Trabalho 1 - Zaidila Manuel

Zaidila Manuel RELATÓRIO MERCADOS DE
201401131 ENERGIA ELÉTRICA
Mestrado de Engenharia Eletrotécnica e de

Computadores no ramo das Energias
Renováveis e Sistemas de Potência.
Docente
Professor Doutor António Pombo
Novembro de 2023
Índice
Pág.
ÍNDICE......................................................................................................................................................... II
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................................... III
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1
2 MIX ENERGÉTICO ............................................................................................................................... 1
3 GÁS NATURAL .................................................................................................................................... 2
4 ENERGIA NA UE ................................................................................................................................. 3
4.1 ESTATÍSTICAS ENERGÉTICAS – VISÃO GERAL .................................................................................................. 6
4.2 ESTATÍSTICAS DE FORNECIMENTO DE GÁS NATURAL........................................................................................ 8
4.3 PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL NA UE ......................................................................................................... 10
4.4 IMPORTAÇÃO DE GÁS NATURAL NA UE ...................................................................................................... 10
4.5 PRODUÇÃO E CONSUMO DE ELETRICIDADE NA UE ........................................................................................ 12
4.6 PARTICIPAÇÃO DE MERCADO .................................................................................................................... 15
4.7 MIX ENERGÉTICO E DEPENDÊNCIA ............................................................................................................. 16
5 CUSTOS DE ENERGIA NA UE ............................................................................................................. 18
5.1 PREÇOS DE ELETRICIDADE NA UE EM 2023 ................................................................................................. 18
5.2 PREÇOS DE GÁS NATURAL NA UE EM 2023 ................................................................................................ 20
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................. 22
7 CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 23
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................... 24
Zaidila Manuel | 201401131

ii
Lista de figuras
Figura 1 - Mix energético ....................................................................................................... 1

Figura 2 - Sistema de transporte Gás natural ........................................................................ 2
Figura 3 - Energia bruta disponível na UE, 2020 ................................................................... 3
Figura 4 - Consumo final de energia no setor industrial, EU, 2021 ....................................... 4
Figura 5 - Evolução do consumo final de energia no setor industrial ................................... 4
Figura 6 - Consumo total de energia final por setor industrial, UE, 2021 ............................. 4
Figura 7 - Consumo de energia no setor residencial ............................................................. 5
Figura 8 - Origem da energia primeiro trimestre 2023 ......................................................... 5
Figura 9 - Fornecimento de combustíveis fósseis e nucleares na UE, índice 2005=100 ....... 6
Figura 10 - Energia bruta disponível, UE, 1990-2021 ............................................................ 7
Figura 11 - Evolução da demanda interna de gás natural, UE, 1990-2022 ........................... 8
Figura 12 – Balanço provisório de gás natural em mil terajoules, EU, 2021-2022 ............... 9
Figura 13 - Balanço provisório de gás natural em mil terajoules, EU, 2021-2022 ................ 9
Figura 14 - Procura interna de gás natural em terajoules por país, UE, 2021-2022 ............. 9
Figura 15 - Produção primária de gás natural, por país produtor ....................................... 10
Figura 16 - Total de importações e exportações em terajoules, por país, origem e destino,
2021-2022 ............................................................................................................................ 11
Figura 17 - Percentagem de importações extra-UE de gás natural, por país de origem .... 11
Figura 18 - Dependência da importação de gás natural, por país, UE, 2021-2022 ............. 12
Figura 19 - Produção/Geração líquida de eletricidade, UE, 1990-2021 .............................. 12
Figura 20 - Mudança geral líquida de eletricidade, 2011-2021 .......................................... 13
Figura 21 - Geração líquida de eletricidade, UE, 2021 ........................................................ 14
Figura 22 - Consumo de eletricidade pelo setor residencial, UE, 2021 .............................. 15
Figura 23 - Participação de mercado da maior empresa de geração de energia elétrica, UE,
2016-2021 ............................................................................................................................ 15
Figura 24 - Eletricidade produzida na Alemanha entre 2022-2023 .................................... 16
Figura 25 - Balanço de produção de eletricidade Portugal Continental 2023 .................... 17
Figura 26 - Evolução da produção de eletricidade por Fonte em Portugal Continental,
2021/09-2023/09................................................................................................................. 17
Figura 27 - Produção líquida de eletricidade na UE, por tupo de combustível em 2022 ... 18
Figura 28 - Preços de eletricidade consumidores domésticos, UE, 2023 ........................... 18
Figura 29 - Preços de eletricidade consumidores não-domésticos, UE, 2023 .................... 19
Figura 30 - Preços de gás natural na UE, consumidores domésticos, 2023 ........................ 20
Figura 31 - Preços de gás natural na UE, consumidores não-domésticos, 2023................. 21

