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DIREITO E PRÁTICA

PREVIDENCIÁRIA
ESTÁCIO-CERS
DIREITO E PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA

Prof. Frederico Amado


www.fredericoamado.com.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- AMADO, Frederico. Curso de Direito e Processo
Previdenciário. Ed. Juspodivm.
- ___________. Legislação Previdenciária
Comentada. Ed. Juspodivm.
- CASTRO, Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João
Batista. Manual de Direito Previdenciário, Ed. Método.
- IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito
Previdenciário. Ed. Impetus.
- KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito
Previdenciário, Ed. Juspodivm, Salvador.
LIVROS
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PREVIDENCIÁRIO PARA CONCURSOS
TEMA - Espécies de prestações previdenciárias e
sua classificação. Tempo de serviço e de
contribuição e sua contagem recíproca,
indenização para a contagem de tempo de serviço
ou de contribuição e manutenção da qualidade de
segurado no período de graça. Período de
carência, fator previdenciário, salário de benefício,
fator previdenciário e renda mensal inicial dos
benefícios previdenciários.
1-PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social


compreende as seguintes prestações, devidas
inclusive em razão de eventos decorrentes de
acidente do trabalho, expressas em benefícios e
serviços:
Art. 18.
I - quanto ao segurado:
a) aposentadoria por invalidez;
b) aposentadoria por idade;
c) aposentadoria por tempo de contribuição;
(Redação dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
Art. 18.
I - quanto ao segurado:
d) aposentadoria especial;
e) auxílio-doença;
f) salário-família;
Art. 18.
I - quanto ao segurado:
g) salário-maternidade;
h) auxílio-acidente;
i) (Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994)
Art. 18.

II - quanto ao dependente:

a) pensão por morte;

b) auxílio-reclusão;
Art. 18.

III - quanto ao segurado e dependente:

a) (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995)

b) serviço social;

c) reabilitação profissional.
2-TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO
EC 20/1998/Art. 4º - Observado o disposto no art.
40, § 10, da Constituição Federal, o tempo de
serviço considerado pela legislação vigente para
efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei
discipline a matéria, será contado como tempo de
contribuição.
Nesse sentido, a jurisprudência do STJ admite o direito
adquirido às contagens de tempo de serviço fictícias até o
advento da Emenda 20/1998, a exemplo da decisão tomada
no ROMS 20.855, de 14/06/2007:
“3. O disposto no art. 40, § 10, da Constituição Federal,
que veda a contagem de tempo de contribuição fictício,
não se aplica à recorrente. A conversão postulada refere-
se a períodos de licença-prêmio adquiridos antes da
promulgação da Emenda Constitucional 20/98, que
acrescentou esse dispositivo, mas assegurou, em seus
arts. 3º e 4º, a concessão de aposentadoria conforme a
legislação pretérita para aqueles que, na sua vigência,
cumpriram os requisitos exigidos.
Decreto 3048/99: Art. 59. Considera-se tempo de
contribuição o tempo, contado de data a data, desde
o início até a data do requerimento ou do
desligamento de atividade abrangida pela
previdência social, descontados os períodos
legalmente estabelecidos como de suspensão de
contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de
desligamento da atividade.
Lei 8.213/91: Art. 55. O tempo de serviço será
comprovado na forma estabelecida no Regulamento,
compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de segurados
de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior
à perda da qualidade de segurado:
Lei 8.213/91:
I - o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e
o previsto no § 1º do art. 143 da Constituição
Federal, ainda que anterior à filiação ao Regime Geral de
Previdência Social, desde que não tenha sido contado
para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou
aposentadoria no serviço público;
II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
Lei 8.213/91:
III - o tempo de contribuição efetuada como segurado
facultativo; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

IV - o tempo de serviço referente ao exercício de


mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde
que não tenha sido contado para efeito de aposentadoria
por outro regime de previdência social; (Redação dada
pela Lei nº 9.506, de 1997)
Lei 8.213/91:
V - o tempo de contribuição efetuado por segurado
depois de ter deixado de exercer atividade remunerada
que o enquadrava no art. 11 desta Lei;

VI - o tempo de contribuição efetuado com base


nos artigos 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de
1991, pelo segurado definido no artigo 11, inciso I, alínea
"g", desta Lei, sendo tais contribuições computadas para
efeito de carência. (Incluído pela Lei nº 8.647, de 1993)
Lei 8.213/91:

§ 1º A averbação de tempo de serviço durante o


qual o exercício da atividade não determinava filiação
obrigatória ao anterior Regime de Previdência Social
Urbana só será admitida mediante o recolhimento das
contribuições correspondentes, conforme dispuser o
Regulamento, observado o disposto no § 2º. (Vide Lei
nº 8.212, de 1991)
Lei 8.213/91:

§ 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador


rural, anterior à data de início de vigência desta Lei,
será computado independentemente do recolhimento
das contribuições a ele correspondentes, exceto para
efeito de carência, conforme dispuser o
Regulamento.
Lei 8.213/91:

§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os


efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação
administrativa ou judicial, conforme o disposto no art.
108, só produzirá efeito quando baseada em início de
prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de
motivo de força maior ou caso fortuito, conforme
disposto no Regulamento.
Lei 8.213/91:

§ 4o Não será computado como tempo de


contribuição, para efeito de concessão do benefício de
que trata esta subseção, o período em que o segurado
contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na
forma do § 2º do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho
de 1991, salvo se tiver complementado as
contribuições na forma do § 3o do mesmo
artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
Decreto 3048/99: Art. 60. Até que lei específica
discipline a matéria, são contados como tempo de
contribuição, entre outros:
I - o período de exercício de atividade remunerada
abrangida pela previdência social urbana e rural, ainda
que anterior à sua instituição, respeitado o disposto no
inciso XVII;
Decreto 3048/99: Art. 60.
II - o período de contribuição efetuada por
segurado depois de ter deixado de exercer atividade
remunerada que o enquadrava como segurado
obrigatório da previdência social;
III - o período em que o segurado esteve
recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez, entre períodos de atividade;
Decreto 3048/99: Art. 60.
IV - o tempo de serviço militar, salvo se já contado para inatividade
remunerada nas Forças Armadas ou auxiliares, ou para aposentadoria no
serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, ainda
que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência Social, nas
seguintes condições:

a) obrigatório ou voluntário; e
b) alternativo, assim considerado o atribuído pelas Forças
Armadas àqueles que, após alistamento, alegarem imperativo de
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter
militar;
Decreto 3048/99: Art. 60.

V - o período em que a segurada esteve


recebendo salário-maternidade;

VI - o período de contribuição efetuada como


segurado facultativo;
Decreto 3048/99: Art. 60.
VII - o período de afastamento da atividade do segurado
anistiado que, em virtude de motivação exclusivamente política,
foi atingido por atos de exceção, institucional ou complementar,
ou abrangido pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de dezembro
de 1961, pelo Decreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969,
ou que, em virtude de pressões ostensivas ou expedientes
oficiais sigilosos, tenha sido demitido ou compelido ao
afastamento de atividade remunerada no período de 18 de
setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988;
Decreto 3048/99: Art. 60.
VIII - o tempo de serviço público federal, estadual, do
Distrito Federal ou municipal, inclusive o prestado a autarquia
ou a sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo
Poder Público, regularmente certificado na forma da Lei nº
3.841, de 15 de dezembro de 1960, desde que a respectiva
certidão tenha sido requerida na entidade para a qual o
serviço foi prestado até 30 de setembro de 1975, véspera do
início da vigência da Lei nº 6.226, de 14 de junho de 1975;
Decreto 3048/99: Art. 60.
IX - o período em que o segurado esteve recebendo
benefício por incapacidade por acidente do trabalho,
intercalado ou não;
X - o tempo de serviço do segurado trabalhador rural
anterior à competência novembro de 1991;
XI - o tempo de exercício de mandato classista junto a
órgão de deliberação coletiva em que, nessa qualidade, tenha
havido contribuição para a previdência social;
Decreto 3048/99: Art. 60.
XII - o tempo de serviço público prestado à administração
federal direta e autarquias federais, bem como às estaduais,
do Distrito Federal e municipais, quando aplicada a legislação
que autorizou a contagem recíproca de tempo de
contribuição;

