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TRT-PE 6º Região

Administração- Gestão de Pessoas


Apostila
Giovanna Carranza

2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.


Administração

GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

A Era da Informação, de forte mudança e instabilidade, está


trazendo o modelo orgânico e flexível de estrutura organizacional, no
qual prevalecem as equipes multifuncionais de trabalho.

É a época da gestão de pessoas e com pessoas. No mundo de


hoje, as preocupações das organizações se voltam para a
globalização, pessoas, clientes, produtos/serviços, conhecimento,
resultados e tecnologia. As mudanças e transformações na área de RH
são intensas e devido a isso, a gestão de pessoas passou a ser uma
área estratégica na organização.

Os aspectos fundamentais da moderna Gestão de Pessoas:

 As pessoas como seres humanos: personalidade própria –


diferentes entre si – conhecimento– história pessoal e
particular – habilidades e competências distintas.

 As pessoas como ativadores inteligentes de recursos


organizacionais: as pessoas como fonte de impulso próprio
que dinamiza a organização e não como agentes passivos,
inertes e estáticos.

 As pessoas como parceiros da organização. Capazes de


conduzi-la à excelência e ao sucesso por meio de
investimentos na organização: esforços – dedicação –
responsabilidade – comprometimento – riscos.

CONCEITOS

Hoje, sabe-se que as pessoas precisam ser felizes. Para que sejam
produtivas, as pessoas devem sentir que o trabalho é adequado às suas
capacidades e que estão sendo tratadas equitativamente. Desenvolver
e manter qualidade de vida no trabalho: qualidade de vida no trabalho
(QVT) é um conceito que se refere aos aspectos da experiência do
trabalho, como estilo de gestão, liberdade e autonomia para tomar
decisões, ambiente de trabalho agradável, segurança no emprego,
hora adequadas de trabalho e tarefas significativas e agradáveis.

Um programa de QVT procurar estruturar o trabalho e o ambiente


de trabalho no sentido de satisfazer a maioria das necessidades
individuais das pessoas e tornar a organização um local desejável.

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Administrar e impulsionar as mudanças: nas últimas décadas,


houve um período turbulento de mudanças sociais, tecnológicas,
econômicas, culturais e políticas. Os profissionais de ARH devem saber
como lidar com mudanças se realmente querem contribuir para o
sucesso de sua organização. Manter políticas éticas e comportamento
socialmente responsável: toda a atividade de ARH deve ser aberta,
transparente, confiável e ética.

As pessoas não devem discriminadas, e os seus direitos básicos


devem ser garantidos.
A Gestão de Pessoas irá gerenciar o que as empresas tem de mais
importante que é o seu Capital Intelectual, um dos conceitos mais
discutidos recentemente. Ele é composto por três elementos:

 Capital Interno (estrutura interna):


Conceitos, modelos, processos, sistemas administrativos e
informacionais. São criadas pelas pessoas e utilizados pela organização

 Capital Externo (estrutura externa):


Relação com cliente e fornecedores, marcas, imagem e
reputação. Dependem de como a organização resolve e oferece
solução para os problemas dos clientes.

 Capital Humano (competências individuais):


Habilidade das pessoas em agir em determinadas situações.
Educação, experiências, valores e competências.

A relação entre saúde e qualidade de vida parece clarificar o


próprio senso comum que nos diz que ter saúde é a primeira e a
essencial condição para que alguém possa qualificar sua vida como de
boa qualidade. Mas o que parece óbvio e claro nem sempre o é, na
realidade. Tanto a concepção de saúde como a de qualidade de vida
comportam discussões e interpretações diversas.

Assim, da mesma forma que a paz não pode ser entendida tão
somente como a ausência de guerra, ter saúde não significa apenas
não estar doente. Em uma concepção mais ampla, como quer a
Organização Mundial de Saúde, ter saúde significa uma condição de
bem estar que inclui não apenas o bom funcionamento do corpo, mas
também o vivenciar uma sensação de bem estar espiritual (ou
psicológico) e social, entendido este último - o bem estar social - como
uma boa qualidade nas relações que o indivíduo mantém com as
outras pessoas e com o meio ambiente.
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Assim, esta concepção mais ampla de saúde aproxima-se do


moderno conceito de qualidade de vida, embora dele não venha a ser
sinónimo. A expressão "qualidade de vida" tem estado muito em moda,
mas nem sempre tem sido empregada na real acepção ou, ao menos,
na acepção proposta e aceita pelos estudiosos do assunto.

Confunde-se, frequentemente, uma boa qualidade de vida com


uma vida confortável do ponto de vista material; com uma vida plena
de lazer e de viagens; com férias frequentes em lugares maravilhosos e
com pouco trabalho, obrigações e aborrecimentos. Confunde-se
também - ou pelo menos exige-se como condição sine qua non - com
um bom nível de cuidados com o corpo.

Este não é, entretanto, o conceito que os estudiosos têm do assunto


"qualidade de vida". Ela pode ser entendida como o nível alcançado
por uma pessoa na consecução dos seus objetivos de uma forma
hierarquizada e organizada. Uma vida humana é uma vida vivida de
acordo com um plano. Estabelecer um plano de vida é ser capaz de,
sem que necessariamente o executemos por inteiro, ao menos lutemos
por ele, parece ser condição indissociável de uma boa qualidade de
vida e, também, da felicidade, dado que estas duas condições - saúde
e qualidade de vida - não sendo sinónimas, andam de braços dados e
são, a rigor, inseparáveis.

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) deve se basear em sete


pilares. Veja quais são eles:

 Saúde e Esporte - Os cuidados com a saúde vão do check-


up até uma alimentação balanceada, de quatro em quatro
horas, e uma prática esportiva pelo menos três vezes por
semana. Assim, a integridade física do executivo estará
garantida.

 Família/Afetividade - Atividades que promovam a harmonia


no relacionamento com pais, filhos, amigos e irmãos,
namorados, noivos e maridos, para se evitar a transferência
para o ambiente de trabalho de problemas de convivência
no lar.

 Carreira e Vocação - Dedicação a atitudes empreendedoras


no trabalho, para se alcançar o sucesso, tais como iniciativa,
persistência, criatividade e liderança. Importante também
fazer o marketing pessoal e administrar bem o tempo.

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 Cultura e Lazer - O autoconhecimento é o ponto chave.


Deve-se aproveitar o tempo livre com leituras, cursos,
cinema. Não confundir horas de lazer com férias. As férias
estão incluídas nesse pilar, porém, devem ser encaradas
como uma fuga total das obrigações do trabalho.

 Sociedade e Comunidade -Atentar-se às práticas de


networking e condutas responsáveis socialmente, como
voluntariado e atuação em causas comunitárias, incluindo
ética no trabalho.

 Bens e Possessões - Anseios e desejos do executivo.


Parcimônia com ambições, para que não se confunda com
ganância. Estimular a vida material dando valor aos bens
que já possui, incluindo noções de gestão das finanças
pessoais.

 Mente e Espírito - Cuidar da espiritualidade no sentido de se


aproximar das pessoas e não confundir o conceito com
religiosidade. Caráter, moral e coerência são as posturas
recomendadas.

Trabalho
O trabalho é um dos elementos que mais interferem nas condições
e qualidade de vida do homem e, portanto, movimentos trabalhistas
que ocorreram no último século estão ligadas à demandas dos
trabalhadores por um ambiente de trabalho saudável, e a própria
existência de doenças profissionais, isto é, de enfermidades ligadas à
atividade produtiva, reconhecidas pela Organização Internacional do
Trabalho desde o início do século XX.

Do ponto de vista da Administração de Recursos Humanos, a saúde


e a segurança dos empregados constituem uma das principais bases
para a preservação da força de trabalho adequada.

Higiene e Segurança do Trabalho constituem duas atividades


interrelacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais
de trabalho, capazes de manter certo nível de saúde dos empregados.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a saúde é um estado
completo de bem-estar físico, mental e social e que não consiste
somente na ausência de doenças ou enfermidades.

A Higiene do Trabalho refere-se ao conjunto de normas e


procedimentos que visa a proteção da integridade física e mental do
trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do
cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
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A Higiene do Trabalho está relacionada com o diagnóstico e com


a prevenção de doenças ocupacionais a partir do estudo e controle de
duas variáveis: o homem e seu ambiente de trabalho.

A Segurança no Trabalho é o conjunto de medidas técnicas,


educacionais, médicas e psicológicas empregadas para prevenir
acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer
instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas
preventivas. Seu emprego é indispensável para o desenvolvimento
satisfatório do trabalho. Dependendo do esquema de organização da
empresa, os serviços de segurança têm a finalidade de estabelecer
normas e procedimentos, colocando em prática os recursos possíveis
para conseguir a prevenção de acidentes e controlando os resultados
obtidos.

A Legislação

As normas legais da segurança e da medicina do trabalho, que


têm aplicação a todos os empregados e empregadores, encontram-se
agrupadas nos arts. 154 a 201 da CLT, além de normas e atos do Poder
Executivo que visam dar cumprimento a tais determinações legais.

Com fundamento no art. 225 da CF/1988, o ambiente de trabalho


há de assegurar equilíbrio ecológico, para garantir qualidade de vida
aos trabalhadores. O inciso V do mesmo dispositivo constitucional
determina ao Poder Público o controle da produção, da
comercialização e emprego de métodos e substâncias que comportem
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.

Ergonomia

Ergonomia é uma ciência que estuda profundamente o


funcionamento humano no trabalho, gerando conhecimentos e
contribuindo para a concepção e a melhoria das situações e das
condições de trabalho. Atua nos fatores que determinam o trabalho:
formação, organização de trabalho, postos, equipamentos e ambiente.

A palavra ergonomia deriva do grego ergon (trabalho) e nomos


(normas, regras, leis). Trata-se de uma disciplina orientada para uma
abordagem sistémica de todos os aspectos da atividade humana. Para
darem conta da amplitude dessa dimensão e poderem intervir nas
atividades do trabalho é preciso que os ergonomistas tenham uma
abordagem holística de todo o campo de ação da disciplina, tanto em
seus aspectos físicos e cognitivos, como sociais, organizacionais,
ambientais etc. Frequentemente. esses profissionais intervêm em setores
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particulares da economia ou em domínios de aplicação específicos.


Esses últimos caracterizam-se por sua constante mutação, com a
criação de novos domínios de aplicação ou do aperfeiçoamento de
outros mais antigos.

A Norma Regulamentadora da Legislação Brasileira, editada pelo


Ministério do Trabalho, determina os parâmetros de adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores. proporcionando um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.

Assim, as normas de prevenção das doenças e critérios de defesa


da saúde dos trabalhadores das esferas pública e privada com a
finalidade de protegê-los das Lesões por Esforços Repetitivos ( LER).

PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR TRABALHO INSALUBRE

LER/DORT (Lesão por Esforços Repetidos/Doenças Osteomusculares


Relacionados ao Trabalho)

As lesões por esforços repetitivos (LER) são movimentos repetidos


de qualquer parte do corpo que podem provocar lesões em tendões,
músculos e articulações, principalmente dos membros superiores,
ombros e pescoço, devido ao uso repetitivo ou a manutenção de
posturas inadequadas resultando no declínio do desempenho
profissional. As vítimas mais comuns são os digitadores, datilógrafos,
bancários, telefonistas, secretárias e trabalhadores de linhas de
montagem.

As principais causas de LER são: posto de trabalho inadequado,


mal projetado ou ergonomicamente errado; atividades no trabalho que
exijam força excessiva com as mãos; posturas inadequadas e
desfavoráveis às articulações; repetição sistemática de um mesmo
padrão de movimento; ritmo intenso de trabalho; jornada de trabalho
prolongada; falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes; falta de
orientação e desconhecimento sobre os riscos do LER.
Os sintomas principais são: formigamentos, dores, fadiga, perda da
força muscular e inchaço nas partes afetadas. Geralmente os
diagnósticos médicos são de tenossinovites, tendinites, epicondilite,
bursites etc.

A melhor forma de combater a LER é por meio da prevenção, isto


é, evitar que o trabalhador se torne um lesionado, oferecendo
condições de trabalho adequadas e que não o deixe exposto às
causas do LER. O trabalhador portador de LER deve ser reaproveitado
em outra função em que sua lesão não seja agravada.
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Distúrbios Psíquicos

A forma como o trabalho está organizado, a duração das jornadas,


a intensidade, monotonia, repetitividade, alta responsabilidade e
principalmente a forte pressão por produtividade que levam as pessoas
para muito além dos limites saudáveis são fatores que podem provocar
distúrbios psíquicos nos trabalhadores.

Podem ser sinais de distúrbios psíquicos relacionados ao trabalho:


modificação do humor, fadiga, irritabilidade, cansaço por esgotamento,
isolamento, distúrbio do sono (falta ou excesso), ansiedade, pesadelos
com o trabalho, intolerância, descontrole emocional, agressividade,
acompanhados de sintomas físicos como: dores (de cabeça ou no
corpo todo), perda do apetite, mal estar geral, tonturas, náuseas,
sudorese, taquicardia etc. As tensões, angústias e conflitos presentes no
ambiente de trabalho sobrecarregam o corpo e podem levar também a
acidentes e contribuir para agravar outras doenças profissionais.

É sempre importante ressaltar que o trabalhador tem direito à um


tratamento digno, de ser reconhecido como ser humano com
qualidades e limites, e o empregador precisa entender que, embora
pague pela força de trabalho durante o período da jornada (de até 44
horas semanais), não comprou o corpo ou à saúde do trabalhador, que
devem ser sempre preservados.

Os distúrbios psíquicos relacionados ao trabalho, em muitos casos,


também estão ligados ao assédio moral, humilhações e degradações
constantes que criam um ambiente hostil, afetando a saúde do
trabalhador.

O assédio moral está ligado à ideia de humilhação, isto é, com o


sentimento de ser ofendido, menosprezado, rebaixado, constrangido
etc. A pessoa que é vítima de assédio moral se sente desvalorizada e
envergonhada.

Asma Ocupacional

Enquanto a asma convencional é causada por ácaros comumente


presentes no ambiente, a asma ocupacional acontece com
trabalhadores que, durante suas atividades profissionais, entram em
contato com produtos químicos ou agentes biológicos que causam
alergia ou irritação no aparelho respiratório.

Os primeiros sintomas são a tosse seca, falta de ar e o chiado no


peito; o efeito é o mesmo da asma convencional: contração dos
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brônquios (canais por onde passa o ar) que fecha as vias aéreas,
causando a dificuldade de respirar. Embora as crises possam aparecer
em casa, é mais comum que elas aconteçam durante o horário de
trabalho e que diminuam nos períodos em que o trabalhador se afasta,
como nos finais de semana e períodos de férias.

A melhor forma de prevenir a asma ocupacional é por meio da


utilização de equipamentos de proteção que impeçam o contato do
trabalhador com o agente causador da alergia. Quando o paciente já
está adoecido, o tratamento clínico é o mesmo realizado para a asma
convencional, portanto, é necessário que o paciente seja afastado do
agente causador, isto é, o mais indicado é que o trabalhador mude seu
local de trabalho, ou seja, realocado na empresa. o que nem sempre é
possível.

Dermatoses Ocupacionais

As dermatoses ocupacionais são lesões que afligem a pele dos


trabalhadores que durante suas atividades precisam entrar em contato
com produtos e agentes que causam irritação e alergia, mas não têm
acesso à proteção adequada. Na maior parte dos casos, tais
dermatoses são causadas pelo contato frequente com agentes
químicos, muito comuns em indústrias e também no trabalho doméstico
(por meio dos produtos de limpeza).

Os sintomas são: ressecamento, vermelhidão, descamação,


fissuras, crostas, inchaço, inflamação, unhas quebradiças, verrugas,
erupções, queimaduras etc.

A melhor forma de prevenir este tipo de dermatose é proteger a


pele por meio de luvas e roupas impermeáveis ou que impeçam o
contato com o agente causador.

Perda Auditiva

Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR)

A perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) é a diminuição gradual


da capacidade de ouvir em razão de uma longa exposição à ruídos
sem a devida proteção. A exposição repetida ao ruído excessivo pode
levar, ao cabo de alguns anos, à perda irreversível e permanente da
audição. Como sua instalação é lenta e progressiva, a pessoa só se dá
conta da deficiência quando as lesões já estão avançadas.

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Os trabalhadores que sofrem com a PAIR começam a ter


dificuldades para perceber os sons agudos (como os de telefones,
apitos, tique-taque do relógio, campainhas etc.), e caso continuem se
expondo à altos ruídos, poderão comprometer ainda as frequências
que afetam o reconhecimento da fala. Além da diminuição da audição,
também são identificados como sintomas PAIR a presença de zumbidos
e de tonturas.

A perda da audição, ainda que parcial, tem uma influência


negativa muito grande na qualidade de vida do ser humano, causando
danos ao seu comportamento individual, social e psíquico, como: perda
da autoestima, insegurança, ansiedade, inquietude, estresse,
depressão, alterações do sono, maior irritabilidade, isolamento etc.
A perda de audição também está relacionada ao tempo de
exposição ao ruído e à outros fatores como predisposição e idade.
A perda auditiva induzida pelo ruído, relacionada ao trabalho,
pode ser prevenida com o uso constante de protetores auditivos
individuais, que devem ser fornecidos pela própria empresa (de acordo
com a Portaria n° 3.214 do Ministério do Trabalho, que trata de
Equipamentos de Proteção Individual).

IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PESSOAS

Não tem como dissertar sobre a importância do papel dos recursos


humanos nas organizações sem nos retratar a um viés histórico,
expondo que as pessoas nem sempre foram a principal preocupação
das organizações. Exemplo disto é a o que a Administração Cientifica
preconizava que o trabalhador ficava em segundo plano quando se
tratava de produção.

Compreendemos que, com os estudos de Hawthorne, começa um


prenúncio de mudança na relação das organizações para com seus
funcionários, e a partir disto inicia-se vários estudos acerca da relação
trabalhador x organização, tais como: Pirâmide de Maslow, Fatores de
Herzberg, uma maior importância à teoria Y e X, e, num passado mais
recente estudos sobre liderança, motivação, administração
participativa entre outros.

A tendência do mundo corporativista nos dias atuais é a


valorização das pessoas. Durante a revolução industrial o principal setor
da empresa era o tecnológico, mas na atualidade percebe-se que
vivemos outra realidade, onde o principal ativo das organizações são as

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pessoas que fazem parte do universo daquela organização, por meio


do incentivo do capital intelectual humano.

Os recursos humanos nas organizações têm função primordial


dentro da sua estrutura. É perceptível que o capital humano das
organizações é o setor mais importante e, a partir disto, percebe-se
como os administradores devem focar suas atenções a este segmento
interno da organização.

Chiavenato (2003) conceitua que recursos humanos é uma área


interdisciplinar que tem a capacidade de envolver inúmeros conceitos
oriundos de varias áreas, por tratar diretamente com o ser humano, ou
seja, indivíduos com personalidades diferentes, o que requer de
qualquer especialista na área de recursos humanos uma experiência e
um bom volume de conhecimento em diferentes áreas.

Entende-se que hoje a globalização é preponderante para a


mudança da sociedade, o que influencia diretamente na capacidade
de informação adquirida pelas pessoas. Neste ponto de informação, é
onde os recursos humanos realizam suas atividades, com a função de
recrutar, estruturar, instruir e qualificar as pessoas.