iii
1 Introdução
Com este trabalho de pesquisa, pretende-se efetuar uma breve analise em relação
a importância do gás natural no mix energético, ou, o que pode ser ou o que tem de
ser feito para que o gás natural tenha um importante papel no mix energético na EU
no setor elétrico. O mix energético tem como principais objetivos a redução da
dependência energética e a redução da poluição do meio ambiente, com introdução
de fontes de energias renováveis, sendo o gás natural combustível fóssil menos
poluente.
2 Mix Energético
O mix energético ou mistura de energias, é a combinação das diferentes fontes de
energia (renováveis e não renováveis) que são introduzidas na rede elétrica para o uso
entre os vários tipos de consumidores. Existe atualmente um mix energético diferente
em cada país, sendo o mix mais ou menos sustentável, dependendo dos tipos de
energia que o compõem.
O mix energético oferece esclarecimentos em termos da exposição da economia

aos riscos de qualquer perturbação na oferta de energia ou na alteração aos seus
preços relativos.
Figura 1 - Mix energético

1
3 Gás natural
O gás natural é uma fonte de energia de origem natural e não renovável,
caracterizado como sendo um combustível fóssil. Em julho de 2022 o Parlamento
Europeu passou a considerar o gás natural como uma energia sustentável e segura.
O mix energético, como mencionado no ponto anterior, é a combinação de várias

tecnologias para produção da energia elétrica. O consumo global de gás natural
registado em 2022 foi o mais baixo desde 2016, porém, no segmento de mercado
elétrico registou-se o valor mais elevado de sempre", segundo a REN.
Sem prejuízo do crescimento necessário das energias renováveis para proteção

climática, o gás natural é uma peça chave no mix energético para transição energética.
O gás natural é uma alternativa económica, é também menos prejudicial (dentro

dos combustíveis fósseis) para natureza, a sua queima é “eficiente”, pois resultam
menos emissões de gases poluentes, com baixos consumos de energias nos seus
sistemas e o seu preço é bastante competitivo. Enquanto recurso natural, o seu
potencial é enorme, e enquanto fonte de energia é hoje muito importante nas nossas
vidas.
Figura 2 - Sistema de transporte Gás natural
O gás natural é utilizado essencialmente em aplicações industriais, comerciais,

residências e de energia elétrica.
O consumo de energia da UE representa uma dependência ao gás natural, é

utilizado principalmente para aquecimento e produção de energia elétrica. O gás
natural na UE é importado por gasodutos e por navios como GNL – Gás Natural
Liquefeito.

