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Oculto, de Antônio Pavel

Já passava das 11 horas da noite, não conseguia dormir e meus


pensamentos estavam perturbados. Ah, meu nome é Alan,
amanhã iria a minha terapeuta e não, eu não sou louco.
Faço seções de terapia para superar uma perda que tive, minha
mãezinha tirou a própria vida, sofri muito com tudo isso e nunca
entendi o motivo dela ter feito aquilo, tadinha! Me recordo
vagamente dos nossos últimos momento, mas lembro-me de
estar com uma faca na mão e com bastante sangue nelas.
Mamãe dizia que eu sou um menino e ouro, o filho que toda mãe
deseja ter, tirando a parte de ser desorganizado. Não entendo o
motivo dela ter me deixado.
No dia seguinte fui a minha terapeuta, foi estranho ela me
chamava por um outro nome, Benjamim. E o mais estranho era
que eu permitia que ela me chamasse dessa forma, me
questionava sobre características as quais eu Alan, não
reconheço, como: gostar de ver vídeos proibidos para menores,
me tratando como criança e eu não sou criança e esse tipo de
conteúdo não me interessa. Como a Dr. Aurora já era avançada
de idade achei que pudesse estar “caducando”.
Então fui para casa, minha Tia Patrícia que vem me ver de vez em
quando havia preparado um lanche para mim. Ela é mandona, e
diabética coitada, também é uma pessoa muito discreta.
Conversamos e ela foi para casa, pelo o menos é o que acho que
aconteceu. Não lembro de muita coisa, apenas de dormir e
despertar agora.
No dia seguinte reparei algumas seringas com vestígio de
insulina dentro, provavelmente era da minha tia Patrícia. Mas
achei curioso o fato dela ter deixado aquelas coisas jogadas no
chão ela é muito cheia de “Frufru”, melhor dizendo ela sofria de
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
O dia passou e eu tive alguns apagões frequentes, não lembro o
que fiz, com quem falei ou estive. Me deparo correndo no meio
da noite, ou simplesmente desperto como se estivesse em um
sono profundo. Isso tem sido frequente desde um pouco antes
da minha mãezinha morrer.

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