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TRANSPORTE DE MATERIAL POR

Nara Cristina de Souza – Ciência de Materiais I


MOVIMENTOS ATÔMICOS DIFUSÃO

5. Mecanismos de movimento atômico


Difusão é o transporte de matéria no
estado sólido, induzido por agitação
DIFUSÃO térmica.

- Mecanismo da difusão
é o movimento de uma espécie de uma
- Fatores que influenciam na difusão
- Difusão no estado estacionário região de alta concentração para outra
- Difusão no estado não-estacionário de baixa concentração

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Nara Cristina de Souza – Ciência de Materiais I

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No Cap. anterior conhecemos uma série de defeitos pontuais
resultante de vibrações térmicas... DIFUSÃO
CONSIDERAÇÕES GERAIS

O fluxo de átomos ocorre pelo movimento de defeitos pontuais - Os átomos em um cristal só ficam estáticos no zero
a velocidade dessa difusão no estado sólido aumenta absoluto (Menor temperatura possível (0K) – teórica)
exponencialmente com a temperatura.
Com o aumento da temperatura as vibrações
térmicas dispersam ao acaso os átomos para
posições de menor energia
A matemática da difusão permite uma descrição da variação
da composição química dentro dos materiais. Nem todos os átomos tem a mesma energia, poucos
tem energia suficiente para difundirem
3 4

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 migração discreta de átomos
de sítio a sítio da
rede/trocando posições;

 2 Condições básicas:
 um sítio adjacente vazio;
 átomo deve ter energia
suficiente (energia de
vibração) para:
 quebrar ligações com
o átomo vizinho;

TIPOS DE DIFUSÃO Demonstração do Fenômeno


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da DIFUSÃO- Cuproníquel
Antes do Depois do
aquecimento aquecimento
Interdifusão ou difusão de impurezas
(é o mais comum) ocorre quando átomos de um Cu Ni Cu Cu+Ni Ni
metal difunde em outro. Nesse caso há variação Solução
na concentração sólida
São
resistentes a
corrosão...
20% de Ni
resistente a
qq
atmosfera,
agua
7 industrial
8 e
salgada

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DIFUSÃO EM TERMOS DE FLUXO
MECANISMOS DE DIFUSÃO • Fluxo de Difusão:
Vacâncias  O fluxo de difusão, J, é usado para determinar a velocidade
(um át. da rede move-se p/ uma vacância) com que uma difusão ocorre;

Intersticiais  Pode ser dada em função do número de átomos por área e


tempo (at/m2.s) ou em termos do fluxo de massa (kg/m2.s)
(ocorre com átomos pequenos e promovem ;
distorção na rede)

A difusão dos at. intersticiais ocorre mais rapidamente


que a difusão de vacâncias, pois os átomos intersticiais
são menores e então tem maior mobilidade. M = massa difundida através do plano;
Além disso, há mais posições intersticiais que vacâncias A = Área do plano;
na rede, logo, a probabilidade de movimento intersticial é
t = tempo de difusão
maior que a difusão de vacâncias. 9

• J constante no tempo – Estado estacionário.


DIFUSÃO NO ESTADO
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Placa fina de ESTACIONÁRIO
metal
e constante PRIMEIRA LEI DE FICK expressa a
concentração

Perfil linear de taxa de difusão em função da diferença da


concentração
concentração
Direção de Sinal da difusão:
difusão dos (Independente do tempo) Vai da região de
Gás à gases maior
pressão J= -D dc concentração p/
Gás à posição
PA a de menor
pressão dx
PB
D é uma constante de J= kg/m2.s=M/A.t
proporcionalidade: coeficiente D= coef. de difusão m2/s
de difusão;
Sinal negativo indica que o
C= concentração kg/m3
fluxo se dá na direção
decrescente do gradiente. 12