XIII - o período de licença remunerada, desde que tenha


havido desconto de contribuições;
Decreto 3048/99: Art. 60.
XIV - o período em que o segurado tenha sido colocado
pela empresa em disponibilidade remunerada, desde que
tenha havido desconto de contribuições;

XV - o tempo de serviço prestado à Justiça dos Estados,


às serventias extrajudiciais e às escrivanias judiciais, desde
que não tenha havido remuneração pelos cofres públicos e
que a atividade não estivesse à época vinculada a regime
próprio de previdência social;
Decreto 3048/99: Art. 60.
XVI - o tempo de atividade patronal ou autônoma, exercida
anteriormente à vigência da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de
1960, desde que indenizado conforme o disposto no art. 122;

XVII - o período de atividade na condição de empregador


rural, desde que comprovado o recolhimento de contribuições
na forma da Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, com
indenização do período anterior, conforme o disposto no art.
122;
Decreto 3048/99: Art. 60.
XVIII - o período de atividade dos auxiliares locais de
nacionalidade brasileira no exterior, amparados pela Lei nº 8.745,
de 1993, anteriormente a 1º de janeiro de 1994, desde que sua
situação previdenciária esteja regularizada junto ao Instituto
Nacional do Seguro Social;

XIX - o tempo de exercício de mandato eletivo federal, estadual,


distrital ou municipal, desde que tenha havido contribuição em
época própria e não tenha sido contado para efeito de
aposentadoria por outro regime de previdência social;
Decreto 3048/99: Art. 60.
XX - o tempo de trabalho em que o segurado esteve
exposto a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física, observado o disposto nos arts. 64 a 70; e
XXI - o tempo de contribuição efetuado pelo servidor
público de que tratam as alíneas "i", "j" e "l" do inciso I do
caput do art. 9º e o § 2º do art. 26, com base nos arts. 8º e
9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991, e no art. 2º da Lei
nº 8.688, de 21 de julho de 1993.
Decreto 3048/99: Art. 60.

XXII - o tempo exercido na condição de aluno-


aprendiz referente ao período de aprendizado
profissional realizado em escola técnica, desde que
comprovada a remuneração, mesmo que indireta, à
conta do orçamento público e o vínculo empregatício.
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
3-CONTAGEM RECÍPROCA
CF/1988/ART. 201 - § 9º Para efeito de
aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca
do tempo de contribuição na administração pública e
na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que
os diversos regimes de previdência social se
compensarão financeiramente, segundo critérios
estabelecidos em lei.
Nas hipóteses de contagem recíproca, caberá aos
diferentes regimes previdenciários se compensarem
financeiramente, sendo feita ao sistema a que o
interessado estiver vinculado ao requerer o benefício,
consoante critérios aprovados pela Lei 9.796/99 e pelo
Decreto 3.112/99, não sendo essa compensação
condição para a contagem recíproca.
A compensação financeira funciona como um acerto
de contas, sendo paga pelo regime de origem ao regime
instituidor e calculada proporcionalmente ao período de
serviço/contribuição objeto da contagem recíproca.
Para fins de contagem recíproca, deverá ser fornecida ao
segurado uma certidão de tempo de contribuição - CTC, a ser
emitida pelo INSS (RGPS) ou pelo órgão gestor do respectivo
RPPS.
A emissão da CTC pelos órgãos gestores dos Regimes
Próprios deverá observar os ditames da Portaria MPS 154/2008,
só podendo ser expedida para ex-servidor. Concedido o
benefício, caberá ao órgão concessor comunicar o fato, por
ofício, ao regime previdenciário emitente da CTC, para os
registros e providências cabíveis, podendo haver revisão da CTC
pelo ente federativo emissor, inclusive para fracionamento de
períodos, desde que previamente devolvida a certidão original.
LEI 8.213/91:
Seção VII
Da Contagem Recíproca de Tempo de Serviço

Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime


Geral de Previdência Social ou no serviço público é assegurada
a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade
privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço
na administração pública, hipótese em que os diferentes
sistemas de previdência social se compensarão
financeiramente. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 20.11.98)
LEI 8.213/91:
Art. 94.
§ 1o A compensação financeira será feita ao
sistema a que o interessado estiver vinculado ao
requerer o benefício pelos demais sistemas, em
relação aos respectivos tempos de contribuição ou
de serviço, conforme dispuser o
Regulamento. (Renumerado pela Lei Complementar
nº 123, de 2006)
LEI 8.213/91:
Art. 94.
§ 2o Não será computado como tempo de
contribuição, para efeito dos benefícios previstos em
regimes próprios de previdência social, o período em
que o segurado contribuinte individual ou facultativo
tiver contribuído na forma do § 2o do art. 21 da Lei
no 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se
complementadas as contribuições na forma do §
3o do mesmo artigo. (Incluído pela Lei Complementar
nº 123, de 2006)
LEI 8.213/91:
Art. 95. (Revogado pela Medida Provisória nº
2.187-13, de 2001)
LEI 8.213/91:
Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de
que trata esta Seção será contado de acordo com a
legislação pertinente, observadas as normas
seguintes:

I - não será admitida a contagem em dobro ou


em outras condições especiais;
Todavia, antes da instituição do regime jurídico
único, que ocorreu na esfera federal com o advento
da Lei 8.112/90, entende o STF que o tempo
celetista prestado em condições especiais pelo
servidor público (federal, estadual, distrital ou
municipal) será contado com a respectiva conversão
prevista na legislação previdenciária:
“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL.
APOSENTADORIA. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO EM CONDIÇÕES
INSALUBRES EM PERÍODO ANTERIOR À SUPERVENIÊNCIA DO ESTATUTO
DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO ESTADO. CONTAGEM RECÍPROCA.
POSSIBILIDADE. 1. A contagem recíproca é um direito assegurado pela
Constituição do Brasil. O acerto de contas que deve haver entre os diversos
sistemas de previdência social não interfere na existência desse direito, sobretudo
para fins de aposentadoria. 2. Tendo exercido suas atividades em condições
insalubres à época em que submetido aos regimes celetista e previdenciário,
o servidor público possui direito adquirido à contagem desse tempo de
serviço de forma diferenciada e para fins de aposentadoria. 3. Não seria
razoável negar esse direito à recorrida pelo simples fato de ela ser servidora
pública estadual e não federal. E isso mesmo porque condição de trabalho,
insalubridade e periculosidade, é matéria afeta à competência da União (CB, artigo
22, I [direito do trabalho]). Recurso a que se nega provimento” (RE 255.827, de
25.10.2005).
LEI 8.213/91:
Art. 96.
II - é vedada a contagem de tempo de serviço
público com o de atividade privada, quando
concomitantes;
Decreto 3048/99, art. 130: § 12. É vedada a contagem de
tempo de contribuição de atividade privada com a do serviço
público ou de mais de uma atividade no serviço público,
quando concomitantes, ressalvados os casos de acumulação
de cargos ou empregos públicos admitidos pela Constituição.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
LEI 8.213/91:
Art. 96.
III - não será contado por um sistema o tempo
de serviço utilizado para concessão de
aposentadoria pelo outro;
LEI 8.213/91:
Art. 96.
IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à
obrigatoriedade de filiação à Previdência Social só
será contado mediante indenização da contribuição
correspondente ao período respectivo, com
acréscimo de juros moratórios de zero vírgula cinco
por cento ao mês, capitalizados anualmente, e multa
de dez por cento.(Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.187-13, de 2001) (Vide Medida
Provisória nº 316, de 2006)
LEI 8.213/91:

