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UNIVERSIDADE DE LISBOA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

Anexos

Paula Ribeiro

MESTRADO EM EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

Área de especialidade em Organização e Gestão da Educação e da Formação

Relatório de Estágio Orientado pela Professora Doutora

Estela Mafalda Inês Elias Fernandes da Costa

2018
Índice de Anexos
(em formato digital)

Anexo 1 – Mapeamento de trabalhos realizados sobre a Inspeção da Educação 2007-2016 ........ 1

Anexo 2 - Mapeamento de (alguns) relatórios de Estágio e Trabalhos de Projeto sobre a IGEC


(2012-2016) .............................................................................................................................. 3

Anexo 3-Guião da Entrevista ao Inspetor (E1) .......................................................................... 4

Anexo 4- Protocolo da Entrevista a E1 ...................................................................................... 8

Anexo 5- Grelha de análise da Entrevista a E1 ........................................................................ 19

Anexo 6- Protocolo do Questionário a Q1 (ATIN) .................................................................. 33

Anexo 7- Protocolo do Questionário a Q2 (ATIN) .................................................................. 38

Anexo 8- Protocolo do Questionário a Q3 (ATIN) .................................................................. 41

Anexo 9- Protocolo do Questionário a Q4 (ATIN) .................................................................. 43

Anexo 10- Protocolo do Questionário a Q5 (ATIC)................................................................. 45

Anexo 11- Protocolo do Questionário a Q6 (ATIC)................................................................. 51

Anexo 12- Protocolo do Questionário a Q7 (ATIS) ................................................................. 54

Anexo 13- Protocolo do Questionário a Q8 (ATIS) ................................................................. 57

Anexo 14- Protocolo do Questionário a Q9 (ATIS) ................................................................. 63

Anexo 15- Análise de conteúdo dos Questionários .................................................................. 67

Anexo 16- Planificação de um documento auxiliar à atividade do ATE ................................... 85

Anexo 17 – Cronograma das Atividades ............................................................................... 104

Anexo 18 – Notas de Campo................................................................................................. 108


Anexo 1 - Mapeamento de trabalhos realizados sobre a Inspeção da Educação 2007-2016

•Ferreira,M. (2000). IGE- Para quem? IGE Informação,Ano.8,nº1.

•Mota,M.,Afonso,O.(2000). Validade e Fiabilidade no processo de inspeção. IGE Informação,Ano.8,nº1.

2000 Boletim •Silva,A.(2000). Nova Etapa, novos desafios para a Inspeção-Geral da Educação. IGE Informação,Ano.8,nº1.
Informativo
da IGE •Valadas,F.,Caeiro, M. Programa IV: Intervenção Inspetiva, ação disciplinar e provedoria. IGE Informação,Ano.8,nº1

Conferências •Azevedo, J.M. (2007). Avaliação externa das escolas em Portugal. In Conferência As Escolas face a novos desafios. Lisboa: Presidência Portuguesa da União Europeia.
2007

Revistas •Lucas, C. (2008). A Intervenção da inspeção na educação. Portugal: Revista portuguesa de pedagogia, Ano 42-1, 5-26.
2008 (artigos)

Revistas •Luís M.,Costa,J.(2009). A auto-avaliação das escolas em Portugal: um olhar através dos relatórios da IGE. Revista Portuguesa de Investigação Educacional,A.8,nº8.

2009 (artigos)

•Pires, A. (2009). A influência das inspeções europeias na regulação das políticas educativas da Inspeção – Geral de Educação. In Sociedade Portuguesa de Ciências da
Educação. X Congresso.
Congressos

•Bruggen,J.(2010). Inspectorates of Education in Europe; some comparative remarques about their tasks and work. SICI.

2010 Revistas •Lucas, C. e Azevedo, J.J. (2010). A Inspeção da Educação em Portugal. In Revista Avances en Supervisión Educativa

(artigos)

•Afonso, N., Costa, E. (2011). A Avaliação externa das escolas: Um instrumento de Regulação Baseado no Conhecimento. In Barroso (org.) e Afonso. Políticas Educativas:
81 mobilização de conhecimento e modos de regulação. Vila Nova de Gaia: Fundação Manuel Leão
2011 Livros

1
•Clarke,J., & Ozga,J.(2011). Governing by Inspection? Comparing school inspection in Scotland and England. Social Policy Association conference, University of Lincoln.

•Costa, E. & Pires, A. (2011). The Role of the European Inspections in the European Educational Space-echoes from Portugal. Regarding the Assessment of Schools.
Research in Higher Education Journal, 13.
Revistas

Teses •Brigas, J. (2012). Modelos de Avaliação Externa das Escolas – O caso português no contexto europeu. Universidade Aberta.

2012 Relatórios •Fialho,I. et al.(2012). Relatórios internacionais e europeus, um olhar sobre a AEE em Portugal. CIIE - Centro de Investigação e Intervenção Educativas.

•Fialho,I. et al.(2013). Os contraditórios na Avaliação Externa das Escolas. Consensos e divergências. Conferência no Seminário Avaliação externa de escolas. Percursos,
consensos e divergências, realizada na Universidade de Évora.
Conferências

•Morgado,J. et al.(2013). A contextualização curricular como referente da avaliação externa das escolas. Atas do XII Congresso Internacional Galego-Português de
2013 Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho
Congressos

•Carvalho,M,(2014). Atividade Inspetiva em Educação: representações de professores e inspetores. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro: Dissertação de Mestrado
em Ciências da Educação.
Dissertações
2014
•Morgado,G.,Seabra,F.(2014). Repercussões da Avaliação Externa das Escolas nas Práticas Curriculares das Lideranças Intermédias. Currículo na contemporaneidade:
internacionalização e contextos locais.
Teses

Revistas •Ozga,J. e Lawn,M.(2014). Frameworks of Regulation: Evidence, Knowledge and Judgment in Inspection. Sisyphus 1 Journal of Education: University of Lisbon,vol.02,issue 1.
(artigos)

Revistas •Brooks,J.,Sivesind.K.(2015). State school inspection policy in Norway and Sweden (2002–2012): a reconfiguration of governing modes? Journal of Educational Policy,Vol.30,
2015 No.3: Governing By numbers.
(artigos)

Teses  Guerreiro,H. (2015). Para a compreensão da sustentabilidade da autoavaliação das escolas : um estudo de caso múltiplo em escolas públicas portuguesas .IE

2016 Revistas •Costa,N., Sousa,J.(2016). Intermediate Leaderships perceptions on Schools’ External Evaluation. European Journal of Curriculum Studies, Vol. 3, No. 1.

2
Anexo 2 - Mapeamento de (alguns) relatórios de Estágio e Trabalhos de Projeto sobre a IGEC (2012-2016)

 Lemos,D.(2012). Avaliação Externa das Escolas em Portugal e das Escolas Europeias – Uma perpetiva comparativa. Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto da
Educação.
2012
 Martins,S.(2012). A atividade da Organização do Ano Letivo: Um olhar a partir dos incumprimentos e das recomendações. Relatório de Estágio. Lisboa:
Instituto de Educação.
 Rocha,P.(2012). Que ruturas e que continuidades do antigo para o atual modelo de avaliação externa das escolas. Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto de
Educação.
 Rodrigues,R.(2012). Dinâmicas Internas na autovaliação de escola. Contributo para um plano de melhoria. Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto de Educação.
 Oliveira,T.(2013). Percepções da Equipa de Avaliação Externa relativamente às suas práticas de avaliação. Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto de Educação.
2013

 Gonçalves ,A. (2014). As representações das equipas de avaliação externa da IGEC na dimensão relativa à autoavaliação das escolas. Relatório de Estágio.
Lisboa: Instituto de Educação.
2014
 Saraiva,S. (2014). A inspeção-Geral da Educação e Ciência Enquanto espaço de confluência de conhecimento. Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto de
Educação.
 Santos,P.(2015). Supervisão, Liderança e Trabalho Colaborativo Nos Relatórios de Avaliação Externa das escolas. Lisboa: Instituto de Educação.
 Tempera,M.(2015). Planos de Melhoria, Aprendizagem Organizacional e Regulação da Educação – Uma análise dos planos de melhoria das escolas da Área
2015
Territorial de Inspeção de Lisboa e Vale do Tejo (2012/2013). Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto de Educação.
 Belo,R.(2016). Um olhar sobre a cultura organizacional da Inspeção-Geral da Educação e Ciência- perceções sobre o contexto e os seus atores. Relatório de
Estágio. Lisboa: Instituto de Educação.
2016  Correia,S.(2016). Um olhar sobre o perfil profissional do inspetor de educação e a atividade de acompanhamento da IGEC aos Jardins de Infância da Rede
Privada – IPSS. Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto da Educação.
 Jareta,P.(2016). Whole School Inspection nas Escolas Europeias: desafios e contradições. Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto de Educação.
 Rodrigues,S.(2016). Inspeção-Geral da Educação e Ciência e Avaliação Externa das escolas: o caso da autoavaliação de um agrupamento de escolas.
Relatório de Estágio. Lisboa: Instituto de Educação.

3
Anexo 3-Guião da Entrevista ao Inspetor (E1)

Entrevistado: Coordenador da atividade do ATE

Objetivo Geral: Conhecer a Atividade de Acompanhamento ao Apoio Tutorial Especifico realizada pela IGEC

Objetivos
Blocos Temáticos Questões/Tópicos Observações
Específicos

Apresentar o Este trabalho é realizado no âmbito do Mestrado em Educação Referir o contributo do entrevistado para a entrevista
projeto de e Formação
investigação
Esta entrevista tem como objetivo principal conhecer a Proporcionar ao entrevistado um ambiente que lhe permita
Explicitar os Atividade de Acompanhamento ao Apoio Tutorial Especifico estar confortável para que possa falar livremente sobre os
objetivos gerais da realizada pela IGEC. seus pontos de vista
entrevista
Para tal, pretendo compreender em que consiste a atividade de
Informar o Acompanhamento ao ATE, qual o processo de preparação
Bloco A
entrevistado sobre desta atividade, como se caracteriza o trabalho dos inspetores,
Legitimação da Entrevista a e como são operacionalizados e apresentados os resultados da
confidencialidade atividade inspetiva.
da entrevista e a
manutenção do Este trabalho destina-se a fins unicamente académicos. A sua
seu anonimato. contribuição é essencial para a concretização deste estudoEsta
entrevista é de cariz anónimo e confidencial.
Pedir autorização
para gravar a Posso gravar a entrevista?
entrevista.

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Formação e
- Qual a sua formação inicial? Analisar o percurso profissional e acadêmico
atividade
profissional do
entrevistado - Há quantos anos trabalha na IGEC?

Conhecer a função - Em que atividades se encontra envolvido?


do entrevistado no Funções desempenhadas enquanto coordenador: perceber o
papel do entrevistado na atividade
âmbito da - Quais são as principais funções que desempenha, no âmbito
Bloco B atividade de da atividade de Acompanhamento do ATE?
acompanhamento
Caraterização do
do ATE Apurar as competências – chave e entender a importância
entrevistado - Que competências considera essenciais para o desempenho
dos conhecimentos e da experiência na área do 2º e 3º ciclos
dessas funções?- Que competências considera indispensáveis
Conhecer as do Ensino Básico, para o desenvolvimento da atividade
para o desempenho das suas funções?
competências
consideradas - Em que medida essas competências se distinguem das que
necessárias para necessita para outras atividades da IGEC?
desempenhar as
suas funções

Conhecer a
Existência de outros coordenadores e ou inspetores
atividade de ATE
e a Equipa a nível - Podia falar-me um pouco do contexto em que surge a
Central atividade do ATE?
Membros da equipa e interlocutores
- Em sua opinião, por que razão esta é uma atividade
Conhecer os importante para a IGEC?
Bloco C
principais
Caracterização da Atividade interlocutores - Quais são os objetivos e propósitos da atividade?
de Acompanhamento do
ATE - Podia descrever o dispositivo de intervenção da IGEC?
Conhecer a
opinião do
- De que forma são constituídas as equipas de
entrevistado
acompanhamento? A que critérios obedece o processo de
acerca das
expetativas formação das mesmas?
colocadas pela
- Como é constituída a equipa a nível central?- Qual o nº de
IGEC na atividade
do ATE

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inspetores envolvidos no processo?

- O que sucede desde que são designadas as equipas até ao


momento em que vão para o terreno? Quais os principais
interlocutores das escolas que aderiram à atividade de
acompanhamento do ATE? - Na sua opinião, quais as
expetativas colocadas pela IGEC na atividade de
acompanhamento do ATE?

- Quais são as fases correspondentes de planeamento da


Conhecer o atividade do ATE?
planeamento e Fases e Metodologias da atividade
concretização da - Quais são as metodologias de acompanhamento? Qual a sua
opinião sobre estas metodologias?Relativamente ao modo Critérios de Seleção das escolas
atividade de
acompanhamento como ocorre a montagem do dispositivo da atividade : - Critérios de Seleção dos Professores Tutores
do ATE Determinada a equipa e as escolas a intervencionar, como é
feita a preparação da atividade em específico? Equipa de Inspetores
Bloco D Critérios de Seleção dos inspetores
- Como se desenrola a observação das práticas do ATE?
Processo de preparação e Fases e momentos de planeamento até à ida ao terreno
concretização da atividade - Fale-me um pouco em que media é que a atuação no terreno Perceber o funcionamento da 2ª intervenção (de
do ATE difere e é semelhante da das outras atividades da IGEC. continuidade) e aquilo que acontece, caso se verifiquem os
mesmos aspetos após essa intervenção
- Em que medida o ATE pode ajudar a incrementar a Perceção da relação dos inspetores com a comunidade
autoeficácia e a autorregulação dos alunos? educativa
-Qual a importância do psicólogo na atividade do ATE? Contributos do ATE

- Qual considera ser o perfil ideial do professor tutor?

- Como é a sua relação enquanto inspetor com a comunidade

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educativa?- De que modo é realizada a divulgação dos
resultados à respetiva comunidade educativa?

-Deseja colocar mais alguma questão? - Dúvidas que o entrevistado possa ter

Perceber se o - Ao que foi dito quer acrescentar mais alguma informação - Informação relevante ou algum acréscimo
entrevistado tem que ache relevante?
dúvidas ou -Referir o contributo do entrevistado para a entrevista
Bloco E questões
Finalização da Entrevista

Agradecimentos

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Anexo 4- Protocolo da Entrevista a E1
E1: Entrevistador

E2: Entrevistado

Duração: 33 min e 40 seg

E1 Boa Tarde!

E2 Boa Tarde.

E1 Antes de mais quero agradecer o seu contributo para esta entrevista. Este trabalho é
realizado no âmbito do Mestrado em Educação e formação, tendo a realização desta
entrevista o objetivo principal de conhecer a Atividade de Acompanhamento ao Apoio
Tutorial Especifico realizada pela IGEC.

Uma vez que a entrevista é de cariz anónimo e confidencial, concede-me permissão para
a gravar?

E2 Sim,claro.

E1 Numa primeira instância, antes de passarmos propriamente à atividade do ATE, gostaria


de lhe fazer umas perguntas acerca do seu percurso acadêmico e profissional, assim
como as funções que desempenha na Inspeção. Desse modo, qual é a sua formação
inicial?

E2 A minha formação inicial é em Línguas e Literaturas Modernas, Estudo Portugueses e


Franceses, portanto vocacionado para o ensino. Depois fiz o respetivo estágio.

E1 Muito bem.

E2 E fui professor de Português e Francês durante alguns anos.

E1 E há quantos anos trabalha na inspeção?

E2 Trabalho há dez anos na inspeção.

E1 E em que atividade se encontra envolvido? Neste momento.

E2 Portanto, as atividades que os inspetores realizam são várias, são diversificadas.

E1 Exato.

E2 Para além do Apoio Tutorial Especifico, normalmente participo também nas atividades
de organização do ano letivo, que é uma atividade que a inspeção tem que é feita no

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início de cada ano letivo, para verificar como é que as escolas organizaram o ano letivo
em termos de elaboração de horários, de turmas, esses processos.

Depois, participo também na avaliação externa das escolas, que agora está em estudo
para o próximo ciclo. Há um grupo de trabalho que está a trabalhar para definir o
modelo do próximo ciclo, e portanto, neste momento não é uma atividade que se
encontra neste momento no terreno, mas até ao ano passado também participei sempre
nesse trabalho da inspeção. Participo também na atividade de acompanhamento da Ação
Educativa, que é uma outra atividade que a Inspeção desenvolve no âmbito do
acompanhamento, e depois todas as outras tarefas que também incumbem à inspeção,
nomeadamente a realização de inquéritos, de averiguações….mas basicamente são estas
as atividades que maioritariamente realizo.

E1 E que competências considera indispensáveis para o desempenho das suas funções?

E2 Então…para se ser inspetor temos que ter um bom conhecimento do Sistema Educativo,
portanto formação e experiência na área, nas questões pedagógicas, princípios de
funcionamento das escolas e do Sistema Educativo. Depois temos que ter a capacidade
de saber avaliar, analisar e ajuizar…são as competências mais importantes que qualquer
inspetor em qualquer atividade tem que ter. Porque em qualquer atividade nós temos que
saber analisar uma determinada situação, temos que saber ajuizar, temos que saber
avaliar...penso que são estas as competências básicas ou essenciais para um inspetor
levar a cabo o seu trabalho.

E1 Ok,muito bem.

Agora mais concretamente em relação à atividade do Apoio tutorial especifico, quais são
as funções que desempenha?

E2 Portanto, no Apoio Tutorial Especifico, além de como inspetor fazer a atividade no


terreno, eu tenho também as funções de coordenação da atividade, portanto, no fundo
sou o responsável pela coordenação do trabalho ao nível nacional, do funcionamento da
inspeção. Articulo com os outros colegas do Centro e do Norte, que são os responsáveis
locais tudo o que tem a ver com a atividade, com os instrumentos que são concebidos,
com os timings que são definidos, portanto…no fundo estudamos todo o processo e
apresentamos propostas à direção da inspeção, que depois aprova ou não, não é , em
função da análise que é feita. Depois, acumulo ainda as funções de interlocutor. O
interlocutor é o responsável regional, ou seja eu sou também responsável pelo trabalho
ao nível da área territorial da inspeção do Sul. Portanto, faço essa coordenação do

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trabalho a este nível local, que é como até constatas-te, dá formação às equipas, sobre a
forma como terá que ser desenvolvida a atividade, sobre os instrumentos, sobre a
metodologia…portanto acumulo essas duas funções.

E1 Ok. E podia falar-me agora acerca do contexto em que surge a atividade do ATE?

E2 O contexto?

E1 Exato.

Portanto, o contexto…a atividade surgiu o ano passado em 2016 -2017 , numa altura em
que sai normalmente um despacho, que é o despacho da organização do ano letivo que
E2
presta uma série de orientações e de normas para as escolas cumprirem no âmbito da
organização desse ano letivo. E portanto no ano letivo 2016-2017 esse despacho
normativo, que é o despacho normativo nº.4 – A / 2016, instituía lá no artigo 12º o
Apoio Tutorial Especifico, portanto, como uma medida que é dirigida aos alunos do 2º e
3º ciclos, que acumulam duas ou mais retenções ao longo do seu percurso escolar.
Portanto, as escolas com base nessa orientação, teriam que em 2016-2017 instituir esta
medida dirigida a estes alunos. Portanto, ainda que a medida não assuma um carater
obrigatório, ou seja, as escolas não teriam que implementar obrigatoriamente esta
medida, portanto apenas lhes era dada esta possibilidade, como mais um recurso que as
escolas tinham ao seu dispor. E nesta sequência do despacho da organização do ano
letivo, o próprio Ministro da Educação faz um despacho dirigido à inspeção, solicitando
que a Inspeção- Geral da Educação e Ciência, emprenhe esta medida e até fornecia à
inspeção vertentes muito especificas do trabalho que a inspeção devia desenvolver…que
era acompanhar e avaliar o Apoio Tutorial Especifico, conhecer o grau de satisfação dos
alunos integrados na medida e identificar com práticas, aliás identificar boas práticas nas
escolas onde tal fosse possível, e depois remeter às escolas propostas de melhoria para
aperfeiçoar e melhorarem o seu trabalho. Portanto, esse despacho do Ministro da
Educação, além de incumbir a inspeção deste tipo de trabalho, dizia também que o
mesmo deveria ser feito em articulação com outros mecanismos do Ministério da
educação, nomeadamente com a Direção Geral da Educação e com a Direção – Geral de
Estatísticas da Educação e Ciência. Portanto, digamos que o Ministério da Educação,
estava mobilizado para acompanhar a implementação desta medida por parte das
escolas, na medida em ser feito um trabalho de maior qualidade que deve ser
aperfeiçoado.

E1 E na sua opinião, porque razão esta atividade é importante ?

É importante por se tratar de fato de uma medida nova, há qual foi dado uma orientação

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E2 específica, portanto o Ministério da Educação em articulação com a Universidade do
Minho, promoveu uma formação para os professores tutores, mediante na formação
baseada num determinado modelo não é, e esta atividade fazia todo o sentido para apoiar
digamos as próprias escolas a organizarem o seu trabalho. Além desta questão de se
tratar de um medida que vinha acompanhada de uma orientação para o desenvolvimento
do trabalho, era também uma medida nova e como tal as escolas por vezes nestas
medidas novas ou situações novas, enfrentam algumas dificuldades na implementação.
Portanto aqui a participação da inspeção é de fato bastante importante para apoiar as
escolas, para lhes propor sugestões de melhoria e contribuir assim para um maior
sucesso da medida.

