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FABRICAÇÃO –
ELETRICIDADE
INSTRUMENTAÇÃO E
CONTROLE
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INSPETOR DE FABRICAÇÃO – ELETRICIDADE
INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE
© PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998.
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas,
sem autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS.
Ficha Catalográfica
SENAI. DN
Eletricidade: instrumentação e controle / organizado por Geraldo Machado Barbosa, Domingos
Rosinei Rogieri, Jéferson Salatti, Moacir Domingos de Freitas. – Brasília, DF : PETROBRÁS, 2007.
214 p. : il. ; 30 cm. – (Inspetor de Fabricação).
Inclui bibliografias.
Pressão é uma das mais importantes variáveis medidas em controle de processos, pois
medidas de vazão, nível e densidade podem ser feitas indiretamente utilizando-se esse princípio.
Neste capítulo estudaremos os seus conceitos, unidades, escalas, tipos, peso específico,
densidade, princípios, teoremas e medidores.
Pressão é definida como uma força atuando sobre uma superfície, onde:
Onde:
P = Pressão
F = Força
A = Área
Pressões podem ser desenvolvidas por expansão de gases e vapores, ou por elevação de
colunas líquidas.
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Outra unidade de pressão conhecida é o bar, que equivale à força aplicada de 106dinas sobre
superfície de 1cm2.
A pressão pode também ser medida pela altura de uma coluna de líquido necessária para
equilibrar a pressão aplicada. Dessa forma, podemos ter:
• mmHg (milímetros de mercúrio);
• cmHg (centímetros de mercúrio);
• inHg (polegadas de mercúrio);
• péHg (pés de mercúrio);
• mmca (milímetros de coluna de água);
• mca (metros de coluna de água);
• inca (polegadas de coluna de água).
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Tabela 1.1 – Conversão de Unidades de Pressão
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1.3.2. Pressão Relativa
A pressão absoluta é a soma da pressão relativa com uma pressão equivalente a 1atm, ou
seja:
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1.4. Tipos de Pressão
Pressão estática é a exercida por um fluido em repouso (ou em movimento, desde que a
tomada de pressão seja perpendicular ao escoamento).
Pressão diferencial é a diferença entre duas pressões, sendo representada pelo símbolo .P
(delta P). Essa diferença de pressão normalmente é utilizada para medir vazão, nível, pressão e
densidade.
Peso específico é a característica do fluido que relaciona o peso por unidade de volume.
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Uma das formas mais comuns de se expressar o peso específico é Kgf/m3. Como exemplo
temos o peso específico da água que vale 1000kgf/m3, ou seja, 1m3 de água pesa 1000kgf. Outra
forma de expressar o peso específico é em gf/cm3.
Tomando o mesmo exemplo da água, seu peso específico será 1,0gf/cm3, ou seja, 1cm3 de
água irá pesar 1 grama-força.
Densidade relativa é a relação entre o peso específico de um fluido com o peso específico da
água (para os líquidos) e do ar (para os gases).
Exemplos:
a. A densidade do mercúrio é 13,6
"A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao produto do
peso específico do fluido pela diferença de cota entre os dois pontos".
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Segue então que todos os pontos situados na profundidade "h", em um recipiente, estão
submetidos a uma igual pressão. Temos, então, planos paralelos na superfície livre do líquido, cujos
pontos têm, todos, a mesma pressão. Consideremos os tanques a seguir cheios de água. O volume
do tanque A será 2m3, do tanque B, 1m3 e do tanque C, 4m3.
Conclui-se, portanto, que a pressão no fundo dos tanques possui o mesmo valor. Em seguida,
temos a demonstração matemática do conceito do Teorema de Stevin:
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Substituindo (2) em (1):
No século 17, Pascal elaborou a lei que forma a base da hidráulica moderna:
"A pressão exercida em qualquer ponto por um líquido em forma estática transmite-se
integralmente em todas as direções e produz a mesma força em áreas iguais".
Pode-se demonstrar este princípio utilizando uma esfera oca preenchida com líquido e
provida de vários orifícios, distribuídos em vários pontos de sua superfície. Em um desses orifícios
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temos, acoplado, um cilindro, dentro do qual podemos deslocar um êmbolo. A pressão desenvolvida
pelo êmbolo será transmitida integralmente a todos os orifícios e a todas as partes do líquido.
Na ilustração a seguir verifica-se que ao aplicarmos uma força de 10kgf sobre o pistão 1, o
pistão 2 levantará um peso de 50kgf por ter o mesmo uma área cinco vezes maior que a área do
pistão 1.
Podemos verificar que o pistão 2 se movimentará cinco vezes mais lento que o pistão 1 em
razão da diferença de áreas, embora haja uma amplificação de forças. É no princípio de Pascal que
se baseiam as máquinas hidráulicas para calibração de instrumentos utilizados pela instrumentação,
macacos hidráulicos, servos mecanismos, controles hidráulicos.
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Figura 1.10 – Relação entre a força e área / Relação entre pressão, força e área
Consiste, basicamente, num tubo de vidro contendo certa quantidade de líquido, fixado a uma
base com uma escala graduada. Os líquidos mais utilizados nas colunas são: água (normalmente
com um corante) e mercúrio. Quando se aplica uma pressão na coluna o líquido é deslocado, sendo
que este deslocamento é proporcional à pressão aplicada.
As colunas podem ser basicamente de três tipos: coluna reta vertical, reta inclinada e em
forma de “U”.
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1.8.2. Manômetro de coluna tipo em “U”
A utilização da coluna reta vertical é idêntica à do tubo em “U”, sendo a pressão aplicada no
ramo de maior diâmetro, enquanto que no ramo de menor diâmetro ocorre um maior deslocamento do
líquido. A leitura é realizada no ramo de menor diâmetro e pode ser em mmH2O ou mmHg.
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1.8.4. Coluna reta inclinada
Quanto à forma, o tubo de Bourdon pode se apresentar nas seguintes formas: tipo C, espiral e
helicoidal.
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Figura 1.14 – Tipos de tubos de boudon
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1.10.1.2. Manômetro de Bourdon espiral
O manômetro espiral utiliza um tubo de Bourdon achatado formando uma espiral com
diversas voltas. Com a pressão aplicada à extremidade aberta a espiral tende a desenrolar,
transmitindo um movimento grande à extremidade livre. Por meio de uma ligação simples o
movimento é transferido ao braço de um ponteiro, não havendo necessidade de coroa e de pinhão,
como no caso anterior.
O manômetro de helicoidal é similar ao tipo espiral, sendo que o tubo achatado do Bourdon é
enrolado em forma de hélice, com quatro a cinco voltas completas. O Bourdon helicoidal é usado para
registradores de temperatura e pressão.
1.10.2.1. Temperatura
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1.10.3. Ajuste de Manômetros
1.10.3.1. Procedimento
Basicamente, os manômetros possuem três ajustes: zero, span e linearidade (ou
angularidade). O ajuste de zero fará com que uma pressão correspondente a 0% do span da faixa de
trabalho produza uma leitura de 0% do span da faixa de medida. O ajuste de span serve para fazer
com que uma pressão correspondente a 100% do span da faixa de trabalho produza uma leitura de
100% do span da faixa de medida. Já o ajuste de angularidade fará com que um valor de pressão
medido entre 0% e 100% da faixa de trabalho corresponda ao valor real de pressão aplicado.
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A exatidão obtida no instrumento de medição irá dependerá fundamentalmente da exatidão
garantida pelo fabricante, das condições das peças do instrumento e do cuidado ao se efetuar o
ajuste.
Para o ajuste do instrumento devem-se seguir os seguintes passos:
1. aplicar o valor de pressão de 0% da faixa de trabalho e ajustar o zero do instrumento;
2. aplicar o valor de 100% da faixa de trabalho e ajustar o span;
3. reajustar o zero;
4. reajustar o span;
5. refazer os passos três e quatro até que o zero e o span não saiam mais do ajuste;
6. após o ajuste de zero e de span, verificar se os valores de 25%, 50% e 75% da faixa de
trabalho estão ajustados. Se esses pontos estiverem com um desvio maior do que o
recomendado pelo fabricante, fazer o ajuste de angularidade e repetir todos os passos
anteriores.
Como referência para o ajuste de angularidade, pode-se ajustar a mesa do manômetro até
que o desvio obtido para o valor de 50% do span seja aumentado em cinco vezes.
O manômetro de diafragma é constituído por um disco de material elástico, fixado pela borda.
Umahaste fixada ao centro do disco está ligada a um mecanismo de indicação.
Quando uma pressão é aplicada, a membrana se desloca e esse deslocamento é
proporcional à pressão. O diafragma, geralmente, é ondulado ou corrugado para aumentar sua área
efetiva.
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posiciona um ponteiro indicador ao longo de uma escala de graduação constante. Os diafragmas são
feitos de bronze fosforoso, cobre, berílio, latão, aço inoxidável e Monel.
Não metálicos - São fabricados em couro, teflon, neoprene e polietileno, são empregados
para pressões baixas e geralmente uma mola opõe-se ao movimento do diafragma, cuja deflexão é
diretamente proporcional a pressão aplicada.
Foles opostos - Este tipo de elemento é usado para medir pressão absoluta. O instrumento
possui duas sanfonas em oposição, em uma só unidade. Um dos foles, aquele que é utilizado como
referência, está fechado e sob a pressão de uma atmosfera. O outro está ligado à fonte de pressão.
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Figura 1.19 – Foles opostos
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Tabela 1.2 – Classificação de manômetros (pela exatidão)
É um equipamento que serve para aplicar uma pressão conhecida no instrumento sob teste
para sua aferição ou calibração. Constitui-se basicamente por uma câmara fechada, cheia de óleo,
um êmbolo e um manômetro padrão ou um conjunto de "contrapesos". A pressão desenvolvida será
transmitida integralmente para todas as partes do fluido, de acordo com o Princípio de Pascal. Assim,
pode-se comparar um manômetro de teste com um padrão.
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Figura 1.21 – Máquina de teste com peso morto
34
Figura 1.22 – Máquina de teste com manômetro padrão
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R: Resistência do condutor
〉 : Resistividade do material
L: Comprimento do condutor
S: Área da seção transversal
A equação nos explica que a resistência elétrica de um condutor é diretamente proporcional à
resistividade e ao comprimento e inversamente proporcional à área da seção transversal.
A maneira mais prática de alterarmos as dimensões de um condutor é tracionarmos o mesmo
no sentido axial, como mostrado a seguir:
Seguindo esta linha de raciocínio, concluímos que para um comprimento L obtivemos .L,
então para um comprimento 10 x L teríamos 10 x .L, ou seja, quanto maior o comprimento do fio,
maior será a variação da resistência obtida e maior a sensibilidade do sensor para uma mesma
pressão (força) aplicada.
O sensor consiste de um fio firmemente colado sobre uma lâmina de base, dobrando-se tão
compacto quanto possível. Esta montagem denomina-se tira extensiométrica onde se observa que o
fio, apesar de solidamente ligado à lâmina de base, precisa estar eletricamente isolado da mesma.
Uma das extremidades da lâmina é fixada em um ponto de apoio rígido enquanto a outra será o ponto
de aplicação de força.
Através da física tradicional sabemos que quando um material sofre uma flexão, suas fibras
internas serão submetidas a dois tipos de deformação: tração e compressão. As fibras mais externas
sofrem um alongamento com a tração, pois pertencem ao perímetro de maior raio de curvatura,,
enquanto as fibras internas sofrem uma redução de comprimento (menor raio de curvatura).
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Como o fio solidário à lâmina também sofrerá o alongamento, acompanhando a superfície
externa, variando a resistência total. Visando aumentar a sensibilidade do sensor, usaremos um
circuito sensível à variação de resistência e uma configuração como mostra a ilustração a seguir.
Notamos que a ligação ideal para um Strain-Gauge com quatro tiras extensiométricas é o
circuito em ponte de Wheatstone, que tem a vantagem adicional de compensar as variações de
temperatura ambiente, pois todos os elementos estão montados em um único bloco.
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Figura 1.28 – Montagem do sensor
Na figura a seguir podemos ver o conjunto do sensor. Ele possui um ímã permanente e o
sensor de silício propriamente dito.
Dois fatores que irão influenciar a ressonância do sensor de silício são o campo magnético
gerado por um imã permanente posicionado sobre o sensor e campo elétrico gerado por uma corrente
em AC (além das pressões exercidas sobre o sensor, obviamente).
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Figura 1.30 –Esquema do transmissor a silício ressonante
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Figura 1.32 – Variação da freqüência com a pressão
Por estarem localizadas em locais diferentes porém no mesmo encapsulamento, uma sofrerá
uma compressão e a outra sofrerá uma tração, conforme a aplicação de pressão sentida pelo
diafragma. Desta maneira, os sensores possuirão uma diferença de freqüência entre si. Esta
diferença pode ser sentida por um circuito eletrônico e será proporcional ao ΔP aplicado.
Através dessas informações é possível relacionar graficamente os pontos de operação da
freqüência x pressão.
Sistema de selagem é uma técnica muito utilizada na indústria para isolar o fluido de processo
do contato direto com o instrumento de medição.
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Em muitos casos é necessário isolar o fluido de processo do elemento primário de medição
quando:
• O fluido do processo for altamente corrosivo. A superfície interna do instrumento não pode
ser protegida do ataque do fluido.
• O fluido do processo for pastoso. A medição é dificultada pelas áreas mortas, inevitáveis
em algumas unidades de medição.
• O fluido do processo tender a cristalizar-se com a variação de temperatura, entupindo a
tomada de impulso.
• O fluido do processo tiver sólidos em suspensão.
• O fluido for um gás com possibilidades de condensação. A condensação forma colunas
líquidas que podem interferir na medição.
• O fluido é perecível. Pode ocorrer a decomposição de substâncias orgânicas, possibilitando
a ocorrência de contaminação do produto.
• A temperatura do fluido é muito elevada. A temperatura do instrumento pode atingir valores
indesejáveis.
• A instalação do instrumento é desfavorável, dificultando a leitura do operador e a
manutenção do instrumento.
• O instrumento estiver sujeito a vibrações constantes. A vibração pode soltar parafusos,
porcas. escalas e ponteiros.
• O fluido for periculoso, onde um possível vazamento para a atmosfera ou meio ambiente
deve ser evitado por razões de segurança ou poluição radioativa.
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densidade do líquido de processo quando o instrumento estiver instalado a seguir da tomada de
impulso e menor quando o instrumento estiver instalado acima da tomada de impulso, para que os
fluidos não se misturem. Os líquidos de processo e de selagem devem ser não miscíveis.
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Figura 1.34 – Exemplo de aplicação de selo líquido na medição de nível
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1.15.1.2. Selo a ar
A selagem a ar é muito utilizada em medição de baixas pressões. Consiste em uma câmara
onde é instalado um diafragma que se desloca em função da variação da pressão aplicada. As
tubulações e a câmara são preenchidas com ar à pressão atmosférica. A contração do diafragma
aciona o elemento sensor.
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Figura 1.37 – Aplicações utilizando selo volumétrico
É o ponto de medição do elemento primário que fica em contato direto com o fluido do
processo.
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Figura 1.39 – Exemplo de instalação de tomadas de impulso em uma tubulação
1.15.2.2. Instalação
A instalação de uma tubulação de impulso depende do tipo de fluido e da variável a ser
medida.
Toda instalação de instrumentos medidores de pressão deverá conter os seguintes
componentes:
• um nipple de determinado diâmetro, fixado à tomada de impulso;
• uma válvula de bloqueio para bloquear o fluido de processo em caso de remoção para
manutenção ou substituição;
• um tubo de determinado diâmetro conectado à válvula de bloqueio e ao instrumento;
• uma válvula dreno instalada próxima ao instrumento para despressurizar a tomada de
impulso e para drenar o fluido de processo contido na tomada de impulso.
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Figura 1.41 – Instalação típica de um manômetro
Figura 1.42 – Instalação para medidores de vazão de gás por pressão diferencial
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Figura 1.43 – Manifold
Figura 1.44 – Instalação para medidores de vazão de líquido por pressão diferencial
As linhas de tomada de impulso deverão ser da mesma altura, caso contrário pode ocorrer um
erro na medição devido à diferença de altura de coluna líquida.
