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Governos Kennedy, Johnson e Nixon

As atuações presidenciais de John F. Kennedy, Lyndon B. Johnson e Richard Nixon


foram conduzidas por diferenças principalmente presentes na comunicação destes com o
público americano e também pela rivalidade entre os EUA e a União Soviética. Esses 3
presidentes norte americanos governaram entre os anos de 1961 até 1974. Em conjunto,
seus governos representam 13 anos da política norte-americana. Contudo, o envolvimento
dos EUA na Guerra do Vietnã iniciou alguns anos antes da presidência de Kennedy,
(desde Einsenhower) e continuou até depois da saída de Nixon (até Ford). Sendo assim, a
Guerra do Vietnã durarou entre aproximadamente 1955 e acabou somente em 1975. A
década de 1960 e 1970 seria marcada, principalmente, pela turbulência e constantes
mudanças políticas e sociais nos Estados Unidos, dificultando e encurtando cada um
desses termos presidenciais. A Guerra Fria é explicada a partir de 3 fases conhecidas
como: a Confrontação (entre 1948 e 1962), Détente (entre 1962 e 1978) e finalmente o
Rapprochement (de 1978 a 1992). Grande parte da década de 1960 consistiria na
tentativa de criar um equilíbrio do terror atô mico, na corrida espacial, e o que em
seu texto, Saraiva chamaria de: ““a queda de braço” entre Washington e Moscou””.

A política de Détente permeou o final dos anos 60 e permaneceu como tá tica da


política norte americana em suas relaçõ es com a Uniã o Soviética durante a década
de 1970. Essa época foi marcada por uma “consertaçã o” entre as duas potências.
Saraiva descreve a época como sendo marcada por “uma passagem entre a
coexistência pacífica e a política de détente”. (SARAIVA, Pg. 233) Além de
adversá rios, os dois países finalmente se apresentariam como parceiros- algo
histó rico naquele momento. Com isso a confrontaçã o tornou-se indireta, emergindo
mais visivelmente em conflitos localizados na Á sia, Á frica e no Oriente Pró ximo.

Kennedy, representante do partido democrata, ficou conhecido por se tornar o presidente


mais novo dos EUA (com 43 anos). Vale ressaltar que o seu oponente durante as eleições
tinha sido o vice-presidente Republicano na época, Richard Nixon. A Guerra do Vietnã
já estava em percurso quando o Presidente Kennedy assumiu junto com Robert
McNamara, seu secretario de defesa. Kennedy deu continuidade as políticas de
Eisenhower, e sua intencao era deixar com que o Vietna do Sul lutasse e ganhasse a
sua pró pria guerra. O encontro de Kennedy com Khruchtchev em Viena em 1961 são
citados por Saraiva por ter simbolizado importantes “mudanças que se processariam
lentamente ao longo da década de 1960.” (SARAIVA, Pg. 233) Kenndy entrou para a
presidencia com grande apoio do público, grandemente reconhecido pelo seu carisma e
alto engajamento nas políticas públicas internas. Contudo, a nova política de détente
nã o foi capaz de conter o confrontos e desconfianças, que se tornaram latentes com
a construçã o do Muro de Berlim e a Crise Cubana dos Mísseis. O governo de Kennedy
durou apenas de 1960 a 1963, tendo um fim trágico, onde o mesmo foi assassinado.
Contudo, ao depassar do tempo, os EUA passariam a aumentar o envolvimento na
guerra.

Lyndon B. Johnson substituiria Kennedy após a sua morte. Johnson assegurou sua
reeleição novamente em 1964, servindo até 1969. Desde o início da sua presidência, o
presidente deixou clara a sua preferência palas politicas domésticas às externas. Talvez o
ponto mais marcante na sua política externa tenha sido o expressivo aumento do número
de militares americanos enviados para a Guerra do Vietnã, No ano do início da sua
presidência haviam apenas 15,000 soldados americanos no Vietna. Contudo, no final,
(1968) o número atingiu uma contagem exorbitante de 500,000. Apesar de saberem que
nã o ganhariam a guerra, os lideres mantiveram as suas tropas no pais, levando a
milhares de casualidades e perdas para os norte-americanos que seriam julgadas
desnecessá rias. A desonestidade do presidente Johnson e McNamara com o povo
americano seria exposta e altamente criticada nos anos seguintes. A retó rica dos
mesmos constituía em falta esperança para o povo com relacao aà guerra e exageros
que minimizavam as perdas dos EUA. Esse seria o maior erro do seu governo, o fato de
não demonstrar transparência com a população. As açõ es tomadas pelos membros da
administraçã o de Johnson, em conjunto com os erros cometidos por McNamara, e
suas inabilidades e falta de reconhecimento sobre seus erros contribuiriam para o
declínio da confiança do povo americano com seus líderes. Após a ofensiva de Tet de
1968, quando os Vietkongs aumentaram a força dos ataques ao sul do Vietnã, a opinião
pública norte americana mudou drasticamente ao ver as causalidades. A incoerência na
fala do presidente gerou uma falta de credibilidade e grande insatisfação da sociedade
com o seu governo. Johnson terminaria seu termo em 1968, desistindo de concorrer
novamente.