Os recursos humanos bem planejados deslocam toda importância


da empresa para os funcionários, muito mais que pressão este fato
gerador se dá pelo reconhecimento formal do quadro de pessoal,
quando isso acontece o retorno é imediato, pois o colaborador trabalha
pelo bem incondicional da empresa.

De acordo com Milkovich & Boudreau (2000, p 64): ―As condições


externas à empresa criam o ambiente para a administração de recursos
humanos. Elas influenciam as decisões tomadas pela organização; e
essas decisões, por sua vez, influenciam as condições externas‖. Saber
quando o colaborador pode desempenhar além do esperado ou que
num certo período por motivo extra ou intra-organização seu
desempenho está sendo afetado é resultado de um recursos humanos
organizado.

Os recursos humanos nas empresas passam do limite estipulado


moralmente por conta do lucro líquido. Observa-se desta forma o
resultado que um bom trabalho desenvolvido pelo setor pode oferecer,
em que fica clara para as organizações pública ou privada a
importância do uso eficaz desta ferramenta administrativa.

As empresas percebem que os colaboradores têm que ser visto


como o seu ativo principal, mas é evidente que as organizações ainda
não sabem lidar com isso. É neste dilema que é importante a
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participação dos recursos humanos, conforme já dizia Peter Drucker na


obra Como atrair, gerenciar o capital humano da promessa à realidade
de Friedman et al (2000, p. 75): ―Todas as organizações costumam dizer:
as pessoas são nosso maior ativo, mas poucas delas, contudo, praticam
o que pregam que dirá realmente acreditar nisso‖.

Os recursos humanos têm que proporcionar à organização


soluções para que os seus colaboradores possam desempenhar da
melhor forma o seu trabalho, atento a todos os anseios pessoais e do
ambiente social dentro da organização. Inserir programas de qualidade
de vida no trabalho, treinamentos, incentivos financeiros e de bem-
estar. Outra função para os recursos humanos é organizar políticas e
ações para que as pessoas possam desempenhar seu trabalho com a
maior eficácia.

Silva (2002, p. 224), por sua vez, afirma que: ―o principal interesse
gerencial é motivar os funcionários a alcançar os objetivos
organizacionais de um modo eficiente e eficaz‖. Neste pensamento é
que o papel do gerente de recursos humanos é fundamental, pois é o
órgão que tem as características para efetuar esta motivação juntos aos
colaboradores. Para atingir a efetividade, os recursos humanos
necessitam superar seus próprios limites, ou seja, ―sair do escritório‖,
para se direcionar às características e diferenças individuais de cada
colaborador, isto pode ajudar a entender a diversidade e singularidade
das pessoas para proporcionar um importante processo da
administração das organizações.

O setor de recursos humanos não é o responsável direto pelo


sucesso da empresa, pois esse sucesso depende de outros fatores para
alcançar resultado esperado. E neste aspecto a organização deve
proporcionar toda estrutura para o administrador de recursos humanos
realizar um trabalho consistente.

OBJETIVOS

 Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar


sua missão: antigamente, a ênfase era colocada no fazer
corretamente as coisas através dos métodos e regras impostos aos
funcionários para obter eficiência. O salto para a eficácia veio com
a preocupação em atingir objetivos e resultados.

 Proporcionar competitividade à organização: isto significa


saber empregar as habilidades e competências da força de
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trabalho. A função da ARH é fazer com que as forças das pessoas


sejam mais produtivas para beneficiar clientes, parceiros e
empregados.

 Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem


motivadas.

 Preparar e capacitar continuamente as pessoas é o primeiro


passo. O segundo é dar conhecimento às pessoas e não apenas
dinheiro.

 Aumentar a auto-atualização e a satisfação das pessoas no


trabalho: Antigamente a ênfase era colocada nas necessidades da
organização.

AMBIENTE ORGANIZACIONAL

Uma apreciação crítica do planejamento de RH aponta que ele


precisa ser mais amplo e abrangente no sentido de envolver aspectos
do capital humano como conhecimentos, habilidades e competências
para tornar a organização bem-sucedida. E para isso, é importantíssimo
a avaliação do ambiente organizacional pois ele influencia diretamente
a maneira como a organização pretende gerenciar e estabelecer suas
políticas em relação às pessoas.
E para avaliar o ambiente organizacional, é necessário analisarmos
a situação do mercado de trabalho e mercado de recursos humanos.

Mercado de Trabalho/Emprego (vagas)


É constituído pelas ofertas de trabalho ou do emprego oferecidas
pelas organizações, em determinado lugar e em determinada época.

Mercado de Recurso Humanos (candidatos)


É constituído pelo conjunto de pessoa aptas ao trabalho, em
determinado lugar e em determinada época.

Muitas vagas e poucas pessoas


• As empresas terão que investir mais em recrutamento, pois
precisam atrair as pessoas.
• O processo de seleção será menos rigoroso.
• As empresas terão que investir mais em treinamento para
compensar as deficiências do processo de seleção.
• A rotatividade irá aumentar.
• O absenteísmo irá aumentar.

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• Aumenta a competitividade entre as empresas que utilizam o


mesmo tipo de mão de obra.

Poucas vagas e muitas pessoas


• As empresas irão investir menos em recrutamento, pois as
pessoas estão batendo em sua porta.
• O processo de seleção será mais rigoroso.
• As empresas terão que investir menos em treinamento.
• A rotatividade irá diminuir.
• O absenteísmo irá diminuir.
• Diminuir a competitividade entre as empresas que utilizam o
mesmo tipo de mão de obra.

POLÍTICAS DE RECURSOS HUMANOS

As políticas de recursos humanos referem-se às maneiras pelas


quais a organização pretende lidar com seus membros e por intermédio
deles atingir os objetivos organizacionais, permitindo condições para o
alcance de objetivos individuais. Variam enormemente conforme a
organização.

Cada organização desenvolve a política de recursos humanos


mais adequada à sua filosofia e às suas necessidades.

A rigor, uma política de recursos humanos deve abranger o que a


organização pretende acerca dos seguintes aspectos:

PROCESSO DE Quem deve  Recrutamento


AGREGAR trabalhar na  Seleção
PESSOAS organização  Planejamento
de RH
 Processo de
Integração

PROCESSO DE O que as  Desenho de


APLICAR PESSOAS pessoas cargo
farão na  Análise e
organização descrição
 Avaliação de
desempenho

PROCESSO DE Como  Remuneração


RECOMPENSAR recompensar  Benefícios soc.
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PESSOAS as pessoas na
organização

PROCESSO DE Como preparar  Treinamento


DESENVOLVER e desenvolver  Desenvolvi./ de
PESSOAS as pessoas Pessoas
na organização  Desenvolvi./
Organizacional
 Programas de
mudanças
 Programas de
comunicação

PROCESSO DE Como manter  Disciplina


MANTER PESSOAS as pessoas  Higiene
trabalhando  Segurança
na organização  Qualidade de
vida
 Relações
sindicais

PROCESSO DE Como saber o  Banco de


MONITORAR que as pessoas dados
PESSOAS fazem na  Controles
organização  Sistemas de
Informações
gerenciais

PROCESSO DE AGREGAR PESSOAS

Os processos de provisão estão relacionados com o suprimento de


pessoas para a organização. São os processos responsáveis pelos
insumos humanos e envolvem todas as atividades relacionadas com
pesquisa de mercado, recrutamento e seleção de pessoas, bem como
sua integração às tarefas organizacionais.

Trata-se de abastecer a organização dos talentos humanos


necessários a seu funcionamento.

RECRUTAMENTO DE PESSOAL

É o conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair


candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos

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na organização. Esse processo de busca dos candidatos pode ser


realizado dentro ou fora da empresa.

O recrutamento requer um cuidadoso planejamento, que constitui


uma seqüência de três fases, a saber:

 Pesquisa Interna: O que a organização precisa: Pessoas


necessárias para a tarefa organizacional.

 Pesquisa Externa: O que o mercado de RH pode oferecer: Fontes


de recrutamento a localizar e alvejar.

 Técnica de recrutamento a aplicar: O planejamento do


recrutamento tem, pois, a finalidade de estruturar o sistema de
trabalho a ser desenvolvido.

Meios de recrutamento:

O mercado de recursos humanos é constituído de um conjunto de


candidatos, que podem estar aplicados ou empregados (trabalhando
em alguma empresa) ou disponíveis (desempregados). Os candidatos
aplicados ou disponíveis podem ser tanto reais (que estão procurando
emprego ou pretendendo mudar de emprego) como potenciais (que
não estão interessados em procurar emprego).

TIPOS DE RECRUTAMENTO

RECRUTAMENTO INTERNO - quando, havendo determinada vaga, a


empresa procura preenchê-la através do remanejamento de seus
empregados, que podem ser promovidos ou transferidos.

Vantagens do Recrutamento Interno:


• Aproveita melhor o potencial humano da organização
• É mais econômico, mais rápido
• Apresenta maior índice de validade e de segurança
• É uma fonte poderosa de motivação para os empregados
• Incentiva a permanência e a fidelidade dos funcionários
• Probabilidade de melhor seleção, pois os candidatos são bem
conhecidos

Desvantagens do Recrutamento Interno:


• Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e
expectativas.
• Se a organização não oferecer oportunidades de crescimento no
momento adequado, corre o risco de frustrar os empregados em suas
ambições, trazendo conseqüências como apatia, desinteresse ou o
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desligamento da organização, a fim de aproveitar oportunidades fora


dela.
• Pode gerar conflito de interesses
• Quando administrado incorretamente, pode levar à situação
denominada ―Princípio de Peter‖:. Á medida que um empregado
demonstra competência em um cargo, a organização promove-o
sucessivamente até o cargo em que ele, por se mostrar incompetente,
estaciona.

RECRUTAMENTO EXTERNO - realizado com candidatos vindos de


fora da empresa.

Vantagens do Recrutamento Externo:


• Traz ―sangue novo‖ e experiências novas para a organização
• Renova e enriquece os recursos humanos da organização
• Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e
destrezas.

Desvantagens do Recrutamento Externo:


• É geralmente mais demorado do que o recrutamento interno.
• É mais caro e exige inversões e despesas imediatas com
anúncios, jornais, honorários de agências de recrutamento.
• Em princípio, é menos seguro do que o recrutamento interno.
• Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a
estranhos.
• Geralmente, afeta a política da empresa, influenciando as faixas
salariais internas, principalmente quando a oferta e a procura de
recursos humanos estão em situação de desequilíbrio.
• Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da
organização.

RECRUTAMENTO MISTO – Quando é permitido que funcionários da


empresa e pessoas de fora se candidatem ao cargo, aproveitando
assim as vantagens dos dois recrutamentos anteriores.

Técnicas de recrutamento
O recrutamento externo utiliza várias e diferentes técnicas para
influenciar e atrair candidatos. Trata-se de escolher os meios mais
adequados para ir até o candidato desejado – onde quer que ele esteja
– e atraí-lo para a organização:

 Anúncios em jornais e revistas especializadas: jornais locais e


regionais (gerentes, supervisores e funcionários); jornais mais
populares (empregados especializados) e revistas
especializadas (cargo muito específico).

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Especialistas em propaganda salientam que o anúncio deve


possuir quatro características:

A.I.D.A.: A (atenção pelo tamanho), I (deve despertar o interesse


por sua natureza desafiadora), D (aumentar o interesse apresentando as
vantagens: satisfação – participação – desenvolvimento) A (deve
provocar a ação: preencher a ficha ou enviar CV).

Agências de recrutamento: as agências podem servir de


intermediária para fazer o recrutamento.
O processo de recrutamento culmina com o candidato
preenchendo a sua proposta de emprego ou apresentado seu
curriculum vitae à organização. A proposta de emprego é um formulário
que o candidato preenche, anotando os seus dados pessoais,
escolaridade, experiência profissional, conhecimentos, endereço e
telefone para contatos. As organizações bem-sucedidas estão sempre
de portas abertas para receber candidatos que se apresentam
espontaneamente, mesmo que não tenham oportunidades a oferecer
no momento.

HEADHUNTERS ( Caça – talentos) – são os profissionais que atuam


no mercado de trabalho para executivos, contratados por empresas
para identificar e indicar executivos de que elas precisam para
preencher posições em aberto em seus quadros superiores. Seu
trabalho começa quando desenvolvem com a empresa-cliente o perfil
do profissional a encontrar, partindo em seguida para a procura de
executivos, no mercado, empregados ou não, que atendam ao
desejado. Os executivos que os ―Headhunters‖ procuram podem estar
no próprio Banco de Currículos da Consultoria, na Internet, nas
indicações de outros executivos, nos candidatos que respondam a
anúncios de jornal, nos assessorados de empresas de ―Outplacement‖
(é uma solução profissional, elaborada com o objetivo de conduzir com
dignidade e respeito os processos de demissão nas companhias. É um
sistema de ganha-ganha, que busca o beneficio de todos os
envolvidos) ou trabalhando em empresas e disponíveis para serem
―caçados‖.

SELEÇÃO DE PESSOAL

O recrutamento e a seleção de recursos humanos devem ser


tomados como duas fases de um mesmo processo.

A seleção de pessoal tem por objetivo básico escolher e classificar


os candidatos adequados às necessidades da organização -
profissionais com perfil aproximado ao perfil do cargo – adequando o

18

Giovanna Carranza
Administração

homem ao cargo e buscando eficiência e eficácia do homem no cargo


- É a escolha da pessoa certa, para o cargo certo.

A seleção é um processo de comparação entre duas variáveis:


comparar o perfil do candidato ( que se identifica através das técnicas
de seleção) com o que é exigido para o cargo ( essas informações
virão da análise e descrição do cargo).

Base para a seleção de pessoas:

1. Descrição e Análise do cargo


Descrição : conteúdo do cargo
Análise: características, perfil, habilidades, talentos do ocupante do
cargo
2. Técnica dos incidentes críticos
3. Análise do cargo no mercado

Técnicas de Seleção:

• Entrevista de seleção
• Provas de conhecimentos/capacidade
• Testes psicométricos
• Testes de personalidade
• Técnicas de simulação

TIPOS DE ENTREVISTAS

Entrevista diretiva: determina o tipo de resposta desejada, mas não


especifica as questões, ou seja deixa as perguntas a critério do
entrevistador.

Entrevista não-diretiva:é a entrevista totalmente livre, não


especifica nem as questões e nem as respostas requeridas

Entrevista de descrição comportamental: esse método busca,


essencialmente, verificar no repertório do candidato, as situações
vividas por ele que sejam próximas, similares às que ele provavelmente
viverá na posição para a qual será contratado. É a entrevista onde são
solicitadas aos candidatos situações vividas e suas reações como, por
exemplo: você lembra de alguma situação onde teve que enfrentar um
cliente bastante irritado? Como reagiu? Para responder algo assim, o
candidato terá que pensar, precisará de um tempo, pois há um foco
bastante específico a ser respondido, ele terá que remontar ao
passado, ou seja, a algo que de fato viveu. Como ninguém traz para
uma entrevista situações vividas decoradas o tempo de resposta é

19

Giovanna Carranza
Administração

fundamental, já que só mentindo o candidato conseguirá responder


rapidamente a uma pergunta assim, tão focada em situações.

O objetivo principal é o foco e não a criação de uma resposta pelo


candidato. Se remete a algo vivido, experimentado pela pessoa, busca
uma situação e a maneira que o candidato relacionou-se com ela. Uma
coisa é aquilo que acreditamos reagir, outra é a forma verdadeira como
reagimos. A estrutura desse tipo de entrevista evita que ele crie cenários
que nunca existiram, tornando hipotéticas soluções para as quais ele
nunca vivenciou.

Acredita-se que o candidato buscará aplicar soluções


semelhantes para situações semelhantes. Com base em experiências já
vividas e soluções já apresentadas em situações análogas, pode-se
dizer que, se ele resolveu assim uma vez, tenderá a agir da mesma
maneira em situações próximas a essas. Tratando-se de pessoas isto
não é uma garantia, mas as chances de que assim ocorra é muito
grande.

Entrevista de Seleção
1. Treinamento dos entrevistadores
2. Construção do processo de entrevista:
a) Entrevista totalmente padronizada
b) Entrevista padronizada apenas quanto às perguntas ou questões
c). Entrevista diretiva
d). Entrevista não diretiva

Provas ou Testes de Conhecimentos ou de Capacidade

A) Classificação quanto à maneira como as provas são aplicadas:


 Orais.
 Escritas – provas aplicadas por meio de perguntas e
respostas escritas.
 Realização – provas aplicadas por meio da execução de um
trabalho ou tarefa, de maneira uniforme e com tempo
determinado, como prova de digitação, de desenho, de
manobra de veículo ou usinagem de uma peça etc.

B) Classificação quanto á área de conhecimentos abrangidos:


• Provas gerais – provas que aferem noções de cultura geral ou
generalidades de conhecimento.
• Provas específicas – provas que pesquisam os conhecimentos
técnicos e Específicos diretamente relacionados ao cargo em
Referência

20

Giovanna Carranza
Administração

C) Classificação quanto á forma como as provas são elaboradas:


 Provas tradicionais – provas do tipo dissertativo e expositivo.
 Provas objetivas – provas estruturadas na forma de testes
objetivos, cuja aplicação e correção são rápidas e fáceis.
 Provas mistas – provas que utilizam tanto perguntas
dissertativas como objetivas

Testes Psicométricos

Os testes psicométricos constituem uma medida objetiva e


estandardizada de amostras de comportamento das pessoas. Sua
função principal é analisar essas amostras de comportamento humano,
examinando-as sob condições padronizadas e comparando-as com
padrões baseados em pesquisas estáticas.

Testes de Personalidade

Servem para analisar os diversos traços de personalidade, sejam


eles determinados pelo caráter (traços adquiridos ou fenotípicos) ou
pelo temperamento (traços inatos ou genotípicos). Um traço de
personalidade é uma característica marcante da pessoa e que é capaz
de distingui-la das demais.

Técnicas de Simulação

As técnicas de simulação procuram passar do tratamento


individual e isolado para o tratamento em grupos e do método
exclusivamente verbal ou de execução para a ação social.

Quociente de Seleção

O quociente de seleção (selection ratio) é o resultado da


proporção entre o número de pessoas admitidas e o número de
candidatos submetidos às técnicas de seleção. Á medida que o
quociente de seleção diminui, aumenta sua eficiência e seletividade.
Em geral, o quociente de seleção sofre alterações provocadas pela
situação de oferta e procura no mercado de recursos humanos.

Q.S= No. De cand. Admitidos x 100


No. De can. Examinados

PROCESSO DECISÓRIO
21

Giovanna Carranza
Administração

As organizações selecionam as pessoas com quem irão trabalhar e


estas onde pretendem desenvolver o seu papel e aplicar os seus
esforços, por isso que o primeiro passo no processo de agregar pessoas
é o recrutamento, ou seja, é a divulgação das oportunidades
disponibilizadas pelas empresas para que as pessoas que possuam o
perfil possam se encaminhar para a seleção (BERTONI, 2000).

