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Não se trata de dissecar sintomas, de fazer diagnóstico, mas de sentir a

dor, a aflição, a angústia do


cliente. De, sem confluir neuroticamente com ele, incluir-se, de fato, na
sua experiência, colocando sua
percepção a seu serviço, de tal modo que o cliente sinta que está sendo
cuidado.
Uma atividade, um estilo, prioritariamente racional, técnico, revela e
esconde muitas vezes a
ansiedade do psicoterapeuta, sua defesa, sua insegurança.
Como muito bem diz Rogers (1970, p. 43), a ação psicoterapêutica supõe
“relações nas quais pelo
menos uma das partes procura promover na outra o crescimento, o
desenvolvimento, a maturidade, um
melhor funcionamento e uma maior capacidade de enfrentar a vida”.
Para tanto, não basta uma simples atenção ou interesse do observador, é
necessário uma pessoa
totalmente integrada no processo de desenvolvimento do cliente. As
psicoterapias não têm a finalidade
de curar o cliente – curar no sentido de resolver todos os seus problemas
–, de reestruturar sua
personalidade; antes, visam dar a ele meios de tratar sua neurose, de
treiná-lo para agir fora da situação
psicoterapêutica, de ajudá-lo a ver claro, de dar-lhe forças para fazer
opções próprias, caminhar com os
próprios pés e aprender a viver melhor.
Psicoterapia é um processo de tomada de posse de si próprio, no que
concerne, sobretudo, às próprias
potencialidades. O cliente constrói sua caminhada, percorrendo o seu
caminho, atento aos atalhos.
Nessa perspectiva, o psicoterapeuta não é aquele que cura, mas aquele
que cuida. Sentir-se cuidado,
entretanto, é um poderoso processo de mudança que permite ao cliente
repensar com mais segurança os
próprios caminhos, as próprias possibilidades de cura.

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