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Problema 1
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A matemática da difusão em estado estacionário ao longo Uma placa de ferro é exposta a um atmosfera carbonetante (rica em
carbono) por um de seus lados, e a uma atmosfera descarbonetante
de uma única direção é relativamente simples pelo fato de (deficiente em carbono) pelo outro lado, a 700 0C. Se uma condição de
o fluxo ser proporcional ao gradiente de concentração de estado estacionário é atingida, calcule o fluxo de difusão do carbono
acordo com a expressão através da placa, sabendo-se que as concentrações de carbono nas
posições a 5 e a 10 mm abaixo da superfície carbonetante são de 1,2 e
J dc 0,8 kg/m3. Suponha um coeficiente de difusão de 3x10-11 m2/s a essa
temperatura.
dx
Solução
Pela primeira lei de Fick:

Aplicação

Uso de materiais como membranas de purificação de gás.


13 14

Distribuição de energia Distribuição de energia


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térmica térmica
A energia total de um mol de matéria aumenta O interesse está nos átomos com energia
proporcionalmente com a temperatura suficiente para se mover
Boltzmann n  (e -Q/kT)
Isso não significa que as moléculas possuem a mesma Ntotal
energia. Há uma distribuição estatística de energias. n= número de átomos com energia suficiente
para difundir
A solução estatística deste problema foi proposta por N= Número total de átomos
Boltzmann Q= energia de ativação
k= Constante de Boltzmann= 13,8x10-24 J/át.K
16

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 Energia de Ativação: é necessária uma grande energia para que
Nara Cristina de Souza – Ciência de Materiais I ENERGIA DE ATIVAÇÃO

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um átomo “se esprema” entre os outros durante a difusão.
 Geralmente a energia para uma difusão por lacuna é > que a Energia de ativação é a energia necessária para um átomo mudar de posição.
da difusão intersticial. É expressa em cal/mol; J/mol ou eV/mol

Energia de ativação para ocorrer a Vacâncias e


auto-difusão aumenta com a intersticiais
temperatura de fusão dos metais.
Substitucional
(vazios)
Contorno de grão

Energia de ativação (cal/mol)


Energia

Superfície

Intersticial

Temperatura (ºC) Átomos do mesmo tamanho ou iguais – vacância (maior energia) 18

Fatores que influenciam a TAXA DE DIFUSÃO


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difusão O efeito quantitativo da temperatura foi identificado por Svante Arrhenius. Ele
descobriu que obtinha uma linha reta se colocasse em gráfico o logaritmo da
constante de velocidade versus o inverso da temperatura absoluta.
Temperatura :a taxa aumenta exponencialmente com a temperatura

Esse tipo de processo pode ser descrito por uma expressão geral do
EQUAÇÃO DE ARRHENIUS
tipo: D = D0 (e -Q/RT)
Taxa=D0e-Q/RT
D0 é cte pre-exponencial
Q é energia de ativação D0= constante
R é a constante universal dos gases
T temperatura Q = energia de ativação (cal/mol) é
proporcional ao número de sítios disponíveis para o
Esta expressão é conhecida como equação de movimento atômico
Arrhenius R= Constante dos Gases= 8,3145 J/K.mol
19 T= Temperatura (em Kelvin) 20

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Importante...

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Nara Cristina de Souza – Ciência de Materiais I
COEFICIENTE DE DIFUSÃO (D)

Dá indicação da taxa de difusão


Depende:

 da natureza dos átomos em questão

 do tipo de estrutura cristalina

 da temperatura
21 22

Determinação da Energia de Ativação através da


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Linearização da Equação de Difusão VELOCIDADE DE DIFUSÃO
A equação de difusão é:
EQUAÇÃO DE ARRHENIUS
Aplicando logarítmo dos dois lados: lnD = lnD0 - Q/RT
y= a + bx
Obtendo:

y b Equação da reta
a x
Desde que D0, Qd e R são constantes, essa é uma equação de uma reta, podendo ser escrita
como:
A inclinação da reta é

Então, um gráfico de LnD versus 1/T fornece como inclinação a energia de ativação do processo
de difusão. A extrapolação do gráfico de
Arrhenius para 1/T=0 nos da uma
23 interceptação igual a lnD0 24

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Nara Cristina de Souza – Ciência de Materiais I
Nara Cristina de Souza – Ciência de Materiais I
VELOCIDADE DE DIFUSÃO
Uma das principais razões para estudar velocidades de
reações é ter uma visão dos processos moleculares que
acompanham as reações.

Taxa de Tp1 (K) Tp2 (K) Um acréscimo de 10º C acima da T ambiente dobra a
Ea para o 1º pico endotérmico é  6 velocidade de reação de matéria orgânica.
aquecimento
(oC/min)
3 363 446 kcal/mol, que corresponde a moléculas
5 376 455 de água fracamente ligadas ao polímero
8 389 478 (5 kcal/mol)
10 397 484
Ea para o 2º pico é  14 kcal/mol. sugere Alimentos: O aquecimento acelera os processos que
13 419 486
17 431 492 que moléculas de água são leva a quebra de membranas celulares e a
Energia de Ativação Ea Ea “reversivelmente” adsorvidas nos centros decomposição de proteínas. Refrigerar desacelera as
(kcal/mol) (kcal/mol)
amina e imina com energias de ativação
OFW 6.3  0.2 14.5  0.8
de 5 e 15 kcal/mol, reações químicas naturais que geram decomposição.
Ozawa-Chen 6.1  0.4 12.7  0.8

EFEITOS DA ESTRUTURA Problema resolvido 2


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NA DIFUSÃO Calcule o coeficiente de difusão para o magnésio no alumínio a 550 0C. Sabendo
que D0=1,2x10-4 m2/s e Qd=131kJ/mol.

FATORES QUE FAVORECEM A FATORES QUE DIFICULTAM A


DIFUSÃO DIFUSÃO Solução

Baixo empacotamento Alto empacotamento


atômico atômico
Baixo ponto de fusão Alto ponto de fusão
Ligações fracas (Van Ligações fortes (iônica
der Walls) e covalentes
Baixa densidade Alta densidade
Raio atômico pequeno Raio atômico grande
Presença de Alta qualidade
imperfeições
cristalina 27 28

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Nara Cristina de Souza – Ciência de Materiais I
Nara Cristina de Souza – Ciência de Materiais I SEGUNDA LEI DE FICK
SEGUNDA LEI DE FICK uma possível solução para difusão planar
(dependente do tempo)
Cx-Co= 1 - f err x
Cs-Co 2 (D.t)1/2
C=  D  C
t x x
f err x É a função de erro
gaussiana
2 (Dt)1/2
Cs= Concentração dos átomos se difundindo na superfície
Co= Concentração inicial
Cx= Concentração numa distância x
D= Coeficiente de difusão
29 30
t= tempo

DIFUSÃO
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DIFUSÃO EXEMPLOS PRÁTICOS DE PROCESSOS
BASEADOS EM DIFUSÃO

Dopagem em materiais semicondutores para


controlar a condutividade
Cementação e nitretação dos aços para
endurecimento superficial
Outros tratamentos térmicos como
recristalização, alívio de tensões,
normalização,...
Sinterização
31 Alguns processos de soldagem 32

8
PROPRIEDADES
MECÂNICAS
DOS METAIS

33 34

PROPRIEDADES Para seus resumos


MECÂNICAS artigos Principais propriedades mecânicas
Dissertação
Projeto de pesquisa
POR QUÊ ESTUDAR? Solicitação de diárias Resistência à tração
Elasticidade
• A determinação e/ou conhecimento das propriedades Ductilidade - deformação plastica antes da fratura
mecânicas é muito importante para a escolha do material Fluência –deformação permanente dependente do tempo
para uma determinada aplicação, bem como para o projeto Fadiga – falhas que ocorrem a baixa tensão
e fabricação do componente.
Dureza – resistencia a deformação por identação
Tenacidade – energia absorvida durante a fratura
• As propriedades mecânicas definem o comportamento do
material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois estas Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade
estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou do material de resistir às forças mecânicas e/ou de
transmiti-las
transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem se
deformar de forma incontrolável. 35 36