O Mercado seria o espaço onde ocorre a oferta e a procura dos


produtos, englobando assim, o Mercado de trabalho que se constitui
das ofertas de trabalho oferecidas pelas organizações, e também por
estas. O Mercado de Trabalho esta em situação de procura quando as
empresas estão frente a uma escassez de pessoal, isto é, as pessoas são
insuficientes para o preenchimento das vagas em aberto, enquanto que
na situação de oferta as oportunidades são menores que as vagas,
estando as organizações diante de um recurso fácil e abundante, que
são o grande número de pessoas em busca de um emprego. Hoje,
também ocorre toda uma evolução do perfil do profissional, porque
anteriormente o grande número de empregos se relacionavam as
indústrias e atualmente se localiza na economia informal. Já o Mercado
de Recursos Humanos diz respeito as ―pessoas que oferecem
habilidades, conhecimentos e destrezas‖ (CHIAVENATO, 1999. p.88). Isto
é, remete-se a quantidade e qualidade dos profissionais que
encontram-se abertos a uma nova oportunidade de trabalho, estejam
eles ativos ou inativos.

A seleção seria um processo decisório entre os requisitos do cargo


a ser preenchido e o perfil das características dos candidatos que foram
selecionados, e a partir destas considerações tenta-se encontrar o
candidato que mais se aproxime do ―ideal de qualificações‖. Se não
houvesse as diferenças individuais e se todas as pessoas fossem iguais e
reunissem as mesmas condições para aprender a trabalhar, a seleção
de pessoas seria totalmente desnecessária. Acontece que a
variabilidade humana é enorme: as diferenças individuais entre as
pessoas, tanto no plano físico (como estatura, peso, força, acuidade
visual e auditiva, resistência a fadiga, etc.) como no plano psicológico
(como temperamento, caráter, inteligência, aptidões, habilidades
mentais, etc.) levam os seres humanos a se comportar diferentemente,
a perceber situações de maneira diversa e a se desempenhar de
maneira distinta, com maior ou menor e empregabilidade.

As pessoas diferem entre si tanto na capacidade para aprender


uma tarefa como na maneira de executá-la após a aprendizagem. A
estimação apriorística dessas duas variáveis – tempo de aprendizagem
e nível de execução – é um aspecto importante da seleção de pessoal.
Quando completo, o processo seletivo deve fornecer não somente um
22

Giovanna Carranza
Administração

diagnóstico atual, mas principalmente um prognóstico futuro a respeito


dessas duas variáveis. Não apenas uma idéia atual, mas uma projeção
de como a aprendizagem e a execução se situarão a longo prazo.

Pode-se definir três modelos de escolha do candidato:

 Modelo de Colocação: onde só há uma vaga e um único


candidato para preenchê-la;

 Modelo de Seleção: onde há uma vaga e vários candidatos


para preencher esta;

 Modelo de Classificação: onde existe várias vagas para


respectivamente vários candidatos.

PROCESSO DE APLICAR PESSOAS

Análise e Descrição dos cargos – é um processo ordenado das


tarefas ou atribuições inerentes ao mesmo, que fornece informações
para área de recrutamento e seleção.

- Análise: é uma informação do que o ocupante do cargo faz e os


conhecimentos, habilidades e capacidades que ele precisa para
desempenhar o cargo adequadamente. A diferença entre descrição do
cargo e análise do cargo: descrição do cargo focaliza o conteúdo do
cargo (o que o ocupante faz, quando faz, como faz, onde faz e por que
faz), a análise de cargo procura determinar quais os requisitos físicos e
mentais que o ocupante deve possuir, as responsabilidades que o cargo
lhe impõe e as condições em que o trabalho deve ser feito.
Procura determinar os requisitos físicos e mentais que o ocupante
deve possuir, os talentos, habilidades e as responsabilidades que o
cargo exige.

- Descrição dos Cargos: significa relacionar o que ocupante faz,


como faz, sob quais condições faz e por que faz. A descrição de cargo
é um retrato simplificado do conteúdo e das principais
responsabilidades do cargo. O formato comum de uma descrição de
cargo inclui o título do cargo, o sumário das atividades a serem
desempenhadas e as principais responsabilidades do cargo. Descrição
de cargo é um documento escrito que identifica, descreve e define um
cargo em termos de deveres, responsabilidades, condições de trabalho
e especificações.

23

Giovanna Carranza
Administração

- Desenho de Cargo - é criar um cargo, dentro da estrutura


organizacional, especificando o conteúdo, os métodos de trabalho e as
relações com os demais cargos, no sentido de satisfazer os requisitos
tecnológicos, sociais, pessoais e organizacionais de seu ocupante.

DESENVOLVIMENTO E TREINAMENTO

O processo de integração consiste em um treinamento intensivo


aos novos funcionários, tem por objetivo diminuir o prazo de integração
na empresa de 6 (seis) meses para 2 (dois) meses. Segundo estudos
realizados por psicólogos, um novo funcionário leva seis meses para se
adaptar a nova filosofia empresarial, a cultura empresarial e as políticas
de recursos humanos, além de adaptar-se ao novo chefe imediato, aos
novos colegas de trabalho, bem como adaptar-se ao ambiente e clima
empresarial.

Com o processo de integração o prazo de adaptação do novo


funcionário cai para 1/3 (um terço).

A modernização da entidade deve começar pelas pessoas que


nelas trabalham. A modernização passa antes pela cabeça das
pessoas e pela sua competência para chegar posteriormente às
máquinas, equipamentos, métodos, processos, produtos e serviços.
Estas são as consequências da modernização. O produto final dela, mas
não a sua origem. O impulso alavancador da modernização está nas
pessoas, nas suas habilidades e conhecimentos, na sua criatividade e
inovação, na sua inteligência e na sua competência.

Se encararmos as pessoas como recursos - isto é, recursos


humanos - a primeira conclusão que se tira é a de que elas constituem
os Únicos recursos eminentemente vivos e dinâmicos com que a
empresa pode contar. Na realidade, as pessoas apresentam uma
incrível aptidão para o desenvolvimento. Desenvolvimento é a
capacidade de aprender novas habilidades, obter novos
conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos. E uma aptidão
permite uma formidável ampliação da competência profissional de
cada pessoa. A Aptidão para o desenvolvimento pode e deve ser
incrementada para o proveito de ambas as partes: pessoas e entidades.
O treinamento faz parte do desenvolvimento das pessoas. Em outras
palavras, o treinamento é um aspecto específico do desenvolvimento
pessoal. E este, por seu lado, é um aspecto específico do
desenvolvimento organizacional.

O desenvolvimento organizacional (DO) é a mudança planejada


da organização, seja da sua cultura, seja da sua dinâmica, seja da sua
24

Giovanna Carranza
Administração

estrutura organizacional. O DO parte de uma visão macroscópica e


sistémica da organização empresarial para melhorar a eficiência e a
eficácia da empresa por meio de intervenções construtivas na estrutura
e nos processos organizacionais. Muitas vezes o DO privilegia a
mudança no comportamento organizacional em relação à mudança
estrutural da organização, outras vezes procura compatibilizar
mudanças comportamentais com mudanças estruturais. No fundo, o DO
visa a modificar o ambiente organizacional - a estrutura e a cultura or-
ganizacionais - dentro do qual as pessoas trabalham.

O desenvolvimento de pessoal é um programa de longo prazo


para prover o crescimento profissional das pessoas por meio de
condições externas capazes de realizar gradativamente as
potencialidades humanas.

Treinamento

- Programas de curto prazo


- Imediatismo nos resultados
- Preparação para o cargo

Desenvolvimento de pessoas

- Programas de médio prazo


- Resultados mediatos
- Preparação para a carreira

Desenvolvimento organizacional

- Programas de longo prazo


- Abordagem sistêmica
- Mudança planejada da organização

Enquanto o desenvolvimento organizacional é sistêmico e


abrangente, o desenvolvimento de pessoal é orientado para a carreira
de cada pessoa e o seu contínuo desdobramento frente a objetivos de
longo prazo. Já o treinamento parte de uma visão microscópica e de
curto prazo. O treinamento é o ato intencional de fornecer os meios
para proporcionar a aprendizagem. Aprendizagem é uma mudança no
comportamento humano decorrente de novos conhecimentos, novas
habilidades, novas atitudes e novos conceitos.

Assim, o treinamento pode envolver quatro tipos de mudanças de


comportamento, a saber:

25

Giovanna Carranza
Administração

• Transmissão de informações: é o tipo mais simples de mudança


de comportamento - a simples transmissão de informações pode
aumentar o conhecimento e a habilidade das pessoas. Muitos
programas de treinamento estão preocupados com o conteúdo, isto é,
com informações ou conhecimentos que devem ser transmitidos e
compartilhados entre as pessoas. Normalmente, esses conhecimentos
ou informações se referem a dados genéricos sobre a empresa, seus
produtos ou serviços, sua estrutura organizacional, suas políticas e
diretrizes, suas regras e seus regulamentos etc. Com esses
conhecimentos ou informações objetiva-se preparar as pessoas para a
execução imediata das diversas tarefas peculiares ao cargo ocupado,
quando este é simples e pouco complexo.

• Desenvolvimento de habilidades: muitos programas de


treinamento estão voltados para melhorar ou desenvolver habilidades e
destrezas necessárias à execução ou operação das tarefas requeridas
pelo cargo ocupado. Trata-se de um treinamento orientado diretamente
para a operação de equipamentos, máquinas, ferramentas, isto é, para
as tarefas e operações a serem executadas.

• Desenvolvimento ou modificação de atitudes: geralmente a


mudança de atitudes negativas para atitudes mais favoráveis,
conscientização para determinados aspectos do comportamento
pessoal, desenvolvimento da sensibilidade (dos gestores ou de pessoas
que lidam com o público) quanto aos sentimentos e às reações das
outras pessoas. Pode também envolver a aquisição de novos hábitos e
atitudes, principalmente em relação a clientes ou usuários.

• Desenvolvimento de conceitos: é o treinamento conduzido no


sentido de elevar o nível de abstração e conceitualização de ideias e
filosofias, seja para facilitar a aplicação de conceitos na prática
administrativa, seja para elevar o nível de generalização
desenvolvendo pessoas que possam pensar em termos globais e
amplos.

O treinamento - como todas as atividades voltadas para as


pessoas - é uma responsabilidade de linha e uma função de staff. Em
outras palavras, o treinamento é uma responsabilidade gerencial. Para
auxiliar os gestores nesse mister, a entidade pode proporcionar
assistência especializada por meio do órgão de recursos humanos. Mais
especificamente, por meio do órgão de treinamento. Assim, a área de
RH ou o órgão de treinamento pode assessorar - função de staff- cada
gestor com os meios especializados, com recursos instrucionais, com
programas preparados, com material didático, etc. destinados a facilitar
a tarefa de treinar o pessoal. Mas, de qualquer maneira, o conceito de
treinamento está implícito na tarefa gerencial em todos os níveis ou
26

Giovanna Carranza
Administração

áreas. O gestor pode até delegar a tarefa de treinar sua equipe a


terceiros, mas não pode desincumbir-se da responsabilidade em
relação ao treinamento. É o gestor que deve cuidar para que sua
equipe receba treinamento adequado continuamente. O treinamento é
algo constante e incessante. Treinar uma vez na vida não significa nada.
O treinamento é uma contínua redução da dissonância e uma
constante busca da eficiência e da eficácia das pessoas. Como
consequência, uma constante busca da competência profissional.
Como resultado final, o alcance da excelência é o sucesso pessoal e
organizacional.

O treinamento é um processo cíclico composto de quatro etapas:

1. Levantamento das necessidades de treinamento.


2. Programação do treinamento para atender às necessidades.
3. Implementação e execução do treinamento.
4. Avaliação dos resultados do treinamento.

Essas quatro etapas formam um processo cíclico e; recorrente.


Cada uma das quatro etapas do treinamento merece algumas
conceituações preliminares.

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO


É a etapa do diagnóstico das necessidades e carências de
treinamento. Constitui o diagnóstico preliminar dos problemas que
devem ser removidos por meio do treinamento. O levantamento das
necessidades pode ocorrer em três diferentes níveis de análise, a saber:

• Análise da organização: envolve a análise da entidade como


um sistema, como uma totalidade para verificar a situação, os objetivos
organizacionais e as necessidades globais de competências e
habilidades, enfim, a estratégia da entidade para a partir dela
estabelecer a estratégia para o treinamento das pessoas. Os objetivos
da entidade, os planos de expansão ou de encolhimento, o lançamento
de novos serviços, etc. constituem quase sempre novas necessidades
de treinamento.

• Análise departamental: envolve a análise de cada área da


entidade como um subsistema, para verificar os objetivos
departamentais, as necessidades de competências e habilidades para
detectar as necessidades de treinamento a serem supridas. Os objetivos
do departamento, os planos de aumento de eficiência e de eficácia, os
resultados da avaliação do desempenho do pessoal quase sempre
constituem novas necessidades de treinamento.

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Administração

• Análise das tarefas e operações: envolve a análise das tarefas e


operações de cada cargo para verificar os requisitos que o cargo exige
de seu ocupante e as competências e habilidades que este deve
possuir. A diferença entre os requisitos que o cargo exige do ocupante e
as suas habilidades atuais constituem a diferença que representa uma
necessidade de treinamento.

Na realidade, o diagnóstico de treinamento significa um esforço de


manutenção corretiva das carências de conhecimentos, habilidades,
destrezas e competências que são necessárias para o desempenho das
atividades. As entidades bem sucedidas se preocupam mais com a
manutenção preventiva: antecipar-se a essas carências, promovendo o
treinamento antes - e não depois - que novos conhecimentos,
habilidades e competências se tornem necessários e imprescindíveis.

PROGRAMAÇÃO DO TREINAMENTO

Feito o diagnóstico segue-se a terapêutica, ou seja, a escolha e a


prescrição dos meios de tratamento para sanar as necessidades e
carências indicadas ou percebidas. Em outras palavras, feito o
levantamento das necessidades de treinamento passa-se à
programação do treinamento.

Programar treinamento é estabelecer previamente os itens do


quadro a seguir.

Cada um dos itens apresentados deve ser dimensionado para, no


conjunto, proporcionar condições de implementação do treinamento
da maneira mais eficiente e eficaz possível e, com isso, remover ou
suprimir as necessidades de treinamento ao custo mais baixo.

1. O que deve ser ensinado – Conteúdo do treinamento

2. Quem deve aprender – Treinando ou aprendizes

3. Como se deve ensinar – Métodos e recursos instrucionais

4. Quem deve ensinar – Treinador ou instrutor

5. Onde deve ser ensinado – Local de treinamento

6. Quando deve ser ensinado – Época ou periodicidade

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Giovanna Carranza
Administração

IMPLEMENTAÇÃO DO TREINAMENTO

Constitui o terceiro passo do processo cíclico do treinamento.


Refere-se à aplicação da terapêutica planejada. Em outras palavras,
significa a execução da programação do treinamento nas pessoas ou
nas áreas que apresentam sinais de necessidade de treinamento.

Frequentemente, a execução do treinamento cabe ao gestor ou à


própria pessoa que apresente sintomas de necessidade de treinamento.
Na realidade, o treinamento é uma responsabilidade de linha e uma
função de staff. A assessoria de RH pode, em função do levantamento
das necessidades, planejar ou projetar uma programação de trei-
namento para que sua execução possa ser aplicada no próprio local
pelos gestores ou pelos servidores carentes. Ou ainda por meios
externos.

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DO TREINAMENTO

É a etapa final do processo. Serve para verificar se os sintomas


desapareceram ou se ainda persistem. Ou seja, se diagnóstico,
terapêutica e sua aplicação foram bem sucedidos ou se algum deles
falhou. Da mesma maneira como foi feito o levantamento das
necessidades de treinamento em três níveis de análise, a avaliação dos
resultados deve cobrir igualmente o nível organizacional, o nível
departamental e o nível individual dos cargos e tarefas.

Muitos gestores se frustram com resultados sofríveis de certos


programas de treinamento. Quase sempre o gestor deixa de decidir
sobre os resultados a alcançar para então decidir como chegar até lá,
ou seja, definir os objetivos do treinamento e depois escolher a
estratégia mais adequada para alcançá-los. O treinamento é um meio
para se chegar a um fim, mas não é o fim em si mesmo. O propósito da
entidade não é ter treinamento, mas pessoas treinadas e habilitadas. O
treinamento somente pode ser solicitado face a duas situações: há algo
que a equipe não sabe como fazer ou a equipe precisa estar apta a
executar. Se a equipe já sabe como fazer ou está apta a um
determinado trabalho, não há necessidade de treinamento. O
treinamento por qualquer outra razão é totalmente desnecessário e não
vai melhorar nada. O treinamento é indispensável quando a equipe
precisa saber algo que não sabe.

FOCO NO DESEMPENHO

Mas, se o treinamento é um meio para alcançar determinado fim,


qual é afinal o seu objetivo fundamental? O desempenho das pessoas e
da equipe. A contribuição de cada pessoa ou equipe para o sucesso
29

Giovanna Carranza
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da entidade somente é possível através do desempenho. O treinamento


serve para melhorar o desempenho e é através do desempenho que os
objetivos e resultados são alcançados.

O desempenho das pessoas e da equipe requer quatro condições


conjuntas:

• Habilidade: se uma equipe não tem habilidade para executar,


ela não pode fazer, mesmo que receba prêmios, conselhos ou
ameaças. As habilidades são desenvolvidas e aprimoradas através do
aprendizado e da prática. O treinamento está atrás disso.

• Oportunidade para atuar: de nada adianta treinar se não se


oferecer oportunidade de desempenhar o que foi aprendido. Sem
oportunidade não há desempenho. A oportunidade de desempenhar
envolve:

1. Permissão para atuar: se a equipe não pode fazer algo


então não adianta treinar. A permissão significa delegar
autoridade ou eliminar barreiras ou discriminações. Urna
equipe treinada pode ser vítima de críticas ou gozações
por outras equipes. Além disso, quanto maior o tempo entre
aprender e executar tanto maior a probabilidade da
habilidade aprendida ser esquecida. Se a habilidade não
for exercitada, ela vai se deteriorar.

2. Informação sobre expectativas: se a equipe não sabe o que


se espera dela o treinamento pode ser em vão. A equipe
deve ser informada a respeito do que se espera dela e das
novas habilidades aprendidas.

3. Recursos necessários para o desempenho: de nada adianta


treinar se a equipe não tem o instrumental ou equipamento
necessário. Sem o instrumento o violonista não pode tocar
uma música no violão.

• Auto-eficiênda: refere-se ao julgamento que cada pessoa faz a


respeito de suas habilidades para fazer algo. A auto-eficiência não se
refere às habilidades reais que a pessoa possui, mas à percepção que
ela tem a respeito do poder de suas habilidades. Pessoas com baixa
auto-eficiência não acreditam que podem fazer coisas que elas podem
realmente fazer. E assim, correm o risco de nem ao menos tentar fazer.
O desenvolvimento de uma habilidade precisa ser acompanhado pelo
desenvolvimento dê sua auto-eficiência. Mas fuja de pessoas com
elevada auto-eficiência e nenhuma habilidade para fazer algo. A
30

Giovanna Carranza
Administração

prática do treinamento não é suficiente quando deixa de incentivar a


auto-eficiência das pessoas.

• Ambiente de apoio: o treinamento requer um ambiente favorável


que estimule o desempenho desejado e desencoraja o indesejado. A
equipe deve trabalhar com encorajamento e confiança para poder ter
condições de colocar em prática aquilo que aprendeu.

