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Num. 138 Ano / An 7 - 20 de Julho / 20 juillet 2019


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Les policiers défendent leur droit de porter É preciso fazer um desenho?


des pantalons de camouflage Façamos uma reflexão racional e lógica sobre o destino dos barcos insufláveis,
respectivos motores, combustível, tripulantes, logística usados pelos chamados
Une loi adoptée en 2017 interdit aux policiers d’altérer... “refugiados”.
Os insufláveis têm sempre as mesmas características: brancos ou cinzentos,
sem identificação nem registo e sem acessórios essenciais para navegação em
alto mar.
A sua lotação é no máximo 12 a 15 pessoas, mas acontece que levam mais
de 40. Ora vejamos: Uma embarcação deste tipo custa mais de 20.000 euros.
Precisam pelo menos de um motor de 200CV, que custa para cima de 30.000
euros. Acresce ainda que o consumo destes “bichos” a uma velocidade baixa
ronda os 60 litros gasolina /Hora.

Aqui começa o mistério. Tudo isto somado, mais remunerações dos tripulantes,
comida e coletes salva vidas, a despesa com cada barco rondará os 100.000
euros, coisa pouca para “refugiados” paupérrimos e perseguidos.

A Farsa resume-se no facto destas embarcações não terem capacidade para


cruzar o Mediterraneo, nem os “refugiados” têm dinheiro para pagar isto.
O plano não é atravessar o Mediterraneo, mas sim navegar meia dúzia de milhas
e esperar que os barcos das ONG globalistas e socialistas os vão buscar. Nada
mais. Tudo previamente combinado ao milímetro.
As embarcações totalmente ilegais sem identificação depois de descarregarem
a carga para as ONG globalistas, voltam para terra para ir buscar outro
(PHOTO OLIVIER PONTBRIAND, ARCHIVES LA PRESSE) carregamento. O ciclo continua e repete-se. É o chamado negócio da China.
TRISTAN PÉLOQUIN Nenhuma destas embarcações tem capacidade para, saindo da Tunisia ou Libia,
La Presse atravessar o Mediterraneo e chegar às costas italianas. O objectivo não é esse,
mas sim fazer o transbordo para uma embarcação maior das chamadas ONG,
Se disant victimes d’atteinte à leur liberté d’expression et à leur droit d’association, cujos promotores não passam de um bando de traficantes pagos a peso de ouro,
les deux plus importants regroupements de policiers de la province tentent de pelos Paises Árabes, ONU e União Europeia.
faire déclarer inconstitutionnelle la loi qui leur interdit de porter jeans, pantalon de
camouflage ou autres extravagances dérogeant à leur uniforme. São os próprios europeus que fomentam a invasão de Muçulmanos e Africanos,
com a finalidade de destruírem a civilização Ocidental e erradicar a raça branca.
Dans une poursuite déposée hier en Cour supérieure, la Fédération des policières 2019
Já disse o tenebroso Richard Kalergi “Os louros são uma aberração da natureza”.
et policiers du Québec et la Fraternité des policiers et policières de Montréal Tudo isto não tem por pano de fundo qualquer espírito altruísta, humanista ou
soulignent que leurs membres n’ont plus le droit de grève depuis 1964. La loi, solidário. Quem trafica tem lucros milionários comparáveis aos traficantes de
adoptée en 2017, qui leur interdit d’altérer de quelque façon que ce soit leur droga. Quem os financia e mantem este comércio, pretende o fim da Europa
uniforme sous peine d’amendes de 500 $ à 3000 $, n’a pour but que de « limiter Ocidental.
leur rapport de force » en s’attaquant à un de leurs rares « moyens d’expression
», affirment-ils. Os altruístas socialistas e esquerdistas, porque não levam os “invasores” para
a Rússia, Arabia Saudita, China, Kwait, Emiratos, Oman, Katar, Irão, Egipto,
« La loi 20 ne répond à aucun impératif de sécurité publique et ne vise qu’à Jordânia, Bharein, Japão, India. Porquê só para a Europa?
affaiblir le rapport de force entre les policiers et leurs employeurs, le tout au profit
des municipalités », écrivent-ils. Depois os farsantes de Bruxelas e os esquerdistas, ainda vêm culpabilizar a
Itália, Malta, Chipre, Grécia e outros, que tentam proteger a Europa e travar a
Les deux associations ajoutent que le port des jeans ou de casquettes affichant invasão destes pseudo “refugiados”.
des slogans est « une pratique et un usage solidement implantés dans l’histoire
collective des Québécois ». O Sr Juncker com as suas dores ciáticas e bebedeiras sistemáticas, mais os
seus acólitos sentados em faustosos gabinetes em Bruxelas, Estrasburgo,
Demandes rejetées Berlim, Paris, e mesmo Lisboa assobiam para o lado e quando confrontados
com os factos, não sabem, não viram, não estavam lá, não se lembram.
Le Conseil des services essentiels, la Cour d’appel ainsi que la Commission de la É a tal família socialista em todo o seu esplendor.
santé et de la sécurité du travail ont rejeté au fil des ans plusieurs demandes de
Montréal, Québec et Gatineau visant à leur interdire le port de jeans, casquettes Perante isto será preciso fazer um desenho ou contratar um explicador?
et même de bottes de cowboy.
AD

Ver na página 3 a chamada de apoio aos Comandos de Portugal Visitez Le


do Corpo de Instrução do Curso 127 que foram constituídos arguidos.
A vossa ajuda é necessária e bastante apreciada. Colaboremos.
Portugal
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A Chuva e o Bom Tempo

Alerta à imbecilidade!
mundo, muito raramente terá ofendido a sua bandeira de povo trabalhador
e respeitador dos Direitos Humanos e da Constituição.