E1 Muito bem. Podia agora descrever-me o dispositivo de intervenção da IGEC?

E2 Então, na sequência deste despacho normativo e do próprio despacho do ministro, que


incumbia á inspeção fazer este trabalho, foi delineado uma intervenção no sentido de
responder a estas exigências. E portanto a intervenção foi feita o ano passado, e que se
mantem este ano, é uma intervenção para acompanhar e avaliar o trabalho que é feito
pelas escolas. Portanto basicamente, a atividade incide em quatro aspetos fundamentais
do desenvolvimento da intervenção que se prendem com a forma como as escolas
constituíram os seus grupos de tutoria, os tutores, o cumprimento das regras do
normativo e depois perceber, como é que organizaram o apoio propriamente dito.
Portanto, que estratégias é que desenvolveram para divulgar e sensibilizar a comunidade
educativa para esta medida, como é que organizaram o processo, portanto depois com
vários itens analisar desde a questão de como definiram o perfil de professor tutor, como
é que constituíram os grupos e depois a própria dinamização das sessões de tutoria, que
nos chamamos como área de implementação do Apoio Tutorial Especifico. Portanto, que
trabalho efetivo é que os tutores estão a desenvolver nessas sessões. E para analisar estas
áreas a inspeção vai ao terreno, com equipas de dois inspetores, com instrumentos de
suporte, portanto um guião que materializa aqui uma recolha de informação sobre cada
um destes tópicos, durante dois, três dias e depois há uma analise de toda esta
informação e é devolvida aos agrupamentos escolas uma ficha síntese, que no essencial
apresenta em função da realidade que se analisou, apresenta às escolas e aos
agrupamentos um conjunto de propostas de melhoria para poderem aperfeiçoar o seu
trabalho. Basicamente esta é a intervenção de fundo da inspeção. No final do ano letivo,
esta intervenção além destes aspetos que eu falei agora, conta ainda com a análise do
grau de satisfação dos alunos e do impacto do Apoio Tutorial Especifico. Portanto, isto é
um trabalho que é feito em parceria com a Direção – Geral de Estatísticas da Educação e

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Ciência, que está neste momento a recolher dados que vão ser agora aplicados no final
do segundo período questionários aos alunos, que têm o ATE para perceber o que é que
eles acham esta medida, qual o seu grau de satisfação. Depois são também recolhidos
indicadores sobre a forma de como os professores vêm os impactos do Apoio Tutorial,
isto é, de que modo é que o Apoio Tutorial Especifico está a contribuir para os alunos
terem mais sucesso. Portanto as intervenções depois vão ser feitas do mês de julho,
numa outra dimensão, e integram também estas questões. Na altura já teremos estes
dados sobre o grau de satisfação dos alunos e do impacto do Apoio Tutorial, e são mais
dois campos que nós analisamos com as escolas.

Este ano, em 2018 além desta intervenção de fundo, a inspeção está também a
desenvolver duas outras intervenções, que vêm na sequência do trabalho iniciado em
2016-2017. Uma delas que se prende com a análise do trabalho que as escolas que foram
intervencionadas no ano passado mas que manifestaram dificuldades, este ano são
intervencionadas para se analisar a evolução que fizeram, e se superaram as dificuldades
que manifestaram e se implementaram outro tipo de práticas para que a medida tenha
mais eficácia. E depois vamos também fazer, e aliás já estamos a fazer, também outro
tipo de intervenção que se prende em conhecer as razões porque determinados
agrupamentos e escolas, não implementaram a medida. Não assume um carater
obrigatório como já tinha dito, mas esta intervenção é no sentido de perceber como é que
os agrupamentos … que tipo de trabalho é que os agrupamentos estão a fazer com estes
alunos, que têm as tais duas ou mais retenções. Portanto, ainda que não tenham
implementado a medida, o apoio tutorial específico, que medidas é que estão a
desenvolver com eles e de que forma é que estão a acompanhar e monitorizar a situação
escolar destes alunos, de modo a garantir que eles não venham a ter novamente mais
retenções.

E1 Relativamente á formação como são constituídas as equipas de acompanhamento…a que


critérios obedece o processo de formação das mesmas?

E2 Portanto, basicamente o critério…o ano passado como foi o primeiro ano da medida, os
inspetores…um grupo de inspetores, participou também em formações, que foram feitas
na Universidade do Minho pelos responsáveis que estão a fazer a formação dos
professores tutores. Portanto, a ideia ai com essa formação era capacitar os inspetores
sobre o modelo que estava a ser ensinado aos professores tutores, para desenvolverem a
tutoria e assim permitirem aos inspetores tomarem conhecimento desse trabalho e nas
escolas puderem no fundo, estabelecer uma relação mais profunda para analisar o
trabalho e perceber como é que estas estão a ser feitas. No fundo que todos falassem a

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mesma linguagem e que todos estivessem em sintonia. Portanto, os inspetores que
fizeram esta formação, um grupo logo, antes da atividade completada, em Dezembro do
ano passado, ou melhor em Dezembro de 2016, porque a atividade começou
concretamente no final de Janeiro de 2017. E portanto basicamente, as equipas são
constituídas por dois inspetores, onde um dos elementos tem sempre que ter feito essa
formação. Ou seja, qualquer equipa tem sempre que ter um elemento, um inspetor que
tenha feito essa formação em Braga. Para além disso, os inspetores são prestáveis,
portanto têm que desenvolver todas as atividades da inspeção, e depois a seleção
também é feita pelas chefias e portanto aqui também entra a questão do conhecimento
que as chefias têm dos inspetores e do à vontade que os inspetores têm a realizar esta ou
aquela atividade, e até das suas próprias competências…porque há inspetores que
preferem, que estão mais motivados e interessados em por exemplo desenvolver
atividades na esfera do acompanhamento, outros estão mais familiarizados com outro
tipo de trabalho na área disciplinar, e portanto, depois as chefias fazem esta gestão dos
recursos que lhe parecem mais adequados a integrar esta atividade. Sabendo sempre que,
um dos elementos terá que ter tido essa formação que eu falei da Universidade do
Minho, com o Professor Pedro Rosário.

E1 E quais são os principais interlocutores das escolas que aderiram à atividade de


acompanhamento do ATE?

E2 Os interlocutores das escolas, são sempre as direções em primeiro lugar. São sempre
com elas que estabelecemos logo os contatos prévios no sentido de organizar a
intervenção, e depois são também interlocutores diretos os professores tutores, as
equipas fazem também sempre entrevistas aos professores tutores, aos alunos que são os
principais interessados não é, os que têm o Apoio Tutorial Especifico, e aos psicólogos,
porque é expetável que os psicólogos tenham um papel muito interventivo no apoio à
organização do Apoio Tutorial Especifico. Portanto digamos que são esses os principais
interlocutores. Portanto, a direção das escolas sendo o principal responsável sobre todo o
trabalho, professores tutores, alunos e psicólogos.

E1 Ok, muito bem. E na sua opinião, quais são as expetativas colocadas pela Inspeção nesta
atividade?

E2 No fundo o que nós pretendemos com este trabalho é apoiar as escolas não é… é o
processo de implementação da medida, portanto aqui as expetativas vão sempre no
sentido de como será que as escolas organizaram a medida, e como é que estão a superar
os problemas. Penso que não se coloca aqui a questão de estarmos aqui com expetativas
elevadas ou não , relativamente ao assunto, a ideia é sempre de perceber como é que

13
iremos encontrar as escola nesta matéria e de que modo o nosso trabalho poderá ser útil
para a melhoria do processo.

E1 Ok

E2 Não sei se te respondi à questão Paula.

E1 Respondeu sim. Agora mais concretamente à atividade em si…

Quais é que são as fases correspondentes ao planeamento da atividade?

E2 Huum, portanto o planeamento da atividade…posso-me referir ao longo deste ano?

E1 Sim sim

E2 Aliás, tendo até em conta a experiência do ano passado e tendo em conta os documentos
que eu já te falei, nomeadamente o despacho normativo que institui o Apoio Tutorial,
bem como o despacho do Ministro, e dada já a experiência do ano passado, nós fizemos
várias reuniões e temos responsáveis pela coordenação do trabalho, portanto onde eu me
incluo tal como os meus colegas da zona norte e da zona centro da inspeção. Analisámos
o que poderia ser melhorado relativamente ao ano passado em termo dos instrumentos,
em termos da metodologia, em termos até do alargamento a outro tipo de intervenções
mais especificas, que foram aquelas que já falei, no sentido de perceber a melhoria das
escolas que foram então intervencionadas o ano passado e que tinham manifestado
problemas na implementação da medida e acompanhar as escolas novamente…também
perceber aquelas que não implementaram a medida como já tinha referido. Todo um
conjunto de análise, todo um conjunto de situações que são depois apresentadas à
direção da inspeção para aprovação destas propostas. Depois as escolas são
selecionadas, as escolas que vão ser intervencionadas em função de um levantamento
prévio que é feito pela DGEC, ou seja, pela Direção – Geral de Estatísticas da Educação
e Ciência, com base em determinado número de indicadores, como o número de alunos
que têm o Apoio Tutorial, as escolas que implementaram ou não implementaram a
medida. Ou seja, nós temos a situação toda do país e depois em função desses dados
vamos selecionar aquelas escolas em que o Apoio Tutorial tem grande impacto pelo
número de alunos envolvidos, e também procurando responder um pouco à diversidade
regional, porque as escolas com maior numero de alunos em Apoio Tutorial situam-se
nas zonas urbanas, aliás diria nas zonas suburbanas, portanto nas periferias das grandes
cidades…são por vezes contextos muito mais desfavorecidos mas esta atividade não
deixa de falar nas escolas situadas nas outras zonas do pais, precisamente porque
também procuramos responder a essa diversidade, e depois a seleção das escolas é feita

14
e posteriormente preparam-se as equipas através de reuniões de formação, informando-
as das alterações, da metodologia, de tudo o que é necessário para depois desenvolverem
o seu trabalho. Basicamente o planeamento é feito desta forma.

E1 Ok muito bem. As fases do planeamento são diferentes das dimensões certo? Ou seja,
são duas coisas diferentes? É que tenho essa dúvida há algum tempo.

E2 Na fase do planeamento em cada uma das intervenções?

E1 Exato.

E2 Cada uma tem o seu planeamento especifico, naturalmente… mas nós nunca
considerámos as intervenções de forma isolada e portanto essas duas intervenções a B e
a C , no fundo estão interligadas com a A e portanto todo o trabalho é planeado de forma
conjunta, ainda que depois nenhuma delas obedeça, por exemplo…as escolas que vão
ser selecionadas para a dimensão C normalmente são diferente da dimensão B não é…

E1 Pois é.

E2 Mas no fundo, há aqui um trabalho conjunto em que as diversas intervenções, as


diversas dimensões portanto são planeadas.

E1 Ok, respondeu à minha dúvida.

E2 Ok.

E1 E quais são as metodologias de acompanhamento?

E2 Portanto, as metodologias passam pela recolha de informação, pela forma como as


escolas implementaram a medida, portanto o conjunto de indicadores que nos permitem
depois analisar essa informação. Essa informação conjugamos ainda com as entrevistas,
portanto as entrevistas feitas aqueles responsáveis que já identifiquei anteriormente, isto
é, aos diretores, aos professores tutores, aos alunos, aos psicólogos e depois uma análise
de outros documentos, dependendo das escolas, documentos de organização da medida,
como é que a organizaram a um nível mais abrangente, e depois até das propostas que os
tutores utilizam nas sessões que muitas vezes são visíveis nas entrevistas e que nós
discutimos e percebemos que tipo de trabalho é que estão a desenvolver. Com base em
toda esta informação, no final do ano letivo também como já referi a esta informação é
ainda acrescentada o resultado dos questionários de satisfação aplicados aos alunos, e a
recolha de indicadores sobre o impacto do apoio tutorial. Portanto, é com base em toda
esta informação que a equipa da inspeção, que vai a cada um dos agrupamentos faz a sua

15
análise e propõe as suas propostas de melhoria aos agrupamentos, depois é devolvida
uma ficha, que chamamos de ficha síntese, que é um pequeno relatório de cada
agrupamento, em que se identificam um conjunto de propostas de melhoria, para que as
escolas possam melhorar e aperfeiçoar o seu trabalho. Portanto no fundo são estas as
metodologias de acompanhamento.

E1 E como se desenrola a observação das práticas do ATE?

E2 As práticas…ah! Não referi isso e agora ainda bem que me fizeste essa pergunta, porque
assim completa-se. Portanto, além das intervenções, das entrevistas e da recolha de
dados, dessa análise depois nós também observamos o contexto das tutorias. Portanto há
dois momentos, duas observações em que os inspetores de forma individual, para
também não causar transtorno nos grupos, vão observar esse Apoio Tutorial, no sentido
de ver qual é a participação dos alunos, que tipo de estratégias é que estão a ser seguidas
em termos de questão de trabalho, o espaço onde ocorre o apoio tutorial… portanto tudo
isso é objeto de fato de observação em dois momentos distintos.

E1 Na sua opinião, em que medida é que a atuação no terreno no âmbito desta atividade
difere por exemplo, de outro tipo de atividade da IGEC?

E2 Difere só no âmbito do enquadramento da atividade, portanto, a inspeção desenvolve


atividades de acompanhamento, atividades de controlo, atividades na vertente
disciplinar, e portanto como qualquer atividade de acompanhamento, essa segue o
mesmo tipo de metodologia, portanto é uma atividade que procura de fato analisar e
refletir com a escola, levar a escola a refletir sobre determinadas práticas, e apresentar
depois um conjunto de propostas de melhoria, para a melhoria, para aperfeiçoamento do
trabalho. Portanto basicamente as atividades de acompanhamento é isso que visam que é
a melhoria das escolas, portanto esta atividade tal como muitas outras de
acompanhamento que existem na inspeção, seguem essa filosofia.

E1 E em que medida é que o ATE pode ajudar a incrementar a autoeficácia e a


autorregulação dos alunos?

E2 Esse também é o nosso foco não é…

E1 Exato.

E2 Como eu disse à pouco, as equipas inspetivas também estiveram em Braga, para obter
formação, ou para obterem a formação que estava a ser dada aos professores tutores,
portanto para perceberem, como é que o trabalho em tutoria deveria ser desenvolvido e

16
como é que efetivamente, os professores tutores deverão levar os alunos a conseguirem
autorregular as suas aprendizagens, fundo a serem autónomos. Portanto o nosso discurso
é sempre na escola nesse sentido, é no fundo, procurar sobretudo junto dos professores
tutores, porque é a quem compete dinamizar o Apoio Tutorial em particular, perceber
que tipo de estratégias é que desenvolvem para desenvolverem nos alunos essas
competências autorregulatórias.

E1 Relativamente à figura do psicólogo…qual a sua importância no âmbito desta atividade?

E2 Portanto, o psicólogo tem importância na medida em que as questões de autorregulação


da aprendizagem se prendem com a área científica da psicologia, e o psicólogo encontra-
se constante habilitado para puder apoiar os professores tutores na organização deste
processo. O psicólogo pode ter um papel muito ativo no apoio aos professores tutores,
nas reentradas da formação, em ajudá-los a preparar determinadas sessões de tutoria, em
analisar determinados casos, até a monitorizar e acompanhar a eficácia da medida
portanto, aliás… aquilo que se verifica é que as escolas onde o psicólogo está envolvido
ou muito envolvido no apoio tutorial são escolas onde o trabalho tem maior qualidade.

E1 E qual considera ser o perfil ideal do professor tutor?

E2 Portanto o professor tutor basicamente deve ser alguém que tem uma capacidade enorme
de estabelecer empatia com os alunos, porque a boa relação entre o professor tutor e o
tutorando é de fato importantíssima para depois se desenvolver todo o trabalho,
relativamente à relação professor tutor/ tutorando, se está não for estabelecida, o apoio
tutorial está destinado ao fracasso. Portanto há todo um conjunto de competências de
comunicação, de relação com o aluno que é importante que o tutor tenha.

E1 De que modo é realizada a divulgação dos resultados à respetiva comunidade educativa?

E2 A escola quando recebe então a ficha síntese, portanto o relatório decorrente da


intervenção, devia divulgar e penso que divulga não é, esses resultados da intervenção
junto da sua comunidade e junto dos seus órgãos, do concelho pedagógico, do concelho
geral, no sentido de perceber que análise é que foi feita do trabalho, que propostas de
melhoria é que foram devolvida à escola. Num sentido muito mais amplo e abrangente, a
própria inspeção elabora depois um relatório nacional da atividade onde dá conta dos
resultados que foram apurados, tratando os dados recolhidos de todas as escolas que
foram intervencionadas e portanto esse relatório depois, que é muito completo e que
fornece um retrato muito claro sobre qual é a situação da medida no pais, é depois
divulgado na página da inspeção, e que fornece um manancial de informação, não só a

17
uma comunidade especifica mas no fundo à sociedade em geral. Aliás, no ano passado
como foi o primeiro ano de implementação da medida, foram até realizadas das Jornadas
do Apoio Tutorial Especifico em várias cidades do pais, portanto, em que eram
convidadas as escolas, com vários professores tutores e direções, portanto também
dessas jornadas foram também fornecidos ou transmitidos alguns resultados das
intervenções e do trabalho feito nesse âmbito. Agora nesse âmbito restrito da escola
decorrente de cada intervenção, a escola depois promove a divulgação do relatório, e há
escolas que inclusivamente recolhem indicadores no âmbito da sua autoavaliação,
recolhem indicadores segundo o próprio sucesso da medida e divulgam-nos não é, nos
seus órgãos, nas suas estruturas, nomeadamente, quantos alunos por exemplo, que têm
Apoio Tutorial transitaram, portanto são escolas que já têm uma determinada cultura de
reflexão e portanto tratam estes dados e divulgam-nos depois na escola.

E1 Só mais uma questão que eu me esqueci de perguntar anteriormente…

E2 Ok

E1 Qual é a sua relação enquanto inspetor com a comunidade educativa?

E2 A relação é profissional, portanto estabelece no contato com a escola, quando nós


solicitamos ajuda à direção na organização da intervenção e depois vários intervenientes
nas entrevistas, com os alunos, com os professores tutores, com os psicólogos. Portanto
a relação é sempre baseada nesse diálogo, com esses intervenientes no sentido de
analisarmos determinadas questões não é, de acordo com a metodologia da atividade, e
podemos refletir em conjunto e no fundo tentar encontrar propostas de melhoria para
melhoria e aperfeiçoamento do trabalho. É nesses modos que é estabelecida a relação
com a comunidade.

E1 Muito bem. Chegámos assim ao final da entrevista. Não sei se deseja acrescentar mais
alguma coisa ao que já foi dito anteriormente…

E2 Não Paula, acho que muito honestamente já disse tudo.

E1 Ok, obrigada pela sua colaboração.

E2 Qualquer coisa que precisares diz.

E1 Muito Obrigada!

E2 De nada.

18
Anexo 5- Grelha de análise da Entrevista a E1

Categorias Subcategorias Indicadores Unidades de Registo

1.O Entrevistado 1.1.Caraterização do 1.1.1. Formação do “A minha formação inicial é em Línguas e Literaturas Modernas, Estudo Portugueses e
Entrevistado entrevistado Franceses, portanto vocacionado para o ensino. Depois fiz o respetivo estágio (…)e fui
professor de Português e Francês durante alguns anos.”

1.1.2. Atividade “Trabalho há dez anos na inspeção.”


profissional do
entrevistado

1.1.3. Atividades em que “Para além do Apoio Tutorial Especifico, normalmente participo também nas
se encontra envolvido na atividades de organização do ano letivo, que é uma atividade que a inspeção tem que é
IGEC
feita no início de cada ano letivo, para verificar como é que as escolas organizaram o
ano letivo em termos de elaboração de horários, de turmas, esses processos. Depois,
participo também na avaliação externa das escolas, que agora está em estudo para o
próximo ciclo. Há um grupo de trabalho que está a trabalhar para definir o modelo do
próximo ciclo, e portanto, neste momento não é uma atividade que se encontra neste

19
momento no terreno, mas até ao ano passado também participei sempre nesse trabalho
da inspeção. Participo também na atividade de acompanhamento da Ação Educativa,
que é uma outra atividade que a Inspeção desenvolve no âmbito do acompanhamento, e
depois todas as outras tarefas que também incumbem à inspeção, nomeadamente a
realização de inquéritos, de averiguações….mas basicamente são estas as atividades
que maioritariamente realizo”.