GERENCIAMENTO DE CONFLITOS

As pessoas nunca têm objetivos e interesses idênticos. As


diferenças de objelivos e de interesses individuais sempre produzem
alguma espécie de conflito. O conflito é inerente à vida de cada
indivíduo e faz parte inevitável da natureza humana. Constitui o lado
oposto da cooperação. A palavra conflito está ligada à discórdia,
divergência, dissonância, controvérsia ou antagonismo.

Além da diferença de objetivos e interesses, deve haver


necessariamente uma interferência deliberada de uma das partes
envolvidas para que haja conflito. O conflito existe quando uma das
partes - seja indivíduo ou grupo - tenta alcançar seus próprios objetivos
interligados com alguma outra parte e esta interfere na outra que
procura atingir seus objetivos. A interferência pode ser ativa (mediante
ação para provocar obstáculos, bloqueios ou impedimentos) ou passiva
(mediante omissão ou deixar de fazer algo). Assim, o conflito é muito
mais que um simples desacordo ou desavença: constitui uma
interferência ativa ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio
sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus objetivos. O conflito
pode ocorrer no contexto do relacionamento entre duas ou mais partes:
entre pessoas ou entre grupos como conjuntos de pessoas, bem como
entre mais de duas partes ao mesmo tempo.

Quando ocorre entre pessoas, o conflito individual pode ser:

• Interno: quando ocorre intimamente dentro de uma pessoa em


relação a sentimentos, opiniões, desejos e motivações divergentes e
antagônicas. Quando a pessoa quer trabalhar em uma empresa porque
esta lhe dá prestígio e dinheiro, mas ao mesmo tempo não quer
trabalhar na empresa porque não gosta do patrão. É o chamado
conflito psicológico ou intra-individual, de natureza íntima da pessoa. O
conflito interno provoca um colapso nos mecanismos decisórios
31

Giovanna Carranza
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normais, provocando dificuldade na escolha dentre várias alternativas


de ação.

• Externo: quando ocorre entre uma pessoa e outra ou entre dois


grupos de pessoas. É o chamado conflito social, que ocorre entre
pessoas ou grupos sociais com interesses ou objetivos antagônicos.

NÍVEIS DE GRAVIDADE DO CONFLITO

O conflito pode ocorrer em três níveis de gravidade:

• Conflito percebido: ocorre quando as partes percebem e


compreendem que o conflito existe porque sentem que seus objetivos
são diferentes dos objetivos dos outros e que existe oportunidade para
interferência. É o chamado conflito latente, que as partes percebem
existir potencialmente.

• Conflito experenciado: quando o conflito provoca sentimentos de


hostilidade, raiva, medo, descrédito entre uma parte e outra. É o
chamado conflito velado, quando é dissimulado, oculto e não
manifestado externamente com clareza.

• Conflito manifesto: quando o conflito é expresso e manifestado


pelo comportamento, que é a interferência ativa ou passiva por pelo
menos uma das partes. É o chamado conflito aberto, que se manifesta
sem dissimulação entre as partes envolvidas.

ABORDAGENS QUANTO À GESTÃO DE CONFLITOS

O gerente tem à sua disposição três abordagens quanto à


administração de conflitos:

1. Abordagem estrutural: baseia-se no fato de que o conflito surge


das percepções criadas pelas condições de diferenciação, de
recursos limitados e escassos e de interdependência. Se esses
elementos puderem ser modificados, as percepções e o conflito
resultante poderão ser controlados. Trata-se, pois, de atuar sobre
uma condição existente que predispõe ao conflito. A abordagem
estrutural procura minimizar as diferenças entre os grupos
identificando objetivos que possam ser compartilhados por eles.
Se o gerente conseguir conscientizar os grupos de que eles têm
interesses em comum, eles deixarão de perceber seus próprios
objetivos como incompatíveis. A ameaça externa e o inimigo
comum são soluções utilizadas frequentemente para localizar um
objetivo compartilhado. Outro mecanismo estrutural é a utilização
dos sistemas de recompensas formais da organização. Utilizando
32

Giovanna Carranza
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um sistema de incentivos para recompensar o desempenho


conjunto e combinado de dois ou mais grupos, a organização
cria um objetivo comum. Se o bolo de recursos a ser distribuído
não é fixo, isso possibilita que um grupo ganhe recursos sem fazer
com que o outro perca, tornando vantajoso para todos os grupos
desempenharem bem e cooperarem entre si. A abordagen
estrutural também procura reduzir a diferenciação dos grupos por
meio do reagrupamento de indivíduos, de maneira que os grupos
conflitantes se tornem parte de uma unidade maior. O pessoal de
produção e de vendas pode ser colocado junto a uma equipe de
produto, com a responsabilidade de produzir e vender
determinado produto e ser recompensado com base no de-
sempenho global, em vez de no desempenho individual. Além
disso, rodando entre si, os indivíduos adquirem uma melhor
compreensão de outras perspectivas, visualizando objetivos
comuns existentes. Para reduzir a interdependência e suas
oportunidades de interferência, os grupos podem ser separados
física e estruturalmente. Embora percebam a incompatibilidade
de seus objetivos, o baixo nível de interdependência das
atividades torna a interferência distante e reduz a possibilidade de
conflito.

2. Abordagem de processo: é a abordagem que procura reduzir os


conflitos por meio da modificação do processo, ou seja, de uma
intervenção no episódio do conflito. Pode ser utilizada por uma
das partes em conflito, por pessoas de fora ou por uma terceira
parte, como um consultor, um gerente neutro ou algum superior
da organização. A abordagem de processo pode ser realizada
de três diferentes maneiras. A primeira é a desativação ou
desescalonização do conflito. Ocorre quando uma parte reage
cooperativamente - em vez de agressivamente - ao
comportamento de conflito da outra, encorajando
comportamentos menos conflitantes ou desarmando o conflito.
Enquanto a reação conflitante de uma parte provoca idêntico
comportamento da outra, uma reação cooperativa tende a
provocar idêntica reação cooperativa da outra. A segunda
maneira é a reunião de confrontação entre as partes. Ocorre
quando o ponto de desativação já foi ultrapassado e as partes se
preparam para um conflito aberto via confrontação direta e hostil,
A intervenção nesse processo pode ser feita pela reunião de con-
frontação que procura, reunir face a face as partes conflitantes,
exteriorizar as emoções, discutir e identificar as áreas de conflito e
localizar soluções do tipo ganha/ganha antes de qualquer
solução beligerante. A terceira maneira é a colaboração. É usada
após ultrapassada a oportunidade de desativação e de reunião
de confrontação. Na colaboração, as partes trabalham juntas
33

Giovanna Carranza
Administração

para solucionar problemas, identificar soluções do tipo


ganha/ganha ou soluções integralivas capazes de conjugar os
objetivos de ambas as partes.

3. Abordagem mista: é a abordagem que procura administrar o


conflito tanto com aspectos estruturais como processuais. A
solução inclui intervenções sobre a situação estrutural e sobre o
episódio conflitivo. A primeira maneira mista é influenciar o
processo de conflito por meios estruturais, como a adoção de
regras para resolução de conflitos. Determinando-se previamente
os procedimentos e os limites para trabalhar o conflito, esse pode
ser contido e controlado, conduzindo as partes para a solução do
problema. A segunda maneira mista é criar "terceiras partes"
dentro da empresa de modo que estejam disponíveis a qualquer
momento para ajudar na solução do tipo ganha/ganha dos
conflitos que surgem. Uma parte em conflito pode se comunicar
com a outra por meio de indivíduos formalmente responsáveis
pela tarefa de comunicação entre partes conflitantes. São os
chamados papéis de ligação que podem ser exercidos pelo
pessoal de ligação ou pelas equipes de trabalho intergrupais. São
papéis integradores cuja tarefa é coordenar o esforço dos grupos
potencialmente conflitantes em direção aos objetivos globais da
empresa. Ao contrário do consultor de processo ou da terceira
parte, que são passageiros, os papéis integradores são parte
permanente da organização. O gerente pode assumir papel
integrador.serhpre que surgir a necessidade de intervir nas
condições estruturais como na dinâmica do conflito:

A maneira pela qual as partes reagem ao conflito e a maneira pela


qual o conflito é solucionado produzem uma influência sobre as
percepções, os sentimentos.e os comportamentos que se seguem, bem
como sobre a qualidade da comunicação entre os grupos.

EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO CONFLITO

O conflito pode gerar efeitos positivos. Em primeiro lugar, o conflito


desperta sentimentos e energia dos membros do grupo. Essa energia
estimula interesse em descobrir meios eficazes de realizar as tarefas,
bem como soluções criativas e inovadoras. Em segundo lugar, o conflito
estimula sentimentos de identidade dentro do grupo, aumentando a
coesão grupal. Em terceiro lugar, o conflito é um modo de chamar a
atenção para os problemas existentes e serve para evitar problemas
mais sérios, atuando como mecanismo de correção.

Todavia, o conflito pede gerar efeitos destrutivos. Em primeiro lugar,


apresenta consequências altamente indesejáveis para o funcionamento
34

Giovanna Carranza
Administração

da organização, pois indivíduos e grupos vêem seus esforços


bloqueados, desenvolvendo sentimentos de frustração, hostilidade e
tensão. Obviamente, isso prejudica o desempenho das tarefas e o bem-
estar das pessoas. Em segundo lugar, grande parte da energia criada
pelo conflito é dirigida e gasta nele mesmo, prejudicando a energia que
poderia ser utilizada no trabalho produtivo, pois ganhar o conflito passa
a ser mais importante do que o próprio trabalho. Em terceiro lugar, a
cooperação passa a ser substituída por comportamentos que
prejudicam a organização e que influenciam a natureza dos
relacionamentos existentes entre pessoas e grupos.

Se o conflito pode trazer resultados positivos ou negativos para


pessoas e grupos, sobretudo para a organização como um todo, a
questão primordial é como administrar o conflito de maneira a
aumentar os efeitos positivos (construtivos) e a minimizar os negativos
(destrutivos). Essa tarefa cabe ao gerente. Embora muitas vezes seja um
ator envolvido até a cabeça em muitos conflitos, o gerente deve
sempre buscar uma solução construtiva. Para tanto, deve saber
escolher adequadamente as estratégias de resolução para cada caso.
As abordagens estruturais são geralmente mais fáceis de utilizar e exi-
gem menos habilidades do que as abordagens de processo.

ESTILOS DE GESTÃO DE CONFLITOS

As equipes, assim como as pessoas, desenvolvem estilos


específicos para lidar com conflitos, baseados no desejo de satisfazer
seus próprios interesses versus o interesse da outra parte. O modelo a
seguir descreve os cinco estilos de administrar conflitos por meio de
duas dimensões: da dimensão assertiva (tentativa de satisfazer a seus
próprios interesses) e da dimensão cooperativa (tentativa de satisfazer
aos interesses das outras partes):

1. Estilo competitivo: reflete a assertividade para impor o seu


próprio interesse e é utilizado quando uma ação pronta e
decisiva deve ser rapidamente imposta com ações
importantes ou impopulares, durante as quais a urgência ou
a emergência se torna necessária ou indispensável. O
negócio é ganhar.

2. Estilo de evitação: reflete uma postura não assertiva, nem


cooperativa e é apropriado quando um assunto é trivial,
quando não existe nenhuma possibilidade de ganhar,
quando uma demora para obter maior informação se torna
necessária ou quando um desentendimento pode ser muito
oneroso. O negócio é se manter em copas.

35

Giovanna Carranza
Administração

3. Estilo de compromisso: reflete uma moderada porção de


ambas as características de assertividade e de
cooperação. É apropriado quando os objetivos de ambos
os lados são igualmente importantes, quando os
componentes têm igual poder e ambos os lados querem
reduzir as diferenças ou quando as pessoas precisam
chegar a alguma solução temporária sem pressão de
tempo. O negócio é ter jogo de cintura.

4. Estilo de acomodação: reflete um alto grau de cooperação


e funciona melhor quando as pessoas sabem o que é
errado, quando um assunto é mais importante que outros
para cada lado, quando se pretende construir créditos
sociais para utilizar em outras situações ou quando manter
a harmonia é o mais importante O negócio é ir levando.

5. Estilo de colaboração: reflete um alto grau de assertividade


e de cooperação. O estilo colaborativo habilita ambas as
partes a ganhar, enquanto utiliza uma substancial parcela
de negociação e de intercâmbio. O estilo de colaboração
é importante quando os interesses de ambos os lados são
importantes, quando os pontos de vista das partes podem
ser combinados para uma solução mais ampla e quando o
compromisso de ambos os lados requer consenso. O
negócio é resolver para que ambas as partes ganhem e se
comprometam com a solução.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

É um conjunto de atividades relacionadas à identificação,


mensuração e gestão do desempenho das pessoas na organização.

Características:
• Deve ser comunicada
• Mais eficaz se realizada informalmente
• Foco no comportamento

Quem deve avaliar o desempenho: a avaliação do desempenho é


um processo de redução da incerteza e, ao mesmo tempo, de busca
de consonância. A avaliação reduz a incerteza do funcionário ao
proporcionar retroação a respeito do seu desempenho. Na realidade, a

36

Giovanna Carranza
Administração

avaliação do desempenho deve mostrar ao funcionário o que as


pessoas pensam a respeito do seu trabalho e da sua contribuição à
organização e ao cliente.

Auto-avaliação do desempenho: nas organizações mais abertas e


democráticas, é o próprio indivíduo o responsável pelo seu
desempenho e sua monitoração, com a ajuda do seu superior. O
superior fornece os parâmetros.

O gerente: na maior parte das organizações, cabe ao gerente a


responsabilidade de linha pelo desempenho dos seus subordinados e
pela sua constante avaliação e comunicação dos resultados. O órgão
de RH entra com a função de staff de montar, acompanhar e controlar o
sistema, enquanto cada gerente mantém sua autoridade de linha
avaliando o trabalho dos subordinados por meio do sistema.

A equipe de trabalho: nesta modalidade, é a própria equipe de


trabalho que avalia o desempenho de cada um de seus membros e
programa com cada um as providências Necessárias para sua melhoria

A avaliação do desempenho pode ter os seguintes objetivos:


- adequação do individuo ao cargo;
- treinamento;
- promoção;
- incentivo salarial ao bom desempenho;
- melhoria das relações humanas;
- estimulo à maior produtividade, etc.

Vamos ver agora um resumo das principais técnicas e métodos de


avaliação de desempenho tradicionais, com suas vantagens e
desvantagens:

a) Relatórios: Constituem os procedimento mais simples de avaliação


de desempenho. Têm lugar quando os chefes são solicitados a dar seu
parecer sobre a eficiência de cada empregado sob sua
responsabilidade.

Vantagens: rapidez, favorecem a livre expressão e deixam


documentada a opinião emitida.

Desvantagens: são incompletos, favorecem o subjetivismo, podem


deixar dúvida quanto ao significado dos termos empregados e
dificultam a tabulação dos dados obtidos.

37

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Administração

b) Escalas gráficas: É um formulário de dupla entrada, no qual as linhas


representam os fatores que estão sendo avaliados e as colunas o grau
de avaliação. Os fatores correspondem às características que se deseja
avaliar em cada funcionário e devem ser definidos de maneira clara,
sintética e objetiva. Os graus de variação indicam
quão satisfatório é o desempenho do empregado em relação a cada
um dos fatores.

Vantagens: método simples, não exige treinamento intenso dos


avaliadores, fácil tabulação, apresenta mais objetividade que os
relatórios.

Desvantagens: Apenas classifica os funcionários em bons, médios ou


fracos, sem oferecer maiores esclarecimentos acerca das necessidades
de treinamento e potencial de desenvolvimento.

c) Escolha forçada: Consiste em avaliar o desempenho dos indivíduos


mediante a escolha de frases que descrevem seu desempenho
individual. O avaliador recebe formulários organizados em blocos de
duas ou quatro frases. Em cada bloco ele deverá forçosamente
escolher uma ou duas que melhor se aplicam ao desempenho do
funcionário.

Vantagens: é reconhecida como um método que proporciona


resultados bastante confiáveis, pois minimiza a influência da
subjetividade do avaliador.

Desvantagens: sua elaboração é muito complexa e não proporciona


maiores informações sobre os pontos fortes do avaliado.

d) Distribuição forçada: consiste em colocar os funcionários em


determinada categoria e avaliá-los segundo determinado padrão. Esse
método é muito limitado, pois é baseado na comparação e tem como
premissa que em um grupo sempre haverá funcionários bons, ruins e
médios. Como aplicar um método desse tipo em uma ótima equipe sem
cometer injustiças?

e) Pesquisa de campo: é desenvolvida com base em entrevistas feitas


por especialistas em gestão de pessoas aos supervisores. A partir delas
avalia-se o desempenho dos subordinados e procura-se identificar as
causas do desempenho deficiente, bem como propor ações corretivas.

Vantagens: é um método bastante abrangente, pois conduz a


avaliação a um entrosamento com treinamento, planos de carreira e
outros processos de gestão de pessoas.

38

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Administração

Desvantagem: custo elevado para manutenção dos especialistas que


realizam as entrevistas e lentidão do procedimento.

f) Comparação binária: método em que cada indivíduo do grupo é


comparado com cada um dos outros elementos do grupo em relação a
diversos fatores de desempenho.

Vantagem: aplicação simples.


Desvantagens: muito baseado em comparação, esclarece pouco a
respeito dos comportamentos que caracterizam as diferenças
individuais no trabalho.

g) Frases descritivas: apresenta semelhança com o método da escolha


forçada. Nele, o avaliador, de posse de um formulário contendo certo
número de frases, indica as que não correspondem ao desempenho de
seus subordinados. É tido como um método pouco preciso.

h) Auto-avaliação: é o método pelo qual o empregado avalia seu


próprio desempenho. Pode assumir a forma de relatórios, escalas
gráficas e até frases descritivas. Só apresenta validade quando
aplicado a grupos com notório grau de maturidade profissional.

i) Incidentes críticos: consiste no destaque de características ou


comportamentos extremos (incidentes críticos), que são desempenhos
altamente positivos ou negativos. O método não leva em conta o
desempenho normal, preocupa-se apenas com os excepcionais, sejam
eles bons ou ruins. Assim, os pontos fortes e fracos de cada funcionários
são levantados a partir de seus incidentes críticos.

j) Avaliação 360º
Nos métodos de avaliação tradicionais o funcionário é avaliado apenas
pelo seu chefe imediato. Quando muito, ocorre também uma auto-
avaliação. Já a avaliação 360 graus inclui, além da autoavaliação, a
avaliação dos pares, subordinados e superiores. O
funcionário costuma ser avaliado também por pessoas externas à
organização, como os clientes, fornecedores e parceiros.

l) Avaliação participativa por objetivos (APPO). Esse método de


avaliação participa ativamente o funcionário e o seu gerente. Esses
métodos seguem seis etapas:
 Formulação de objetivos consensuais: o desempenho deverá
estar focalizado no alcance desses objetivos e sua avaliação
dependerá diretamente disso.

 Comprometimento pessoal quanto ao alcance dos objetivos


conjuntamente formulados: aceitação plena dos objetivos –
39

Giovanna Carranza
Administração

se celebra uma espécie de contrato formal ou psicológico –


situação sino qua non.