A minha revolta fala Português. Talvez eu seja demasiado autoritário, contra certas liberdades que mais não
são que abusos duma democracia mal interpretada, mal disciplinada, que
E essa revolta tem muito a ver com as novas modas de falar Português. transforma a Lei e a Ordem que deveria fazer-se sentir em todos os sectores
do país, numa fantochada sem eira nem beira, terminando as paradas
E neste caso preciso, não me refiro ao Aborto Ortográfico, a que alguns arco-íris em arraiais multicores, estatelando ao público amorfo cenas de
chamam Hortográfico...o que estará certo na medida em que é nas hortas amores entre gente do mesmo sexo e misturando já, bastantes crianças,
que crescem os nabos... como aconteceu recentemente no Porto, cidade até há pouco bastante
conservadora, onde os mais jovens entoavam cantorias reivindicativas :
Refriro-me …às novas formas adjectivescas para classificar imbecilidades
que querem impor aos mais velhos, tentando paralelamente alienar as «Eu beijo homem, beijo mulher, tenho o direito de beijar quem quiser».!
crianças. Algumas delas em tenra idade. Se — e muito bem, pedofília é
crime — o que chamar às visitas escolares por responsáveis da Educação Há dias recebi uma proposição de assinatura duma petição contra o
às escolas primárias, para em grupo, procurarem convencer as crianças do Secretário de Estado da Educação por este, apoiar sem reservas a invasão,
“orgulho homosexual” e da “ideologia do género” de uns quantos tarados? — à revelia de pais e professores, — das escolas primárias, por gente
representando as associações de lésbicas e gays, que através da Comissão
Fundamentalmente creio que as duas expressões estão ligadas entre si. Para a Cidadania e Igualdade de Género, separam a sexualidade humana
Entre imbecilidade e estupidez que serão os extremos, pelo meio muita da biologia explicando-a segundo o seu modus vivend, abrangendo desde
gente fará cambalhotas e curvas da espinha, deixando as extremidades se o pré-escolar até ao secundário, erotizando precocemente as crianças e
juntarem, como redundantes que são. distorcendo a sua sexualidade. Ou seja, a escola substitui-se aos pais
neste sensível assunto e a partir da mais tenra idade.
Não tendo qualquer obrigatoriedade o pensamento politicamente correcto
tornou-se num modismo linguístico e, aqueles que pensam instaurar os Como bem se diz no intróito da petição, “Não se trata de uma luta por
sonhos dos anos 60, refazendo o mundo e alterando tudo quanto as suas dignidade, respeito e tolerância, como nos querem fazer crer. Trata-se
demagógicas mentalidades possam imaginar, utilizam a expressão como a de impor à força uma ideologia. Como têm dificuldade em convencer os
colher para todo o tipo de sopa. Apenas me parece curiosa a aversão que adultos, as crianças tornaram-se no principal alvo”.
patenteiam à Rússia e ao seu Presidente, prevericando uma guerra não
desejada quando, o lema principal de 68 era “Façam amor e não a guerra”. Ora, este dirigente atravessado, deve saber que estão a ir contra os direitos
de pais e das crianças, ao mesmo tempo que a afrontar o nº2 do 43º artigo
Só que agora, o amor parece ser virtual. da Constituição que diz : “o Estado não pode programar a educação e
a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas,
O significado de “politicamente correcto” não é unicamente político. Ele ideológicas ou religiosas”.
é um conceito de rectitude completamente novo. Novo? No fundo, é a
expressão do civismo, da educação que se deseja faça quartel entre os Façam portanto respeitar a Constituição e deixem as crianças em Paz!
mais novos. São de tal nobreza os objectivos, — sobre o papel,— que
2 difícil será ao comum dos mortais não estar de acordo. Só que o abuso e
as discrepâncias da sua utilização, força a descrença e faz a expressão
Alerta à imbecilidade!
Raul Mesquita
cair no ridículo. Todavia, ela tanto serve aos políticos como ao “cidadão
exemplar”, que receando não ser de “bom tom” e por isso considerado de
ignorante, utiliza a maior precaução para em conversa em qualquer lugar,
obedecer a certos padrões de ética e moral, para não ofender determinadas Um caso verídico
camadas ou grupos étnicos ou sociais, que serão os maiores vencedores
deste tipo de choques de civilidades, aproveitando-se da boa vontade e Um senhor de 70 anos viajava de trem, tendo ao seu lado um jovem universitário,
da benevolência dos elementos da sociedade, de quererem parecer bem. que lia on seu livro de ciências .
O senhor, por sua vez, lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu
Normalmente, quando se fala em “politicamente correcto”, refere-se a que se tratava da Bíblia e estava aberta no livro de Marcos .
neutralização duma linguagem ou discurso, evitando referências e diversas
formas de discriminação existentes, como o racismo, o sexismo, a homofobia O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?
e etc. Porque, presentemente, quando não se esteja de acordo com
Sim, mas não é um livro de crendices. É a Palavra de Deus. Estou errado?
quaisquer decisiões ou opiniões, é-de de imediato classificado de racista,
homofobe, fascista etc. Daí, para muitos, os receios de ser etiquetado e, Respondeu o jovem:
quiçá, lançado à fossa dos leões... Por isso, tanto a Europa como qualquer
país com executivos activos (...), merecem políticos honestos e cidadãos - Mas é claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a História Universal.
que não se deixem vergar aos medos do politicamente correcto. Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a
miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda creem que Deus tenha
Mas, onde estão eles? criado o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre
o que os nossos cientistas pensam e dizem sobre tudo isso.
A recordar a proposta de um cidadão, calejado como os macacos, - É mesmo? Disse o senhor.
garantindo a outro, que contra a «apresentação de um político honesto,
lhe apresentaria uma prostituta virgem»... E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia?
- Bem, respondeu o universitário, como vou descer na próxima estação, falta-me
Já no campo da chamada ideologia do género, é uma expressão que tempo agora, mas deixe o seu cartão que lhe enviarei o material pelo correio
considero mais condenável, porque perigosa para qualquer nação com a máxima urgência.
preocupada com a demografia e economia, duas vertentes totalmente
indispensáveis para a sobrevivência do Estado e do seu desenvolvimento O velho então cuidadosamente abriu o bolso interno do paletó e deu o seu cartão
sustentável, assim que para o bem-estar da sua juventude. ao universitário.
Quando o jovem leu o que estava escrito, saiu cabisbaixo sentindo-se a pior
Estas forças baptizadas de esquerda com pinceladas comunistas, pessoa do mundo.
pretendem reconstruir a anatomia do corpo humano que reconhece
somente no seu género duas figuras com sexos diferentes. Logo, recusam No cartão estava escrito:
a existência falácia das ideologias do arco-íris. Professor Doutor Louis Pasteur, Director-Geral do Instituto de Pesquisas
Científicas da Universidade Nacional da França. E um pouco mais abaixo a frase
Para além de absurdo, é criminoso. É um atentado à dignidade de um povo estava escrita em letras gótica e negrita:
que apesar de todos os seus problemas de formação e saber estar no
*”Um pouco de ciência afasta-nos de Deus. Muita, aproxima-nos”.*
Facto verídico ocorrido em 1892, integrante da biografia de Louis Pasteur...
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CONTA SOLIDÁRIA DE APOIO AOS COMANDOS DO CORPO DE


