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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

SESSÃO SOLENE
DE INSTALAÇÃO
DO ANO JUDICIÁRIO
DE 2017

SESSÃO REALIZADA EM 1º DE FEVEREIRO DE 2017

BRASÍLIA – 2017
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Ministra CÁRMEN LÚCIA Antunes Rocha (21-6-2006), Presidente

Ministro José Antonio DIAS TOFFOLI (23-10-2009), Vice-Presidente

Ministro José CELSO DE MELLO Filho (17-8-1989)

Ministro MARCO AURÉLIO Mendes de Farias Mello (13-6-1990)

Ministro GILMAR Ferreira MENDES (20-6-2002)

Ministro Enrique RICARDO LEWANDOWSKI (16-3-2006)

Ministro LUIZ FUX (3-3-2011)

Ministra ROSA Maria WEBER Candiota da Rosa (19-12-2011)

Ministro Luís ROBERTO BARROSO (26-6-2013)

Ministro Luiz EDSON FACHIN (16-6-2015)


Secretaria-Geral da Presidência
Andremara dos Santos

Secretaria de Documentação
Ana Valéria de Oliveira Teixeira

Coordenadoria de Divulgação de Jurisprudência


Juliana Viana Cardoso

Revisão e padronização
Lilian de Lima Falcão Braga, Rosa Cecilia Freire da Rocha e Vitória Carvalho Costa

Fotografias
Carlos Humberto, Fellipe Sampaio e Nelson Gontijo Resende Júnior

Capa
Lucas Ribeiro França

Projeto gráfico
Eduardo Franco Dias

Diagramação
Jorge Luis Villar Peres

Supremo Tribunal Federal — Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal


Brasil. Supremo Tribunal Federal (STF).
Sessão solene de instalação do Ano Judiciário de 2017 [recurso eletrônico]  :
sessão realizada em 1º de fevereiro de 2017 / Supremo Tribunal Federal. – Brasília : STF,
Secretaria de Documentação, 2017.

20 p. : il., fots. color.

Modo de acesso:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=publicacaoPublicacaoInsti
tucionalAberturaAno>

1. Poder Judiciário, Brasil. 2.  Tribunal supremo, Brasil. 3.  Ministro de tribunal
supremo, discursos etc. I. Título.

CDDir-341.4191
Da esquerda para a direita: Doutor Rodrigo Janot Monteiro de Barros, Procurador-Geral da
República; Ministra Cármen Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal Federal; e Eduardo Silva Toledo,
Diretor-Geral do Supremo Tribunal Federal.

Ministra Cármen Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal Federal.


Ministro Celso de Mello.

Plenário do Supremo Tribunal Federal durante a sessão solene de Abertura do Ano Judiciário de 2017.
SUMÁRIO

Discurso da Excelentíssima Senhora Ministra Cármen Lúcia,


Presidente do Supremo Tribunal Federal ............................. 7

Discurso do Senhor Ministro Celso de Mello ......................... 9

Discurso do Doutor Rodrigo Janot Monteiro de Barros,


Procurador-Geral da República ......................................... 16

Palavras da Excelentíssima Senhora Ministra Cármen Lúcia,


Presidente do Supremo Tribunal Federal ........................... 19
Discurso da Excelentíssima Senhora Ministra
CÁRMEN LÚCIA,
Presidente do Supremo Tribunal Federal
A Senhora Ministra Cármen Lúcia (Presidente) — Declaro aberto o Ano Judiciário de
2017 deste Supremo Tribunal Federal, dando cumprimento às normas legais e do Regimento
Interno desta Casa, enfatizando a gravidade deste momento por nós vivenciado, pela morte, há
pouquíssimos dias, de um dos Juízes do nosso Colegiado. Por isso mesmo, em respeito à memó-
ria do saudoso Ministro Teori Zavascki, impõe-se maior simplicidade a este evento, que assim se
reveste de especial significação.

A dolorosa circunstância que atingiu o Judiciário brasileiro recomendou-nos que, em


momento de tão grande consternação para a magistratura nacional, os juízes de nosso País e
deste Supremo Tribunal estivessem como partícipes deste encontro que dá início aos nossos
trabalhos.

Aberto, portanto, o Ano Judiciário com um ato solene de simplicidade, específico,


peculiar, em razão exatamente da circunstância da morte do nosso Colega. Em face dessa
circunstância é que passo a palavra, agora, ao Senhor Ministro Decano Celso de Mello, que
falará nesta ocasião em nome do Supremo Tribunal Federal neste ato solene.