 Negociação com o gerente sobre a alocação dos recursos e


meios necessários para o alcance dos objetivos: é uma
forma de custo para alcançar os objetivos.

 Desempenho: o desempenho constitui a estratégia pessoal


escolhida pelo indivíduo para alcançar os objetivos
pretendidos.

 Constante monitoração dos resultados e comparação com


os objetivos formulados: sempre que possível, o próprio
avaliado deverá fazer sua auto-avaliação, isto é, saber
monitorar os resultados e compará-los com os objetivos
traçados.

 Retroação intensiva e contínua avaliação conjunta: muita


informação de retroação e, sobretudo, suporte de
comunicação para reduzir a dissonância e incrementar a
consistência.

PROCESSO DE RECOMPENSAR PESSOAS

A administração de salários é o conjunto de normas e


procedimentos que visam a estabelecer e/ou manter uma estrutura de
salários eqüitativa e justa na organização. Se estabelece o salário em
função do cargo, buscando regularizar e reduzir a subjetividade das
chefias na administração salarial.

A empresa efetuará sua política salarial buscando manter o


equilíbrio:
• Interno: em relação aos demais cargos dentro da própria
organização. É alcançado através da avaliação e classificação de
cargos (assentadas sobre um prévio programa de descrição e análise
de cargos);
• Externo: em relação aos mesmos cargos em outras empresas do
mercado. É alcançado através da pesquisa salarial.

Trabalho e salário

• O salário representa para as pessoas uma transação das mais


complicadas, pois quando uma pessoa aceita um cargo ela está se
comprometendo a uma rotina diária, a um padrão de atividades e a

40

Giovanna Carranza
Administração

uma ampla faixa de relações interpessoais dentro de uma organização,


para tanto, recebendo salário.

O salário é a fonte de renda que define o padrão de vida de cada


pessoa, em função do seu poder aquisitivo.

Convém lembrar que, para o empregado, o trabalho é muitas


vezes considerado um meio para atingir um objetivo intermediário, que
é o salário. Com o salário, muitos objetivos finais podem ser alcançados
pelo indivíduo.
• Para as organizações o salário representa a um só tempo, um
custo e um investimento. Custo porque o salário se reflete no custo do
produto ou do serviço final. Investimento, porque representa aplicações
de dinheiro em um fator de produção – o trabalho – como uma tentativa
de conseguir um retorno maior a curto ou a médio prazo.

Além disso, há que se ressaltar que, em uma organização, cada


função ou cada cargo tem o seu valor.

• Salário: é o valor efetivamente pago ao funcionário pelo seu


trabalho desenvolvido dentro da organização;

• Remuneração: é quanto o cargo vale de acordo como processo


de avaliação do mesmo;

• Salário Direto: é a quantia em dinheiro recebida pelo funcionário


ao final de cada mês;

• Salário Indireto: são benefícios concedidos aos funcionários pela


empresa, que acrescentam valores ao salário tais como: plano de
saúde, pagamento integral ou parcial de curso superior, pagamento de
cursos de idiomas, fornecimento de tickets restaurantes, tickets
alimentação, pagamento integral ou parcial de escola para os filhos
doS funcionários, etc;

• Salário Nominal: é o salário bruto sem os devidos descontos:


- Representa o volume de dinheiro fixado em contrato individual
pelo cargo ocupado;
- Quando se tem uma economia inflacionaria, este salário, quando
não é atualizado periodicamente, sofre erosão.

• Salário Real: é o valor recebido pelo funcionário, após os devidos


descontos.

Política salarial
41

Giovanna Carranza
Administração

É o conjunto (dinâmico) de princípios e diretrizes da empresa em


relação à remuneração dos empregados, levando em conta benefícios
sociais, estímulos e incentivos ao desempenho, oportunidades de
crescimento, garantia de emprego, etc,.

E tem como objetivo principal regularizar e reduzir a subjetividade


das chefias na administração salarial. Além de:

1) Remunerar cada empregado com o valor do cargo que ocupa;


2) Recompensá-lo adequadamente pelo seu desempenho e
dedicação;
3) Atrair e reter os melhores candidatos para os cargos;
4) Ampliar a flexibilidade da organização, dando-lhe mobilidade
de pessoal e racionalizando o desenvolvimento e o plano de carreira;
5) Obter dos seus empregados a aceitação dos sistemas de
remuneração adotados;
6) Manter equilíbrio entre os interesses financeiros da organização
e a sua política de relações com os empregados;
7) Facilitar o processamento da folha de pagamento.

Elaboração de plano de cargos e salários

O processo de descrição de cargos é uma oportunidade para que


todos na empresa, Diretores, Gerentes e todas as pessoas envolvidas
nessa tarefa possam repensar a organização e redefinir as
responsabilidades de cada cargo, com o objetivo de facilitar e
melhorar o desempenho da pessoa que está no cargo ou que venha a
ocupá-lo.

Todas as empresas desejam uma estrutura de cargos enxuta. O


segredo de uma estrutura enxuta está em uma combinação da
definição das atribuições dos cargos de cada área com a alocação da
pessoa certa para cada cargo.

A avaliação de cargos é uma técnica de "medição" da


importância relativa de cada cargo. O resultado dessa medição será
utilizado para definir o salário ou a faixa salarial para cada cargo na
empresa.

Durante o processo de avaliação de cargos, os tomadores de


decisão da empresa têm a oportunidade de discutir e rever as
42

Giovanna Carranza
Administração

responsabilidades de cada cargo. É comum Diretores de determinada


área ter uma ideia diferente das atividades que um gerente de outra
área deveria fazer.

No processo de avaliação de cargos são analisadas oportunidades


para melhorar o desenho dos cargos e uniformizar o entendimento de
Diretores, Gerentes e Supervisores em relação à estrutura de cargos de
todas as áreas da empresa.

Outro benefício importante desse processo é que todos têm uma


visão clara da natureza das tarefas de cada cargo. Essa percepção
será valiosa quando se for definir o perfil do cargo para propósitos como
recrutamento e seleção, promoção, treinamento etc.

O sistema de avaliação de cargos não decide sobre os salários das


pessoas da sua empresa. Quem decide é você ou as pessoas que têm
a responsabilidade por gestão na empresa. O sistema não toma
decisões, apenas facilita, orienta e fundamenta a tomada de decisões.

O sistema de avaliação de cargos não revoga a lei da oferta e da


procura no mercado de salários. Exatamente ao contrário, a avaliação
de cargos existe para que se possa conhecer que salário o mercado
paga para determinado cargo, considerando o nível de competência e
desempenho da pessoa que está no cargo na empresa.

As faixas salariais resultantes do processo de avaliação de cargos


não são uma camisa de força. São apenas um "guia" para movimentar
os salários das pessoas, com muita flexibilidade. Não é bom ter limites?
Mesmo dentro de limites pode-se ser flexível e criativo.

Para orientar as decisões das pessoas que têm a atribuição de


definir ou alterar salários dentro da empresa, é recomendável a
definição de algumas regras básicas sobre o funcionamento do Plano
de Cargos e Salários.

As Normas e Procedimentos do Plano de Cargos e Salários devem


ser objetivos e definir claramente os critérios e passos para:
• salários de admissão;
• alterações de salários:
• promoções;
• transferências;
• reajustes de mercado;

Na conclusão do processo de desenvolvimento do Plano de


Cargos e Salários, a empresa terá:

43

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• estrutura de cargos bem definida, permitindo melhorar


organograma e a funcionalidade de todas as áreas da empresa.
• faixa salarial para cada cargo, permitindo administrar o salário
de cada funcionário conforme o seu desenvolvimento técnico e
desempenho no cargo.
• Regras claras sobre o funcionamento do Plano de Cargos e
Salários, facilitando a aceitação, por parte dos funcionários, das
Políticas da empresa nessa área.

Planos de carreira

Possuir identidade com uma organização é, além de se


comprometer com sua visão, gostar de sua missão, de seus objetivos e
considerá-la importante.

O plano de carreira está relacionado com os objetivos profissionais


do indivíduo e suas aspirações pessoais de carreira.

Um plano de carreira orienta, estabiliza e integra as experiências


profissionais de uma pessoa. O planejamento de carreira é um processo
contínuo de interação entre o empregado e a organização visando
atender aos objetivos e interesses de ambas as partes.

As finalidades de um plano de carreira são:

• facilitar a tomada de decisões dos gestores e das pessoas e


proporcionar a visualização das oportunidades de crescimento
existentes na organização;

• auxiliar o desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas e


da organização de forma global;

• funcionar como alicerce para as demais atividades pertinentes


à gestão de pessoas, como Recrutamento e Seleção e Treinamento e
Desenvolvimento; e

• assegurar o dinamismo e a transparência para quem está


seguindo as exigências de um dado plano de carreira. Saber os
requisitos de forma transparente funciona como um forte estimulante.

As vantagens de utilização de um plano de carreira são:

• Retenção de talentos: as pessoas se sentem motivadas a


prosseguir na própria organização, gerando uma diminuição da
rotatividade (turn-over) de pessoal.

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Giovanna Carranza
Administração

• Movimentação de pessoal eficaz e eficiente: dificilmente


pessoas incapacitadas serão remanejadas, promovidas para exercer tal
função.

• Identificação do perfil necessário: não só voltado para as


necessidades atuais da organização, mas também para as futuras
necessidades.

Existem algumas limitações na utilização de um plano de carreira.


Pré-requisitos muito rigorosos podem vetar pessoas capacitadas que
não se enquadrem em algumas das exigências. Além disso, as pessoas
deverão procurar se enquadrar a essa nova realidade ou procurar outra
organização que melhor se adapte à sua competência. A necessidade
de permanente atualização do processo garante que a posição da
empre sa esteja condizente com a realidade mutante da organização.

Pré-requisitos para a implementação:

• Possuir políticas e normas direcionadas para o planejamento de


carreira: o plano de carreira pode ser reelaborado, o que sugere a
revisão de políticas e normas.

• Ter um sistema de administração de carreiras: uma estrutura de


carreira responsável pela solidez

• Ter meios e modos de gerir orientados para o crescimento


mútuo: criar e utilizar instrumentos de avaliação de potencial e
desempenho das pessoas, para se alcançar o objetivo de promover
pessoas certas para os lugares certos. É função do gestor de pessoas
atuar energicamente, demonstrando que o plano de carreiras deve ser
entendido pela organização como uma proposta também de
crescimento profissional, com a qual todos ganharão não somente
aumentos salariais.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL - SIG


Gerencial – SIG

O SIG abrange a empresa:

 Estratégico
 Tático
 Operacional

Conceitos Básicos:
45

Giovanna Carranza
Administração

 DADO: Qualquer elemento identificado em sua forma bruta


que, por si só, não conduz a compensação de determinado
fato.

- Deve-se distinguir DADO de informação.


- O que diferencia um dado de uma informação, é o conhecimento que
ela propicia ao tomador de decisões.

DADO TRANSFORMADO GERA CONHECIMENTO

Exemplo de dados numa empresa:


- Quantidade de produção.
- Custo de matéria prima.
- Número de empregados.

TRANSFORMAÇÃO RESULTADO DA ANÁLISE DOS DADOS

O resultado da análise desses dados é a informação. Ou seja.


- Capacidade de produção.
- Custo de venda do produto.
- Produtividade do funcionário.

Partimos então para a definição do SIG

É o processo de transformação de dados em informações. E,


quando esse processo está voltado para a geração de informações que
são necessárias e utilizadas no processo decisório da empresa, diz-se
que esse é um sistema de informações gerenciais.

Estas informações é que serão usadas pelos executivos.

46

Giovanna Carranza
Administração

 Há uma grande interligação do sistema de informações


gerenciais com o processo decisório.

 É necessário um sistema de informações eficiente para um


processo adequado de decisões.

 A forma de apresentação da informação pode afetar sua


utilização.

 A informática é uma inovação tecnológica que permite o


armazenamento e tratamento da informação.

 As empresas têm tratado a informação como um recurso


vital. Ela afeta e influencia a produtividade, a lucratividade e
as decisões estratégicas das empresas.

 Para o processamento da informação, são necessários


recursos tecnológicos e humanos, novas formas de
coordenação e controle.

IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES


PARA AS EMPRESAS.

Os sistemas de informações gerenciais podem trazer os seguintes


benefícios para as empresas:

1. Redução de custos nas operações.

47

Giovanna Carranza
Administração

2. Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais


precisos e rápidos, com menor esforço.

3. Melhoria na produtividade.

4. Melhorias nos serviços realizados e oferecidos.

5. Melhoria na tomada de decisões, por meio do fornecimento de


informações mais rápidas e precisas.

6. Estímulo de maior interação entre os tomadores de decisão.

7. Fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões.

8. Melhoria na estrutura organizacional, para facilitar o fluxo de


informações.

9. Melhoria na estrutura de poder, proporcionando maior poder


para aqueles que entendem e controlam o sistema.

10. Redução do grau de centralização de decisões na empresa e,

11.Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os


acontecimentos não previstos.

Alguns aspectos que podem fortalecer o sistema de informações


gerenciais nas empresas

Vantagens básicas do sistema de informações gerenciais.


a) Envolvimento com o SIG. É um instrumento básico de apoio à
otimização dos resultados.

b) Exige competência intrínseca às pessoas que irão utilizá-lo.

c) O uso de um plano mestre.

d) A atenção específica ao fator humano da empresa.

e) A habilidade para identificar a necessidade de informações.

f) A habilidade para tomarem decisões com informações.

g) O apoio global dos vários planejamentos da empresa.

h) O apoio organizacional de adequada estrutura organizacional e


das normas e dos procedimentos inerentes aos sistemas.

i) O apoio catalisador de um sistema de controladoria.

48

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j) O conhecimento e a confiança no sistema de informações


gerenciais.

k) A existência de dados e informações relevantes e atualizados.

l) A adequada relação custo versus benefício.

Alguns Aspectos das Decisões


As fases do processo decisório:

• Identificação do problema;

• Análise do problema;

• Estabelecimento de soluções alternativas;

• Análise e comparação das soluções alternativas;

• Seleção de alternativas mais adequadas;

• Implantação da alternativa selecionada;

• Avaliação da alternativa selecionada;

Classificação das decisões


São classificadas em:
 Decisões programadas: Caracterizam-se pela rotina e
repetitividade, podendo ser possível estabelecer um
procedimento padrão.

 Decisões não programadas: Caracterizam-se pela novidade.


Estão inseridas num contexto do ambiente dinâmico, que se
modifica rapidamente com o decorrer do tempo.

Elementos do processo decisório


a) A incerteza

b) Os recursos do tomador de decisões

Fatores de influência no processo de tomada de decisões:

 Complexidade evolutiva do mundo moderno

 Redução de tempo disponível para a tomada de decisão

 Velocidade das comunicações

49

Giovanna Carranza
Administração

 Melhoramento nos processos de informações e com


expectativa de
resultado a curto prazo.

Condições de tomada de decisões


Busca de alternativas.

As situações em que as decisões são tomadas podem ser:


 Tomada de decisão sob condição de certeza.

 Tomada de decisão em condições de risco.

 Tomada de decisão em condições de incerteza.

Esquema básico do sistema de informações gerenciais

O sistema de informações é representado pelo conjunto de


subsistemas.
Permite caracterizar as informações básicas que serão necessárias
à contribuição dos cadastros de cada subsistema. A empresa deve ser
enfocada do ponto de vista de suas funções e atividades,
independentemente da estrutura organizacional vigente.

Áreas funcionais do sistema de informações gerenciais (SIG)


• Marketing;
• Produção;
• Administração financeira;
• Administração de materiais;
• Administração de recursos humanos;
• Administração de serviços;
• Gestão empresarial.

- Subdividem-se em funções necessárias ao funcionamento de


uma empresa.
- É por meio da execução das funções e atividades que se
alcançam produtos bem definidos.
- Do intercâmbio entre as funções formalizam-se as informações,
gerando um fluxo formal e racional de informações da empresa.

GESTÃO DE PESSOAS COM FOCO EM RESULTADOS

A administração de pessoas evoluiu durante 3 eras até chegar ao


estágio atual. A era da industrialização clássica, entre os anos de 1900 a
50

Giovanna Carranza
Administração

1950, foi marcada pelas relações industriais. A era da industrialização


neoclássica, entre os anos de 1950 e 1990, marcou o conceito de
Administração de Recursos Humanos. Após 1990, com o advento da era
da informação, firmou-se o conceito de Gestão de Pessoas.

Essa evolução modificou totalmente o modo de pensar e agir das


organizações. Ela se iniciou no formato de trabalho, passando pelo nível
de atuação, comando de ação, tipo de atividade e principais
atividades, chegando, até mesmo, à missão da área. O quadro abaixo
demonstra essas modificações.

O processo de gestão de pessoas nas empresas passou a ser mais


centrado nas pessoas e nos talentos. Esse processo já é iniciado durante
a fase de recrutamento e seleção, ou seja, já assimilando talentos com
um conjunto de políticas e práticas definidas por uma organização para
orientar comportamentos, relações e resultados das pessoas de forma

51

Giovanna Carranza
Administração

corporativa. Com a contratação, existem diversas formas de


potencialização de talentos, tais como treinamento profissional, planos
de carreira, planos de cargos e salários e benefícios.

A partir do momento que uma organização passa a tratar as


pessoas não como recursos, mas como parceiros, aumenta-se a
capacidade de gerar resultados a partir da gestão das pessoas e dos
processos inerentes ao negócio. E o modelo centrado nas
competências. O modelo centrado nas competências possui como
vértices a tríplice conhecimentos, habilidades e atitudes:

• Conhecimento: é o "saber" adquirido - conhecimento técnico,


conceitos e teorias.

• Habilidade: é o "saber fazer", ou seja, saber colocado em


prática.

• Atitude: é o "saber ser". São as "posturas" adota-das pelo


profissional junto aos pares, superiores e subordinados. Estão ligados a
valores, princípios e personalidade.

A gestão de pessoas com foco em resultados visa atingir os


seguintes objetivos:

• alinhar competências humanas às estratégias do negócio;

• aumentar a importância da capacitação contínua dos gestores;

• alinhar a gestão de pessoas às estratégias do negócio e


objetivos organizacionais;

• alinhar-se aos processos de mudança organizacional; e

• entender o conceito de competências como um fator


articulador da gestão de pessoas.

Educação corporativa

O Princípio básico da educação corporativa consiste em formar e


desenvolver os talentos humanos na gestão dos negócios, promovendo
a gestão do conhecimento organizacional por meio de um processo de
aprendizagem ativa e contínua. Para que isso possa ocorrer com
eficácia e sucesso, é fundamental a utilização de tecnologia de ponta
acoplada a uma nova metodologia de trabalho, de forma a permitir a
todos os membros da empresa não só utilizarem as informações
52

Giovanna Carranza
Administração

disponíveis, mas também aluarem como fornecedores de novas


informações, alimentando todo o sistema.

O conceito de educação corporativa é um dos pressupostos para


atender às seguintes implementações:

• desenvolver as competências críticas em vez de habilidade;

• privilegiar o aprendizado organizacional, fortalecendo a cultura


corporativa, e não apenas o conhecimento individual;

• concentrar-se nas necessidades dos negócios, tomando o


escopo estratégico, e não focado exclusivamente as necessidades
individuais;

• público interno e externo (clientes, fornecedores e


comunidade), e não somente funcionários;

• migrar do modelo 'sala de aula' para múltiplas formas de


aprendizagem;

• criar sistemas efetivos de avaliação dos investimentos e


resultados obtidos.