Art. 97. A aposentadoria por tempo de serviço,


com contagem de tempo na forma desta Seção, será
concedida ao segurado do sexo feminino a partir de
25 (vinte e cinco) anos completos de serviço, e, ao
segurado do sexo masculino, a partir de 30 (trinta)
anos completos de serviço, ressalvadas as hipóteses
de redução previstas em lei.
LEI 8.213/91:

Art. 98. Quando a soma dos tempos de serviço


ultrapassar 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, e
35 (trinta e cinco) anos, se do sexo masculino, o
excesso não será considerado para qualquer efeito.
Para a Procuradoria Federal Especializada do
INSS, “este artigo encontra-se derrogado pelo §7º
do Art. 29, acrescentado pela Lei 9.876, de 26/11/99,
que, ao dispor sobre o fator previdenciário, determina
que seja considerado todo o período de contribuição
do segurado, inclusive o que ultrapassar 30 e 35
anos de contribuição, respectivamente, para
mulheres e homens”( Lei 8.213/91, Anotada pela
PFE INSS, pg. 205).
Inclusive, o próprio Regulamento da
Previdência Social o despreza, ao dispor que “é
permitida a emissão de certidão de tempo de
contribuição para períodos de contribuição
posteriores à data da aposentadoria no Regime
Geral de Previdência Social” (artigo 125, §3º).
STJ: 2. O art. 98 da Lei n.º 8.213/91 deve ser interpretado
restritivamente, dentro da sua objetividade jurídica. A vedação
contida em referido dispositivo surge com vistas à reafirmar a
revogação da norma inserida na Lei n.º 5.890/73, que permitia o
acréscimo de percentual a quem ultrapassasse o tempo de serviço
máximo, bem como para impedir a utilização do tempo excedente
para qualquer efeito no âmbito da aposentadoria concedida. 3. É
permitido ao INSS emitir certidão de tempo de serviço para período
fracionado, possibilitando ao segurado da Previdência Social levar
para o regime de previdência próprio dos servidores públicos apenas
o montante de tempo de serviço que lhe seja necessário para
obtenção do benefício almejado naquele regime. Tal período, uma vez
considerado no outro regime, não será mais contado para qualquer
efeito no RGPS. O tempo não utilizado, entretanto, valerá para efeitos
previdenciários junto à Previdência Social. 4. Recurso especial a que
se nega provimento” (STJ, REsp 200401363047, de 26.04.2005).
LEI 8.213/91:

Art. 99. O benefício resultante de contagem de


tempo de serviço na forma desta Seção será
concedido e pago pelo sistema a que o interessado
estiver vinculado ao requerê-lo, e calculado na forma
da respectiva legislação.
É permitida a aplicação da contagem recíproca de
tempo de contribuição no âmbito dos acordos
internacionais de Previdência Social, somente quando
neles prevista, a teor do artigo 443 da Instrução Normativa
INSS 77/2015.
Preceitua a Súmula 07, do Conselho de Recursos da
Previdência Social, que “o tempo de serviço prestado no
exterior a empresa não vinculada à Previdência Social
brasileira não pode ser computado, salvo tratado de
reciprocidade entre Brasil e Estado Estrangeiro onde o
trabalho, prestado num, seja contado no outro, para os
efeitos dos benefícios ali previstos”.
Atualmente o Brasil possui tratados dessa natureza
firmados com os seguintes países:

ARGENTINA: assinado em 20 de agosto de 1980, aprovado


pelo Decreto Legislativo n° 95, de 5 de outubro de 1982,
promulgado pelo Decreto n° 87.918, de 7 de dezembro de
1982, com entrada em vigor em 18 de dezembro de 1982,
sendo o Ajuste Administrativo assinado em 6 de julho de
1990, Acordo Bilateral derrogado em 31 de maio de 2005,
data anterior à entrada em vigor do Acordo Multilateral de
Seguridade Social do Mercado Comum do Sul;
CABO VERDE: assinado em 7 de fevereiro de 1979,
publicado no DOU de 1º de março de 1979, com
entrada em vigor em 7 de fevereiro de 1979;

ESPANHA: assinado em 16 de maio de 1991,


aprovado pelo Decreto Legislativo nº 123, de 2 de
outubro de 1995, promulgado pelo Decreto nº 1689,
de 7 de novembro de 1995, com entrada em vigor
em 1º de dezembro de 1995;
GRÉCIA: assinado em 12 de setembro de 1984,
aprovado pelo Decreto Legislativo n° 3, de 23 de
outubro de 1987, promulgado pelo Decreto n° 99.088,
de 9 de março de 1990, com entrada em vigor em 01
de Julho de 1990, sendo o Ajuste Administrativo
assinado em 16 de julho de 1992;

CHILE: assinado em 16 de outubro de 1993, aprovado


pelo Decreto Legislativo n° 75, de 4 de maio de 1995,
promulgado pelo Decreto n° 1.875, de 25 de abril de
1996, com entrada em vigor em 1º de março de 1996;
ITÁLIA: assinado em 30 de janeiro 1974, aprovado
pelo Decreto nº 80.138, de 11 de agosto de 1977,
com entrada em vigor em 5 de agosto de 1977;

LUXEMBURGO: acordo assinado em 16 de


setembro de 1965, aprovado pelo Decreto Legislativo
n° 52, de 1966, promulgado pelo Decreto n°
60.968, de 7 de julho de 1967, com entrada em vigor
em 1º de agosto de 1967;
URUGUAI: acordo assinado em 27 de janeiro de
1977, aprovado pelo Decreto Legislativo n° 67, de 5
de outubro de 1978, promulgado pelo Decreto n°
85.248, de 13 de outubro de 1980, com entrada em
vigor 1º de outubro de 1980, sendo o Ajuste
Administrativo assinado em 11 de setembro de 1980,
Acordo Bilateral derrogado em 31 de maio de 2005,
data anterior à entrada em vigor do Acordo
Multilateral de Seguridade Social do Mercado
Comum do Sul;
PORTUGAL: acordo assinado em 7 de maio de 1991,
aprovado pelo Decreto Legislativo nº 95, de 23 de
dezembro de 1992, promulgado pelo Decreto nº 1.457, de
17 de abril de 1995, com entrada em vigor em 25 de março
de 1995, sendo o Ajuste Administrativo assinado em 7 de
maio de 1991; e

MERCOSUL (Argentina, Uruguai e Paraguai): acordo


Multilateral de Seguridade Social do Mercado Comum do
Sul celebrado em 15 de dezembro de 1997, aprovado pelo
Decreto Legislativo nº 451 de 14 de novembro de 2001, em
vigor a partir de 1º de maio de 2005.
Outrossim, na forma do artigo 123, parágrafo único,
combinado com o artigo 127, V, ambos do RPS, para
fins de contagem recíproca, ou seja, de consideração
em RPPS, o tempo de serviço prestado pelo
trabalhador rural anteriormente à competência
novembro de 1991 será reconhecido apenas se
houver indenização ao INSS.
Por sua vez, o STJ vem validando essa exigência:
“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.
CONTAGEM RECÍPROCA DO TEMPO DE ATIVIDADE
RURAL. INDENIZAÇÃO. NECESSIDADE. 1. A
jurisprudência da Terceira Seção do Superior
Tribunal de Justiça é firme no sentido de que ser
imperiosa a indenização ao Regime Geral de
Previdência Social do período exercido na atividade
rural, anterior à filiação obrigatória, para cômputo em
regime próprio de servidor público. 2. Agravo
regimental improvido” (AGREsp 958.190, de 04.08.2008).
Este também é posicionamento do STF, noticiado por
intermédio do Informativo 587:
“Contagem Recíproca do Tempo de Serviço Rural e
Recolhimento de Contribuições
Conforme disposto no § 9º do art. 201 da CF (“Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana,
hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo
critérios estabelecidos em lei.”), a contagem recíproca do tempo de serviço rural pressupõe ter havido
o recolhimento das contribuições previdenciárias. Com base nesse entendimento, o Tribunal, por
maioria, indeferiu mandado de segurança impetrado contra ato do Tribunal de Contas da União - TCU, que
julgara ilegal a aposentadoria do impetrante, pelo fato de ter sido computado o tempo de serviço rural sem
a comprovação do recolhimento das contribuições ao INSS. Vencidos os Ministros Dias Toffoli, Eros Grau e
Ayres Britto que concediam a ordem. Tendo em conta que o impetrante comprovara que fora trabalhador
rural e que, naquele período, a legislação impunha a contribuição sobre a produção da venda da
propriedade rural, do produtor rural, reputavam que, no caso concreto, o TCU exigira uma prova impossível
de o impetrante fazer, porque isso não era obrigação dele, mas do produtor rural. Precedente citado: MS
26919/DF (DJE de 23.5.2008). MS 26872/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 19.5.2010. (MS-26872)”.
No mesmo caminho o entendimento sumulado do
Tribunal de Contas da União:

“Súmula 268 - O tempo de atividade rural somente


poderá ser averbado para fins de aposentadoria no
serviço público se recolhidas as respectivas
contribuições previdenciárias na época própria ou,
posteriormente, de forma indenizada”.
A TNU também possui o mesmo entendimento:

“Súmula 10- O tempo de serviço rural anterior à


vigência da Lei nº. 8.213/91 pode ser utilizado para
fins de contagem recíproca, assim entendida aquela
que soma tempo de atividade privada, rural ou
urbana, ao de serviço público estatutário, desde que
sejam recolhidas as respectivas contribuições
previdenciárias”.
Vale frisar que apenas a legislação geral sobre
RPPS (de competência da União) poderá criar
restrições ou vedações com razoabilidade à
contagem recíproca do tempo de contribuição, como
ocorre nos artigos 94 e 96 da Lei 8.213/91.
Informativo 756 – “Aposentadoria: contagem recíproca e
restrições indevidas
O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a
inconstitucionalidade do art. 119, VI, da Lei 6.677/1994, do Estado da Bahia [“Art.
119. Contar-se-á para efeito de aposentadoria e disponibilidade: ... VI - até 10 (dez)
anos do tempo de serviço em atividade privada vinculada à previdência social,
desde que um decênio, pelo menos, no serviço público estadual, ressalvada a
legislação federal regulamentadora da matéria”]. O Tribunal confirmou a liminar
deferida e consignou que, na sua redação original, o § 2° do art. 202 da CF seria
autoaplicável (“Art. 202. É assegurada aposentadoria, nos termos da lei, calculando-se
o benefício sobre a média dos trinta e seis últimos salários de contribuição, corrigidos
monetariamente mês a mês, e comprovada a regularidade dos reajustes dos salários
de contribuição de modo a preservar seus valores reais e obedecidas as seguintes
condições: ... § 2º - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca
do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e
urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se compensarão
financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei”). ADI 1798/BA, rel. Min. Gilmar
Mendes, 27.8.2014. (ADI-1798)”.
ANEXO II
(TIMBRE DO ÓRGÃO OU ENTIDADE EMITENTE)
RELAÇÃO DAS REMUNERAÇÕES DE CONTRIBUIÇÕES
REFERENTE À CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Nº ___, DE ___/___/____.
ÓRGÃO EXPEDIDOR: CNPJ:
NOME DO SERVIDOR: MATRÍCULA:
NOME DA MÃE: DATA DE NASCIMENTO:
DATA DE INÍCIO DA ONTRIBUIÇÃO/ADMISSÃO: DATA DA EXONERAÇÃO: PIS/PASEP CPF:
Ano: Ano: Ano: Ano: Ano:
Mês
Valor Valor Valor Valor Valor
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
LOCAL e DATA: CARIMBO MATRÍCULA E ASSINATURA DO SERVIDOR RESPONSÁVEL:

UNIDADE GESTORA DO RPPS

HOMOLOGO o presente documento e declaro que as informações nele constantes correspondem com a verdade.

Local e data: ________________________________________________

______________________________________________
Carimbo e assinatura do dirigente da unidade gestora
do Regime Próprio de Previdência Social
Informativo 756 – “Aposentadoria: contagem recíproca e
restrições indevidas
O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a
inconstitucionalidade do art. 119, VI, da Lei 6.677/1994, do Estado da Bahia [“Art.
119. Contar-se-á para efeito de aposentadoria e disponibilidade: ... VI - até 10 (dez)
anos do tempo de serviço em atividade privada vinculada à previdência social,
desde que um decênio, pelo menos, no serviço público estadual, ressalvada a
legislação federal regulamentadora da matéria”]. O Tribunal confirmou a liminar
deferida e consignou que, na sua redação original, o § 2° do art. 202 da CF seria
autoaplicável (“Art. 202. É assegurada aposentadoria, nos termos da lei, calculando-se
o benefício sobre a média dos trinta e seis últimos salários de contribuição, corrigidos
monetariamente mês a mês, e comprovada a regularidade dos reajustes dos salários
de contribuição de modo a preservar seus valores reais e obedecidas as seguintes
condições: ... § 2º - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca
do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e
urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se compensarão
financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei”). ADI 1798/BA, rel. Min. Gilmar
Mendes, 27.8.2014. (ADI-1798)”.
4-INDENIZAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Art. 45-A. O contribuinte individual que pretenda


contar como tempo de contribuição, para fins de
obtenção de benefício no Regime Geral de
Previdência Social ou de contagem recíproca do
tempo de contribuição, período de atividade
remunerada alcançada pela decadência deverá
indenizar o INSS. (Incluído pela Lei Complementar
nº 128, de 2008)
Art. 45-A.

§ 1o O valor da indenização a que se refere


o caput deste artigo e o § 1o do art. 55 da Lei
no 8.213, de 24 de julho de 1991, corresponderá a
20% (vinte por cento): (Incluído pela Lei
Complementar nº 128, de 2008)
Art. 45-A.

§ 1o
I – da média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição, reajustados, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de
todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994;
ou (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)

II – da remuneração sobre a qual incidem as contribuições para o


regime próprio de previdência social a que estiver filiado o interessado, no
caso de indenização para fins da contagem recíproca de que tratam os
arts. 94 a 99 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, observados o limite
máximo previsto no art. 28 e o disposto em regulamento. (Incluído pela
Lei Complementar nº 128, de 2008)
Art. 45-A.

§ 2o Sobre os valores apurados na forma do §


1o deste artigo incidirão juros moratórios de 0,5%
(cinco décimos por cento) ao mês, capitalizados
anualmente, limitados ao percentual máximo de 50%
(cinqüenta por cento), e multa de 10% (dez por
cento). (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de
2008)
Art. 45-A.