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1.15.2.2.3. Instalação para medidores de vazão de vapor por pressão
diferencial
O instrumento deve ser montado abaixo do elemento primário de vazão (placa de orifício) com
válvulas de bloqueio conectadas às tomadas de impulso para isolar o instrumento do líquido de
processo, e com uma válvula equalizadora conectada entre as duas tomadas de impulso, para igualar
as pressões das câmaras do instrumento.
Figura 1.45 – Instalação para medidores de vazão de vapor por pressão diferencial
Na figura a seguir é mostrado um outro tipo de montagem para medição de vazão de vapor,
onde as linhas de tomada são isoladas termicamente para evitar troca de calor.
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Figura 1.46 – Montagem para medição de vazão de vapor com isolação térmica.
A seleção do material para instalação das tomadas de impulso dependem do tipo de fluido a
ser medido, temperatura e pressão de operação do fluido, possibilidade de corrosão e distância entre
o elemento primário e o instrumento.
1.16. Purga
Purga é um sistema utilizado para evitar que o fluido de processo entre em contato direto com
os medidores, com a finalidade de evitar possíveis danos ou falhas no seu funcionamento.
Ao sistema de medição é fornecido um gás com uma pressão ligeiramente superior à máxima
pressão a ser medida (em torno de 10% a 20% da pressão máxima). A vazão da purga deve ser
mantida constante através de um regulador de vazão.
Na figura a seguir é apresentada uma aplicação típica deste sistema na medição de nível.
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Figura 1.47 – Medição de nível por borbulhador.
A purga é realizada com água ou com outro líquido adequado quando o líquido do processo
for corrosivo ou contiver sólidos em suspensão ou com tendência a cristalizar-se com a variação de
temperatura.
1.16.3. Sangria
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2. MEDIÇÃO DE TEMPERATURA
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2.2. Escalas de Temperatura
2.2.1. Escalas
As escalas que ficaram consagradas pelo uso foram a Fahrenheit e a Celsius. A escala
Fahrenheit é definida, atualmente, com o valor 32 no ponto de fusão do gelo e 212 no ponto
de ebulição da água. O intervalo entre esses dois pontos é dividido em 180 partes iguais e cada parte
é um grau Fahrenheit. Toda temperatura na escala Fahrenheit é identificada com o símbolo "°F"
colocado após o número (ex. 250°F).
A escala Celsius é definida, atualmente, com o valor zero no ponto de fusão do gelo e 100 no
ponto de ebulição da água. O intervalo entre os dois pontos está dividido em 100 partes iguais, e cada
parte é um grau Celsius. A denominação "grau centígrado" utilizada anteriormente no lugar de "Grau
Celsius", não é mais recomendada, devendo ser evitado o seu uso. A identificação de uma
temperatura na escala Celsius é feita com o símbolo "°C" colocado após o número (Ex.: 160°C).
Tanto a escala Celsius como a Fahrenheit são relativas, ou seja, seus valores numéricos de
referência são totalmente arbitrários.
Se abaixarmos continuamente a temperatura de uma substância atingimos um ponto limite
além do qual é impossível ultrapassar, pela própria definição de temperatura. Este ponto, onde cessa
praticamente todo o movimento atômico, é o zero absoluto de temperatura.
Através da extrapolação das leituras do termômetro a gás, pois os gases se liquefazem antes
de atingir o zero absoluto, calculou-se a temperatura deste ponto na escala Celsius em -273,15°C.
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Existem escalas absolutas de temperatura, assim chamadas porque seu zero é fixado no zero
absoluto de temperatura.
Existem duas escalas absolutas atualmente em uso: a Escala Kelvin e a Rankine.
A Escala Kelvin possui a mesma divisão da Celsius, isto é, um grau Kelvin é igual a um grau
Celsius, porém seu zero se inicia no ponto de temperatura mais baixa possível, 273,15 graus abaixo
do zero da Escala Celsius.
A Escala Rankine possui, obviamente, o mesmo zero da escala Kelvin, porém sua divisão é
idêntica à da Escala Fahrenheit. A representação das escalas absolutas é análoga às escalas
relativas: Kelvin ==> 400K (sem o símbolo de grau "°"). Rankine ==> 785°R.
A Escala Fahrenheit é usada principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos, porém seu
uso tem declinado a favor da Escala Celsius, de aceitação universal.
A Escala Kelvin é utilizada nos meios científicos de todo o mundo e deve substituir, no futuro,
a escala Rankine, quando estiver em desuso a Fahrenheit.
Existe uma outra escala relativa, a Reaumur, hoje já praticamente em desuso. Esta escala
adota como zero o ponto de fusão do gelo e 80 o ponto de ebulição da água. O intervalo é dividido em
oitenta partes iguais.(Representação - °Re).
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Desta comparação podemos retirar algumas relações básicas entre as escalas:
CELSIUS x FAHRENHEIT
º C º F − 32
=
5 9
CELSIUS x KELVIN
K = 273,15 + °C
FAHRENHEIT x RANKINE
°R = 459,67 + °F
KELVIN x RANKINE
ºR × 5
K=
9
182,86 º F − 32
c. °C p/ °F : - = = -297,15°F
5 9
ºR × 5
d. °C p/ °R :- ou melhor, °C p/ K p/ °R: 90,29 = = 162,52°R
9
Para melhor expressar as leis da termodinâmica, foi criada uma escala baseada em
fenômenos de mudança de estado físico de substâncias puras, que ocorrem em condições únicas de
temperatura e pressão. São chamados de pontos fixos de temperatura.
Chama-se esta escala de IPTS – Escala Prática Internacional de Temperatura. A primeira
escala prática internacional de temperatura surgiu em 1927 e foi modificada em 1948 (IPTS-48). Em
1960, mais modificações foram feitas e em 1968 uma nova Escala Prática Internacional de
Temperatura foi publicada (IPTS-68).
A mudança de estado de substâncias puras (fusão, ebulição) é normalmente desenvolvida
sem alteração na temperatura. Todo calor recebido ou cedido pela substância é utilizado pelo
mecanismo de mudança de estado.
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Figura 2.2 – Sensor sendo aquecido
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Os pontos fixos utilizados pela IPTS-68 são dados na tabela a seguir:
Observação:
Ponto triplo é o ponto em que as fases sólida, líquida e gasosa encontram-se em equilíbrio,
conforme figura a seguir:
A ainda atual IPTS-68 cobre uma faixa de -259,34 a 1064,34°C. É baseada em pontos de
fusão, ebulição e pontos triplos de certas substâncias puras como, por exemplo o ponto de fusão de
alguns metais puros.
Hoje, já existe a ITS-90 – Escala Internacional de Temperatura, definida em pontos fixos de
temperatura.
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Tabela 2.2 – Curva de mudança de fases
A seguir, são apresentadas algumas células de ponto fixo utilizadas na aferição e calibração
de instrumentos de temperatura.
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Eletrotécnica – IEC vem desenvolvendo um trabalho junto aos países envolvidos nesse processo
normativo não somente para obter normas mais completas e aperfeiçoadas mas também para prover
meios para a internacionalização do mercado de instrumentação relativo a termopares.
Como um dos participantes desta comissão, o Brasil, através da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT, está também diretamente interessado no desdobramento desse assunto e
vem adotando tais especificações como Normas Técnicas Brasileiras.
Características
Os termômetros de dilatação de líquidos baseiam-se na lei de expansão volumétrica de um
líquido com a temperatura dentro de um recipiente fechado.
Os tipos podem variar, conforme sua construção:
• Recipiente de vidro transparente
• Recipiente metálico
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Tabela 2.4 – Exemplos de pontos de solidificação e ebulição
No termômetro de mercúrio, pode-se elevar o limite máximo até 550oC injetando-se gás inerte
sob pressão, evitando a vaporização do mercúrio.
Por ser frágil e impossível registrar sua indicação ou transmiti-la a distância, o uso deste
termômetro é mais comum em laboratórios ou em indústrias quando com proteção metálica.
60
Figura 2.6 – Características dos elementos básicos deste termômetro de dilatação de líquido em recipiente metálico
2.3.2. Bulbo
Tabela 2.5 – Líquidos utilizados em termômetros com suas respectivas faixas de utilização
61
2.3.3. Capilar
Suas dimensões são variáveis, sendo que o diâmetro interno deve ser o menor possível a fim
de evitar a influência da temperatura ambiente, porém não deve oferecer resistência à passagem do
líquido em expansão.
Os materiais mais usados são: bronze fosforoso, cobre-berílio , aço-inox e aço-carbono. Pelo
fato deste sistema utilizar líquido inserido num recipiente e da distância entre o elemento sensor e o
bulbo ser considerável, as variações na temperatura ambiente afetam não somente o líquido no bulbo,
mas todo o sistema (bulbo, capilar e sensor), causando erro de indicação ou registro. Esse efeito da
temperatura ambiente é compensado de duas maneiras, que são denominadas classe 1A e classe
1B.
Na classe 1B a compensação é feita somente no sensor, através de uma lâmina bimetálica.
Este sistema é normalmente preferido por ser mais simples, porém nele o comprimento máximo do
capilar é de, aproximadamente, seis metros.
Quando a distância for maior o instrumento deve possuir sistema de compensação classe 1A,
onde a compensação é feita no sensor e no capilar por meio de um segundo capilar ligado a um
elemento de compensação idêntico ao de medição, sendo os dois ligados em oposição.
O segundo capilar tem comprimento idêntico ao capilar de medição, porém não está ligado a
um bulbo.
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A aplicação desses termômetros se dá na indústria em geral para indicação e registro, pois
permite leituras remotas por ser o mais preciso dos sistemas mecânicos de medição de temperatura,
porém não é recomendável para controle por causa de seu tempo de resposta ser relativamente
grande (mesmo usando fluido trocador de calor entre bulbo e poço de proteção para diminuir este
atraso, conforme figura a seguir). O poço de proteção permite a manutenção do termômetro com o
processo em operação.
Recomenda-se não dobrar o capilar com curvatura acentuada para que não se formem
restrições que prejudiquem o movimento do líquido em seu interior, causando problemas de medição.
63
Figura 2.8 – Termômetro de dilatação a gás
2.5.2. Características
O gás mais utilizado é o N2. Geralmente é enchido com uma pressão de 20 a 50atm.,na
temperatura mínima a medir. Sua faixa de medição vai de -100 a 600oC, sendo o limite inferior obtido
através da própria temperatura crítica do gás e o superior, devido ao recipiente apresentar maior
permeabilidade ao gás nessa temperatura, o que acarretaria sua perda, inutilizando o termômetro.
A tabela a seguir mostra alguns gases e sua faixa de utilização.
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Tabela 2.6 – Exemplos de gases com faixa de utilização
65
Portanto, para qualquer variação de temperatura haverá uma variação na tensão de vapor do
gás liquefeito colocado no bulbo do termômetro e, em conseqüência disso, uma variação na pressão
dentro do capilar.
A relação existente entre tensão de vapor de um líquido e sua temperatura é do tipo
logarítmica.
A tabela a seguir mostra os líquidos mais utilizados e seus pontos de fusão e ebulição.
66
2.7.1. Transmissão pneumática
67
2.7.4. Transmissão eletrônica
68
Figura 2.10 – Exemplo de comunicação utilizando protocolo HART
2.7.6.2. Fieldbus
Fieldbus é um sistema de comunicação digital bidirecional usado para interligar instrumentos
inteligentes instalados no campo com os sistemas de controle geralmente localizados na sala de
controle. Os instrumentos inteligentes podem fornecer informações de diagnóstico e controle,
reduzindo a quantidade de instrumentos de uma malha de controle.
Esse padrão permite a comunicação de múltiplas variáveis entre vários instrumentos,
proporcionando uma melhora no desempenho dos processos de produção e automação. Os
instrumentos possuem funções avançadas disponíveis para a melhoria do controle, as quais permitem
a calibração remota (a distância), possibilitando um diagnóstico automático e facilitando a
manutenção.
O fieldbus reduz os custos de manutenção, instalação e partida. Os custos da fiação são
reduzidos em até 66% ou mais, pois o fieldbus permite a instalação de mais de um instrumento no
mesmo par de fios. Além disso, podem ser conectados novos instrumentos sem a necessidade de
instalação de uma nova fiação.
Outra característica importante deste padrão de transmissão é a imunidade a ruídos pois
todos os dados são transmitidos digitalmente, aumentando a precisão dos mesmos.
Os sinais podem ser transportados através de três meios físicos:
• Par de fios
• Fibra ótica
• Rádio
69
Figura 2.11 – Exemplo de comunicação utilizando protocolo Fieldbus
70
Figura 2.12 – Aplicação da telemetria na medição de variáveis de processo
Note que todas as informações estão concentradas no painel, que só recebe sinais
pneumáticos ou elétricos enviados pelos transmissores. Uma das vantagens da padronização dos
sinais é que podemos utilizar instrumentos indicadores iguais. Apesar de terem funções diferentes,
recebem um sinal de entrada com o mesmo range do sinal de transmissão. A padronização do sinal
de transmissão também evita que o produto manipulado no processo chegue até o painel, em caso da
medição direta da variável.
71
Figura 2.13 – Relação matemática entre sinais
Cada valor da variável medida (%) corresponde a um valor de sinal de transmissão (St), na
mesma proporção:
%−0 St − 3 % St − 3 St − 3 ⎛ % ⎞
= ⇒ = ⇒%= .100 ou St = ⎜ .12 ⎟ + 3
100 − 0 15 − 3 100 12 12 ⎝ 100 ⎠
Ex.: Supondo que o nível no tanque seja de 75%, o LT enviará para o LI um sinal em PSI
proporcional ao nível.
⎛ % ⎞
St = ⎜ .12 ⎟ + 3
⎝ 100 ⎠
⎛ 75% ⎞
St = ⎜ .12 ⎟ + 3
⎝ 100 ⎠
St = (0,75 . 12) + 3
St = 9 + 3
St = 12PSI
72
3. MEDIÇÃO DE VAZÃO
3.1. Unidades
A quantidade total movimentada pode ser medida em unidades de volume (litros, mm3,cm3,
m3, galões e pés cúbicos) ou em unidades de massa (g, Kg, toneladas e libras).
A vazão instantânea pode ser expressa em uma das unidades acima, dividida por uma
unidade de tempo: l/m (litros por minutos), m3/h (metros cúbicos por hora), GPM (galões por minuto),
Kg/h (quilogramas por hora), e t/h (toneladas por hora), etc.
Na medição de gases, a unidade muito utilizada é Nm3/h (metros cúbicos “normais” por hora,
ou seja, à temperatura de 0oC e à pressão atmosférica igual a 760mmHg) ou em scfm (pés cúbicos
“standard” por minuto, à temperatura de 60oF e 14,696PSIA de pressão atmosférica).
73
3.1.1. Vazão em volume
Vazão em volume é o volume de um fluído que escoa através de uma certa seção num
intervalo de tempo.
Ex.: uma tubulação alimenta um reservatório com capacidade de 100 litros em 120 segundos,
conforme mostrado na figura a seguir.
Pela seção da tubulação passam 100 litros/120 segundos, ou seja, a cada segundo passam
0,833litros. Portanto, a vazão em volume que escoa pela seção da tubulação é 0,833l/s ou 50l/min.
A vazão em volume pode ser determinada utilizando-se a seguinte expressão:
Volume que atravessou a seção V
Q= =
Tempo t
Supondo que em um determinado trecho de uma tubulação, correspondente a um metro, uma
partícula do fluido percorre o trecho em oito segundos. Sendo a área da seção da tubulação igual a
500cm², podemos calcular o volume do trecho da seguinte forma:
V = A. λ
Sendo: V = volume
A = área da seção
λ = comprimento do trecho da tubulação
Então:
A.λ
Q= = A.λ / t = A . v (área da seção . velocidade média das partículas do fluído)
t
Portanto, a vazão em volume pode ser obtida pela multiplicação da velocidade média das
partículas do fluído e da área de passagem do fluído.