Beneficios e serviços

Toda organização busca criar políticas de remuneração que


estejam alinhadas com seus objetivos e estratégias, sempre norteados
pelas melhores práticas do mercado. Na maioria das organizações, a
remuneração é um dos custos fixos mais significativos e, ao mesmo
tempo, é uma das formas mais fortes de comunicar valores da
organização, pois quanto maior a quantidade de funcionários significa
um maior poder de pagamento de remuneração.

Normalmente a remuneração é um pacote, que não inclui apenas


o salário, mas também benefícios atrativos e competitivos.

Entre alguns benefícios podemos citar:


• plano de saúde;
• seguro de vida;
• vale-transporte;
• tickets refeição ou alimentação;
• benefícios de final de ano (cesta de natal + brinquedos para os
filhos dos funcionários).

Planejamento e sistema de informação de RH


53

Giovanna Carranza
Administração

O principal objetivo de um sistema de informação gerencial (SIG) é


auxiliar na tomada de decisões do administrador. Para isso, a
informação deve ser colhida, processada e armazenada.
A tomada de decisão vem com o conhecimento opor-Chiavenato
(1997, p. 108), dados são apenas índices, uma manifestação objetiva,
passível de análise subjetiva. Informações são dados classificados,
armazenados e relacionados entre si que permitem gerar a própria
informação, sendo ambas necessitadas de processamento.

De acordo com Chiavenato (1997, p. 109), existem três tipos de


processamento:

• Manual: por meio de fichas, talões etc., sem auxílio de


máquinas.

• Semiautomático: ainda há características dos sistemas


manuais, porém já existe uma máquina para auxiliar as operações.

• Automático: o processo é totalmente automatizado, geralmente


auxiliado por máquinas, sem a necessidade da intervenção humana.

Para a área de recursos humanos, é importante que o Sistema de


Informações de Recursos Humanos (SIRH) utilizado forneça informações
(que podem ser sobre cargos, cadastros, remuneração ou outras) para
os demais órgãos sobre as pessoas que nela trabalham. Para Chiave-
nato (1997, p. 111), "um sistema de informações recebe entradas
(inputs) que são processadas e transformadas em saídas (outputs)".

Um fator importante a ser levado em consideração na hora de


elaborar o SIG é o conceito de ciclo operacional (CHIAVENATO, 1997, p.
111), em que são localizadas cadeias de eventos que se iniciam fora da
organização, passam por dentro dela e terminam mais uma vez fora. A
importância se deve ao fato de que, se esse ciclo for seguido, nenhuma
parte do fluxo de informações fique de fora. Um sistema de informações
é composto por sistemas operacionais.

ParaChiavenato(1997,p. 117), um sistema de informações utiliza


como fonte de dados elementos fornecidos por:

a) Banco de Dados de Recursos Humanos;


b) Recrutamento e Seleção de Pessoal;
c) Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal;
d) Avaliação de Desempenho;
e) Administração de Salários;
f) Higiene e Segurança;
54

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Administração

g) Estatísticas de Pessoal;
h) Registros e Controles de Pessoal, a respeito de faltas, atrasos,
disciplina, etc.

Alguns estudiosos da Teoria das Relações Humanas verificam, com


a Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo, que o
comportamento dos indivíduos no trabalho não poderia ser
perfeitamente compreendido sem que as organizações informais
fossem consideradas.

O comportamento e os tipos de relações que os funcionários


mantêm dentro de uma empresa, infelizmente, não aparecem no
organograma, como amizades ou inimizades, grupos que se identificam
ou não, e é justamente essa variedade de comportamento que é
denominada de organização informal.

Agora surge a pergunta:

Qual a função dessa organização em uma empresa? A resposta é


simples, todo indivíduo necessita de um mínimo de interação com
outros indivíduos nesse sistema informal de relacionamentos. Caso não
existissem os grupos informais, certamente algumas pessoas se sentiriam
desmotivadas a ir trabalhar.

É importante observar que a organização informal possui alguns


componentes que se entrelaçam. Pbserve o quadro a seguir:

Normas de conduta

As normas de conduta regularmente conflitam com o regulamento


interno da organização, podendo acarretar problemas.
55

Giovanna Carranza
Administração

Essas normas surgem de opiniões e entendimentos implícitos ou


explícitos entre os funcionários da organização. Imaginemos a seguinte
situação. O expediente tem início às 8h, só que você começa a
trabalhar sempre às 8h30min, pois esses 30 minutos são dedicados
àquela boa conversa informal com seus colegas de trabalho. Ao se
comportar dessa maneira, uma norma de conduta foi estabelecida no
departamento ou sala na qual trabalha e, por meios implícitos, os
colegas que mantêm essa conversa com você terão a mesma conduta.

À medida que as normas de conduta ganham força nos grupos


organizacionais, as regras burocráticas perdem sua credibilidade entre
esses funcionários.

Cultura Organizacional

Pode-se dizer que as normas de conduta estão entre os elementos


mais significativos da cultura organizacional.

Cultura organizacional significa um modo de vida, um sistema de


crenças, expectativas e valores, uma forma de interação e
relacionamento típicos de determinada organização. Cada orga-
nização é um sistema complexo e humano, com características
próprias, com a sua própria cultura e com um sistema de valores
(CHIAVENATO, 2000,p.531).

Além das normas de conduta, a cultura organizacional abrange


outros elementos que veremos em breve. Abaixo constam alguns
indicadores que identificam e analisam a cultura das organizações.

56

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Como as normas de conduta já mencionadas, os outros


componentes da cultura organizacional serão citados conforme dito.
São eles:
 Crenças, valores e preconceitos;
 Cerimônias e rituais
 Símbolos

Não precisamos de muitos artifícios para a compreensão desses


componentes. Vejamos alguns exemplos de crenças, valores e
preconceitos que ocorrem no nosso dia a dia.

• Funcionário ocupado é sinónimo de pessoa produtiva.

• A empresa é uma grande família, com direito a desavenças e o


chefe representa o pai.

• A distinção dos funcionários de uma organização por meio dos


elevadores. Elevador social para funcionários administrativos e o
elevador de serviço para os funcionários da manutenção e limpeza.

Crenças, valores e preconceitos estão na base das normas de


conduta, influenciando a maneira como os chefes tratam seus
funcionários e, de forma geral, como as pessoas se relacionam
(MAXIMIANO, 2000, p. 258).

Por fim, os símbolos. Esse elemento é formado por palavras,


objetos, ações ou eventos que significam algo para as pessoas e grupos
da organização. Exemplos de símbolos: uniformes, logotipos, decoração
das instalações etc. Naturalmente, os símbolos são facilmente
modificados em uma cultura organizacional.

Clima Organizacional
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Clima organizacional, o último componente a ser analisado da


organização informal, possui um importante papel dentro de uma
empresa.

Como os níveis de satisfação ou insatisfação são apreciados no


seu trabalho? Por meio de questionários, reuniões ou não se fala no
assunto?

E necessário que os sentimentos em relação à realidade objetiva


da organização formal sejam mensurados.

Questionários devem ser aplicados dentro da empresa com


perguntas objetivas, para que os funcionários assinalem apenas uma
alternativa, facilitando a mensuração da qualidade percebida por cada
funcionário.

Todos os elementos que compõem a organização formal afetam os


sentimentos dos funcionários, desde a localização física até os objetivos
organizacionais, não esquecendo-se dos salários, limpeza e integração
com os colegas.

Cada funcionário terá uma realidade percebida, o que produzirá


sentimentos individuais, por isso há a necessidade de aplicar
questionários dentro da empresa com todos. Contudo, os funcionários
que assim desejarem não precisam se identificar. Porém, é importante
que participem, pois, por meio dos resultados obtidos, algumas
mudanças podem ser trabalhadas de maneira direcionada ao foco.

Características da Organização Informal

a) Relação de coesão ou de antagonismo: são as relações criadas


entre pessoas de diferentes níveis, podendo ser relações pessoais de
simpatia ou de antipatia. A intensidade e duração desses
relacionamentos são extremamente variáveis.

b) Status: os indivíduos se sentem mais prestigiados pela sua


importância em uma organização informal do que propriamente pela
sua posição na organização formal. Quando um indivíduo é solicitado
em uma reunião de trabalho, ele sabe que o desejado no momento é
simplesmente seus serviços e conhecimentos. Porém, quando é
chamado para comparecer a uma reunião informal em um bar, cer-
tamente esse funcionário se sentirá querido pelo grupo.

c) Colaboração espontânea: em uma organização informal o nível


de colaboração espontânea é infinitamente superior ao da organização
58

Giovanna Carranza
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formal. O porquê disso? O prazer e a satisfação existentes na


organização informal.

d) A possibilidade da oposição à organização formal: quando a


organização informal é manipulada de forma inadequada pode ocorrer
uma oposição à organização formal, o que resulta desarmonia com os
objetivos da empresa.

e) Padrões de relações e atitudes: existem pessoas que


desenvolvem espontaneamente padrões de relações e de atitudes e
que são aceitos e assimilados pelos seus componentes, pois exprimem
os interesses do grupo.

f) Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais: os grupos


informais tendem a se modificar com as alterações realizadas na
organização formal. Por exemplo, um funcionário sofreu um
remanejamento e foi lotado em outro departamento,
consequentemente, ele fará parte de outro grupo informal.

g) A organização informal transcende a organização formal: a


organização formal está presa a horários e normas. Já a organização
informal escapa a essas limitações, estando "presa" apenas às vontades
que cada indivíduo tem.

h) Padrões de desempenho nos grupos informais: nem sempre


esses padrões correspondem aos estabelecidos pela administração.
Podem ser maiores ou menores, bem como podem estar em harmonia
ou não com a organização. A responsável pelos padrões de
desempenho é a motivação individual com relação aos objetivos da
empresa.

A organização informal tem sua origem na necessidade que cada


pessoa possui em conviver com os demais seres humanos. Certamente,
quando você começou a trabalhar na empresa/instituição na qual está,
um dos seus desejos era estabelecer relações satisfatórias informais
com seus companheiros. Pois, quando uma relação agradável não é
estabelecida, pode afetar o ambiente formal da empresa acarretando
insatisfação pessoal. Ou seja, a necessidade de existir uma organização
informal dentro de uma empresa é imprescindível.

ABSEINTEÍSMO

Absenteísmo é a soma dos períodos em que os funcionários de


uma organização ou empresa ausentam-se, seja por falta, atraso, faltas
justificadas, férias, doenças e licenças de toda espécie ou a algum

59

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Administração

motivo interveniente. O índice de absenteísmo pode ser calculado


através da fórmula:

Absenteísmo = Horas perdidas x100


Horas planejadas
Rotatividade
Também denominado turnover, pode ser conceituado com a troca
de pessoal entre a organização e seu ambiente (entrada e saída)

O índice de rotavidade pode ser calculado pela fórmula:

Rotatividade = A + D
2 .
Efetivo médio
A = Admissões
D = Demissões / desligamentos
Efetivo médio = Efetivo inicial + Efetivo final
2

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Comportamento Organizacional:Motivação, Liderança e Desempenho.

Motivação

Em psicologia, motivação é a força propulsora (desejo) por trás de


todas as ações de um organismo.
Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção,
e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma
determinada meta.
A motivação é baseada em emoções, especificamente, pela
busca por experiências emocionais positivas e por evitar as negativas,
onde positivo e negativo são definidos pelo estado individual do
cérebro, e não por normas sociais: uma pessoa pode ser direcionada
até à auto-mutilação ou à violência caso o seu cérebro esteja
condicionado a criar uma reação positiva a essas ações.

As Necessidades Humanas Básicas

60

Giovanna Carranza
Administração

A compreensão da motivação do comportamento exige o


conhecimento das necessidades humanas, por se tratar de um dos
motivos internos mais importantes que orientam o comportamento e o
desempenho do indivíduo.

Em pesquisas realizadas por diversos autores, estudiosos da


motivação humana, constatou-se que existem certas necessidades
humanas fundamentais e também algumas cujas causas escapam ao
próprio entendimento do homem. Essas causas se chamam
necessidades ou motivos e são forças conscientes ou inconscientes que
levam o indivíduo a apresentar um determinado comportamento. Assim,
a motivação se refere ao comportamento, que é causado por
necessidades de dentro do indivíduo e que é dirigido em direção aos
objetivos que podem satisfazer essas necessidades.

Ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis ou estágios


de motivação à medida que vai crescendo e amadurecendo, vai
ultrapassando os estágios mais baixos e desenvolvendo necessidades
de níveis gradativamente mais elevados. As diferenças individuais
influem quanto à duração, intensidade e fixação em cada um desses
estágios; assim como na predominância de uma necessidade sobre as
demais.

Apesar dessas variâncias entre indivíduos ou grupos, temos uma


forma de generalização das necessidades humanas, estabelecidas
através de categorias ou hierarquia e propostas por estudiosos do
assunto, como Maslow, por exemplo. A hierarquia das necessidades
segundo Maslow abrange:

 Necessidades Fisiológicas: ar, comida, repouso, etc.;


 Necessidades de Segurança: proteção contra o perigo ou
provação;
 Necessidades Sociais: amizade, inclusão em grupos, etc.;
 Necessidades de Estimas: reputação, reconhecimento,
auto-respeito, amor, etc;
 Necessidades de auto-realização: realização do potencial,
utilização plena dos talentos individuais, etc.

Segundo a teoria, as necessidades de nível mais baixo do


indivíduo precisam estar satisfeitas antes que ele pudesse se interessar
pelas de nível superior. Estudos feitos não sustentam claramente a
questão da progressão nos níveis hierárquicos, porém a sua grande
contribuição é o reconhecimento e a identificação da snecessidades
individuais com o propósito d emotivar o comportamento.

61

Giovanna Carranza
Administração

Motivação e Comportamento

O comportamento das pessoas dentro da organização é


complexo, depende de fatores internos (decorrentes de suas
características de personalidade, como capacidade de aprendizagem,
de motivação, de percepção do ambiente externo e interno, de
atitudes, de emoções, de valores etc.) e externos (decorrentes do
ambiente que envolve as características organizacionais, como
sistemas de recompensas e punições, de fatores sociais, de políticas, de
coesão grupal existente etc.).

(CHIAVENATO, 1999), com a Teoria das Relações Humanas


passou a estudar a influência da motivação no comportamento das
pessoas. Embora este seja apenas um dos fatores internos que
influenciam o comportamento humano, a ele é dado tanta importância
porque a motivação atua, em geral, sobre as necessidades dos
indivíduos, a fim de supri-las para atingir os objetivos, tanto pessoais
como organizacionais.

Essas necessidades humanas, tidas como forças ativas e


impulsionadoras do comportamento, apresentam uma enorme
imensidão. Isso porque as pessoas são diferentes entre si, possuem
necessidades diferentes e estas, conseqüentemente, produzem padrões
de comportamento que variam de indivíduo para indivíduo.

Apesar de todas essas diferenças enormes, em pesquisas


realizadas acerca do comportamento humano, foi constatado que o
processo que dinamiza o comportamento humano é mais ou menos
semelhante para todas as pessoas.

Baseando-se nos pressupostos de Chiavenato (1998, p. 76-77)


podem ser definidas três suposições para explicar o comportamento
humano, das quais a análise nos é válida, pois elas estão intimamente
relacionadas com o processo de motivação:

a) O comportamento humano é causado, ou seja, existe uma


causalidade do comportamento. Tanto a hereditariedade
como o meio ambiente influem decisivamente sobre o
comportamento das pessoas. O comportamento é causado
por estímulos internos ou externos.

b) O comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em


todo comportamento humano. O comportamento não é

62

Giovanna Carranza
Administração

causal, nem aleatório, mas sempre orientado e dirigido para


algum objetivo.

c) O comportamento humano é orientado para objetivos


pessoais. Subjacente a todo comportamento existe sempre
um impulso, um desejo, uma necessidade, uma tendência,
expressões que servem para designar os motivos do
comportamento.

Motivação e Desempenho

Sendo o comportamento humano fundamentalmente orientado


por objetivos, sejam eles conhecidos ou inconscientes, fica evidente a
importância de se associar atitudes motivacionais a esses objetivos.

Esses fatores motivacionais vão influir diretamente no


comportamento do indivíduo e, conseqüentemente, no seu
desempenho dentro da organização.

Na verdade, tratam-se de três itens – motivação,


comportamento e desempenho – que se apresentam estreitamente
ligados. O desempenho é uma manifestação do comportamento
humano nas organizações, podendo assim também ser motivado pelo
próprio indivíduo (motivos internos) ou pela situação ou ambiente em
que ele se encontra (motivos externos) (MAXIMIANO, 1995, p. 318).

Motivos internos

São as necessidades, aptidões, interesses e habilidades do


indivíduo, que o fazem capaz de realizar certas tarefas e não outras;
que o fazem sentir-se atraído por certas coisas e evitar outras; o que o
fazem valorizar certos comportamentos e menosprezar outros. Podem
ser definidos ainda como os impulsos interiores, de natureza fisiológica e
psicológica, afetados por fatores sociológicos: necessidades, frustração,
aptidão, habilidades, atitudes e interesses.

Motivos externos

São os estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou


objetivos que a pessoa persegue porque satisfazem a uma

63

Giovanna Carranza
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necessidade, despertam um sentimento de interesse porque


representam a recompensa a ser alcançada.

 Frederick Herzberg

Os motivos externos podem ser divididos em duas categorias


principais – o trabalho e as condições de trabalho – segundo uma
classificação feita numa teoria proposta por Frederick Herzberg, que
exerceu grande influência nos estudos sobre a motivação
(MAXIMIANO,1995, p. 318 e 326). Para Herzberg, a motivação das
pessoas depende de dois fatores:

a) Fatores Higiênicos: referem-se às condições que rodeiam o


empregado enquanto trabalha, englobando as condições
físicas e ambientais do trabalho, o salário, os benefícios
sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão
recebido, os regulamentos internos, as oportunidades etc.

b) Fatores Motivadores: referem-se ao conteúdo do cargo, as


tarefas e aos deveres relacionados com o cargo em si.

 Douglas McGregor

As teorias X e Y são duas visões opostas da natureza humana


que se repercutem no modo como devem ser geridos os colaboradores.
Foram descritas por Douglas McGregor, no final da década de 50.

Características da Teoría X

 Concepção tradicional de direção e controle;


 O ser humano tem uma aversão natural ao trabalho;
 A maioria da spessoas precisa ser controlada, dirigida,
coagida e punida, para que finalmente trabalhe;
 O homem é um ser carente, que se esforça para satisfazer
uma hierarquia de becessidades;
 O ser humano não consegue assumir responsabilidades;
 A participação dos funcionários é um instrumento de
manipulção dos mesmos;
 O líder adota um estilo autocrático.

64

Giovanna Carranza
Administração

Características da Teoría Y

 Integração entre objetivos individuais e organizacionais;


querer se esforçar fisicamente e mentalmente no trabalho
é uma atitude tão natural quanto descansar;
 A maioria das pessuas busca naturalmente se auto-corrigir,
para atingir os objetivos que propuserem alcançar;
 O compromisso com um objetivo depende das
recompensas que se espera receber com a sua
consecução;
 O ser humano não só aprende a aceitar as
responsabilidades, como passa a procurá-las;
 A participação dos funcionários é uma forma de valorizar
suas potencialidades intelectuais como: imaginação,
criatividade e engenhosidade;
 O líder adota um estilo participativo.

