A sintaxe é a área da linguística responsável por estudar a relação que
as palavras estabelecem entre si no interior das sentenças, isto é, ela se compromete com a estrutura das sentenças. De acordo com Quadros e Karnopp: "os seres humanos são capazes de compreender e produzir um número infinito de sentenças que jamais foram produzidas em outro momento. Obviamente, não há uma lista de todas as sentenças possíveis à disposição de cada falante em uma determinada língua". As línguas de sinais, diferente do que ocorre nas línguas orais, são estruturados no espaço e obedecem às seguintes ordens estruturantes SOV, SVO, VSO. Sendo a ordenação OSV resultado de topicalização. Nesse sentido, analisar alguns aspectos da sintaxe de uma língua de sinais requer enxergar esse sistema que é visuoespacial e não oral-auditivo. A maneira como a língua de sinais se organiza, ou seja, utilizando-se do espaço, permite-nos pensar diferentes possibilidades de combinações lexicais, estabelecendo relações gramaticais. Para que tais relações ocorram, a utilização do sistema pronominal por meio do uso de referentes, ou seja, a demarcação de seres ou objetos em um determinado ponto no espaço é de uma suma importância, pois qualquer referência usada no discurso requer o estabelecimento de um local da sinalização (espaço definido na frente do corpo do sinalizador), observando várias restrições. Na libras, assim como nas demais língua de sinais, os sinalizantes estabelecem uma relação com os referentes do discurso, que podem por sua vez estar ou não presente no ato da enunciação. Uma vez demarcados os pontos específicos no espaço, tais referentes poderão ser retomados sempre que necessário um discurso. Sendo assim quando os referentes estão presentes, os pontos no espaço são estabelecidos baseados na posição real ocupada pelo referente, quando os referentes estão ausentes da situação de enunciação são estabelecidos por pontos abstratos no espaço. O local de realização do sinal pode ser referido por meio de vários mecanismos espaciais, tais como: fazer o sinal em um determinado local, de forma que tal sinal acompanhe o espaço estabelecido pelo referente; direcionar a cabeça e olhar (às vezes, o corpo também) em direção a localização em que o sinal foi executado; utilizar apontamentos antes de um sinal referente específico; usar um sinal direcional concordância, incorporando os referentes previamente introduzidos no espaço; usar pronome, a apontação ostensiva, uma localização particular quando a referência por óbvia; usar um classificador, que representa aquele referente, em uma localização particular. Os sinais manuais são frequentemente acompanhados por expressões faciais que podem ser consideradas gramaticais. Tais expressões são chamadas de marcações não-manuais. A face do sinalizador raramente é neutra ou descontraída, a sinalização também é acompanhada pela posição da cabeça não neutra, por movimento da cabeça e movimento do corpo. Podem haver marcações de concordância gramatical, associadas ao foco, negativas, de tópico e interrogativas. A ordem básica das sentenças de uma língua depende da estrutura da fase. A ideia de que as línguas podem apresentar uma ordem básica diferente tem feito parte das análises das línguas no campo da sintaxe. Na Libras quando há um verbo que seleciona um argumento interno e um argumento externo sem marca sintáticas ou prosódicas adicionais, observamos que a ordem é SVO: MENINA ENCONTAR MENINO. A estrutura das ordens sintática das frases estão associadas algum tipo de marca, por exemplo, a concordância e as marcas não-manuais. Podendo haver frases com foco somente no núcleo, frases interrogativas que apresentam elementos interrogativos tais como, o que, como, onde, por que, etc. Podendo assim a língua de sinais apresentaram uma infinitude de sentenças com as línguas orais auditivas.