplicá-lo pelo poder calorı́fico do gás
natural (anexo 2 do primeiro roteiro) para converter em kcal.

9000 kcal
3,43 m3 · 3
= 3,1 · 104 kcal
m

Por fim, multiplica-se o consumo diário em kcal por 30 (quantidade de dias no mês), e,
terminantemente, faz-se a conversão de unidades para mTEP:

1 TEP = 1 · 107 kcal ⇔ 1 mTEP = 1 · 104 kcal

Consumo mensal = 3,1 · 104 · 30 = 9,3 · 105 kcal = 93 mTEP,

11
Já no caso do item Cooktop Fischer 5 bocas, o enveredamento matemático que se sucede é o
mesmo; contudo, o consumo do gás natural é disponibilizado no manual do equipamento (conforme
o endereço já elencado) em kg/h em seu valor máximo. Novamente, estima-se o tempo seu tempo
de utilização diária em horas, para obter o consumo diário em kg:

0,966 kg
Consumo diário = 1 h20 min · ≈ 1,3 kg
h

Sabendo que a densidade do gás natural é de 0,766 kg/m3 , o valor estimado de 1,3 kg
corresponde em metros cúbicos a 1,7 m3 :

m m 1,3
d= ⇔V = = = 1,7 m3
V d 0,766

Por fim, multiplica-se o consumo diário em m3 pelo poder calorı́fico de 9000 kcal/m3 para
obter o consumo diário em kcal, e, posteriormente, mensal com a conversão para mTEP, tal como
feito no primeiro uso acima.
Para ambos os casos do uso final de transporte, fez-se a estimativa média do consumo em
litros tanto de gasolina quanto de etanol, e, posteriormente, as conversões de unidade de medida.
A conversão do consumo médio mensal dos energéticos gasolina e etanol deriva dos dados
de seus poderes calorı́ficos (Pci) e de suas densidades (d).

Pci da gasolina: 10377 kcal/kg e dgasolina = 0,72 kg/L

Pci do etanol: 6437 kcal/kg e detanol = 0,82 kg/L

A partir da densidade, e sabendo do volume consumido em litros (L) por cada carro, obtém-
se a massa em quilograma (kg) de cada energético que, por sua vez, permite determinar a energia
consumida em quilocaloria (kcal). Trata-se de um encadeamento matemático análogo ao aplicado
para o Cooktop Fischer 5 bocas:

Vgasolina = 40 L · 0,72 kg/L = 28,8 kg ⇒ 28,8 kg · 10377 kcal/kg = 2,98 · 105 kcal/mês
| {z }
consumo mensal

Vetanol = 55 L · 0,82 kg/L = 45,1 kg ⇒ 45,1 kg · 6437 kcal/kg = 2,9 · 105 kcal/mês
| {z }
consumo mensal

12
1.2 ELABORAÇÃO DA CURVA DIÁRIA DE CARGA

Como não há diferenciação de funcionamento dos equipamentos do energético eletricidade


em relação às estações verão e inverno (funcionam nas mesmas condições elétricas independente-
mente da estação), para cada uso final convém um gráfico de curva diária. É importante ressaltar
que, na tabela 1, não constam dados de consumo mensal separados por estação.

1.2.1 CURVA DIÁRIA DE CARGA POR USO FINAL

Montagem da curva diária de carga por cada uso final relativo ao energético eletricidade.

Figura 1: Curva diária de carga de refrigeração


Watts (W)

120,3

tempo (h)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Figura 2: Curva diária de carga de iluminação


Watts (W)

79,8 72
70,2
67,2
66,6
57,6
41,4
14,4
4,8 tempo (h)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

13
Figura 3: Curva diária de carga de cocção
Watts (W)
1425
1400

840
720
440

tempo (h)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Figura 4: Curva diária de carga de força motriz


Watts (W)
3500

1750 1576 1500


1400

tempo (h)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Figura 5: Curva diária de carga de lazer e informação


Watts (W)
597
542
316
301
256
206
146
119,4
99
54
tempo (h)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

14
1.2.2 CURVA DIÁRIA DE CARGA DA RESIDÊNCIA

Montagem da curva diária de carga da residência contabilizando todos os usos finais


relativos ao energético eletricidade.
Figura 6: Curva diária de carga da residência
Watts (W)

