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Vírus

Hackers biológicos

Professor Carlos A. Seixas


Definição de Vírus

Estruturas infecciosas não


celulares cujo genoma pode
ser DNA ou RNA. Replicam-
se somente em células
vivas, utilizando toda a
maquinaria de biossíntese e
de produção de energia da
célula para síntese e
transferência de cópias de
seu próprio genoma para Fonte:
outras células https://www.ictq.com.br/images/V%C3%ADrus_s%C3%A3o_
agregados_complexos_de_compostos_org%C3%A2nicos_ou
.jpg
Características gerais
• Menores entidades biológicas (sistemas)
• Agentes causadores de infecções no homem, outros animais, vegetais e
bactérias.
• Sem metabolismo próprio.
• Não se desenvolvem em ambientes extracelulares.
• Genoma muito simples
• Tipo de material genético (DNA ou RNA)
• Natureza do envoltório (com ou sem envelope)
• Acelulares

• Parasitas intracelulares obrigatórios


Estrutura básica dos vírus
Vírion = partícula viral completa e infecciosa

Envelope

Capsídeo
Nucleocapsídeo
Ácido Nucléico

Matriz Protéica
Estrutura do vírus

• Uma ou mais moléculas de RNA ou DNA


+
• Envoltório constituído de moléculas de proteínas:
o capsídio

Obs: alguns podem apresentar um revestimento externo


constituído por proteínas provenientes da fragmentação
da membrana celular: o envelope
envelopado Não envelopado
A palavra vírus origina do latim e significa veneno
ou fluido venenoso. Os vírus como partículas
extracelulares, não têm atividades metabólicas
independentes e são incapazes de reprodução
necessitando de outro organismo para se
reproduzir, sendo portanto:

parasitas intracelulares obrigatórios.


Capsídeo

▪ Proteínas codificadas pelo genoma viral;


▪ Proteção e rigidez;
▪ Simetria:
Capsídeo
▪ Simetria – Microscopia Eletrônica
Ciclo reprodutivo

• Vírus:
• uma vez dentro da célula, apresentam
genes capazes de controlar os sistemas
de produção de energia e síntese de
proteínas da célula hospedeira
• Ácidos nucléicos DNA ou RNA nunca
ambos
• Quantidade de ácidos nucléicos varia em
diferentes tipos de vírus.
• Geralmente os sintomas da doença se
manifestam no rompimento das células
infectadas e com a liberação de toxinas
no organismo, a febre, mal estar e outros
sintomas estão associados a estas
substâncias.
Vírus cruzando a barreira entre
seres humanos e animais

• Expansão da população humana

• Degradação do ambiente natural

• Distúrbios no equilíbrio ecológico


Vírus e doenças humanas

• Zoonoses virais = ex: a raiva

• Reservatórios naturais dos vírus = morcego,


tatu, etc

• Seres humanos = principais reservatórios


Formas de transmissão das
doenças virais
• Contato direto entre portador e
hospedeiro (simples toque)
Ex: herpes (pele e mucosas)

• Secreções
raiva (saliva)
HIV (fluidos: esperma e sangue)
Gripe (gotículas de muco)
• Vírus relacionados ao sistema digestório e
são eliminados com as fezes (reservatório -
não vivo = solo ou água contaminados pelo
esgoto)

• Transmissão por vetores


Ex: mosquitos (dengue, febre amarela e
diversas encefalites)
Latência de vírus de animais
Reservatório natural

• Permanecem dormentes nas células


hospedeiras por anos, sem atividade e sem
sintomas ou sinais
Vírus que Infectam vertebrados
Doenças virais humana
• Resfriado Comum;
• Herpes;
• Caxumba;
• HPV;
• Raiva;
• Hantavirose;
• Rubéola;
• AIDS;
• Sarampo;
• Gripe aviária;
• Hepatites;
• Gripe suína.
• Dengue;
• H1H1
• Poliomielite;
• H2N5
• Febre amarela;
• Coronavírus
• Varicela ou Catapora;
• COVID-19
• Varíola;
• Meningite viral;
• Mononucleose Infecciosa;
GRIPE
Influenza vírus (VERDES) Rotavírus
HIV
Vírus da Herpes
Coronavírus

Características do virion
•Tamanho: 120 a 160 nm
•Simetria: core interno possivelmente icosaédrico (
•Nucleocápsidio helicoidal
•Envelope lipoprotéico com espículas de 20 nm de
comprimento

Ácido nucléico
•Tipo: RNA de fita simples,
•É o maior genoma RNA viral conhecido
•O RNA viral é infeccioso
Patogenicidade e características
clínicas:
•Os coronavirus infectam aves e mamíferos, incluindo o homem.
•Os órgãos alvo mais frequentes são o trato respiratório, órgãos do trato
gastrointestinal e tecidos neurológicos.
•Outros órgãos, incluindo o fígado, rins, coração e olho podem também ser
afetados.
•As células epiteliais são os alvos dos coronavírus. Macrófagos também podem ser
infectados.
•Os coronavírus apresentam restrição de hospedeiros, infectando em geral, seu
hospedeiro natural e espécies relacionadas. Ocasionalmente, pode ocorrer infecção
inter-espécies, como a infecção experimental de cães com o vírus da gastroenterite
transmissível (TGEV).
•Não são conhecidos vetores biológicos dos coronavírus.
•As formas de transmissão mais frequentes são a respiratória, a fecal-oral e a
mecânica.
Vacina – Imunização ativa