1.1.4 . Principais funções (…) “ no Apoio Tutorial Especifico, além de como inspetor fazer a atividade no
no âmbito da atividade do
terreno, eu tenho também as funções de coordenação da atividade, portanto, no fundo
ATE
sou o responsável pela coordenação do trabalho ao nível nacional, do funcionamento
da inspeção. Articulo com os outros colegas do Centro e do Norte, que são os
responsáveis locais tudo o que tem a ver com a atividade, com os instrumentos que são
concebidos, com os timings que são definidos, portanto…no fundo estudamos todo o
processo e apresentamos propostas à direção da inspeção, que depois aprova ou não,
não é , em função da análise que é feita. Depois, acumulo ainda as funções de
interlocutor. O interlocutor é o responsável regional, ou seja eu sou também
responsável pelo trabalho ao nível da área territorial da inspeção do Sul. Portanto, faço
essa coordenação do trabalho a este nível local, que é como até constatas-te, dá
formação às equipas, sobre a forma como terá que ser desenvolvida a atividade, sobre
os instrumentos, sobre a metodologia…portanto acumulo essas duas funções.”

1.1.5. Competências (…)”para se ser inspetor temos que ter um bom conhecimento do Sistema Educativo,
indispensáveis para o

20
desempenho das suas portanto formação e experiência na área, nas questões pedagógicas, princípios de
funções funcionamento das escolas e do Sistema Educativo. Depois temos que ter a capacidade
de saber avaliar, analisar e ajuizar…são as competências mais importantes que
qualquer inspetor em qualquer atividade tem que ter. Porque em qualquer atividade nós
temos que saber analisar uma determinada situação, temos que saber ajuizar, temos que
saber avaliar...penso que são estas as competências básicas ou essenciais para um
inspetor levar a cabo o seu trabalho.

2. Atividade de 2.1. Caraterização da 2.2.1. Contexto da (…)” a atividade surgiu o ano passado em 2016 -2017 , numa altura em que sai
Acompanhamento ao Atividade atividade normalmente um despacho, que é o despacho da organização do ano letivo que presta
ATE
uma série de orientações e de normas para as escolas cumprirem no âmbito da
organização desse ano letivo. E portanto no ano letivo 2016-2017 esse despacho
normativo, que é o despacho normativo nº.4 – A / 2016, instituía lá no artigo 12º o
Apoio Tutorial Especifico, portanto, como uma medida que é dirigida aos alunos do 2º
e 3º ciclos, que acumulam duas ou mais retenções ao longo do seu percurso escolar.
Portanto, as escolas com base nessa orientação, teriam que em 2016-2017 instituir esta
medida dirigida a estes alunos. Portanto, ainda que a medida não assuma um carater
obrigatório, ou seja, as escolas não teriam que implementar obrigatoriamente esta
medida, portanto apenas lhes era dada esta possibilidade, como mais um recurso que
elas tinham ao seu dispor. E nesta sequência do despacho da organização do ano letivo,
o próprio Ministro da Educação faz um despacho dirigido à inspeção, solicitando que a
Inspeção- Geral da Educação e Ciência, emprenhe esta medida e até fornecia à
inspeção vertentes muito especificas do trabalho que a inspeção devia
desenvolver…que era acompanhar e avaliar o Apoio Tutorial Especifico, conhecer o
grau de satisfação dos alunos integrados na medida e identificar com práticas, aliás

21
identificar boas práticas nas escolas onde tal fosse possível, e depois remeter às escolas
propostas de melhoria para aperfeiçoar e melhorarem o seu trabalho. Portanto, esse
despacho do Ministro da Educação, além de incumbir a inspeção deste tipo de trabalho,
dizia também que o mesmo deveria ser feito em articulação com outros mecanismos do
Ministério da educação, nomeadamente com a Direção Geral da Educação e com a
Direção – Geral de Estatísticas da Educação e Ciência. Portanto, digamos que o
Ministério da Educação, estava mobilizado para acompanhar a implementação desta
medida por parte das escolas, na medida em ser feito um trabalho de maior qualidade
que deve ser aperfeiçoado.”

2.2.2. Importância “ É importante por se tratar de fato de uma medida nova, há qual foi dado uma
atribuída à atividade orientação específica, portanto o Ministério de Educação em articulação com a
Universidade do Minho, promoveu uma formação para os professores tutores,
mediante na formação baseada num determinado modelo não é, e esta atividade fazia
todo o sentido para apoiar digamos as próprias escolas a organizarem o seu trabalho.
Além desta questão de se tratar de um medida que vinha acompanhada de uma
orientação para o desenvolvimento do trabalho, era também uma medida nova e como
tal as escolas por vezes nestas medidas novas ou situações novas, enfrentam algumas
dificuldades na implementação. Portanto aqui a participação da inspeção é de fato
bastante importante para apoiar as escolas, para lhes propor sugestões de melhoria e
contribuir assim para um maior sucesso da medida.”

(…)”os professores tutores deverão levar os alunos a conseguirem autorregular as suas


2.2.3. Objetivos e
propósitos da atividade aprendizagens, no fundo a serem autónomos. Portanto o nosso discurso é sempre na
escola nesse sentido, é no fundo, procurar sobretudo junto dos professores tutores,

22
porque é a quem compete dinamizar o Apoio Tutorial em particular, perceber que tipo
de estratégias é que desenvolvem para desenvolverem nos alunos essas competências
autorregulatórias.”

(…)”garantir que eles não venham a ter novamente mais retenções.”

(…)”a atividade incide em quatro aspetos fundamentais do desenvolvimento da


intervenção que se prendem com a forma como as escolas constituíram os seus grupos
2.2.4. Dispositivo de
de tutoria, os tutores, o cumprimento das regras do normativo e depois perceber, como
intervenção da IGEC
é que organizaram o apoio propriamente dito. Portanto, que estratégias é que
desenvolveram para divulgar e sensibilizar a comunidade educativa para esta medida,
como é que organizaram o processo, portanto depois com vários itens analisar desde a
questão de como definiram o perfil de professor tutor, como é que constituíram os
grupos e depois a própria dinamização das sessões de tutoria, que nos chamamos como
área de implementação do Apoio Tutorial Especifico. Portanto, que trabalho efetivo é
que os tutores estão a desenvolver nessas sessões. E para analisar estas áreas a inspeção
vai ao terreno, com equipas de dois inspetores, com instrumentos de suporte, portanto
um guião que materializa aqui uma recolha de informação sobre cada um destes
tópicos, durante dois, três dias e depois há uma analise de toda esta informação e é
devolvida aos agrupamentos escolas uma ficha síntese, que no essencial apresenta em
função da realidade que se analisou, apresenta ás escolas e aos agrupamentos um
conjunto de propostas de melhoria para poderem aperfeiçoar o seu trabalho.
Basicamente esta é a intervenção de fundo da inspeção. No final do ano letivo, esta
intervenção além destes aspetos que eu falei agora, conta ainda com a análise do grau
de satisfação dos alunos e do impacto do Apoio Tutorial Especifico. Portanto, isto é um

23
trabalho que é feito em parceria com a Direção – Geral de Estatísticas da Educação e
Ciência, que está neste momento a recolher dados que vão ser agora aplicados no final
do segundo período questionários aos alunos, que têm o ATE para perceber o que é que
eles acham esta medida, qual o seu grau de satisfação. Depois são também recolhidos
indicadores sobre a forma de como os professores vêm os impactos do Apoio Tutorial,
isto é, de que modo é que o Apoio Tutorial Especifico está a contribuir para os alunos
terem mais sucesso. Portanto as intervenções depois vão ser feitas do mês de julho,
numa outra dimensão, e integram também estas questões. Na altura já teremos estes
dados sobre o grau de satisfação dos alunos e do impacto do Apoio Tutorial, e são mais
dois campos que nós analisamos com as escolas.”

“Este ano, em 2018 além desta intervenção de fundo, a inspeção está também a
desenvolver duas outras intervenções, que vêm na sequência do trabalho iniciado em
2016-2017. Uma delas que se prende com a análise do trabalho que as escolas que
foram intervencionadas no ano passado mas que manifestaram dificuldades, este ano
são intervencionadas para se analisar a evolução que fizeram, e se superaram as
dificuldades que manifestaram e se implementaram outro tipo de práticas para que a
medida tenha mais eficácia. E depois vamos também fazer, e aliás já estamos a fazer,
também outro tipo de intervenção que se prende em conhecer as razões porque
determinados agrupamentos e escolas, não implementaram a medida. Não assume um
carater obrigatório como já tinha dito, mas esta intervenção é no sentido de perceber
como é que os agrupamentos … que tipo de trabalho é que os agrupamentos estão a
fazer com estes alunos, que têm as tais duas ou mais retenções. Portanto, ainda que não
tenham implementado a medida, o apoio tutorial especifico, que medidas é que estão a
desenvolver com eles e de que forma é que estão a acompanhar e monitorizar a

24
situação escolar destes alunos(…)”.

2.2.5. Critérios de (…)”o ano passado como foi o primeiro ano da medida, os inspetores…um grupo de

formação das equipas inspetores, participou também em formações, que foram feitas na Universidade do
Minho pelos responsáveis que estão a fazer a formação dos professores tutores.
Portanto, a ideia ai com essa formação era capacitar os inspetores sobre o modelo que
estava a ser ensinado aos professores tutores, para desenvolverem a tutoria e assim
permitirem aos inspetores tomarem conhecimento desse trabalho e nas escolas
puderem no fundo, estabelecer uma relação mais profunda para analisar o trabalho e
perceber como é que estão a ser feitas. No fundo que todos falassem a mesma
linguagem e que todos estivessem em sintonia. Portanto, os inspetores que fizeram esta
formação, um grupo logo, antes da atividade completada, em Dezembro do ano
passado, ou melhor em Dezembro de 2016, porque a atividade começou concretamente
no final de Janeiro de 2017. E portanto basicamente, as equipas são constituídas por
dois inspetores, onde um dos elementos tem sempre que ter feito essa formação. Ou
seja, qualquer equipa tem sempre que ter um elemento, um inspetor que tenha feito
essa formação em Braga. Para além disso, os inspetores são prestáveis, portanto têm
que desenvolver todas as atividades da inspeção, e depois a seleção também é feita
pelas chefias e portanto aqui também entra a questão do conhecimento que as chefias
têm dos inspetores e do à vontade que os inspetores têm a realizar esta ou aquela
atividade, e até das suas próprias competências…porque há inspetores que preferem,
que estão mais motivados e interessados em por exemplo desenvolver atividades na
esfera do acompanhamento, outros estão mais familiarizados com outro tipo de

25
trabalho na área disciplinar, e portanto, depois as chefias fazem esta gestão dos
recursos que lhe parecem mais adequados a integrar esta atividade. Sabendo sempre
que, um dos elementos terá que ter tido essa formação que eu falei da Universidade do
Minho, com o Professor Pedro Rosário.”

2.2.6. Principais “Os interlocutores das escolas, são sempre as direções em primeiro lugar. São sempre

interlocutores das escolas com elas que estabelecemos logo os contatos prévios no sentido de organizar a
intervenção, e depois são também interlocutores diretos os professores tutores, as
equipas fazem também sempre entrevistas aos professores tutores, aos alunos que são
os principais interessados não é, os que têm o Apoio Tutorial Especifico, e aos
psicólogos, porque é expetável que os psicólogos tenham um papel muito interventivo
no apoio à organização do Apoio Tutorial Especifico. Portanto digamos que são esses
os principais interlocutores. Portanto, a direção das escolas sendo o principal
responsável sobre todo o trabalho, professores tutores, alunos e psicólogos.”

“No fundo o que nós pretendemos com este trabalho é apoiar as escolas não é… é o
2.2.7. Expetativas processo de implementação da medida, portanto aqui as expetativas vão sempre no
colocadas pela IGEC na sentido de como será que as escolas organizaram a medida, e como é que estão a
atividade superar os problemas. Penso que não se coloca aqui a questão de estarmos aqui com
expetativas elevadas ou não , relativamente ao assunto, a ideia é sempre de perceber
como é que iremos encontrar as escola nesta matéria e de que modo o nosso trabalho
poderá ser útil para a melhoria do processo.”

26
3.Processo de 3.1. Conhecer o (…)” tendo até em conta a experiência do ano passado e tendo em conta os
preparação e planeamento e documentos que eu já te falei, nomeadamente o despacho normativo que institui o
concretização da concretização da 3.1.1. Fases de
planeamento da atividade Apoio Tutorial, bem como o despacho do Ministro, e dada já a experiência do ano
atividade do ATE atividade
passado, nós fizemos várias reuniões e temos responsáveis pela coordenação do
trabalho, portanto onde eu me incluo tal como os meus colegas da zona norte e da zona
centro da inspeção. Analisámos o que poderia ser melhorado relativamente ao ano
passado em termo dos instrumentos, em termos da metodologia, em termos até do
alargamento a outro tipo de intervenções mais especificas, que foram aquelas que já
falei, no sentido de perceber a melhoria das escolas que foram então intervencionadas o
ano passado e que tinham manifestado problemas na implementação da medida e
acompanhar as escolas novamente…também perceber aquelas que não implementaram
a medida como já tinha referido. Todo um conjunto de análise, todo um conjunto de
situações que são depois apresentadas à direção da inspeção para aprovação destas
propostas. Depois as escolas são selecionadas, as escolas que vão ser intervencionadas
em função de um levantamento prévio que é feito pela DGEC, ou seja, pela Direção –
Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, com base em determinado número de
indicadores, como o número de alunos que têm o Apoio Tutorial, as escolas que
implementaram ou não implementaram a medida. Ou seja, nós temos a situação toda
do país e depois em função desses dados vamos selecionar aquelas escolas em que o
Apoio Tutorial tem grande impacto pelo número de alunos envolvidos, e também
procurando responder um pouco à diversidade regional, porque as escolas com maior
numero de alunos em Apoio Tutorial situam-se nas zonas urbanas, aliás diria nas zonas
suburbanas, portanto nas periferias das grandes cidades…são por vezes contextos

27
muito mais desfavorecidos mas esta atividade não deixa de falar nas escolas situadas
nas outras zonas do pais, precisamente porque também procuramos responder a essa
diversidade, e depois a seleção das escolas é feita e posteriormente preparam-se as
equipas através de reuniões de formação, informando-as das alterações, da
metodologia, de tudo o que é necessário para depois desenvolverem o seu trabalho.
Basicamente o planeamento é feito desta forma. “

“Cada uma tem o seu planeamento especifico, naturalmente… mas nós nunca
considerámos as intervenções de forma isolada e portanto essas duas intervenções a B
e a C , no fundo estão interligadas com a A e portanto todo o trabalho é planeado de
forma conjunta, ainda que depois nenhuma delas obedeça, por exemplo…as escolas
que vão ser selecionadas para a dimensão C normalmente são diferente da dimensão B
não é (…)mas no fundo, há aqui um trabalho conjunto em que as diversas intervenções,
as diversas dimensões portanto são planeadas.”

(…)”as metodologias passam pela recolha de informação, pela forma como as escolas
implementaram a medida, portanto o conjunto de indicadores que nos permitem depois
3.1.2. Metodologias de analisar essa informação. Essa informação conjugamos ainda com as entrevistas,
acompanhamento da portanto as entrevistas feitas aqueles responsáveis que já identifiquei anteriormente,
atividade
isto é, aos diretores, aos professores tutores, aos alunos, aos psicólogos e depois uma
análise de outros documentos, dependendo das escolas. Documentos de organização da
medida, como é que a organizaram a um nível mais abrangente, e depois até das
propostas que os tutores utilizam nas sessões que muitas vezes são visíveis nas
entrevistas e que nós discutimos e percebemos que tipo de trabalho é que estão a
desenvolver. Com base em toda esta informação, no final do ano letivo também como

28
já referi esta informação é ainda acrescentada o resultado dos questionários de
satisfação aplicados aos alunos, e a recolha de indicadores sobre o impacto do apoio
tutorial. Portanto, é com base em toda esta informação que a equipa da inspeção, que
vai a cada um dos agrupamentos faz a sua análise e propõe as suas propostas de
melhoria aos agrupamentos, depois é devolvida uma ficha, que chamamos de ficha
síntese, que é um pequeno relatório de cada agrupamento, em que se identificam um
conjunto de propostas de melhoria, para que as escolas possam melhorar e aperfeiçoar
o seu trabalho. Portanto no fundo são estas as metodologias de acompanhamento.”

(…)”além das intervenções, das entrevistas e da recolha de dados, dessa análise depois
nós também observamos o contexto das tutorias. Portanto há dois momentos, duas

3.1.3. Observação das observações em que os inspetores de forma individual, para também não causar
práticas do ATE transtorno nos grupos, vão observar esse Apoio Tutorial, no sentido de ver qual é a
participação dos alunos, que tipo de estratégias é que estão a ser seguidas em termos de
questão de trabalho, o espaço onde ocorre o apoio tutorial… portanto tudo isso é objeto
de fato de observação em dois momentos distintos.”

“Difere só no âmbito do enquadramento da atividade, portanto, a inspeção desenvolve


atividades de acompanhamento, atividades de controlo, atividades na vertente
disciplinar, e portanto como qualquer atividade de acompanhamento, essa segue o
mesmo tipo de metodologia, portanto é uma atividade que procura de fato analisar e
3.1.4. Diferenças e
semelhanças face a outras refletir com a escola, levar a escola a refletir sobre determinadas práticas, e apresentar
atividades da IGEC depois um conjunto de propostas de melhoria, para a melhoria, para aperfeiçoamento
do trabalho. Portanto basicamente as atividades de acompanhamento é isso que visam
que é a melhoria das escolas, portanto esta atividade tal como muitas outras de

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acompanhamento que existem na inspeção, seguem essa filosofia.”

(..)”o psicólogo tem importância na medida em que as questões de autorregulação da


aprendizagem se prendem com a área cientifica da psicologia, e o psicólogo encontra-

3.1.5. Importância da se constante habilitado para puder apoiar os professores tutores na organização deste
integração do psicólogo processo. O psicólogo pode ter um papel muito ativo no apoio aos professores tutores,
na atividade nas reentradas da formação, em ajudá-los a preparar determinadas sessões de tutoria,
em analisar determinados casos, até a monitorizar e acompanhar a eficácia da medida
portanto, aliás… aquilo que se verifica é que as escolas onde o psicólogo está
envolvido ou muito envolvido no apoio tutorial são escolas onde o trabalho tem maior
qualidade.”
3.1.6. Perfil ideal do
(…)”o professor tutor basicamente deve ser alguém que tem uma capacidade enorme
professor tutor
de estabelecer empatia com os alunos, porque a boa relação entre o professor tutor e o
tutorando é de fato importantíssima para depois se desenvolver todo o trabalho,
relativamente a relação professor tutor/ tutorando não for estabelecida, o apoio tutorial
está destinado ao fracasso. Portanto há todo um conjunto de competências de
comunicação, de relação com o aluno que é importante que o tutor tenha.”

“A relação é profissional, portanto estabelece no contato com a escola, quando nós


3.1.7. Relação inspetor/
comunidade educativa solicitamos ajuda à direção na organização da intervenção e depois vários
intervenientes nas entrevistas, com os alunos, com os professores tutores, com os
psicólogos. Portanto a relação é sempre baseada nesse diálogo, com esses
intervenientes no sentido de analisarmos determinadas questões não é, de acordo com a

30
metodologia da atividade, e podemos refletir em conjunto e no fundo tentar encontrar
propostas de melhoria para melhoria e aperfeiçoamento do trabalho. É nesses modos
que é estabelecida a relação com a comunidade.”

“A escola quando recebe então a ficha síntese, portanto o relatório decorrente da


intervenção, devia divulgar e penso que divulga não é, esses resultados da intervenção
3.1.8. Divulgação dos
junto da sua comunidade e junto dos seus órgãos, do concelho pedagógico, do
resultados à comunidade
educativa concelho geral, no sentido de perceber que análise é que foi feita do trabalho, que
propostas de melhoria é que foram devolvida à escola. Num sentido muito mais amplo
e abrangente, a própria inspeção elabora depois um relatório nacional da atividade
onde dá conta dos resultados que foram apurados, tratando os dados recolhidos de
todas as escolas que foram intervencionadas e portanto esse relatório depois, que é
muito completo e que fornece um retrato muito claro sobre qual é a situação da medida
no pais, é depois divulgado na página da inspeção, e que fornece um manancial de
informação, não só a uma comunidade especifica mas no fundo à sociedade em geral.
Aliás, no ano passado como foi o primeiro ano de implementação da medida, foram até
realizadas das Jornadas do Apoio Tutorial Especifico em várias cidades do pais,
portanto, em que eram convidadas as escolas, com vários professores tutores e
direções, portanto também dessas jornadas foram também fornecidos ou transmitidos
alguns resultados das intervenções e do trabalho feito nesse âmbito. Agora nesse
âmbito restrito da escola decorrente de cada intervenção, a escola depois promove a
divulgação do relatório, e há escolas que inclusivamente recolhem indicadores no
âmbito da sua autoavaliação, recolhem indicadores segundo o próprio sucesso da

31
medida e divulgam-nos não é, nos seus órgãos, nas suas estruturas, nomeadamente,
quantos alunos por exemplo, que têm Apoio Tutorial transitaram, portanto são escolas
que já têm uma determinada cultura de reflexão e portanto tratam estes dados e
divulgam-nos depois na escola.”

32
Anexo 6- Protocolo do Questionário a Q1 (ATIN)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na

IGEC que a distinguem das demais organizações da administração

central?

1. Intervenção/ação diária nos agrupamentos de escola/escolas com conhecimento

aprofundado e real da organização, gestão e ação educativa das escolas que integram o

sistema educativo.