3776,9

731,96

tempo (h)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

1.2.3 FATOR DE CARGA DA RESIDÊNCIA

Cálculo do fator de carga diário (FC) da residência, da potência média e da potência máxima,
a partir da figura 6.
Determina-se a potência média Pmédia através da seguinte expressão matemática:

1 n
Pmédia = · ∑ Pi · ∆ti = 731,96 W
24 i=1

A potência máxima é determinada através do maior valor de ordenada do gráfico da figura


6, sendo a máxima soma das potências em um dado intervalo de tempo. Por meio dos gráficos das
figuras 1, 2, 3, 4 e 5, obtém-se que o valor máximo da potência é de 3776,9 W.
Sendo assim, o fator de carga (relação entre a demanda média e demanda máxima da curva
de carga) é expresso como:

demanda média 731,96


FC = = = 0,19
demanda máxima 3776,9

1.2.4 COMENTÁRIOS

Entre os motivos que justificam o valor de 0,18 para o fator de carga da residência destacam-
se os pequenos intervalos de tempo em que a demanda atinge picos. Isso fica evidente quando se

15
observa o comportamento da demanda nos gráficos das figuras 3 (curva diária de carga de cocção) e
4 (curva diária de carga de força motriz). Quando comparados com os gráficos das figuras 1 (curva
diária de carga de refrigeração), 2 (curva diária de carga de iluminação) e 5 (curva diária de carga
de lazer e informação), assevera-se a discrepância dos valores no eixo das ordenadas em horários
como às 09h, das 13h às 14h, 15h, 17h, 22h. Além disso, a potência dos equipamentos elétricos
que aparece na embalagem do produto ou em seu próprio chassi é valorada de modo a apresentar
o valor máximo que o item pode chegar. Um exemplo disso é o aspirador Ergolite Eletrolux, cuja
embalagem indica 1400 W como a potência máxima do aparelho.
Não deixando de mencionar também que, em razão dos momentos de alta demanda serem
relativamente breves, o valor da demanda média torna-se muito menor que o valor da demanda
máxima.
Entretanto, por menores que esses intervalos sejam, considera-se que são dignos de apreciação
a fim de conferir uma maior verossimilhança para esse relatório.

16
Qual a importância de se conhecer os consumos de energia elétrica nas diversas bases de
tempo? (diário, semanal, mensal e anual)
Resposta: Ao se parametrizar o consumo de energia elétrica em função de uma escala
temporal, engendra-se a possibilidade do consumo consciente e eficiente de energia bem como de
seus aspectos satélites: controle de gastos e mudança de hábitos. Essa análise pode ser feita baseada
em diferentes intervalos de tempo, sendo que, quanto maior o perı́odo de tempo considerado para
parâmetro, menor o nı́vel de detalhes dos dados.
Nesse sentido, o estudo que traz mais riqueza de detalhes é o feito com base temporal diária.
Por meio dele é possı́vel observar a curva de carga diária, e fazer uma estimativa dos usos finais de
energia. Esse tipo de análise é muito útil para descobrir hábitos de consumo e fazer um plano de
economia de energia orientado por mudanças de hábitos e pela troca de tecnologias de uso final;
também é útil para os órgãos responsáveis fazerem uma projeção de quando o fornecimento de
eletricidade deve ser maior ao longo do dia. Porém, a análise diária é limitada considerando que é
feita a partir de estimativas e arredondamentos e além disso, o consumo varia ao longo da semana.
Logo, embora seja a análise mais detalhada, há uma diferença significativa entre o uso real da
energia e o uso estimado por essa escala temporal.
As deficiências da análise diária podem ser levemente supridas por uma averiguação semanal,
já que a maioria das pessoas organiza sua rotina em bases semanais ao invés de diárias. Isso significa
que a variação de um dia para outro seria considerada, e a variação entre semanas tende a ser
pequena.
O estudo mensal, por sua vez, é o mais utilizado pela população para análise dos gastos
energéticos, uma vez que a conta vem com o gasto preciso da residência fazendo com que que os
arredondamentos e estimativas adotados pelas observações em tempo mais curto sejam passı́veis
de serem abandonados. Também é mais simples observar se qualquer plano de economia feito com
base em análises semanais ou diárias realmente traz um benefı́cio suficiente para ser implementado
quando os cálculos são feitos em uma base mensal.
Por fim, a análise anual que apesar de possuir o menor nı́vel de detalhamento, é essencial
para planejamentos a longo prazo, tais como os de geração e de distribuição de energia. Ela facilita
a visualização da evolução de tecnologias ao longo do tempo, bem como permite identificar quais
setores carecem de investimentos. Não só isso, mas é a base mais utilizada para comparar dados
internacionais, com diversos fins, como o de se determinar o nı́vel de desenvolvimento ou o gasto
per capta, justamente pela forma como apresenta os dados de forma mais compacta.