74
Q=A.v
75
Sabemos que massa específica é a razão entre a massa e o volume de uma determinada
substância:
m
ρ=
V
onde:
ρ = massa específica
m = massa
V = volume
A vazão em massa pode ser relacionada com a vazão em volume, conforme mostrado a
seguir:
m ρV V
QM = = = ρ. = ρQ
t t t
Ou seja, a vazão em massa é igual ao produto da massa específica pela vazão volumétrica:
QM = ρQ ou QM = ρ . v . A
Unidades utilizadas: Kg/s, Kg/h, t/h, t/dia.
76
3.1.3. Vazão em peso (QG)
Vazão em peso é o peso de um fluído que atravessa uma seção de uma tubulação em uma
unidade de tempo.
G
QG =
T
onde:
QG = vazão em peso
G = peso e G = m . g (massa multiplicada pela aceleração da gravidade)
t = tempo
Deduzindo a expressão:
G m. g
QG = = = = g . QM = g . ρ . Q = γ . Q, pois γ = ρ . g.
t t
77
Figura 3.2 – Classificação de medidores de vazão
O medidores volumétricos são os que fornecem uma indicação da quantidade de fluido que
passa por uma ou mais câmaras com volume conhecido em um determinado intervalo de tempo.
Possuem uma ou mais peças móveis, que se movimentam impulsionadas pelo próprio fluido.
O movimento das peças é transmitido a um ponteiro ou contador, que indica a quantidade total, em
volume, movimentada. Geralmente não medem a vazão instantânea. Também são chamados de
medidores de deslocamento positivo.
78
Figura 3.3 – Medidor de pistão recíproco
79
Características:
• Temperatura máxima de operação: aproximadamente 150ºC
• Pressão de trabalho: até 20Kgf/cm2.
• Vazão máxima: 48 000L/h.
• Diâmetros: de 20 a 100mm.
• Medidor tipo palhetas rotativas
• Existem dois tipos: o de rotor excêntrico e o de rotor concêntrico. As faixas de medição,
temperatura e pressão de trabalho são extensas. São muito utilizados na medição de
petróleo e derivados.
80
3.2.1.5. Medidor de disco nutante
O conjunto móvel é composto por um disco que oscila (movimento de nutação). O movimento
do disco é transmitido, por um conjunto de engrenagens, para um contador.
São utilizados em tubulações de pequeno diâmetro e suportam algumas impurezas no fluido.
Podem medir óleos combustíveis, óleos vegetais, gasolina, suco de frutas, etc.
A faixa de vazão varia de 170L/h à 230m3/h para diâmetros de tubulação com variação entre
20 e 150mm.
81
3.2.1.6.2. Medidor de engrenagens ovais
O medidor de engrenagens ovais é composto por um par de engrenagens ovais que giram,
formando junto com as paredes internas do medidor a câmara de medição. Cada rotação desloca um
determinado volume.
ΔP ΔP
V = K. Q = K.A
D D
Onde:
V = velocidade média das partículas do fluído
Q = vazão, medida em volume
W = vazão, medida em massa
A = área da seção de passagem do fluído
ΔP = pressão diferencial gerada pela restrição
D = densidade do fluido
K = constante que depende da relação proveniente do diâmetro da restrição, do diâmetro da
tubulação, das unidades de medida, dos fatores de correção e do tipo de escoamento do fluido.
82
Mantendo-se a área da seção da tubulação e a densidade do líquido constante, as duas
últimas equações podem ser simplificadas, como mostrado a seguir:
Exemplo de cálculo de uma nova vazão, dada a vazão máxima e o ΔP máximo:
Q = K ΔP
Q = K ΔP ΔP =
(Q)2
K
2
ΔP = 5 (P = 25”H2O)
Pa . ΔP
Q = K.
Ta
Onde:
Q = Vazão
Pa = Pressão absoluta
Ta = Temperatura absoluta, em K.
83
(P = Pressão diferencial
Ex.: um medidor de vazão por pressão diferencial é utilizado para medir a vazão de um gás
com as seguintes características: pressão relativa = 5Kgf/cm2, pressão atmosférica = 1Kgf/cm2 e
temperatura média = 30°C. Calcular o valor da compensação de pressão e temperatura quando o
fluido estiver com uma pressão de 6Kgf/cm2 e uma temperatura de 50ºC.
Solução:
Pressão absoluta: Pa1 = 5 + 1 = 6 Kgf/cm2
Pressão absoluta real: Pa2 = 6 + 1 = 7Kgf/cm2
Temperatura absoluta: Ta1 = 273 + 30 = 303K
Temperatura absoluta real: Ta2 = 273 + 50 = 323K
Pa1. ΔP
Q1 = K .
Ta 1
Nas condições reais, para a mesma pressão diferencial a vazão continua sendo Q1, mas
como variou a pressão e a temperatura, a vazão real será calculada da seguinte forma:
Pa 2 . ΔP
Q2 = K .
Ta 2
Q2 Pa 2 Ta 1 7 303
= . = . = 1,046
Q1 Pa 1 Ta 2 6 323
Os principais elementos primários para medidores de vazão por .P são: placa de orifício,
orifício integral, tubo venturi, bocal e tubo pitot.
A placa de orifício é o tipo de elemento primário mais utilizado para medição de vazão por .P.
Basicamente, é um disco de metal resistente à corrosão com um orifício e uma haste lateral.
Serve para a retirada da placa e para a inscrição de dados de identificação. O diâmetro externo
84
depende do diâmetro da tubulação e o diâmetro interno é calculado de acordo com as condições de
vazão e com a pressão diferencial desejada.
Placas de orifício
A placa de orifício é instalada na tubulação entre dois flanges, conforme mostrado na figura a
seguir.
85
Figura 3.11 – Placa de orifício concêntrica
86
3.3.1.2. Malha para medição de vazão
Na figura a seguir é mostrado o fluxograma de uma malha de medição de vazão por pressão
diferencial variável gerada por uma placa de orifício.
Q = K ΔP
Q = 10. 25 = 10 . 5 = 50
Q = 50%
Calculando-se a vazão correspondente a 0%, 25%, 50%, 75% e 100% do (P, podemos
montar o gráfico a seguir:
87
O sinal de saída de um transmissor de vazão por pressão diferencial variável é diretamente
proporcional à vazão. No entanto, o (P varia quadraticamente em função da vazão. Portanto, o
indicador conectado ao transmissor deverá possuir uma escala quadrática para realização da leitura
direta. Para linearizar o sinal de saída do FT é necessário acrescentar um extrator de raiz quadrada
entre o FT e o FI, conforme mostrado na figura a seguir:
Equações para calcular sinal de entrada e sinal de saída de extratores de raiz quadrada
eletrônicos.
88
3.3.2. Tubo Venturi
O tubo Venturi é composto por uma curta e estreita garganta situada entre duas seções
cônicas. Geralmente, é instalado entre duas flanges, numa tubulação. Quando o fluido passa pela
garganta aumenta a velocidade, diminuindo a pressão estática temporariamente.
A recuperação de pressão em um tubo Venturi é eficiente, sendo muito utilizado na medição
de vazão em líquidos com sólidos em suspensão.
O cálculo de um tubo Venturi consiste em determinar a relação entre o diâmetro da seção
central e o diâmetro da tubulação a partir de uma pressão diferencial desejada.
O bocal é entre as muitas modificações oriundas do tubo Venturi. Ele corresponde a um tubo
Venturi sem o cone de saída e se apresenta, habitualmente, como um cilindro com uma extremidade
alargada (boca de cometa) até constituir um flange que é, então, preso entre flanges de tubulação.
A perda de carga permanente é praticamente igual à de uma placa de orifício utilizada nas
mesmas condições de vazão.
São utilizados principalmente na medição de vazão de vapor e de outros fluídos com alta
velocidade devido a sua alta resistência à abrasão. Geralmente, são fornecidos com dimensões
padronizadas. A partir daí a pressão diferencial é calculada.
89
Figura 3.19 – Bocal de vazão
O tubo pitot é um dispositivo que mede diretamente a diferença entre a pressão dinâmica e a
pressão estática do fluido. Essa diferença é proporcional ao quadrado da velocidade.
Praticamente não há perda de pressão permanente.
Não pode ser utilizado na medição de vazão de líquidos viscosos e líquidos com sólidos em
suspensão.
90
3.4. Medidores de vazão por pressão diferencial
constante
Nos medidores de vazão por pressão diferencial constante a perda de carga através do
medidor é constante, e a vazão é diretamente proporcional à área de passagem do fluido.
3.4.1. Rotâmetro
Rotâmetro é constituído, basicamente, por um tubo de vidro cônico graduado que possui em
seu interior um flutuador de peso conhecido.
O fluido circula da base para o topo do rotâmetro, vencendo a força da gravidade, que atua
sobre o flutuador. À medida que o flutuador se eleva, permite maior passagem do fluxo devido à
seção cônica do tubo de vidro. Dessa forma, o deslocamento do flutuador é linear e proporcional ao
fluxo.
Os flutuadores podem ter vários perfis de construção. Podem ser esféricos, cilíndricos com
bordo plano, cilíndricos com bordo saliente de face inclinada para o fluxo e cilíndricos com borda
saliente contra o fluxo.
91
Figura 3.22 – Tipos de flutuadores de rotâmetros
• Esférico – É utilizado para baixas vazões e pouca precisão. Sofre influência considerável
da viscosidade do fluido.
• Cilíndrico com bordo plano – É utilizado para vazões médias e elevadas. Sofre uma
influência média da viscosidade do fluido.
• Cilíndrico com bordo saliente de face inclinada para o fluxo – Sofre maior influência da
viscosidade do fluido.
• Cilíndrico com bordo saliente contra o fluxo – Sofre mínima influência da viscosidade do
fluido.
3.4.2.1. Instalação
Os rotâmetros são montados verticalmente na tubulação do fluido cuja vazão se deseja medir,
de maneira que o fluido seja dirigido de baixo para cima. Pode ser instalado diretamente na tubulação
ou em derivação.
O rotâmetro é instalado numa linha by-pass fora da linha principal, onde o sistema de válvulas
é instalado de tal forma que permita o funcionamento da linha principal, mesmo que o rotâmetro seja
retirado para limpeza ou manutenção.
92
3.5.1. Vertedores
Vertedor é uma abertura ou entalhe na parte superior de uma parede por onde escoa um
líquido. A vazão do líquido sobre a soleira (ou crista) provoca uma diferença de altura na lâmina de
água, que é tirada em relação ao ponto mais alto e ao mais baixo.
Lâmina é a veia líquida que escoa pela crista (ou soleira). Quando a veia líquida estiver
próxima da crista, o vertedor será intitulado de soleira fina ou delgada. Existem três tipos de entalhe
de diques: retangular, triangular e trapezoidal.
A calha Parshall é um tipo de tubo Venturi aberto, que mede a altura estática do fluxo. É um
medidor mais vantajoso que o vertedor porque apresenta menor perda de carga. Mede vazão de
líquidos com sólidos em suspensão.
93
3.6. Medidor magnético de vazão
Conforme a Lei de Faraday, o movimento do fluido (que deve ser um fluido condutor) através
do campo magnético (B) induz uma força eletromotriz (FEM) representada pela letra U, que atravessa
o fluido num sentido perpendicular ao campo magnético, diretamente proporcional à velocidade do
escoamento (V). A FEM produzida é transmitida através dos eletrodos a um instrumento conversor,
que converte a FEM gerada em sinal de corrente de 4 a 20mA.
94
Este tipo de medidor é muito utilizado na medição de líquidos contendo sólidos em
suspensão, lamas, polpas e líquidos condutores em geral. Não oferece restrições à passagem dos
fluidos, sendo a perda de carga desprezível.
onde:
U= tensão induzida
K= constante de instrumento
B= intensidade do campo magnético
V= velocidade média
D= diâmetro do tubo.
A FEM gerada é proporcional à velocidade média do fluxo e, desse modo, ao volume do fluxo.
O sinal de tensão induzido (FEM) é captado por dois eletrodos, os quais estão em contato condutivo
com o fluido, e transmitido a um conversor de sinal para uma padronização do sinal de saída.
95
2. Desde que o campo magnético passe através da área total de fluxo, o sinal representa um
valor médio sobre a seção transversal do tubo. Portanto, apenas um trecho reto de (5*DN)
do eixo dos eletrodos é requerido antes do medidor.
3. Somente o revestimento e os eletrodos estão em contato com o fluido.
4. No entanto, o sinal original produzido é uma tensão elétrica, a qual é uma função linear
exata da velocidade média do fluxo.
5. A medição é independente do perfil do fluxo e de outras propriedades do fluido.
O campo magnético do medidor é gerado por uma corrente de onda quadrada, alimentada do
conversor de sinal para as bobinas do campo.
Essa corrente de campo alterna sinais de tensão positivos e negativos proporcionais à vazão,
que são gerados, na mesma freqüência, pelo efeito do campo magnético, que é proporcional à
corrente. Desse modo, a tensão induzida é proporcional à velocidade média do fluxo quando a
intensidade do campo é constante.
Dentro do medidor de vazão magnético indutivo o fluido passa através do campo magnético
aplicado perpendicularmente na direção do fluxo. Uma tensão elétrica é induzida pelo movimento do
fluido (o qual deve ter uma condutividade elétrica mínima).
As tensões positivas e negativas nos eletrodos do medidor são subtraídas de uma a outra no
conversor de sinal. A subtração sempre acontece quando o campo da corrente alcança o seu valor
estacionário; dessa forma, interferências de tensão constante ou externa ou falhas de tensão que
mudam vagarosamente em relação ao ciclo de medição são suprimidas. Interferências na linha de
alimentação no medidor ou nos cabos de conexão são similarmente suprimidas.
96
Figura 3.28 – Princípio de funcionamento do medidor magnético de vazão
Figura 3.29 – Lei de Faraday para definição da tensão no medidor magnético de vazão
97
A grande vantagem desses instrumentos é que medem diretamente a vazão mássica dos
fluidos, não importando, inclusive, se estão em uma única fase ou se há algum vapor ou partículas
sólidas em presença do líquido. São instrumentos ideais na indústria química, onde os diâmetros não
são muito grandes.
As recentes introduções de microprocessadores os tornaram mais práticos, permitindo,
inclusive, que sejam medidas simultaneamente a massa específica do produto, sua temperatura e a
vazão, que pode ser mostrada em massa ou em volume, em qualquer unidade de engenharia
desejada.
Outras variáveis podem ser mostradas, como as variáveis com sólidos em suspensão, as
variáveis expressas em massa ou volume, os graus API, Baumé, a concentração Brix (se for o caso
de um xarope de açúcar), a concentração de licor preto em processos de celulose, e outras
informações que resultem da associação de um microprocessador a um instrumento de alto
desempenho.
Quando o líquido escoa através do tubo, o rotor gira a uma velocidade determinada pela
velocidade de escoamento do fluido e pelo ângulo das lâminas do rotor. À medida que cada lâmina
passa diante da bobina ou do ímã, ocorre uma variação da reatância do circuito magnético, alterando
98
o fluxo magnético total a que está submetida a bobina. Verifica-se, então, a indução de um ciclo de
tensão alternada.
A freqüência dos pulsos gerados dessa maneira é proporcional à velocidade do fluido e a
vazão pode ser determinada pela medição e totalização de pulsos.
Para cada turbina existe um fator K, que é um parâmetro de calibração em função dos pulsos
por unidade de volume.
Cada medidor sofre uma calibração na fábrica, utilizando-se água como fluido. Os dados
obtidos são documentados e fornecidos juntamente com a turbina. Utilizando-se estes dados, obtém-
se o fator de calibração "K" relativo à faixa de vazão específica.
O fator é representado pela seguinte expressão:
99
3.9.1. Medidores de efeito Doppler
Figura 3.32 – Princípio de funcionamento do medidor de vazão ultrassônico tipo tempo de trânsito
Os medidores de tempo de trânsito não são apropriados para medir vazão de fluidos que
contenham partículas em suspensão.
Na parte externa da tubulação são fixados dois emissores e sensores de ultra-som, um
oposto ao outro. Um feixe de ultra-sons atravessa a corrente do líquido medido, numa direção em
ângulo com o eixo do tubo. O tempo que leva o feixe para atravessar a corrente do líquido é menor,
quando a velocidade do líquido contribui positivamente, e maior, no caso inverso.