§ 3o O disposto no § 1o deste artigo não se


aplica aos casos de contribuições em atraso não
alcançadas pela decadência do direito de a
Previdência constituir o respectivo crédito,
obedecendo-se, em relação a elas, as disposições
aplicadas às empresas em geral. (Incluído pela Lei
Complementar nº 128, de 2008)
Entendia-se que o cômputo do tempo de serviço do
empregado doméstico anterior à Lei 5.859/72
dependia do recolhimento da indenização
previdenciária, vez que na época na existia a
obrigação do recolhimento da contribuição
previdenciária.
Sucede que o STJ e a TNU dispensaram a prova do recolhimento da contribuição
previdenciária por parte do empregado doméstico ou da indenização para fins de
consideração para fins de período de carência, o que, em tese, nem mesmo o
pagamento da indenização supriria:

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADORA


DOMÉSTICA. ART. 55, § 1º, DA LEI 8.213/91. RECOLHIMENTO DAS
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS PARA O PERÍODO ANTERIOR À VIGÊNCIA
DA LEI 5.859/72. DESNECESSIDADE. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça tem se firmado no sentido da desobrigação do trabalhador
doméstico de efetuar o recolhimento das contribuições previdenciárias para
fins de aposentadoria no período que antecedeu a vigência da Lei 5.859/72,
porquanto, à época da prestação do serviço, não havia previsão legal de seu
registro, tampouco obrigatoriedade de filiação à Previdência. Precedentes. 2.
Acórdão da Corte de origem em consonância com o entendimento deste Tribunal.
Incidência da Súmula 83/STJ que se aplica também à alínea "a", do permissivo
constitucional. Recurso especial improvido” (STJ, 2ª Turma, REsp 1479250, de
18/09/2014).
Pelo exposto, fica fácil definir a indenização de
tempo de serviço ou contribuição como a quantia
devida ao INSS como condição inafastável para o
cômputo de período de exercício de atividade
laborativa remunerada, exceto para fins de
carência, visando à concessão de benefício do
RGPS ou consideração em outro regime
previdenciário (contagem recíproca), quer pelo não
pagamento de contribuições previdenciárias já
decaídas, quer pela atividade na época não se
enquadrar como de filiação obrigatória.
5- PERÍODO DE GRAÇA

LEI 8213/1991: Art. 15. Mantém a qualidade de


segurado, independentemente de contribuições:

I - sem limite de prazo, quem está em gozo de


benefício;
AGU, Súmula 26 - “Para a concessão de benefício
por incapacidade, não será considerada a perda da
qualidade de segurado decorrente da própria
moléstia incapacitante”.

Conselho de Recursos da Previdência Social,


Súmula 08 - “Fixada a data do início da
incapacidade antes da perda da qualidade de
segurado, a falta de contribuição posterior não
prejudica o seu direito as prestações
previdenciárias.”
LEI 8213/1991: Art. 15.

II - até 12 (doze) meses após a cessação das


contribuições, o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência
Social ou estiver suspenso ou licenciado sem
remuneração;

III - até 12 (doze) meses após cessar a


segregação, o segurado acometido de doença de
segregação compulsória;
LEI 8213/1991: Art. 15.

IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o


segurado retido ou recluso;

V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o


segurado incorporado às Forças Armadas para
prestar serviço militar;

VI - até 6 (seis) meses após a cessação das


contribuições, o segurado facultativo.
LEI 8213/1991: Art. 15.

§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até


24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago
mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais
sem interrupção que acarrete a perda da qualidade
de segurado.
LEI 8213/1991: Art. 15.

§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão


acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado
desempregado, desde que comprovada essa
situação pelo registro no órgão próprio do Ministério
do Trabalho e da Previdência Social.
Essa comprovação é admitida pelo INSS através da
apresentação dos seguintes documentos, devendo se operar
ainda dentro do período de graça:

I - mediante declaração expedida pelas Superintendências


Regionais do Trabalho e Emprego ou outro órgão do MTE;

II - comprovação do recebimento do seguro-desemprego;


ou

III - inscrição cadastral no Sistema Nacional de Emprego -


SINE, órgão responsável pela política de emprego nos
Estados da federação.
TNU, Súmula 27 - “A ausência de registro em órgão
do Ministério do Trabalho não impede a
comprovação do desemprego por outros meios
admitidos em Direito”.
2. No que diz respeito à hipótese sob análise, em que
o requerido alega ter deixado de exercer atividade
remunerada abrangida pela Previdência Social,
incide a disposição do inciso II e dos §§ 1o. e 2o.
do citado art. 15 de que é mantida a qualidade de
segurado nos 12 (doze) meses após a cessação das
contribuições, podendo ser prorrogado por mais 12
(doze) meses se comprovada a situação por meio de
registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e
da Previdência Social.
3. Entretanto, diante do compromisso constitucional
com a dignidade da pessoa humana, esse dispositivo
deve ser interpretado de forma a proteger não o
registro da situação de desemprego, mas o segurado
desempregado que, por esse motivo, encontra-se
impossibilitado de contribuir para a Previdência
Social. 4. Dessa forma, esse registro não deve ser
tido como o único meio de prova da condição de
desempregado do segurado, especialmente
considerando que, em âmbito judicial, prevalece o
livre convencimento motivado do Juiz e não o
sistema de tarifação legal de provas.
Assim, o registro perante o Ministério do Trabalho e
da Previdência Social poderá ser suprido quando for
comprovada tal situação por outras provas
constantes dos autos, inclusive a testemunhal. 5. No
presente caso, o Tribunal a quo considerou mantida a
condição de segurado do requerido em face da situação
de desemprego apenas com base no registro na CTPS
da data de sua saída no emprego, bem como na
ausência de registros posteriores.
6. A ausência de anotação laboral na CTPS do
requerido não é suficiente para comprovar a sua
situação de desemprego, já que não afasta a
possibilidade do exercício de atividade remunerada na
informalidade. 7. Dessa forma, não tendo o requerido
produzido nos autos prova da sua condição de
desempregado, merece reforma o acórdão recorrido que
afastou a perda da qualidade de segurado e julgou
procedente o pedido; sem prejuízo, contudo, da promoção
de outra ação em que se enseje a produção de prova
adequada. 8. Incidente de Uniformização do INSS provido
para fazer prevalecer a orientação ora firmada” (STJ, PET
7.115, de 10.03.2010, 3ª Seção do STJ).
LEI 8213/1991: Art. 15.
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado
conserva todos os seus direitos perante a
Previdência Social.
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá
no dia seguinte ao do término do prazo fixado no
Plano de Custeio da Seguridade Social para
recolhimento da contribuição referente ao mês
imediatamente posterior ao do final dos prazos
fixados neste artigo e seus parágrafos.
Como exemplo, suponha-se o caso de um segurado
contribuinte individual que tenha deixado de
trabalhar em 31.03.2007. Nesta hipótese, partindo da
premissa que a competência de março foi recolhida
até o dia 15 de abril, conforme determina a
legislação previdenciária, o dies a quo do período de
graça será 16 de maio, pois a competência de abril
não foi recolhida até o dia 15 de maio.
Entrementes, o RPS merece ser alterado, vez que o
dia 15 do mês subsequente ao da competência não
é mais o mais dilatado marco de recolhimento das
contribuições previdenciárias, e sim o dia 20,
conforme as alterações perpetradas pela Lei
11.933/2009, no artigo 30, I, ‘b”, da Lei 8.212/91,
para as contribuições pagas pelas empresas.
Abaixo se colaciona parte da tabela de cálculo do período de graça, que
consta da normatização interna do INSS, que referenda o nosso
entendimento:
SITUAÇÃO A PARTIR DE 6/3/1997 DECRETO Nº 2.172,
DE 5 DE MARÇO DE 1977
ATÉ 120 CONTRIBUIÇÕES DIA 16 DO 14º MÊS
MAIS DE 120 CONTRIBUIÇÕES DIA 16 DO 26º MÊS
EM GOZO DE BENEFÍCIOS DIA 16 DO 14º OU 26º MÊS
RECLUSO DIA 16 DO 14º MÊS
FACULTATIVO (a partir da Lei nº 8.213/91) DIA 16 DO 08º MÊS
SEGURADO ESPECIAL DIA 16 DO 14º MÊS
SERVIÇO MILITAR DIA 16 DO 5º MÊS
6- PERÍODO DE CARÊNCIA
LEI 8.213/1991: Art. 24. Período de carência é o
número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao
benefício, consideradas a partir do transcurso do
primeiro dia dos meses de suas competências.
Nesse sentido, para fins de carência, um dia de
trabalho, no mês, vale como contribuição para
aquele mês, para qualquer categoria de segurado,
nos termos do artigo 145, da Instrução Normativa
INSS 77/2015.
6- PERÍODO DE CARÊNCIA
LEI 8.213/1991: Art. 24. Período de carência é o
número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao
benefício, consideradas a partir do transcurso do
primeiro dia dos meses de suas competências.
Nesse sentido, para fins de carência, um dia de
trabalho, no mês, vale como contribuição para
aquele mês, para qualquer categoria de segurado,
nos termos do artigo 145, da Instrução Normativa
INSS 77/2015.
LEI 8.213/1991: Art. 24.

Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de


segurado, as contribuições anteriores a essa data só
serão computadas para efeito de carência depois
que o segurado contar, a partir da nova filiação à
Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço)
do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida para o benefício a
ser requerido.
Na hipótese do salário-maternidade da contribuinte
individual, da segurada especial e da facultativa,
considerando que a carência é de 10 contribuições
mensais, se houver perda da qualidade de segurada,
elas precisarão recolher por aproximação 04 novas
contribuições para a consideração das anteriores
após a nova filiação, pois 1/3 de 10 gera uma dízima
periódica simples (3,333).
No entanto, a normatização interna do INSS
promoveu uma aproximação para baixo, admitindo
que, para o salário-maternidade, nos casos em que
seja exigida carência mínima, deverá possuir no
mínimo três contribuições, sem perda da qualidade
de segurado, que somadas às anteriores deverá
totalizar dez contribuições.
Entende-se que esta regra acabou se tornando
parcialmente inócua para as aposentadorias por
idade, tempo de contribuição e especial, pois,
excepcionalmente, o artigo 3º, da Lei 10.666/2003,
dispensa a qualidade de segurado para a
concessão desses benefícios, bastando a
realização dos demais pressupostos legais, que
não precisará ser simultânea.
LEI 8.213/1991: Art. 25. A concessão das prestações
pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social
depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado
o disposto no art. 26:
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12
(doze) contribuições mensais;

II - aposentadoria por idade, aposentadoria por


tempo de serviço e aposentadoria especial: 180
contribuições mensais. (Redação dada pela Lei nº 8.870,
de 1994)
REGRA DE TRANSIÇÃO:

LEI 8.213/1991: Art. 142. Para o segurado inscrito na


Previdência Social Urbana até 24 de julho de 1991,
bem como para o trabalhador e o empregador rural
cobertos pela Previdência Social Rural, a carência
das aposentadorias por idade, por tempo de serviço
e especial obedecerá à seguinte tabela, levando-se
em conta o ano em que o segurado implementou
todas as condições necessárias à obtenção do
benefício: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
Ano de implementação das condições Meses de contribuição exigidos
1991 60 meses
1992 60 meses
1993 66 meses
1994 72 meses
1995 78 meses
1996 90 meses
1997 96 meses
1998 102 meses
1999 108 meses
2000 114 meses
2001 120 meses
2002 126 meses
2003 132 meses
2004 138 meses
2005 144 meses
2006 150 meses
2007 156 meses
2008 162 meses
2009 168 meses
2010 174 meses
2011 180 meses
A atual jurisprudência dominante do STJ passou a adotar um
posicionamento mais favorável ao segurado, no sentido de que, para os
inscritos na mudança do regime, mesmo que tenha havido a perda e a
reaquisição da qualidade de segurado após o advento da Lei 8.213/91, há
de se aplicar a tabela do artigo 142 da Lei 8.213/91:

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA


URBANA POR IDADE. INSCRIÇÃO ANTERIOR À DATA DE 24 DE JULHO DE 1.991.
PERDA DA CONDIÇÃO DE SEGURADA ANTES DA EDIÇÃO DA LEI N.º 8.213/91.
POSTERIOR RESTABELECIMENTO DESSA CONDIÇÃO. APLICAÇÃO DA REGRA DE
TRANSIÇÃO PREVISTA NO ART. 142 DA LEI N.º 8.213/91 CABÍVEL. 1. A jurisprudência
desta eg. Corte Superior entende que o segurado inscrito na Previdência Social Urbana
até 24 de julho de 1.991, ainda que nessa data não mais apresente a condição de
segurado, caso restabeleça relação jurídica com o INSS e volte a ostentar tal condição
após a Lei n.º 8.213/91, tem direito, na concessão de sua aposentadoria, à aplicação da
regra de transição prevista no art. 142 da mencionada lei. Precedente da eg. Terceira
Seção (6ª Turma, AgRg no REsp 501654, de 07/02/2013).
TNU/CONGELAMENTO DA CARÊNCIA: “Súmula
44 - Para efeito de aposentadoria por idade
urbana, a tabela progressiva de carência prevista
no art. 142 da Lei nº 8.213/91 deve ser aplicada
em função do ano em que o segurado completa a
idade mínima para concessão do benefício, ainda
que o período de carência só seja preenchido
posteriormente” (precedente: PEDILEF 0022551-
92208.4.01.3600”.
LEI 8.213/1991: Art. 25.
III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V
e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o
disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
9.876, de 26.11.99)
IV - pensão por morte: vinte e quatro contribuições mensais, salvo nos
casos em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de
aposentadoria por invalidez. (Incluído pela Medida Provisória nº 664, de
2014) (Vigência)
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência
a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições
equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. (Incluído
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
LEI 8.213/1991: Art. 26. Independe de carência a
concessão das seguintes prestações:
I - salário-família e auxílio-acidente; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 664, de 2014) (Vigência)

II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente


de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho,
bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de
Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da
Previdência Social, de acordo com os critérios de estigma, deformação,
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e
gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela
Medida Provisória nº 664, de 2014) (Vigência)
Atualmente, a Portaria Ministerial MPAS/MS nº
2.998, de 23-08-2001, lista as doenças graves que
dispensam a carência para a concessão da
aposentadoria por invalidez e do auxílio-doença:

“Art. 1º As doenças ou afecções abaixo indicadas


excluem a exigência de carência para a concessão
de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez
aos segurados do Regime Geral de Previdência
Social - RGPS:
I - tuberculose ativa;

II - hanseníase;

III- alienação mental;

IV- neoplasia maligna;

V – cegueira

VI - paralisia irreversível e incapacitante;


VII- cardiopatia grave;

VIII - doença de Parkinson;

IX - espondiloartrose anquilosante;

X - nefropatia grave;

XI - estado avançado da doença de Paget (osteíte


deformante);
XII - síndrome da deficiência imunológica
adquirida - Aids;

XIII - contaminação por radiação, com base em


conclusão da medicina especializada; e

XIV - hepatopatia grave.