A teoria de Mc Clelland – Estudando os fatores


motivacionais, dividiu-os em três categorias:

 Necessidade de realização: desenvolver tarefas e vencer


desafios;
 Necessidade de poder: influenciar pessoas e sistemas
organizacionais;
 Necessidade de afiliação: pertencer a um grupo e ser
amado.

 Teoria de campo de Lewin

A teoria de campo de Kurt Lewin (CHIAVENATO, 1998) – que,


desde de 1935, já se referia em suas pesquisas sobre o comportamento
social ao importante papel da motivação – baseia-se em duas
suposições fundamentais:

a) O comportamento humano é derivado da totalidade de fatos


coexistentes.

b) Esses fatos coexistentes têm o caráter de um campo


dinâmico, no qual cada parte do campo depende de uma inter-
relação com as demais outras partes.
Assim, afirma que o comportamento humano não depende só
do passado, ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e presente.
Esse campo dinâmico é o ―espaço de vida que contém a pessoa com

65

Giovanna Carranza
Administração

seu ambiente psicológico‖. Foi Lewin que instituiu o termo ambiente


psicológico (ou ambiente comportamental) como sendo o ambiente tal
como é percebido e interpretado pela pessoa e relacionado com as
atuais necessidades do indivíduo (CHIAVENATO, 1998).

 Victor H. Vroom

O modelo contingencial de motivação de Victor H. Vroom


desenvolveu uma teoria da motivação que reconhece a evidência de
que diferentes pessoas reagem de diferentes maneiras, conforme a
situação em que estejam colocadas, enfatizando assim as diferenças
individuais.

Segundo ele, existem três fatores que determinam em cada


indivíduo a motivação para produzir:

a) Os objetivos individuais, ou seja, a força do desejo de atingir


objetivos.
b) A relação que o indivíduo percebe entre a produtividade e o
alcance dos seus objetivos individuais.
c) A capacidade de o indivíduo influenciar seu próprio nível de
produtividade, à medida que acredita poder influenciá-lo.

 Teoria da expectação – Lawler

Em seus trabalhos sobre motivação, Lawler encontrou fortes


evidências de que o dinheiro pode motivar o desempenho e outros tipos
de comportamento, como o companheirismo e dedicação à
organização. Porém, verificou-se que o dinheiro tem apresentado
pouca potência motivacional em virtude da sua incorreta aplicação
pela maior parte das organizações (CHIAVENATO, 1999).
Em síntese, ele concluiu que o dinheiro pode ser poderoso
motivador se as pessoas acreditarem haver ligação direta ou indireta
entre desempenho e conseqüente aumento de remuneração.
Segundo Lawler, se essa percepção for alcançada e
confirmada, as pessoas certamente terão melhor desempenho tendo
em vista o resultado financeiro desejado.

 Teoria de Skinner

Baseia-se na idéia de que o aprendizado ocorre em função de


mudança no comportamento manifesto. As mudanças no
comportamento são o resultado de uma resposta individual a eventos
(estímulos) que ocorrem no meio. Uma resposta produz uma
66

Giovanna Carranza
Administração

conseqüência, bater em uma bola, solucionar um problema


matemático. Quando um padrão particular Estímulo-Resposta (S-R) é
reforçado (recompensado), o indivíduo é condicionado a reagir.

O reforço é o elemento-chave na teoria S-R de Skinner. Um


reforço é qualquer coisa que fortaleça a resposta desejada. Pode ser
um elogio verbal, uma boa nota, ou um sentimento de realização ou
satisfação crescente. A teoria também cobre reforços negativos, uma
ação que evita uma conseqüência indesejada.

 Condicionamento operante

O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de


condicionamento operante, que ele acrescentou à noção de reflexo
condicionado, formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov. Os dois
conceitos estão essencialmente ligados à fisiologia do organismo, seja
animal ou humano.

O reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O


condicionamento operante é um mecanismo que premia uma
determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a
associar a necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa
experiência, percebe que o acionar de uma alavanca levará ao
recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento cada vez
que quiser saciar sua fome.

A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento


operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente
externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No
comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma
resposta. No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é
modificado e produz conseqüências que agem de novo sobre ele,
alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante.

O condicionamento operante é um mecanismo de


aprendizagem de novo comportamento - um processo que Skinner
chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é
o reforço.

Skinner era determinista. Em sua teoria não havia nenhum


espaço para o livre-arbítrio, pois afirmar que os seres humanos são
capazes de livre escolha seria negar sua suposição básica de que o
comportamento é controlado pelo ambiente e os genes.

Princípios:

67

Giovanna Carranza
Administração

1. Comportamento que é positivamente reforçado vai acontecer


novamente. Reforço intermitente é particularmente efetivo.
2. As informações devem ser apresentadas em pequenas
quantidades, para que as respostas sejam reforçadas ("moldagem").
3. Reforços vão generalizar, lado a lado, estímulos similares
(generalização de estímulo) produzindo condicionamento secundário.

Principais tipos de reforços:

1. Positivo: todo estímulo que quando está presente


aumente a probabilidade de que se produza uma conduta.

2. Negativo: todo estímulo aversivo que ao ser retirado


aumenta a probabilidade de que se produza a conduta.

3. Extinção: a qual se apresenta quando um estímulo que


previamente reforçava a conduta deixa de atuar.

4. Castigo: igual ao da extinção, funciona para reduzir a


conduta.

Contrariamente ao que se pensa, o reforço negativo não é


punição, mas sim a remoção de um evento punitivo; enquanto o reforço
aumenta um comportamento, a punição o diminui.

Nos usos que propôs para suas conclusões científicas — em


especial na educação —, Skinner pregou a eficiência do reforço
positivo, sendo, em princípio, contrário a punições e esquemas
repressivos, sugeria que o uso das recompensas e reforços positivos da
conduta correta era mais atrativo do ponto de vista social e
pedagogicamente eficaz.

Liderança

Para o empregado de hoje, ter sucesso significa alcançar a


realização pessoal, social e financeira, ser interdependente, contribuir
para a solução de problemas, encontrar desafios e atingir metas. As
pessoas querem sentir que seus esforços são valorizados e que seu
trabalho é o diferencial que contribui para o sucesso da empresa em
que trabalha.

O líder de hoje pode se perguntar: ―Quais as habilidades


essenciais que preciso ter para obter a lealdade e o comprometimento
da minha equipe? Como posso ser ainda mais útil com cada pessoa do
meu time?‖.

68

Giovanna Carranza
Administração

Responderei a essas questões adiante, com a intenção de


estimular seu pensamento e suas ações, desenvolvendo as habilidades
necessárias para adotar comportamentos de liderança e ao mesmo
tempo se dar bem na prova de Administração Geral, pois este tema é
muito cobrado em concursos.

A fim de conquistar o comprometimento de uma equipe, é


necessário que o líder inspire – e não exija – respeito e confiança. Cada
pessoa se compromete quando é tratada como se fizesse parte da
equipe – quando sabe que sua contribuição é importante. Quando a
pessoa percebe que é considerada, compreendida e reconhecida, sua
percepção de comprometimento cresce. Um líder que forma outros
lideres ensina que são seis os passos que criam condições para o
desenvolvimento da lealdade e do comprometimento:

1. Comunicação franca e aberta


2. Envolvimento e potencialização dos colaboradores
3. Desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores
4. Demonstrar o reconhecimento
5. Liderar com ética e imparcialidade
6. Promover o bem-estar no ambiente de trabalho

Quando Fayol anunciou as funções administrativas elas eram


representadas pela sigla POCCC (planejamento, organização,
comando, coordenação e controle). Com o passar do tempo as
funções de comando e coordenação foram unificadas na letra D de
direção. Esta função engloba atividades como a tomada de decisão , a
comunicação com os subordinados, superiores e pares, a obtenção,
motivação e desenvolvimento de pessoal.
A liderança nas empresas pode ser de duas maneiras:
a) liderança decorrente de uma função (cargo com autoridade de
decisão)
b) liderança como uma qualidade pessoal (conjunto de atributos e
atitudes que tornam uma pessoa um líder.

Teorias sobre liderança


As teorias sobre liderança podem ser classificadas em três
grandes grupos.

69

Giovanna Carranza
Administração

1ª. Teoria dos traços de personalidade

De acordo com esta teoria, já desacreditada, o líder possuiria


características marcantes de personalidade que o qualificariam para a
função. Essas características eram:
 Habilidade de interpretar objetivos e missões;
 Facilidade em solucionar problemas e conflitos;
 Habilidade de delegar responsabilidade aos outros;
 Facilidade em supervisionar e orientar pessoas;
 Habilidade de estabelecer prioridades;
 Habilidade de planejar e programar atividades em
equipe.
De acordo com os autores Hersey e Blanchard, somente eram
líderes potenciais quem possuía essas qualidades.

2ª. Estilos de liderança

Esta teoria aponta três estilos de liderança: autocrática,


democrática e liberal. Ela está concentrada mais especificamente no
modo como os líderes tomavam decisões, e o efeito que isso produzia
nos índices de produtividade e satisfação geral dos subordinados.

AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL


Apenas o líder fixa As diretrizes são debatidas Há liberdade completa
as diretrizes, sem pelo grupo, estimulado e para as decisões
qualquer assistido pelo líder; grupais ou individuais,
participação do com participação
grupo; mínima do líder;

O líder determina as O próprio grupo esboça A participação do líder


providências e as as providências e as no debate é pouca,
técnicas para a técnicas para atingir o esclarecendo que
execução das alvo solicitando poderia fornecer
tarefas, cada uma aconselhamento técnico informações desde
por vez, na medida ao líder quando que as pedissem;
em que se tornam necessário, passando este
necessárias e de a sugerir duas ou mais
modo imprevisível alternativas para o grupo

70

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Administração

para o grupo; escolher. As tarefas


ganham nova
perspectivas com os
debates;
O líder determina A divisão das tarefas fica Tanto a divisão das
qual a tarefa que a critério do próprio grupo tarefas, como a
cada um deve e cada membro tem escolha dos
executar e qual o liberdade de escolher companheiros, fica
seu companheiro seus companheiros de totalmente a cargo do
de trabalho; trabalho; grupo. Absoluta falta
de participação do
líder;
O líder é Dominador O líder procura ser um O líder não faz
e é "pessoal" nos membro normal do grupo, nenhuma tentativa de
elogios e nas em espírito, sem avaliar ou de regular o
críticas ao trabalho encarregar-se muito de curso dos
de cada membro. tarefas. O líder é "objetivo" acontecimentos. O
e limita-se aos "fatos" em líder somente faz
suas críticas e elogios. comentários irregulares
sobre as atividades dos
membros quando
perguntado.

As experiências demonstram o seguinte comportamento aos


diferentes tipos de liderança a que foram submetidos:

 LIDERANÇA AUTOCRÁTICA. O comportamento dos grupos


mostrou forte tensão, frustração e, sobretudo, agressividade, de um
lado, e, de outro, nenhuma espontaneidade nem iniciativa, nem
formação de grupos de amizade. Embora aparentemente gostassem
das tarefas, não demonstraram satisfação com relação à situação. O
trabalho somente se desenvolvia com a presença física do líder.
Quando este se ausentava, as atividades paravam e os grupos
expandiam seus sentimentos reprimidos, chegando a explosões de
indisciplina e de agressividade.

 LIDERANÇA LIBERAL. Embora a atividade dos grupos fosse
intensa, a produção foi simplesmente medíocre. As tarefas se
desenvolviam ao acaso, com muitas oscilações perdendo-se muito
tempo com discussões mais voltadas para motivos pessoais do que
relacionadas com o trabalho em si. Notou-se forte individualismo
agressivo e pouco respeito com relação ao líder.

 LIDERANÇA DEMOCRÁTICA. Houve formação de grupos de
amizade e de relacionamentos cordiais entre os participantes. Líder e
71

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subordinados passaram a desenvolver comunicações espontâneas,


francas e cordiais. O trabalho mostrou um ritmo suave e seguro sem
alterações mesmo quando o líder se ausentava. Houve um nítido
sentido de responsabilidade e comprometimento pessoal.

Grid Gerencial

Robert R. Blake e Jane S. Mouton (1989) procuraram representar


os vários modos de usar autoridade ao exercer a liderança através do
Grid Gerencial. Esta representação possui duas dimensões:
preocupação com a produção e preocupação com as pessoas.

A preocupação com a produção refere-se ao enfoque dado


pelo líder aos resultados, ao desempenho, à conquista dos objetivos. O
líder com este tipo de preocupação empenha-se na mensuração da
quantidade e da qualidade do trabalho de seus subordinados.

A preocupação com as pessoas diz respeito aos pressupostos e


atitudes do líder para com seus subordinados. Este tipo de preocupação
revela-se de diversas formas, desde o esforço em assegurar a estima
dos subordinados e em obter a sua confiança e respeito, até o
empenho em garantir boas condições de trabalho, benefícios sociais e
outras vantagens.

O inter-relacionamento entre as duas dimensões do Grid


Gerencial expressa o uso de autoridade por um líder.

Exemplo: Quando uma alta preocupação com as pessoas se associa a


uma baixa preocupação com a produção, o líder deseja que as
pessoas se relacionem bem e sejam ―felizes‖, o que é bem diferente de
quando uma alta preocupação com as pessoas se associa a uma alta
preocupação com a produção. O líder, aqui, deseja que as pessoas
mergulhem no trabalho e procurem colaborar com entusiasmo (Blake e
Mouton, 1989, p.14).

Cinco estilos básicos de uso de autoridade são definidos por


Blake e Mouton, eles criaram uma grade gerencial para mostrar a
preocupação com a produção e a preocupação com as pessoas são
aspectos complementares e não mutuamente excludentes. Os lideres
foram dispostos em dois eixos, o eixo horizontal se refere à
preocupação com a produção, enquanto o eixo vertical se refere à
preocupação com as pessoas. Cada eixo está dividido em nove
graduações. A graduação mínima é 1 e significa pouquíssima
preocupação por parte do administrador. A graduação máxima é 9 e

72

Giovanna Carranza
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significa a máxima preocupação possível. A figura abaixo ilustra a


grade gerencial.

Os cinco estilos do grid gerencial e seus significados.

ESTILO SIGNIFICADO PARTICIPAÇÃO FRONTEIRAS


INTERGRUPAIS
1.1 Mínima preocupação Pouco Isolamento.
com a produção e com envolvimento e Falta de
as pessoas; comprometimento. coordenação
intergrupal.
1.9 Enfatiza as pessoas, Comportamento Coexistência
com mínima superficial e pacífica.
preocupação com a efêmero. Soluções Grupos evitam
produção; do mínimo problemas
denominador para manter
comum. harmonia.
9.1 Preocupação máxima Não há Hostilidade
com a produção e participação das intergrupal.
mínima com as pessoas. Suspeita e
pessoas; desconfiança
mútuas. Atitude
de
ganhar/perder.
5.5 Estilo meio-termo. Meio caminho e Trégua inquieta.
Atitude de conseguir acomodação que Transigência,
alguns resultados sem deixa todos rateios e
muito esforço; descontentes. acomodação
para manter a
paz.
9.9 Estilo de excelência. Elevada Comunicações
Ênfase na produção e participação e abertas e
nas pessoas. envolvimento. francas.
Comprometimento Flexibilidade e
das pessoas. atitude para o
tratamento
construtivo dos
problemas.

Veja essa mesma grade mais detalhada e como é a maneira


que cada líder pensa e atua:

(1,1): a preocupação mínima com a produção e com as


pessoas caracteriza o líder que desempenha uma gerência
empobrecida. Este tipo de líder, em geral, adota uma postura passiva

73

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Administração

em relação ao trabalho, fazendo o mínimo para garantir sua


permanência na organização.

"Faço o suficiente para ir levando. Aceito os fatos, as crenças e


as posições que me são fornecidos. Guardo minhas opiniões para mim
mesmo, mas respondo quando solicitado. Evito tomar partido, não
revelando minhas opiniões, atitudes e idéias. Permaneço neutro ou
tento manter-me fora do conflito. Deixo os outros tomarem suas
decisões ou me conformo com o que quer que aconteça. Evito fazer
críticas".

 (1,9): a preocupação máxima com as pessoas e mínima


com a produção caracteriza o líder que faz do ambiente do trabalho
um clube campestre. Este líder busca sempre a harmonia de
relacionamentos, mesmo que tenha que sacrificar a eficiência e a
eficácia do trabalho realizado.

"Tomo a iniciativa de ações que ajudem e apóiem os outros.


Procuro fatos, crenças e posições que sugiram estar tudo bem. Em
benefício da harmonia, não me inclino a contestar os outros. Acato as
opiniões, atitudes e idéias dos outros, embora tenha restrições. Evito
gerar conflitos, mas se ocorrerem, tento acalmar os ânimos, a fim de
manter todos unidos. Busco tomar decisões que preservem as boas
relações e estimulo os outros a tomarem decisões sempre que possível.
Encorajo e elogio quando ocorre algo positivo, mas evito dar um
'feedback' negativo".

 (9,1): a preocupação máxima com a produção e mínima


com as pessoas caracteriza o líder que se utiliza da autoridade para
alcançar resultados. Este líder, em geral, age de maneira centralizadora
e controladora.

"Exijo de mim e dos outros. Investigo os fatos, as crenças e as


posições, a fim de manter qualquer situação sob controle e certificar-
me de que os outros não estejam cometendo erros. Não abro mão de
minhas opiniões, atitudes e idéias, mesmo que isto signifique rejeitar os
pontos de vista alheios. Quando o conflito surge, procuro atalhá-lo ou
fazer valer minha posição. Dou grande valor a tomar minhas próprias
decisões e raramente me deixo influenciar pelos outros. Assinalo
fraquezas ou o fracasso em corresponder às expectativas"

 (5,5): o meio-termo, ou seja, a preocupação média com a


produção e com as pessoas caracteriza o líder que vê as pessoas no
trabalho dentro do pressuposto do homem organizacional. Este tipo de
líder busca o equilíbrio entre os resultados obtidos e a disposição e
ânimo no trabalho.

74

Giovanna Carranza
Administração

"Tento manter um ritmo constante. Aceito os fatos mais ou menos


pela aparência e investigo os fatos, as crenças e as posições quando
surgem discrepâncias óbvias. Expresso minhas opiniões, atitudes e
idéias como quem tateia o terreno e tenta chegar a uma concordância
por meio de concessões mútuas. Quando surge um conflito, tento
encontrar uma posição razoável, considerada conveniente pelos outros.
Procuro tomar decisões exeqüíveis que os outros aceitem. Dou
―feedback‖ indireto ou informal sobre sugestões para aperfeiçoamento".

 (9,9): a máxima preocupação com a produção e com as


pessoas caracteriza o líder que vê no trabalho em equipe a única forma
de alcançar resultados, estimulando assim, a máxima participação e
interação entre seus subordinados na busca de objetivos comuns.

"Exerço esforço vigoroso e os outros aderem entusiasticamente.