33
2. Transparência: publicação dos relatórios anuais das diferentes Atividades na página

eletrónica da IGEC, bem como dos relatórios realizados em cada Agrupamento de

Escolas/Escola no âmbito, da maioria, das diferentes Atividades realizadas.

2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da


IGEC?

Crenças:

i) Há rotinas instaladas nas escolas que condicionam a adoção de práticas


renovadas/inovadoras, ou seja, com maior impacto e eficácia no ensino e na
aprendizagem;

ii) Verifica-se resistência, de lideranças e docentes, à mudança de práticas


organizativas e letivas;

iii) O trabalho inspetivo nas escolas tem pouco impacto na melhoria dos processos de
ensino e de aprendizagem e no desenvolvimento profissional e organizacional, não
obstante a ação inspetiva ser valorizada e percecionada com uma mais valia, pelas
escolas.

iv) Todos os alunos e crianças têm o seu potencial de aprendizagem, pelo que todos têm
direito a ter sucesso, o seu sucesso.

Valores:

i) Ética, rigor, isenção, imparcialidade, responsabilidade, respeito pela diversidade de


opiniões, …

3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor?


Avaliador? Outro (s)?

Avaliador nas atividades de Avaliação externas de escolas.


Supervisor nas atividades de Acompanhamento e Controlo.

34
4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na
IGEC constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu
trabalho?

Permitiu ter um conhecimento aprofundado da organização e funcionamento do


sistema educativo, bem como da(s) cultura( s) de escola (s) e lógicas de ação
das escolas.

Este conhecimento contribui, eventualmente, para uma intervenção inspetiva


mais ajustada às realidades em presença, com consequente devolução de
informação mais pertinente e útil à escola, tendente à melhoria do seu
desenvolvimento organizacional.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

Através de:

i) Elaboração, e sua apropriação pelos inspetores, de instrumentos de suporte à


realização das diferentes atividades (ex.: roteiro, guião, matriz de relatório,
questões orientadoras de condução de entrevistas);

ii) realização de ações de formação/informação de curta duração;

iii) Realização de reuniões de preparação das atividades;

iv) Reuniões realizadas pelas equipas de coordenação nacional, das diferentes


atividades, com todos os inspetores envolvidos na atividade a desenvolver e/ou
com os interlocutores de cada atividade por Área Territorial (Norte, Centro e
Sul);

vi) Análise, pelas Áreas Territoriais e Serviços Centrais da IGEC, dos relatórios
produzidos no final de cada intervenção inspetiva e devolução de informação às
equipas inspetivas sobre eventuais aspetos a melhorar, no sentido do
alinhamento de procedimentos e práticas;

35
vii) Reuniões de apresentação de conclusões / resultados de cada Atividade e
aspetos a melhorar nas futuras intervenções inspetivas;

viii) A ação/disponibilidade dos interlocutores de cada atividade, por Área


Territorial, para esclarecimento de eventuais dúvidas decorrentes da ação
inspetiva quotidiana nas escolas.

6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as


atividades de controlo das atividades de avaliação ou de
acompanhamento?

Todas as atividades, na sua operacionalização assumem uma vertente formativa, no


sentido de induzirem a melhoria da qualidade educativa e o desenvolvimento
organizacional. Em todas as atividades, a recolha de informação e sua análise centra -se
num processo reflexivo e de interação dialógica com a direção, docentes e outros
interlocutores.

O traço distintivo é, essencialmente, o objetivo, alguns aspetos metodológicos e o


conteúdo/ forma dos documentos devolvidos à escola.

Na operacionalização das Atividades de Controlo a ação inspetiva centra-se


essencialmente em análise documental para verificação do cumprimento dos normativos
legais enquadradores da ação educativa das escolas e numa breve observação das
instalações / equipamentos e/ou da realização de entrevistas a stakeholders. O relatório
centra-se, essencialmente, em recomendações com vista a superar as debilidades
identificadas, com a possível realização de uma atividade sequencial.

Na operacionalização das atividades de Acompanhamento a operacionalização centra-se


essencialmente na análise compreensiva da (s) realidade(s) escolar(es) em presença,
assente na triangulação da informação colhida nas entrevistas aos stakeholders,
observação de contextos educativos/ atividades educativas/letivas e análise documental.

Na operacionalização das atividades de Acompanhamento e Avaliação o enfoque está


na interação dialógica, na interpelação, questionamento e reflexão partilhada
(inspetores, liderança, docentes e outros) sobre os aspetos organizativos, o trabalho

36
pedagógico e o seu impacto nos processos de ensino e de aprendizagem, com o reforço
de boas práticas identificadas e a explicitação de áreas a melhorar.

Porém, nas atividades de Acompanhamento o enfoque centra-se na análise partilhada e


reflexiva, com eventual desconstrução de algumas “crenças” e lógicas de ação que
evidenciem reduzido impacto na aprendizagem, e (re)orientação de estratégias e
metodologias e eventual atividade de follow-up.

Na operacionalização das atividades de avaliação a equipa avaliativa, com base nas


evidências, factualidade e informação colhida, vai construindo juízos avaliativos sobre o
objeto avaliado, num processo reflexivo, analítico e formativo partilhado com os
stakeholders. O enfoque está na produção de juízos avaliativos, quantificados, e
discutidos em equipa avaliativa sobre o desempenho da escola, pelo que nesta atividade
– Avaliação-, e apesar da sua dimensão formativa, o enfoque não está na eventual
desconstrução/ reflexão e análise de conceitos, procedimentos e práticas, onde se vão
redesenhando outras metodologias e estratégias de ação, como se verifica nas atividades
de Acompanhamento.

37
Anexo 7- Protocolo do Questionário a Q2 (ATIN)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na IGEC

que a distinguem das demais organizações da administração central?

R: A IGEC, nos termos do Decreto Regulamentar n.º 15/2012 de 27 de janeiro, é um

serviço central da administração directa do Estado dotado de autonomia

administrativa.

A sua missão e atribuições constam do diploma em apreço e, e neste quadro legal

que a IGEC orienta a sua acção. É um serviço com uma história brilhante, enquanto

garante da defesa dos interesses e direitos, essencialmente, dos alunos.

38
2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da
IGEC?

R: Independência, rigor, elevada formação técnica.

3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor? Avaliador?


Outro(s)?

R: Essencialmente um inspetor que pauta a sua acção com elevada isenção e,


sempre, orientado pela defesa intransigente do interesse público.

4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na IGEC


constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu trabalho?

R: A experiência profissional anterior, quer o exercício de funções docentes, quer


trabalho desenvolvido em serviços regionais/centrais do Ministério da Educação
e, em equipas de missão nomeadas por superior despacho ministerial, permitiu
obter um aprofundado conhecimento do sistema educativo, o que, sem dúvida,
constituiu uma mais – valia para o desempenho das funções de inspetor da
educação e ciência.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

R: Releva aqui as ações/reuniões de trabalho preparatórias das atividades.

39
6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as
atividades de controlo das atividades de avaliação ou de acompanhamento?

R: Nas primeiras, releva a verificação da conformidade legal/regulamentar dos atos


de direção/gestão, nas segundas, relavam a avaliação, na perspetiva da obtenção de
uma perceção/conhecimento global e integrado de diferentes segmentos
organizacionais da organização educativa – escola -, a saber: estilos/práticas de
gestão liderança, clima/ambiente da escola, graus/níveis de participação dos
diferentes atores da comunidade educativa, atitudes dialógicas da organização Escola
com outras entidades do contexto onde se insere, o desempenho dos alunos quanto
aos resultados escolares – académicos e altitudinais.

40
Anexo 8- Protocolo do Questionário a Q3 (ATIN)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na IGEC

que a distinguem das demais organizações da administração central?

R – Um corpo inspetivo muito bem preparado e qualificado, com elevada

independência e isenção em defesa do interesse público.

2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da IGEC?

R – Independência, isenção, solidariedade e partilha (trabalho colaborativo).

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3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor? Avaliador?
Outro (s)?

R – Supervisor/Avaliador.

4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na


IGEC constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu trabalho?

R – Conhecimento do sistema educativo, bem como um conjunto alargado de


práticas pedagógicas com aplicação direta ou indireta no exercício de funções
inspetivas.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

R – Através de orientações específicas para a realização das atividades a


desenvolver, acompanhadas geralmente de reuniões para esclarecer as
referidas orientações.

6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as


atividades de controlo das atividades de avaliação ou de acompanhamento?

R – No meu entendimento, na maior parte das vezes, torna-se difícil estabelecer


as fronteiras, têm características muito idênticas, todas elas têm como finalidade
principal induzir as escolas a melhores práticas e ao cumprimento dos
normativos vigentes.

42
Anexo 9- Protocolo do Questionário a Q4 (ATIN)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na

IGEC que a distinguem das demais organizações da administração central?

A abrangência das atividades (avaliação, controlo, auditoria, acompanhamento,…)

que promove num domínio em constante evolução e desenvolvimento.

2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da


IGEC?

43
Honestidade, exigência, dedicação e competência.

3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor? Avaliador?


Outro(s)?

Apenas como mais um elemento que procura, através do seu trabalho, contribuir para
melhoria das escolas e da educação em geral naquilo que é mais importante, a
qualidade das aprendizagens e o crescimento da criança/aluno feliz, competente e
socialmente participativo e autónomo.

4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na IGEC


constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu trabalho?

Sem dúvida muito importante pois já tinha 20 anos na carreira de professor com
experiências nas várias áreas o que possibilitou ter um conhecimento concreto e, em
simultâneo, mais abrangente.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

Através da formação disponibilizada e do trabalho de coordenação com os


interlocutores das várias atividades.

6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as


atividades de controlo das atividades de avaliação ou de acompanhamento?

A objetividade da atividade de controlo aliada à sua natureza normativa.

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Anexo 10- Protocolo do Questionário a Q5 (ATIC)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na IGEC

que a distinguem das demais organizações da administração central?

A Inspeção-Geral da Educação e Ciência é um serviço central da administração


direta do Estado dotado de autonomia administrativa. Tem por missão “assegurar a
legalidade e regularidade dos atos praticados pelos órgãos, serviços e organismos do
MEC ou sujeitos à tutela do membro do Governo, bem como o controlo, a auditoria
e a fiscalização do funcionamento do sistema educativo no âmbito da educação pré-
escolar, da educação escolar, compreendendo os ensinos básico, secundário e
superior e integrando as modalidades especiais de educação, da educação
extraescolar, da ciência e tecnologia e dos órgãos, serviços e organismos do MEC”
(artigo 11.º, n.º 1, do DL n.º 125/2011, de 29 de dezembro).

45
Prossegue, entre outras, as atribuições de “contribuir para a qualidade do sistema
educativo no âmbito da educação pré-escolar, dos ensinos básico e secundário e da
educação extraescola”, de “participar no processo de avaliação das escolas de ensino
básico e secundário e apoiar o desenvolvimento das atividades com ele relacionadas”,
de “apreciar a conformidade legal e regulamentar dos atos dos órgãos, serviços e
organismos do MEC”, de “auditar os sistemas e procedimentos de controlo interno dos
órgãos, serviços e organismos da área de atuação do MEC”, de “zelar pela equidade no
sistema educativo, científico e tecnológico”, de “assegurar a ação disciplinar e os
procedimentos de contra –ordenação” e de “controlar a aplicação eficaz, eficiente e
económica dos dinheiros públicos” (artigo 2.º, n.º 2, do Decreto Regulamentar n.º
15/2012, de 27 de janeiro).

As tendências recentes da inspeção, ao longo das duas últimas décadas do século


XX e início do século XXI, têm em conta o papel da escola como elemento nuclear do
êxito escolar e da qualidade do sistema educativo.

Num sistema educativo em que a administração valoriza a autonomia das escolas, os


modelos de organização interna da inspeção terão de refletir esses valores. Assim, a
inspeção à conformidade normativa apresenta-se como um domínio importante, na
medida em que os sistemas de ensino traduzem movimentos tendentes a alterar o seu
modo de regulação, ou, como afirma Barroso, uma alteração “passando de um controlo
baseado na conformidade com as regras e diretivas impostas pela hierarquia, para um
controlo baseado na conformidade com os objetivos e as finalidades” (1996:9).

A IGEC tem um papel de regulação, de verificação e de avaliação, vendo até que


ponto é que cada escola está a corresponder ao que se pretende dela, procurando
construir um dispositivo que forneça informação fidedigna e atualizada sobre a forma
como está a ser prestado o serviço da educação.

A postura da IGEC prende-se com a assunção de que a escola, enquanto


organização, goza de autonomia, correspondendo a essa autonomia a mesma dose de
responsabilização. Assim, tem vindo crescentemente a implementar metodologias de
trabalho que suscitam a intervenção dos atores da escola como principais autores e
intérpretes de medidas de melhoria do desempenho da organização educativa.

46
2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da IGEC?

A IGEC possui uma forte cultura organizacional, pautando-se por valores e


princípios de respeito, colaboração, correção, transparência, proporcionalidade e
contraditório.

O pessoal de inspeção goza de autonomia técnica no exercício das tarefas de


inspeção que lhes sejam confiadas. O procedimento de inspeção observa as normas de
procedimentos internos, manuais, roteiros e guiões das atividades inspetivas aprovados
e em vigor na IGEC, bem como os instrumentos nacionais e internacionais de carácter
vinculativo.

No exercício das suas funções, o pessoal de inspeção pauta a sua conduta pela
adequação dos seus procedimentos aos objetivos da ação (princípio da
proporcionalidade) e conduzir as suas intervenções com observância do princípio do
contraditório, salvo nos casos previstos na lei.

3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor? Avaliador?


Outro(s)?

As mudanças preconizadas para a administração dos sistemas educativos e para a


organização e gestão das escolas implicaram alterações nos modos de atuar da Inspeção.
Desde a última década do século XX (anos 90) – período caracterizado por políticas
educativas que assumem a escola como organização, com mudanças no seu regime de
autonomia, de administração e de gestão, no caminho da autonomia, considerada um
“investimento nas escolas e na qualidade da educação” (Decreto-Lei n.º 115-A/98, de
04 de Maio) – exige-se da escola o desenvolvimento da gestão escolar em situação de
maior autonomia com a indispensável descentralização dos sistemas educativos.

Neste contexto de progressiva descentralização (centrando as políticas educativas nas


organizações escolares), a IGEC assume um papel nuclear de natureza supervisora,
designadamente no apoio e aconselhamento para o desenvolvimento de uma cultura de
centração da ação educativa nas organizações escolares.

Se no modelo de administração educativa centralizada, o papel da inspeção é o de


“garantir a conformidade no funcionamento das escolas”, no modelo descentralizador,

47
centrando as políticas educativas nas organizações escolares, destaca-se o papel de
supervisão, no “desenvolvimento qualitativo da organização escola e dos que nela
realizam o seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa através de
aprendizagens individuais e coletivas, incluindo a formação de novos agentes”.

Este paradigma de inspeção, no sentido de apoio técnico e de aconselhamento do


funcionamento escolar, conduz ao conceito de supervisão relacionado com inspeção,
sendo de salientar os pontos de coincidência entre o papel de supervisor e de avaliador,
“dificilmente separáveis num órgão da administração educativa como é a Inspeção”.

A perspetiva integradora da ação da supervisão da educação contempla, para além do


papel de orientação da ação docente, as vertentes de controlo, de mediação, de
assessoria e de avaliação e abrange todo o sistema educativo.

As tendências recentes da inspeção, ao longo das duas últimas décadas do século


XX e início do século XXI, têm em conta o papel da escola como elemento nuclear do
êxito escolar e da qualidade do sistema educativo.

Decorrente da autonomia, outro aspeto a ter em conta “é a avaliação e a


prestação de contas”, como expressão da necessidade de regulação interna. No caso
português, “cabe à IGEC a avaliação do desempenho das organizações educacionais”,
sendo que “a intervenção inspetiva concretiza-se nas escolas, mas não se circunscreve à
avaliação do desempenho das escolas, pressupondo também a emissão de juízos sobre a
qualidade da prestação das suas retaguardas”.

Neste contexto, o papel regulador do Estado e da sua Administração assume uma


maior expressão e a escola, para que o “controlo social” se concretize, depende de
adequados sistemas de informação interna em ordem à avaliação do funcionamento e
dos resultados, ou avaliação da realização da missão da escola.

4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na IGEC


constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu trabalho?

A formação e integração de um inspetor na cultura organizacional da inspeção é um


processo complexo, que exige, por parte do candidato, um conhecimento muito

48
abrangente de todo o sistema educativo, das perspetivas mais relevantes dos principais
teóricos da educação e perfil para o exercício da profissão.

A experiência profissional anterior ao ingresso na inspeção é fundamental para o


conhecimento em ação da organização escola e do sistema educativo.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

A IGEC organiza-se de forma a garantir equidade na sua atuação. Para cada


atividade organiza formação nacional específica (serviços centrais) e, cada área
territorial, reforça essa formação no sentido de aferir atuações, conceitos e perspetivas;
constrói um “Guião” e um “Roteiro” para a atividade de seguimento obrigatório por
todas as equipas inspetivas/inspetores; e designa coordenadores nacionais e
interlocutores que supervisionam todo o processo.

6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as


atividades de controlo das atividades de avaliação ou de acompanhamento?

As atividades dos programas de controlo, acompanhamento e avaliação são


operacionalizadas de acordo com a sua especificidade, nos termos definidos no
Regulamento n.º 189/2013, de 24 de maio:

- Controlo (Artigo 13.º)


1 — As atividades inspetivas integradas no programa de controlo têm por finalidade a
verificação da conformidade legal do funcionamento dos estabelecimentos de educação
e ensino, de outros serviços ou segmentos do sistema educativo e do sistema científico e
tecnológico, e a identificação de fatores condicionantes da sua eficiência e eficácia,
considerando os meios disponíveis e os serviços prestados.

2 — Estas atividades integram o dispositivo de monitorização dos sistemas educativo e


científico e tecnológico, da responsabilidade da IGEC, e visam recolher e tratar

49
informação, recomendar as correções necessárias e propor, à tutela, medidas adequadas
de regulação.

- Acompanhamento (Artigo 14.º)


As atividades inspetivas integradas no programa de acompanhamento concretizam -se
na observação e análise da ação educativa desenvolvida pelos estabelecimentos de
educação e ensino, de modo a obter um melhor conhecimento dos processos de
implementação das medidas de política educativa e induzir à adoção de melhores
práticas de organização e funcionamento orientadas para a melhoria das aprendizagens e
para os resultados escolares dos alunos.

- Avaliação (Artigo 15.º)


1 — A atividade inspetiva da IGEC integrada no programa de avaliação centra -se nas
dimensões dos resultados, da prestação do serviço educativo e da liderança e gestão dos
estabelecimentos de educação e ensino, com a finalidade de contribuir de forma
relevante para a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos e para o
desenvolvimento do sistema educativo.

2 — Esta atividade visa promover a articulação e a complementaridade entre


autoavaliação e avaliação externa, fomentando a adoção pelas escolas de dispositivos e
práticas de autoavaliação adequadas e consequentes que contribuam para a sua
autorregulação e para a regulação do sistema educativo.

50
Anexo 11- Protocolo do Questionário a Q6 (ATIC)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na

IGEC que a distinguem das demais organizações da administração central?

- Ser a entidade mais vocacionada para o controlo dos demais organismos da

Administração Educativa, em especial das escolas.

- Ser a principal entidade responsável pela instrução de processos de

inquérito ou disciplinares, resultantes da sua ação ou da instauração por

outros organismos do Ministério da Educação.

- Ser a única entidade responsável pela avaliação externa das escolas.

51
2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da
IGEC?
- Ser um organismo importante para a regulação do sistema educativo.
- Ser um organismo que pauta a sua ação pela isenção, equidade e defesa dos
interesses dos alunos.
- Ser um organismo que, através da sua ação, contribui para o
desenvolvimento do sistema educativo, especialmente das escolas.

3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor? Avaliador?


Outro(s)?

- Nas atividades de controlo – De regulador (pela norma legal);

- Nas atividades de acompanhamento – De regulador (pela reflexão, pelas


negociação, pelas boas práticas);

- Nas atividades de avaliação – De avaliador (por referentes e indicadores).

4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na IGEC


constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu trabalho?

- Foi pouca a valia. A especificidade do trabalho desenvolvido na IGEC exige


competências que, em grande medida, são adquiridas e desenvolvidas em contexto
institucional. A pesquisa e a aprendizagem/reflexão realizada na ação, no dia-a-dia,
é a essencial para o desenvolvimento do trabalho inspetivo.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

- Através da utilização de instrumentos de trabalho comuns, com orientações iguais.


As reuniões, centrais e regionais, de reflexão e lançamento das atividades também
procuram essa unicidade e coerência na ação.

52
6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as
atividades de controlo das atividades de avaliação ou de acompanhamento?

As atividades de controlo, limitadas no tempo ou não, são pautadas pela verificação


do normativo legal. É um trabalho de fiscalização, de controlo da ação da escola,
tendo por referente o cumprimento das orientações da Administração Educativa e do
quadro legislativo em vigor.

As atividades de avaliação são limitadas no tempo e feitas por referência a


Domínios, Campos de Análise, Referentes e Indicadores. Faz-se a intervenção, que
pode durar alguns dias, da qual resulta um relatório avaliativo. A escola depois,
dentro da sua autonomia, dá seguimento às áreas a melhorar identificadas no
relatório.