Art. 2º O disposto no artigo 1º só é aplicável ao
segurado que for acometido da doença ou afecção
após a sua filiação ao RGPS”.
Como se trata de uma exceção, não é possível a interpretação
extensiva para inserir outras doenças supostamente graves para
dispensar a carência, conforme posicionamento do TRF da 4ª Região,
ao afirmar que “a doença lúpus eritematoso sistêmico não se inclui no
rol daquelas que dispensam a carência, ressaltando-se que tal lista é
exaustiva, não admitindo interpretação extensiva. Da mesma forma, os
critérios utilizados pelo Juízo a quo de gravidade e especificidade da
moléstia não podem ser utilizados enquadrar enfermidade que não
esteja expressamente prevista na lei” (Passagem do julgamento do AG
200704000121790, de 24.08.2007)
Art. 2º O disposto no artigo 1º só é aplicável ao
segurado que for acometido da doença ou afecção
após a sua filiação ao RGPS”.
Como se trata de uma exceção, não é possível a interpretação
extensiva para inserir outras doenças supostamente graves para
dispensar a carência, conforme posicionamento do TRF da 4ª Região,
ao afirmar que “a doença lúpus eritematoso sistêmico não se inclui no
rol daquelas que dispensam a carência, ressaltando-se que tal lista é
exaustiva, não admitindo interpretação extensiva. Da mesma forma, os
critérios utilizados pelo Juízo a quo de gravidade e especificidade da
moléstia não podem ser utilizados enquadrar enfermidade que não
esteja expressamente prevista na lei” (Passagem do julgamento do AG
200704000121790, de 24.08.2007)
No mesmo sentido o TRF da 3ª Região: “PREVIDENCIÁRIO.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. CARÊNCIANÃO
COMPROVADA. PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 2.998/01.
INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA.- A concessão do benefício de
aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença exige qualidade de segurado,
incapacidade para o trabalho e cumprimento decarência, quando exigida.-
Não cumprimento do período de carência de doze meses exigido pelo artigo
25, inciso I, da Lei nº 8.213/91.- Patologia diagnosticada não está
arrolada dentre as hipóteses constantes da Portaria Interministerial nº
2.998, de 23.08.2001, a qual, em atendimento ao disposto no artigo 26,
inciso II, da Lei nº 8.213/91, prevê as doenças em relação às quais se
afasta a exigência de carência.- Referido rol, contendo exceções à
regra, deve ser interpretado restritivamente.- Aplicável a autorização
legal de julgamento monocrático, prevista no artigo 557, caput, do Código de
Processo Civil.- Agravo ao qual se nega provimento” (AC 1742520, de
23/09/2013).
LEI 8.213/1991: Art. 26.

III - os benefícios concedidos na forma do inciso I


do art. 39, aos segurados especiais referidos no
inciso VII do art. 11 desta Lei;

IV - serviço social;

V - reabilitação profissional.
LEI 8.213/1991: Art. 26.

VI – salário-maternidade para as seguradas


empregada, trabalhadora avulsa e empregada
doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

VII - pensão por morte nos casos de acidente do


trabalho e doença profissional ou do
trabalho. (Incluído pela Medida Provisória nº 664,
de 2014) (Vigência)
LEI 8.213/1991: Art. 27. Para cômputo do período de
carência, serão consideradas as contribuições:

I - referentes ao período a partir da data da


filiação ao Regime Geral de Previdência Social, no
caso dos segurados empregados e trabalhadores
avulsos referidos nos incisos I e VI do art. 11;
LEI 8.213/1991: Art. 27.

II - realizadas a contar da data do efetivo


pagamento da primeira contribuição sem atraso, não
sendo consideradas para este fim as contribuições
recolhidas com atraso referentes a competências
anteriores, no caso dos segurados empregado
doméstico, contribuinte individual, especial e
facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos II,
V e VII do art. 11 e no art. 13. (Redação dada pela
Lei nº 9.876, de 26.11.99)
TNU - As contribuições previdenciárias recolhidas com
atraso devem ser consideradas para efeito de carência
desde que posteriores à primeira paga sem atraso e que o
atraso não importe nova perda da condição de segurado
(PEDILEF n.º 200670950114708 PR, Rel. Juiz Fed. Élio
Wanderley de Siqueira Filho, DJ 14 abr. 2008).- Hipótese na
qual o recorrente alega que o acórdão da Turma Recursal de
origem, mantendo a sentença de procedência do pedido de
aposentadoria por idade, divergiria da jurisprudência
dominante da TNU, segundo a qual é possível o recolhimento
de contribuições em atraso, desde que haja a manutenção da
qualidade de segurado.
- A TNU já firmou o entendimento quanto à possibilidade
de cômputo das contribuições previdenciárias recolhidas
a posteriori pelo contribuinte individual para efeitos de
carência, se não houver perda da qualidade de segurado.
No caso, o acórdão recorrido afirmou expressamente não
haver mais obrigatoriedade do requisito qualidade de
segurado, de forma que, pagas as contribuições, mesmo a
destempo, seria possível o seu cômputo para fins de carência
e, consequentemente, para obtenção da aposentadoria por
idade, o que diverge da jurisprudência desta TNU.
Como a recorrida não mais detinha a qualidade de
segurada quando do pagamento das contribuições em
atraso, referentes às competências de janeiro de 2002 até
setembro de 2009, uma vez que passou mais de quatro
anos sem contribuir, e tendo pago todo o período a partir
do dia que completou a idade exigida para a concessão
da aposentadoria por idade, tais contribuições recolhidas
em atraso, após perda da qualidade de segurado, não
podem ser computadas como carência, mas apenas como
tempo de contribuição.- Incidente de Uniformização
conhecido e provido para reformar a sentença e o acórdão
impugnados, julgando improcedente o pedido da autora”
(PEDILEF 50389377420124047000, de 08/03/2013).
STJ - “PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL.
APOSENTADORIA URBANA POR IDADE. CONTRIBUINTE
INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA EM ATRASO. CÔMPUTO PARA EFEITO DE
CARÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 27, II, DA LEI Nº 8.213/1991.
PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. É da data
do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso que se
inicia a contagem do período de carência quando se tratar de
contribuinte individual. 2. As contribuições previdenciárias
recolhidas em atraso, em período anterior ao primeiro
pagamento sem atraso, não podem ser consideradas para o
cômputo do período de carência, nos termos do art. 27, II, da
Lei n. 8.213/1991. Precedentes. 3.Recurso especial” (STJ, 2ª
Turma, REsp 1376961, de 28/05/2013).
EMPREGADO DOMÉSTICO - De acordo com o
entendimento do Ministério da Previdência Social,
através do Parecer 672/2012/CONJUR-
MPS/CGU/AGU, aprovado pela Portaria nº
264/2013/MPS, para benefício de salário-mínimo
(artigo 36 da Lei nº 8.213), não é necessária a
comprovação do primeiro recolhimento em dia,
devendo ser o vínculo laborativo comprovado nos
termos do artigo 55, §3º, e 108 da Lei nº 8.213.
A jurisprudência do STJ se firmou no sentido de
que é possível a consideração dos períodos em
que o segundo esteve em gozo de auxílio-doença
ou a aposentadoria por invalidez como carência
para a concessão de aposentadoria por idade, se
intercalados com períodos contributivos:
“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL.
CONVERSÃO DA APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ EM APOSENTADORIA POR IDADE.
REQUISITO ETÁRIO PREENCHIDO NA VIGÊNCIA
DA LEI 8.213/1991. DESCABIMENTO. CÔMPUTO
DO TEMPO PARA FINS DE CARÊNCIA.
INEXISTÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO EM PERÍODO
INTERCALADO. IMPOSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO
PROVIDO.
1. A Lei 8.213/1991 não contemplou a conversão de
aposentadoria por invalidez em aposentadoria por idade.
2. É possível a consideração dos períodos em que o
segurado esteve em gozo de auxílio-doença ou de
aposentadoria por invalidez como carência para a
concessão de aposentadoria por idade, se intercalados
com períodos contributivos.
3. Na hipótese dos autos, como não houve retorno do
segurado ao exercício de atividade remunerada, não é
possível a utilização do tempo respectivo” (2ª Turma,
REsp 1422081, de 24/04/2014).
Súmula 73, da TNU, “o tempo de gozo de auxílio-
doença ou de aposentadoria por invalidez não
decorrentes de acidente de trabalho só pode ser
computado como tempo de contribuição ou para
fins de carência quando intercalado entre
períodos nos quais houve recolhimento de
contribuições para a previdência social”.
7- SALÁRIO DE BENEFÍCIO E FATOR
PREVIDENCIÁRIO

LEI 8.213/1991 - Art. 28. O valor do benefício de


prestação continuada, inclusive o regido por norma
especial e o decorrente de acidente do trabalho,
exceto o salário-família e o salário-maternidade, será
calculado com base no salário-de-
benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
LEI 8.213/1991 - Art. 29. O salário-de-benefício
consiste: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de
26.11.99)

I - para os benefícios de que tratam as


alíneas b e c do inciso I do art. 18, na média
aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a oitenta por cento de
todo o período contributivo, multiplicada pelo fator
previdenciário; (Incluído pela Lei nº 9.876, de
26.11.99)
LEI 8.213/1991 - Art. 29.