17
1.3 LEVANTAMENTO DO CONSUMO REAL DOS ENERGÉTICOS: ELETRICIDADE
E GN

1.3.1 TABELA 3

Levantar as 12 últimas contas mensais de energia dos energéticos (consumo): eletricidade,


gás natural, GLP. De posse das contas, preencha a tabela 33 :

Tabela 3
Média 12 Maior Menor Média/meses Média/meses
Energético
meses valor/mês valor/mês de verão de inverno
355 261
Eletricidade (kWh) 301,7 (dezembro (setembro 291,6 306,8
2020) 2020)
26 (junho 18 (janeiro
Gás natural (m3 ) 21 19 24
2020) 2021)

1.3.2 CONSUMOS MENSAIS ENERGIA ELÉTRICA

Montagem do gráfico dos consumos totais mensais de energia elétrica (kWh) dos últimos
12 meses levantados.
Figura 7: Consumo mensal de energia elétrica real

Média (kWh) 301,7

Mensal (kWh) 321 324 325 308 261 313 310 355 280 263 281 279

3 Verão: dezembro a maio; inverno: junho a novembro

18
1.3.3 PERGUNTAS

Com base no consumo mensal calculado e apresentado nas tabelas 1 e 2, bem como as
informações colocadas na tabela 3, pergunta-se:
1. O consumo mensal calculado com base no diagnóstico realizado se aproxima:

|valor medido − valor real|


desvio percentual = · 100%
valor real

(a) Da média dos últimos 12 meses? (74,68%)


(b) Do menor valor do perı́odo? (101,91%)
(c) Do maior valor do perı́odo (48,45%).
(d) Da média dos meses de verão? (80,76%)
(e) Da média dos meses de inverno? (71,75%)
2. Explique as possı́veis diferenças entre o consumo estimado e a conta de energia elétrica.
Resposta: Como o cálculo do consumo mensal de energia elétrica leva em consideração o
tempo de utilização de cada equipamento e sua respectiva potência, é de se esperar que haja um
desvio entre o que é estimado e a conta de energia elétrica.
Isso porque a temporização do uso de cada equipamento carrega consigo uma volatilidade
intrı́nseca que não é contemplada por todas as estimativas de tempo médio de utilização de um
determinado aparelho. O que se tem é uma noção a cerca de alguns equipamentos no que se refere
ao seu tempo de uso. Além disso, como já elencado na discussão do fator de carga, sabe-se que, de
modo geral, a potência indicada nos manuais, na embalagem ou no chassi do produto corresponde
ao valor máximo da potência de operação do equipamento. Dessa forma, ainda que o equipamento
não utilize o aparelho em sua potência máxima, as estimativas enveredam-se matematicamente
como se a utilizasse, em vez de um valor que de fato seja médio. Sendo assim, é esperado que
haja uma valoração do consumo mensal superestimada, uma vez que o cálculo da energia em kWh
mensal deriva desses valores superdimensionados dos equipamentos.
Esse superdimensionamento também ocorre na medição de metros cúbicos consumidos
mensalmente do gás natural. Os dois equipamentos que fazem uso desse energético (cooktop
Fischer e aquecedor de água BOSCH GWH 500 CTD) apresentam os valores de vazão do gás por
hora (m3 /h ou kg/h) maximizados que, somados às horas diárias estimadas de uso, provocam a
diferença entre os dados calculados e a conta de gás natural.
A fim de contornar tamanhas discrepâncias, sugere-se que sejam utilizados nos cálculos
valores médios relativos ao funcionamento do equipamento, e não valores que dizem respeito à
condição máxima de estresse do dispositivo.