100
Sabendo-se a diferença de tempo entre ida e volta do feixe de ultra-som, deduz-se a vazão,
conforme as equações mostradas a seguir:
Sendo:
t1 = tempo de transmissão orientada para jusante
t2 = tempo de transmissão orientada para montante
L = distância entre os sensores
V1 = velocidade média do fluido
Vs = velocidade do som
O princípio de funcionamento dos medidores de vazão tipo vórtex são baseados na contagem
dos vórtices provocados por uma haste atravessando as linhas de escoamento.
Assumindo que a freqüência de geração dos vórtices provocados por um obstáculo colocado
verticalmente no sentido de movimento de um fluido seja "f", a velocidade do fluido seja "V" e a
dimensão do obstáculo perpendicular ao sentido do fluxo seja "d", a seguinte relação é obtida:
f = St . V/d (1)
101
Onde:
St = número de Strouhal
Esta equação pode ser aplicada a um medidor vórtex, quando medindo vazão de uma
tubulação de processo. Adicionalmente, neste caso a seguinte expressão também é válida:
Q = A . V (2)
Onde:
Q = vazão volumétrica
A = área da seção da tubulação
Mediante uma simples substituição, e considerando os parâmetros constantes agrupados em
um único fator, teremos:
Q = K . f (3)
Número de Strouhal é a relação do intervalo "L" entre cada vórtice com a dimensão "d" do
anteparo perpendicular ao sentido do fluxo, ou seja,
St = L/d (4)
Logo, conforme pode ser verificado nas expressões acima, se o número de Strouhal for
constante, a vazão volumétrica do fluido pode ser medida pela contagem do número de vértices.
Para uma ampla faixa de número de Reynolds que define o regime de escoamento, temos
que St é constante, conforme pode ser verificado no gráfico a seguir.
Podemos verificar que para grande maioria das aplicações industriais que estão situadas na
faixa de número de Reynolds entre 20000 e 7000000 todas as expressões anteriores são totalmente
válidas.
102
Adicionalmente, nesta faixa, a freqüência "f" de geração de vórtices não é afetada por
variações na viscosidade, densidade, temperatura ou pressão do fluido.
As duas maiores questões referentes ao desenvolvimento prático de um medidor de vazão do
tipo vortex são:
a. Criação de um obstáculo gerador de vórtices (vortex shedder) que possa gerar vórtices
regulares e de parâmetros totalmente estabilizados, determinando a precisão do medidor.
b. Projeto de um sensor e respectivo sistema eletrônico para detectar e medir a freqüência
dos vórtices determinando os limites para as condições de operação do medidor.
Numerosos tipos de vortex shedder, com diferentes formas, foram sistematicamente testados
e comparados por diversos fabricantes e centros de pesquisa. O shedder com formato trapezoidal foi
o que obteve um desempenho considerado ótimo. O corte trapezoidal proporciona excelente
linearidade na freqüência de geração dos vórtices, além de extrema estabilidade dos parâmetros
envolvidos.
103
4. MEDIÇÃO DE NÍVEL
4.1. Nível
104
4.2.1.1. Régua ou gabarito
Consiste na introdução de uma régua graduada e de comprimento adequado no reservatório
a ser medido. A determinação do nível efetuar-se-á através da leitura direta do comprimento molhado
na régua.
105
Figura 4.2 – Visor de vidro tubular
106
O vidro é de borossilicato temperado, capaz de suportar choques térmicos e mecânicos.
As juntas de vedação são de papelão hidráulico e as juntas almofadadas são de amianto
grafitado.
Os visores de vidro plano estão divididos em dois tipos: visor plano reflex e visor plano
transparente.
107
Nesta condição, o visor apresenta uma cor prata brilhante. Na região do visor onde existir
líquido não ocorrerá reflexão total pois o ângulo crítico não é ultrapassado (para a superfície vidro-
água é de 62º). Dessa forma, o visor apresentará uma cor escura.
Os visores de nível plano reflex não devem ser utilizados nas seguintes aplicações:
• fluidos corrosivos ao vidro;
• fluidos viscosos;
• fluminação insuficiente no local de instalação;
• detecção da interface de dois líquidos não miscíveis.
108
Figura 4.6 – Medição de nível por bóia ou flutuador
O medidor blindado é constituído por um imã preso a uma bóia no interior de um tubo
metálico não magnético, conectado a um reservatório, que aciona um dispositivo indicador. Este
dispositivo pode ser uma palheta de duas cores, cuja extremidade possui um metal magnetizável que
gira acompanhando a bóia.
É utilizado em reservatórios com alta pressão e alta temperatura, com fluídos perigosos ou
tóxicos e quando não é tolerável um derramamento do produto em caso de rompimento de vidro.
109
4.2.4. Medição de nível descontínua
Figura 4.8 – Medidor de nível descontínuo com Figura 4.9 – Medidor descontínuo por condutividade
Interruptores acoplados em bóias elétrica
Na medição indireta são usadas propriedades físicas ao nível como pressão, empuxo e
radiação.
110
4.3.1. Medição de nível por pressão
P = h . dr ou P= h . γ
P
h=
dr
onde:
h = nível em mm ou em polegada
P = Pressão em mm H2O ou polegada H2O
dr = densidade relativa do líquido em relação a água na temperatura ambiente.
111
densidade do líquido = 0,75
Para calcularmos os valores máximos e mínimos de pressão determinada pela coluna líquida
correspondente à altura mínima e máxima do nível, procedemos da seguinte forma:
Valor mínimo: Valor máximo:
P = 0 . 0,75P = 500 . 0,75
P = 0 mmH2O P = 375mmH2O,
Na medição de nível por pressão em tanques abertos a pressão atmosférica age sobre a
superfície do líquido, provocando um erro na altura calculada. A pressão no fundo do reservatório
será P = h . dr
Ex,: um determinado reservatório contém um líquido de densidade igual a 0,85. Sabendo-se
que o nível mínimo é 0m e o nível máximo corresponde a 5m, qual será o valor da pressão que atua
no fundo do tanque e qual será a altura do nível do reservatório correspondente a uma pressão de
2125mmH2O?
Solução:
Cálculo da pressão até a tomada de impulso do instrumento:
P = h . dr
P = 5000mm . 0,85
P = 4250 mmH2O
112
Figura 4.11 – Exemplo de medição de nível em tanque aberto
113
Figura 4.12 – Medição de nível por borbulhador
“Todo corpo mergulhado em um fluido sofre a ação de uma força vertical, dirigida de baixo
para cima, igual ao peso do volume do fluido deslocado.” (Princípio de Arquimedes). A essa força
exercida pelo peso do volume deslocado pelo corpo nele submerso ou flutuante chamamos de
empuxo, representado pela equação:
E=V.γ
onde:
E = empuxo
V = volume do deslocador submerso
114
Figura 4.13 – Princípio de funcionamento do medidor de nível tipo displacer
Podemos definir interface como sendo o ponto comum entre dois fluidos não miscíveis.
Na indústria, muitas vezes temos que medir o nível da interface em um tanque contendo 2
líquidos diferentes.
Este fato ocorre em torres de destilação, torres de lavagem ou decantadores.
Um dos métodos mais utilizados para a medição da interface é a variação do empuxo.
O empuxo aplicado no deslocador (displaycer) é igual a soma dos empuxos E1 e E2 aplicados
pelos líquidos de pesos específicos ©1 e ©2, respectivamente. O empuxo será dado por:
E1 = E1 + E2
onde:
E1 = V1 . γ1
E2 = V2 . γ2
Assim, para diferentes valores de altura de interface teremos diferentes variações de empuxo.
115
4.3.6. Medição de nível com raios gamas
116
4.3.7. Medição de nível capacitivo
A capacitância é uma grandeza elétrica que existe entre duas superfícies condutoras isoladas
entre si. O medidor de nível capacitivo mede as capacidades do capacitor formado pelo eletrodo
submergido no líquido em relação as paredes do tanque. A capacidade do conjunto depende do nível
do líquido.
O elemento sensor geralmente é uma haste ou cabo flexível de metal. Em líquidos não
condutores emprega-se um eletrodo normal; em fluidos condutores o eletrodo é isolado normalmente
com teflon, à medida que o nível do tanque for aumentando, o valor da capacitância varia,
progressivamente, a medida que o dielétrico ar é substituído pelo dielétrico líquido a medir. A
capacitância é convertida, por um circuito eletrônico, numa corrente elétrica, sendo este sinal indicado
em um medidor.
A medição de nível por capacitância também pode ser feita sem contato, através de sondas
de proximidade, que consistem de um disco compondo uma das placas do capacitor. A outra placa é
a própria superfície do produto.
117
4.3.8. Medidor de nível por ultra-som
4.3.8.1. Aplicação
Os dispositivos do tipo ultra-sônico podem ser usados para a detecção contínua de nível,
além de poderem atuar como sensores de nível descontínuo (chave de nível). Os dispositivos
destinados à detecção contínua de nível caracterizam-se, principalmente, pelo tipo de instalação, ou
seja, os transdutores podem encontrar-se totalmente submersos no produto ou instalados no topo do
equipamento, sem contato com o produto.
118
Figura 4.17 – Medidor de nível por ultra-som
É necessário medir o nível dos sólidos, geralmente em forma de pó ou grãos, pelos mesmos
motivos da medição de nível dos líquidos.
119
4.3.9.2. Medição tipo pás rotativas
A medição tipo pás rotativas só é utilizada em medição descontínua de nível.
Consiste, basicamente, em um eixo vertical dotado de palhetas que giram continuamente em
baixa rotação, acionado por um motor síncrono. Quando o material alcança as pás o movimento é
submetido à resistência, acionando dois microswitches. O primeiro atua como dispositivo de alarme e
o segundo desliga o motor síncrono.
Quando o nível diminui, deixando as pás livres de qualquer resistência, uma mola faz com
que o conjunto retorne à posição original.
120
5. Nomenclatura, Simbologia,
Identificação e Especificação
5.1.2. Indicador
5.1.3. Registrador
121
5.1.4. Transmissores
5.1.5. Conversores
5.1.6. Controladores
122
5.1.7. Elementos finais de controle
Os elementos finais de controle são instrumentos que atuam diretamente sobre a variável
manipulada alterando seu valor.
Exemplos:
a. Válvulas de Controle.
b. Reguladores de Velocidade.
123
5.1.9. Chaves
As chaves são instrumentos que detectam a variável do processo em um ponto pré ajustado e
mudam o estado de um interruptor, possibilitando a energização ou desenergização de um circuito
elétrico, eletrônico ou digital. Podem ser utilizadas como alarme, segurança e controle. Exemplos:
a. Chaves de Pressão (pressostatos).
b. Chaves de Nível.
As válvulas on-off servem para bloquear ou liberar a passagem de fluidos. Podem ser
utilizadas em controles e sistemas de segurança, onde o exemplo mais comum é a válvula solenóide.
As válvulas reguladoras de pressão são utilizadas para reduzir e manter uma determinada
pressão constante. Servem freqüentemente para alimentação de instrumentos pneumáticos.
124
5.1.14. Sistemas de alarme e segurança
5.2. Terminologia
125
5.2.3. Erro
O erro é a diferença entre o valor lido ou transmitido pelo instrumento em relação ao valor real
da variável medida. Se tivermos o processo em regime permanente chamaremos de erro estático que
poderá ser positivo ou negativo dependente da indicação do instrumento o qual poderá estar
indicando a mais ou menos. Quando tivermos a variável teremos um atraso na transferência de
energia do meio para o medidor. O valor medido estará, geralmente, atrasado em relação ao valor
real da variável. Esta diferença entre o valor real e o valor medido é chamado de erro dinâmico.
5.2.4. Exatidão
Podemos definir como exatidão o maior valor de erro estático que um instrumento possa ter
ao longo de sua faixa de trabalho. Ou ainda, podemos definir como o grau de concordância entre o
resultado de uma medição e um valor verdadeiro do mensurando. Pode ser expresso de diversas
maneiras:
a. Em porcentagem do alcance (span): instrumento com range de 50 a 150°C, está
indicando 80°C e sua exatidão é de ± 0,5% do span. Sendo ± 0,5% = ± 0,5/100 = ± 0,005 e
o span = 100°C, teremos: 0,005. 100 = ± 0,5ºC. Portanto, a temperatura estará entre
79,5°C e 80,5°C.
b. Em unidades da variável: um instrumento com range 0 a 200PSI e exatidão de ± 0,5PSI.
Se o instrumento estiver indicando 80PSI, o valor correto estará entre 79,5 à 80,5PSI.
c. Em porcentagem do valor medido: um instrumento com range de 50 a 150°C está
indicando 80°C e sua exatidão é de ± 0,5 % do valor medido. Sendo ± 0,5% = ± 0,005 e o
valor medido = 80°C, teremos 0,005. 80 = ± 0,4°C. Portanto, a temperatura estará entre
79,6°C e 80,4°C.
d. Com variação ao longo da escala: neste caso, o fabricante indica o valor da exatidão em
algumas faixas da escala do instrumento. Exemplo: Um manômetro pode ter uma exatidão
de ± 1% em todo o seu range e na faixa central possuir uma exatidão de ± 0,5% do span.
A zona morta é a máxima variação que a variável pode ter sem provocar variações na
indicação ou no sinal de saída de um instrumento ou em valores absolutos do range do mesmo.
126
Ex.: um instrumento com range de 0°C a 200°C possui uma zona morta de ± 0,1% do span. A
zona morta do instrumento pode ser calculada da seguinte forma:
Sendo ± 0,1% = ± 0,1/100 = ± 0,001, teremos: 0,001. 200 = ± 0,2°C
Portanto, se a variável de processo variar 0,2°C, o instrumento não apresentará resposta
alguma.
5.2.6. Histerese
5.2.7. Repetibilidade
127
Ex.: se um instrumento com range de 0 a 1000 l/min, com repetibilidade de ± 0,1% do span e
com exatidão de ± 1% do span, para uma vazão real na primeira passagem ascendente for 750l/min e
o instrumento indicar 742l/min, numa segunda passagem ascendente com vazão real de 750l/min o
instrumento indicará 742 ± 1l/min, conforme mostrado na figura a seguir:
5.2.8. Resolução
5.2.9. Ajuste
O ajuste é uma operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha
desempenho compatível com sua utilização.
5.2.10. Calibração
128
representados por uma medida materializada ou material de referência, e os valores correspondentes
das grandezas estabelecidos por padrões.
5.2.13. Padrão
As normas de instrumentação (Norma ISA S5.1 , 5.2 , 5.3 e 5.4 de 1992) estabelecem
símbolos, gráficos e codificações para identificação alfanumérica de instrumentos ou funções
programadas, que deverão ser utilizados nos diagramas e malhas de controle de projetos de
instrumentação.
129
5.3.1. Identificação de instrumentação
Onde:
P - Variável medida – Pressão.
R - Função passiva ou de informação – Registrador.
C - Função ativa ou de saída – Controlador.
001 - Área de atividade onde o instrumento atua.
02 - Número seqüencial da malha de controle.
A – Sufixo.
130
A identificação funcional é estabelecida de acordo com a função do instrumento e não de
acordo com sua construção. Um registrador de pressão diferencial, quando usado para registrar a
vazão, é identificado por FR. Se um indicador de pressão ou um pressostato for conectado a um
tanque onde se deseja indicar o nível e um alarme de nível por chave, estes são identificados com LI
e LS, respectivamente.
A primeira letra da identificação funcional é selecionada de acordo com a variável medida e
não com a variável manipulada. A variável manipulada é a variável controlada pela variável medida,
logo, uma válvula de controle que varia a vazão para controlar um nível, comandada por um
controlador de nível , é identificada como LV e não como FV.
As letras subseqüentes identificam as funções do instrumento, podendo ser:
• Funções passivas – elemento primário, orifício de restrição, poço;
• Funções de informação – indicador, registrador, visor;
• Funções ativas ou de saída – controlador, transmissor, chave e outros;
• Funções modificadoras – alarmes ou indicação de instrumento multifunção.