As atividades de acompanhamento (adequadamente estruturadas) prolongam-se no


tempo, por regra um ano (a equipa inspetiva acompanha presencialmente a escola
em três momentos, no mínimo). O trabalho inicial feito em conjunto com a escola,
assente na reflexão e negociação, é depois acompanhado ao longo do ano pela
equipa com a adequada monitorização do trabalho em curso.

53
Anexo 12- Protocolo do Questionário a Q7 (ATIS)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na

IGEC que a distinguem das demais organizações da administração central?

As características singulares/únicas que considero existirem na IGEC que a


distinguem das demais organizações da administração central são as seguintes, entre
outras (provavelmente também importantes): autonomia técnica, equidade,
legalidade, objetividade, imparcialidade, lealdade, justiça, democracia, isenção,
humildade, rigor técnico e responsabilidade, para a prossecução do interesse público
da educação pré-escolar, dos ensinos básico, secundário e superior, e da ciência.

54
2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da
IGEC?

As crenças e valores, maioritariamente partilhados no interior da IGEC, são os


mesmos da resposta à questão anterior, acrescentando a afetividade (inteligência
emocional) e a inovação (mudar para melhorar).

3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor? Avaliador?


Outro(s)?

Nas diferentes atividades da inspeção (independentemente da possibilidade de as


realizar todas) vejo-me como avaliador, pelas razões apontadas na fundamentação
das atividades de avaliação da resposta à questão 6.

4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na


IGEC constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu trabalho?

Todo o meu currículo (experiência profissional), anterior ao meu ingresso na IGEC,


teve influência e foi uma mais-valia para o meu desenvolvimento profissional na
IGEC (na qual me encontro há 18 anos), destaco, de forma sucinta, em primeiro
lugar a prática letiva ao longo de 15 anos (desde o 2.º ciclo até ao 12.º ano de
escolaridade) no ensino público e privado (em regime de acumulação), o
desempenho de direção pedagógica no ensino privado, o trabalho, durante cinco
anos, desenvolvido na Direção-Geral da Administração Educativa, como técnico
superior e como dirigente (chefe de divisão). Toda esta experiência contribuiu para
um conhecimento profundo do sistema educativo e das pessoas (diferentes
profissionais), associado à formação contínua (o que é importante e essencial), tanto
em contexto, como académica (pós-graduada) realizada.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

A IGEC contribui para que todos os inspetores atuem de modo harmonizado


nas diferentes atividades com as inúmeras reuniões de formação, os documentos

55
orientadores, a ajuda mútua, o trabalho colaborativo, a coesão e o muito bom
ambiente - afetividade (“um muito bom nível” de inteligência emocional).

6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as


atividades de controlo das atividades de avaliação ou de acompanhamento?

De uma forma geral, as atividades de controlo são de verificação da conformidade


normativa (legal e regulamentar), o que explica tudo, pois estão associadas a uma
maior ou menor fiscalização, que podem conduzir a propostas de medidas
corretivas, quer na gestão quer no funcionamento das diferentes organizações, ou até
terem repercussões sancionatórias (ação disciplinar). Estas atividades de controlo
têm de existir, não só para garantir e defender o interesse público e o controlo da
aplicação do erário público, como também para melhorar a qualidade, a equidade e a
justiça na Educação e no Ensino.

As atividades de avaliação e de acompanhamento contribuem mais, na minha


opinião, para a melhoria da qualidade das escolas (processos de ensino e de
aprendizagem) e para a regulação (é claro que não são as únicas que regulam, como
sabemos há uma grande variedade e multiplicidade de regulações tanto nacionais
como transnacionais) do sistema educativo porque são fundadas no conhecimento (e
não na verificação da conformidade normativa), tendo em vista garantir a confiança
social na Educação e no Ensino e informar os decisores políticos e a opinião
pública.

56
Anexo 13- Protocolo do Questionário a Q8 (ATIS)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na IGEC


que a distinguem das demais organizações da administração central?

São diversas as caraterísticas da atividade da IGEC e dos seus inspetores que diferem
das de outras organizações da administração central, e que se prendem, essencialmente,
com a diversidade de programas inscritos no seu Plano Anual de Atividades. A panóplia
de atividades que compõem o PAA da IGEC é expressiva, abrangendo todas as áreas de
trabalho das escolas/instituições educativas, o que não acontece noutras organizações,
na medida em que se encontram vocacionadas para uma ação mais específica junto das
escolas, como é o caso da Direção-geral de Educação, da Direção-geral da
Administração Escolar, ou do Instituto de Gestão Financeira da Educação, por exemplo.
57
As múltiplas atividades da IGEC, algumas com caráter sistemático, outras pontual, de
Acompanhamento, Controlo, Avaliação, Provedoria, Ação Disciplinar e Auditoria
integram-se em todos em domínios do sistema educativo. Ao longo dos tempos a IGEC
tem vindo a adotar diferentes formas de atuação e de metodologia de trabalho nas
escolas, ganhando também uma perspetiva de maior proximidade com as escolas, a
intencionalidade em manter uma presença regular enriquecendo as interações com os
interlocutores e com a própria instituição escolar.

A diversidade de instituições educativas e escolares abrangidas pelas intervenções


inspetivas, nomeadamente as escolas da rede pública (a educação pré-escolar, os
ensinos básico, secundário, superior, profissional e artístico), os estabelecimentos de
educação e do ensino particular e cooperativo, as instituições da rede de solidariedade
social e os serviços da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Educação, é cada vez
maior, centrando-se atualmente em instituições que nunca tinham sido intervencionados
pela IGEC, embora a tutela pedagógica de alguma das suas valências seja do Ministério
da Educação, como é o caso dos jardins-de-infância das IPSS, por exemplo. Esta
abordagem a este contexto da rede de solidariedade social tem sido muito benéfico para
estas instituições e para a reflexão pedagógica que as equipas da IGEC promovem junto
das equipas pedagógicas das IPSS. A multiplicidade de vertentes abrangidas pela IGEC
e em q o inspetor desenvolve a sua atividade, na prossecução do interesse público, da
melhoria da qualidade do sistema educativo e da resposta prestada às crianças e aos
alunos pressupõe, da parte dos inspetores, uma capacitação diversa e muito rica, o que
também não se verifica em muitas das outras organizações da administração central,
habitualmente vocacionadas para áreas específicas. De facto, esta é uma caraterística
singular da IGEC e dos seus inspetores, que deriva do facto de realizar em atividades
nestas diversas áreas o que implica grande conhecimento, estudo e investimento na
atualização e aprofundamento das diferentes temáticas em estudo. Esse aspeto reflete-
se, naturalmente, no conhecimento generalizado dos inspetores sobre o funcionamento
das escolas e na abordagem in loco no contexto escolar.

2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da IGEC?

Acredito permanentemente na melhoria do sistema educativo e que a intervenção da


inspeção da educação tem, verdadeiramente, um papel e uma influência muito

58
significativa nesse percurso, seja através dos contributos que presta na preparação de
medidas educativas a nível central pelo Ministério da Educação, seja no
acompanhamento, controlo e avaliação das organizações escolares e no apoio aos
órgãos de gestão nomeadamente, em casos específicos, como o apoio aos instrutores de
processos disciplinares (docentes). E acredito, também, que esta é uma crença partilhada
pelos inspetores, com o seu acurado sentido de responsabilidade que é fundamental
quando se acompanha, em primeira instância, a implementação de medidas que
reconfiguram a realidade educativa. Os inspetores têm essa competência, a de
acompanhar permanentemente a mudança da sociedade e a evolução do sistema
educativo tornando-se, também eles, agentes de transformação e de mudança nas
escolas.

Os valores em que se funda a atividade da IGEC são elementares na prossecução do


trabalho quotidiano e trilham uma perspetiva ética que considero essencial: a
idoneidade, a isenção, a independência, a seriedade, a humildade e o rigor. Os
inspetores pautam a sua atuação por uma conduta de imparcialidade, de competência, de
compreensão do contexto escolar e de apropriação do ambiente educativo, de gestão das
relações e, inclusivamente, de negociação na área do acompanhamento da ação
educativa.

3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor? Avaliador?


Outro(s)?

Assumo atividades de todos os programas do PAA realizadas na Área Territorial e as


diferentes funções que lhes são inerentes, nomeadamente de Acompanhamento,
Controlo, Avaliação, Provedoria e Ação Disciplinar. Também realizei atividades de
auditoria à Ação Social Escolar, pelo que desenvolvi as competências necessárias à
realização das diferentes atividades e considero que a ação de um inspetor não se
coaduna com o modelo de “supervisor”. O perfil do inspetor de educação que intervém
em atividades do programa de Acompanhamento, por exemplo, traduz um agente
reflexivo que induz à capacidade de introspeção, de autoanálise, de autoavaliação das
escolas e dos interlocutores com quem interage revelando-se, também, desafiador do
ponto de vista de ser capaz de suscitar a discussão em ordem à melhoria e de

59
desencadear estratégias que permitam alcançá-la. Nas atividades de avaliação a nossa
tarefa é efetivamente a de avaliadores.

Nas atividades de controlo, a objetividade na verificação da conformidade normativa é


uma caraterística essencial ao inspetor mas que é sempre complementada com uma
observação cuidada do contexto escolar e a aplicação das disposições legais é entendida
nesse mesmo contexto, não descurando obviamente a obrigatoriedade dos diplomas.
Assim, considero que o perfil do inspetor de educação deve responder às diferentes
exigências da realidade do sistema educativo revelando-se eclético, polivalente e
capacitado para a adaptação à mudança. Atualmente, no caso da generalidade dos
inspetores afetos às AT, à EMAF e à EMESC o seu perfil é generalista, na medida em
que atuam em diferentes áreas, não os considerando especialistas apenas num domínio
de intervenção.

4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na IGEC


constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu trabalho?

O conhecimento generalizado e a experiência que detinha à data de entrada na


Inspeção da Educação de quase todas as funções desempenhadas num estabelecimento
de educação, nomeadamente enquanto trabalhador não docente e docente, elemento de
estruturas consultivas, de estruturas de coordenação educativa e de supervisão
pedagógica e, também, de liderança de topo na direção de um estabelecimento de
educação, foram cruciais para o trabalho na IGEC. O conhecimento intrínseco das
tarefas e dos conteúdos funcionais/competências adstritas a cada uma, dos níveis de
dificuldade, de responsabilidade e dos possíveis constrangimentos inerentes, da
necessidade de tempo e de investimento na formação adequada para cada uma delas e
do funcionamento quotidiano de uma escola, foi fundamental para a abordagem
necessária em cada uma das atividades que, desde então, realizei. Do mesmo modo, a
experiência em diferentes contextos educativos (incluindo de educação formal e não
formal) enquanto docente foi-me igualmente benéfica, no que respeita à capacidade de
adaptação e ao favorecer uma observação contextualizada e uma integração em diversas
vertentes do trabalho inspetivo com serenidade e maior à vontade. Destaco, ainda, uma
maior capacitação na interpretação das lógicas de ação dos diferentes grupos presentes

60
nas escolas e da própria gestão estratégica das “lideranças intermédias e de topo”, uma
vez que as conheço intrinsecamente.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

A harmonização da atuação dos inspetores é promovida através da promoção de


reuniões preparatórias à intervenção em cada atividade, organizadas e orientadas pelos
coordenadores nacionais e interlocutores regionais das AT que estiveram, também, na
conceção dos instrumentos de trabalho com os quais os inspetores irão trabalhar. A
apresentação fundamentada da atividade, a discussão dos instrumentos, a exposição de
dúvidas, a possibilidade de correlacionar o conhecimento de outras atividades e
experiências mobilizando-o para a intervenção em causa, são aspetos que enriquecem a
formação dos inspetores, tornando-os, certamente, melhores no desempenho das suas
funções.

A reunião de caráter mais ou menos regular (anual) em torno de uma mesma


atividade, permite atualizar informações/conhecimento, apresentar situações com as
quais o inspetor se deparou nas diversas realidades escolares, sendo também uma mais
valia para o trabalho dos seus pares, uma vez que a partilha dos casos possibilita uma
maior reflexão, aprendizagem e harmonia sobre a matéria em questão.

Um outro dado que me parece importante é o facto de serem considerados perfis para a
constituição das equipas inspetivas, no caso de atividades de caráter muito específico de
um nível de educação ou de ensino ou de uma área disciplinar e cujo enfoque se centra,
por exemplo, na educação pré-escolar, no ensino experimental das ciências ou no ensino
do inglês, sendo que pelo menos um dos elementos deverá sempre ser um inspetor com
formação de base na área em que a atividade incide. A experiência de trabalhar com
colegas originários dessas áreas naquelas atividades específicas permite, ao inspetor,
fazer novas aprendizagens e consolidar o conhecimento, o que se traduz num enorme
enriquecimento que será, naturalmente, consequente em toda a sua ação e em todas as
outras atividades que desenvolve.

61
6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as
atividades de controlo das atividades de avaliação ou de acompanhamento?

A operacionalização das atividades dos diferentes programas é orientada pela


metodologia definida para a própria atividade, criada estrategicamente dentro de um
quadro conceptual e com uma orientação para a ação muito específica. Atende às
competências legais definidas para a ação da IGEC no contexto a intervencionar, e que
podem diferir se se tratar de uma escola da rede pública ou de um estabelecimento do
ensino particular e cooperativo, por exemplo. Nesse sentido, a metodologia aprovada
superiormente e os instrumentos de trabalho são concebidos pelas equipas de
coordenação nacional e de interlocução regionais respeitando a natureza de cada
atividade e orientando a intervenção inspetiva de acordo com os objetivos estratégicos e
operacionais definidos. Os roteiros e guiões de atividades suportam a sua
operacionalização, sendo os de controlo mais objetivos, quando comparados com os
roteiros ou quadros de referência das atividades de acompanhamento e de avaliação.

A operacionalização das atividades de controlo pressupõe, desde logo, a


verificação da conformidade legal, da aplicação à realidade/contexto escolar dos
normativos de referência e a sua harmonização no quadro da eficiência e da eficácia a
que o Diretor deve (cor)responder (escolas da rede pública). Não é, no entanto,
dissociada deste modo de atuação, uma perspetiva reflexiva e eminentemente
pedagógica com os interlocutores nas escolas sobre a aplicação do quadro legal ao
contexto em questão, as alternativas inscritas na margem de autonomia, sempre no
pressuposto do respeito pela legislação em vigor e na prossecução do objetivo de
regulação do sistema educativo.

62
Anexo 14- Protocolo do Questionário a Q9 (ATIS)

O presente questionário surge no âmbito do Mestrado em Educação e Formação,


com especialização em Organização e Gestão da Educação, tendo em vista delinear os
pontos, assim como as características principais e singulares existentes na IGEC. Ou
seja, aspetos que a distingam de outras organizações da administração central do Estado.

Os quatro grandes objetivos para a realização do meu trabalho, consistem em:

i) Conhecer o funcionamento e a estrutura organizacional da IGEC; ii) Analisar


o perfil profissional do inspetor de educação e as suas lógicas de ação; iii) Conhecer,
analisar e investigar a atividade de programa Acompanhamento - Apoio Tutorial
Especifico (onde o meu projeto de investigação se centra); iv) Aplicar e alargar as
competências apreendidas na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado em
Educação e Formação.

A sua opinião é fundamental, enquanto membro integrante da IGEC.

Este Questionário é de natureza confidencial e anónima.

Por favor, responda às seguintes questões:

1. Quais são as características singulares/únicas que considera existirem na

IGEC que a distinguem das demais organizações da administração central?

A IGEC é um serviço central da administração direta do Estado dotado de


autonomia administrativa.

Tem por missão assegurar a legalidade e regularidade dos atos praticados pelos
órgãos, serviços e organismos do Ministério da Educação ou sujeitos à tutela do
respetivo membro do Governo, bem como o controlo, a auditoria e a fiscalização
do funcionamento do sistema educativo no âmbito da educação pré-escolar, da
educação escolar, compreendendo os ensinos básico, secundário e superior e
integrando as modalidades especiais de educação, da educação extra-escolar, da
ciência e tecnologia e dos órgãos, serviços e organismos do ME.

63
Portanto, o que distingue a IGEC, na minha opinião é a abrangência da sua
esfera de ação.

2. Que crenças e valores são maioritariamente partilhados no interior da


IGEC?

Destaco o zelo pela conformidade legal e regulamentar dos atos dos órgãos, serviços
e organismos do ME, o contributo para a qualidade do sistema educativo, o zelo
pela equidade no sistema educativo, científico e tecnológico e, ainda, o controlo da
aplicação eficaz, eficiente e económica dos dinheiros públicos.

3. Nas diferentes atividades da inspeção, como se vê? Supervisor? Avaliador?


Outro(s)?

O Plano de Atividades da IGEC integra atividades de natureza distinta. Assim, o


meu papel difere consoante a atividade para a qual sou designada. Por exemplo,
numa atividade de avaliação tenho de mobilizar um conjunto alargado de
conhecimentos para fundamentar os juízos de valor, mas numa atividade de controlo
cinjo-me à verificação da legalidade/conformidade legal. Um aspeto essencial do
meu trabalho, com exceção da atividade de provedoria e disciplinar, é que integro
sempre uma equipa, o que é muito relevante na análise e decisão acerca dos assuntos
complexos e sensíveis com os quais trabalhamos diariamente. A interação e a
discussão com os meus pares constituem uma mais-valia para o meu trabalho e
colocam-me num processo contínuo de aprendizagem. Mesmo no âmbito da
provedoria e da ação disciplinar, em que vou sozinha para o terreno, procuro sempre
confrontar os meus conhecimentos e sensibilidade com os de outros colegas juristas
e inspetores da IGEC.

Procuro diligenciar para que da minha ação não resulte qualquer prejuízo indevido
para outrem. Procuro também envolver os meus pares e outros interlocutores com os
quais trabalho no processo contínuo de aprendizagem que anteriormente referi.

64
4. Em que medida a sua experiência profissional anterior ao ingresso na
IGEC constituiu uma mais-valia para o desenvolvimento do seu trabalho?

Antes de ingressar na IGEC fui professora do 3.º ciclo do ensino básico e ensino
secundário. Trata-se de uma experiência fundamental, se não imprescindível, para as
funções que atualmente exerço. Tudo o que aprendi na formação inicial e contínua,
bem como para obtenção do grau de mestre, na interação com os meus pares, na
autoformação, nos projetos nacionais e europeus em que estive envolvida, na
experiência adquirida através da prática letiva e pelo exercício de diferentes cargos,
enfim, tudo enriqueceu o leque de conhecimentos e de competências que tenho de
mobilizar para as atividades enquanto inspetora de educação. Para além da
segurança e propriedade que este percurso me deu, contribuiu também para a
humildade e respeito que tenho por todos aqueles com quem me cruzo
profissionalmente.

5. Em seu entender, como contribui a IGEC para que todos os seus inspetores
atuem de modo harmonizado nas diferentes atividades?

A IGEC proporciona numerosos encontros de formação interna, relacionados com


as diferentes atividades contempladas no plano de atividades. Frequentemente são
convidados formadores externos, do ensino superior, para ministrar formação aos
inspetores. Por sua vez, estes também podem, por sua iniciativa, solicitar
autorização para frequentar eventos (congressos, colóquios, seminários, etc) que
consideram ser relevantes para a sua atividade profissional. Ora, todos estes
momentos são de discussão e partilha, o que concorre para a construção de uma
atuação harmonizada dos inspetores.

Igualmente relevante é a existência de roteiros e/ou documentos orientadores que


explicitam com detalhe os procedimentos expectáveis em cada atividade da IGEC.
Tais documentos são sempre analisados e questionados nas sessões de formação,
seja esta de âmbito nacional ou territorial, mas também durante os momentos de
preparação em equipa. É ainda comum os inspetores auscultarem os interlocutores
das atividades, os chefes ou os seus pares quando se deparam com situações que
lhes levantam dúvidas.

65
6. Do ponto de vista da sua operacionalização nas escolas, o que distingue as
atividades de controlo das atividades de avaliação ou de acompanhamento?

O controlo visa essencialmente a verificação da conformidade legal, pelo que nas


escolas implica sobretudo análise documental e algum esclarecimento adicional,
habitualmente fornecido por elemento da direção.

O acompanhamento e a avaliação requerem a mobilização de múltiplos


interlocutores das escolas, para a análise, discussão e reflexão sobre os assuntos. A
realização de entrevistas e de visitas é, por isso, fundamental para envolver e
motivar as pessoas, no sentido de verem uma oportunidade de melhoria nas críticas
construtivas e de sentirem reconhecimento pela consecução dos seus objetivos.