INSTRUÇÃO DO CURSO 127
QUE FORAM CONSTITUÍDOS ARGUIDOS
NIB:0033-OOOO-45536014942-05
Desde os infaustos acidentes ocorridos durante a instrução do 127º Curso de Coman-
dos que a pretexto do então ocorrido - que todos lamentamos profundamente e sobre
os quais já publicamente nos manifestámos - os Comandos têm vindo a ser alvo da
mais sórdida campanha para denegrir a sua imagem e competência, pretendendo-se
assim atingir a sua coesão e os Valores em que acreditam, servem e defendem.
E com eles, como objectivo último, a Instituição Militar em que se integram.
19 Comandos foram entretanto constituídos arguidos num processo que em breve
iniciará a fase de julgamento.
É do conhecimento de todos que a situação destes militares tem sido votada a um
total alheamento e indiferença pela Instituição em que se integram, que nunca lhes
manifestou qualquer solidariedade institucional nem preocupação pelos constantes
atentados à sua dignidade, idoneidade e bom nome, não lhes permitindo, inclusive,
participar em missões internacionais, não os promovendo e nem sequer lhes dando
apoio judiciário.
Em consequência, estes militares vêm-se na necessidade de arcar com custas judi-
ciais e honorários dos seus representantes de defesa, não tendo, face aos venci-
3
mentos que auferem, condições sócio-económicas compatíveis com tais encargos,
sendo necessário o recorrente recurso a colectas de camaradas e à representação
por defensores que advogam a título gracioso, situação que, a curto prazo, se tornará,
por certo, insustentável.
É de elementar justiça deixar aqui um muito sentido agradecimento aos advogados
e sociedades de advogados que de forma pro bono têm vindo a apoiar alguns dos
nossos camaradas, assim como às Instituições sócio-profissionais que de forma tão
empenhada lhes têm também prestado a sua solidariedade e apoio.
Mas não é suficiente - por isso, a Associação de Comandos abre uma Conta Solidária
apelando aos Comandos e aos Homens de Boa Vontade para que nela depositem,
sempre que possível, a sua ajuda para se poder acudir aos avultados custos de um
processo como este.
Contamos com o apoio de cada um de vós!
A Associação de Comandos agradece-vos.

NIB:0033-OOOO-45536014942-05

MAMA SUMÉ
O Presidente da Direcção Nacional
José Lobo do Amaral
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Tomar arrancou em grande beleza com as valor que o Grande Cortejo.

festas em Honra do Divino Espirito Santo


Mais de mil e quinhentas crianças coloriram as ruas da cidade na sua passagem
em cortejo
ANTÓNIO FREITAS (TEXTO E FOTOS) MP

De quatro em quatro anos a cidade de Tomar fica engalanada para receber a


sua grande Festa e única em Portugal e no mundo a “Festa dos Tabuleiros”.
Festas em honra do Espírito Santo, cujo culto a Rainha Santa Isabel instituíu,
referem alguns investigadores que, estas festas assentram na base de antigas
festas pagãs de oferta de oferenda aos deuses como a Deusa Ceres. Festa da
partilha, organizada pelo povo, que escolhe o seu mordomo que o representa,
em Tomar diferem das festas do Espírito Santo que a Época dos Descobrimentos
levaram para os Açores, dado haver, em Tomar o transporte do tabuleiro com
pão e ornamentado agora com flores de papel que as jovens vestidas de branco
transportam à cabeça. A festa que tem o seu ponto máximo no Grande Cortejo
e que este ano se realiza a 7 de Julho, no domingo antes deste grande dia,
tem lugar o “Cortejo dos Rapazes” já que as crianças não podem incorporar o
Grande Cortejo, mas tem o seu dia, para os despertar quando adolescentes,
para manterem a tradição.
A cidade de Tomar vive no ano da Festa dos Tabuleiros um movimento de
agregação do povo única. É extensivo ás outras dez freguesias ditas rurais e,
todas querem paraticipar na Festa e passam-se meses a fazer flores em papel.
Vale a pena visitar Tomar e tirar uma
semana de férias para viver esta
atmosfera!

Neste dia podia-se dizer “ aqui


mandam as crianças” e se este mini
cortejo, mais curto como é normal que
o Grande Cortejo, o seu significado é
apaixonante. Mobilizou as educadoras,
professoras, auxiliares, os pais que
suportam os custos da feitura do mini
tabuleiro e das cestinhas e dos fatos

4 dos seus meninos e da ´area de todo o


concelho. A par dos tabuleiros as ruas
ornamentadas, o Cortejo do Mordomo
e os Cortejos Parciais dos Tabuleiros
a 06, dia em que se disputam as finais
dos jogos populares e se expõem os
tabuleiros na Mata dos Sete Montes
Festa dos Tabuleiros, que se realiza de quatro em quatro anos em Tomar, no (de acesso ao Convento de Cristo),
distrito de Santarém, começou este fim de semana com destaque para o desfile com o grande cortejo a acontecer no
de 1.650 crianças, no Cortejo dos Rapazes. dia 07, encerrando a festa no dia 08,
quando é feita a distribuição do Bodo
Com o “ponto alto” da festa a acontecer no dia 07 de julho, com a saída de 748 ou Pêza, são pontos altos da festa.
tabuleiros (mais 58 que em 2015) –
transportados à cabeça por raparigas CULTO DO ESPÍRITO SANTO
trajadas de branco –, a Festa dos
Tabuleiros, uma das manifestações Refere o estudioso tomarense e ilustre advogado – Godinho Granado “A Rainha
culturais e religiosas mais antigas de Santa,” D. Isabel de Portugal, referem que trouxe de Aragão sua terra em
Portugal, realiza-se por decisão da
população, que se reúne um ano antes,
iniciando os trabalhos de confecção
das flores para os tabuleiros e para a
ornamentação das ruas.

No fim de semana de abertura da


festa, o destaque foi para o Cortejo dos
Rapazes, tradição retomada na festa
de 1991 e que reproduz, à dimensão
das crianças, o grande cortejo dos
Tabuleiros.
As crianças dos três aos dez anos, com
as mais pequenas a transportarem
“cestinhas” em vez de tabuleiros, saiu
da Mata Nacional dos Sete Montes,
perante milhares de pessoas a assistir
e sob o olhar atento das educadoras
e auxiliares e dos pais babados que
viam na inocência dos filhos a alegria
estampada de quando mais jovens
levaram ou levam tabuleiro no Grande
Cortejo. Lindo, comovente, este cor- Espanha, as novas doutrinas do cristianismo. Na época difundiram-se elas por
tejo. Há quem lhe dê tanto ou mais todo o reino com a criação de irmandades por todos os lugares, cidades, vilas
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Tomar, lugares de fortes raízes templárias, o boi adornado com fitas coloridas e
acompanhado de música, era previamente passeado pela vila. Com estes rituais
subsiste no Penedo de Sintra, Colares, Açores e Madeira, enquanto em Tomar
evoluiu para o predomínio da espectacularidade do tabuleiro em longas filas
processionais de largas centenas, num florilégio esplendoroso de luz e de cor.

E quando, violentamente extinta a Ordem do Templo, as felizes diligências do


Rei D. Dinis, com o beneplácito papal logram fazê-la suceder pela Ordem de
Cristo com os mesmos ideais, princípios, valores, simbologias, nome e até
frades e cavaleiros, a nova ordem, lançada pelo seu governador, o Infante D.
Henrique, nos caminhos dos mares incógnitos à descoberta de novas terras e de
novas gentes, transporta consigo o culto do Espírito Santo que navegadores e
povoadores implantam nas terras dos Açores e da Madeira, onde se enraizaram
até hoje. Nas terras de Tomar e sob a influência do gótico manuelino que está
a ser aplicado nas obras dos principais monumentos da Vila, o tabuleiro perde
a ligação à “tabula”, converte-se em cesto de base redonda, e ganha altura
em colunas cilíndricas enfileiradas de pão e de flores, tudo coroado no topo
por uma coroa e pela pomba representativa do Espírito Santo, ou pela Cruz de
Cristo manuelina. Os tabuleiros ordenam-se em procissão e na cauda figuram o
touro e o vinho, símbolos e fontes de vida e de alegria. Se os tabuleiros actuais
encontram a sua génese na “tabula” romana e a sua evolução no complicado
rendilhado manuelino, a constituição do bodo, que em Tomar se chama peza,
vem de raízes imemoriais que mergulham no ciclo das sementeiras e das
colheitas. O pão, desde sempre integrante das dietas alimentares fundamentais,
constitui também o símbolo cristão na liturgia da “hóstia consagrada”

Dada a sua complexidade e custos, a festa realiza-se de quatro em quatro anos.

TOMAR
e aldeias e com a expansão do culto em liturgias festivas de que se perdeu a
tradição e memória em muitos locais, mas que subsistiram e se conservaram
em outros, designadamente nos mais importantes domínios templários e que
os navegadores e povoadores levaram e implantaram nas ilhas dos Açores e
da Madeira. O culto do Espírito Santo materializava- -se numa procissão que
integrava o imperador e três pajens transportando as três coroas, a representar
a Santíssima Trindade. O imperador era coroado na igreja em rito eclesiástico
após o que a procissão se formava e saia para o exterior acompanhada de
música e de danças com a participação da nobreza local e do povo. À frente do
imperador, o pendão do Espírito Santo e as três coroas levadas pelos pajens.
Na procissão, clero, nobreza e povo. Após cumprir o percurso a procissão
regressava à igreja onde o imperador era novamente coroado e recebia as honras
devidas. O ritual era repetido cada domingo até à véspera do Pentecostes, data
em que tinha lugar a bênção do bodo seguida da distribuição pela gente do
povo. Compunham o bodo, pão, vinho e carne de bovino. Em Colares e em
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Podemos? Não, não podemos A cabo-verdiana desprezava as angolanas porque eram africanas, não
atlânticas, e muito mais pretas...

Por M. Fátima Bonifácio/P Os partidos, nomeadamente o PS, confessam que, para o fim
inconfesso de conquistar mais alguns votos, se vêem hoje obrigados
Segundo o PÚBLICO de 29 de Junho, o “PS quer discriminação a “assegurar a representatividade das diferentes origens étnico-
positiva para as minorias étnico-raciais”. Em causa estão sobretudo raciais”. Não por acaso, na entrevista com Pena Pires, a visibilidade
africanos e ciganos, independentemente de terem nascido em Portugal dessas diferentes origens aparece imediatamente relacionada com
ou não. Estas minorias excluídas da cidade e a sua suposta ou real a facilitação do acesso ao ensino superior, que deveria abrir-se a
marginalização constituem a prova de que Portugal “continua a ter um todos os alunos, “independentemente da sua nota final” no 12.º
problema de racismo e xenofobia”, independentemente do efeito — ano. “Se fizermos uma política de alargamento de acesso ao ensino
que de resto não sofremos — do drama dos refugiados, com o seu pico superior, já resolvemos parte do problema. Não faz sentido ter um
mais trágico em 2015. ensino virado para os melhores alunos, mas sim para todos os que
têm as condições mínimas para entrar.” Pena Pires não explica que
O entrevistado pelo PÚBLICO, Rui Pena Pires, sociólogo e secretário condições são essas.
nacional do Partido Socialista, lamenta “a falta de diversidade no
espaço público”, que continua atulhado de homens brancos e mulheres Possivelmente, o simples facto de existirem jovens que, apesar de
brancas. E, em conformidade com a ideia, grata à esquerda, de que a incapazes e preguiçosos, aspiram a um diploma universitário! Pelos
sociedade e respectiva mentalidade podem ser mudadas por decreto, vistos, o facilitismo que já reina hoje em dia nas universidades ainda
Pena Pires saúda a possibilidade de que o problema da exclusão de não chega: para resolver “os problemas de racismo e xenofobia”
negros e ciganos do espaço público se resolva, ou comece a resolver, que afigem a esquerda bem-pensante da nossa democracia,
estabelecendo quotas para deputados coloridos, de forma a conferir teremos de criar um passe de livre-trânsito entre o secundário e a
à futura Assembleia da República uma dimensão representativa mais universidade. Quando esta política for oficialmente consagrada e der
conforme com a composição étnico-racial da sociedade portuguesa. os seus resultados, teremos um Parlamento ainda mais ignorante e
Se as quotas tinham impulsionado a emancipação e igualização de incompetente do que já temos — sem que o país deixe de “ter um
direitos das mulheres, se lhes haviam aberto o espaço público, porque problema de xenofobia e racismo”.
não aplicar a mesma receita às minorias étnicas?
A título de complemento do acesso irrestrito ao ensino superior,
A comparação com a igualdade ou paridade de género é inteiramente Pena Pires recomenda também a criação de “um observatório do
falaciosa. racismo e da discriminação junto a uma universidade”. Mas como é
que se observa o racismo e a discriminação a partir dos gabinetes
As mulheres, que sem dúvida têm nos últimos anos adquirido uma almofadados onde se sentariam os observadores? A única maneira
visibilidade sem paralelo com o passado, partilham, de um modo de observar uma matéria tão fugidia e evanescente é frequentar
geral, as mesmas crenças religiosas e os mesmos valores morais: feiras e supermercados baratos, é entrar nos bairros em que nem a
fazem parte de uma entidade civilizacional e cultural milenária que dá polícia se atreve a pôr os pés.
pelo nome de Cristandade. Ora isto não se aplica a africanos nem a
ciganos. Nem uns nem outros descendem dos Direitos Universais do Mas isto é tremendamente maçador e, sobretudo, exige muita coragem
Homem decretados pela Grande Revolução Francesa de 1789. Uns e física. O observatório não observaria nada e seria perfeitamente

6 outros possuem os seus códigos de honra, as suas crenças, cultos e


liturgias próprios.
inútil, a não ser — isso sim — para criar mais alguns jobs for the boys.

Bem-vindos os analfabetos — lusitanos, africanos ou ciganos —


Os ciganos, sobretudo, são inassimiláveis: organizados em famílias, à “visibilidade” no espaço público. De facto, só por uma cabeça
clãs e tribos, conservam os mesmos hábitos de vida e os mesmos de esquerda passaria a ideia peregrina de um acesso irrestrito e
valores de quando eram nómadas. E mais: eles mesmos recusam incondicional à representatividade parlamentar, o recrutamento de
terminantemente a integração. É só ver a quantidade de meninas meia dúzia de indivíduos africanos ou ciganos em nada, mas nada,
ciganas que são forçadas pelos pais a abandonar a escola a partir promoveria a integração destas comunidades “invisíveis”, pelo
do momento em que atingem a puberdade; é só ver a quantidade de singelo motivo de que a sua “inclusão” não passaria de uma farsa
meninas e meninos ciganos que abandonam os estudos, apesar dos multicultural igualitarista. Por um lado, os eleitos não tardariam a ser
subsídios estatais de que os pais continuam a gozar (ou preniar) a ida vistos pelos seus como desertores, e por outro seriam olhados pelos
dos filhos às aulas; é só ver o modo disfuncional como se comportam nos seus colegas de bancada como forasteiros coloridos. Acontece que a
supermercados; é só como desrespeitam as mais elementares regras xenofobia e o racismo são um fenómeno universal, e não um problema
de civismo que presidem à habitação nos bairros sociaise no espaço especificamente português. Por mais que se escancarem as portas
público em geral. Os ciganos não praticam a bárbara excisão genital da universidade, por mais que se criem senhores doutores de aviário,
nas mulheres. Mas, em vez desta brutal mutilação, vulgar e imperativa nunca se dissolverão na comunidade autóctone as minorias exóticas
nas tribos muçulmanas, aos aos casamentos entre ciganos segue- em que uma selvajaria como a excisão genital feminina seja moeda
se, no dia seguinta, obrigatoriamente, a humilhante demonstração corrente.
da virgindade da noiva, cujo sanguede desfloramento, estampado
nos lençóis, é orgulhosamente exibido perante a comuninade. O que Mais extraordinário e mais eloquente é que, na entrevista de Pena
temos nós que ver com este mundo? Nada. O que tem o deles a ver Pires, nunca surja a palavra “mérito”. Não, não podemos integrar por
com o nosso? Nada. decreto.
NDR: Este magnífico texto da historiadora Maria de Fátima Bonifá-
Africanos e afrodescendentes também se auto-excluem, possivelmente
cio, tem dado corda às sensibilidades da pureza do «politicamente
de modo menos agressivo, da comunidade nacional.
correcto». Nas redes sociais, actualmente os sensores que procu-
ram impor as suas ideias, têm surgido acusações racismo, discri-
Odeiam ciganos. Constituem etnias irreconciliáveis, e desta mútua
minação e outros piropos do género. Ora, são esquentamento dos
aversão já nasceram, em bairros periféricos e em guetos que metem
espíritos e tentativas de «venderem gato por lebre».
medo, batalhas campais só refreadas pela intervenção policial. Os
africanos são abertamente racistas: detestam os brancos sem rodeios; O que escreveu a ilustre historiadora é a verdade do dia-a-dia.
e detestam-se uns aos outros quando são oriundos de tribos ou
“nacionalidades” rivais. Há pouco tempo, uma empregada negra do Ninguém, com o mínimo de bom-senso e conhecedor das reali-
meu prédio indignou-se: “Senhora, eu não sou preta, sou atlântica, dades, há muito verificadas e diariamente confirmadas, poderá di-
cabo-verdiana.” Passou-se comigo. zer o contrário. É assim. Tal e qual. RM
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Des critiques
Depuis l’annonce de ce projet, la CAQ doit faire face à des critiques sur le
manque de justifications pour la construction d’un troisième lien à l’est. Plusieurs
reprochent au gouvernement de définir le projet avant même d’avoir fait les
études, tout en évoquant des risques d’étalement urbain et d’augmentation des
gaz à effet de serre.

M. Bonnardel a répondu de manière parfois alambiquée à ces attaques.


Tellement, qu’il est même difficile de le citer avec exactitude.

En substance, il soutient pouvoir «démontrer qu’il y a une pression forte sur


la congestion sur les deux principaux liens et qu’il y a une problématique de
transport collectif. Pour changer les comportements et réduire la congestion,
ça prend un troisième lien et le transport collectif [qui passera dans le tunnel].
Je suis persuadé, avec ces deux options additionnelles, qu’on va répondre aux
besoins», a-t-il expliqué.

Il allègue aussi que de 50% à 75% des automobiles qui circuleront dans le tunnel
dans dix ans seront des véhicules électriques.

Enfin, il considère qu’il est prématuré de savoir «comment on va protéger


l’environnement et les terres agricoles» de la rive sud, autour de l’entrée du
Un tunnel sous l’île d’Orléans comme tunnel. «Je comprends les inquiétudes de certains opposants. C’est un projet
majeur. C’est à moi de répondre à ces inquiétudes.» D’ailleurs, l’École nationale
troisième lien d’administration publique est mandatée «pour étudier l’aspect agricole et
environnemental» du projet pour protéger le territoire et avoir une vision globale
des enjeux, a ajouté le ministre.
JEAN-FRANÇOIS NÉRON
Le Soleil
Labeaume sceptique
Parmi les sceptiques, M. Bonnardel devra convaincre le maire de Québec, Régis
Le troisième lien Québec-Lévis prendra la forme d’un tunnel de 6,5 de kilomètres
Labeaume. Celui-ci est de ceux qui favorisent la construction d’un troisième lien
qui passera sous la pointe ouest de l’île d’Orléans. À quel coût? Et pour quand?
à l’ouest. Aussi, il craint les impacts négatifs d’un troisième lien sur le réseau
Trop tôt pour le dire.
municipal dans l’est de la ville. Jeudi, l’administration Labeaume n’a pas voulu
commenter l’annonce. Son homologue de la rive sud, le maire de Lévis, Gilles
Le ministre des Transports, François Bonnardel, a finalement fait connaître le
tracé privilégié par le gouvernement de la CAQ pour la construction d’un troisième Lehouillier, commentera à son retour de vacances.
lien.

Le tunnel projeté d’environ 6,5 km, 10 km incluant les approches en surface,


reliera les deux rives à partir de l’autoroute 20 à la hauteur de la route Lallemand,
au boulevard Sainte-Anne à la jonction de l’autoroute Félix-Leclerc.

Le Bureau de projet du troisième lien a retenu ce tracé parmi une dizaine à l’étude.
7
«Vous le savez, les gens ont spéculé sur un pont-tunnel, un tunnel et un pont,
à savoir comment on pouvait entrer sur l’île. Préserver l’île était immensément
important. Aujourd’hui, on peut affirmer: l’île un pont et troisième lien, un tunnel»,
a affirmé le ministre.

En effet, les insulaires auront leur nouveau pont, indépendant du futur tunnel.
Le ministre vise le début d’une construction en même temps que celle du tunnel
dont la première pelletée de terre est prévue en 2022. La construction du pont
devrait être complétée au plus tard en 2027, souligne M. Bonnardel.

Dès jeudi, le gouvernement s’est mis en branle en lançant un appel d’offres public
pour embaucher un mandataire pour réaliser l’étude d’impact sur l’environnement
de la construction d’un tunnel.

Pour une énième fois, le ministre des Transports a lié la nécessité d’un troisième
lien avec celle de favoriser le transport collectif, d’enlever de la pression sur les
deux autres liens existants, d’optimiser le transport des marchandises pour tout
l’est du Québec et de sécuriser le lien routier interrives. À ce sujet, il a rappelé
que les deux ponts ont été fermés à quatre reprises l’hiver dernier.

La CAQ a déjà budgété 325 millions $ pour les études et la réalisation des plans
et devis. Même s’il semble avoir une idée, le ministre refuse de chiffrer ce projet
d’envergure ni de se commettre sur un échéancier. «C’est prématuré», a-t-il
répété plusieurs fois.

Il est quand même possible d’avoir une idée approximative des coûts avec
l’Étude de faisabilité technique et des coûts sur le cycle de vie d’un tunnel entre
les villes de Lévis et de Québec réalisée par l’école polytechnique de Montréal et
rendu public en 2016 par le ministère des Transports.

Le coût du tunnel d’environ 7,8 km envisagé dans cette étude [l’étude Massicotte]
s’élève à 300 millions $ du km. Le projet total était estimé à 4 milliards $ en argent
2016. L’actuel tracé proposé par la CAQ est quasiment identique à celui de cette
Côté

étude.
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Os portugueses mais “ricalhaços” A ostraca

Segundo a conceituada revista Forbes, na sua última edição, referente a


POLÉMICA
Por Helena Matos
Portugal, ali estão mencionados os dez portugueses mais ricos. Abaixo deixo a
lista dos dez milionários lusos: Guardem o editorial do director do jornal Público sobre texto da historiadora
Maria de Fátima Bonifácio. Porquê? A História precisa de datas e à falta doutra
Ei-los: esta serve para assinalar o momento em que, em Portugal, se assumiu que
vigora a ostraca.
1 - Maria Fernanda Amorim e família – fortuna 4173 milhões de euros. Principais
activos: Galp, Corticeira Amorim, Tomford e imobiliário. Os muçulmanos têm a fatwa, nós temos a ostraca, essa prática da antiga Grécia
para afastar determinados cidadãos, sendo que agora o nome daquele que
se quer ver banido não se grava em pedaços de cerâmica mas sim nas redes
2 – Alexandre Soares dos Santos e família – Fortuna 3554 milhões de euros. sociais. Desta vez a ostraca caiu sobre Fátima Bonifácio. E chegou via editorial
Principais activos: Gerónimo Martins e Walk’in Clinics. do Manuel Carvalho, director do PÚBLICO: “Um jornal como o PÚBLICO é um
espaço de convivência baseado em valores. A Direcção Editorial tem o dever
3 – Vítor da Silva Ribeiro e família – Fortuna 1102 milhões de euros. Activos: de proteger esse espaço, evitando que esses valores sejam postos em causa.
Alves Ribeiro Construção, Banco Invest e MundiCenter. Lamentavelmente, não foi isso que aconteceu.” – escreveu arrependendo-se da
publicação do texto de Maria de Fátima Bonifácio.
4 – José Neves – Fortuna 1010 milhões de euros. Activos: Farfetch.
Não interessa se concordo ou discordo do texto de Maria de Fátima Bonifácio
5 – Dionísio Pestana – Fortuna 681 milhões de euros. Activos: Grupo Pestana. sobre as quotas para negros e ciganos. Mas desde já acrescento que escusam as
redes sociais de se enervar e o director do Público de se armar em extraterrestre:
Maria de Fátima Bonifácio escreveu o que se diz não apenas nas periferias de
6 – Maria Isabel Martins dos Santos – Fortuna 574 milhões de euros. Activos:
Lisboa ou Setúbal mas muito particularmente nesse interior do país que tanto
Jerónimo Martins. dizem querer proteger mas onde se multiplicam “as ocorrências”.
7 – Fernando Figueiredo dos Santos – Fortuna 529 milhões de euros. Activos: Maria de Fátima Bonifácio apontou o que tartamudeiam os paizinhos progressistas
Jerónimo Martins. para explicar porque não colocam os filhos nas escolas públicas. Detalhou o que
se vê e ouve quando se sai na estação de comboio da Damaia…
8 – Luís Amaral – Fortuna 527 milhões de euros. Activos: Eurocash e Stock
Spirits. Não admira que o texto de Maria de Fátima Bonifácio tenha gerado reacções e
a própria sabe explicar as suas razões melhor que ninguém.
9 – Luís Vicente – Fortuna 525 milhões de euros. Activos: Grupo Luís Vicente e
Refriango. O que interessa, o que é grave, o que ensina o editorial do Público é que a
técnica da ostraca venceu e todos mas mesmos todos, a começar por Manuel
Carvalho, teremos a qualquer momento o nosso nome inscrito na lista dos que
10 – Luís Portela e família. Fortuna – 502 milhões de euros. Activos: Bial. devem ser banidos.
Alguns destes senhores herdaram de família, outros do nada chegaram ao poder
8
Sejamos claros: a ditadura das causas triunfou. Neste momento não se debatem
que hoje representam. Talvez com sorte e não só. ideias, impõem-se causas. Estas são invariavelmente apresentadas como
libertadoras e positivas. Logo quem diverge dos fins e dos meios adoptados
Amigos compatriotas o que é preciso é ter engenho e arte. pelos activistas-funcionários de tão altos desígnios não é uma pessoa que pensa
Armando Rebelo de forma diferente mas sim um defensor dos horrores que essas causas se
propõem combater.
“Seis passeios nos bosques da ficção” – Humberto Eco, Gradiva
Humberto Eco foi um dos maiores pensadores e investigadores no que respeita Não se concorda com a criação de quotas para ciganos na universidade?
às Ciências da Comunicação e não só. Eco traz-nos agora este título editado Automaticamente é-se apresentado como sendo favorável à discriminação
em boa hora, que nos conduz a campos onde o escritor desenvolve toda a sua dos ciganos. Perante esta condenação ao banimento quem tem coragem para
história que é uma verdadeira narrativa com símbolos de tempo actual. perguntar o óbvio: que cursos são esses em que se entra porque se nasceu mais
ou menos moreno? Os cursos das chamadas ciências sociais e humanas porque
“Teoria da viagem” – Michel Onefray, Quetzal a matemática e a física ainda não se aprendem por decreto (creio que depois
Esta pequena grande obra foi escrita pelo filósofo francês Michel Onefray, que é de serem apresentadas como disciplinas dos ricos acabarão a ser tidas como
sem dúvida uma dos intelectuais mais conhecidos em França. Em 1902 fundou reaccionárias). Como é mais que óbvio os seleccionados para essa progressão
a Universidade popular de Caene que é uma Escola Superior gratuita. por razões da cor da sua pele irão alimentar esses berçários da esquerda radical
O autor é ainda um polifacetado intelectual com gostos muito concretos quanto à que são os departamentos de antropologia, sociologia e estudos disto e daquilo.
literatura, à História, à geografia e às viagens. Um livro muito interessante. Não se concorda com a escolha de pessoas para cargos políticos em função da
cor da sua pele e de imediato se é a favor da discriminação dos negros.
“Os submarinos da Marinha Portuguesa” – Edições Revista da Marinha
Em boa hora o Almirante Alexandre da Fonseca decidiu reunir a prosa sobre a Denuncia-se o racismo existente entre negros ou entre negros e ciganos e em
Marinha, escrita pelo grande jornalista Maurício de Oliveira. segundos é-se apresentado como tendo uma visão estereotipada daquilo que no
O editor valeu-se ainda de outros textos de vários autores conotados com a nosso caminho para a tribalização é designado como comunidades.
historiagrafia dos nossos submersíveis. Uma obra de grande quilate.
A ditadura das causas, como todas as ditaduras, conta com os seus defensores
“Passar dos limites” – Kim Megrath, Porto Editora que naturalmente se acham investidos de uma superioridade moral. Conta com
Esta obra revela-nos pela primeira vez a história secreta da política externa os seus activistas logo transformados em funcionários porque, materialmente
australiana no mar de Timor. O autor descobre-nos aqui factos desconhecidos, falando, o sector das causas é uma fonte inesgotável de empregos e
no que diz respeito às conseccões do petróleo naquela zona do Globo. financiamentos.

Quando a ditadura das causas acabar o jornal Público e seus clones encher-
se-ão de artigos sobre as perseguições realizadas nestas décadas iniciais do
século XXI e de como a esquerda (noutros tempos foi a direita) se serviram
dessas causas para ganhar votos numa época em que já não tinham outro
programa político que não fosse manter-se no poder. Como é óbvio eles, os
activistas, os jornais activistas e toda essa milícia do pensamento que por aí
anda, nunca tiveram nada a ver com tal assunto. Felizmente que a morte nos
liberta a dado momento desses espectáculo porque vê-lo várias vezes ao longo
da vida torna-nos mais cínicos.
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TEMPS de POÉSIE-II : Brésil  (du XVI au XXème siècles) 1. Gongora – poète et ecclésiastique espagnol (1561-1627)

                                                  2. Pétrarque – poète et humaniste italien (1304-1374)

Sa syntaxe est celle d’un classique, quelque peu rigide, sans se laisser influencer
par le langage local un peu hétérogène. Son « Ufanismo » s’est surtout
manifesté dans le poème « Ilha da maré » où il choisit de célébrer les charmes
incomparables de la cuisine de son pays natal.

(Je parlerai dans un prochain numéro de Gregório de Matos, le plus grand poète
du XVII ème brésilien.)

(Hors cadre)  : Je ne peux pas parler du XVIIème siècle brésilien sans


nommer le Père António Vieira, jésuite, aussi célèbre au Brésil qu’au
Portugal par ses sermons d’une haute teneur religieuse qui ont touché le
Isabel Meyrelles Nanda Silva
cœur et l’esprit des deux pays. Au Brésil, il parlait un langage approprié
BRÉSIL XVIIème Siècle pour se faire comprendre des différentes races qui l’écoutaient : indigènes
noires et portugaises. Quand il a publié ses sermons au Portugal, entre 1679
L’un des aspects du baroque du XVIIème siècle au Brésil c’est le mythe de et 1690, chez différents éditeurs, sa langue d’une syntaxe et d’une pureté
l’«  Ufanismo  », que l’on peut traduire par une  « exaltation du nationalisme toute classique quant au fond mais saupoudrée aussi de baroque quant à
brésilien » qui a pris divers chemins littéraires pour s’exprimer. la forme est restée un exemple pour tous. Cet homme exceptionnel a été la
conscience morale et politique, (malgré quelques écarts, comme sur la traite
Celui qui nous intéresse ici c’est la poésie, que Manuel Botelho de Oliveira, né des noirs,) du XVIIème siècle des deux pays.
à Bahia en 1636, a su cultiver avec bonheur, en mêlant dans une architecture
savante le Baroque et le Classique.

“A serpe”

A serpe, que adornando várias côres,


Com passos mais oblíquos, que serenos,
Entre belos jardins, prados amenos,
É Maio errante de torcidas flôres;
 
Se quer matar da sêde os desfavores,
9
Os cristais bebe co’a peçonha menos,
Porque não morra c’os mortais venenos,
Se acaso gosta dos vitais licores. Manuel Botelho de Oliveira Père António Vieira
 
  António Vieira, né le 6 février 1608 à Lisbonne et décédé le 18 juillet 1697 à Salvador
Castigada, desfeita, malograda, de Bahia (Brésil) était un prêtre jésuite portugais, écrivain et prédicateur de
Assim também meu coração queixoso, renom. Auteur de plus de deux cents sermons, représentant du Baroque littéraire,
Por ousada, por débil, por briosa, António Vieira est considéré l’un des grands noms de la littérature portugaise. 
Na sêde ardente do feliz cuidado
Ao raio, ao resplandor, à luz fermosa,
Bebe c’os olhos teu cristal fermoso; Ses positions en faveur des droits humains des peuples indigènes du Brésil ainsi qu’en
Cai triste, fica vã, morre abrasada. faveur des Juifs et sa critique de l’esclavage et de l’Inquisition, témoignent de la modernité
  de sa pensée. Fernando Pessoa le nomme, «Empereur de la langue portugaise».
 