O Senhor Ministro tem a palavra.

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Discurso do Senhor Ministro
CELSO DE MELLO
O Senhor Ministro Celso de Mello — Este Ano Judiciário de 2017 inicia-se sob o
signo de um evento profundamente doloroso para a magistratura nacional e, particularmen-
te, para este Supremo Tribunal Federal e os Juízes que o integram, privados que fomos
da presença luminosa do eminente e saudoso Ministro TEORI ZAVASCKI, que, no dia 19 de
janeiro passado, uma quinta-feira, foi ao encontro do seu Destino, não sem antes haver
legado a este País o exemplo de um notável magistrado que sempre soube agir, em todos
os graus de jurisdição pelos quais passou, com independência, isenção, serenidade, com-
postura, discrição e inegável talento, projetando, na experiência concreta de sua atuação
profissional, a figura ideal do verdadeiro Juiz.

O saudoso Ministro TEORI ZAVASCKI destacou-se como um dos grandes Juízes do


Supremo Tribunal Federal, seja por suas virtudes peregrinas, seja por sua incomparável
dignidade pessoal, seja por seu notável talento intelectual, seja por sua inquestionável inte-
gridade profissional, seja, ainda, por sua sólida formação jurídica.

E são precisamente esses atributos virtuosos que devem estimular, ainda mais,
Senhora Presidente e Senhores Ministros, os passos que esta Suprema Corte tem dado, fiel
à sua histórica tradição, de viabilizar, em nosso País, o aperfeiçoamento de um sistema
de administração de justiça, em ordem a torná-lo processualmente célere, tecnicamente
eficiente, politicamente independente e socialmente eficaz.

Quando o saudoso Ministro TEORI ZAVASCKI despediu-se do E. Superior Tribunal de


Justiça, para assumir uma das cátedras do Supremo Tribunal Federal, onde desempenhou,
com brilho inquestionável, por quase 4 quatro anos e 2 meses, o cargo de Ministro desta
Corte Suprema, dirigiu-lhe, então, o eminente Ministro ARI PARGENDLER palavras que bem

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definem a personalidade, o caráter e a vocação para o exercício da judicatura de nosso
saudoso e querido colega:

Nesse quarto de século, ele combinou ciência e arte no ofício de julgar.


Teria sido um bom juiz se contasse apenas com o tirocínio que todos lhe
reconhecem, essa capacidade nata de identificar o que realmente é importante para
o justo desfecho do litígio, mas ele foi além e se tornou um dos maiores juízes do
País. Estudou a fundo a ciência do Direito, escreveu livros, conquistou os títulos
de mestre e de doutor (...).
(...)
A atividade do juiz tem como base o Direito, mas seu foco é a vida como ela
se desenvolve em sociedade. Esse mundo é complexo e o juiz deve percorrê-lo, passo
a passo, porque o seu ofício é prático. A causa que está sob o seu julgamento
não é uma oportunidade que deva aproveitar para articular uma Teoria
Geral do Direito. Cabe-lhe apenas definir a lei do caso sob julgamento (...).
O Senhor Ministro Teori Zavascki nunca se apartou dessas exigências,
daí porque a importância de sua nomeação para integrar o Supremo Tribunal Federal
ultrapassa o ato de escolha de um juiz íntegro, independente, dedicado ao trabalho,
voltado para os autos do processo, iluminado por suas qualidades pessoais, não pelos
refletores das celebridades.
Em síntese, um juiz confiável, que não sacrifica a qualidade de seus julgamen-
tos no altar das estatísticas. Sua nomeação vai além desse ato singular, porque
num contexto em que a mídia profetizava escolhas ditadas por propósitos políticos,
ela, a sua nomeação, sinaliza o reconhecimento pelo Poder Executivo e pelo
Poder Legislativo de que o Brasil deve ter um Poder Judiciário que corresponda aos
anseios de seu povo, o que supõe juízes desvinculados de interesses partidários e
preparados para a função. (Grifei)

O Ministro TEORI ZAVASCKI – atingido por um desses golpes terríveis e inesperados


do Destino, em que as Moiras, filhas da Noite, Deusas que controlam a jornada dos mortais,
personificam juízas temíveis que conhecem, somente elas, os mistérios insondáveis que
cercam a vida e a morte – despede-se de nós em um momento de graves e profundas
inquietações que tanto afetam a integridade ética e comprometem a correção e lisura de
nossos costumes políticos e administrativos.