19
1.4 GRÁFICO DE CONSUMO DE ELETRICIDADE - POR USO FINAL

Montagem do gráfico de pizza do consumo mensal especificando nele a participação per-


centual(%) e absoluta (kWh) dos diversos usos finais de eletricidade.

Figura 8: Participação percentual dos usos finais eletricidade


36,54%

Refrigeração (RE)
Iluminação (IL)
32,46% Cocção (CO)
Força motriz (FM)
16,35% Lazer e informação (LZ)

3,06%
11,59%

Figura 9: Participação absoluta dos usos finais eletricidade


193,49 kWh

Refrigeração (RE)
Iluminação (IL)
171,9 kWh Cocção (CO)
Força motriz (FM)
86,6 kWh Lazer e informação (LZ)

16,2 kWh
61,37 kWh

Qual é o uso final que mais consome energia elétrica?


Resposta: O uso final que mais consome energia elétrica é o Lazer e Informação (LZ).
Atribui-se a essa constatação a situação de isolamento social e ao maior tempo de permanência
na residência. Tanto atividades acadêmicas quanto empregatı́cias ocorrem predominantemente à
distância por meios digitais (notebook e computador).

20
1.5 GRÁFICO DE CONSUMO DE ELETRICIDADE - DEMAIS ENERGÉTICOS

Para os demais energéticos (gasolina, álcool, carvão vegetal, gás natural, GLP, etc.),
utilizando-se das informações colocadas na tabela 2, pede-se:
1. Monte um gráfico de pizza do consumo mensal estimado apresentando a participação percen-
tual e absoluta (na unidade TEP4 ) de cada energético de sua residência. Inclua nesse gráfico
o energético eletricidade (na unidade TEP).
Figura 10: Participação absoluta e percentual do consumo mensal
29,8 mTEP 12,26%
29 mTEP
45,31 mTEP 11,93% 18,64%

Gasolina
Eletricidade
Gás natural

139 mTEP Etanol


57,18%

(a) Qual é o energético com maior participação na matriz energética de sua residência?
Resposta: Gás natural.
(b) Comente os resultados obtidos nas seções 1.4 e 1.5.
Resposta: Compreende-se que o uso final de lazer e informação é o que mais consome
energia elétrica, em razão da situação de distanciamento preventivo segundo o qual faz
com que grande parte das atividades acadêmicas e laborais sejam executadas de casa via
internet.
A disposição dos gráficos da figura 10 (caracterizada pelo gás natural como sendo o
energético mais perdulário na matriz energética da residência em questão) se deve aos
valores maximizados da vazão do gás natural conforme a explicação em 1.3.3, item 2.
Realisticamente, a participação da energia elétrica na matriz energética é maior que a
do GN, e menor que a contribuição da gasolina e do etanol.

Energético Gasto médio mensal


Eletricidade (kWh) 301,7 kWh ≡ 0,026 TEP
Gás natural 21 m3 ≡ 0,019 TEP

Fator de conversão:

9000 kcal
1 TEP = 11630 MWh e 1 TEP = 1 · 107 kcal e 21 m3 × ≈ 1,9 · 105 kcal
m3
4 Em
conformidade às tabelas 1 e 2, os gráficos apresentam a milésima parte da unidade TEP, isto é, mTEP (mili
toneladas equivalentes de petróleo)

21
1.6 CÁLCULO DOS INDICADORES

Além do fator de carga, existem outros indicadores que normalmente são utilizados para se
medir a eficiência no consumo de energia.