As letras subseqüentes usadas como modificadoras podem atuar ou complementar o
significado da letra precedente. A letra modificadora modifica a primeira letra ou uma das
subseqüentes. No caso de LILL, desejou-se explicar que o instrumento estava indicando um nível
muito baixo. Então, utilizou-se uma quarta letra, um “L" de low. Veja que se o instrumento indicasse
apenas um alarme de nível baixo, teríamos LIL. É possível incluir-se uma quarta letra na identificação
intencional do instrumento, sendo que esta opção deve ser apenas utilizada em casos de extrema
necessidade.
A seqüência de formação da identificação Intencional de um instrumento é dada pela posição
das letras. A primeira letra deve sempre indicar a variável medida. Veja a coluna "Variável medida ou
Inicial", na Tabela 1. Se a primeira letra possuir sua função modificada, veja a coluna "Modificadora".
As letras subseqüentes indicam as funções do instrumento na seguinte ordem:
a. Letras que designam funções passivas ou de informação. Vela a coluna "função de
informação ou passiva" na tabela.
b. Letras que designam funções ativas ou saídas. Veja a coluna "função final".
c. Letras que modificam a função do instrumento ou que funcionam como complemento de
explicação de função. Veja a coluna "Modificadora" dentro da coluna de letras
subseqüentes.
Se houver letras modificadoras, estas devem ser colocadas imediatamente após a letra que
modificam.
A identificação funcional deve ser composta de, no máximo, três (3) letras. Uma Quarta letra
somente será permitida no caso da extrema necessidade de se explicar completamente qual é a
função do instrumento:
a. para instrumentos mais complexos, as letras podem ser divididas em subgrupos.
131
b. no caso de um instrumento com indicação e registro da mesma variável a letra I , pode ser
omitida.
Um instrumento complexo, com diversas medições ou funções, pode ser designado por mais
de uma identificação funcional. Assim um transmissor registrador de razão de vazões, com uma
chave atuada pela razão, em fluxogramas, pode ser identificado por dois círculos tangenciais (vide
símbolos gerais de instrumentação), contendo as identificações FFRT/FFS. Em outros documentos,
onde são usados símbolos gráficos, o instrumento pode ser identificado por FFRT / FFS. Todas as
letras da identificação funcional devem ser maiúsculas.
A tabela a seguir é a transcrição original da Norma ISA- 55.1.
132
Notas da tabela
(1) O uso da letra “U” para variáveis ou instrumentos que executam multifunção, em lugar de
uma combinação de letras, é opcional.
(2) A letra não classificada “X” é própria para indicar variáveis que serão usadas somente
uma vez. Se usada como primeira letra, poderá ter qualquer significado e qualquer
significado como letra subseqüente. Por exemplo: um XR pode ser um registrador de
amplitude; ou um TX pode ser um P/I ou um I/P, montado no corpo de uma válvula de
controle de temperatura, ou pode estar montado no campo. Outro exemplo, um XR pode
ser um registrador de tensão mecânica, etc.
(3) Qualquer primeira letra se usada em combinação com as letras modificadoras “D”
(diferencial), “F” (vazão) ou “Q” (Totalização ou integração), ou qualquer combinação
delas, representará uma nova variável medida e a combinação será tratada como primeira
letra.
(4) A primeira letra “A” para análise, cobre todas as análises não listadas na Tabela. Cada
tipo de análise deverá ser definido fora do seu círculo de identificação no fluxograma.
Símbolos tradicionalmente conhecidos como pH, 02 e CO, têm sido usados
opcionalmente em lugar da primeira letra “A”. Como exemplo podemos citar um AT, ou
seja um analisador de concentração de ácido, pode ser simbolizado como mostramos na
figura a seguir:
(5) O uso dos termos modificadores alto, baixo, médio (intermediário) e varredura é preferido,
porém opcional. Muito utilizado para explicar se uma variável apresenta uma determinada
133
condição de alarme, como por exemplo um TAL, um instrumento que indica um alarme
baixo de temperatura. Note que a letra “A” funciona como letra de função passiva, pois na
realidade o instrumento pode ser um simples indicador de temperatura, onde não é
importante dizer que este também indica, caso contrário sua representação seria TIAL=
indicador de temperatura com alarme de temperatura baixa.
(6) O termo segurança se aplicará somente para elementos primários de proteção de
emergência. Então, uma válvula auto-operada que previne a operação de um sistema
acima da pressão desejada aliviando a pressão do sistema, será uma PCV, mesmo que a
válvula não opere continuamente, ou seja, uma válvula proporcional. Entretanto esta
válvula receberá a representação de PSV se for usada para proteger o sistema contra
condições de emergência, isto é, condições que colocam em risco o pessoal e o
equipamento, ou ambos, e que não são esperados acontecer normalmente. A designação
“PSV” se aplica para todas as condições de emergência em termos de pressão ou
temperatura "TSV", não importando a construção e o modo de operação da válvula de
alívio ou válvula de segurança ou outra. É comum encontrarmos a designação "PV, TV ou
LV", para válvulas proporcionais ou outro tipo e que estão efetuando controle da variável
manipulada. Indicamos “PCV, TCV ou LCV”, quando as válvulas são auto-controladas,
auto-operadas ou auto-pilotadas.
(7) A função passiva visor, aplica-se a instrumentos que indicam diretamente o processo e
normalmente não possuem escala. Por exemplo os visores de vidro acoplados a tanques
para indicar a existência de fluido interno ou tubos de vidro, plásticos, ou outros materiais,
conectamos a um tanque para indicar o nível.
(8) A letra “O” é usada precedida da letra “F”, significando orifício de restrição, independente
da finalidade a que se destina, isto é, reduzir pressão ou limitar vazão. O orifício de
restrição não é usado para medição.
(9) Dependendo da aplicação, um dispositivo que conecta, desconecta ou transfere um ou
mais circuitos pode ser uma chave, um relê, um controlador de duas posições.
(10)As funções associadas com o uso da letra subseqüente “Y”, devem ser definidas fora do
círculo de identificação. Este procedimento não é necessário quando a função for
evidente, tal como uma válvula solenóide em uma linha de sinal. A letra “Y” descrita na
tabela, coluna "letras subseqüentes função final" refere-se a relês ou funções de
computação, ou seja, funções lógicas E, OU, funções diversas tais como Multiplicação,
Divisão, Soma, Subtração, Extração de raiz Quadrada e etc." ou ainda funções
matemáticas especiais. É importante notar que estas funções devem ser representadas
fora do circulo de identificação do instrumento.
(11)O uso dos termos modificadores alto, baixo e médio corresponde a valores das variáveis
medidas e não dos sinais. Como abordado anteriormente, são muito freqüentes para
134
indicar o parâmetro de alarmes de uma variável. Por exemplo, um alarme de nível alto
atuado pelo sinal de um transmissor de nível será um LAH.
(12)Os termos alto e baixo aplicados a posições de válvulas, são definidos como:
• alto – denota que a válvula está ou aproxima-se da posição totalmente aberta.
• baixo – denota que a válvula está , ou aproxima-se da posição totalmente fechada.
Esta notação não é comumente utilizada para válvulas de controle proporcionais, porém no
caso de válvulas On/Off que possuam sensores de proximidade e deseja-se indicar que
esta atingirá a posição "Aberta" ou "Fechada“ pode ser possível.
Controladores:
PIC = Indicador controlador de pressão. Neste caso a função final é o controle de uma malha
portanto a letra "C" da coluna “função final" e a letra "I” é somente uma função passiva mencionando
que o instrumento também está indicando de alguma forma a variável "P" pressão.
FIC = Controlador Indicador de Vazão
JRC = Controlador Registrador de Potência
SC = Controlador de Velocidade
BC = Controlador de Queima ou Combustão (queimadores de caldeiras, fomos ou outros)
135
Alarmes:
LAH = Alarme de Nível Alto. Neste exemplo a letra "A" define a função de informação
indicando que o instrumento está sendo utilizado para um alarme. A letra modificadora "H“
complementa esta informação indicando o parâmetro do alarme, no caso nível alto.
TAH = Alarme de Temperatura Alta
SAL = Alarme de Velocidade Baixa
WAL = Alarme de Peso Baixo
Válvulas:
HV = Válvula de controle manual. A letra “V“ indica a função final e a letra “H“ indica a variável
inicial. Note que neste caso esta válvula não é proporcional.
LCV = Válvula de controle de nível auto – operada. Neste exemplo a letra "C" pode estar
indicando que a válvula é auto - operada.
LV = Válvula de nível: Geralmente esta notação determina que se trata de uma válvula de
controle proporcional.
Observação
A primeira letra sempre indica a variável medida e não a variável que está sendo manipulada
136
5.4. Simbologia de Instrumentação
Tabela 5.2 – Símbolo norma Isa s-5.1
137
Tabela 5.4 – Identificação dos conversores de sinais
138
6. CALIBRAÇÃO
Um padrão primário é uma unidade de valor absoluto, extremamente precisa, garantida pelo
National Bureau of Standards (NBS) ou no Brasil pelo INPM (Instituto Nacional de Pesos e Medidas) e
pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) de estar dentro das tolerâncias permitidas
para unidades absolutas de medida com relação ao padrão guardado na sede do instituto de
normalização. Na prática, esses padrões raramente são utilizados para calibração, sendo usados
padrões mais práticos, secundários. Normalmente, os fabricantes de instrumentos e alguns dos
maiores dos usuários são os únicos grupos que mantêm padrões primários. Estes padrões são caros,
tanto para aquisição como para manutenção.Tais padrões são garantidos pelo instituto de
normalização e são utilizados para calibrar instrumentos vendidos como padrões secundários para
calibração de instrumentos industriais.
6.1.1.1. Massa
A massa é um cilindro de liga (90% de platina e 10% de irídio), de altura e diâmetros iguais,
mantido no Instituto Internacional de Pesos e Medidas de Sèvres, na França. A massa é definida
como um quilograma (kg). Duplicatas desse padrão são mantidas por outros países. Na Grã-
Bretanha, o padrão de massa em duplicata é mantido pelo National Physical Laboratory.
6.1.1.2. Comprimento
É o metro (m) e é definido como igual 1650763,73 comprimentos de onda, no vácuo, de uma
radiação particular emitida pelo átomo de criptônio 86.
139
6.1.1.3. Corrente
É o ampére, e é definido como a corrente constante que, se mantida em dois condutores
retos, paralelos, de comprimento infinito, de seção transversal circular desprezível, e separados de
um metro no vácuo, produziria entre esses condutores uma força igual a 2x 10-7newtons por metro de
comprimento (N/m).
6.1.1.4. Temperatura
É o Kelvin (K) e é definido como a temperatura (273,16 K) na qual a água líquida, o vapor
d’água e o gelo estão em equilíbrio (chamado ponto triplo).
São feitos a partir dos padrões primários. Assim, para a calibração de comprimento de um
sistema de medição em oficina ou laboratório, é mais provável que seja utilizado um padrão
secundário de comprimento que um primário. O padrão primário não é muito conveniente como
padrão de trabalho. Uma régua de aço feita precisamente pode ser um adequado padrão de
comprimento secundário em certos casos.
No caso de temperatura, um padrão secundário pode ser um termômetro de mercúrio que
tenha sido cuidadosamente calibrado pelo instituto nacional competente. Um termômetro é calibrado
contra seu padrão e emitido um certificado de calibração.
Para medições de tempo, um padrão secundário são os sinais de tempo difundidos pelas
emissoras de rádio. Um outro padrão secundário possível é a freqüência da corrente alternada para
força e luz, 60hz. Um padrão de laboratório adequado pode ser um relógio de cristal de quartzo.
Empresas bem equipadas de calibração de instrumentos industriais devem manter padrões e
equipamento de geração de padrões de temperatura, pressão, vazão, peso, tempo, tensão, corrente,
potência, resistência, capacitância, velocidade, freqüência e radiatividade, de acordo com as
exigências da indústria. O padrão deve ter, pelo menos, um fator de precisão dez vezes maior que o
instrumento a ser calibrado e que o padrão de referência deve ser somente tão confiável e preciso
quanto a aplicação o requer. É aconselhável fazer leituras tanto acima como abaixo da escala. Em
140
medidores operados mecanicamente, este procedimento normalmente revela perdas devidas a atrito,
histerese, molas e fenômenos similares. Durante a calibração nunca se deve limpar o vidro ou o
plástico que cobrem o medidor. Quando limpar a superfície do medidor durante o movimento do
mesmo, use uma técnica antiestática e certifique-se de que não foi deixada nenhuma carga sobre a
superfície limpa. Cargas estáticas afetam tanto leituras normais quanto leituras de calibração.
Na tabela a seguir temos alguns exemplos de padrão de calibração e suas aplicações:
Padrão de Faixa de
Aplicação Meio gerador
calibração aplicação
Termômetro de -80 a 995°F Termômetro de vidro com mercúrio, Banhos de água, de sal, leitos de
precisão termômetros de bulbo a gás, vapor, areia, metais com pontos de
termômetros bimetais, detectores ebulição e com ponto de
térmicos a resistência, termopares. congelamento.
Termopar de metal -298 a 2000°F Termopares, termômetros, detectores Oxigênio líquido (PE), nitrogênio
nobre (-183 a 1093°C) térmicos a resistência. líquido, gelo seco, hélio líquido,
ouro (PC), paládio (PC), platina
(PC).
Coluna líquida 2,5 a 2500mmHg Manômetros (tubo em U e em L), Bombas (pressão e vácuo),
manômetros de diafragma, de fole, cilindros de gás, aspiradores.
transdores de pressão.
Medidor de vazão Cm3/min a l/min Medidores de vazão de líquido, gás, Bombas, cilindros, cabeçotes
de precisão (pequenas fluxo de vapor. controlados.
vazões)
Cronômetro Intervalos de Respostas em tempo de instrumentos, Registradores, timers, operações
tempo maiores velocidade de impressão, ciclos de de processo, seqüenciadores.
que 0,01s impressão, tempo morto.
141
7. Testes Hidrostáticos e Pneumáticos
Objetivo
O objetivo deste procedimento é fixar as condições exigíveis para a execução de teste de
pressão (hidrostático e pneumático) em equipamentos:
• novos, para verificar as condições de fornecimento;
• usados, para verificar a manutenção das condições de operacionalidade com segurança.
Finalidade
A principal finalidade de aplicação dos testes hidrostáticos e pneumáticos é verificar o
atendimento às normas construtivas de um determinado equipamento se:
• o equipamento resiste à pressão que foi considerada na construção do mesmo;
• mantém a característica construtiva ao longo do uso;
• verificar a estanqueidade em:
• uniões rosqueadas e aparafusadas;
• juntas mecânicas tipo flanges;
• vedações mecânicas tipo: metal x metal, metal x material resiliente, gaxetas;
• defeitos oriundos da fabricação, tais como poros passantes, trincas, usinagens
inapropriadas.
Aplicação
Este procedimento é aplicável em equipamentos de instrumentação, tais como:
• tubulação (linhas de sinal, alimentação hidráulica e pneumática);
• válvulas (corpo, sede, vedação, acumuladores hidráulicos e pneumáticos);
• potes de selagem;
• instrumentos (pressão estática em sensores).
142
7.2. Documentos de referência
Uma inspeção visual é necessária antes de executarmos o teste propriamente dito, até para
uma possível antecipação de um problema construtivo ou de uso contínuo (equipamentos usados).
Checar certificados de material de parafusos, estojos e juntas. Se houver algum rompimento, as
conseqüências são imprevisíveis e até fatais.
Os testes requerem alguns cuidados de ordem geral e cuidados específicos. Como se trata de
um teste que está submetendo um material ao limite de projeto, isto é, acima da máxima pressão de
operação normal, o cuidado com a segurança é fundamental. Isso se aplica aos novos equipamentos,
143
pois o projeto pode ter levado a um parâmetro errado, a uma construção equivocada ou aos usados,
que podem ter perdido a condição normal ao longo do tempo.
Toda a área em volta do sistema a ser testado deve ser interditada e o teste deve ser
acompanhado de longe, sem que ninguém se aproxime durante os períodos de elevação de pressão.
No teste de pressão com gás, por se tratar de um material que se expande muito e rapidamente, o
cuidado com a segurança é muito maior. Há fabricantes que montam câmeras eletrônicas que
transmitem a distância e a visualização fora da linha de possível abertura. Um exemplo é a válvula de
segurança (que deve ser testada com gás) e que é acompanhada por câmera no bocal de saída e a
tela está num local seguro ao lado ou remoto (pode até servir de registro).
