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3823-Texto Do Artigo-14536-2-10-20180417
3823-Texto Do Artigo-14536-2-10-20180417
PATOLÓGICO
Normatividade Psíquica como Estratégia de Controle
O grupo PE PET de D Dir
Direito
irei
ireitoto O artigo aborda a obra do filósofo e médico francês Georges Canguilhem,
estudou, ao longo de intitulada “O Normal e o Patológico”, e sua relação com os estudos
2017, a obra de Georges do PET do Curso de Direito ao longo do primeiro semestre de 2017,
Canguilhem, considerada
intitulados: “Direito e Loucura”. Publicado em 1943, o livro problematiza
um marco na n história
hi do
o discurso médico e sua tentativa de definir o patológico como anormal
pensamento epistemológico
epi
pistemológ ógico o
do sécul
século
uloo XX, e que abre e este, como anomalia, como disfunção quantitativa em relação à uma
precedentes para novas novovas norma imposta arbitrariamente por esse mesmo discurso e pautada em
formas de se pensar penensar a relaçãorelalaçã
ção
çã critérios quantitativos, matemáticos e homogeneizantes. Questiona o
entre as ciências
c e a filosofia.
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a. conceito de patológico como anormal bem como os critérios a partir
Também fundamenta,
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ob re dos quais o saber médico define os parâmetros de normalidade,
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destacando que os parâmetros a partir dos quais um indivíduo pode ser
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considerado doente em relação a um estado anterior de saúde partem
epistemológico
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ri que do próprio indivíduo, e não de sua comparação com outros: ele é seu
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he próprio parâmetro. Enfatiza ainda a importância do contexto para se
Foucault,
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nt entender as alterações que levam um organismo ou um psiquismo a
na primeira
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fase do do seuseu sofrer alterações em sua fisiologia, em sua estrutura. Partindo de tais
pensamento,
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lt pressupostos, o Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de
à investigação
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ação arqueológica
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Direito aborda as limitações do discurso médico-jurídico e psiquiátrico
acerca
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ac erca do do advento
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contemporâneo em diagnosticar e medicar, indiscriminadamente,
psiquiatria
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riaa e a da psicologia.
psicolo
p logigia.
gi a.
corpos tidos como anormais em seu psiquismo, denunciando tais
estratégias como formas de controle e sujeição, e não de cura.
que são organismos, indivíduos e psiquismos sobre os corpos? Essa é uma questão central
considerados sadios, problematizando os levantada pelo livro.
critérios a partir dos quais o saber médico e,
no interior dele, o saber psiquiátrico, define os
Analisando o discurso de médicos, filósofos,
limites entre o que é normal e o que é patológico,
sociólogos, epistemólogos e fisiologistas,
justificando, assim, sua intervenção sobre o que
sobretudo franceses, da segunda metade do
é considerado patológico, este quase sempre
século XIX e primeira metade do século XX,
entendido como anormal.
Canguilhem destaca o quanto está presente na
fala e na prática médica a concepção de que o
Ao longo do semestre, o estudo do livro pautou- patológico é uma anomalia frente a um estado
se pela tentativa de entender quais os critérios considerado normal, o estado de saúde. Sendo
a partir dos quais a medicina, a partir do século a saúde a norma, o esperado, o constante, o
XVIII, passou a se diversificar em diferentes comportamento adequado dos órgãos e tecidos,
especialidades, e estas, ao agrimensurar o sujeito o comportamento adequado dos psiquismos;
em diferentes partes e objetos de intervenção patológico seria o comportamento que se
de diferentes saberes clínico-médico-biológicos, desviasse quantitativamente dessa norma (que
reduziram-no à condição de suporte de processos é estabelecida mediante critérios estatísticos)
biológicos, priorizando, no interior desses tanto pelo excesso quanto pela falta. Ou seja, o
processos, aquilo que legitima a constituição normal seria definido, pelo saber médico, como
mesma desses saberes, ou seja, as patologias. um comportamento padrão, e patológico como o
que se desviasse quantitativamente desse padrão.
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que se processam em sua própria estrutura qual se relaciona com um determinado contexto,
(psíquica, biológica)? E o contexto, em que respondendo a ele, se adequando a ele. Por
medida ele também atua sobre as alterações exemplo: o grande número de diagnósticos
psíquicas e biológicas que têm lugar nos corpos de crianças consideradas, na atualidade, pelo
e nas subjetividades dos indivíduos? Não seriam saber psiquiátrico, portadoras de síndromes
essas alterações reações a um determinado psíquicas e comportamentais (déficit de atenção,
contexto? Tentativas de se rearranjar, se adequar hiperatividade, autismo...) significa que todas
a esse contexto? essas crianças são anormais? Estão doentes?
Significa uma maior precisão dos diagnósticos?
Dessa forma, em matéria de normas biológicas, Ou é um indício de que os conceitos que se tem
é o indivíduo em relação a si mesmo que deve sobre “crianças normais” precisam ser revistos?
ser tomado como parâmetro e não em relação
aos demais. Pode ser que o indivíduo encontre- Pensando a partir de tais questionamentos, os
se em sua condição, ainda que anômala, à altura estudos do PET ao longo do primeiro semestre
das circunstâncias do meio que lhe é próprio. de 2017 buscaram problematizar os critérios a
As condições orgânicas que, para um indivíduo, partir dos quais os saberes médico-psiquiátrico-
seriam inadequadas, para outro são possíveis. jurídicos definem os ditos “anormais”, entre eles,
Pode-se estender a mesma observação para o os criminosos doentes mentais para, mediante
normal psíquico: o normal, nesse caso, também estratégias de sujeição e controle (internamentos,
é relativo ao indivíduo e ao meio em que está prisões, medicalização) mantê-los à margem da
inserido. O normal não tem a rigidez de um sociedade e sob controle.
mesmo determinado para todos os indivíduos
da mesma espécie, é a forma individual pela
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