9
Como determinar as
TIPOS DE TENSÕES QUE UMA ESTRUTURA ESTÁ
SUJEITA propriedades mecânicas?
A determinação das propriedades mecânicas é feita através
de ENSAIOS MECÂNICOS.
Tração
Utiliza-se normalmente corpos de prova (amostra
Compressão representativa do material) para o ensaio mecânico, já que
por razões técnicas e econômicas não é praticável realizar
Cisalhamento o ensaio na própria peça, que seria o ideal.
Torção
Geralmente, usa-se normas técnicas para o procedimento
das medidas e confecção do corpo de prova para garantir
que os resultados sejam comparáveis.

37 38

NORMAS TÉCNICAS TESTES MAIS COMUNS

As normas técnicas mais comuns são elaboradas Resistência à tração (+ comum, determina a
pelas: elongação ou alongamento)
Resistência à compressão
• ASTM (American Society for Testing and Resistência à torção
Materials) Resistência ao choque
• ABNT (Associação Brasileira de Normas Resistência ao desgaste
Técnicas)
Resistência à fadiga (falhas a baixa tensão)
Dureza

39 40

10
TESTES MAIS COMUNS

41
Felicitá -DF42

ESQUEMA PARA ENSAIO DE


RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
TRAÇÃO
É medida submetendo o material à uma carga ou força
de tração, paulatinamente crescente, que promove uma PARTES BÁSICAS
deformação progressiva de aumento de comprimento
NBR-6152 para metais
 Sistema de aplicação de carga
 dispositivo para prender o corpo
de prova
 Sensores que permitam medir a
tensão aplicada e a deformação
promovida (extensiômetro)

43 44

11
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
Tensão () X Deformação ()

 = F/Ao N/ m2 = Pascal (Pa)


Área inicial da seção reta transversal
Força ou carga

Como efeito da aplicação de uma tensão tem-se a


deformação (variação dimensional).

Deformação()= lf-lo/lo= l/lo


A deformação pode ser
expressa:
•O número de milímetros de deformação lo= comprimento inicial
por milímetros de comprimento
• O comprimento deformado como uma lf= comprimento final
45 percentagem do comprimento original 46

Comportamento dos metais quando


A deformação pode ser:
submetidos à tração

 = F/Ao
Resistência à tração ()= l/lo Elástica
Dentro de certos limites, Plástica
a deformação é proporcional

à tensão (a lei de Hooke é

obedecida)

Lei de Hooke:  = E 

Tensão,   deformação, deformação 47 48

12
Deformação Elástica e Plástica Módulo de elasticidade ou
Módulo de Young
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA E= / 
• Prescede à deformação plástica
• É provocada por tensões que ultrapassam o
• É reversível
limite de elasticidade
• Desaparece quando a tensão é
• É irreversível –o resultado do • É o quociente entre a tensão
removida aplicada e a deformação
deslocamento permanente dos átomos não
• É praticamente proporcional à desaparece quando a tensão é removida elástica resultante. A lei de Hooke só é
tensão aplicada (obedece a lei de P válida até este ponto

Hooke) •Está relacionado com a rigidez


do material ou à resist. à
deformação elástica
•Está relacionado
Elástica Plástica diretamente com as forças
das ligações interatômicas
49 Lei de Hooke:  = E 50

Módulo de Elasticidade para


Comportamento não-linear
alguns metais
Quanto maior o módulo de elasticidade mais rígido é o
material
Alguns metais como ferro
fundido cinzento, concreto
e muitos polímeros
apresentam um
comportamento não
linear na parte elástica da
curva tensão x
deformação

51 52

13
Considerações gerais sobre módulo
Comportamento não-linear de elasticidade

Verifica-se que a relação Como consequência do módulo de elasticidade estar


tensão-deformação pode não diretamente relacionado com as forças
ser linear logo desde o início interatômicas:
da deformação; define-se,
por isso, o módulo como o • Os materiais cerâmicos tem alto módulo de
declive da secante que liga a elasticidade, enquanto os materiais poliméricos
origem da curva tensão- tem baixo
deformação a um ponto
arbitrário. • Com o aumento da temperatura o módulo de
elasticidade diminui

