Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2021
Antes de pautar novas epistemologias, ou especificamente epistemologias do
sul (parafraseando Boaventura de Sousa Santos), é importante atentar
cronologicamente às origens do sistema-mundo em que a sociedade se insere.
Evidencia-se, portanto, temáticas como: o eurocentrismo, a colonialidade, o
nascimento da modernidade, para construção desta discussão.
Para contextualização inicial, torna-se necessário definir as origens do
Eurocentrismo, e a ideia de episteme hegemônica. Com a expansão marítima -início
do Imperialismo- e, posteriormente, a estruturação do capitalismo, o sistema-mundo
foi inteiramente modificado. Assim, as relações econômicas, sociais e políticas foram
moldadas dentro deste formato. Evidenciando-se, dessa maneira, a formação de um
Estado Moderno dedicado às práticas mercantilistas.
Juntamente com a força do capital, aliada à meritocracia, começou a ser
disseminada a imagem de uma Europa próspera e superior frente ao restante do
mundo. Assim, uma dominação ideológica se instaurou. A ideia central, era: a
Europa possui o domínio da verdade absoluta, a luz, e precisa levá-la aos povos
considerados, por eles, imaturos e incapazes de gerir politicamente suas vidas.
Dessa forma, a prática colonialista utilizou a noção de supremacia européia,
atrelado à essa ‘’ajuda humanitária’’ aos povos ‘’atrasados’’, para justificar o
verdadeiro objetivo: a exploração dos diversos recursos naturais existentes naquele
território (petróleo, minérios, espécies vegetais etc).
O tópico central de toda a discussão perpassa exatamente por essas práticas
colonialistas e suas respectivas influências no sistema-mundo. Entretanto, o que
provoca maior impacto é o quão essa ideologia ainda se mantém presente, nos dias
atuais. Para complementar a argumentação, o livro Colonialidade a partir do Brasil
traz reflexões importantes acerca da temática, destacando um trecho do prefácio,
que integra a discussão central: