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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL I

AULA 07 - 10/06/2016

LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS

 Imunidades diplomáticas e de chefes de governos


estrangeiros

 tais imunidades decorrem da parte final do Art. 5º, caput,


do CP, que traz uma ressalva à aplicação da lei brasileira:

"sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito


internacional"

 a imunidade não é pessoal, mas sim funcional, já que


representam seus países (relevância da função pública);

 abrange toda e qualquer espécie de delito;

 alcança os agentes diplomáticos e funcionários das


organizações internacionais, quando em serviço;

=> atenção: inclui os familiares

 assegura a inviolabilidade pessoal: não podem ser


presas e nem submetidas a qualquer procedimento sem
autorização do país de origem;

 a imunidade é irrenunciável pelo destinatário;

 atenção: não gozam dessa imunidade os empregados


particulares dos diplomatas, mesmo que de mesma
nacionalidade daquele;

 Exs: OEA, ONU;

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 sedes das embaixadas:

 são invioláveis: não poderão ser objeto de busca e


apreensão, penhora etc.
 mas não são extensões de territórios estrangeiros no
Brasil;
 se em seu interior for praticado um crime por pessoa
que não tem imunidade, pode ser aplicada a lei
brasileira;

 Atenção: os cônsules, por atuarem na órbita do interesse


privado de seus compatriotas, têm imunidade penal limitada
aos atos de ofício, razão pela qual podem ser processados e
condenados normalmente pela prática de outros crimes

 Imunidades parlamentares

 conceito: são prerrogativas ou garantias inerentes que têm por


finalidade preservar o Poder Legislativo das ingerências
externas, assegurando, portanto, o exercício pleno de seus
mandatos;

 termo inicial: Diplomação.

 classificação:

a) imunidade parlamentar material ou imunidade penal ou


imunidade absoluta ou inviolabilidade (CF, Art. 53, caput);

 garante ao parlamentar a prerrogativa de não ser


responsabilizado pelas suas manifestações escritas ou orais;

 afasta a possibilidade de instauração de inquérito policial


ou ação penal;

 impede que o parlamentar seja indiciado ou processado até


mesmo quando terminar o mandato;

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 é irrenunciável;

 natureza jurídica: causa de exclusão da tipicidade, por


ser capaz de impedir qualquer apuração, sob pena de
constrangimento ilegal impugnável por Habeas Corpus (STF);

 Atenção: se o congressista estiver licenciado para


ocupar outro cargo na Administração Pública, embora
mantenha o foro privilegiado, não continua com essa
imunidade (O STF cancelou a Súmula 04);

 Atenção: O Suplente não goza dessa imunidade, pois


não está no exercício do mandato;

b) imunidade parlamentar processual ou imunidade formal


ou imunidade relativa (CF, Art. 53, §§ 1º a 5º).

 compreendem as seguintes prerrogativas:

1ª) imunidade formal para a prisão: direito de não ser preso

 abrange: prisão preventiva, prisão provisória e até a


prisão civil;

 incidem sobre qualquer espécie de infração penal;

 Exceção: prisão em flagrante de crime inafiançável;

 Atenção: não impede a prisão decorrente de sentença


transitada em julgado;

2ª) imunidade formal para o processo: possibilidade de


sustação dos processos criminais instaurados mediante
deliberação da Casa Legislativa

 o crime tem que ter sido praticado depois da diplomação;

 aprovada a sustação do processo, suspende-se a


prescrição enquanto durar o mandato;

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3ª) direito de não ser obrigado a depor como testemunha

 impede que o parlamentar seja conduzido coercitivamente


para depor perante autoridade policial ou perante o Poder
Judiciário;

4ª) prerrogativa de foro

 desde a expedição do diploma;

 se o processo já estiver em curso, deverá ser encaminhado


ao foro competente para que seja dado prosseguimento, sem
prejuízo dos atos antes praticados;

 se o mandato for extinto antes do término do processo


penal, acaba o privilégio de foro e o processo retorna ao foro
comum;

 crime doloso contra a vida: não afasta o foro por


prerrogativa de função;

 crime de menor potencial ofensivo: não afasta o foro por


prerrogativa de função;

 Deputados Estaduais: recebem o mesmo tratamento dos


parlamentares federais, por força do comando do Art. 27, § 1º,
da CF;

 Vereadores: só gozam de imunidade material e dentro da


circunscrição do município.

 Imunidades e Estado de Sítio

 as imunidades dos Deputados e Senadores subsistirão


durante o estado de sítio;

 Mas, podem ser suspensas pelo voto de 2/3 dos


membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional que sejam

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incompatíveis com a execução da medida (CF, Art. 53, §
8º).

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