II - para os benefícios de que tratam as


alíneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na média
aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a oitenta por cento de
todo o período contributivo. (Incluído pela Lei nº
9.876, de 26.11.99)
LEI 8.213/1991 - Art. 29.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.876, de


26.11.1999)

§ 2º O valor do salário-de-benefício não será


inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao do
limite máximo do salário-de-contribuição na data de
início do benefício.
LEI 8.213/1991 - Art. 29.

§ 3º Serão considerados para cálculo do salário-


de-benefício os ganhos habituais do segurado
empregado, a qualquer título, sob forma de moeda
corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha
incidido contribuições previdenciárias, exceto o
décimo-terceiro salário (gratificação
natalina). (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994)
LEI 8.213/1991 - Art. 29.

§ 4º Não será considerado, para o cálculo do salário-


de-benefício, o aumento dos salários-de-contribuição que
exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente
concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente
anteriores ao início do benefício, salvo se homologado
pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção
regulada por normas gerais da empresa, admitida pela
legislação do trabalho, de sentença normativa ou de
reajustamento salarial obtido pela categoria respectiva.
LEI 8.213/1991 - Art. 29.

§ 5º Se, no período básico de cálculo, o


segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,
sua duração será contada, considerando-se como
salário-de-contribuição, no período, o salário-de-
benefício que serviu de base para o cálculo da renda
mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao
valor de 1 (um) salário mínimo.
LEI 8.213/1991 - Art. 29.

§ 6o O salário-de-benefício do segurado especial


consiste no valor equivalente ao salário-mínimo,
ressalvado o disposto no inciso II do art. 39 e nos
§§ 3o e 4o do art. 48 desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 11.718, de 2008)

I - (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008)

II - (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008)


LEI 8.213/1991 - Art. 29.

§ 7o O fator previdenciário será calculado


considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida
e o tempo de contribuição do segurado ao se
aposentar, segundo a fórmula constante do Anexo
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de
26.11.99) (Vide Decreto nº 3.266, de 1.999)
LEI 8.213/1991 - Art. 29.

§ 8o Para efeito do disposto no § 7o, a


expectativa de sobrevida do segurado na idade da
aposentadoria será obtida a partir da tábua completa
de mortalidade construída pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
considerando-se a média nacional única para ambos
os sexos. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
LEI 8.213/1991 - Art. 29.
§ 9o Para efeito da aplicação do fator previdenciário, ao tempo de
contribuição do segurado serão adicionados: (Incluído pela Lei nº 9.876,
de 26.11.99)

I - cinco anos, quando se tratar de mulher; (Incluído pela Lei nº 9.876, de


26.11.99)

II - cinco anos, quando se tratar de professor que comprove


exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

III - dez anos, quando se tratar de professora que comprove


exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Eis a fórmula para o cálculo do fator previdenciário:

onde:
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria; e
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
LEI 8.213/1991 - Art. 29.

§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder a


média aritmética simples dos últimos doze salários-
de-contribuição, inclusive no caso de remuneração
variável, ou, se não alcançado o número de doze, a
média aritmética simples dos salários-de-
contribuição existentes. (Incluído pela Medida
Provisória nº 664, de 2014) (Vigência)
LEI 8.213/1991 - Art. 29-A. O INSS utilizará as
informações constantes no Cadastro Nacional de
Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as
remunerações dos segurados, para fins de cálculo
do salário-de-benefício, comprovação de filiação ao
Regime Geral de Previdência Social, tempo de
contribuição e relação de emprego.(Redação dada
pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
LEI 8.213/1991 - Art. 29-A.

§ 1o O INSS terá até 180 (cento e oitenta) dias,


contados a partir da solicitação do pedido, para
fornecer ao segurado as informações previstas
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.403, de
8.1.2002)
LEI 8.213/1991 - Art. 29-A.

§ 2o O segurado poderá solicitar, a qualquer


momento, a inclusão, exclusão ou retificação de
informações constantes do CNIS, com a
apresentação de documentos comprobatórios dos
dados divergentes, conforme critérios definidos pelo
INSS. (Redação dada pela Lei Complementar nº
128, de 2008)
LEI 8.213/1991 - Art. 29-A.

§ 3o A aceitação de informações relativas a


vínculos e remunerações inseridas
extemporaneamente no CNIS, inclusive retificações
de informações anteriormente inseridas, fica
condicionada à comprovação dos dados ou das
divergências apontadas, conforme critérios definidos
em regulamento. (Incluído pela Lei Complementar nº
128, de 2008)
LEI 8.213/1991 - Art. 29-A.

§ 4o Considera-se extemporânea a inserção de


dados decorrentes de documento inicial ou de
retificação de dados anteriormente informados,
quando o documento ou a retificação, ou a
informação retificadora, forem apresentados após os
prazos estabelecidos em regulamento. (Incluído
pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
LEI 8.213/1991 - Art. 29-A.

§ 5o Havendo dúvida sobre a regularidade do


vínculo incluído no CNIS e inexistência de
informações sobre remunerações e contribuições, o
INSS exigirá a apresentação dos documentos que
serviram de base à anotação, sob pena de exclusão
do período. (Incluído pela Lei Complementar nº 128,
de 2008)
LEI 9.876/1999
Art. 3o Para o segurado filiado à Previdência Social
até o dia anterior à data de publicação desta Lei, que vier
a cumprir as condições exigidas para a concessão dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no
cálculo do salário-de-benefício será considerada a média
aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,
correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo
o período contributivo decorrido desde a competência
julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II
do caput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a
redação dada por esta Lei.
LEI 9.876/1999
Art. 6o É garantido ao segurado que até o dia
anterior à data de publicação desta Lei tenha
cumprido os requisitos para a concessão de
benefício o cálculo segundo as regras até então
vigentes.
Art. 7o É garantido ao segurado com direito a
aposentadoria por idade a opção pela não aplicação
do fator previdenciário a que se refere o art. 29 da
Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta
Lei.
CNIS
Contudo, somente as informações validadas no CNIS serão utilizadas
pelo INSS, pois o referido cadastro possui marcas sobre os vínculos, a
saber:
Marca Amarela ou EXT-NT: para vínculo que foi registrado no sistema em momento ulterior estabelecido pela
legislação e que deverá ser confirmado após a apresentação de documentos pelo segurado;
Marca Amarela em Vínculos de Segurado Especial ou PEND: período do segurado especial registrado, mas
que ainda depende de confirmação;
Marca Verde ou EXT-DT: para vínculo extemporâneo analisado e confirmado pela autarquia previdenciária;
Marca Laranja ou EXT-IT: para vínculo extemporâneo analisado e não confirmado pela autarquia previdenciária;
Marca Roxa ou EXT-DP: para vínculo extemporâneo analisado e parcialmente confirmado pela autarquia
previdenciária;
Marca Vermelha com texto amarelo em Vínculos de Segurado Especial ou NEGAT: o tempo registrado como
segurado especial é negativo;
Marca Vermelha com “X” amarelo ou IRREG: vínculo considerado irregular;
Marca Vermelha com “S” em amarelo abaixo do menu RT: atesta a existência de reclamatória trabalhista;
Marca Azul: vínculo referente a Regime Próprio de Previdência Social;
Letra “R” em azul ao lado direito do vínculo: remuneração pendente de acerto;
Letra “A” azul ao lado direito do Vínculo: vínculo alterado pela Previdência Social;
Asterisco Verde ao Lado Esquerdo do Vínculo: vínculo com faixa crítica, ou seja, há mais de um segurado com
o mesmo número de inscrição ou outras situações análogas.

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