Mas o rigoroso padrão ético que sempre pautou a irrepreensível atuação do Ministro
TEORI ZAVASCKI como magistrado constitui um dos mais preciosos legados de sua marcan-

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te passagem por este Supremo Tribunal Federal, o que me permite relembrar as palavras,
sempre tão impregnadas de sabedoria, de nosso eminente colega, o Ministro LUÍS ROBERTO
BARROSO, para quem “A condução que o Ministro Teori fazia da Lava Jato era impecável. E
acho que seu empenho verdadeiro, sincero e discreto em mudar o patamar ético do país
marcará época. Acho que a melhor forma de se honrar sua memória é continuarmos
esse trabalho com a mesma seriedade, com a mesma determinação, tentando mudar o país,
dentro da Constituição e dentro das leis. Estou certo que quem vier a substituí-lo estará
imbuído desse espírito e dessa missão que a vida nos reservou” (grifei).

Este momento, no entanto, Senhora Presidente, tão pleno de significação e de sen-


timentos pessoais, não deve ser visto como um gesto de despedida, mas, sim, de reverên-
cia à memória de um grande Juiz que tanto honrou a Suprema Corte de nosso País.

E digo que este instante assim deve ser considerado até mesmo em razão da
maneira como o próprio Ministro TEORI ZAVASCKI encarava esses singulares momentos da
vida.

Disse ele, dirigindo-se à Corte Especial do E. Superior Tribunal de Justiça, na vés-


pera de sua posse como Ministro do Supremo Tribunal Federal, que “(...) as despedidas
são momentos da vida com os quais ainda não aprendi a lidar. É que, mesmo quando
partimos rumo a um destino aspirado, as despedidas põem a nu, com a clareza do sol e a
crueza da verdade mais verdadeira, o insuperável paradoxo da vivência humana; ela tem,
lado a lado, como irmãos siameses, a coluna dos ganhos e a coluna das perdas. A cada
nova etapa da vida, deixamos de ser o que fomos e o que somos, deixamos para trás
um pouco de nós mesmos. Por isso é que se diz: quando nos despedimos, despedimo-
-nos também um pouco de nós mesmos (...). É nela [a despedida] que eu experimento
uma verdade ingênua, mas incrivelmente feliz. Não é a primeira vez que me digo adeus,
ergo o braço e aceno para quem parte e quem parte sou eu. Sou eu quem tem os olhos
umedecidos no porto e, ao mesmo tempo, sou eu quem tem os olhos umedecidos na nave.
Perdoe-me a humilde vaidade, eu sei que eu sei ser assim, como os poetas sabem, e por
isso me divido em um adeus e fico com quem me acena. Eu mesmo me acenando adeus
e parto comigo mesmo acenando-lhes adeus (...). Mas quero deixar bem claro: não há
tristeza na minha despedida; há apenas emoção, que me toca profundamente. Passam-
-se, na memória, vivências felizes que aqui tive com Colegas eminentes, com fraternais
companheiros, com servidores dedicados e leais – a quem não canso de reiterar profundos
agradecimentos. E, agora, é seguir caminho, porque, como diz a canção pantaneira de
Almir Sater, ‘cumprir a vida é compreender a marcha e ir tocando em frente’. Cada um

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de nós compõe a sua história. Cada ser carrega em si o dom de ser capaz de ser feliz. O
olhar para trás me deixa emocionado, porque o que vejo e o que levarei na lembrança são
somente coisas boas. E o olhar que lanço para frente está cheio de esperança; por isso é
que estimo, ao me despedir e partir, que, na contabilidade futura, contra os percalços da vida,
não há de me faltar um superávit de ventura no balanço dos dias” (grifei).

É preciso que se diga, a respeito da perda profundamente lastimável do Ministro


TEORI ZAVASCKI, que os grandes magistrados, como ele próprio o foi, nunca se vão, nunca
se despedem. Eles, na realidade, não partem jamais. Ao contrário, os grandes Juízes,
como o saudoso Ministro TEORI ZAVASCKI, permanecem na consciência e no respeito de
seus jurisdicionados, a quem tanto souberam servir com lealdade e dedicação, iluminando,
para sempre, com a grandeza do seu legado e a integridade de uma vida reta, os caminhos
do Direito e da Justiça.

Importante destacar, neste ponto, Senhora Presidente, a canção de Almir Sater, re-
lembrada pelo Ministro TEORI ZAVASCKI, no sentido de que “cumprir a vida é compreender
a marcha e ir tocando em frente”.