2
De acordo com dados estatísticos da Eurostat, em 2020, a UE importou 57,5% da
energia que consumiu, uma vez que a sua própria produção e as alterações de stock
satisfizeram apenas 42,5% das suas necessidades. A Rússia é o principal fornecedor de
gás natural, petróleo e carvão para a UE. Este artigo apresenta o balanço energético
da UE e a dependência das importações para as necessidades energéticas em 2020.
Figura 3 - Energia bruta disponível na UE, 2020
4 Energia na UE
De acordo Eurostat, o setor industrial foi o terceiro maior consumidor de energia
final na UE em 2021, depois dos transportes e das famílias, representando 25,6% do
consumo final de energia da UE.
Olhando para os dados da figura 4, fica claro que o setor depende dos combustíveis
fósseis para as suas necessidades energéticas. O gás natural, o petróleo e os produtos
petrolíferos, os combustíveis fósseis sólidos e os resíduos não renováveis
representaram mais da metade (50,9%) do consumo final de energia da indústria em
2021. Em números absolutos, esta dependência torna-se ainda mais evidente uma vez
que mais de um terço da eletricidade e mais da metade do calor produzido na UE em
2021 vieram de combustíveis fósseis.
Os dados mostram que, em 2021, a eletricidade (32,2%) e o gás natural (32,7%)

representaram dois terços do consumo final de energia no setor industrial da UE.
Os restantes produtos energéticos representaram participações muito menores, o

petróleo e os produtos petrolíferos (exceto biocombustível) representaram 9,8%, as
energias renováveis e os biocombustíveis 9,7% e os combustíveis fósseis sólidos
representaram 6,4%.

3
Figura 4 - Consumo final de energia no setor industrial, EU, 2021
Figura 5 - Evolução do consumo final de energia no setor industrial
O gráfico da figura 6 mostra o consumo total de energia final por setor industrial,
de acordo Eurostat em 2021.
Figura 6 - Consumo total de energia final por setor industrial, UE, 2021

4
O gráfico da figura 7, mostra o consumo total de energia final por setor residencial,
de um modo geral, onde podemos observar o maior consumo no aquecimento de
espaços.
Figura 7 - Consumo de energia no setor residencial
Segundo a EDP – Energias de Portugal, e de acordo com o gráfico da figura 8, o gás

natural foi “responsável” pela origem de 59% da energia no primeiro trimestre de
2023, num total de 30,6% de fontes renováveis e 69,4% de fontes não renováveis.
Figura 8 - Origem da energia primeiro trimestre 2023

5
4.1 Estatísticas Energéticas – Visão Geral
Após um longo período de confinamentos nacionais e medidas restritivas

introduzidas para conter a propagação da COVID-19 em 2020, muitos Estados-
Membros da UE registaram uma recuperação da atividade económica em 2021, que
acelerou ainda mais em 2022.
À medida que as empresas reabriram e as pessoas começaram a viajar novamente,

a demanda por energia aumentou. Neste contexto e por diversas razões, os preços do
gás natural dispararam no segundo semestre de 2021, enquanto 2022 foi marcado por
perturbações no fornecimento de gás e preocupações quanto à potencial escassez de
gás.
Além disso, o verão de 2022 foi excecionalmente quente e seco em muitos Estados-
Membros da UE, afetando a produção de energia nuclear e hidroelétrica. Todos estes
fatores, entre outros, influenciaram o fornecimento de energia e a evolução relativa
aos produtos energéticos individuais.
Figura 9 - Fornecimento de combustíveis fósseis e nucleares na UE, índice 2005=100
A figura 9 mostra a oferta indexada de combustíveis fósseis e nucleares na UE no

período 2005-2022.
Após um aumento para todos os produtos em 2021 em comparação com 2020,

registou-se uma queda acentuada para o gás nuclear e natural em 2022, enquanto o
carvão e produtos petrolíferos continuaram a aumentar. O carvão esteve quase no
mesmo nível de 2021, apresentando apenas uma ligeira diminuição.