53 54

Forças de compressão, cisalhamento


O COEFICIENTE DE POISSON PARA
ELONGAÇÃO OU COMPRESSÃO
e torção
• Qualquer • O comportamento elástico
elongação ou
compressão de
também é observado quando
uma estrutura forças compressivas, tensões
cristalina em
uma direção, de cisalhamento ou de torção
causada por são impostas ao material
uma força
uniaxial, produz
um ajustamento
nas dimensões
perpendiculares
à direção da
z
força
x 55 56

14
O FENÔMENO DE Outras informações que podem ser obtidas das
ESCOAMENTO curvas tensão x deformação

Esse fenômeno é nitidamente observado em Resistência à Tração


alguns metais, como aços baixo teor de
carbono.  Corresponde à tensão máxima
Caracteriza-se por um aplicada ao material antes da
ruptura
grande alongamento
sem acréscimo de carga.  É calculada dividindo-se a
carga máxima suportada pela
O ponto de escoamento área de seção reta inicial
corresponde à posição na curva
onde a condição de linearidade
termina (lei de Hook deixa de valer) 57 58

Outras informações que podem ser obtidas das


Estricção curvas tensãoxdeformação
Tensão de Ruptura
Corresponde à redução na área da seção reta do
corpo, imediatamente antes da ruptura Corresponde à tensão que
 Os materiais dúcteis sofrem grande redução na área promove a ruptura do material
da seção reta antes da ruptura  O limite de ruptura é geralmente
inferior ao limite de resistência
Estricção= área inicial-área final em virtude de que a área da seção
área inicial reta para um material reduz-se
antes da ruptura

59 60

15
FALHA OU RUPTURA A engenharia e ciência
NOS METAIS dos materiais tem
papel importante na
Fratura prevenção e análise de
falhas em peças ou
Fluência componentes
Fadiga mecânicos.

61 62

FRATURA FRATURA
Dúctil a deformação plástica continua até uma
redução na área para posterior ruptura (É OBSERVADA EM
Consiste na separação do material em 2 ou MATERIAIS CFC)
mais partes devido à aplicação de uma carga Frágil não ocorre deformação plástica, requerendo
estática à temperaturas relativamente baixas menos energia que a fratura dúctil que consome energia
em relação ao ponto de fusão do material para o movimento de discordâncias e imperfeições no
material (É OBSERVADA EM MATERIAIS CCC E HC)

Duas etapas: formação e propagação de


O tipo de fratura que ocorre em um dado material depende
trincas
da temperatura
63 64

16
FRATURA FRATURA DÚCTIL
Ex: Materiais submetidos ao ensaio de tração E ASPECTO MACROSCÓPICO
Aparência irregular e fibrosa (indica
deformação plástica)
Fratura frágil
Fratura frágil
ocorre repentina e
catastroficamente.
Fratura dúctil é Fratura do
preferível! tipo taça e
cone

Fraturas dúcteis Fratura após ensaio de tração


65 66

MECANISMO DA FRATURA FRATURA DÚCTIL


DÚCTIL E ASPECTO MICROSCÓPICO
a- formação do pescoço
b- formação de cavidades
c- coalescimento das
cavidades para promover
uma trinca ou fissura
d- formação e propagação
da trinca em um ângulo
de 45o em relação à
tensão aplicada
e- rompimento do material
por propagação da trinca Fractografias
(a) microcavidades esféricas da região fibrosa da superfície da fratura
Material dúctil submetido ao ensaio de tração 67
(b) fractografia de fratura por cisalhamento 68

17
FRATURA FRÁGIL FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO ASPECTO MICROSCÓPICO
Material frágil submetido ao ensaio de tração Início da fratura por formação de trinca

A fratura frágil acontece com a formação e propagação de uma trinca


que ocorre em uma direção perpendicular à aplicação da tensão
69 70

FRATURA TRANSGRANULAR E EXEMPLO DE FRATURA SOB TRAÇÃO EM MATERIAIS


COMPÓSITOS
INTERGRANULAR Ex: Liga de alumínio reforçada com partículas de SiC e Al2O3

