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As Testemunhas de Jeová e A Educação
As Testemunhas de Jeová e A Educação
TESTEMUNHAS
DE JEOVÁ
E A EDUCAÇÃO
O objetivo desta brochura
SPINOZA, fil ósofo holandês, escreveu: “Tenho-me esfor çado a n ão rir das aç ões hu-
manas, nem chorar por elas, nem odi á-las, mas compreendê-las.” Se o senhor ou a
senhora for professor ou professora, confronta-se com o desafio de tentar com-
preender os conceitos, a formaç ão e as convic ç ões dos estudantes aos seus cuidados,
incluindo os alunos que s ão filhos de Testemunhas de Jeová. Ocasionalmente, esses
estudantes talvez adotem uma atitude que parece inconvencional em certas ques-
tões. No entanto, quando essas aç ões resultam claramente das convic ç ões religiosas
e morais do aluno, merecem receber aten ç ão. Esta brochura é publicada pela Asso-
ciaç ão Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (a editora das Testemunhas de Jeová) e
se destina a ajudá-lo a compreender melhor os estudantes que s ão Testemunhas de
Jeová. Esperamos que tome tempo para l ê-la com aten ç ão.
Compreender as cren ças religiosas de outra pessoa n ão exige que as aceite ou
adote, e transmitir informaç ões n ão é proselitismo. Esta brochura n ão procura im-
por os conceitos religiosos das Testemunhas de Jeová ao professor, nem tampouco
aos alunos. Queremos simplesmente dar-lhe informaç ões sobre quais s ão os princ í-
pios e as cren ças ensinados a alguns dos seus alunos pelos pais deles, para que lhe
seja mais fácil compreender os filhos de Testemunhas de Jeová e cooperar com
eles. Naturalmente, aquilo que se ensina aos filhos talvez nem sempre seja coeren-
te com o que eles fazem, visto que cada crian ça aprende a desenvolver a sua pr ó-
pria consci ência.
Iguais à maioria dos pais, as Testemunhas de Jeová querem que seus filhos tirem
o máximo proveito da educaç ão escolar. Para esse fim, ensinam os filhos a cooperar
com os professores. Os pais que s ão Testemunhas de Jeová, e seus filhos, por sua
vez apreciam quando os professores os tratam com compreens ão e respeito.
As Testemunhas de Jeová s ão cristãos conhecidos no mundo inteiro. No entanto,
às vezes n ão s ão compreendidas. Esperamos, por isso, que esta brochura o ajude a
compreender melhor os filhos das Testemunhas de Jeová que tem aos seus cuida-
dos. Esperamos especialmente que compreenda por que, em certas situaç ões espe-
c íficas, eles talvez reivindiquem o direito de ser diferentes.
CAPA: Faraó: The Complete Encyclopedia of Illustration/J. G. Heck. PÁGINA 32: pirâmides: do livro The Pictorial History of the World;
borboleta: The Complete Encyclopedia of Illustration/J. G. Heck
Conteúdo
PÁGINA 4
Como as
Testemunhas de
Jeová encaram
a educaç ão
PÁGINA 10
Programas
educacionais
PÁGINA 14
O desafio da
diversidade
religiosa
PÁGINA 19
Valores morais
que merecem
ser respeitados
PÁGINA 27
O papel dos pais
PÁGINA 31
Conclus ão
A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o 5
“A educaç ão deve ajudar seus hábitos de trabalho e o treina-
mento que receberam, especialmen-
as pessoas a se tornarem te sua capacidade de adaptaç ão a mu-
membros úteis da sociedade. danças, ser ão para eles de valor ainda
Deve tamb ém ajud á-las a maior. Por conseguinte, é melhor que
os estudantes se tornem adultos, con-
valorizar sua heran ça cultural
forme o expressou Montaigne, ensaís-
e a viver uma vida ta da Renascença, tendo ‘uma cabe ça
mais satisfatória.” bem feita em vez de uma cabe ça bem
— Enciclop édia Delta Universal
cheia’.
O desemprego, que afeta tanto paí-
ses ricos como pobres, muitas vezes
ameaça os jovens insuficientemente
habilitados. Portanto, se o mercado de
trabalho exige treinamento adicional
ao mínimo exigido por lei, cabe aos
pais orientar os filhos na decisão so-
bre adquirir uma educaç ão suplemen-
tar, avaliando tanto os prováveis be-
nefícios como os sacrifícios que podem
advir desses estudos adicionais.
No entanto, é provável que concor-
de que o êxito na vida envolve mais do
que apenas a prosperidade material.
Nos últimos tempos, homens e mulhe-
res que toda a vida ficaram absortos
na sua carreira perderam tudo ao fi-
carem sem emprego. Alguns pais sa-
crificaram a vida familiar e o tempo
que poderiam ter passado com os fi-
lhos, assim não os ajudando a crescer,
porque estavam totalmente absortos
no trabalho secular.
É evidente que a educaç ão equili-
brada precisa levar em conta que é ne-
cessário mais do que a prosperidade
material para que sejamos realmente
felizes. Jesus Cristo declarou: “Est á
Galleria degli Uffizi, Florença
6 A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o
A descontraç ão salutar, a música,
os passatempos, os exerc ícios
físicos, bem como as visitas
a bibliotecas e a museus,
desempenham todos um papel
importante na educaç ão equilibrada
10 A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o
tiram proveito de diversos programas Aplique-se à Leitura e à Escrita em
e escolas educacionais, administrados mais de cem idiomas.
pela Sociedade Torre de Vigia ou suas Esses programas de alfabetizaç ão fo-
congêneres. Isso tem ajudado as Teste- ram reconhecidos pelas autoridades
munhas de Jeová e outros a melhorar educacionais nos países em que foram
em sentido intelectual, moral e espiri- realizados. No M éxico, por exemplo,
tual. um funcionário público escreveu: “Sou
Por exemplo, em muitos pa íses, as grato pela vossa cooperaç ão, e, da par-
Testemunhas de Jeov á se confronta- te do governo do estado, transmito-vos
ram com um desafio especial — como as mais sinceras felicitaç ões pelo vosso
ensinar pessoas que tiveram pouca ou nobre trabalho progressivo em benefí-
nenhuma oportunidade de receber a cio do povo, de trazer aos analfabetos
devida educaç ão escolar e que, por isso, a luz do conhecimento. . . . Faço votos
não sabem ler ou escrever. Para aten- de bom êxito à vossa obra educacional.”
der a essa necessidade, as Testemu-
nhas de Jeová organizaram programas Treinamento adicional
de alfabetizaç ão. Por darem muita importância ao seu
Por exemplo, na Nigéria, aulas de trabalho de educaç ão bíblica, as Teste-
alfabetização j á são dadas pelas Teste- munhas de Jeová esfor çam-se a melho-
munhas de Jeov á desde 1949. Por meio rar sua habilidade de explicar os ensi-
dessas aulas, milhares de pessoas na nos bíblicos a outros. Por exemplo, em
Nigéria aprenderam a ler. Uma pes- cada uma das mais de 119 mil congre-
quisa mostrou que mais de 90% das gaç ões em todo o mundo, os estudantes
Testemunhas de Jeov á na Nig éria recebem treinamento para desenvolver
eram alfabetizadas, em comparaç ão habilidades na leitura e na arte de fa-
com menos de 50% do restante da po- lar em público. Mesmo os mais jovens,
pulaç ão. No M éxico, as Testemunhas assim que aprendem a ler, podem ma-
de Jeov á mant êm aulas de alfabeti- tricular-se e receber esse treinamen-
zaç ão desde 1946. Em um ano, mais to, que se mostra útil para eles em ou-
de 6.500 pessoas foram ensinadas a tros campos, incluindo sua instru ç ão
ler e a escrever. E mais de 100 mil na escola secular. Muitos professores
pessoas foram ajudadas a serem al- têm comentado que os estudantes que
fabetizadas. Organizaram-se tam- s ão Testemunhas de Jeov á tendem a
b ém aulas de alfabetizaç ão em mui- expressar-se muito bem.
tos outros pa íses, tais como Bol ívia, Al ém disso, cada congregaç ão das
Camar ões, Nepal e Z âmbia. As Tes- Testemunhas de Jeová é incentivada a
temunhas de Jeov á produziram mais ter no seu pr óprio Salão do Reino, ou
de 7 milh ões de c ópias da brochura lugar para reuni ões, uma biblioteca
A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o 11
com comp êndios bíblicos, dicionários e riedade de publicaç ões, para atender
outras obras de refer ência. Essa biblio- às necessidades dos jovens e dos adul-
teca está à disposiç ão de todos os que tos.
frequentam as reuni ões no Sal ão do
Reino. Nas suas congregaç ões, incen- Treinamento avançado
tiva-se cordialmente a leitura, e cada As Testemunhas de Jeov á tam-
família tamb ém é exortada a ter sua b ém administram escolas para o trei-
pr ópria biblioteca, com uma ampla va- namento de missionários de ambos os
A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o 13
O desafio da
diversidade religiosa
Na qualidade de professor, v ê-se confrontado com
um desafio raras vezes encontrado por instrutores
nos séculos passados: a diversidade religiosa.
14 A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o
Aniversários natal ícios
Podem surgir até mesmo mal-enten- Testemunhas de Jeová
didos a respeito de comemoraç ões que Uma religião mundial
parecem ter pouca ou nenhuma rela-
ç ão com a religião. Isso se dá com os
anivers ários natalícios, celebrados em Testemunhas de
muitas escolas. Embora as Testemu- País Jeová ativas
nhas de Jeová respeitem o direito de Alemanha 166.262
outros comemorarem anivers ários na- Argentina 150.171
talícios, sem dúvida deve estar bem a Brasil 794.766
par de que elas preferem não partici-
Col ômbia 166.049
par em tais comemoraç ões. Mas talvez
desconhe ça os motivos de elas e seus fi- Congo, Rep.
Dem. do 216.024
lhos terem decidido não participar nes-
sas comemoraç ões. EUA 1.243.387
Le livre de religions (O Livro de Re- Filipinas 196.249
ligiões), uma enciclop édia amplamente It ália 251.650
distribu ída na Fran ça, classifica esse Japão 215.703
costume como rito e o alista entre “ri- México 829.523
tos seculares”. Embora hoje as come-
Nigéria 362.462
moraç ões de anivers ários sejam consi-
deradas um inocente costume secular, Ucr ânia 150.906
na realidade têm suas raízes no paga- Z âmbia 178.481
nismo.
The Encyclopedia Americana (edi-
ç ão de 1991) declara: “O mundo anti-
go do Egito, da Gr écia, de Roma e da anivers ários natalícios era importan-
Pérsia celebrava os anivers ários nata- te, nos tempos antigos, principalmente
lícios de deuses, reis e nobres.” Os au- porque a data do nascimento era essen-
tores Ralph e Adelin Linton revelam cial para se fazer um hor óscopo.” A li-
os motivos subjacentes disso. Escrevem gaç ão direta com a astrologia é moti-
no seu livro The Lore of Birthdays vo de grande preocupaç ão para todos
(A Doutrina dos Anivers ários Natal í- os que evitam a astrologia por causa
cios): “A Mesopotâmia e o Egito, ber ços do que a Bíblia diz sobre ela. — Isaías
da civilizaç ão, foram tamb ém as pri- 47:13-15.
meiras terras em que os homens lem- Não surpreende, portanto, que lei-
bravam e honravam seus anivers ários amos na Enciclop édia Delta Uni-
natal ícios. A guarda de registros de versal: “Os primeiros crist ãos n ão
A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o 15
celebravam [o] nascimento [de Cris- tamb ém têm muito prazer em demons-
to] porque consideravam a comemora- trar seu amor à família e a amigos por
ção do aniversário um costume pagão.” dar-lhes presentes e passar com eles
— Volume 10, página 5608. momentos agradáveis. No entanto, em
Com isso em mente, as Testemunhas vista da origem das comemorações de
de Jeov á decidem n ão participar em aniversários natalícios, preferem fazer
festividades de aniversários natalícios. isso em outras ocasiões durante o ano.
O nascimento duma criança certamen- — Lucas 15:22-25; Atos 20:35.
te é um acontecimento feliz e mara- Natal
vilhoso. É natural que todos os pais O Natal é comemorado em todo o
se alegrem ao passo que seus filhos mundo, mesmo em países que não s ão
crescem e se desenvolvem a cada ano cristãos. Visto que é uma festa aceita
que passa. As Testemunhas de Jeov á pela maioria das religiões da cristan-
A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o 17
jum. Carlos II restabeleceu a festa,
O que os filhos dizem mas os escoceses aderiram ao concei-
“Embora não ganhe presentes no meu to puritano.” Os primeiros cristãos não
aniversário natalício, meus pais ainda assim comemoravam o Natal, nem o come-
me dão presentes em outras ocasiões. Gos- moram hoje as Testemunhas de Jeová,
to disso, porque são surpresas para mim.” nem participam em atividades relacio-
— Gregory, de 11 anos. nadas com o Natal.
“O jeito como a maior parte da garota- No entanto, a Bíblia fala favoravel-
da encara o Natal é que ele é apenas uma mente sobre dar presentes ou convidar
ocasião de muitos presentes. Mas eu recebo a família e amigos para uma refeiç ão
presentes e vou a lugares o ano todo. Minha
alegre em outras ocasiões. Ela incenti-
família tem me levado a outros países, tais
como Fiji, Nova Zelândia e o Brasil.” — Ca- va os pais a treinar os filhos para ser
leb, de 10 anos. sinceramente generosos, em vez de dar
“Eu me divirto com minhas amigas, e presentes apenas quando socialmente
de vez em quando nos surpreendemos umas se espera isso. (Mateus 6:2, 3) Os filhos
às outras com presentes.” — Nicole, de das Testemunhas de Jeová s ão ensina-
14 anos. dos a ser tolerantes e respeitosos, e isso
“Muitos na escola me perguntam como eu inclui reconhecer o direito de outros de
aguento ficar sem o Natal ou outras festivi- comemorar o Natal. Apreciam, por sua
dades. Eu não fico sem divertimentos. Mi- vez, quando se respeita a sua decis ão de
nha família e eu muitas vezes fazemos coi- não participar nas comemoraç ões na-
sas juntos. Temos amigos maravilhosos com
talinas.
quem passamos férias. Vamos acampar e es-
quiar, e frequentemente nos reunimos na Outras celebra ç ões
nossa casa. Acho que, se os outros soubes- As Testemunhas de Jeová adotam a
sem o quanto nos divertimos, ficariam sur-
mesma posiç ão para com outros feria-
presos!” — Andriana, de 13 anos.
dos religiosos ou semirreligiosos, que
“Nunca me sinto excluído por não cele-
em diversos países ocorrem durante o
brar o Natal ou outras festividades. Duran-
te esses feriados, quando não temos aula ano letivo, tais como as Festas Juninas
e papai não está trabalhando, jogamos, va- no Brasil, a Epifania na França, o Car-
mos ao cinema, vemos TV. Passamos muito naval no Brasil e na Alemanha, o Set-
tempo juntos, fazendo coisas em família.” subun no Japão e o Halloween (Dia das
— Brian, de 10 anos. Bruxas) nos Estados Unidos. Com re-
laç ão a essas e a outras comemoraç ões
espec íficas, não mencionadas aqui, os
Parlamento, proibiram qualquer festa pais ou seus filhos, como Testemunhas
ou ofícios religiosos, à base de que [o de Jeová, certamente ter ão prazer em
Natal] era uma festividade pagã, e or- responder a quaisquer perguntas que
denaram que fosse guardado como je- tenha sobre isso.
18 A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o
Valores morais
que merecem ser respeitados
Em toda a Hist ória, homens e mulheres corajosos tomaram posi ç ão contra
o modo de pensar popular na sua época. Suportaram tirania pol ítica, religiosa
e racial, muitas vezes entregando sua vida a favor da sua causa.
20 A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o
“Devolvei, pois, o que é de César a César,
e o que é de Deus, a Deus.”
— Mateus 22:21, A Bíblia de Jerusalém
Na realidade, as Testemunhas de Jeová Três jovens hebreus
acreditam que os atuais governos hu-
manos constituem um “arranjo de negaram-se a se curvar
Deus”, permitido por ele. De forma diante duma estátua
que acham estar sob a ordem divina erguida pelo rei babilônio
de pagar impostos e de respeitar es-
sas “autoridades superiores”. (Roma-
Nabucodonosor
nos 13:1-7) Isso est á em harmonia com
a famosa declaração de Cristo: “Devol- “A bandeira, como a cruz, é sagra-
vei, pois, o que é de César a César, e da. . . . As normas e os regulamentos
o que é de Deus, a Deus.” — Mateus relativos à atitude humana para com
22:21, A B íblia de Jerusal ém, cat ó- os estandartes nacionais usam pala-
lica. vras fortes, expressivas, como: ‘Culto à
Alguns talvez perguntem: ‘Mas, en- Bandeira’, . . . ‘Reverência à Bandei-
t ão, por que não honram as Testemu- ra’, ‘Devo ção à Bandeira’.” (O grifo é
nhas de Jeová a bandeira por saudá- nosso.) — The Encyclopedia Ameri-
la?’ É porque encaram a saudaç ão à cana.
bandeira como ato de adoração, mas a “Os crist ãos negaram-se a . . . ofe-
adoração pertence a Deus; assim, não recer sacrif ícios ao gênio do impe-
podem conscienciosamente adorar al- rador [romano] — o que hoje em dia
guém ou alguma coisa a não ser a Deus. equivale aproximadamente a negar-se
(Mateus 4:10; Atos 5:29) Por isso apre- a fazer contin ência à bandeira ou a
ciam quando os professores respeitam repetir o juramento de lealdade.”
essa convicção e permitem que os fi- — Those About to Die (Os Que Est ão
lhos de Testemunhas de Jeová acatem Para Morrer) (1958), de Daniel P. Man-
as suas crenças. nix, página 135.
Não surpreende que as Testemu- As Testemunhas de Jeov á tam-
nhas de Jeová não sejam as únicas a b ém n ão pretendem desrespeitar
crer que a saudação à bandeira se rela- nenhum governo ou seus governan-
ciona com a adoração, conforme mos- tes com a recusa de saudar a bandei-
tram os seguintes coment ários: ra. O caso é que não se curvar ão ou
“As primitivas bandeiras tinham saudarão, num ato de adoração, qual-
caráter quase que puramente religio- quer imagem que represente o Esta-
so. . . . A ajuda da religi ão parece sem- do. Consideram isso como similar à po-
pre ter sido procurada para dar santi- si ção adotada nos tempos bíblicos por
dade às bandeiras nacionais.” (O grifo três jovens hebreus, que se negaram
é nosso.) — Encyclopædia Britan- a se curvar diante da est átua erguida
nica. na planície de Dura pelo rei babil ônio
A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o 23
O direito dos pais
Alguns princípios de Hoje em dia, a maioria dos pa íses
moral observados pelas respeita o direito dos pais de dar aos
Testemunhas de Jeová filhos instrução religiosa em harmonia
com as suas convicções. Todas as re-
No que se refere aos valores morais, as ligi ões apoiam esse direito, conforme
Testemunhas de Jeová ensinam aos fi-
ilustrado pela lei canônica ainda em vi-
lhos que se mantenham afastados de con-
gor na Igreja Cat ólica: “Os pais, ten-
dutas, práticas ou mesmo atitudes que,
do dado a vida aos filhos, t êm a gra-
embora comuns no mundo atual, podem
víssima obrigação e gozam do direito
prejudicar tanto a eles como a outros.
de educá-los; por isso, é obrigação pri-
(Tiago 1:27) De modo que informam os fi-
lhos sobre o perigo das drogas e de ou- mordial dos pais crist ãos cuidar da
tras práticas, tais como fumar cigarros educaç ão crist ã dos filhos, segundo
e abusar de bebidas alco ólicas. (Provér- a doutrina transmitida pela Igreja.”
bios 20:1; 2 Coríntios 7:1) Creem na im- — Cânone 226.