66
Anexo 15- Análise de conteúdo dos Questionários

Categorias Subcategorias Indicadores Unidades de registo


“Ação diária nos agrupamentos de escola/escolas com conhecimento
Características Identidade da Acompanhamento aprofundado e real da organização, gestão e ação educativa nas escolas que
únicas da IGEC organização integram o sistema educativo.” (Q1)

“É um serviço com uma história brilhante, enquanto garantia da defesa dos


interesses e direitos, essencialmente dos alunos.” (Q2)

“As tendências recentes da inspeção, ao longo das últimas duas décadas do


século XX e inicio do século XXI, têm em conta o papel da escola como
elemento nuclear do êxito escolar e da qualidade do sistema educativo.” (Q5)

“Ao longo dos tempos a IGEC tem vindo a adotar diferentes formas de
atuação e de metodologia de trabalho nas escolas, ganhando também uma
perspetiva de maior proximidade com as escolas, a intencionalidade em
manter uma presença regular enriquecendo as interações com os
interlocutores e com a própria instituição escolar.” (Q8)

Transparência “Publicação dos relatórios anuais das diferentes atividades na página


eletrónica da IGEC, bem como dos relatórios realizados em cada
Agrupamento de Escolas/ Escola no âmbito, da maioria das diferentes
atividades realizadas.” (Q1)

“Autonomiatécnica,equidade,legalidade,objetividade,imparcialidade,lealdade,
justiça,democracia,isenção,humildade,rigor técnico e responsabilidade, para a
prossecução do interesse público da educação pré-escolar, dos ensinos

67
básico, secundário e superior,e da ciência.” (Q7)

“ Corpo inspetivo muito bem preparado e qualificado, com elevada isenção


Autonomia Administrativa em defesa do interesse público.” (Q3)

“ A IGEC, nos termos do Decreto Regulamentar n.º15/2012 de 27 de Janeiro, é


um serviço central da administração direta do Estado dotado de Autonomia
Administrativa.” (Q2)

“ Num sistema educativo em que a administração valoriza a autonomia das


escolas, os modelos de organização interna da inspeção terão de refletir esses
valores.” (Q5)
Missão e Atribuições “ A Inspeção-Geral da Educação e Ciência (…)tem por missão «assegurar a
legalidade e regularidade dos atos praticados pelos orgãos, serviços e
organismos do MEC ou sujeito à tutela do Governo, bem como o controlo, a
auditoria e a fiscalização do funcionamento do Sistema Educativo no âmbito
da educação pré-escolar, da educação escolar, compreendendo os ensinos
básico, secundário e superior e integrando as modalidades especiais de
educação, da educação extraescolar, da ciência e tecnologia e dos órgãos,
serviços e organismos do MEC» (artigo 11.º,n.º1, do DL nº125/2011, de 29 de
Dezembro.” (Q5,Q9)

“ Prossegue, entre outras, as atribuições de « contribuir para a qualidade do


Sistema Educativo no âmbito da Educação pré-escolar, dos ensinos básico e

68
secundário e da educação extraescolar» , de «participar no processo de
avaliação das escolas de ensino básico e secundário e apoiar o
desenvolvimento das atividades com ele relacionadas», de «apreciar a
conformidade legal e regulamentar dos atos dos órgãos, serviços e
organismos do MEC» ,de « auditar os sistemas e procedimentos de controlo
interno dos órgãos, serviços e organismos da área de atuação do MEC» , de
«zelar pela equidade no Sistema Educativo, cientifico e tecnológico», de «
assegurar a ação disciplinar e os procedimentos de contra-ordenação» e de «
controlar a aplicação eficaz, eficiente e económica dos dinheiros públicos»
(artigo 2.º,n.º2, do Decreto Regulamentar n.º15/2012,de 27 de Janeiro.” (Q5)

“Ser a entidade mais vocacionada para o controlo dos demais organismos da


Administração Educativa, em especial das escolas. Ser a principal entidade
responsável pela instrução de processos de inquérito ou disciplinares,
resultantes da ação ou da instauração por outros organismos do Ministério da
Educação. Ser a única entidade responsável pela avaliação externa das
escolas.” (Q6)
Diversidade de Atividades ” que se prendem essencialmente, com a diversidade de programas inscritos
no seu Plano Anual de Atividades. A panóplia de atividades que compõem o
PAA da IGEC é expressiva, abrangendo todas as áreas de trabalho das
escolas/instituições educativas, o que não acontece noutras organizações, na
medida em que se encontram vocacionadas para uma ação mais especifica
junto das escolas, como é o caso da Direção-Geral de Educação, da Direção-
Geral da Administração escolar, ou do Instituto de Gestão Financeira da
Educação. As múltiplas atividades da IGEC, algumas com caráter sistemático,
outras pontual, de Acompanhamento, Controlo, Avaliação, Provedoria, Ação
Disciplinar e Auditoria integram-se em todos os domínios do Sistema
Educativo.” (Q8)

“Portanto, o que distingue a IGEC, na minha opinião é a abrangência da sua


esfera de ação.” (Q9)

69
Competências “A multiplicidade de vertentes abrangidas pela IGEC e em que o inspetor
desenvolve a sua atividade (…) pressupõe, da parte dos inspetores, uma
capacitação diversa e muito rica, o que também não se verifica em muitas das
outras organizações da administração central, habitualmente vocacionadas
para áreas específicas. De facto, esta é uma caraterística singular da IGEC e
dos seus inspetores, que deriva do facto de realizarem atividades nestas
diversas áreas o que implica grande conhecimento, estudo e investimento na
atualização e aprofundamento das diferentes temáticas em estudo. Esse
aspeto reflete-se, naturalmente, no conhecimento generalizado dos
inspetores sobre o funcionamento das escolas e na abordagem in loco no
contexto escolar.” (Q8)
Crenças e valores Perceção da Qualidade do Sistema “ Todos os alunos e crianças têm o seu potencial de aprendizagem, pelo que
partilhados Organização Educativo todos têm direito a ter sucesso, o seu sucesso.” (Q1)

“ Ser um organismo importante para a regulação do Sistema Educativo (…) ser


um organismo que, através da sua ação, contribui para o desenvolvimento do
Sistema Educativo, especialmente das escolas.” (Q6)

“ a intervenção da inspeção da educação tem, verdadeiramente um papel e


uma influência muito significativa nesse percurso, seja através dos
contributos que presta na preparação de medidas educativas a nível central
pelo Ministério da Educação, seja no acompanhamento, controlo e avaliação
das organizações escolares e no apoio aos orgãos de gestão nomeadamente,
em casos específicos, como o apoio aos instrutores de processos disciplinares
(docentes).” (Q8)
“ Ética,rigor, isenção, imparcialidade, responsabilidade, respeito pela
Cultura Organizacional diversidade de opiniões…” (Q1)

“Independência, rigor, elevada formação técnica.” (Q2)

“Independência, isenção, solidariedade e partilha (trabalho colaborativo).”

70
(Q3)

“Honestidade , exigência, dedicação e competência.” (Q4)

“A IGEC possui uma forte cultura organizacional, pautando-se por valores e


princípios de respeito, colaboração, correção, transparência,
proporcionalidade e contraditório. O pessoal da Inspeção goza de autonomia
técnica no exercício das tarefas de inspeção que lhes sejam confiadas (…) no
exercício das suas funções, o pessoal de inspeção pauta a sua conduta pela
adequação dos seus procedimentos aos objetivos da ação (principio da
proporcionalidade) e conduzir as suas intervenções com observância do
principio do contraditório, salvo nos casos previstos na lei.” (Q5)

“ Ser um organismo que pauta a sua ação pela isenção, equidade, e defesa
dos interesses dos alunos.” (Q6)

“Autonomia técnica, equidade, legalidade, objetividade, imparcialidade,


lealdade ,justiça, democracia, isenção, humildade, rigor técnico,
responsabilidade, afetividade (inteligência emocional) e a inovação (mudar
para melhorar).” (Q7)

“ idoneidade, a isenção, a independência, a seriedade, a humildade e o rigor.


Os inspetores pautam a sua atuação por uma conduta de imparcialidade, de
competência, de compreensão do contexto escolar e de apropriação do
ambiente educativo, de gestão das relações e, inclusivamente, de negociação
na área do acompanhamento da ação educativa.” (Q8)

“ zelo pela conformidade legal e regulamentar dos atos dos órgãos, serviços e
organismos do ME, o contributo para qualidade do Sistema Educativo, o zelo
pela equidade no Sistema Educativo, cientifico e tecnológico, e ainda, o
controlo da aplicação eficaz, eficiente e económica dos dinheiros públicos.”

71
(Q9)

“ Os inspetores têm essa competência, a de acompanhar permanentemente


Agentes de Mudança a mudança na sociedade e a evolução do Sistema Educativo, tornando-se,
também eles, agentes de transformação e mudança nas escolas.” (Q8)
Papeis Lógicas de ação Supervisor “Supervisor nas atividades de Acompanhamento e Controlo.” (Q1)
desempenhados “Supervisor.” (Q3)
Pelos inspetores “ a IGEC assume um papel nuclear de natureza supervisora, designadamente
no apoio e aconselhamento para o desenvolvimento de uma cultura de
centração a ação educativa nas organizações escolares (…) destaca-se o papel
de supervisão, no «desenvolvimento qualitativo da organização escolar e dos
que nela realizam o seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função
educativa através de aprendizagens individuais e coletivas .“ (Q5)

Avaliador “ Avaliador nas atividades de Avaliação Externa de escolas.” (Q1)


“Avaliador.” (Q3)

“ outro aspeto a ter em conta «é a avaliação e a prestação de contas», como


expressão da necessidade de regulação interna. No caso português, «cabe à
IGEC a avaliação do desempenho das organizações educacionais» (…) para
que o «controlo social» se concretize, depende de adequados sistemas de
informação interna em ordem à avaliação do funcionamento e dos resultados,
ou avaliação da realização da missão da escola.”(Q5)

“Nas atividades de avaliação - de avaliador (por referentes e indicadores). “


(Q6)

“Nas diferentes atividades da inspeção (independentemente da possibilidade


de as realizar todas) vejo-me como avaliador.” (Q7)
Outro(s) “ Essencialmente um inspetor que pauta a sua ação com elevada isenção e,

72
sempre, orientado pela defesa intransigente do interesse público.” (Q2)

“Apenas como mais um elemento que procura , através do seu trabalho,


contribuir para a melhora das escolas e da educação em geral, naquilo que é
mais importante, a qualidade das aprendizagens e o crescimento da
criança/aluno feliz, competente e socialmente participativo e autónomo.”
(Q4)

“Nas atividades de controlo – de regulador (pela norma legal). Nas atividades


de acompanhamento – de regulador (pela reflexão, pela negociação, pelas
boas práticas). “ (Q6)

“Assumo atividades de todos os programas do PAA realizadas na Área


Territorial e as diferentes funções que lhes são inerentes, nomeadamente de
Acompanhamento, Controlo, Avaliação, Provedoria e Ação Disciplinar.
Também realizei atividades de auditoria à Ação Social Escolar, pelo que
desenvolvi as competências necessárias à realização das diferentes atividades
e considero que a ação de um inspetor não se coaduna com o modelo de
«supervisor».”(Q8)

“ O Plano de Atividades da IGEC integra atividades de natureza distinta. Assim,


o meu papel difere consoante a atividade para a qual sou designada (…) um
aspeto essencial do meu trabalho, com exceção da atividade de provedoria e
disciplinar, é que integro sempre uma equipa, o que é muito relevante na
análise e decisão acerca dos assuntos complexos e sensíveis com os quais
trabalhamos diariamente.“ (Q9)
Experiência Percurso Pertinência “ Permitiu ter um conhecimento aprofundado da organização e
Profissional profissional funcionamento do Sistema Educativo, bem como da(s) cultura(s) de escola(s)
anterior e logicas de ação das escolas. Este conhecimento contribuiu, eventualmente,
para uma intervenção inspetiva mais ajustada às realidades em presença, com
consequente devolução de informação mais pertinente e útil à escola,

73
tendente à melhoria do seu desenvolvimento organizacional.” (Q1)

“A experiência profissional anterior, quer o exercício de funções docentes,


quer o trabalho desenvolvido em serviços regionais/ centrais do Ministério da
Educação e, em equipas de missão nomeadas por superior despacho
ministerial, permitiu obter um aprofundado conhecimento do Sistema
Educativo, o que sem dúvida, contribuiu uma mais – valia para o desempenho
das funções de inspetor da educação e ciência.” (Q2)

“Conhecimento do Sistema Educativo, bem como um conjunto alargado de


práticas pedagógicas com aplicação direta ou indireta no exercício de funções
inspetivas.” (Q3)

“ Sem dúvida muito importante pois já tinha 20 anos na carreira de professor


com experiências nas várias áreas o que me possibilitou ter um conhecimento
concreto e , em simultâneo, mais abrangente.” (Q4)

“A formação e integração de um inspetor na cultura organizacional da


inspeção é um processo complexo, que exige, por parte do candidato, um
conhecimento muito abrangente de todo o Sistema Educativo, das
perspetivas mais relevantes dos principais teóricos da educação e perfil para o
exercício da profissão. A experiência profissional anterior ao ingresso na
inspeção é fundamental para o conhecimento em ação da organização escola
e do Sistema Educativo.” (Q5)

“Foi pouca a valia. A especificidade do trabalho desenvolvido na IGEC exige


competências que, em grande medida, são adquiridas e desenvolvidas em
contexto institucional. A pesquisa e a aprendizagem/ reflexão realizada na
ação, no dia-a-dia, é a essencial para o desenvolvimento do trabalho
inspetivo.”( Q6)

74
“Todo o meu currículo (experiência profissional), anterior ao meu ingresso na
IGEC, teve influência e foi uma mais-valia para o meu desenvolvimento
profissional na IGEC (na qual me encontro há 18 anos), destaco, de forma
sucinta, em primeiro lugar a prática letiva ao longo de 15 anos (desde o 2.º
ciclo até ao 12.º ano de escolaridade) no ensino público e privado (em regime
de acumulação), o desempenho de direção pedagógica no ensino privado, o
trabalho, durante cinco anos, desenvolvido na Direção-Geral da
Administração Educativa, como técnico superior e como dirigente (chefe de
divisão). Toda esta experiência contribuiu para um conhecimento profundo
do sistema educativo e das pessoas (diferentes profissionais), associado à
formação contínua (o que é importante e essencial), tanto em contexto, como
académica (pós-graduada) realizada.”(Q7)

“O conhecimento generalizado e a experiência que detinha à data de entrada


na Inspeção da Educação de quase todas as funções desempenhadas num
estabelecimento de educação, nomeadamente enquanto trabalhador não
docente e docente, elemento de estruturas consultivas, de estruturas de
coordenação educativa e de supervisão pedagógica e, também, de liderança
de topo na direção de um estabelecimento de educação, foram cruciais para o
trabalho na IGEC. O conhecimento intrínseco das tarefas e dos conteúdos
funcionais/competências adstritas a cada uma, dos níveis de dificuldade, de
responsabilidade e dos possíveis constrangimentos inerentes, da necessidade
de tempo e de investimento na formação adequada para cada uma delas e do
funcionamento quotidiano de uma escola, foi fundamental para a abordagem
necessária em cada uma das atividades que, desde então, realizei. Do mesmo
modo, a experiência em diferentes contextos educativos (incluindo de
educação formal e não formal) enquanto docente foi-me igualmente
benéfica, no que respeita à capacidade de adaptação e ao favorecer uma
observação contextualizada e uma integração em diversas vertentes do
trabalho inspetivo com serenidade e maior à vontade. Destaco, ainda, uma
maior capacitação na interpretação das lógicas de ação dos diferentes grupos

75
presentes nas escolas e da própria gestão estratégica das «lideranças
intermédias e de topo», uma vez que as conheço intrinsecamente.” (Q8)

“Antes de ingressar na IGEC fui professora do 3.º ciclo do ensino básico e


ensino secundário. Trata-se de uma experiência fundamental, se não
imprescindível, para as funções que atualmente exerço. Tudo o que aprendi
na formação inicial e contínua, bem como para obtenção do grau de mestre,
na interação com os meus pares, na autoformação, nos projetos nacionais e
europeus em que estive envolvida, na experiência adquirida através da
prática letiva e pelo exercício de diferentes cargos, enfim, tudo enriqueceu o
leque de conhecimentos e de competências que tenho de mobilizar para as
atividades enquanto inspetora de educação. Para além da segurança e
propriedade que este percurso me deu, contribuiu também para a humildade
e respeito que tenho por todos aqueles com quem me cruzo
profissionalmente.” (Q9)
Modos de Formação “ Realização de ações de formação/ informação de curta duração.” (Q1)
coordenação da
ação Ação Inspetiva “ Através da formação disponibilizada…” (Q4)

“ A IGEC organiza-se de forma a garantir a equidade na sua atuação. Para cada


atividade organização formação nacional especifica (serviços centrais) e, cada
área territorial, reforça essa formação no sentido de aferir atuações,
conceitos e perspetivas…” (Q5)

“ A IGEC contribui para que todos os inspetores atuem de modo harmonizado


nas diferentes atividades com as inúmeras reuniões de formação…” (Q7)

“ A IGEC proporciona numeroso encontros de formação interna, relacionados


com as diferentes atividades contempladas no plano de atividades.
Frequentemente são convidados formadores externos, do Ensino Superior,
para ministrar formação aos inspetores.” (Q9)

76
Reuniões “ Realização de reuniões de preparação de atividades (…) reuniões realizadas
pelas equipas de coordenação nacional, das diferentes atividades, com todos
os inspetores envolvidos na atividade a desenvolver e/ou com os
interlocutores de cada atividade por Área Territorial (Norte, Centro, Sul) (…)
reuniões de apresentação de conclusões/ resultados de cada atividade e
aspetos a melhorar nas futuras intervenções inspetivas.” (Q1)

“ Releva aqui as ações/ reuniões de trabalho preparatórias da atividade.” (Q2)

“Através de orientações especificas para a realização das atividades a


desenvolver, acompanhadas geralmente de reuniões para esclarecer as
referidas orientações.” (Q3)

“As reuniões, centrais e regionais, de reflexão e lançamento das atividades


também procuram essa unicidade e coerência na ação.” (Q6)

“ promoção de reuniões preparatórias à intervenção em cada atividade,


organizadas e orientadas pelos coordenadores nacionais e interlocutores
regionais das AT…” (Q8)
“ Elaboração, e sua apropriação pelos inspetores, de instrumentos de suporte
Instrumentos à realização das diferentes atividades (ex: roteiro, guião, matriz de relatório,
questões orientadas de condução de entrevistas) (…) análise, pelas Àreas
Territoriais e Serviços Centrais da IGEC, dos relatórios produzidos no final de
cada intervenção inspetiva e devolução de informação às equipas inspetivas
sobre eventuais aspetos a melhorar, no sentido de alinhamento de
procedimentos e práticas.“ (Q1)

“constrói um «guião» e um «roteiro» para a atividade de seguimento


obrigatório por todas as equipas inspetivas/ inspetores.” (Q5)

77
“Através da utilização de instrumentos de trabalho comuns, com orientações
iguais.” (Q6)

“os documentos orientadores…” (Q7)

“ também na conceção de instrumentos de trabalho com os quais os


inspetores vão trabalhar”. (Q8)

“ Igualmente relevante è a existência de roteiros e/ou documentos


orientadores que explicitam com detalhe os procedimentos expetáveis em
cada atividade da IGEC…” (Q9)
Apoio à ação “ A ação/ disponibilidade dos interlocutores de cada atividade, por Área
Territorial, para esclarecimento de eventuais duvidas decorrentes da ação
quotidiana das escolas.” (Q1)

“ do trabalho de coordenação com os interlocutores das várias atividades.”


(Q4)

“designa coordenadores nacionais e interlocutores que supervisionam todo o


processo.” (Q5)

“ a ajuda mútua o trabalho colaborativo , a coesão…” (Q7)

“ É ainda comum os inspetores auscultarem os interlocutores das atividades,


os chefes ou os seus pares quando se deparam com situações que lhes
levanam dúvidas.” (Q9)
“ e o muito bom ambiente – afetividade ( « um bom nível» de inteligência
Inteligência Emocional emocional).” (Q7)
Perfis das equipas inspetivas “ Um outro dado que me parece importante é o fato de serem considerados
perfil para a constituição das equipas inspetivas, no caso de atividades de

78
carater muito especifico de um nível de educação ou de ensino ou de área
disciplinar (…) sendo que pelo menos um dos elementos deverá sempre ser
um inspetor com formação de base na àrea em que a atividade incide.” (Q8)
“Na operacionalização das Atividades de Controlo a ação inspetiva centra-se
Carateristicas Operacionalização Controlo essencialmente em análise documental para verificação do cumprimento dos
distintivas das normativos legais enquadradores da ação educativa das escolas e numa breve
atividades observação das instalações / equipamentos e/ou da realização de entrevistas
a stakeholders. O relatório centra-se, essencialmente, em recomendações
com vista a superar as debilidades identificadas, com a possível realização de
uma atividade sequencial.” (Q1)

“verificação da conformidade legal/regulamentar dos atos de


direção/gestão…” (Q2)

“As atividades dos programas de controlo, acompanhamento e avaliação são


operacionalizadas de acordo com a sua especificidade, nos termos definidos
no Regulamento n.º 189/2013, de 24 de maio:

- Controlo (Artigo 13.º)


1 — As atividades inspetivas integradas no programa de controlo têm por
finalidade a verificação da conformidade legal do funcionamento dos
estabelecimentos de educação e ensino, de outros serviços ou segmentos do
sistema educativo e do sistema científico e tecnológico, e a identificação de
fatores condicionantes da sua eficiência e eficácia, considerando os meios
disponíveis e os serviços prestados.