Prevenção de doenças

Fonte:
https://imagens.ebc.com.br/TQYlHNVyhlFs59RbVsul5pfvwlE=/1170x700/smart/https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/thumbnails/image/ff
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Edward Jenner – 1796
Vacina da varíola
• Em 1789, ele começou a observar que as pessoas
que ordenhavam vacas não contraíam a varíola,
desde que tivessem adquirido a forma animal da
doença. O médico extraiu o pus da mão de uma
ordenhadora que havia contraído a varíola bovina e
o inoculou em um menino saudável, James Phipps,
de oito anos, em 4 de maio de 1796. O menino
contraiu a doença de forma branda e, em seguida,
ficou curado.
• Em 1º de julho, Jenner inoculou no mesmo menino
líquido extraído de uma pústula de varíola humana.
James não contraiu a doença, o que significava que
estava imune à varíola. Estava descoberta a primeira
vacina com vírus atenuado que, em dois séculos,
erradicaria a doença. Phipps foi o décimo-sétimo
caso descrito no primeiro artigo de Jenner sobre
vacinação, “Um Inquérito sobre as Causas e os
Efeitos da Vacina da Varíola”.
• Doenças provocadas por vírus ou bactérias são
evitadas com o uso das vacinas.

• As vacinas induzem o nosso sistema imunitário a


produzir anticorpos específicos contra um
determinado microrganismo. Caso haja uma
invasão na pessoa vacinada, os anticorpos já
existentes impedem que a doença nele se instale.5
Ação das vacinas em nosso corpo

Vacina
liberada no
organismo

Produção de
anticorpos pelo
organismo

Organismos
invasores
cercados por
anticorpos
Fonte: https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/09/vacina-
Principais vacinas
Vírus atenuado:
• BCG
• Dengue
• Febre amarela
• Herpes zoster
• Poliomielite oral
• Rotavírus
• Tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
• Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
• Varicela
Vírus inativado:
• Dupla do tipo adulto (difteria e tétano)
• Haemophilus influenzae do tipo b
• Hepatite A e combinações
• Hepatite B e combinações
• Influenza
• Meningocócicas
• Pneumocócicas conjugadas e polissacarídicas
• Poliomielite inativada
• Raiva
• Tríplice bacteriana (difteria, tétano e pertussis) e suas
combinações
• HPV
Calendário vacinação

• Fonte: https://www.saude.gov.br/images/campanhas/vacinacao-polio-sarampo/pagina-vacinacao/calendario-
vacinacao.png
Soro – Curativo (Imunobiológico)
• Produzem imunização passiva
• Os soros diferem das vacinas por já conterem os anticorpos
de que o organismo necessita a serem usados para curar
certas enfermidades.
• A preparação de soros é feita com aplicação de
microrganismos mortos ou atenuados, ou ainda de suas
toxinas em animais como coelhos, cabras e cavalos.
• Depois da produção de anticorpos pelos animais citados,
parte do sangue deles é coletada e são usadas técnicas para
isolá-los e na produção dos soros.
• Os mais conhecidos soros são os antiofídicos, que
neutralizam os efeitos tóxicos do veneno de animais
peçonhentos, por exemplo, cobras e aranhas. No entanto,
há soros para o tratamento de doenças, como difteria,
tétano, botulismo e raiva, e são produzidos também soros
que reduzem a possibilidade de rejeição de certos órgãos
transplantados, chamados de Anti-timocitários.
• Antibotrópico – para acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca,
cotiara.
• Anticrotálico – para acidentes com cascavel.
• Antilaquético – para acidentes com surucucu.
• Antielapídico – para acidentes com coral.
• Antiaracnidico – para acidentes com aranhas do gênero Phoneutria
(armadeira), Loxosceles (aranha marrom) e escorpiões brasileiros do
gênero Tityus.
• Antiescorpiónico – para acidentes com escorpiões brasileiros do
gêneroTityus.
• Anilonomia – para acidentes com taturanas do gênero Lonomia.
• Anti-tetânico – para o tratamento do tétano.
• Anfi-rábico – para o tratamento da raiva.
• Antifidiftérico – para tratamento da difteria.
• Anti-botulínico “A” – para tratamento do botulismo do tipo A.
• Anti-botulínico “B” – para tratamento do botulismo do tipo B.
• Anti-botulínico “ABE” – para tratamento de botulismo dos tipos A B e E.
• Anti-timocitário – usado para reduzir as possibilidades de rejeição de
certos órgãos transplantados.
A jararaca é uma serpente O Instituto Butantan (SP)
peçonhenta, responsável é o maior produtor de
por cerca de 90% dos soros antiofídicos do
acidentes ofídicos no Brasil. mundo.

https://flateconomico.com.br/wp-
https://ichef.bbci.co.uk/news/976/cpsprodpb/DFFE/production/_
content/uploads/2018/10/Instituto-butantan-2.jpg
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Produção de soro antiofídico
• O soro antiofídico é obtido a partir do sangue de
um animal de grande porte, como o cavalo, que
produz agentes de defesa contra o veneno
inoculado em seu organismo. Primeiro, retira-se
o veneno da cobra (1). Em seguida, injetam-se
pequenas doses deste veneno no cavalo em
intervalos de 5 dias (2) . Passados 30 dias, o
sistema imunológico do animal cria anticorpos
que neutralizam a ação do veneno. Então,
retiram-se de 6 a 8 litros de sangue do cavalo
em intervalos de 48 horas (3) . A única parte
utilizada do sangue é o plasma onde são
encontrados os anticorpos. As hemácias Fonte: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/SQdRt6ExskQg
(glóbulos vermelhos) são devolvidas ao animal. syZf9PBqWzSHNbrQpFf5KdvneB9HXhAMpa
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Por meio de um processo de centrifugação
retira-se o fibrinogênio, principal proteína do
plasma, que sem ele se transforma em soro.
Depois de uma série de testes químicos, o soro
é envasado e distribuído para hospitais (4).

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