6
A energia bruta disponível na UE em 2021 aumentou em comparação com 2020,
cerca de +6,0%. O petróleo (petróleo bruto e produtos petrolíferos) continuou a ser a
fonte de energia mais significativa para a economia europeia, apesar de uma tendência
descendente de longo prazo, enquanto o gás natural permaneceu a segunda maior
fonte de energia.
Tanto o petróleo como o gás natural aumentaram 5,3% e 4,0%, respetivamente, em

2021 em comparação com 2020. Isto deveu-se principalmente a um aumento das
atividades após a pandemia da COVID-19. A contribuição das fontes de energias
renováveis continua a aumentar.
As energias renováveis já ultrapassaram os combustíveis fósseis sólidos em 2018 e

2019, e ganharam mais terreno em 2020 e 2021. Os combustíveis fósseis sólidos
aumentaram 15,7% em 2021, recuperando parcialmente após o valor mais baixo
alguma vez alcançado em 2020. No entanto, os combustíveis fósseis sólidos não
aumentaram o suficiente para recuperarem para os níveis de 2019.
Podemos observar esta tendência através do gráfico da figura 10.
Figura 10 - Energia bruta disponível, UE, 1990-2021

7
4.2 Estatísticas de Fornecimento de Gás Natural
Este artigo analisa os dados acumulados mensalmente sobre o gás natural na União
Europeia (UE) para 2021 e 2022, bem como as alterações entre estes dois anos.
Abrange todos os aspetos do lado da oferta - produção primária, importações
(entradas) e exportações (saídas), variações de stocks, procura interna - bem como
dados sobre a dependência energética do gás natural por Estado-Membro da UE e para
os agregados europeus, ou seja, a UE e área do euro.
Figura 11 - Evolução da demanda interna de gás natural, UE, 1990-2022
Em 2022, a procura interna de gás natural na UE diminuiu 13,2% em comparação

com 2021, caindo para 13 722 451 terajoules. Os únicos aumentos no consumo foram
registados na Irlanda (2,1%) e Malta (1,4%), enquanto as maiores quedas ocorreram
na Finlândia (-47,2%), Suécia (-42,9%) e Letónia (-29,3%).
Em 2022, a Alemanha, a Itália e a França registaram a procura interna mais elevada,

com 3 073 896 terajoules, 2 611 602 terajoules e 1 543 620 terajoules, respetivamente
(ver figuras 12, 13 e 14).

8
Figura 12 – Balanço provisório de gás natural em mil terajoules, EU, 2021-2022
Figura 13 - Balanço provisório de gás natural em mil terajoules, EU, 2021-2022
Figura 14 - Procura interna de gás natural em terajoules por país, UE, 2021-2022

9
4.3 Produção de Gás Natural na UE
A produção de gás natural na UE continuou a sua tendência decrescente, caindo

7,2% em 2022 em comparação com 2021, para 1 636 614 terajoules. O principal
produtor de gás natural da UE, os Países Baixos, registou uma queda na produção de
15,6%. Com uma produção de gás natural de 611 131 terajoules em 2022, os Países
Baixos continuaram a ser o maior produtor de gás natural da UE, seguidos pela
Roménia, cuja produção primária foi de 351 683 terajoules (um aumento de 2,3 %) e
pela Alemanha, cuja produção primária foi de 351 683 terajoules (um aumento de 2,3
%) foi de 160 692 terajoules (uma diminuição de 4,9%) (ver figura 15).
Figura 15 - Produção primária de gás natural, por país produtor
4.4 Importação de Gás Natural na UE
As importações totais de gás natural da UE diminuíram cerca de 6,6%, atingindo 23

045 819 terajoules. Os aumentos mais significativos em 2022 em comparação com
2021 entre os principais importadores, ou seja, países que importam pelo menos 1 000
000 terajoules, foram observados na Bélgica (51,2 %), França (22,2 %) e Países Baixos
(7,8 %), enquanto as principais diminuições foram registadas na Chéquia (-40,3 %), na
Áustria (-23,5 %) e na Alemanha (-13,5 %) (ver figura 16).