E é o que esta Corte Suprema já está a fazer, Senhora Presidente e Senhores


Ministros, agora estimulada, ainda mais, pelo exemplo dado a este País pelo eminente
Ministro TEORI ZAVASCKI, que sempre teve presente, com a gravidade que o tema exige, o
alto significado do Poder Judiciário para a preservação do Estado Democrático de Direito e
para a vida de nossos cidadãos e a integridade de nossas instituições.

O Judiciário, por isso mesmo, não pode perder a gravíssima condição de fiel de-
positário da permanente confiança do povo brasileiro, que deseja preservar o sentido demo-
crático de suas instituições e, mais do que nunca, deseja ver respeitada, em plenitude, por
todos os agentes e Poderes do Estado, a autoridade suprema de nossa Carta Política e a
integridade dos valores que ela consagra na imperatividade de seus comandos, sob pena de
a instituição judiciária deslegitimar-se aos olhos dos cidadãos da República.

Esta Suprema Corte possui a exata percepção dessa realidade, pois tem consci-
ência de que lhe cabe preservar a intangibilidade da Constituição, impedindo que qualquer
dos Poderes da República venha a submeter a Lei Fundamental a seus próprios desígnios.
Vale relembrar, Senhores Ministros, por oportuno, a grave advertência feita pelo saudoso
Ministro TEORI ZAVASCKI em um de seus primorosos votos dados nesta Corte Suprema,
quando assinalou que os “Poderes são politicamente livres para se administrarem, para

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se policiarem e se governarem, mas não para se abandonarem ao descaso para com a
Constituição”, eis que – insistia ele – “Os poderes da República são independentes entre
si, mas jamais poderão ser independentes da Constituição” (AC 4.070/DF – grifei).

Já o disse, Senhora Presidente, em pronunciamento anterior neste Egrégio


Plenário, que o Brasil enfrenta gravíssimos desafios que repercutem, quase imediatamente,
nesta Corte Suprema, a quem incumbe superá-los no desempenho de sua atividade juris-
dicional, por efeito de sua própria competência institucional, em ordem a manter íntegros
os valores ético-jurídicos que informam a própria noção de República, em cujo âmbito deve
prevalecer, como primeiro dever do governante, o senso de Estado na busca honesta da
realização do bem comum, eis que nenhum cidadão poderá viver com dignidade em uma
comunidade política corrompida (Celso Lafer).

O Supremo Tribunal Federal, atento às anomalias que pervertem os fundamen-


tos ético-jurídicos da República e inspirado pela ação exemplar do saudoso Ministro TEORI
ZAVASCKI na repulsa vigorosa a atos intoleráveis que buscam capturar, criminosamente,
as instituições do Estado, submetendo-as, de modo ilegítimo, a pretensões inconfessáveis,
em detrimento do interesse público, não hesitará, agindo sempre com isenção e sere-
nidade e respeitando os direitos e garantias fundamentais assegurados pela Constituição,
em exercer, nos termos da lei, o seu magistério punitivo, com a finalidade de restaurar a
integridade da ordem jurídica violada.

As práticas delituosas assim cometidas não podem ser admitidas nem sequer
toleradas, pois, além de afetarem a estabilidade e a segurança da sociedade, especial-
mente quando perpetradas, como é de conhecimento de todos, por intermédio de orga-
nizações criminosas, enfraquecem as instituições, corrompem os valores da democracia,
da ética e da justiça e comprometem a própria sustentabilidade do Estado Democrático de
Direito, eis que dirigidas, em contexto de criminalidade organizada e de delinquência go-
vernamental, a um fim comum, consistente na obtenção, à margem das leis da República,
de inadmissíveis vantagens e de vergonhosos benefícios de ordem pessoal, de caráter
empresarial e de natureza político-partidária.

Intolerável, portanto, Senhora Presidente, transigir em torno de princípios funda-


mentais que repudiam práticas desonestas de poder, pois elas deformam o sentido demo-
crático das instituições e conspurcam a exigência de probidade inerente a um regime de
governo e a uma sociedade que não admitem nem podem permitir a convivência, na inti-
midade do poder, com delinquentes comuns (não com perseguidos políticos), cuja atuação

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criminosa tem o efeito perverso de subverter a dignidade da função política e a seriedade
da própria atividade governamental.