1.6.1 CÁLCULO DOS OUTROS INDICADORES

Tabela 4
Área total da residência (m2 ) 93
Número de pessoas fixas e flutuantes 4 pessoas fixas
Consumo total mensal de energia (somas dos energéticos) por área -
0,0026
(TEP/m2 )
Consumo total mensal de eletricidade por área - (kWh/m2 ) 5,66
Consumo total mensal de energia (somas dos energéticos) por pessoa -
0,06
TEP per capita
Consumo total mensal de eletricidade por pessoa - kWh per capita 131,75

1.6.2 COMENTÁRIOS

Observação: para as linhas 3 e 5 da tabela 4, opta-se pela unidade TEP sem o prefixo mili.
Nota-se que esses indicadores apresentam uma relação direta com a residência de estudo.
Por meio da relação entre a metragem da casa e o consumo por metro quadrado, é possı́vel distinguir
áreas da residência que concentram a maior parte dos equipamentos que de fato pesam na conta de
energia elétrica (sugerindo um valor de consumo de energia elétrica por área alto) de áreas com uso
esparso do energético.
Já o fator que relaciona o número de pessoas ao consumo dos energéticos permite sinalizar
os hábitos de consumo das pessoas de uma casa. Valores altos para os dois últimos indicadores
(consumo mensal total de energia por pessoa e consumo mensal de energia elétrica por pessoa)
podem sugerir que, todos na casa consomem muita energia ou existe uma única, ou um grupo
pequeno dos residentes, que utilizam os equipamentos muito mais que os demais.
Portanto, por meio desses indicadores, tem-se um mapeamento local que permite setorizar
os cômodos que mais concentram o consumo de energia (pensando no energético eletricidade, é
claro), e permite distinguir quais são as pessoas que mais consomem para eventual elaboração de
recondicionamento de seus estilos de vida.

22
2 RELATÓRIO CONSOLIDADO

2.1 ENERGÉTICO: ELETRICIDADE - CONSOLIDADO

a. Gráficos do consumo total estimado de energia elétrica (kWh) de todas as residências.

Figura 11: Consumo mensal total estimado no verão

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 327,19 828,54 333,5 291,29 529,56 713,82 332,23

Figura 12: Consumo mensal total estimado no inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 327,19 828,54 322,16 320,74 529,56 640,42 332,23

23
b. Gráficos do consumo por uso final de energia elétrica (kWh) de todas as residências.

Figura 13: Consumo mensal estimado de iluminação no verão

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 45 14,1 1,74 11,5 16,2 57,4 33,7

Figura 14: Consumo mensal estimado de iluminação no inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 45 14,1 2,6 11,5 16,2 57,4 33,7

24
Figura 15: Consumo mensal estimado de força motriz no verão

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 2,16 30 62,25 125,65 171,9 0 30

Figura 16: Consumo mensal estimado de força motriz no inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 2,16 30 62,25 69,1 171,9 0 30

25
Figura 17: Consumo mensal estimado de lazer e informação no verão e inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 51,78 349,62 135,57 48,09 193,49 31,5 76

Figura 18: Consumo mensal estimado de aquecimento de água no verão

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 117 54 87,54 50 0 72 0

26
Figura 19: Consumo mensal estimado de aquecimento de água no inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 117 54 84,9 136 0 192 0

Figura 20: Consumo mensal estimado de refrigeração no verão e inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 56,88 252 46,4 56 86,6 70 68

27
Figura 21: Consumo mensal estimado de cocção no verão e inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 0 0 0 0 61,37 0 122,2

Figura 22: Consumo mensal estimado de condicionamento térmico no verão

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 0 92,7 0 0 0 445,4 0

28
Figura 23: Consumo mensal estimado de condicionamento térmico no inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 0 92,7 0 0 0 252 0

Figura 24: Consumo mensal estimado usos finais diversos no verão e inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

Mensal (kWh) 54,37 36 0 0 0 37,5 1,8

29
c. Comparar os consumos mensais de energia elétrica calculados das residências com os
dados das contas de energia elétrica, apresentar as diferenças percentuais em forma de gráfico
consolidado
|consumo real − consumo medido|
d100% = · 100%
consumo real

Para as casas de Alice, André e Augusto, como não há diferenciação entre o consumo de
energia elétrica entre verão e inverno, opta-se pelo cálculo único de desvio percentual do consumo
mensal estimado em relação a média dos últimos meses da conta de energia elétrica.
Ao passo que para as demais residências, determina-se o desvio percentual para inverno e
verão. Toma-se o consumo médio da conta de energia elétrica dos meses compreendidos em cada
estação (verão: dezembro a maio; inverno: junho a novembro), e o consumo estimado para essa
estação através do levantamento de dados da tabela 1.

