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Território.

Território: 1ª extensão considerável de terra; 2ª a área de um país, província; 3ª base


geográfica do Estado( solo, rios, lagos, baías, portos), sobre a qual exerce ele a sua soberania.

No contexto político, o termo território refere-se a superfície terrestre de um Estado, seja ele
soberano ou não. É definido como o espaço físico sobre o qual o Estado exerce seu poder
soberano, ou em outras palavras é o âmbito de validade da ordem jurídica estatal. De acordo
com as teorias gerais de Estado, diplomacia, relações internacionais e nacionalidade, o
território é uma das condições para a existência e o reconhecimento de um país (sendo os
outros dois a nação e o Estado). Por isso, existem determinados casos de entidades soberanas
que não são consideradas países, como Estados sem território (Autoridade Nacional Palestina)
ou nações sem território (os ciganos). Compreende o território: as terras emersas, o espaço
aéreo, os rios, os lagos e as águas territoriais.

Segundo concepção de AZAMBUJA, o território é o segundo elemento constitutivo do


Estado. O território é essencial para existência do Estado. AZAMBUJA, cita o povo Judeu
como um exemplo de povo que até há pouco tempo era uma nação, mas não consistia em um
Estado, por falta de um território reconhecido. Somente em 09 de maio de 1948 formou-se o
Estado de Israel, da mesma forma os nômades, os ciganos.

A delimitação territorial dos Estados modernos foi uma decorrência dos conflitos territoriais
ocorridos ao longo da Idade Média.

Com raríssimas exceções, os autores concordam em reconhecer o território como


indispensável para existência do Estado, embora o considerem de maneiras diferentes.
Enquanto para muitos ele é elemento constitutivo essencial do Estado, sendo um dos
elementos matérias indispensáveis, outros o aceitam como condição necessária exterior ao
Estado, chegando, como BURDEAU, à conclusão de que ele, embora necessário, é apenas o
quadro natural, dentro do qual os governantes exercem suas funções. Bem diversas é a
concepção de KELSEN, que, também considerando a delimitação territorial uma necessidade,
diz que assim é porque tal delimitação é que torna possível a vigência simultânea de muitas
ordens estatais. O território não chega a ser, portanto, um componente do Estado, mas é o
espaço ao qual se limita a validade da ordem jurídica estatal, pois, embora a eficácia de suas
normas possa ir além dos limites territoriais, sua validade como ordem jurídica estatal
depende de um espaço certo, ocupado com exclusividade.

PAULO BONAVIDES, indica a existência de quatro concepções fundamentais, que são as


seguintes.
Território-patrimônio, características do Estado medieval e com alguns reflexos em teoria
moderna. Essa teoria não faz diferenciação entre império e domínio, concebendo o poder do
Estado sobre o território exatamente como o direito de qualquer proprietário sobre o imóvel.

Território-objeto, que é a que concebe o território como objeto de um direito real de caráter
público. Embora com certas peculiaridades, a relação do Estado com seu território e sempre e
tão-só uma relação de domínio.

Território-espaço, teoria segundo a qual o território é a extensão espacial da soberania do


Estado. A base dessa concepção é a idéia de que o Estado tem um direito de caráter pessoal,
implícito na idéia de império. Alguns adeptos dessa orientação chegam a considerar o
território como parte da personalidade jurídica do Estado, propondo mesmo a expressão
território-sujeito.

Território-competência, teoria defendida sobretudo por KELSEN, que considera o território


o âmbito de validade da ordem jurídica do Estado.

Sintetizando todos os aspectos fundamentais que têm sido objeto de considerações teóricas,
podem-se estabelecer algumas conclusões de caráter geral, sobre as quais se pode dizer que
praticamente não há divergência:
a) Não existe Estado sem território. No momento mesmo de sua constituição o Estado integra
num conjunto indissociável, entre outros elementos, um território, de que não pode ser privado
sob pena de não ser mais Estado. A perda temporária do
território, entretanto, não desnatura o Estado, que continua a existir enquanto não se tornar
definitiva a impossibilidade de se reintegrar o território com os demais elementos. O mesmo
se dá com as perdas parciais de território, não havendo qualquer regra quanto ao mínimo de
extensão territorial.
b) O território estabelece a delimitação da ação soberana do Estado. Dentro dos limites
territoriais a ordem jurídica do Estado é a mais eficaz, por ser a única dotada de soberania,
dependendo dela admitir a aplicação, dentro do âmbito territorial, de normas jurídicas
provindas do exterior. Por outro lado, há casos em que certas normas jurídicas do Estado,
visando diretamente à situação pessoal dos indivíduos, atuam além dos limites territoriais,
embora sem a possibilidade de concretizar qualquer providência externa sem a permissão de
outra soberania.
c) Além de ser elemento constitutivo necessário, o território, sendo o âmbito de ação soberana
do Estado, é objeto de direitos deste, considerado no seu conjunto. Assim é que, caso haja
interesse do povo, o Estado pode até alienar uma parte do território, como pode também, em
circunstâncias especiais, usar o território sem qualquer limitação, até mesmo em prejuízo dos
direitos de particulares sobre porções determinadas.

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