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Pedagogia da Autonomia.

Saberes Necessários à Prática Docente


Sı́ntese do Capı́tulo 01
Aluna: Luciana Farias Arruda da Silva
Professora: Marı́lia Gabriela de Menezes Guedes
Departamento de Quı́mica Fundamental
Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino
UFPE
19 de março de 2021

Capı́tulo 1: Não há docência sem discência

No capı́tulo 1 do presente livro vem trazendo a tona uma grande dificuldade no


ensino-aprendizagem dos professores e estudantes, a maneira incorreta de ensinar, conse-
quentemente, a maneira incorreta em que se aprende o conteúdo,isso se aprender.

O autor deixa claro a importância da prática docente está diretamente vinculada a


maneira de como o aluno aprende o que está sendo ensinado e de que maneira o aluno
participa da sua própria formação.

Em ”Não há docência sem discência”, nos informa que não há professor sem aluno,
não há ensino sem o ato de aprender, onde esse ato de aprender se dá, não por memorização
de conceitos, mas sim, em saber construir seu próprio conhecimento através da construção
da sua criticidade , criticidade essa que relaciona o que acontece ao por quê que isso
acontece.

Paulo Freire deixa muito claro em suas passagens que ensinar, não é transferir conhe-
cimento, ensinar vai muito mais do que memorizar conteúdos ou ser apenas um ouvinte de
uma aula com aspectos tradicionais, ensinar é criar no aluno possibilidade para formular
seu próprio conhecimento, através de mediações criadas pelo professor para que possibilite
o exito, exito esse em unir problemáticas do dia-a-dia com os conteúdos ministrados em
sala de aula.

Vamos abordar mais claramente subcapı́tulos que o autor destacou nesse capı́tulo,
concluindo de maneira clara cada passagem, passagens essas que podemos relacionar à
prática do professor, da seguinte forma:

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Estágio Supervisionado no Ensino de Quı́mica 3

Fonte: https://instumentalst.com/capitulo-1-1-ensinar-exige-rigorosidade-metodica-
pedagogia-da-autonomia-de-paulo-freire/

1.1 Ensinar exige rigorosidade metódica

Neste primeiro destaque, o autor trás como fator principal a questão da rigorosi-
dade que o docente precisa ter no ato de ensinar, os métodos e técnicas de ensino que
possibilitem ao educando um reforço às capacidades crı́ticas.

O professor que pensa certo, ensina o certo, passa para o aluno a importância de
se aprender para intervir no mundo, intervir de forma a mudar, melhorar e acrescentar,
principalmente ao meio em que vivem, em que residem.

Um professor que não está preocupado com o mundo, com a cidade onde está loca-
lizada a escola e seus alunos, não está agindo de maneira correta com a sua coerência,
sendo apenas um transmissor de conteúdos, mecânico, robotizado e alheio as questões
sociais.

1.2 Ensinar exige pesquisa

Em ensinar exige pesquisa, trás uma necessidade da realidade na qual não exige
na vida de muitos docentes. Muitos docentes não se preocupam mais em aprender e
aprimorar seus conhecimentos, acreditam que já sabem de tudo que envolve sua área e se
priva de um conhecimento prolongado.

Em quanto houver vida, somos seres inacabados, responsáveis pela busca do nosso
próprio conhecimento e aprimoramento do que temos.

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Estágio Supervisionado no Ensino de Quı́mica 3

O ato de pesquisar enquanto docente, nos trás a certeza de que nosso conhecimento
não é algo que está terminado, dessa maneira, sempre é necessário está se aprimorando
a fim de ter mais conhecimento para ensinar os alunos de maneira correta, a pensar de
maneira correta.
É necessário tomar para si a humildade e a certeza de que não sabemos de tudo, nem
de nossas áreas de ensino, muito menos de outras. Enquanto a vida, a aprendizado.

1.3 Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos

Nesse item, podemos entender que o fato de ensinar e aprender acontece em conjunto,
onde os saberes prévios, ideias, curiosidades dos educandos são de imensa importância,
tanto para a formação do professor, como para a interação entre as ideias da sala.

A aprendizagem comunitária trás muitos benefı́cios para o todo, onde é debatido


temáticas da realidade dos estudantes, realidade essa que faz parte de toda uma sociedade,
voltando assim, ao interesse na intervenção no mundo.

Desprezar os conhecimentos prévios e desrespeitar as ideias formadas pelos educandos


o faz sentir, de certa forma, inútil, o que não condiz com a prática do professor, com o
processo de ensinar. Os conhecimentos prévios são interessantes afim de explicá-los a
veracidade ou a inverdade dos acontecimentos.

Vale ressaltar as disciplinas, bem como seus assuntos, nasceram de pensamentos


filosóficos, onde se tinham a curiosidade tı́mida em algo, que com o passar do tempo, veio
sendo explicado de forma cientı́fica, impulsionado pela criticidade relacionada.