Figura 25: Desvios percentuais do consumo de energia elétrica

verão = inverno verão inverno

Alice
André
Anna
Artur
Augusto
Bianca
Bruno

d (%) 25,6 32,3 75,55 7,95 49,5 38,8 2,1 58,7 45,59 17,4

30
d. Comparar os fatores de carga das residências

Fator de Carga
Aluno
Verão Inverno
Alice 31,31% 31,31%
André 15,25% 15,25%
Anna 41,9% 41,13%
Artur 87,2% 38,04%
Augusto 19% 19%
Bianca 14,55% 8,87%
Bruno 21% 21%

1. Verão:

FCArtur > FCAnna > FCAlice > FCBruno > FCAugusto > FCAndré > FCBianca

2. Inverno:

FCAnna > FCArtur > FCAlice > FCBruno > FCAugusto > FCAndré > FCBianca

Com o recenseamento dos fatores de carga de cada residência, nota-se uma única diferença
do verão para o inverno: o fator de carga de Artur (FCArtur ) que no verão é o maior de todos (87,2%),
é ultrapassado (38,04%) pelo fator de carga da casa de Anna (41,13%) no inverno. De todo modo,
a relação entre os demais fatores de carga mantém-se inalterada.
Não deixando de mencionar também que as casas que apresentam consumos de energia
elétrica distintos de verão para inverno (casas dos alunos Anna, Artur e Bianca) indicam uma
melhor distribuição da curva de carga no verão, uma vez que é nessa estação que são encerrados os
maiores valores de FC.

31
e. Comentários a cerca dos resultados
Ao se observar o consumo de eletricidade das residências é possı́vel perceber que o gasto
energético varia muito de residência para residência. A maior discrepância entre o gasto total de
energia elétrica entre as casas se dá no verão entre a casa de André, que consome 828,54 kWh, e a
de Artur, que consome 291,29 kWh, uma diferença de cerca de 64,84%.
Essa desigualdade se dá pelos diferentes hábitos de consumo relacionados aos usos finais
e pelas diferentes tecnologias instaladas nas residências. Um dos motivos pelos quais a carga da
casa de Artur é a menor do grupo, está relacionada aos dados encontrados nos gráficos 18 e 19, que
representam o consumo de energia para aquecimento de água; no verão, a residência consome 50
kWh, no inverno, 136. Essa residência apresentou a maior variação de energia para esse uso final,
enquanto nos dados de Alice e André, por exemplo, não há essa distinção entre as estações do ano,
o que gerou um consumo maior que o necessário no verão dessas últimas duas casas.
As maiores diferenças de hábitos entre as casas, porém, podem ser observadas pelas dife-
rentes tecnologias instaladas. No gráfico 21, por exemplo, pode-se ver que Augusto e Bruno são
os únicos cujas casas utilizam eletricidade para cocção, em contraste com os gráficos 18 e 19, que
indicam que essas mesmas casas são as únicas que não utilizam eletricidade para aquecimento de
água.
Outros exemplos disso são as casas de André e Bianca serem as únicas com tecnologias de
condicionamento ambiental instaladas, que se mostraram significativas para o aumento do consumo
de eletricidade nas residências, principalmente na casa de Bianca, que chega a consumir 445,4 kWh,
no verão, apenas para esse uso final, ou seja, um consumo maior que o total utilizado nas casas de
Alice, Anna, Artur e Bruno, que tem consumos mensais correspondentes a 327,19, 333,5, 291,29 e
332,23 kWh, respectivamente, no verão.

32
2.2 DEMAIS ENERGÉTICOS - ELABORAÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA CONSOLI-
DADA DAS RESIDÊNCIAS

a. Participações percentuais de cada energético na matriz energética das residências.