10
Figura 16 - Total de importações e exportações em terajoules, por país, origem e destino, 2021-2022
No que diz respeito à origem das importações (entradas), a Noruega foi a fonte de
24,4% do gás natural que entra na UE (excluindo o comércio intra-UE e as entradas da
Suíça), seguida pela Rússia (15,3%), pelos Estados Unidos (9,8 %) e Argélia (8,3%)
conforme figura 17.
Figura 17 - Percentagem de importações extra-UE de gás natural, por país de origem
A dependência do gás natural na UE aumentou para 97,0% em 2022, contra 83,1%

em 2021. Em 20 Estados-Membros da UE, a dependência do gás natural foi superior a
90% em 2022, acima dos 15 Estados-Membros em 2021 (figura 18).

11
Figura 18 - Dependência da importação de gás natural, por país, UE, 2021-2022
4.5 Produção e Consumo de Eletricidade na UE
A figura 19 descreve o mercado de eletricidade na EU entre 1990-2021 com uma

análise da produção de eletricidade de acordo com uma gama de diferentes fontes de
energia. Fornece também informações sobre o consumo de eletricidade pelos
agregados familiares e conclui com estatísticas sobre o nível de liberalização do
mercado (medido pela quota do maior produtor) nos mercados de eletricidade.
Figura 19 - Produção/Geração líquida de eletricidade, UE, 1990-2021
De acordo com o gráfico da figura 19, a produção líquida total de eletricidade na UE

foi de 2 785 terawatts-hora (TWh) em 2021 — uma redução de 0,1% em comparação
com o ano anterior. O nível de produção líquida de eletricidade na UE em 2021 foi 2%
inferior ao seu pico relativo em 2008, quando a produção total se situou em 2 844
TWh.

12
A Alemanha teve o nível mais elevado de produção líquida de eletricidade em 2021
entre os Estados-Membros da UE, representando 20,1% do total da UE, logo à frente
da França (19,1%); A Itália (10,2%) foi o único outro Estado-Membro com uma
percentagem de dois dígitos.
Durante o período que abrange 2011 a 2021, registou-se uma diminuição de 0,1%
no nível de produção líquida de eletricidade na UE (conforme figura 20). Os maiores
aumentos globais foram registados na Croácia (34,5%), Noruega (23,8%) e Irlanda
(17,7%).
Entre os Estados-Membros da UE onde se registou um nível mais baixo de produção

de eletricidade em 2021 (em comparação com 2011), registou-se uma redução de mais
de 40% na Estónia e no Luxemburgo.
Figura 20 - Mudança geral líquida de eletricidade, 2011-2021
Mais da metade (58,1%) da eletricidade líquida gerada na UE em 2021 proveio de

fontes primárias não combustíveis. Menos da metade (41,9%) provinha de
combustíveis (como gás natural, carvão e petróleo).
Um quarto (25%) veio de centrais nucleares. Entre as fontes de energia renováveis

apresentadas na figura 15, a maior parcela da geração líquida de eletricidade em 2021
foi proveniente de turbinas eólicas (13,7%), seguida por usinas hidrelétricas (13,3%) e
energia solar (5,8%).

13
Figura 21 - Geração líquida de eletricidade, UE, 2021
A importância relativa das fontes de energia renováveis em relação à produção

líquida de eletricidade na UE cresceu entre 2011 e 2021, de 19,5% para 33%, enquanto
se registou uma diminuição relativamente grande na importância dos combustíveis
fósseis, de 51,8% para 41,9%, e também uma redução na quota de eletricidade gerada
a partir de centrais nucleares de 28,5% para 25%.
Entre as fontes de energia renováveis, a proporção de eletricidade líquida gerada a

partir da energia solar e eólica aumentou muito, de 1,7% em 2011 para 5,8% em 2021
para a energia solar e de 5,8% em 2011 para 13,7% em 2021 para turbinas eólicas.
Durante o período de 10 anos, entre 2011 e 2021, o consumo de eletricidade pelo

setor residencial aumentou 6,2% na UE (conforme figura 16). Estes números sobre o
consumo global de eletricidade pelo setor residencial, serão provavelmente
influenciados, em parte, pelo número médio de pessoas que vivem em cada agregado
familiar e pelo número total de agregados familiares, ambos ligados a acontecimentos
demográficos.
Outras influências incluem o grau de posse e utilização de eletrodomésticos e bens

de consumo, bem como a utilização de dispositivos de poupança de energia.