2 — Estas atividades integram o dispositivo de monitorização dos sistemas


educativo e científico e tecnológico, da responsabilidade da IGEC, e visam
recolher e tratar informação, recomendar as correções necessárias e propor,
à tutela, medidas adequadas de regulação.” (Q5)

79
“As atividades de controlo, limitadas no tempo ou não, são pautadas pela
verificação do normativo legal. É um trabalho de fiscalização, de controlo da
ação da escola, tendo por referente o cumprimento das orientações da
Administração Educativa e do quadro legislativo em vigor.” (Q6)

“as atividades de controlo são de verificação da conformidade normativa


(legal e regulamentar), o que explica tudo, pois estão associadas a uma maior
ou menor fiscalização, que podem conduzir a propostas de medidas
corretivas, quer na gestão quer no funcionamento das diferentes
organizações, ou até terem repercussões sancionatórias (ação disciplinar).
Estas atividades de controlo têm de existir, não só para garantir e defender o
interesse público e o controlo da aplicação do erário público, como também
para melhorar a qualidade, a equidade e a justiça na Educação e no Ensino.”
(Q7)

“A operacionalização das atividades de controlo pressupõe, desde logo, a


verificação da conformidade legal, da aplicação à realidade/contexto escolar
dos normativos de referência e a sua harmonização no quadro da eficiência e
da eficácia a que o Diretor deve (cor)responder (escolas da rede pública). Não
é, no entanto, dissociada deste modo de atuação, uma perspetiva reflexiva e
eminentemente pedagógica com os interlocutores nas escolas sobre a
aplicação do quadro legal ao contexto em questão, as alternativas inscritas na
margem de autonomia, sempre no pressuposto do respeito pela legislação em
vigor e na prossecução do objetivo de regulação do sistema educativo.” (Q8)

“O controlo visa essencialmente a verificação da conformidade legal, pelo que


nas escolas implica sobretudo análise documental e algum esclarecimento
adicional, habitualmente fornecido por elemento da direção.” (Q9)

80
“Na operacionalização das atividades de avaliação a equipa avaliativa, com
Avaliação base nas evidências, factualidade e informação colhida, vai construindo juízos
avaliativos sobre o objeto avaliado, num processo reflexivo, analítico e
formativo partilhado com os stakeholders. O enfoque está na produção de
juízos avaliativos, quantificados, e discutidos em equipa avaliativa sobre o
desempenho da escola, pelo que nesta atividade – Avaliação-, e apesar da sua
dimensão formativa, o enfoque não está na eventual desconstrução/ reflexão
e análise de conceitos, procedimentos e práticas, onde se vão redesenhando
outras metodologias e estratégias de ação.” (Q1)

“ relavam a avaliação, na perspetiva da obtenção de uma


perceção/conhecimento global e integrado de diferentes segmentos
organizacionais da organização educativa – a escola…” (Q2)

“As atividades dos programas de controlo, acompanhamento e avaliação são


operacionalizadas de acordo com a sua especificidade, nos termos definidos
no Regulamento n.º 189/2013, de 24 de maio:
- Avaliação (Artigo 15.º)
1 — A atividade inspetiva da IGEC integrada no programa de avaliação centra
-se nas dimensões dos resultados, da prestação do serviço educativo e da
liderança e gestão dos estabelecimentos de educação e ensino, com a
finalidade de contribuir de forma relevante para a melhoria da qualidade das
aprendizagens dos alunos e para o desenvolvimento do sistema educativo.

2 — Esta atividade visa promover a articulação e a complementaridade entre


autoavaliação e avaliação externa, fomentando a adoção pelas escolas de
dispositivos e práticas de autoavaliação adequadas e consequentes que
contribuam para a sua autorregulação e para a regulação do sistema
educativo.” (Q5)
“As atividades de avaliação são limitadas no tempo e feitas por referência a
Domínios, Campos de Análise, Referentes e Indicadores. Faz-se a intervenção,

81
que pode durar alguns dias, da qual resulta um relatório avaliativo. A escola
depois, dentro da sua autonomia, dá seguimento às áreas a melhorar
identificadas no relatório.” (Q6)

“Na operacionalização das atividades de Acompanhamento a


Acompanhamento operacionalização centra-se essencialmente na análise compreensiva da (s)
realidade (s) escolar (es) em presença, assente na triangulação da informação
colhida nas entrevistas aos stakeholders, observação de contextos
educativos/ atividades educativas/letivas e análise documental.” (Q1)

“ o desempenho dos alunos quanto aos resultados escolares – académicos e


atitudinais.” (Q2)

“As atividades dos programas de controlo, acompanhamento e avaliação são


operacionalizadas de acordo com a sua especificidade, nos termos definidos
no Regulamento n.º 189/2013, de 24 de maio:
Acompanhamento (Artigo 14.º)
As atividades inspetivas integradas no programa de acompanhamento
concretizam -se na observação e análise da ação educativa desenvolvida pelos
estabelecimentos de educação e ensino, de modo a obter um melhor
conhecimento dos processos de implementação das medidas de política
educativa e induzir à adoção de melhores práticas de organização e
funcionamento orientadas para a melhoria das aprendizagens e para os
resultados escolares dos alunos.” (Q5)

“As atividades de acompanhamento (adequadamente estruturadas)


prolongam-se no tempo, por regra um ano (a equipa inspetiva acompanha
presencialmente a escola em três momentos, no mínimo). O trabalho inicial

82
feito em conjunto com a escola, assente na reflexão e negociação, é depois
acompanhado ao longo do ano pela equipa com a adequada monitorização do
trabalho em curso. “ (Q6)
“ Todas as atividades, na sua operacionalização assumem uma vertente
Formação formativa, no sentido induzirem a melhoria da qualidade educativa e o
desenvolvimento organizacional.” (Q1)
“ Em todas as atividades, a recolha de informação e sua análise centra-se num
Semelhanças processo reflexivo e de interação dialógica com a direção, docentes e outros
interlocutores.” (Q1)

“ No meu entendimento, na maior parte das vezes, torna-se difícil estabelecer


as fronteiras, têm características muito idênticas, todas elas têm como
finalidade principal induzir as escolas a melhores práticas e ao cumprimentos
dos normativos vigentes.” (Q3)

“As atividades de avaliação e de acompanhamento contribuem mais, na


minha opinião, para a melhoria da qualidade das escolas (processos de ensino
e de aprendizagem) e para a regulação (é claro que não são as únicas que
regulam, como sabemos há uma grande variedade e multiplicidade de
regulações tanto nacionais como transnacionais) do sistema educativo porque
são fundadas no conhecimento (e não na verificação da conformidade
normativa), tendo em vista garantir a confiança social na Educação e no
Ensino e informar os decisores políticos e a opinião pública. “ (Q7)

“O controlo visa essencialmente a verificação da conformidade legal, pelo que


nas escolas implica sobretudo análise documental e algum esclarecimento
adicional, habitualmente fornecido por elemento da direção.” (Q9)

“ O traço distintivo é, essencialmente, o objetivo, alguns aspetos


Distinções metodológicos e o conteúdo/ forma dos documentos devolvidos à escola.”

83
(Q1)

“ A objetividade da atividade de controlo aliada à sua natureza normativa.”


(Q4)

“A operacionalização das atividades dos diferentes programas é orientada


pela metodologia definida para a própria atividade, criada estrategicamente
dentro de um quadro conceptual e com uma orientação para a ação muito
específica. Atende às competências legais definidas para a ação da IGEC no
contexto a intervencionar, e que podem diferir se se tratar de uma escola da
rede pública ou de um estabelecimento do ensino particular e cooperativo,
por exemplo. Nesse sentido, a metodologia aprovada superiormente e os
instrumentos de trabalho são concebidos pelas equipas de coordenação
nacional e de interlocução regionais respeitando a natureza de cada atividade
e orientando a intervenção inspetiva de acordo com os objetivos estratégicos
e operacionais definidos.” (Q8)

“Os roteiros e guiões de atividades suportam a sua operacionalização, sendo


os de controlo mais objetivos, quando comparados com os roteiros ou
quadros de referência das atividades de acompanhamento e de avaliação.”
(Q8)

84
Anexo 16- Planificação de um documento auxiliar à atividade do ATE

85
Índice

1.Conceito de Autorregulação ................................................................. 2


2.Conceito de Mentoring/Tutoria .........................................................................................2
3.Conceito de Mentor ............................................................................................................3
4.Cursos de Formação.............................................................................. 4
4.1.Metodologia de Formação………………………………………………………...6

5.Tutoria e o Ciclo de Ajuda...................................................................................................6


5.1. Fases do Ciclo de Ajuda ………………………………………………………………………………………..….7
5.2. Tutoria – Processo de Ajuda…………………………………………………………………….................7
5.3. Eficácia dos Processos de Tutoria…………………………………………………………………………..8
5.4. Efeitos Positivos da Tutoria…………………………………………………………………………………….9

6. Auto- Regulação da Aprendizagem…………………………………………………………..……………9


7. Modelo PLEA………………………………………………………………………………………………………..12
8. Promoção do desenvolvimento da auto-regulação da
aprendizagem………………………………………………………………………………………………………14
9. Resultados esperados…………………………………………………………………………………………..17

Referências
Bibliográficas…………………………………………………………………………..18

86
Tutorias Autorregulatórias
Refletir sobre as questões da Educação é sempre importante quando se lança algum
projeto, uma vez que as escolas são contextos muito ricos em processos: a escola
segrega, exclui, mas também integra.

O desenrolar do processo de tutoria assenta em dois eixos fundamentais:

1. Na autorregulação sociocognitiva (competências de estudo)


2. Na autorregulação socioafetiva (competências de gestão emocional)

1. Conceito de Autorregulação
-“fator chave para sobreviver e permitir ao sujeito adaptar-se ao meio ambiente, com
êxito e, para que a auto-regulação se efetue, exige do sujeito controlo, mas com uma
regularidade que corresponde, psicologicamente, a um exercício de controlo sobre si
mesmo (Baumeister & Kathleen, 2004, cit in Santos,2012,p.69);

- “processo através do qual os alunos ativam e sustêm comportamentos, cognições e


emoções orientadas sistematicamente para a consecução dos objetivos de aprendizagem
(Rosário et al,2006,p.179).

2. Conceito de Mentoring/ Tutoria

Pode ser entendida como:

- “uma relação entre um par de indivíduos não aparentados, geralmente de diferentes


idades e de desenvolvimento. O tutor é o mais velho, pessoa mais experiente, que
procura desenvolver o carácter e a competência de uma pessoa mais jovem”
(Bronfenbrenner, 1996, cit in Santos,2012,p.18);

- “ um relacionamento de um para um (adulto que cuida de uma criança que necessita de


apoio para alcançar a carreira académica, desenvolvimento social e objectivos pessoais
(…)”(McPartland & Nettles, 1991 cit in Santos,2012,p.18);

- “uma relação de um para um entre um adulto carinhoso e um jovem que poderá


beneficiar da relação” (Santos,2012,p.18);

87
- Um processo fundamental de base de relação. Não de relação técnica mas sim assente
nas competências de comunicação e de relação interpessoal de base humanista,
aceitando o aluno porque aquilo que é e não por aquilo que devia ser;

- Um processo e apropriação, em que o tutorando constrói o seu próprio processo;

- Explicações, realização de tpc, jogos, entre outros;

3. Conceito de Mentor

- O uso mais antigo do termo “mentor” surge na Odisseia de Homero (Séc. VIII a.c);

- Alguém com mais experiência que oriente alguém.

- A Teoria da Vinculação assume especial importância, uma vez que permite


compreender se a mentoria em si mesma é um fator de proteção juvenil, isto é “ se ajuda
a prevenir ou a minimizar a ação de fatores de risco ou se age (in) diretamente sobre
outros fatores protetores (e.g.parentalidade), contribuindo para o ajustamento pessoal do
jovem” (Simões & Alarcão ,2011, 343).

- É de salientar que os professores são os profissionais que os alunos vêm todos os dias.

Lógicas associadas:

a) Lógica Preventiva, ancorada num racional teórico, uma vez que é


fundamental “um processo em que alguém ajuda e aprova a
aprendizagem de outrem de uma forma interativa, sistemática e
significativa” ( e.g. Topping,2000);
b) Lógica Promocional, que consiste em pôr o sujeito a fazer coisas, em
contraposição a dar coisas às pessoas;
c) Capacitação da Lógica de Interrogação.

88
É necessário que o tutor tenha uma visão sistemática de modo a perceber o mundo que
rodeia o aluno. É necessário que tenha igualmente noção que está a lidar com três eixos
ao lidar com crianças tutoradas:

I. Problemática do Abandono;
II. Problemática da Indisciplina;
III. Problemática do Insucesso.

4.Cursos de Formação

Curso Online de Formação Livre (MOOC/Massive Open Online Course) – O MOOC


vive de histórias.

Curso Online de Formação Acreditado (MOODLE) – O MOODLE não tem histórias,


mas sim sessões de trabalho.

Estes cursos têm a função de ampliar o conhecimento dos professores em relação a uma
determinada temática. Assim, a formação tem que ser muito especifica porque os tutores
geram conflitos com os outros, mas fundamentalmente dos conflitos de estatuto/papéis,
uma vez que o professor quando passa a tutor passa a ter o seu estatuto em termos de
grupo social a que pertence, porque está a definir um novo papel.

Ser professor tutor é um papel e uma função demorada, não uma tarefa para se
despachar ou resolver.

Os cursos de formação são dados de forma securizante. Ou seja, as pessoas não têm
uma formação específica, importa é que tenham:

 Disposição;
 Disponibilidade;
 Alguma Audácia (preparado para desafios).

89
Com isto, “revisões de estudos sobre Tutoria levaram a concluir, de forma
consistente, que métodos mais estruturados, nos quais os tutores recebem
preparação/formação, tendem a obter melhores resultados”

(Cohen, Kulik & Kulik, 1982; Sharpley & Sharpley, 1981; Topping & Ehly,
1998, cit in Santos,2012,p.32).

Segundo Rhodes (1994 cit in Santos,2012,p.30), assume-se, como consenso geral,


que algum tipo de orientação continuada deve ser prestado aos tutores, no âmbito
das suas necessidades de formação e programas de supervisão de tutores.

Quer no MOOC que no MOODLE tem-se em vista dar “algum chão como suporte
ás pessoas”. Que suporte?

1. Tutorias Existenciais
Têm em vista a colmatação de lacunas ( conhecer na tutoria alguns aspetos da
vida dos tutorandos que possam ser importantes)
Exemplos – Dificuldades económicas, de relacionamento dos alunos , entre
outras.

2. Tutorias Centradas na capacitação


Têm em vista a capacitação do aluno para que tenha um papel mais ativo na
sua aprendizagem. A ideia de capacitar o aluno para co aprender o seu
percurso e movimentar-se no sentido de querer incitar um conjunto de passos
para resolver o seu problema.
Deste modo são necessárias duas características fundamentais:
- Motivação;
- Skills (Equipar o aluno para assumir uma condução do processo).

Tendo em vista estratégias alternativas de auto-avaliação:


a) Monitorização dos seus passos;
b) Definição de objetivos.

É pretendido que os tutores trabalhem e facilitem o processo de tomada de


decisão dos alunos. Aqui facilitar significa questionar, injectando “esperança

90
com propósito” , onde o professor tutor refere ao tutorando que “vou trabalhar
contigo um propósito para a tua vida”.

4.1. Metodologia da Formação

“Convidar os tutores a pensar,pensado”

 Pensar sobre o processo;


 Pensando-se a si próprio em relação ás competências de auto-regulação (
como está a saúde do seu processo autoregulatório).

“ Não há nada mais prático do que uma boa teoria”

O que pressupõe a existência de um racional de base daquilo que os professores tutores


fazem. Desta forma, os alunos precisam de uma radiografia adequada sobre o seu
percurso e de serem ajudados no sentido de perceberem que
oportunidades/caminhos/desafios têm pela frente, projectando no futuro as
consequência de determinados atos, tendo como palavras-chave reflexão e
compromisso (relação com os professores tutores).

As ferramentas disponibilizadas (do moodle) têm por base pdfs de livros


disponibilizados pela Porto Editora, assim como de vídeos e bandas desenhadas o que
pressupõe um conjunto muito plástico de abordagens, onde os professores tutores são
desafiados a escolher um best of dos livros, uma vez que a auto-regulação vive da
regulação com o contexto, tendo em conta as especificidades de cada aluno.

5. A tutoria e o ciclo de ajuda


Trata-se de uma relação de ajuda que visa o desenvolvimento de comportamentos
adequados às necessidades específicas de cada tutorando. Cada ciclo de ajuda é
constituído por três fases: 1ªFase: Facilitação; 2ª Fase: Transição/Insight; 3ª Fase:
Acão.

As teorias referentes à tutoria têm por base os modelos socio-cognitivos que se


encontram relacionados “com o assumir da competência para que eu possa resolver o
problema.”

91
5.1.Fases do Ciclo de Ajuda
Quadro 1- Fases do ciclo de ajuda da aprendizagem autorregulatória

Fases do ciclo de ajuda da aprendizagem auto-regulatória

1ª Fase: Facilitação 2ª Fase: Transição/ Insight 3ª Fase: Ação

“Alicerce” do processo de “Comprometo-me com…” Ação/Reação


tutoria;
Competências Necessárias Competências Necessárias
Competências Necessárias
- Especificação (Capacidade - Assinalar discrepâncias;
- Empatia (entendimento); de concretizar);
- Centrar-se no hoje e agora (o
- Respeito (confiar em); - Autenticação (cap. de ser que efectivamente tem que ser
genuino,honesto); feito agora);
-Cuidado e afeto demonstrados
em comportamentos verbais e não - Auto-revelação (cap. de
verbais; dizer que já passou por
situações idênticas);

Objetivo Objetivo
Objetivo
Compreensão aprofundada Realização de ações
Estabelecimento de uma base de do(s) problema(s) e adequadas em direção à
relacionamento e auto-exploração comprometimento com a resolução do(s) problema(s)
do tutorando. Tal pressupõe que o mudança. identificado(s).
tutorando deve resolver
problemas e o tutor deve ajuda a
classificá-los.

É de salientar que os tutorandos devem repetir o ciclo do processo de ajuda tantas vezes
quantas necessárias, para atingirem os seus objetivos, celebrando os pequenos
progressos positivos feitos pelos mesmos.

5.2. Tutoria – Processo de Ajuda

Este processo tem em vista:

- Promover um espaço reflexivo (eu quero ser melhor, e isto faz sentido para mim);

- Escuta ativa VS Escuta Passiva.

92
Condições dos programas de tutoria:

Inclui uma dimensão de processo, de cuidado de comprometimento com o outro, para


que este se assuma como construtor principal do seu sentido de vida (Azevedo & al,
2007,p.6).

Desta forma, é indispensável que o tutorando tenha capacidade de gerir o tempo e de


optimizar a ajuda recebida pelo tutor, e de transpor os conhecimentos adquiridos,
traduzidos pelo papel ativo que o aluno pode desempenhar na aprendizagem (Veiga
Simão & Al, 2007,p.7), uma vez que a auto-regulação da aprendizagem tem em vista a
aprendizagem regulada pelo próprio aluno.

Segundo Pintrich (2000) “a aprendizagem auto-regulada é um processo activo e


construtivo no qual os alunos estabelecem metas para a sua aprendizagem e em seguida
tentam monitorizar, regular e controlar a sua cognição, motivação e comportamentos,
orientados e limitados pelos seus objectivos e as características do seu contexto”
(Pintrich, 2000, p.453 cit in Santos,2012,p.76).

Segundo o Dr. João Freire, de acordo com o vídeo Tutoria escolar: a relação que (se)
transforma, existem três condições fundamentais que devem ser tidas em consideração:

 Respeito pelo Tempo – horário letivo/horário não letivo; sobrecarga do aluno;


 Respeito pelo Espaço – dimensões da escola afetam as relações interpessoais;
 Respeito pelos Registos – ter memória das atividades; ser mais eficaz na
monitorização das tutorias.

5.3. Eficácia dos processos de tutoria

- A tutoria com impacto nos processos motivacionais (apropriação da tarefa/ relação do


tutorando com a tarefa);

- Necessidade de uma monitorização constante que deverá incluir instrumentos.

De acordo com Santos (2012) segundo uma meta-análise realizada por uma
multiplicidade de autores, os programas que tenham os seguintes elementos, conseguem

93
atingir melhores resultados: “formação continua; actividades estruturadas; envolvimento
dos pais; expectativas claras sobre a frequência das reuniões (…) dado terem um efeito
significativamente maior do que aqueles programas que não têm estes componentes(…)
pelo que a duração da Tutoria constitui um importante factor no âmbito de programas
multicomponentes” (Santos,2012,p.61). Porém, é de salientar que “poucas pesquisas
têm explorado sistematicamente os tipos de características como moderadores
potenciais do impacto dos programas”(Santos,2012,p.61).

5.4. Efeitos Positivos da Tutoria

- Comportamento = Papel ativo do aluno nos processos de aprendizagem , que se traduz


através de:

“atos como saber utilizar estratégias adequadamente, saber avaliar o que sabe e o que
necessita de aprender, conseguir gerir o seu tempo de estudo (…) resistir às distracções,
saber lidar com a ansiedade ou com outras emoções negativas são exemplos de
competências que o estudante pode pôr ao serviço de uma aprendizagem eficaz” (Veiga
Simão & Al, 2007,p.7).