Figura 26: Participação na matriz energética da residência de Alice
52%

Etanol
Eletricidade
7% Gás natural

41%

Figura 27: Participação na matriz energética da residência de André


34,65%

Gasolina
Eletricidade

65,35%

Figura 28: Participação na matriz energética da residência de Anna


verão inverno
44,55% 44,33%

8,21% 8,48%
Eletricidade
GLP
Gasolina

47,25% 47,19%

33
Figura 29: Participação na matriz energética da residência de Artur
verão inverno
61% 59%

Etanol
Eletricidade
GLP

6%
6% 32% 35%

Figura 30: Participação na matriz energética da residência de Augusto


12,26%

11,93% 18,64%
Gasolina
Eletricidade
Gás natural
Etanol

57,18%

Figura 31: Participação na matriz energética da residência de Bianca


verão inverno

7% 6%
Gasolina 3% 3%
Eletricidade
GLP 90% 91%

34
Figura 32: Participação na matriz energética da residência de Bruno

14%
Gasolina
78% Eletricidade
8%
Gás natural

b. Comparar e comentar os resultados.


Resposta: Intuitivamente, poder-se-ia pensar que a matriz energética mais utilizada nas
residências analisadas é a eletricidade, por ser o foco do relatório, e por ser usada por mais tempo,
em mais equipamentos, para mais usos. Esse raciocı́nio, porém, é provado incorreto quando se faz
a análise da participação de cada energético na matriz energética da casa.
A matriz mais utilizada é o combustı́vel usado para transporte, exceto pela residência de
Augusto, na qual o combustı́vel corresponde a 24,19% da matriz energética, e gás natural é a mais
utilizada, correspondendo a 57,18% da matriz. Para Anna, o combustı́vel é o energético menos
utilizado e corresponde a apenas 8,48% da energia consumida.
A predominância dos combustı́veis para o transporte pode ser explicada pela baixa eficiência
dos motores à combustão comparada à alta eficiência das tecnologias que usam eletricidade, e à
potência muito mais alta que o veı́culo possui. Isso quer dizer que, mesmo que o automóvel não
esteja sempre em uso, para alcançar a potência esperada, o veı́culo queima muito combustı́vel.
As disparidades observadas nos gráficos de Augusto podem ser explicadas pelo fator de que,
como observado nas figuras 18 e 19, a residência não utiliza aquecimento de água elétrico, ou seja,
o aquecimento da água é feito a gás, o que aumenta a proporção desse energético em relação as
outras casas.
Destaque para a casa de Anna que tem o energético eletricidade como dominante na matriz
energética residencial apresentando o valor percentual de 47,25%, indicativo de que realisticamente
é a casa com tal intitulação. Afinal, as residências que apresentaram um baixo desvio percentual
entre valores estimados e reais, tem outros energéticos como protagonistas da matriz energética.
Vale ressaltar que, por mais eficiente que sejam as tecnologias de uso finais que usam a
eletricidade, as casas que apresentam maiores participações do energético eletricidade não necessa-
riamente são residências que devem ser consideradas como as mais eficientes. Isso acontece pelo
fato de que a eletricidade pode vir de tanto de uma usina hidrelétrica com alta eficiência quanto de
uma usina termoelétrica menos eficiente que o motor à combustão dos automóveis, queima do gás
natural e GLP para aquecimento de água ou cocção.

35
2.3 INDICADORES CONSOLIDADOS E TABELA 5

Tabela 5
Indicadores Alice (1) André (2) Anna (3) Artur (4) Augusto (5) Bianca (6) Bruno (7)
1 190 154 65 120 93 91,75 120
2 3 5 4 3 4 4 3,5
3 0,0003 0,00134 0,0040 0,000645 0,0026 0,01 0,00022
4 1,37 5,65 5,13 2,43 5,66 7,78 2,56
5 0,018 0,04 0,06 0,026 0,06 0,23 0,008
6 86,83 174 83,37 97,09 131,75 178,46 87,95
*O dados da tabela 5 são oriundos do verão, cujos comentários cabem ao cenário de inverno.