14
Figura 22 - Consumo de eletricidade pelo setor residencial, UE, 2021
O consumo de eletricidade pelo setor residencial aumentou a um ritmo muito mais

rápido do que a média da UE entre 2011 e 2021. Em Malta (onde o crescimento global
foi de 71,2%), enquanto se registou um aumento de 32,5% na Eslováquia e um
aumento de 30,3% na Lituânia. No outro extremo da escala, o consumo doméstico de
eletricidade caiu em três Estados-Membros da UE, em Itália (-4,4%), Espanha (-3,9%)
e Países Baixos (-1,3%).
4.6 Participação de Mercado
Uma medida utilizada para monitorar a extensão da liberalização do mercado

elétrico é a quota de mercado do maior produtor de cada país (ver figura 17). Três
Estados-Membros da UE — Chipre, França e Croácia — comunicaram percentagens de
pelo menos 70%. A partir dos dados de 2016, Malta também reportou uma
percentagem elevada. As percentagens mais baixas foram registadas na Lituânia
(16,9%) e na Itália (17%). Especialmente no caso da Polónia, a maior quota de
produção de eletricidade comunicada corresponde a uma unidade de um operador de
maior dimensão.
Figura 23 - Participação de mercado da maior empresa de geração de energia elétrica, UE, 2016-2021

15
4.7 Mix Energético e Dependência
A dependência do mix, varia de acordo com cada país, as suas condições e as suas
necessidades. Fez-se uma breve análise dessa dependência, com algum foco entre
Portugal, Alemanha e na UE.
De acordo com dados estatísticos da Destatis (ver figura 18) a eletricidade

produzida na Alemanha partir de fontes de energias não renováveis e renováveis,
entre 2022 e 2023, tiveram uma contribuição de 52,9% e 51,4% das energias não
renováveis e de 47,1% e 48,6% das energias renováveis, com participação de 13,2% e
14,6% de gás natural, respetivamente.
Figura 24 - Eletricidade produzida na Alemanha entre 2022-2023
Tal como nos anos anteriores, o carvão foi a principal fonte de energia na produção
de eletricidade na Alemanha em 2022. Com base em resultados provisórios, o Serviço
Federal de Estatística (Destatis) informa que um terço (33,3%) da eletricidade
produzida na Alemanha e alimentada na rede foi gerada por centrais elétricas a carvão
(2021: 30,2%).
Isto significa que a eletricidade gerada a carvão aumentou 8,4% em comparação

com o ano anterior. A energia eólica foi a segunda fonte de energia mais importante.
Depois de o ano anterior ter sido relativamente calmo, a sua participação aumentou
9,4%, para pouco menos de um quarto (24,1%) da produção de eletricidade (2021:
21,6%).
No total, 509 mil milhões de quilowatts-hora de eletricidade foram produzidos e

alimentados na rede na Alemanha em 2022. Isto representou uma diminuição de 1,9%
em comparação com 2021.

16
Já em Portugal Continental, entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2023 foram
geradas 3133 GWh de eletricidade, dos quais 67,0% tiveram origem renovável, de
acordo com a figura 19, publicado pela Associação de Energias Renováveis – APREN.
Figura 25 - Balanço de produção de eletricidade Portugal Continental 2023
A figura 26 mostra a evolução da produção elétrica em Portugal Continental entre

2021/09-2023/09.
Figura 26 - Evolução da produção de eletricidade por Fonte em Portugal Continental, 2021/09-2023/09
Em setembro de 2023 a incorporação renovável na geração de eletricidade foi de

55,9 %. Por sua vez, os centros electroprodutores térmicos fósseis representaram
35,1 %.
Em 2022, a UE produziu cerca de 2641 TWh (terawatt-hora) de eletricidade,

segundo dados estatísticos da Eurostat. Sendo quase 40% provieram das fontes
renováveis. Os combustíveis fósseis representaram 38,6% e a eletricidade nuclear mais
de 20%. O gás foi o principal combustível fóssil utilizado para produção de eletricidade
(19,6%), seguido do carvão (15,8%), como se pode ver na figura 27.