Os materiais são comuns para ambos os testes na maioria dos casos. O sistema de teste,
seja ele hidráulico ou pneumático, deve ser totalmente isolado do equipamento em teste, após ter
alcançado a pressão e ser estável, isto é, não permitir vazamentos pelas conexões e válvulas de
bloqueio que mascaram o teste. A menor pressão de teste é 100 kPa ou 1 Bar
Deve haver no sistema dois manômetros calibrados, validados e dentro do prazo de validade
para o teste. Estes manômetros deverão operar na faixa de medição. A resolução deve ser
compatível com os valores. Outra característica, também muito importante, é a incerteza dos
manômetros que deve ser verificada.
Deve haver um instrumento para cronometrar o tempo de execução. Lembrando que o tempo
de execução é também normalizado e é o tempo mínimo que o sistema deve ficar na pressão de
teste. Este tempo pode ser acrescido em função de quaisquer fatores, que não estejam previstos e
ocorreram durante o teste.
Ex.: suspeita de vazamento, desacoplamento de alguma mangueira, fechamento de um
bloqueio.
Deve haver um medidor de vazão calibrado, validado, dentro da faixa de medição e dentro do
prazo de validade para o caso de teste de vedação em sedes de válvulas, pois as normas
construtivas prevêem que existirão pequenos vazamentos.
144
7.2.3.2. Resolução
Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode ser significativamente
percebida. Pode ser a menor divisão em alguns casos. Se a pressão a ser aplicada é 37,5 Bar não
podemos usar um manômetro cuja resolução seja 1Bar.
Consiste em empregarmos um líquido, que pode ser a água ou outro líquido, a uma
determinada pressão denominada “pressão de teste hidrostático” por um determinado tempo e ser
verificado visualmente se o equipamento não apresenta nenhum tipo de vazamento pelo corpo,
vedação ou gaxeta. Pode ser registrada a pressão de teste por registradores adequados.
Utiliza-se água limpa contendo óleo solúvel ou antioxidante a base de etileno glicol (fluido
sintético), à temperatura de no máximo 52°C. A norma API-Std-598, que referencia este produto, é
aplicada para teste de válvula e é recomendada para outras aplicações em que pode haver oxidação
de algum interno.
Para a correta execução deste teste é fundamental que todo o espaço de teste seja
preenchido com líquido. É necessário, portanto, que haja um dispositivo denominado vent montado na
parte superior do espaço de teste para eliminar todo e qualquer gás. Se não for assim feito, uma parte
importante do teste será descartada, não apresentando resultado satisfatório. A explicação para isso
vem da física. Em só havendo líquido, sabendo que líquido é praticamente incompressível
(capacidade de redução de volume sem reduzir a massa), quando há a pressurização ela atinge
rapidamente a pressão de teste. Se houver algum vazamento, ela também cairá rapidamente e ficará
fácil verificar, tanto no local do vazamento quanto no dispositivo de leitura montado (manômetro).
No caso de haver um bolsão de gás a subida é mais lenta e a descida também. O gás tem
uma alta compressibilidade. Se houver um pequeno vazamento, mesmo na parte que contenha só
145
líquido, ele só será visível no ponto do vazamento, pois o bolsão irá compensar fornecendo o volume
que o vazamento tende a reduzir. O manômetro não perceberá a redução de pressão com a mesma
rapidez, pois ela não irá reduzir rapidamente.
As partes a serem pressurizadas devem estar secas, não sendo permitido vazamento por
conexões que possam mascarar o teste. O valor da pressão de teste hidrostático é, na grande maioria
dos casos, 1,5 x pressão de projeto. O valor para equipamentos, tais como válvulas, é normalizado e
deve ser consultada a norma construtiva e de teste para cada tipo de válvula.
O teste pneumático consiste em colocarmos um gás, que pode ser ar ou outro gás
(geralmente inerte), a uma determinada pressão, denominada pressão de teste pneumático, por um
determinado tempo e, através de um líquido com tensoativos (detergente), a ser colocado nas partes
a serem inspecionadas.
Para a correta execução deste teste é fundamental que todo espaço de teste seja preenchido
com gás, isto é, não haja líquidos. Se assim não for feito, também uma parte importante do teste será
descartada, não apresentando resultado satisfatório. A explicação para isso também vem da física. Se
só houver gás, sabendo que o líquido tem mais dificuldade que o gás para escoamento em pequenos
orifícios, se houver um pequeno orifício até que ele esgote todo o líquido, não será percebido o
defeito. O manômetro não perceberá a redução de pressão com a mesma rapidez, pois ela não irá
reduzir rapidamente devido ao fluxo pequeno propiciado pelo líquido.
As partes a serem inspecionadas devem estar molhadas com água e detergente. O valor da
pressão de teste pneumático é, na grande maioria dos casos, 1,1x pressão de projeto. O valor para
equipamentos, tais como válvulas, é normalizado e deve ser consultada a norma construtiva e de
teste para cada tipo de válvula. Testar preliminarmente com uma pressão máxima de 1,8 kPa (1,8
Bar).
A aplicação de pressão deve ser gradual para permitir que o sistema se acomode e absorva
as tensões gradualmente, e que possibilite recuar rapidamente se houverem problemas.
Aplica-se pressão até 50% da pressão prevista, fazando-se então uma verificação. Em
seguida, se não houver vazamentos visíveis, continua-se a pressurização em taxa não superior a 10%
da pressão total por minuto. Atingindo 70% da pressão de teste, faz-se nova verificação. Não sendo
observado vazamento, prossegue-se até os 100%. Conta-se o tempo previsto para o teste, reduz-se
146
para 90% da pressão prevista e faz uma verificação se não houve vazamento ou queda de pressão
no sistema.
Uma boa prática adotada, quando a bomba que irá pressurizar o sistema é alternativa ou de
pistão, é o de restringir as válvulas de bloqueio dos manômetros até que a oscilação na indicação do
manômetro seja reduzida a ponto de poder ser observado sem grandes oscilações. Cuidado para não
vedar completamente e perder a referência.
7.4.1. Registros
147
• pressão de teste lida em ambos os instrumentos no início do teste;
• pressão de teste lida em ambos os instrumentos no fim do teste;
• tempo de duração do teste;
• inspetor que acompanhou o teste;
• local e data da realização do teste.
148
8. TRANSMISSORES
8.1. Transmissores
Medem o valor de uma variável no processo através de um elemento primário (que pode estar
incorporado ou não) e produzem sinal de saída (pneumático, eletrônico ou digital) proporcional.
Exemplos:
a. Transmissor Pneumático de Nível.
b. Transmissor Eletrônico de Temperatura.
149
8.2.1.1. Características e tipos de sinais
Em geral, os transmissores pneumáticos geram um sinal pneumático variável e linear de 3 a
15PSI (libras força por polegada ao quadrado) para uma faixa de medidas de 0 a 100% da variável.
Essa faixa de transmissão foi adotada pela SAMA (Scientific Apparatur Makers Association), pela
Associação de Fabricantes de Instrumentos e pela maioria dos fabricantes de transmissores e
controladores dos Estados Unidos. Podemos, entretanto, encontrar transmissores com outras faixas
de sinais de transmissão. Por exemplo: de 20 a 100Kpa.
Nos países que utilizam o sistema métrico decimal, utilizam-se as faixas de 0,2 a 1Kgf/cm2,
que equivalem, aproximadamente, a um valor de 3 a 15PSI. O alcance do sinal no sistema métrico é
aproximadamente 5% menor que o sinal de 3 a 15PSI, sendo este um dos motivos pelos quais
adotamos que devemos calibrar os instrumentos de uma malha (transmissor, controlador, elemento
final de controle, etc.), todos utilizando uma mesma norma. Note, também, que o valor mínimo do
sinal pneumático também não é zero e sim 3PSI ou 0,2Kgf/cm2 ; desse modo, conseguimos calibrar
corretamente o instrumento, comprovando sua correta calibração e detectando vazamentos de ar nas
linhas de transmissão.
Também podemos ver que se tivéssemos um transmissor pneumático de temperatura de
range de 0 a 200oC e o mesmo estivesse com o bulbo a 0oC e com um sinal de saída de 1PSI, o
mesmo estaria descalibrado.
Se o valor mínimo de saída fosse 0PSI não seria possível fazermos esta comparação
rapidamente e, para que pudéssemos detectá-lo, teríamos de esperar um aumento de temperatura
para que houvesse um sinal de saída, o qual seria incorreto.
150
Os sinais de 4 a 20mA e de 1 a 5V têm a mesma proporção que um sinal pneumático de 3 a
15PSI. O “zero vivo” utilizado quando adotamos o valor mínimo de 4mA, oferece a vantagem também
de podermos detectar uma avaria (rompimento dos fios), o que provoca a queda do sinal quando o
mesmo estiver em seu valor mínimo.
A transmissão do sinal da variável é feita através de dois fios. O sinal padrão de 4 a 20mA é
limitado pela sua capacidade de comunicação com instrumentos inteligentes porque só transmite o
sinal de uma variável em uma direção, visto que os instrumentos inteligentes necessitam de um
barramento de comunicação bidirecional (em duas direções).
151
8.2.2.4. Fieldbus
Fieldbus é um sistema de comunicação digital bidirecional usado para interligar instrumentos
inteligentes instalados no campo com os sistemas de controle geralmente localizados na sala de
controle.
Os instrumentos inteligentes podem fornecer informações de diagnóstico e controle,
reduzindo a quantidade de instrumentos de uma malha de controle. Este padrão permite a
comunicação de múltiplas variáveis entre vários instrumentos, proporcionando uma melhora no
desempenho dos processos de produção e automação. Os instrumentos possuem funções avançadas
disponíveis para a melhoria do controle, as quais permitem a calibração remota (a distância),
possibilitando um diagnóstico automático e facilitando a manutenção.
O fieldbus reduz os custos de manutenção, instalação e partida. Os custos da fiação são
reduzidos em até 66% ou mais, pois o ele permite a instalação de mais de um instrumento no mesmo
par de fios. Além disso, podem ser conectados novos instrumentos sem a necessidade de instalação
de uma nova fiação.
Outra característica importante deste padrão de transmissão é a imunidade a ruídos pois
todos os dados são transmitidos digitalmente, aumentando a precisão dos mesmos. Os sinais podem
ser transportados através de três meios físicos:
• Par de fios
• Fibra ótica
• Rádio
152
8.2.3. Exemplos de aplicação da telemetria
Figura 8.3 – Aplicação da telemetria na medição de variáveis de processo Comunicação Digital Bidirecional
Note que todas as informações estão concentradas no painel, que só recebe sinais
pneumáticos ou elétricos enviados pelos transmissores. Uma das vantagens da padronização dos
sinais é que podemos utilizar instrumentos indicadores iguais. Apesar de terem funções diferentes,
recebem um sinal de entrada com o mesmo range do sinal de transmissão. A padronização do sinal
de transmissão também evita que o produto manipulado no processo chegue até o painel, em caso da
medição direta da variável.
153
Figura 8.4 – Variação de níveis
Cada valor da variável medida (%) corresponde a um valor de sinal de transmissão (St), na
mesma proporção:
%−0 St − 3 % St − 3 St − 3 ⎛ % ⎞
= ⇒ = ⇒%= .100 ou St = ⎜ .12 ⎟ + 3
100 − 0 15 − 3 100 12 12 ⎝ 100 ⎠
Ex: Supondo que o nível no tanque seja de 75%, o LT enviará para o LI um sinal em PSI
proporcional ao nível.
⎛ % ⎞
St = ⎜ .12 ⎟ + 3
⎝ 100 ⎠
⎛ 75% ⎞
St = ⎜ .12 ⎟ + 3
⎝ 100 ⎠
St = (0,75.12) + 3
St = 9 + 3
St = 12PSI
154
9. Sistemas de Automação e Controle
9.1.1. Características
155
9.1.2. Evolução
Inicialmente projetados para substituírem os sistemas de controle por relés, os CPs limitavam-
se a aplicações envolvendo máquinas e processos de operações repetitivas.
Com o advento e a conseqüente evolução tecnológica dos microprocessadores, os CPs
tiveram suas funções ampliadas, aumentando consideravelmente sua capacidade e flexibilidade
operacionais.
Comentário
Atualmente os CPs apresentam as seguintes características técnicas:
• Hardware;
• Software.
Hardware
• Maior velocidade de varredura, devido à utilização de tecnologia bit-slice e
microprocessadores de 16 a 32 bits.
• Módulos de entrada e saída de alta densidade, possibilitando baixo custo e espaços
reduzidos.
• Módulos inteligentes, microprocessados, que permitem controles descentralizados (módulo
PID, comunicação ASC II, posicionadores e emissores de relatório).
• Interligação com módulos periféricos que permitem ao operador interfacear, armazenar e
documentar as informações do processo.
Software
• Utilização de linguagem de programação de alto nível, permitindo grandes flexibilidade de
programação quando da utilização de periféricos.
• Representação do programa em diagrama de contatos, diagrama de blocos funcionais e
lista de instrução.
• Diagnósticos e detenção de falhas na monitoração de máquinas e processos.
• Introdução da matemática de ponto flutuante, tornando possível o desenvolvimento de
cálculos complexos.
9.1.3. Uso
156
• Aeronáutica
• Refinarias
• Mineração (ouro, carvão, minério de ferro)
• Madeireiras
• Indústrias de embalagens
• Fábrica de vidro
• Fábrica de borracha
• Indústrias de produtos alimentícios
• Programa espacial
• Usinas hidroelétricas
• Fábricas de automóveis
• Indústrias de plásticos
• Parque de diversões
• Transportadoras
9.1.4.1. Estrutura
O diagrama de blocos a seguir ilustra a estrutura básica de um controlador programável.
157
Figura 9.1 – Diagrama de blocos de um computador programável
158
Figura 9.2 – Estrutura de operação de um controlador programável
159
Tabela 9.1 – Detalhamento da estrutura de operação de um controlador programável
Parte Função
Comentário
Quando se tratar de controladores programáveis (CPs), o termo processador será utilizado
para identificar o hardware do qual a UCP faz parte.
Quando se tratar de computadores, o termo UCP será utilizado para identificar o hardware do
processador central.
9.2. Processador
9.2.1. Função
O processador tem a função de coletar os dados enviados pelos módulos de entrada assim
como selecionar os dados previamente armazenados, efetuando o processamento dos mesmos de
acordo com o programa do usuário.
O resultado lógico destas operações (RLO) será posteriormente enviado para os módulos de
saída.
160
9.2.2. Estrutura
Comentário
Com exceção dos dispositivos periféricos, os sistemas representados acima parecem idênticos.
A diferença entre um CP e um computador está na forma como o microprocessador (UCP) foi
configurado e programado.
161
9.2.3. Exemplo
9.3.1. Descrição
A UCP normalmente é composta por um microcomputador de uso comercial das famílias Z80,
8080, 8085, 6800 ou 9900. Alguns fabricantes de CPs utilizam microprocessadores “dedicados”, isto
é, projetados para aplicações específicas (8031).
9.3.2. Estrutura
162
Tabela 9.2 – Detalhamento das partes do microprocessador
Parte Função
Comentário
Além de efetuar operações de soma, a unidade lógica aritmética ULA tem por função tomar
decisões e manipular dados. Utilizando-se de informações guardadas na área de
armazenamento interna do microprocessador, bem como das áreas de memórias externas à
ULA é capaz de executar operações lógicas e matemáticas.
Resumindo, podemos concluir que a ULA é quem determina ao microcomputador o que fazer e
como fazer.
9.4.1. Descrição
Comentário
A capacidade de memória de um CP é definida em função do número de palavras de memória
previstas para o sistema.
163
9.4.2. Estrutura
164
9.5. Arquitetura da memória de um CP
9.5.1. Descrição
9.5.2. Estrutura
165
Figura 9.7 – Divisões do mapa de memória de um computador programável
9.6.1. Descrição
É formada por memórias do tipo ROM ou PROM, pois o conteúdo das mesmas (sistema
operacional) foi desenvolvido pelo fabricante do CP e, portanto, não deverá ser alterado pelo usuário.