1 : Área total da residência;


2 : Número de pessoas fixas e flutuantes;
3 : Consumo total mensal de energia (soma dos energéticos) por área – TEP/m2 das
residências;
4 : Consumo total mensal de eletricidade por área – kWh/m2 das residências;
5 : Consumo total mensal de energia (soma dos energéticos) por pessoa – TEP per capita
das residências;
6 : Consumo total mensal de eletricidade por pessoa – kWh per capita das residências.
a. Comparar e comentar os resultados.
Pela tabela 5, pode-se perceber que tanto o gasto dos energéticos, quanto o da eletricidade
estão muito mais ligados ao número de pessoas da residência do que sua metragem.
 Para chegar
 a essa conclusão, basta observar que as 3 casas com menores gastos mensais por
área 3 , 4 , as casas 1, 4 e 7, correspondentes aos estudantes Alice, Artur e Bruno, respectiva-
mente, são 3 das 4 maiores casas do grupo, e os maiores gastos por área, correspondentes às casas
2, 5 e 6, residências de André, Augusto e Bianca, respectivamente, são encontrados nas menores
casas. Isso indicaria que os gastos por metro quadrado tendem a diminuir conforme a metragem da
residência aumenta. Porém, os dados coletados na casa 2, correspondente a de André, refutam essa
hipótese, na medida em que sua casa é a segunda maior do grupo, com 154 metros quadrados, e seu
gasto em energia por metro quadrado, 0,00134 TEP/m2 , está em quarto maior de 7 posições, e o em
eletricidade por área sobe para terceiro maior do grupo, 5,65 kWh/m2 , substituindo a casa de Anna,
que cai para a quarta posição com um gasto de 5,13 kWh/m2 .
As tendências observadas e refutadas pela casa de André, podem ser explicadas pelo fato
de que as casas com menor consumo por área são as casas com menos pessoas no grupo, 3 nas
casas de Alice e Artur, e 3,5 na casa de Bruno. Essas casas foram as que apresentaram menores

36
gastos mensais em eletricidade observados nos gráficos das figuras 11 e 12, indicando que para um
menor número de pessoas, menor é o consumo absoluto de energia; e quando se faz a observação
de energia por área, as metragens maiores dessas residências fazem o esse valor se reduzir ainda
mais.
Para comprovar que há uma relação entre o número de pessoas e a energia gasta, porém, é
necessário observar os dados de gastos por pessoa calculados na tabela 5. Nesse caso é importante
observar que, pelos gastos de eletricidade por área, a variação entre o menor e o maior ı́ndice é
82,39% (desvio percentual) e, pelos gastos de eletricidade per capita, essa variação cai para 53,28%.
Isso indica que a análise por pessoa é muito mais indicativa da proporção de energia a ser
consumida em uma residência do que o cálculo feito pela área.
Observa-se também que os menores gastos per capita estão relacionados às casas de 3 ou
3,5 pessoas, e os maiores valores, relacionados às casas de 4 a 5 pessoas (algo que é contraintuitivo,
uma vez que esse indicador é oriundo de uma razão do consumo energético pelo número de pessoas,
ou seja, o número de pessoas e o indicador são grandezas inversamente proporcionais). Isso indica
que quanto maior o número de pessoas maior o gasto energético individual, uma vez que com
mais pessoas o consumo energético aumenta. Há duas exceções para essa regra. A primeira
delas reside nos gastos de energia na casa de André (0,04 TEP per capita) que o colocam na quarta
posição em maior gasto, inesperado pelo fato de sua casa conter 5 pessoas. A segunda exceção se
mostra no gasto em eletricidade por pessoa na casa de Anna, que, apesar dos 4 residentes fixos,
apresentou o menor valor de gastos de eletricidade per capita do grupo, com 83,37 kWh per capita.
Atribui-se a essa última exceção (“à regra quanto maior o número de pessoas, maior o
consumo energético”) o fato dessa residência apresentar um consumo estimado de energia elétrica
relativamente baixo (quarto maior do grupo). Sendo assim, com um baixo consumo junto aos quatro
residentes, o consumo mensal de eletricidade por pessoa (kWh per capita) tende a ser menor.
Resumidamente:
• 1 é inversamente proporcional a 3 e 4 . Logo, com o aumento de 1 , espera-se que 3
e 4 diminuam. Exceção: quando o consumo mensal dos energéticos é muito alto.
• 2 é inversamente proporcional a 5 e 6 . Logo, com o aumento de 2 , espera-se que
5 e 6 diminuam. A exceção também ocorre quando o consumo mensal dos energéticos é
elevado.

37

Você também pode gostar