17
Figura 27 - Produção líquida de eletricidade na UE, por tupo de combustível em 2022
5 Custos de Energia na UE
No mercado da energia, em especial energia elétrica, são vários fatores que
acondicionam os preços da eletricidade, desde aos custos de manutenção, de serviços
e de exploração das redes elétricas, etc. Englobam também os custos de energia
primária.
5.1 Preços de Eletricidade na UE em 2023
Para os consumidores domésticos na UE, os preços da eletricidade no primeiro

semestre de 2023 foram mais elevados nos Países Baixos (€ 0,4750 por KWh), Bélgica
(€ 0,4350 por KWh), Roménia (€ 0,4199 por KWh) e Alemanha (€ 0,4125 por KWh) –
conforme figura 28.
Os preços mais baixos foram observados na Bulgária (€ 0,1137 por KWh), Hungria
(0,1161€ por KWh) e Malta (0,1256€ por KWh).
Figura 28 - Preços de eletricidade consumidores domésticos, UE, 2023

18
Os consumidores não domésticos são definidos, para efeitos do presente artigo,
como consumidores de média dimensão com um consumo anual entre 500 MWh
(Mega Watt-hora) e 2 000 MWh.
Tal como ilustrado na Figura 29, os preços da eletricidade no primeiro semestre de

2023 foram mais elevados em Itália (0,2525 euros por KWh) e em Chipre (0,2471 euros
por KWh).
Os preços mais baixos foram observados na Finlândia (0,0808 euros por KWh) e na
Suécia (0,1121 euros por KWh).
O preço médio da UE no primeiro semestre de 2023 foi de 0,1833 euros por KWh.
Figura 29 - Preços de eletricidade consumidores não-domésticos, UE, 2023

19
5.2 Preços de Gás Natural na UE em 2023
Para os consumidores domésticos na EU, os preços do gás natural no primeiro

semestre de 2023 foram mais elevados nos Países Baixos, Suécia e Dinamarca e os
mais baixos na Hungria, Croácia e Eslováquia (conforme figura 30).
O preço do gás natural para as famílias nos Países Baixos (0,2481 euros por
quilowatt-hora (KWh)) foi mais de sete vezes o preço cobrado na Hungria (0,0337
euros por KWh) e 157% superior ao preço médio da UE (0,1187 euros por KWh).
Figura 30 - Preços de gás natural na UE, consumidores domésticos, 2023
Para os consumidores não domésticos na UE, os preços do gás natural no primeiro

semestre de 2023 foram mais elevados na Suécia (€ 0,1197 por KWh) 45% acima da
média da UE, seguido pelo Luxemburgo (0,1185 euros por KWh). A Suécia e o
Luxemburgo consomem muito pouco gás natural. Os preços mais baixos foram
registados em Portugal (0,0530€ por KWh) (conforme figura 31).

20
Figura 31 - Preços de gás natural na UE, consumidores não-domésticos, 2023
O preço médio da UE — uma média ponderada utilizando os dados mais recentes

(segundo semestre de 2022) para o consumo de gás natural por consumidores não
domésticos — foi de 0,0826 euros por KWh.