Procuro e confirmo as informações. Solicito e dou atenção a opiniões,
atitudes e idéias diferentes das minhas. Reavalio continuamente meus
próprios dados, crenças e posições bem como os dos outros, a fim de
estar seguro da sua validade. Julgo importante expressar minhas
preocupações e convicções. Reajo a idéias melhores do que as minhas,
mudando meu modo de pensar. Quando o conflito surge, procuro saber
seus motivos, a fim de solucionar as causas subjacentes. Dou grande
valor à tomada de decisões certas. Procuro o entendimento e o acordo.
Encorajo o ―feedback‖ de mão-dupla a fim de fortalecer a
operacionalidade".

Blake e Mouton caracterizaram este último estilo como o mais


apropriado para conseguir os objetivos das organizações. Os
treinamentos realizados por eles em programas de Desenvolvimento
Organizacional visavam a fazer com que os líderes adotassem o estilo
(9,9). Entretanto, pesquisas empíricas têm revelado que nem sempre
este tipo de estilo de liderança é o mais indicado para a eficiência e
eficácia dos resultados.

3ª. Teorias Situacionais de liderança.

Nesta teoria o líder pode assumir diferentes padrões de liderança


de acordo com a situação e para cada um dos membros da sua
equipe.

A Teoria Situacional surgiu diante da necessidade de um modelo


significativo na área de liderança, onde é definido a maturidade como
a capacidade e a disposição das pessoas de assumir a
responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento. Portanto,

75

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entende-se como Liderança Situacional o líder que comporta-se de um


determinado modo ao tratar individualmente os membros do seu grupo
e de outro quando se dirigirem a este como um todo, dependendo do
nível de maturidade das pessoas que o mesmo deseja influenciar.

A Liderança Situacional não só sugere o estilo de liderança de


alta probabilidade para os vários níveis de maturidade, como indica a
probabilidade de sucesso das outras configurações de estilo, se o líder
não for capaz de adotar o estilo desejável. Estes conceitos são válidos
em qualquer situação em que alguém pretende influenciar o
comportamento de outras pessoas. Num contexto geral, ela pode ser
aplicada em qualquer tipo organizacional, quer se trate de uma
organização empresarial, educacional, governamental ou militar e até
mesmo na vida familiar.

As principais teorias situacionais são:

A escolha dos padrões de liderança

Modelo Contingencial

Teoria do Caminho - meta

A escolha dos padrões de liderança

De acordo com essa teoria, para que o administrador escolha


qual o padrão de liderança que desenvolverá em relação aos seus
subordinados, ele deve considerar e avaliar três forças.

1. Forças no administrador, como:

a) seu sistema de valores e convicções pessoais;


b) sua confiança nos subordinados;
c) suas inclinações pessoais a respeito de como liderar;
d) seus sentimentos de segurança em situações incertas.

2. Forças nos subordinados, como:

a) sua necessidade de liberdade ou de orientação superior;


b) sua disposição de assumir responsabilidade;
c) sua segurança na incerteza;
d) seu interesse pelo problema ou pelo trabalho;
e) sua compreensão e identificação do problema;
f) seus conhecimentos e experiência para resolver o problema;
g) sua expectativa de participação nas decisões.
76

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3. Forças na situação, como:

a) o tipo de empresa, seus valores e tradições, suas políticas e


diretrizes;
b) a eficiência do grupo de subordinados;
c) o problema a ser resolvido ou a complexidade do trabalho;
d) a premência de tempo.

Da abordagem situacional, pode-se inferir as seguintes


proposições:

a) Quando as tarefas são rotineiras e respectivas, a liderança é


geralmente limitada e sujeita a controles pelo chefe, que passa a se
situar num padrão de liderança próximo ao extremo esquerdo do
gráfico.

b) Um líder pode assumir diferentes padrões de liderança para


cada um de seus subordinados, de acordo com as forças acima.

c) Para um mesmo subordinado, o líder também pode assumir


diferentes padrões de liderança, conforme a situação envolvida. Em
situações em que o subordinado apresenta alto nível de eficiência, o
líder pode dar-lhe maior liberdade nas decisões, mas se o subordinado
apresenta erros seguidos e imperdoáveis, o líder pode impor-lhe maior
autoridade pessoal e menor liberdade de trabalho.

 Modelo Contingencial de Fiedler

O modelo contingencial de Fiedler enuncia que a liderança


eficaz é função da correlação do estilo do líder e o grau de
favorabilidade de uma situação. Segundo Hersey & Blanchard (1986),
Fiedler enumerou como variáveis determinantes deste último, as
relações pessoais entre os atores organizacionais, o modo de
estruturação dos processos de trabalho e, ainda, o poder inerente à
posição hierárquica do líder.

O autor modera orientações comportamentais com factores


situacionais de modo a prever a eficácia da liderança. A eficácia tanto
pode ser conseguida com uma mais elevada orientação para a tarefa
como com uma mais elevada orientação para o relacionamento –
dependendo do contexto organizacional.

Existem alguns factores que determinam a eficácia da liderança:


relação líder-liderado, o grau de estruturação da tarefa e a quantidade
de poder, por exemplo.

77

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Administração

Quanto melhor for a relação líder-liderados, mais elevada for a


estruturação das tarefas e elevado o poder decorrente da posição
ocupada pelo líder, maior será o controle ou influência que o mesmo
pode ter.

 Teoria do Caminho - Meta

No cerne da Teoria do Caminho–Meta encontra--se a noção de


que o propósito primordial do líder é motivar os seus seguidores,,
esclarecendo as metas e os melhores caminhos para alcançá—las. Essa
abordagem está baseada na teoria da expectativa da motivação.

Segundo a teoria do caminho--meta ou objetivos, os líderes


devem aumentar o número e os tipos de recompensas aos
subordinados.. Além disso, devem proporcionar orientação e
aconselhamento para mostrar como essas recompensas podem ser
obtidas.. Isso significa que o líder deve ajudar os subordinados a terem
expectativas realistas e a reduzir as barreiras que impedem o alcance
das metas.

As pessoas estão satisfeitas com seu trabalho quando acreditam


que ele levará a resultados desejáveis e trabalharão mais se sentirem
que esse trabalho dará frutos compensadores. A conseqüência desses
presupostos para a liderança é que os liderados serão motivados pelo
comportamento ou pelo estilo do líder à medida que esse estilo ou
comportamento influenciam as expectativas (caminhos para a meta) e
as valências (atratividade da meta) (CHIAVENATO, 1999)

Essa teoria propõem quatro estilos de comportamento, que


podem permitir aos lideres manipularem as três variáveis motivacionais:
liderança diretiva, encorajadora, participativa e orientada para a
realização. Veja o quadro a seguir.

Estilos de comportamento da Teoria do Caminho Meta (WAGNER III E


HOLLENBECK, 1999, cap.9, p. 262)

Liderança Características
Diretiva O líder é autoritário. Os subordinados sabem
exatamente o que é esperado deles, e o líder
fornece direções específicas. Os subordinados não
participam na tomada de decisões.
Encorajadora O líder é amistoso e acessível e demonstra uma
preocupação genuína com os subordinados.
Participativa O líder pede e usa sugestões dos subordinados, mas
ainda toma as decisões.
78

Giovanna Carranza
Administração

Orientada para O líder fiza metas desafiadoras para os subordinados


a realização e demonstra confiança em que eles atingirão as
metas.

Edward Hollander sugeriu que o processo de liderança é mais


bem compreendido como a ocorrência de transações mutuamente
gratificantes entre líderes e seguidores dentro de um determinado
contexto situacional.

Seu modelo é conhecido como modelo transacional.

Liderança é a junção dos três vetores:

Líderes - Seguidores - Situações

Pode-se entender a liderança apenas por meio de uma


avaliação das características importantes dessas três forças e dos
modos pelos quais interagem. A liderança transacional está baseada
em um processo de troca na qual o líder provê recompensas em troca
do esforço de seguidores e desempenho (Bass & Avolio, 1993). Bass
(1995) claramente identifica liderança transacional como sendo
baseado em troca material ou econômica.

 Teoria da Liderança Transformacional

Em essência, a liderança transformacional é o processo de


construção do comprometimento organizacional através do
empowerment dos seguidores para acompanhar esses objetivos.
Ocorre quando os líderes elevam os interesses de seus empregados
garantindo a aceitação dos propósitos e da missão do grupo e
estimulam seus empregados a pensar além de seus interesses em prol
dos interesses da organização.
Considerando os lideres transacionais, segundo Bass (1997), esse
tipo de liderançaocorre quando o líder utiliza autoridade burocrática,
foco na realização da tarefa, erecompensas ou punições.
Os lideres transformacionais preocupam-se com o progresso e o
desenvolvimento de seus seguidores. Eles se preocupam em transformar
os valores dos seguidores para suportar a visão e os objetivos da
organização. Isso cria um clima de confiança no qual a visão pode ser
compartilhada.
Bass (1997) afirma que a liderança transformacional, assim como
o carisma, tornou-se um tópico popular na literatura recente sobre
liderança nas organizações; alguns autores usam os dois termos
indistintamente, enquanto outros fazem distinção entre ambos. Define
líderes transformacionais basicamente em termos do efeito dos líderes

79

Giovanna Carranza
Administração

sobre os seguidores. Os seguidores sentem confiança, admiração,


lealdade e respeito com relação ao líder, estando motivados a fazer por
ele mais do que originalmente é esperado.

 A teoria de Ritter

A teoria do autor citado se refere aos talentos do líder. De


acordo com ele, o líder eficaz deve combinar quatro talentos: o
cognitivo, o social e político, intrapsíquico e ético.

O talento cognitivo abrange a capacidade do líder de


interpretar o mundo para entender os objetivos da empresa onde atua.
O talento social e político envolve a capacidade de entender a
empresa como um sistema social. O talento intrapsíquico está vinculado
a capacidade de perceber sua importância como líder, seu poder e os
perigos ocasionados pelas suas paixões e ambições, e o talento ético
se refere à capacidade de discernir o certo do errado visando o
sucesso da organização.

COMPETÊNCIA INTERPESSOAL

Na busca constante da conquista da competência, o primeiro


momento é a competência técnica, mas no convívio em grupo
desperta-nos há a necessidade de desenvolver outra competência, que
envolve interação, em situações de trabalho ou de atividades, exigindo
de todos indivíduos envolvidos nesse processo de interação.

"O processo de interação humana é complexo e ocorre


permanentemente entre pessoas, sob forma de comportamentos
manifestos e não manifestos, verbais e não verbais, pensamentos,
sentimentos, reações mentais e/ou físico-corporais."(Fela, 2002)

A comunicação como forma comum na interação humana,


mesmo que seja verbal ou não verbal, é importante no processo de
interação, na busca do entendimento, de entender e ser entendido
requer esforços, conhecimentos, convivência com o outro, mas a
percepção, o auto conhecimento e a auto percepção nos facilitam
auxiliar no conhecimento, no convívio com o outro e compreender
outro com suas diferenças individuais.

O relacionamento interpessoal é e sempre será muito complexo,


pois somos indivíduos com sentimentos, emoções, necessidades e por
isso, quando nos relacionamos com as pessoas, que podemos

80

Giovanna Carranza
Administração

simpatizar, sentir atrações, antipatizar, competir e nos afeiçoar. Essas


reações constituem o processo de interação pessoal.

"Competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente


com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
adequada às necessidades de cada uma e à exigência da
situação."(Fela, 2002)

A competência técnica para desenvolver busca-se cursos,


especializações, experiência e conhecimento literário específico, mas o
desenvolvimento da competência interpessoal está na meta primordial
no treinamento de laboratório.

Os componentes da competência interpessoal: são a percepção e


a habilidade. A percepção precisa ser treinada, que nos faz trocar
através de técnicas, vivências e jogos, com uso de exercícios, de
receber e dar feedback, proporcionando o crescimento pessoal com a
auto percepção, auto-aceitação, auto conhecimento, instrumento esse
que possibilita a percepção real dos outros e da relação interpessoal
vivenciada por nós. A habilidade engloba a flexibilidade perceptiva e
comportamental onde se ver a situação de vários ângulos e atuar de
forma criativa, inovadora e não rotineira, que assim permite o indivíduo
o desenvolvimento da capacidade criativa e o menos convencional e a
habilidade de dar e receber feedback com a finalidade de se construir
um relacionamento interpessoal autêntico.

O relacionamento também é considerado como um dos


componentes, refere-se a compreender a questão humana dos
indivíduos, envolvidos e integrantes no grupo, a dimensão emocional-
afetiva, que não podendo destacar o conteúdo cognitivo e a relação
afetiva no relacionamento interpessoal, o equilíbrio desses
componentes, fará com que o relacionamento humano, de maneira
que ao lidar com as diferenças individuais cria um clima entre as
pessoas, podendo o relacionamento interpessoal tornar-se autêntico,
duradouro e harmonioso.

A competência interpessoal desenvolvida, favorece aos


integrantes de um grupo e ao relacionamento interpessoal satisfatório,
quando exercida tais atitudes:

-Respeito às diferenças individuais (aceitação do eu e o outro);

-Comunicação efetiva;

-Feedback (produtivo, dar e receber);

81

Giovanna Carranza
Administração

-Controle emocional (equilíbrio);

-Autoconhecimento (auto percepção, auto aceitação, auto


crítica);

Começamos a constatar que, quem não sabe dialogar prejudica o


desenvolvimento dos outros e de si mesmo, tende a reter informações,
subestimar os participantes do grupo e incentivar o individualismo. A
questão fundamental é que o relacionamento com outras pessoas,
passe pelo relacionamento consigo mesmo. A competência
interpessoal requer uma capacidade de percepção, de auto
percepção e de auto crítica. Quem segue num grupo sem olhar para si,
tende a abandonar-se e abandonar os outros e o grupo.

GESTÃO POR COMPETENCIAS

No mundo moderno, as organizações precisam se equipar com


talentos e competências para poder acompanhar a forte mudança e
evolução. Saber alcançar a competitividade não depende apenas de
conquistar, reter, aplicar, desenvolver, motivar e recompensar talentos,
mas principalmente de gerir competências e alcançar resultados
significativos por meio delas.

Competência é a capacidade de utilizar o conhecimento para


agregar valor e fazê-lo acontecer na organização por meio da
mudança e da inovação, mesmo em situações desfavoráveis.

Competência significa a qualidade que uma pessoa possui e que é


percebida pelos outros. Não adianta possuir competências, é
necessário que as outras pessoas reconheçam sua existência. Elas são
dinâmicas, mudam, evoluem, são adquiridas ou perdidas.

A Gestão por competências é um programa sistematizado e


desenvolvido no sentido de definir perfis profissionais que proporcionem
maior produtividade e adequação ao negócio, identificando os pontos
de excelência e os pontos de carência, suprindo lacunas e agregando
conhecimento, tendo por base certos critérios objetivamente
mensuráveis.

A correlação competências-resultados é altamente influenciada


por variáveis ambientais intervenientes.

Dica: A gestão por competências procura substituir o tradicional


levantamento de necessidades e carências de treinamento por uma
82

Giovanna Carranza
Administração

visão das necessidades futuras do negócio e de como as pessoas


poderão agregar valor à empresa.

Para Covey, as novas competências pessoais exigidas pelas


empresas nos novos ambientes de negócios são as seguintes:

1) Aprender a aprender: devem ter flexibilidade, apreensão e


inovação.

2) Comunicação e colaboração: trabalho solitário e individual


cede lugar ao trabalho solidário e grupal.

3) Raciocínio Criativo e resolução de problemas: espera-se que os


funcionários descubram por si mesmos como agilizar e melhorar seu
próprio trabalho.

4) Conhecimento tecnológico: o conhecimento está a serviço da


equipe e não do indivíduo isolado.

5) Conhecimento de negócios globais: a globalização está


ampliando as fronteiras do conhecimento das pessoas.

6) Desenvolvimento de liderança: capacitação das pessoas em


termos de espírito empreendedor e de liderança.

7) Autogerenciamento da carreira: as pessoas precisam assumir o


compromisso de assegurar que possuem as qualificações, o
conhecimento e as competências exigidas, tanto na atividade atual,
como nas futuras.

Além disso, Stephen Covey garante: quem não der mais poder a
seus funcionários e não prepará-los melhor vai ter grandes dificuldades
para enfrentar a competição global. O novo paradigma deixa de ser o
comando e o controle autoritário e passa a ser o empowerment das
pessoas e das equipes. Isso significa alta confiança nas pessoas para
que elas alcancem níveis elevados de criatividade, inovação,
qualidade, flexibilidade e velocidade. Confiabilidade é fundamental.

Covey propõe que as pessoas adotem os seguintes sete hábitos


que as ajudarão a ser cada vez mais eficazes:

1. Ser proativo: antecipar-se aos problemas. Este é um princípio de


visão pessoal. Ter responsabilidade e iniciativa.

2. Ter em mente o objetivo final: começar com o objetivo na


mente e focar metas e resultados. Este é um princípio de liderança
pessoal.

83

Giovanna Carranza
Administração

3. Primeiro o primeiro: em primeiro lugar, o mais importante:


estabelecer prioridades e saber executá-las. Este é um princípio de
administração pessoal.

4. Pensamento do tipo ganhar/ganhar com respeito mútuo e


benefícios mútuos: pensar sempre em vencer/vencer. Este é um
princípio de liderança interpessoal.

5. Procurar primeiro compreender para depois ser compreendido:


compreensão recíproca. Este é um princípio de comunicação enfática.

6. Sinergia: saber ultrapassar conflitos e criar cooperação.


Sinergizar é um princípio de cooperação criativa.

7. Promover a renovação constante: isso significa mudar e mudar


sempre para melhorar continuamente, ou seja, afinar constantemente o
instrumento. Este é um princípio de auto-renovação equilibrada. É
necessário recomeçar novamente de dentro para fora.

Cada empresa precisa identificar, reunir e fortalecer suas


competências para poder competir com o sucesso. A identificação das
competências organizacionais é necessária para orientar as decisões
quanto às atividades que são cruciais para o sucesso da organização.

Categorias de competências

1) Competências essenciais: são as competências básicas e


fundamentais para o sucesso da organização em relação aos clientes,
à sociedade e aos concorrentes. Correspondem àquilo que cada
organização sabe fazer melhor do que ninguém. Cada organização
precisa identificar e localizar as competências essenciais capazes de
levá-las ao sucesso.

2) Competências de gestão: são as relacionadas com a gestão de


recursos – financeiros, comerciais, produtivos, etc. Refere-se a como os
recursos organizacionais são utilizados e os processos mobilizados para
obter os melhores resultados. As competências e a gestão são
fundamentais para sua eficiência interna.

3) Competências organizacionais: são as relacionadas com a vida


íntima da organização. Referem-se ao aparato interno por meio do qual
a organização se articula e se integra para poder funcionar.

4) Competências pessoais: são as que cada indivíduo aprende e


desenvolve em suas atividades pessoais na organização. As
organizações avaliam e definem quais são suas competências

84

Giovanna Carranza
Administração

essenciais – atuais ou exigidas – e daí, partem para suas competências


de gestão, competências organizacionais até chegar às competências
individuais por meio de um processo estratégico de desenvolvimento de
competências.

Caro Aluno,
A cada momento intenso e apaixonado que você dedica
ao alcance dos seus objetivos, mais próximo você fica
dele.
BOA SORTE E BONS ESTUDOS!!!

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Giovanna Carranza

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