A tutoria promove assim mudanças, nomeadamente:

- Interpessoais (quando o aluno reflecte sobre si próprio);

- Intrapessoais ( quando o aluno repensa sobre a forma de agir com os outros);

- Quando reflecte sobre as mudanças (resultando na inclusão escolar) .

6. Autorregulação da Aprendizagem

Compreender e depois agir – Ajudar a estabelecer objetivos de curto e longo prazo

e.g.1 - O Daniel pode motivar o Pedro?... O Daniel tem poder para modificar o
comportamento de outrem?

e.g.2 - O que significa estar motivado?

e.g.3 – Importância do discurso organizado : Nós achamos que temos a capacidade de


modificar os outros.

94
e.g.4 – A cumplicidade de uma tarefa é a motivação : Muitas pessoas do Sistema de
Ensino têm a convicção que possuem a capacidade de mudar os outros…mas não têm.

e.g. 5 – Induzir VS Seduzir/ Entusiasmar/ Ânimo

A investigação tem revelado de forma consistente que os alunos auto-reguladores da sua


aprendizagem, obtêm melhores resultados académicos (Nuñez et Al,2015).

Tomando como referência um dos principais modelos de auto-regulação da


aprendizagem, o Modelo das fases cíclicas da aprendizagem auto-regulada
empregue por Zimmerman (2002). Este modelo, comporta três fases: 1)Fase Prévia; 2)
Fase de Realização ou Controlo Volitivo; 3) Fase de Auto-reflexão.

1. Fase Prévia: “Alicerce” do processo autoregulatório contemplado ; Processos


Relacionados com a tarefa e crenças que influenciam. Esta fase é entendida
como um “pensamento em tempo futuro” (Veiga Simão,2007 cit in
Pereira,2012,p.19)

Estabelecimento de um plano:
Quando? Calendarização ( inicio, data de entrega)
Onde?
Como?
Como quem?

Quadro 2 – Dimensões da autorregulação académica


(Fonte: Torre, 2006; Zimmerman, 1994 cit in Santos, 2012, p.87)

95
2. Fase de Realização ou Controlo Volitivo: Esta segunda fase da auto-regulação
da aprendizagem refere-se aos processos que ocorrem durante a realização das
tarefas englobando – a) autocontrolo e b) auto monitorização.

a) Auto instruções (e.g. verbalização de cada passo na resolução de um


problema)
 Imagens mentais (e.g. visualização mental / um esquema de uma
dada matéria);
 Focalização da atenção;
 Implementação de estratégias.

b) Registos Pessoais (e.g. tempo dedicado a determinada tarefa; assinalara


finalização de uma etapa)
 Comparação da performance actual com os critérios de referência (
e.g. objetivos);
 Ajustamentos quanto às estratégias, recursos, entre outros (e.g. os
alunos precisam de experimentar/perceber as consequências das
suas ações).

O tutorando é assim construtor do seu processo de aprendizagem (construtivismo). O


ambiente onde este se encontra, influencia mas não determina.

96
3. Fase de Auto-Reflexão: A última fase é composta pelo autojulgamento,
relacionado com atribuições causais e com os processos de:
 Auto-avaliação – Os alunos/tutorandos comparam o seu desempenho
actual com o seu desempenho anterior ou com o desempenho de
outros colegas;
 Atribuições de Casualidade – Os alunos/tutorandos atribuem um
significado aos resultados obtidos (sucessos e fracassos).
 Finalização da Tutoria - Traduzida através da satisfação pessoal do
aluno e pelas respostas adaptativas/defensivas que este apresenta:
colocação de perguntas abertas (Reações satisfação/insatisfação;
Reações adaptativas/defensivas).

Deste modo, “a fase prévia da auto-regulação prepara o aluno para a fase de controlo
volitivo; esta, por sua vez, afeta os processos utilizados na fase de auto-reflexão, que
interagem com a fase prévia seguinte, aumentando a qualidade das aprendizagens”
(Santos,2012,p.92).

7. Modelo PLEA

Tendo em vista o modelo sociocognitivo proposto por Zimmerman (2000; 2002),


Rosário (2004) propõe o modelo cíclico PLEA (Planificação, Execução e Avaliação de
tarefas), assente numa dinâmica mais processual.

Segundo Rosário (2004), a auto-regulação focaliza-se numa aprendizagem onde os


alunos estão habilitados para auto-regular distintas dimensões da aprendizagem:
“motivação para aprender; métodos e estratégias que utilizam; resultados de
aprendizagem que ambicionam e os recursos sociais e ambientais que os circundam.

Por conseguinte, os alicerces do processo auto-regulatório são a escolha e o controlo”


(Santos,2012,p.95), empregando o Modelo PLEA.

O Modelo PLEA apresenta três fases distintas: (i) Planificação; (ii) Execução; (iii).
Avaliação.

97
(i) Fase de Planificação – “ocorre quando os alunos observam a
especificidade da tarefa de aprendizagem com a qual são
confrontados” (Santos,2012,p.96). Permitindo ao aluno compreender
quais os recursos pessoais e ambientais necessários envolver, para
atingir os objetivos que se propõe alcançar face à tarefa
(Pereira,2012,p.21);

(ii) Fase de Execução – “ tarefa diz respeito à implementação das


estratégias para atingir as metas planeadas” (Santos,2012,p.96), com a
intenção de alcançar o resultado esperado (Pereira,2012,p.22);

(iii) Fase de Avaliação – “acontece quando o aluno faz uma analogia entre
o resultado da sua aprendizagem e os objectivos entretanto traçados”
(Santos,2012,p.97). A importância desta fase “centra-se no facto de,
perante a constatação de discrepância no atingir da meta proposta,
serem adaptadas estratégias que possam promover a obtenção do
objetivo delineado (Rosário, Mourão, Núñez, González-Pienda &
Solano, 2008 cit in Pereira,2012,p.22).

Figura 1 – Modelo PLEA da aprendizagem Auto-regulatória


(Fonte : Rosário 2004 cit in Santos,2012,p.96)

98
O que permite reforçar:

-“ a coerência processual autorregulatória do modelo. Este duplo elo cíclico sublinha a


natureza processual deste modelo de aprendizagem autorregulada. Desta forma, a dupla
lógica cíclica deste modelo possibilita que cada uma das fases do processo e
correspondentes tarefas seja analisada em conformidade com a sua qualidade interativa
(Rosário, 2004a; Rosário et. al., 2007,2008, 2010 cit in Santos,2012,p.96).

8. Promoção do desenvolvimento da auto-regulação da aprendizagem

Instrução Direta Modelação Prática Regulada (guiada) PráticaIndependente

Tal pressupõe:

o Observação;
o Imitação;
o Autocontrolo;
o Auto-regulação.

Na Auto-regulação é fundamental a escolha e o controlo.

School Engagement (primo da auto-regulação) trabalhado para alunos com dificuldades


e com elevado abandono escolar.

Para que sejam reunidas as condições necessárias à promoção do desenvolvimento da


aprendizagem é igualmente indispensável que haja um envolvimento escolar. O
envolvimento escolar por sua vez, visa a participação ativa em projetos/ actividades
escolares ou relacionadas com a escola. De acordo com a literatura revista por Veiga et
al (2012) o envolvimento dos alunos na escola apresenta-se,” como uma resposta eficaz
para os problemas que afetam as escolas e os seus alunos, como um aspeto a ter em
conta na prevenção de padrões de comportamento problemático em contexto escolar”
(Veiga et al ,2012,p.31).

99
Segundo o Modelo proposto por Fredricks e colaboradores (2004) “a vivência de
ligação centrípeta do aluno à escola” (Veiga et al ,2012,p.32) é definida através de três
dimensões especificas: 1) Cognitiva; 2) Comportamental; e 3) Emocional. O que
presume que o envolvimento escolar caracteriza alunos que chegam à escola com
vontade e que aprendam a questionar o seu meio envolvente (e.g. compreender em que
cultura…).

1) Dimensão Cognitiva: É aquela que prevê o investimento dos alunos no


processo e aprendizagem através do esforço aplicado, assim como as
estratégias que usa em função do seu sucesso académico. Esta dimensão “e
operacionaliza-se nas perceções e crenças acerca de si mesmo, da escola e dos
colegas, incluindo, ainda, crenças de auto-eficácia, motivações e aspirações
académicas (Jimerson et al., 2003 cit in Viega et al,p.32);

2) Dimensão Comportamental: É aquela que prevê a participação e o


envolvimento dos alunos nas atividades escolares, traduzida pela “ ausência de
comportamentos disruptivos, e a aceitação e o respeito das regras da escola”
(Fredricks et al., 2004, cit in Veiga et al,2012,p.33);

3) Dimensão Emocional: É aquela que prevê sentimentos de pertença no âmbito


do contexto escolar (sem o sentimento de pertença o envolvimento escolar é
baixo). Ou seja, “à ligação do estudante à escola (…) à extensão em que ele se
sente parte da mesma, próximo de colegas, e feliz; e, também, ao sentimento
de pertença e de vinculação à escola” (Johnson, Crosnoe, & Elder, 2001 cit in
Veiga et al 2012,p.32).

Exemplos:
Quadro 2 – Exemplos de dimensões do envolvimento escolar

Dimensões do envolvimento escolar - exemplos

Dimensão Cognitiva Dimensão Comportamental Dimensão Emocional

100
- Construção de Horários de estudo; - Assiduidade e pontualidade nas - Sentimentos positivos em
aulas; relação à escola e às tarefas
- Elaboração de resumos para
escolares (prazer,orgulho);
orientação do estudo; -Respeito pelas regras da escola e
de sala de aula; - Sentimento de pertença (ter um
- Questionar os resultados e o
grupo de amigos);
processo que utiliza para estudar. - Participação ativa em atividades
escolares (clube de xadrez, festas - Sentimentos de suporte provido
de natal, entre outros). pelos professores.

Contudo, segundo Veiga et al (2012), existe ainda uma outra dimensão especifica a ter
em conta : a dimensão agenciativa, na qual entende o aluno “como agente da acção”
(Veiga et al,2012,p.32).

É de ressaltar que a fatores como a “atribuição das causas do fracasso ou do sucesso, o


conhecimento dos objetivos da aprendizagem ou o valor da tarefa” (Veiga et
al,2012,p.40) representam importantes contributos para explicar a variância do
envolvimento dos alunos na escola.

9.Resultados Esperados

De acordo com o vídeo Apoio Tutorial Específico – Direção-Geral da Educação - Dr.


João Ribeiro com Doutor Pedro Rosário, os resultados esperados mais especificamente
em relação aos cursos de formação, é esperado que os cursos funcionem, ou seja, que os
cursos sejam eficazes para aquilo que foram desenhados.

Serão pedidos aos professores um “pacote” de instrumentos de avaliação de modo a


conseguir perceber o impato que a formação teve. Impato este que pode ser medido
durante os cursos, e para a vida (prática) onde será proposto no final investigações
concretas que irão ter inicio quando acabarem os cursos, avançando para um projeto de
investigação de acordo com um protocolo, de forma a que a eficácia dos cursos seja
comparável.

101
A monotorização é o que nos permite perceber em que ponto estamos, assim como o
que é preciso melhorar ou reforçar, apurando que mudanças foram eficazes ou
ineficazes, sustentáveis ou não.

102
Referências bibliográficas

Santos,L.(2012). Tutoria centrada na promoção dos processos da Auto-Regulação em


alunos do 3.ºciclo do Ensino Básico. Tese de Doutoramento. Universidade do Minho:
Instituto de Educação.

Veiga Simão,A. et al.(2007). Auto-Regulação da Aprendizagem, das conceções às


práticas. Educa,p.7-15.

Simões,F. & Alarcão,M.(2011). A eficácia da mentoria escolar na promoção do


desenvolvimento socioemocional e instrumental de jovens. Educação e Pesquisa, São
Paulo,V.37,nº2,p.339-354.

Pereira,H.(2012). Abordagens à Aprendizagem e Auto- Regulação da Aprendizagem na


“história “de alunos de 9ºano de escolaridade. Mestrado Integrado em Psicologia.
Lisboa: Faculdade de Psicologia.

Veiga,F.(2012). Envolvimento dos Alunos na Escola: Conceito e Relação com o


Desempenho Académico — Sua Importância na Formação de Professores. Revista
Portuguesa de Pedagogia, p.31-47.

Sites Consultados

Apoio Tutorial Específico – Direção-Geral da Educação - Dr. João Ribeiro com Doutor
Pedro Rosário.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jz-MYfxVEZA

Tutoria escolar: a relação que (se) transforma

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HmYcyzQK_rY

103
Anexo 17 – Cronograma das Atividades 1

1
Atividades realizadas no âmbito da Equipa Multidisciplinar da Educação Pré-Escolar e Ensinos Básico e Secundário (EMEE) –
Atividades realizadas no âmbito das Atividades Internacionais - ; Outras Atividades -

104
105
106
107
Anexo 18– Notas de Campo

28 de Junho – Reunião de Formalização do Estágio

O primeiro contato com a IGEC efetivou-se através de uma reunião de


formalização e apresentação pelas 11h até sensivelmente às 12:30h , onde me reuni com
a Dra. L chefe de equipa EMEE, e com o Dr. H responsável pela atividade referente aos
projetos internacionais cofinanciados pela EU, que me esperavam junto ao elevador.
Seguimos para a sala de reuniões que se situa no 5º piso, onde me apresentei,
explicando os motivos de escolha da IGEC, enquanto instituição eleita para realizar o
meu estágio curricular. Posteriormente a Dra. L. pediu-me para falar um pouco sobre o
meu percurso profissional e acadêmico, onde seguidamente pedi igualmente a ambos
para falarem um pouco sobre si, de forma a puder conhece-los melhor e perceber todo o
seu percurso tanto antes e depois de integrarem a IGEC.

Posto isto, elencaram alguns das principais atividades decorrentes do plano de


atividades da IGEC, tentando perceber em que área de intervenção gostaria que o meu
estudo se inserisse, pretendendo enquadrarem-me de um modo sucinto na ação desta
instituição. Uma vez que já tinha procedido à caraterização da instituição no âmbito da
disciplina de Seminário de Investigação e Projeto do mestrado, assim como à
planificação sobre o possível estudo integrante para o meu futuro relatório de estágio,
disse logo que poderia enviar tais documentos para que pudessem posteriormente dar-
me sugestões de melhoria. Trocando assim emails e contatos telefónicos entre nós.

Estipulamos igualmente a data que o meu estágio teria início, assim como o
horário de trabalho, que ficou definido a começar dia 18 de Setembro das segundas-
feiras às quintas-feiras das 10h00 às 13h00.

De seguida fui apresentada a todo o pessoal integrante da Equipa


Multidisciplinar da Educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e Secundário (EMEE),
onde me encaminharam para a sala de trabalho que iria posteriormente ocupar durante o
estágio.

108
18 de Setembro – Visita ás instalações

Pelas 10h00 cheguei à IGEC, iniciando oficialmente o meu primeiro dia de


estágio.

Visto que tinha enviado a minha caraterização anteriormente feita à IGEC, assim
como o estudo integrante do relatório de estágio, à Dra. L e ao Dr. H o inicio da manhã
foi reservado à discussão desses documentos, onde me foram feitas sugestões muito
pertinentes.

Seguidamente, tentaram apurar se o tema da redefinição do perfil profissional do


inspetor de educação, era de fato o caminho a seguir, pelo que o Dr. H sugeriu que após
uma semana de permanência na IGEC e depois de já conhecer melhor as práticas e
funções desta instituição, que fizesse um balanço e que decidisse se realmente era esse o
tema que pretendia que o meu estudo seguisse.

Foi igualmente um dia de reconhecimento pelas instalações, visto que só tinha


ainda estado no 5º piso. Andamos assim de piso em piso, de gabinete em gabinete.

Prosseguimos para aquele que passaria a ser o meu gabinete de trabalho, onde
conjuntamente com a Dra. L e o Dr. H planificámos a semana de trabalho. Esta semana
foi reservada a duas formações internas e a duas reuniões de rotina da IGEC.. É de
ressalvar que á exceção da formação de dia 22 de Setembro, todas as outras acabaram
por volta das 17h30. Contudo, e tendo em conta o meu horário de estágio, apenas assisti
às formações ou reuniões de rotina da parte da manhã, tirando a formação de dia 19 de
Setembro em estive presente o dia todo, nomeadamente:

19 de Setembro – 10h30 às 17h30

A didática do Ensino do Inglês no 1º e 2º CEB – Training School Inspectors;

20 de Setembro – 9h30 às 12h30

Programa de Acompanhamento: A didática do Ensino do Inglês no 1º e 2º CEB;

21 de Setembro – 10h30 ás 13h00

Programa Controlo : Organização do Ano Letivo 2017/2018;

22 de Setembro – 9h30 ás 13h00

109
Programa Controlo : Organização do Ano Letivo 2017/2018 (Continuação).

02 de Outubro– Pesquisa Documental : Apoio Tutorial Especifico (ATE)

Cheguei à IGEC pelas 10h00. A manhã foi dedicada ao trabalho autónomo


referente ao meu tema de estudo a realizar. Posto isto, iniciei a minha pesquisa
documental acerca do Apoio Tutorial Especifico (ATE). Iniciando a minha leitura sobre
o perfil dos alunos à saída da escola. Onde posteriormente, explorei o portal da DGE.
Posteriormente, a Dra. L facultou-me algum suporte documental acerca do tema.

15 de Dezembro – Reunião de Balanço

A manhã de hoje destinou-se a uma reunião sobre o balanço geral do estágio com
a Dra. L e o Dr. H, pelo que tomei a liberdade de imprimir as partes mais relevantes do
trabalho que tenho vindo a realizar relativamente à atividade do ATE, que incluía:
problemática, metodologia e eixos de análise. Posteriormente, enviar-lhes-ei o trabalho
na sua totalidade por email.

Imprimi igualmente duas cópias da versão provisória do questionário que pretendo


posteriormente aplicar a um universo de inspetores da IGEC, referente ao apuramento
da identidade da organização. Imprimi também o Regulamento do procedimento de
inspeção da IGEC (Regulamento n.º189/2013), uma vez que a Dra. L ficou de debater
comigo acerca da diferença entre ação inspetiva e intervenção inspetiva, assim como da
diferença entre ação inspetiva ordinária e extraordinária, que é referida no presente
regulamento.

Na presente reunião, os inspetores delinearam conjuntamente comigo, sobre


algumas das atividades que no terreno poderia vir a participar, nomeadamente: a
atividade de acompanhamento da Ação Educativa, atividade de acompanhamento do
ATE e a atividade de avaliação ao CFAE.

110
04 de Janeiro - Prova de mestrado da colega que estagiou na IGEC

Fui assistir à prova de uma colega que estagiou na IGEC no ano letivo passado,
pelas 11h00, contando com a presença de três elementos do Júri. Tal permitiu -me
perceber melhor o que era esperado do relatório de estágio, assim como da estrutura da
apresentação.

11 de Janeiro a 16 de Janeiro – Planificação de uma Brochura Informativa : ATE

Procedi ao cruzamento de informação referente à atividade de Acompanhamento


do Apoio Tutorial Especifico (ATE), recorrendo numa primeira instância à informação
retirada por parte da Dra. L de uma formação a que assistiu em Dezembro tendo em
vista as Tutorias autorregulatórias, levada a cabo pelo coordenador responsável pela
atividade do ATE. Mediante essas informações, a minha tarefa consistiu em passar e
organizar os mesmos para documento word e possível articula-los uma tese muitíssimo
pertinente: “Tutoria centrada na promoção dos processos de Autorregulação em alunos
do 3.º Ciclo do Ensino Básico” (Santos,2012), e que faz parte do suporte de pesquisa
documental do meu projeto de investigação, entre outros, assim como a vídeos
referentes à atividade do ATE, nomeadamente:

Apoio Tutorial Específico – Direção-Geral da Educação - Dr. João Ribeiro com


Doutor Pedro Rosário

https://www.youtube.com/watch?v=jz-MYfxVEZA

Tutoria escolar: a relação que (se) transforma

https://www.youtube.com/watch?v=HmYcyzQK_rY

Posteriormente quando finalizar o documento, a Dra L. irá enviá-lo ao


coordenador da atividade, para que este possa acrescentar outras informações
pertinentes e que no futuro esta brochura/ documento auxiliador seja utilizado pelos
inspetores.

111
18 de Maio – Reunião com a Dra. R

Uma vez que iria acompanhar em terreno uma equipa inspetiva enquanto estatuto de
observadora, na atividade de Acompanhamento da Ação Educativa (AEE), reuni-me
atempadamente com a Dra. R, inspetora e elemento dessa mesma equipa que eu iria
acompanhar. Falámos sobre a atividade em si, esclareci algumas dúvidas e foi-me
transmitido aquilo que era pretendido com a 2ª Intervenção da atividade.

Posteriormente, houve uma partilha de materiais por parte da Dra. R, que me


facultou o roteiro da atividade de acompanhamento da Ação Educativa referente à
escola que iria ser intervencionada.

112

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