21
6 Considerações Finais
Após algumas investigações, e de observações aos vários gráficos que mostram o

comportamento de consumo e produção de energia na UE, e da dependência de
energia para o funcionamento do setor industrial, este que tem um papel importante
no desenvolvimento da economia de qualquer país, e o crescimento exponencial de
da procura no setor residencial devido ao crescimento de agregados familiares,
percebe assim, a necessidade de criar alternativas, de modo a fornecer energia limpa
e relativamente mais barato.
O mix energético global baseia-se em combustíveis fósseis que emitem enormes

quantidades de gases do efeito estufa, causando alterações climáticas e graves
consequências no nosso planeta.
Nas últimas duas décadas, as energias renováveis aumentaram a sua participação

na mitigação dos efeitos sobre o clima e reduziram significativamente a dependência
de combustíveis fósseis.
O gás natural apesar de ser um combustível fóssil, é, portanto, considerado menos

poluente (combustível fóssil amigo do ambiente).
Infelizmente, e como se observou em alguns gráficos, apesar de alguma

contribuição significativa das energias renováveis na produção de eletricidade, ainda
assim, as energias renováveis não conseguirão satisfazer 100% da procura e a elevada
variabilidade do fornecimento de eletricidade baseada em novas fontes limpas: eólica
e solar. Além disso, são de realçar duas oportunidades relevantes: o crescimento do
consumo de energia e a expansão do negócio de GNL. Estas descobertas indicam que
o gás natural atuará como um combustível-ponte na transição para energias limpas.
Uma das principais tarefas que os governos enfrentam é fornecer energia acessível
às pessoas, limitando ao mesmo tempo os efeitos do aquecimento global sobre o
tempo e o clima. O gás natural – como o combustível fóssil mais ecológico – ajudará a
tornar este esforço bem-sucedido, tornando-se o “combustível fóssil-ponte” na
transição energética.

22
7 Conclusão
Com a necessidade de redução da dependência energética e a redução da poluição
do meio ambiente, e tendo em conta a necessidade crescente de consumo de energia,
o gás natural mostrou-se uma alternativa ecológica e económica em relação aos outros
fósseis, o que satisfaz a necessidade de redução de gases do efeito estufa.
O gás natural tem um papel cada vez mais importante no balanço energético da UE.
Assegura 25% do consumo bruto de energia da UE, sendo especialmente importante
no aquecimento de habitações e produção de eletricidade.
O gás natural aumentou significativamente a sua participação no mix elétrico, como

se pode (ver na figura 8), exemplo de Portugal, com contribuição de 59%,
ultrapassando a produção nuclear e hídrica.
A maioria dos países da UE é totalmente ou quase totalmente dependente das

importações para fazer face às necessidades de gás e o abastecimento parece estar
por dominado por um único país, a Rússia, apesar deste fenómeno ter reduzido nos
últimos anos. E também a dependência de uma única fonte ou de uma única rota de
transporte representa um perigo para o aprovisionamento.
É preciso criar rotas alternativas e assegurar aprovisionamento de gás natural para

que este tenha um papel importante no mix energético elétrico, visto que as energias
renováveis não conseguirão satisfazer nos períodos em que o consumo supera a
oferta, como se vê na figura 26, que é o caso de Portugal.

23
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explained/index.php?title=Electricity_price_statistics#Electricity_prices_for_household_consumers
explained/index.php?title=Natural_gas_price_statistics#Natural_gas_prices_for_household_consumer

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Segundo a EDP – Energias de Portugal, e de acordo com o gráfico da figura 8, o gás

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Podemos observar esta tendência através do gráfico da figura 10.

Figura 10 - Energia bruta disponível, UE, 1990-2021

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Figura 11 - Evolução da demanda interna de gás natural, UE, 1990-2022

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Em 2022, a Alemanha, a Itália e a França registaram a procura interna mais elevada,

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Figura 13 - Balanço provisório de gás natural em mil terajoules, EU, 2021-2022

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A produção de gás natural na UE continuou a sua tendência decrescente, caindo

Figura 15 - Produção primária de gás natural, por país produtor

4.4 Importação de Gás Natural na UE

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4.5 Produção e Consumo de Eletricidade na UE

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