166
9.6.2. Função
9.7.1. Descrição
Esta área de memória é formada por memórias do tipo RAM, pois terá o seu conteúdo
constantemente alterado pelo sistema operacional.
9.7.2. Função
Comentário
Não pode ser alterada pelo usuário.
9.8.1. Descrição
As memórias de status dos módulos E/S são do tipo RAM. A UCP, após ter efetuado a leitura
dos estados de todas as entradas, armazenará essas informações na área denominada status das
entradas (ou imagem das entradas). Após o processamento dessas informações, os resultados
lógicos (RLO) serão armazenados na área denominada status das saídas (ou imagem das saídas)
antes de serem enviados para as respectivas saídas.
167
9.8.2. Função
Armazenar o estado dos sinais de todas as entradas e saídas de cada módulo E/S.
9.8.3. Processo
À medida que o programa vai sendo executado, a UCP vai armazenando os resultados na
área denominada status das saídas (tabela imagem das saídas), até o término da seqüência de
operações contidas no programa. Logo após, essas informações serão transferidas para as
respectivas saídas.
Comentário
Podem ser monitoradas pelo usuário sendo que uma possível alteração só será permitida se
contida no programa do usuário.
9.9.1. Descrição
9.9.2. Função
9.9.3. Classificação
168
• memória para dados fixos
• memória para dados variáveis
A primeira é programada pelo usuário através dos terminais de programação. A segunda é
utilizada pelo processador para armazenar os dados acima citados.
9.10.1. Descrição
A UCP efetuará a leitura das instruções contidas nesta área a fim de executar o programa do
usuário, de acordo com os procedimentos predeterminados pelo sistema operacional, que se encontra
gravado na memória executiva.
9.10.2. Função
9.10.3. Classificação
169
Tabela 9.4 – Detalhamento dos tipos de memória de um controlador programável
Comentário
Caso haja necessidade de se alterarem dados ou cálculos durante a
execução do programa do usuário, haverá necessidade de um
pequeno grupo de memórias RAM para armazenar dados variáveis.
Qualquer alteração futura implicará na reprogramação das EPROMs.
Comentário
• Caso haja necessidade de se alterarem dados ou cálculos durante a execução do programa
do usuário, haverá necessidade de um pequeno grupo de memórias RAM para armazenar
dados variáveis.
• Qualquer alteração futura implicará na reprogramação das EPROMs.
Esta configuração de memória do usuário permite que, uma vez definido o programa, este
seja copiado automaticamente em EAROM, bastando que se introduza uma única instrução no CP.
Uma vez efetuada a cópia, o CP poderá operar tanto em RAM como em EAROM. Caso haja
necessidade de alguma modificação, esta será feita eletricamente.
Comentário
Caso haja falta de energia elétrica, as informações armazenadas em memória RAM serão
preservadas devido à existência de baterias de lítio.
Comentário
A UCP comunica-se com o sistema de memória, através de dois canais (vias de comunicação):
• Bus de endereço; permite que a UCP se comunique diretamente com qualquer endereço
de memória.
• Bus de dados: uma vez selecionado o endereço através do bus de endereço, a UCP
poderá efetuar operações de carregamento ou retirada de dados.
170
9.10.4. Exemplo
Para um microprocessador de oito bits, o bus de endereço terá 16 linhas e o bus de dados
oito linhas. Durante a leitura de uma instrução do usuário, a UCP efetua a leitura e decodificação de
duas posições consecutivas de memória, o que equivale a um dado de 16 bits.
9.11.1. Descrição
Os módulos de entrada ou de saída são constituídos de cartões eletrônicos, cada qual com
capacidade para receber um certo número de variáveis. Normalmente esses módulos se encontram
dispostos em gabinetes juntamente com a fonte de alimentação e a UCP.
9.11.2. Estrutura
A estrutura interna de um módulo de entrada pode ser subdividida em seis blocos principais:
• sensores de campo (entrada);
• terminais para conexão dos sensores de campo;
• condicionamento e conversão do sinal de entrada;
• indicadores de estado das entradas;
• isolação elétrica;
• interface/multiplexação.
171
Figura 9.8 – Estrutura interna dos módulos de entrada de um controlador programável
Tabela 9.5 – Detalhamento da estrutura interna dos módulos de entrada de um controlador programável
Parte Função
Sensores de campo Informar ao controlador programável as condições do
processo.
Terminais para conexão dos Permitir a interligação física entre os sensores de campo
sensores de campo e o controlador programável.
Condicionamento e conversão Converter os sinais de campo em níveis baixos de tensão,
do sinal de entrada compatíveis com o processador utilizado.
Indicadores de estado das Proporcionar indicação visual do estado funcional das
entradas entradas contidas num módulo de entrada.
Isolação elétrica Proporcionar isolação elétrica entre os sinais vindos do
campo e os sinais do processador.
Interface/multiplexação Informar ao processador o estado de cada variável de
entrada.
172
9.11.3. Classificação
Tipo Características
AC 12Vac; 24 a 48Vac; 220/240Vac;
Digital 120Vac com isolação.
12VDC; 12 a 24VDC com resposta rápida; 24 a 48VDC, 12 a 24VDC com suprimento;
12 a 24VDC com dreno; 48VDC com suprimento; 48VDC com dreno.
Analógico 1 a 5VDC; 0 a 10VDC; - 10 a +10VDC; 4 a 20mA.
Especial TTL com suprimento; TTL com dreno; 5 a 30VDC selecionável; 5VDC
contador/decodificador; 12 a 24VDC codificador/contador; termopar; código ASCII;
código Gray; pulsos de alta velocidade.
Os sinais recebidos por um módulo de entrada podem vir de dois tipos de sensores:
• Discretos: chave limite
• botoeira
• chave digitadora (thumbwheel)
• chave de pressão
• fotocélula
• contato de relé
• chave seletora
• teclado
• Analógico: transdutor de pressão
• transdutor de temperatura
• célula de carga (strain gage)
• sensores de vazão
• transdutores de vibração
• transdutores de corrente
• transdutores de vácuo
173
• transdutores de força
9.12.1. Estrutura
A estrutura interna de um módulo de saída pode ser subdividida em sete blocos principais,
relacionados a seguir.
174
Tabela 9.7 – Detalhamento da estrutura interna dos módulos de saída de um controlador programável
Parte Função
Interface/multiplexação Recebe os sinais vindos do processador,
direcionando-os para as respectivas saídas.
9.12.2. Classificação
175
Tabela 9.8 – Detalhamento dos módulos de saída de um controlador programável
Tipo Características
Especial TTL com suprimento; TTL com dreno; 5 a 30VDC selecionável; contato NA; contato NF;
saída em ASCII; servo-motor; motor de passo.
9.13.1. Definições
176
aplicativos e grande quantidade de dados. Este tipo de processamento distribuído é adequado para
aquisição de dados e controle de processos industriais.
O processamento de dados gerais e as funções de controle são analisadas, fracionadas, e
alocadas em diferentes processadores. Assim, cada processador tem que executar somente um
conjunto específico e bem determinado de funções. O programa de aplicação requerido para tais
funções estará na memória daquele processador ou sobre um dispositivo de armazenagem de massa
acoplado ao mesmo. Similarmente, os dados a serem usados por esses programas de aplicação
poderão ser tanto armazenados sobre um dispositivo de memória principal ou secundária acoplado ao
mesmo, ou adquirido diretamente do processo por meio de sensores adequados.
Temos, então, uma base geral de dados da planta distribuída localmente nos subsistemas
formados por cada controlador e seus dispositivos associados.
Em condições de operação, cada controlador é responsável pela aquisição de dados,
calibração e pela execução de qualquer pré-processamento necessário. Esses dados, são então,
usados em um ou mais algoritmos de controle que determinam a ação de controle requerida, a qual é
executada via atuadores interfaceados ao controlador. Cada um dos processadores será responsável
pela execução de qualquer cálculo de otimização necessário, para aquela seção do processo. Uma
interface para o operador, separada e com facilidades de aquisição e controle, pode ser prevista.
A coordenação do processo é obtida pela transferência, via linha de comunicação, de
pequenas quantidades de dados necessárias aos outros controladores. É difícil executar uma
otimização de processo geral se nenhum dos computadores tem informação completa sobre o estado
geral de todo o processo.
Dessa forma, caso se deseje realizar uma otimização geral da planta é recomendável a
existência de um computador central com acesso rápido à base de dados de toda a planta e com uma
capacidade computacional maior do que a dos processadores distribuídos. Este computador é
conhecido como hospedeiro e fica em um nível hierárquico superior aos processadores distribuídos
horizontalmente.
Temos, então, um sistema com arquitetura mista, isto é, processadores distribuídos horizontal
e verticalmente. A maioria dos SDCD associados a outras atividades tais como supervisão,
coordenação e controle de produção possuem arquitetura mista.
De uma forma geral, as funções exercidas por um SDCD podem ser estruturadas de maneira
hierárquica, sendo definidos diversos níveis de atividades.
Para melhor caracterizar um SDCD, agruparemos os elementos que o compõem em quatro
subsistemas, de acordo com suas características funcionais, e mostrar como o atendimento aos
níveis hierárquicos acima se coaduna com a caracterização proposta.
177
9.13.2. Estrutura e configuração
178
• Intertravamento.
• Soma, subtração, multiplicação e divisão.
• Raiz quadrada, compensadores de pressão e temperatura.
• Polinômios e logaritmos.
• Alarmes de nível, desvio, velocidade.
• Linearizações.
Dele também fazem parte os cartões de interface de entrada e saída com o processo, tais
como:
• Entradas e saídas analógicas.
• Entradas e saídas digitais.
• Entradas de pulsos.
• Multiplexadores.
• Conversores AD e DA.
Quando um dispositivo de medição não utiliza sinal tipo on/off mas sim de tensão ou corrente,
variando seu valor em função da variável que está sendo medida, diz-se que esse dispositivo é
analógico, sendo necessário, para tal medição, um módulo de entrada analógica. O módulo de
entrada analógica é conectado aos sensores no campo e condiciona a medição para valores binários
de forma que a CPU possa entender, convertendo o sinal analógico em digital, utilizando para tal um
bloco denominado conversor A/D.3
179
tensão, bastando fechar o jumper S1 ou S2, conforme o canal desejado, para que o tipo de sinal na
entrada passe a ser tensão.
180
Figura 9.13 – Relação entre um sinal analógico e um digital.
181
Esse processador pode, normalmente, enviar de um até 16 sinais de atuação analógicos ou
de um até centenas de sinais de saída digital.
182
9.14.1. Subsistema de monitoração e operação
9.14.1.1. Telas
As características básicas em termos de telas são as seguintes:
• Janelas overview
• Apresentam, de forma bastante simplificada até 300 controladores/indicadores, dispostos
em grupos lógicos, arranjados de forma que o operador identifique facilmente as condições
de alarme, modo de controle automático ou manual e grandeza dos desvios.
183
Existem diferentes estilos e maneiras de representar as informações nestas telas;
entretanto, o tipo mais comum utiliza barras para informar o operador, as quais são
alinhadas por uma linha de referência onde as mesmas podem sofrer desvios para cima ou
para baixo. O tamanho da barra representará a grandeza do desvio da variável em relação
ao set point (geralmente configurada para 5 ou 10%). A cor da barra representará as
situações de alarme e o modo de operação.
• Janela de instrumentos
• Mostra um face plate (frontal) de um instrumento típico de painel (controlador, indicador,
botoeira, totalizador, etc...), permitindo ao operador verificar com mais detalhes uma seção
da planta que precisa de atenção. O operador poderá, então, monitorar e manipular alguns
parâmetros de controles tais como: set point, transferência automático manual, saída para
válvula. Isso cria uma interface de operação bem amigável porque o operador de painel
continua a operar um instrumento convencional.
184
Figura 9.16 – Janela de gráficos de tendência.
185
Figura 9.17 – Janela de gráficos históricos
Observação
Atualmente existem no mercado softwares de supervisão que operam em padrões gráficos
gerenciados por Sistemas Operacionais baseados em janelas (Windows). Isso significa que não
existem, nesses sistemas, telas fixas, como visto anteriormente, bem como a hierarquia de
navegação das mesmas. O usuário poderá, na operação, abrir as janelas de funções de acordo
com suas necessidades tornando o sistema muito mais flexível e amigável.
• Janela de sinóticos
• Mostram graficamente seções de um fluxograma com os valores das variáveis de processo
e set points atualizados continuamente. Os fluxogramas podem apresentar características
adicionais que possibilitem um melhor entendimento dos mesmos, tais como indicação de
alarmes, variações de nível, monitoração do trajeto do fluxo pelas tubulações, indicação
dos valores das variáveis de forma dinâmica, etc.
• Pode-se, inclusive, ativar o faceplate de um controlador numa região da tela, podendo o
operador atuar no mesmo sem sair da tela.
186
Figura 9.18 – Janela de sinóticos
187
Figura 9.19 – Teclado de membrana dedicado
188
9.16. Os computadores industriais
189
O computador hospedeiro, quando existe, geralmente consiste de um minicomputador com
um tempo de acesso de memória razoavelmente rápido. Suas funções são muitas. Podem ser tanto
de processamento de palavras e de dados como de aplicações diretas de controle, de geração de
telas gráficas dinâmicas e/ou de programas para otimização e coordenação da operação da planta.
Entre programas associados ao hospedeiro, temos programas de otimização e de emissão de
relatórios periódicos, entre outros, mas sempre com a finalidade de fornecer informações de alto nível
ao gerente da planta.
190
9.17. Sistema SCADA
9.17.1. Definições
191
9.17.2. Componentes do sistema SCADA
• Sensores e atuadores.
• Estações remotas.
• Rede de comunicações.
• Estações centrais de supervisão.
192
9.17.5. Rede de comunicações
As estações centrais de supervisão são as unidades principais dos sistemas SCADA, sendo
responsáveis por recolher a informação gerada pelas estações remotas e agir em conformidade com
os eventos detectados. Podem estar centralizadas num único computador ou distribuídas por uma
rede de computadores de modo a permitir a partilha de informação proveniente do sistema SCADA.
A interação entre os operadores e as estações de monitoração central é efetuada através de
uma interface Homem-Máquina, onde é comum a visualização de um diagrama representativo da
instalação fabril, da representação gráfica das estações remotas, dos valores atuais dos instrumentos
fabris e da apresentação dos alarmes detectados.
193
9.17.7. Estrutura e Configuração
9.17.7.1. Funcionalidades
A capacidade de supervisão do sistema SCADA inclui as seguintes funcionalidades:
• Aquisição de dados.
• Visualização de dados.
• Processamento de alarmes.
• Tolerância a falhas.
194
No tratamento de valores digitais, as situações de alarme podem ser detectadas através de
uma variável que assume o valor 0 ou 1; no tratamento de valores analógicos são definidos valores
que limitam as situações aceitáveis, de modo a que quando os valores lidos estiverem situados fora
das gamas de valores permitidos seja detectada uma situação de alarme.
Além das situações de alarme detectadas com base nos valores lidos pelos dispositivos, os
sistemas SCADA podem acionar alarmes com base na ocorrência de determinadas combinações de
eventos.
Os alarmes são classificados por níveis de prioridade em função da sua gravidade, sendo
reservada a maior prioridade para os alarmes relacionados a questões de segurança.
Em situações de falha do servidor ou da rede de comunicações é possível efetuar o
armazenamento das mensagens de alarme em buffer o que, aliado à capacidade de transmissão de
mensagens de alarme para vários servidores, permite atingir maior grau de tolerância a falhas.
Através da informação proveniente do login, os sistemas SCADA identificam e localizam os
operadores, de modo a filtrar e encaminhar os alarmes em função das suas áreas de competência e
responsabilidade.
Os sistemas SCADA guardam em pastas .log informação relativa a todos os alarmes gerados,
de modo a permitir que posteriormente se proceda a uma análise mais detalhada das circunstâncias
que estiveram na origem da geração do alarme.
195
• Protocolos de comunicação de equipamentos (proprietários/abertos)
9.17.8.1. Internet
A Internet é cada vez mais o meio de comunicação preferido pelas organizações. Através do
uso de tecnologias relacionadas a ela e de padrões como TCP/IP, HTTP e HTML é, atualmente,
possível o acesso e partilha de dados entre as áreas de produção e a área de supervisão e controle
de várias instalações fabris.