Daí, Senhora Presidente, a essencialidade de magistrados livres, isentos e inde-


pendentes, como o foi o saudoso Ministro TEORI ZAVASCKI, cuja lição de vida representará
referência indissociável para aqueles que desejam servir ao nosso País com decência, com
dignidade, com probidade e com elevado espírito público.

Esse, na realidade, é o grande e inestimável legado que nos deixa o saudoso e


eminente Ministro TEORI ZAVASCKI, cujo nome se inscreve, para sempre, nos anais desta
Suprema Corte e na memória afetiva de seus colegas e, também, no justo respeito de seus
jurisdicionados e concidadãos.

Desse modo, Senhora Presidente, que o exemplo desse notável magistrado seja
o sopro inspirador que renove, a cada momento, neste Ano Judiciário de 2017, o com-
promisso irrenunciável que a magistratura brasileira sempre teve com o Povo deste País e
com as instituições democráticas da República: o de servir, com integral correção e elevado
interesse público, a causa da Justiça e a defesa incondicional dos valores e princípios
consagrados no texto de nossa Constituição.

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Discurso do Doutor
RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS,
Procurador-Geral da República
O Doutor Rodrigo Janot Monteiro de Barros (Procurador-Geral da República)  —
Senhora Ministra Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros, Senhoras e Senhores
Advogados, demais autoridades aqui presentes, Senhores servidores, o Ministério Público
saúda a Abertura do Ano Judiciário de 2017. Esta saudação, contudo, limita-se a externar
o fato de que os brasileiros sempre hão de comemorar a retomada dos trabalhos da nossa
Corte Constitucional, haja vista a relevância dos temas aqui tratados.

Diferentemente do natural congraçamento e da saudável expectativa anualmente


gerada, o Ano Judiciário de 2017 inicia-se gravado pela dolorosa, prematura e insubstituível
perda do querido Ministro Teori Zavascki.

Teori Zavascki distinguiu sua existência em todos os sentidos. Os adjetivos que mar-
caram sua vida pessoal e profissional reverberam em uníssono as virtudes que se almejam
numa pessoa de bem.

A prudência, o senso de Justiça, a fortaleza, o equilíbrio, a esmerada técnica, a se-


riedade, a honradez, enfim, o Ministro Teori agregava características únicas, tornando-o uma
pessoa inesquecível e um magistrado ímpar.

O Ministério Público brasileiro presta, nesta oportunidade, as mais sinceras homena-


gens ao legado do magistrado Teori. Sua Excelência honrou a toga em todas as dimensões
desejadas por aqueles que tem como mister a distribuição da Justiça.

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Da minha parte, Rodrigo, fica não só a gratidão pelo estreito e saudável convívio
que tive a graça de entabular com Sua Excelência, mas também o vazio trazido pela tristeza
dessa separação inesperada.

Muitos acreditam em destino ou na máxima “já estava escrito”. Pode ser, mas se
assim for, fica a indagação de qual terá sido o propósito do roteirista desse incompreensível
episódio.

Ao olharmos para os desafios do Ano Judiciário que se inicia, honremos a memória


e o legado desse grande brasileiro que, tenho certeza, almejava concluir de forma diversa
sua história.

Sendo assim, conclamo o Ministério Público brasileiro para fazermos do seu exemplo
de retidão e de magistrado abnegado a motivação para seguir com mais afinco em nossa
missão de promover a justiça na Nação Brasileira.

Obrigado.

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Palavras da Excelentíssima Senhora Ministra
CÁRMEN LÚCIA,
Presidente do Supremo Tribunal Federal
A Senhora Ministra Cármen Lúcia (Presidente) — Agradeço a Vossa Excelência. As ma-
nifestações pronunciadas nesta sessão serão registradas nos anais da Casa.

Cumprida a finalidade deste ato solene de abertura do Ano Judiciário de 2017 do


Supremo Tribunal Federal, marcada, como disse no início, por peculiar simplicidade em razão do
nosso luto pela morte do nosso Colega, Ministro Teori Zavascki, declaro encerrada esta sessão.

Agradeço, antes de nos retirarmos, a presença de todos, em especial, os Ministros


de sempre deste Supremo Tribunal Federal, o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, Doutor Cláudio Lamachia, do Presidente da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, Doutor Roberto Caldas, e da Ministra da Advocacia-Geral da União, Doutora Grace,
dentre outras autoridades presentes.

Agradeço a presença dos amigos do Ministro Teori Zavascki e declaro, portanto, encerra-
do o ato de instalação e suspensa esta sessão para continuidade em alguns minutos.

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