1.4 Ensinar exige criticidade

Como debatemos um pouco anteriormente, ensinar exige criticidade, criticidade que


está relacionada a não aceitar como correto ou como verdade tudo que for imposto pelas
circunstâncias.

Essa criticidade é o que trás a necessidade de descobrir o novo, de intervir nesse novo
para buscar respostas, de maneira geral, em benefı́cio de toda uma sociedade. Logo, não
se pode menosprezar um pensamento curioso, o menos ingênuo que seja.

1.5 Ensinar exige estética e ética

Para essa passagem, podemos relatar a importância que o autor trás na postura pro-
fissional do professor, onde ensinar exige estética e ética para qual nós, como educadores,
devemos sempre está preocupados em ter a nossa própria criticidade, ter a nossa própria
postura perante aquilo que falamos.

Não adianta ensinar a alunos serem cidadãos crı́ticos se nós como professores aceite-
mos tudo que for imposto, aceitar tudo que está a nossa volta, mesmo que esteja prejudi-
cando nossa comunidade.

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Estágio Supervisionado no Ensino de Quı́mica 3

É necessário que o professor seja testemunho de suas falas, seja sujeito de suas ações
e seja coerente com que ensina, os alunos percebem e não dão credibilidade a educadores
que não agem com a mesma maneira que ensinam, o que inviabiliza a construção de alunos
crı́ticos.

1.6 Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo

A necessidade da luta pela autonomia não pode estar condicionada a o simples fato
de falar em atitudes se o professor não as tem. O ”faça o que eu mando e não o que eu
faço”, não se encaixa num professor com espı́rito progressista, um professor que critica os
atos do governo não pode ser submisso a ele.

O ato de pensar certo exige fazer o certo, precisamos, como docentes, ser exemplos
de nossas palavras.

1.7 Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação
É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode
ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é
apenas o cronológico

A arrogância, ignorância e, principalmente, preconceito não deve está ligado a prática


e ao ser humano, muito menos com o ser docente. Faz-se necessário a cada dia aceitar o
novo e lutar por direitos igualitários para todos, discriminando a falta de respeito, a falta
de empatia e a falta de humanidade.

1.8 Ensinar exige reflexão crı́tica sobre a prática

A problemática trazido pela autor no que tange ao professor saber pensar, vai muito
além de saber pensar na disciplina/assunto dado, vai para a perspectiva sobre também a
autorreflexão de suas práticas enquanto docente e enquanto ser humano.

A crı́tica em si mesmo ao que se diz, com o que se aplica, refletindo sobre suas
escolhas e o quanto essas escolhas interferem na vida dos discentes.

O professor que acha que sabe de tudo, a ponto de desprezar uma curiosidade tı́mida
do aluno, mesmo que seja algo que precise ser polido, não está de acordo com a prática
correta de um professor em sala de aula, dessa maneira, está podando a curiosidade, os
pensamentos e até mesmo as opiniões dos discentes.

1.9 Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural

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Estágio Supervisionado no Ensino de Quı́mica 3

Neste trecho do capı́tulo 01, Paulo Freire trás a importância de que o docente precisa
reconhecer e assumir sua identidade, assumir o ser como social e histórico, trazendo
consigo suas experiências afim de ajudar-lhe a construir a sua própria identidade, seja
com experiências negativas e/ou positivas.

Experiências essas que contribuem para a identidade profissional, seja para adotar
aquilo que seja um exemplo positivo e também para não pecar como as experiências
negativas que tiveram durante a sua formação acadêmica e social.

Se os professores soubessem como suas palavras interferem na vida de um aluno,


pensariam duas vezes antes de falar. Principalmente quando estamos lhe dando com
discentes da educação básica, onde eles estão formando sua personalidade.

Considerações finais

O livro Pedagogia da Autonomia faz com que possamos refletir como profissionais de
educação e como ser humano. Aprender a ensinar, aprender o significado dos itens citados
acima vale para nos enriquecer e ter realmente a consciência de que tipo de profissional
estamos sendo ou seremos.

Um professor que se recusa a continuar sua busca pelo conhecimento está se recusando
também a continuar ensinando corretamente, porque o tempo passa e não podemos ficar
obsoletos, implicando na mal informação que será passada em sala de aula.

O professor que não debate temáticas da comunidade escolar também não está en-
gajado com a luta diária da sociedade, está apenas lá para passar conteúdo e isso não é o
único papel do professor. As temáticas da comunidade é uma maneira na qual podemos
mudar ou melhorar uma realidade dos nossos próprios alunos em sala de aula, tornando
um ser polı́tico ao questionar e criticar, quando necessário, a fim de melhorar.

O professor pode cultivar e criar sonhos/profissionais, mas também com a mesma


intensidade pode destruı́-los, então vale da consciência e respeito pela profissão, que tipo
de profissional você será.

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