Em seguida, Richard Nixon se candidata novamente, com a promessa de que traria


os militares americanos da Guerra no Vietnã de volta para casa. A campanha de
Nixon prometeu estabilidade, lei e ordem apó s um período de fortes conflitos
internos nos EUA. O mesmo ganhou as eleiçõ es de 1968 e serviu até a sua
resignaçã o em 1974. Essa fase trouxe inovaçõ es e permitiu negociaçõ es para limitar
o uso e possessã o de armas nucleares. O primeiro marco dessas mudanças advindas
do período de Détente seria o TNP (tratado de nã o-proliferaçã o de armas nucleares)
em julho de 1968, e a concordâ ncia à inspeçã o da AIEA (Agencia internacional de
Energia Atô mica), criada pela ONU em 1956. O segundo marco da concerto das duas
potencias foi o Plano Salt, também conhecido como “Strategic Arms Limitation
Talks” ocorridas em 1968, que foram as reuniõ es entre os soviéticos e norte-
americanos.

O governo Republicano de Nixon se dispô s a manter dialogo com os Soviéticos,


contudo sem confiar 100% neles. O processo Salt teve duas partes: a primeira onde
Nixon e Brejnev assinaram o acordo Salt em 1972 em Moscou, prevendo o
congelamento do desenvolvimento e da produçã o de armas estratégicas por 5 anos,
assim como o controle sobre os mísseis intercontinentais e lançadores balísticos
submarinos. Estabelecendo assim, uma continuaçã o e ampliaçã o da política de
détente que se estenderia de 1969 até 1979. A visita de Nixon à Uniã o Soviética
inevitavelmente gerou uma esperança de paz e equilíbrio nas relaçõ es
internacionais. Os dois presidentes se encontraram um total de 4 vezes, algo que
acentuou a necessidade de melhor comunicaçã o e contato entre os dois países. Uma
conseqü ência positiva da détente, foi a reativaçã o dos fluxos comerciais e
financeiros anteriormente estagnados entre os países do ocidente e oriente. Porém,
Saraiva ressalta que a convivência entre os dois países, nã o significou uma
inexistência automá tica de tensõ es entre Moscou e Washington. As mudanças
conceituais na política internacional da China, tornaram-se visíveis quando Nixon
foi à Pequim em Fevereiro de 1972. O equilíbrio na Á sia aproximou
consequentemente os chineses dos norte-americanos. (SARAIVA, Pg. 245)
O inicio da guerra foi bastante apoiado pelo pú blico. Esse apoio inicial duraria até
1966, quando de repente acontece uma mudança nas opiniõ es pú blicas, provocada
pela má administraçã o e atuaçã o do governo. Watergate acompanhado de outros
escandalos pú blicos dos governos norte americanos, arruinaram completamente a
confiança que a populaçã o tinha nos seus lideres. Possivelmente o evento que mais
corroeu a fé que publico tinha nos seus lideres, e que desenvolveu fortes críticas e
ceticismo no pais, foi a Guerra no Vietnã . Sobretudo, a intervençã o militar dos EUA
nas Guerras da Indochina foi altamente influenciada pela mídia e opiniã o publica
que se chocou com as crueldades da guerra. Em 1973 a retirada das tropas
americanas do Vietnã finalmente aconteceu. Em apenas 3 anos, a reunificaçã o do
Vietnã comunista também ocorre. As crises econô micas que se entre 1962 a 1979
também deixaram o sistema internacional vulnerá vel ao abalar a produçã o,
comércio e economia internacional durante o período de détente. As relaçõ es entre
os EUA e a Uniã o Soviética oscilaram entre a cooperaçã o e desconfiança, se
modificando para o antagonismo emergente mais uma vez no final da década de
1970 e no início dos anos 1980. Assim, os anos 1970 foram compostos pela
diversificaçã o de interesses no sistema internacional, dos sonhos frustrados das
periferias ao perceberem uma impotência frente à s decisõ es internacionais.
Finalmente essas mudanças profundas também englobariam a balança de poder
internacional ao longo das décadas de 1980 e 1990.

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