portância da honestidade e da diligência. As Testemunhas de Jeov á não pe-
(Efésios 4:28) Ensinam os filhos a evi- dem nada mais do que isso. Como pais
tar a linguagem obscena. (Efésios 5:3, 4) que se importam com os filhos, procu-
Ensinam-lhes tamb ém viver segundo os ram incutir neles os verdadeiros valo-
princípios bíblicos sobre a moralidade se- res crist ãos, bem como o amor ao pró-
xual e a ter respeito pela autoridade, ximo e o respeito pela propriedade dos
bem como pela pessoa e pela proprieda- outros. Seguem o conselho que o ap ós-
de dos outros. (1 Coríntios 6:9, 10; Tito tolo Paulo deu aos crist ãos em Éfe-
3:1, 2; Hebreus 13:4) Creem sinceramen- so: “Pais, não tratem os seus filhos de
te que viver segundo esses princípios é tal maneira que eles fiquem irritados.
nos melhores interesses dos seus filhos. Ao contrário, vocês devem cri á-los com
disciplina e de acordo com os ensina-
mentos crist ãos.” — Efésios 6:4, A B í-
Nabucodonosor. (Daniel, cap ítulo 3) blia na Linguagem de Hoje.
Por isso, enquanto outros fazem a sau-
dação e recitam o juramento de lealda- Fam ílias divididas
de, os filhos das Testemunhas de Jeová quanto à religião
s ão ensinados a seguir sua consci ên- Em algumas fam ílias, s ó o pai ou
cia treinada pela Bíblia. Portanto, re- a m ãe é Testemunha de Jeová. Nesse
freiam-se silenciosa e respeitosamente caso, incentiva-se o cônjuge que é Tes-
de participar nisso. Por motivos simi- temunha de Jeová a reconhecer o di-
lares, os filhos das Testemunhas de reito do outro cônjuge, que não é Tes-
Jeová decidem não participar em can- temunha de Jeová, de tamb ém instruir
tar ou em tocar hinos nacionais. os filhos segundo suas convicções re-
24 A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o
ligiosas. Os filhos expostos a concei- cis ões tomadas por Testemunhas de
tos religiosos diferentes sofrem pou- Jeová jovens ou por outros estudantes
cos, ou nenhuns, efeitos prejudiciais.1 no que se refere a certas atividades ou
Na pr ática, todos os filhos ter ão de tarefas na escola. Confiamos em que
decidir que religi ão ir ão seguir. Na- tamb ém concorde com o princípio da
turalmente, nem todos os jovens de- liberdade de consci ência.
cidem seguir os princípios religiosos
dos pais, quer sejam Testemunhas de Os filhos são incentivados
Jeová, quer não. a se interessar pelos outros
O direito dos filhos
à liberdade de consciência
Deve tamb ém saber que as Teste-
munhas de Jeov á d ão muita impor-
t ância à consci ência crist ã individual.
(Romanos, cap ítulo 14) A Conven ç ão
Sobre os Direitos da Criança, adota-
da pela Assembleia Geral das Nações
Unidas em 1989, reconheceu o direi-
to da criança “à liberdade de pensa-
mento, consci ência e religi ão” e o di-
reito de expressar uma opini ão e de
ter essa opini ão levada em considera-
ção em qualquer assunto ou procedi-
mento que afete a criança.
Não h á duas crian ças exatamente
iguais. Portanto, pode esperar razoa-
velmente algumas variaç ões nas de-
1 A respeito de filhos em fam ílias de re-
ligi ões mistas, Steven Carr Reuben, Ph.D., no
seu livro Raising Jewish Children in a Con-
temporary World (Criar Filhos Judeus no
Mundo Contempor âneo), menciona o seguin-
te: “Os filhos ficam confusos quando os pais
levam uma vida de negaç ão, confus ão, segredo
e evitaç ão de quest ões religiosas. Quando os
pais s ão francos, honestos e expl ícitos sobre
as suas pr óprias cren ças, valores e normas de
celebraç ões, os filhos crescem com um tipo de
seguran ça e senso de valor pr óprio no dom ínio
religioso, que é muito crucial para o desenvol-
vimento do respeito pr óprio geral e para a
conscientizaç ão do seu lugar no mundo.”
A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o 25
O papel
dos pais
Sem d úvida, na atual sociedade
humana, criar filhos para se
tornarem adultos equilibrados
n ão é tarefa fácil.