TRANSGRANULAR Fratura: dúctil+frágil


INTERGRANULAR

A fratura ocorre por clivagem, ou seja, ocorre ao longo


A fratura se dá no contorno de grão de planos cristalográficos específicos
A fratura passa através do grão
71 72

18
ENSAIOS DE FRATURA POR
IMPACTO

Foram criados antes


do desenvolvimento
da “mecânica da
fratura”
O ensaio de resistência ao choque
caracteriza o
comportamento dos materiais quanto a
transição do
comportamento dúctil para frágil em
função da
temperatura
73 74
Medem a energia absorvida no impacto por área

FADIGA – (Traiçoeira, repentina


e sem avisos) FADIGA (Crack)
É a forma de falha ou ruptura que ocorre nas
estruturas sujeitas à forças dinâmicas e cíclicas O rompimento do material por fadiga geralmente
Nessas situações o material rompe com tensões ocorre com a formação e propagação de uma
muito inferiores à correspondente à resistência à trinca.
tração (determinada para cargas estáticas) A trinca inicia-se em pontos onde há imperfeição
É comum ocorrer em estruturas como pontes, estrutural ou de composição e/ou de alta
aviões, componentes de máquinas concentração de tensões (que ocorre geralmente na
A falha por fadiga é geralmente de natureza frágil superfície)
mesmo em materiais dúcteis.
75 76

19
PRINCIPAIS RESULTADOS
FADIGA DO ENSAIO DE FADIGA

Os esforços alternados que podem levar à fadiga:


Tração
Vida em fadiga (Nf):
Tração e compressão corresponde ao número de
Flexão ciclos necessários para ocorrer
a falha em um nível de tensão
Torção específico.

77 78

FLUÊNCIA (CREEP) FLUÊNCIA (CREEP)


Fluência é definida como a deformação
Quando um metal é solicitado por uma carga,
permanente, dependente do tempo e da
imediatamente sofre uma deformação elástica. Com a
temperatura, quando o material é submetido à uma
aplicação de uma carga constante, a deformação
carga constante
plástica progride lentamente com o tempo (fluência)
até haver um estrangulamento (empescoçamento) e Este fator muitas vezes limita o tempo de vida de
ruptura do material um determinado componente ou estrutura
Esta propriedade é de grande importância
especialmente na escolha de materiais para operar a Este fenômeno é observado em todos os materiais,
altas temperaturas
Polímeros são especialmente sensíveis a deformação por fluência.
79 80

20
FLUÊNCIA (CREEP) ENSAIO DE FLUÊNCIA
FATORES QUE AFETAM A FLUÊNCIA É executado pela aplicação de
uma carga uniaxial constante a
Temperatura um corpo de prova de mesma
Módulo de elasticidade geometria dos utilizados no
ensaio de tração, a uma
Tamanho de grão temperatura elevada e constante
O tempo de aplicação de carga é
Em geral:
estabelecido em função da vida
Quanto maior o ponto de fusão, maior o módulo de útil esperada do componente
elasticidade e maior é a resist. à
Mede-se as deformações
fluência. ocorridas em função do tempo
Quanto maior o tamanho de grão maior é a resist. à ( x t)
fluência.
81 82

Matéria elaborada pela Profª Drª Mirabel C. Rezende,


Divisão de Materiais/IAE/CTA, São José dos Campos/SP

83 84

21
85 86

87 88

22
Marginal Pinheiros – Novembro 2018

89 90

Comunidade Muzema – Rio de


Janeiro. Abril 2019

Edifício Palace II

24 mortos
(22/04/2019)
91 92

23
Acidente na usina nuclear de
Fukushima, no Japão 2011 Titanic, 1912
o acidente histórico do Titanic
pode estar
relacionado com comportamento
Ocorreu falha no
frágil do material à baixas
sistema de
temperaturas.
refrigeração do
reator em função
do terremoto e do
tsunami que
atingiram o país