De fato, com o uso de um Web browser é possível controlar em tempo real uma máquina
localizada em qualquer parte do mundo, bastando introduzir o seu URL no browser, sem que haja
necessidade de deslocamento.
Os dados são transportados através de protocolos comuns, garantindo a interconectividade e
a interoperabilidade entre os diversos dispositivos que compõem o sistema.
A interoperabilidade significa que os dispositivos de uma rede partilham informação, não
coexistindo isoladamente.
Utilizando as infra-estruturas de rede existentes, baseadas em Ethernet – TCP/IP, é possível
desenvolver sistemas de aquisição de dados e automação de sistemas sem necessidade de infra-
estruturas adicionais. Não é necessário nenhum hardware especial para desenvolver uma aplicação
de aquisição de dados baseada na Internet.
O browser se comunica com o servidor Web através do protocolo HTTP. Após o envio do
pedido referente à operação pretendida, ele recebe a resposta na forma de uma página HTML.
Algumas das vantagens da implementação de uma aplicação de recolhimento de dados
através de um browser são:
• O browser disponibiliza um modo de interação simples, com o qual os utilizadores já estão
habituados, podendo incluir ajuda on-line, imagens, som e vídeo;
• Não é necessária a instalação de nenhum cliente, dado que geralmente todos os
computadores têm browsers instalados, o que simplifica a administração do sistema;
• É necessário, apenas, efetuar manutenção de páginas, applets e scripts do lado do
servidor;
A natureza cliente-servidor da Internet faz com que seja possível que diversos clientes
acessem, simultaneamente, dispositivos e visualizem dados em tempo real, independente da sua
localização. Essa aproximação é diferente da tradicional e permite controlar vários dispositivos.
Teoricamente, qualquer dispositivo com capacidade para se comunicar com um computador
pode ser colocado na rede. Neste âmbito estão incluídos dispositivos de amostragem analógicos e
digitais, PLCs, sensores e câmeras.
Alguns desses dispositivos, especialmente os que se comunicam via porta serial, forçaram o
mercado ao desenvolvimento de dispositivos de conversão de comandos de rede para comandos por
196
eles interpretáveis, e vice-versa. Todos os dispositivos não adequados para a rede necessitam de um
servidor que traduza os pedidos e efetue a comunicação com o dispositivo através do seu protocolo
nativo.
9.18. DDE/NETDDE
9.19. OLE
O OLE (Object Linking and Embedding) é um mecanismo síncrono que permite a um cliente
invocar uma subrotina num servidor.
O uso do OLE é vantajoso em situações em que a aplicação cliente assuma o papel principal,
delegando parte do seu processamento ao servidor que está à espera de pedidos do cliente para
manipulação de objetos por ele mesmo gerados.
Nestas circunstâncias é mais rápido e apropriado, para o cliente, invocar diretamente uma
subrotina no servidor.
197
9.19.2. Circunstâncias em que o DDE pode ser considerado mais
indicado do que o OLE
O DDE é ideal para permitir que uma aplicação monitore outra aplicação. Devido ao fato de
nenhuma das aplicações estar operando no mesmo contexto não existe interferência entre elas.
O DDE é um mecanismo que, por ser bit-blind, permite, quando necessário, que um mesmo
servidor suporte clientes de 16 e 32 bits. O servidor pode levar algum tempo para recolher a
informação para a resposta ao pedido efetuado pelo cliente. Uma vez que o DDE é assíncrono, o
cliente pode continuar a executar o seu processamento.
A performance do servidor não é afetada em situações de disponibilização de dados para
vários clientes em máquinas distintas, uma vez que através do uso do NETDDE as mensagens são
colocadas na fila de espera das máquinas clientes.
9.20. OPC
198
9.20.1. Protocolos de comunicação de equipamentos
(proprietários/abertos)
Além das tecnologias citadas, redes proprietárias ou abertas, desenvolvidas por fabricantes
de equipamentos, podem vir a fazer parte de um sistema SCADA e podem, também, ser utilizadas
para troca de dados entre as estações remotas e o centro de controle operacional.
Os softwares supervisórios para automação industrial são produtos que incorporam funções
de:
• Controle supervisório, tais como comando de atuadores de campo; monitoração de dados
de processo (temperatura, nível, etc.), controle contínuo, controle por processamento em
lote e controle estatístico.
• Alarmes de condições e estado de variáveis de processo.
• Emissão de relatórios.
• Aquisição de dados (“SCADA”).
• Soluções para processamento de batelada (Batch).
Dentre as funções mais importantes de software supervisório para automação industrial,
destaca-se na aquisição de dados, a característica de vínculo bidirecional, onde os dados podem
também ser enviados para o chão de fábrica, além de serem lidos dos equipamentos de aquisição e
controle. Uma característica importante é a capacidade de comunicação do software com
equipamentos (hardware) proprietários de vários fabricantes diferentes, conseguido em função do uso
de pacotes de software de interface denominado driver de comunicação.
É importante deixar claro, inicialmente, alguns conceitos importantes relacionado à aplicação
dos softwares:
Estação (Nó): estação (nó) é qualquer computador que esteja rodando um software
supervisório. Estação (nó) local é aquela em que se está operando ou configurando e estação (nó)
remota é aquela que é acessada através de um link de comunicação.
Estação independente (Stand Alone): é uma estação que desempenha todas as funções de
um sistema de supervisão não conectada a uma rede de comunicação.
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Figura 9.23 – Estação stand alone
Estação servidora de Base de Dados (Servidor SCADA): é uma estação que executa a
função de aquisição de dados.
Estação de Monitoração e Operação: é uma estação que permite que o operador monitore
o processo, altere parâmetros do processo, reconheça alarmes e mais algumas tarefas de operação
de processo, mas não permite alterar a configuração de telas nem da base de dados.
Estação de Gerência: é uma estação que permite a gerentes, supervisores ou quaisquer
outras pessoas terem acesso aos dados de processo em forma de relatórios, gráficos e telas, sendo
que reconhecimentos de alarme ou alteração de parâmetros do processo, entre outras tarefas de
operação, não poderão ser realizadas nesta estação.
9.21.1. Definições
9.21.1.1. Arquitetura
Um software de supervisão e controle de sistemas de automação de processos tem como
característica fundamental a capacidade de ser multitarefa, ou seja, de poder executar vários módulos
aplicativos simultaneamente.
Sua arquitetura simplificada poderá ser vista como:
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Figura 9.24 – Arquitetura de um sistema supervisório
Pela figura podemos notar que o centro do sistema é um grande banco de dados alimentado
pelas informações oriundas do processo via ECL’s (Estação de Controle Local). É responsável por
formatar e organizar esses dados para que outros módulos do sistema as utilizem em suas atividades.
A interface de operação é a parte do software supervisório com a qual são desenvolvidas as
telas gráficas para visualização e comando do processo no qual o sistema está atuando.
O driver de comunicação é um módulo de software capaz de ler e escrever dados nas ECL’s
(Estação de Controle Local) de campo. Para cada fabricante de ECL se faz necessário um driver de
comunicação.
O bloco de aquisição de dados tem capacidade de se comunicar com os diversos drivers de
comunicação, permitindo o interfaceamento desses drivers com a base de dados, lendo e escrevendo
na mesma base.
Os módulos aplicativos são módulos que acessam a base de dados do software gerando
relatórios, gráficos, alarmes, acesso a outros banco de dados, etc..
Um importante conceito na estrutura de um SDCD é o modo de trabalho denominado
configuração, através do qual é montado e alterado, quando necessário, o conjunto de informações
que serão utilizadas no funcionamento do Sistema Digital de Controle Distribuído.
O modo configuração tem, geralmente, as seguintes características:
• Possibilidade de definição e de geração de sinóticos de fluxogramas de processo através
de linguagens específicas ou de utilização da própria tela para geração de desenhos e das
variáveis representadas em tempo real.
• Possibilidade de definição do sequenciamento de operações de processos em batelada.
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9.21.1.2. Base de Dados
Denominamos base de dados (Database) um arquivo de dados que contém todas as variáveis
atualizadas em tempo real para alimentação de dados do software supervisório para automação
industrial.
Todo o sistema de supervisão será alimentado com dados vindos de um CP ou ECL.
Assim, é necessário deixar estes dados disponíveis para que outros módulos (vistos no item
anterior) possam utilizá-los. Cada ponto lido do CLP ou da ECL tem seu valor armazenado em uma
variável da aplicação, que daí em diante será chamada TAG. TAGs não são somente pontos lidos de
equipamentos de campo mas qualquer variável da aplicação, inclusive as pré-definidas do Sistema
Supervisório, que são chamadas TAGs internos. O conjunto de TAGs (internos ou da aplicação) fica
disponível na database, onde todos os módulos vão buscar ou alterar valores dos TAGS. A database
funciona como uma conexão entre os módulos da aplicação, onde todos os módulos configurados só
se comunicam com a base da dados. A execução do sistema ficará semelhante a um sistema
multitarefa. Cada módulo tem sua vez de ser executado e de se comunicar, seguindo sempre a
mesma seqüência de execução dos módulos.
Essa base de dados será criada através de um software de configuração do sistema.
Geralmente se dará sob a forma de telas a serem preenchidas, informando os dados necessários
para a configuração do sistema que se pretende criar.
Nesse banco de dados encontraremos, principalmente, as variáveis de processo que
pretendemos supervisionar representadas por mnemônicos que contêm informações adicionais sobre:
range, alarmes, etc.
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• Registrador
Telas de sinótico
Esta fase poderemos definir como a mais trabalhosa em termos de configuração. Isso porque
teremos que criar um ou vários sinóticos do processo em questão.
Como esses sinóticos são um retrato particular de cada planta não existem, então,
sinóticos pré-configurados mas ferramentas gráficas que possibilitem a criação de
qualquer desenho.
A maioria dos sistemas tem implementado softwares bem semelhantes aos softwares
específicos na área de CAD, porém com recursos gráficos limitados embora suficientes para a
elaboração dos desenhos.
Outros fabricantes criam softwares de importação de arquivos de desenhos gerados
diretamente em softwares de CAD. Isso torna o trabalho de criação do desenho mais suave.
Podemos dividir esta fase de configuração em dois principais módulos: módulo de edição de
desenhos e módulo de animação de desenhos.
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• Arcos
• Circunferências
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• Valor numérico (Display): Cria uma janela numérica que sendo associada a uma variável
analógica retorna seu valor. Esse efeito é usado na tela de grupo onde temos o bargraph
dando idéia global do valor da variável e uma janela numérica com seu valor exato.
• Mudança de cor Color: Efeito em que uma região retangular da tela pode sofrer mudança
de sua cor em relação à cor de fundo. Esse tipo de animação é associada a uma variável
digital. Como exemplo poderíamos citar uma animação em que teríamos o desenho de uma
bomba com sua respectiva tubulação. Se o sistema receber o sinal digital informando que a
bomba foi ligada poderemos, então, mudar a cor no interior da tubulação simulando, assim,
o caminho que o fluxo estará fazendo pela planta.
• Atuação Command: Efeito de se poder mudar o status de um ponto digital ou analógico
através de uma janela aberta no sinótico. Isso permite a atuação do ponto sem a
necessidade de navegar até a tela de instrumentos. Exemplo: ligar uma bomba.
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Figura 9.27 – Exemplo de tela de configuração de alarmes.
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Figura 9.29 – Exemplo de tela de configuração de relatórios.
Observação
Todos os valores das variáveis históricas são armazenados em unidades de disco.
Note, então, que o sistema cria uma região definida de memória para armazenamento desses
valores. Assim sendo, fica o conceito de que ao ser iniciada a aquisição e gravação desses dados em
disco existirá um dado momento em que esse espaço de memória será preenchido e então o sistema
começará a sobrepor as primeiras informações gravadas.
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Figura 9.30 – Exemplo de tela de configuração de gráficos históricos
A segunda observação é que quanto mais alta for a base de tempo, melhor, pois teremos um
maior tempo registrado. A desvantagem é que, como a quantidade de memória por variável histórica é
finita, um sistema com base de tempo alta terá uma taxa de amostragem também alta, o que poderá
prejudicar a precisão do registro histórico da variável numa futura análise.
Para ilustrar melhor o que foi dito imaginemos uma área de 1000 unidades de memória.
Imaginemos também duas bases de tempo:uma hora e um dia.
• A base de tempo de uma hora fará aquisições da variável a cada 3,6s (3600s/1000)
• A base de tempo de um dia fará aquisições de variável a cada 86,4 s (86400s/1000)
Note que enquanto a primeira base de tempo escolhida lê a variável num determinado
intervalo, a segunda o faz num tempo 24 vezes maior.
Deve-se, então, de acordo com a gerência de processos, definir qual o valor ideal de base de
tempo.
Um recurso adicional a esse sistema será o salvamento dos registros históricos em disquete,
ou seja, o sistema poderá automaticamente ir descarregando o banco de dados em disquete. Quando
o disquete está totalmente carregado o sistema cria um aviso ao operador para a troca por outro
vazio.
Um detalhe interessante é que os dados armazenados em disco podem ser migrados
facilmente para sistemas de análise de dados (planilhas eletrônicas) sem nenhum inconveniente.
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mais baixos (ECL’ s) e efetuando algoritmos matemáticos com os mesmos. Esse resultado poderá
servir para realimentar os níveis mais baixos. O propósito de se usar um computador específico para
realizar esse tipo de função deve-se ao fato de no nível de controle termos processadores dedicados
em funções de controle de processo em tempo real. Caso tentemos incrementá-los com cálculos
avançados os mesmos poderiam perder essa característica, o que seria desastroso.
Geralmente, o modo de se implementar tais cálculos é efetivado através do uso de linguagens
de alto nível (C, Pascal, Fortran, etc) ou pacotes de softwares utilitários que venham com funções pré
definidas, conforme ilustração a seguir.
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Note que num canal de comunicação poderemos ter um ou vários equipamentos conectados,
porém todos eles deverão que ser o mesmo tipo de equipamento. Isso se deve ao fato de que cada
equipamento tem seu próprio protocolo de comunicação; então, o sistema deve possuir uma
biblioteca que contenha os vários protocolos dos equipamentos (drives).
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• relatórios de produção e cálculos de rendimento de produtos;
• supervisão de variáveis gerando alarmes quando detectadas condições anormais
• envio de mensagens de alerta para o operador;
• armazenamento de dados históricos;
• cálculos estatísticos.
A estrutura de um sistema DAS aplicado ao processo pode ser visto a seguir:
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9.23. Sistema de controle digital direto – DDC (Direct
Digital Control)
Num sistema DDC também são operacionais as funções do sistema DAS. Além disso, o
computador atua diretamente sobre os elementos finais de controle, contornando os controladores
analógicos convencionais. Neste caso, os algoritmos de controle estão armazenados na memória do
computador, o que permite uma extensa gama de funções de transferência além dos tradicionais P, I
E D.
Originalmente, esperava-se que os sistemas DDC pudessem ser justificados pela substituição
direta da instrumentação convencional. No entanto, posteriormente foi provado que apesar da elevada
disponibilidade do computador sempre haveria a possibilidade de falhas. Os operadores relutavam em
operar sem uma instrumentação analógica de back-up, já que um mau funcionamento do computador
poderia causar a perda simultânea de todo o controle do processo.
Entretanto, ainda assim o DDC é muito utilizado devido a sua grande flexibilidade e habilidade
no uso de técnicas de controle, impossíveis de se obter com instrumentos analógicos convencionais.
Este tipo de controle é também muito utilizado quando se quer otimizar a operação de um
processo contínuo, como por exemplo, determinar os pontos ótimos de controle para minimizar o
consumo de energia ou maximizar a produção ou o rendimento de determinados produtos.
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• Capacidade de executar um gerenciamento da produção
• Grande precisão das ações de controle
• Aumento da produtividade
• Redução do consumo de energia
Como limitações temos:
• Grande complexidade
• Alto custo do desenvolvimento e manutenção do software
• Alto custo de engenharia
• Baixa tolerância a falhas
• Alto custo da instrumentação analógica de back-up
• Alto custo das estações de back-up
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BIBLIOGRAFIA
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