28 A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o
Colaboradores,
n ão competidores
As Testemunhas de
No entanto, surgem problemas
quando os pais deixam de colaborar Jeov á acham que seus
com os professores. Alguns pais, por filhos se saem melhor
exemplo, s ão completamente indife-
quando os pais cooperam
rentes à educação que seus filhos rece-
bem; outros tentam competir com os com os professores, tendo
professores. Um jornal francês disse a interesse ativo e prestimoso
respeito dessa situação: “O professor na educaç ão dos filhos
não é mais o único capitão a bordo. Os
pais, obcecados em que seus filhos te-
nham êxito, examinam minuciosamen-
te os comp êndios escolares, julgam e
criticam os métodos de ensino, e rea-
gem instantaneamente às primeiras
notas baixas de seus filhos.” Ações as-
sim podem limitar as prerrogativas
dos professores.
As Testemunhas de Je ov á acham
que seus filhos se saem melhor quan-
do os pais cooperam com os professo-
res, tendo interesse ativo e prestimo-
so na educação dos filhos. Acreditam
que tal cooperação é especialmente im-
portante porque seu trabalho, profes-
sor ou professora, tem ficado cada vez
mais difícil.
Os atuais problemas na escola
Visto que as escolas refletem a so-
ciedade de que fazem parte, elas não te as aulas, ameaçam uns aos outros
estão isentas dos problemas da socie- em corredores pichados, debocham dos
dade humana em geral. Os problemas bons alunos. . . . Quase todos os estu-
sociais intensificaram-se rapidamen- dantes têm problemas tais como cuidar
te no decorrer dos anos. Descrevendo de beb ês, lidar com pais encarcerados
as condições numa escola nos Estados e sobreviver à violência de gangues.
Unidos, o jornal The New York Times Todo dia, quase que um quinto dos es-
relatou: “Estudantes dormem duran- tudantes não comparece.”
A s Te s t e m u n h a s d e Je o v á e a E d u c a ç ã o 29
Especialmente alarmante é o cres- assim. No entanto, muitos professo-
cente problema internacional da vio- res, em todo o mundo, se confrontam
l ência nas escolas. As brigas ocasio- com a situação mencionada no semaná-
nais com empurrões e encontrões foram rio francês Le Point: “O professor não
substituídas por tiroteios e esfaquea- mais é respeitado; não tem autoridade.”
mentos rotineiros. As armas tornaram- Esse desrespeito p ela autoridade
se coisa comum, os ataques ficaram constitui um verdadeiro perigo para to-
mais severos, sendo que os menores dos os menores. Por isso, as Testemu-
recorrem à violência mais depressa e nhas de Jeová procuram incutir nos
numa idade menor. filhos a obediência e o respeito pela au-
Sem dúvida, nem todos os países se toridade, qualidades que muitas vezes
confrontam com condi ç ões t ão duras faltam na vida escolar hoje em dia.
Os pais bem-sucedidos passam tempo com os filhos
Conclusão
ESTA brochura n ão visa abranger todos os aspectos das cren ças religiosas das
Testemunhas de Jeov á. Antes, esforçamo-nos a explicar alguns dos princípios
em que as Testemunhas de Jeov á creem e a mostrar claramente o tipo de in-
flu ência que a fam ília exerce em seu aluno quando o pai ou a m ãe, ou ambos,
são Testemunhas de Jeov á.
As Testemunhas de Jeov á d ão muita ênfase ao desenvolvimento espiritual dos
seus filhos. E estão confiantes em que isso melhore o desenvolvimento dos fi-
lhos em outros campos. As cren ças que adotam e os princípios que seguem d ão
significado à sua vida e ajudam-nos a enfrentar seus problemas cotidianos. Além
disso, tais cren ças e princípios devem induzi-los a procurar ser alunos aplica-
dos e bons cidad ãos durante a vida.
As Testemunhas de Jeov á esforçam-se a encarar a vida de forma realística,
de modo que d ão muita
importância à educação. Para mais informações, acesse www.jw.org
Por isso desejam colabo- ou contate as Testemunhas de Jeová.
rar o m áximo possível
com os professores. As
Testemunhas de Jeov á,
da sua parte, no lar e nos
seus lugares de adora-
ção, em todo o mundo,
continuarão a incentivar
os filhos a desempenhar
o seu papel nessa colabo-
ração produtiva.
s
ed-T
190409