93 94

Os rebites de qualidade inferior eram


mais baratos, mas tinham uma maior
concentração de impurezas,
conhecidas como "escória". Esta
maior concentração de escória
significava que os rebites estariam
particularmente vulneráveis às A tragédia dos COMETS - 1952
tensões de cisalhamento - justamente
o tipo de impacto que foram
submetidos naquela noite de Abril de
1912. Testes de laboratório
demonstraram que nas cabeças
destes rebites podem ter surgido
pressões extremas, que teriam
permitido que as placas de aço se
soltassem no casco, expondo suas
câmaras internas ao ataque das
águas. 95

24
Foi o primeiro avião comercial propulsionado por motores Um Comet foi colocado em um tanque com água, para
a jato fabricado no mundo. Voava com o dobro da velocidade simular a diferença de pressão atmosférica e
dos seus concorrentes da época (alto consumo de combustível) desgaste de material.
Em janeiro de 1954 um Comet que saiu de Roma se desintegrou enquanto
Descobriu-se que os projetistas não tinham preparado a estrutura
sobrevoava o mar (35 pessoas)
para ser usada com diferença de pressão, logo os aviões eram
Os vôos foram suspensos por algum tempo, mas assim que foram verdadeiras "bombas voadoras".
retomados, outra aeronave se despedaçou.
Até então a maioria dos aviões voavam a baixas altitudes,
onde a pressão atmosférica era semelhante à da superfície da
Os destroços foram cuidadosamente remontado, utilizando-se peças
terra. Porém os aviões a jatos necessitam voar em maior
novas no lugar das que não foram resgatadas do avião acidentado.
altitude para evitar turbulencias e tempestade. Como o ser
humano não consegue ficar consciente com uma pressão
muito baixa, os aviões a jato precisam ter um sistema que
deixe a pressão dentro do avião bem maior que a de fora

O Comet teve
carreira muito
curta, porém de
extrema
importância
para aviação
mundial.

As janelas dos primeiros Comets


eram quadradas, o que criava pontos
de tensão nas extremidades. É por
isso que, a partir dessas tragédias,
Uma rachadura no teto do primeiro Comet acidentado fez com que ele se os aviões passaram a ter janelas
desintegrasse em pleno vôo. No caso do Comet resgatado do fundo do redondas e ovais, com o propósito
mar, a rachadura se iniciou onde a superfície metálica fora cortada em de diminuir a tensão, e
retângulo, para a instalação de uma antena de ADF. conseqüentemente, a fadiga
99 metálica.

25
CONCORDE – PARIS, 2000 houve uma onda
de choque
movimentou o
combustível,
Um avião Concorde, uma das aeronaves mais confiável, estava decolando
do Aeroporto de Paris quando pegou fogo e caiu matando todos a bordo
alterou a pressão
(113 pessoas). hidrostática e
rompeu o tanque
As investigações mostraram que um jato (DC-10) que decolou antes do
Concorde teve uma perda induzida por fadiga de um componente metálico
do avião, que foi deixado em pista. Durante a descolagem, o Concorde
atingiu o componente e catapultou-o para a ala contendo os tanques de Houve modificações
combustível cheios. após 15 meses do
acidente mas o
Concorde parou de
voar em abril de 2003

102

Kevlar é uma fibra sintética de


aramida muito resistente e leve. O
kevlar é usado no fabrico de cintos
de segurança, cordas, construções
aeronáuticas, velas, coletes à
prova de bala, linhas de pesca,
alguns modelos de raquetes de
ténis, na composição de pneus,
para fitas de alguns modelos de
pedal de bumbo. O tanque de
combustível dos carros
de Fórmula 1 é composto deste
material, para evitar que objetos
Kevlar (DuPont)
pontiagudos perfurem os tanques
É uma fibra
no momento da colisão.
Novos pneus sintética de aramida
que resistem a muito resistente ao
furos (em alta calor e 7X + leve
velocidade) que o aço. 104

26
Kevlar

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