Pois para não morrer no gôsto amado,
Contra vós solicita, empenha, altera, António Vieira suivit son père (greffier
Depõe logo o tormento venenoso, au tribunal de Bahia) au Brésil en
Vil afecto, ira cega, acção perjura, 1614, à l’âge de six ans.   En1624,
Se acaso gosta o cristalino agrado.
l’invasion hollandaise du Brésil, qui le
Forte ódio, rumor falso, inveja fera. contraint à se réfugier à l’intérieur des
 
  terres, lui fait découvrir sa vocation de
Temerária, soberba, confiada, missionnaire.
Esta cai, morre aquêle, êste não dura,
Por altiva, por densa, por lustrosa, La deuxième invasion hollandaise du
Que em vós logra, em vós acha, em Brésil, en 1630, l’ouvre à la politique;
A exalação, a névoa, a maripôsa,
vós venera, il travaille activement à dissuader le
Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe Portugal de céder ses colonies à un
Claro sol, dia cândido, luz pura. ennemi pourtant supèrieur.
enfada.
Père António Vieira est mort au Brésil
Il publia « Música do Parnasso », paru au Portugal en 1705, divisé en quatre à l’âge de 89 ans, par ses sermons et
chœurs, écrits en portugais, castillan, italien et latin. Le côté comique fut réduit écrits il était en avance sur son temps,
à deux comédies. Très influencé par Gongora(1), il emploie un vocabulaire défendant les droits des indigènes et
spécieux où les choses ne sont pas désignées par son nom usuel, il use des de juifset l’abolition de la discrimina-
métaphores ingénieuses, parfois hermétiques, qui rendent ses poèmes souvent tion entre chrétiens nouveaux et an-
difficiles à comprendre ; on trouve aussi des formules venues de la Renaissance, ciens.
auxquelles le baroque apporte un frisson perturbateur. Il ne faut pas négliger
aussi l’influence de Pétrarque(2) que l’on peut reconnaître dans ses sonnets à
Anarda.
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Afrique : l’Alarmante Escalade des Persécutions été détruite, a rapporté l’International Christian Concern (ICC).

Anti-Chrétiennes Le 15 juin, « une foule de manifestants musulmans a incendié une église à Maradi,
troisième ville du Niger. L’émeute a eu lieu après qu’un imam très populaire ait
par Uzay Bulut
été arrêté pour avoir affirmé que le projet de loi destiné à régir les cultes était
Traduction du texte original: Africa: Alarming Rise of Christian Persecution
‘anti-islamique’ ».
« Dans certaines régions, le niveau et la nature des persécutions correspondent
Les 9 et 10 juin, deux attaques terroristes ont coûté la vie à 29 chrétiens du
peu ou prou à la définition internationale du génocide, telle qu’elle a été adoptée
Burkina Faso. Ce massacre de chrétiens a eu lieu moins de deux mois après
par l’ONU. » - Revue indépendante du FCO (Foreign and Commonwealth Office)
l’assassinat, le 28 avril, du pasteur Pierre Ouédraogo, 80 ans, et d’autres
en soutien aux chrétiens persécutés.
membres de sa congrégation par des islamistes armés. Un dirigeant local, qui a
requis l’anonymat, a déclaré à World Watch Monitor:
« Les assaillants ont demandé aux chrétiens de se convertir à l’islam. Après
que le pasteur et les fidèles aient refusé, les agresseurs leur ont ordonné de
« Les assaillants ont demandé aux chrétiens de se convertir à l›islam, mais le
se rassembler sous un arbre, puis ont confisqué les Bibles et les téléphones
pasteur et les autres ont refusé. Ils les ont alors rassemblés sous un arbre et ont
portables. Ils les ont ensuite appelé, l’un après l’autre derrière l’église. Et là, ils
confisqué leurs Bibles et leurs téléphones portables. Ensuite, ils les ont appelés,
les ont exécutés. » - World Watch Monitor, le 2 mai 2019.
l›un après l›autre, derrière l›église. Là, ils les ont abattus. »
Comme le montre le rapport britannique, la persécution des chrétiens et des non-
Le 7 juin, au Niger, une chrétienne a été enlevée par des terroristes de Boko
musulmans n’a rien à voir avec l’appartenance ethnique, la race ou la couleur de
Haram. Elle a été relâchée trois jours plus tard avec une lettre appelant tous les
la peau ; il s’agit essentiellement de religion.
chrétiens à « quitter la ville dans les trois jours ou à se faire tuer ».
S’il n’est pas mis fin à ces crimes, le continent africain sera un second Moyen-
Les événements ci-dessus n’ont rien isolés. Dans la World Watch List 2019
Orient. Ce continent autrefois à majorité chrétienne n’abrite plus qu’une minuscule
d’Open Doors, une ONG qui fait de la veille sur les persécutions de chrétiens,
minorité chrétienne, agonisante et sans défense.
on peut lire :
« Dans la province du Nord-Kivu, à l’est de la République démocratique du
« Les violences extrêmes de l’Etat islamique et des autres milices islamistes
Congo, des prêtres ont été pris pour cibles et assassinés. Pas moins de 15
ont globalement disparu du Moyen-Orient. Au fur et à mesure que leur territoire
groupes extrémistes armés sèment la terreur dans cette région » affirme Lindy
s›est restreint, les miliciens islamistes se sont dispersés ailleurs au Moyen
Lowry d’Open Doors.
Orient, mais aussi dans un grand nombre de pays d’Afrique subsaharienne. Leur
idéologie a radicalisé de nombreux groupes islamistes tels que l’Etat islamique
des Province d’Afrique occidentale (ISWAP), une milice meurtrière dissidente du
groupe nigérian Boko Haram, qui a érigé en stratégie l’enlèvement et la mise en
esclavage des femmes et jeunes filles chrétiennes. »

En Afrique, les terroristes islamistes ne sont pas seuls à persécuter les chrétiens.
Gouvernements et populations s’en donnent à cœur joie.

Selon le rapport Open Doors 2019, la situation dans de nombreux pays africains
est la suivante :

10 En Somalie, les quelques centaines de chrétiens qui y résident sont en butte à la


« violence et à l’isolement ».

« On sait que 99% des Somaliens sont musulmans et que toutes les religions
minoritaires sont lourdement persécutées. La petite communauté chrétienne
vit sous une menace constante. La charia et l’islam sont inscrits dans la
constitution et la persécution des chrétiens prend toujours des formes violentes.
Dans de nombreuses zones rurales, des groupes islamistes comme Al-Shabab
représentent le seul pouvoir réel. Les chrétiens doivent généralement cacher leur
foi pour rester en sécurité. »

La Libye abrite une population chrétienne d’environ 38 000 habitants.


Photo : la ville de Beni, au Nord-Kivu, où des dizaines de chrétiens sont morts
« Les convertis au christianisme sont victimes d’abus et de violence. La Libye
victimes d’un attentat le 22 septembre 2018. (Source image : Razdagger /
abrite également de nombreux travailleurs migrants qui ont été attaqués,
Wikimedia Commons)
agressés sexuellement et emprisonnés, traitements qui peuvent se durcir encore
s›il s›avère que ces migrants sont chrétiens. »
Selon un rapport préliminaire récemment publié au Royaume Uni, « un tiers
de la population mondiale souffrirait d’une forme ou une autre de persécution
Le Soudan compte 1,9 million de chrétiens.
religieuse, les chrétiens représentant le groupe le plus persécuté ».
« Le pays a été gouverné comme un État islamique avec des droits limités pour
Le rapport commandé par le secrétaire britannique aux Affaires étrangères
les minorités religieuses et un encadrement sévère de la liberté d’expression
Jeremy Hunt à l’évêque de Truro, le très révérend Philip Mounstephen, devait
et de la presse. Les chrétiens -1,9 millions d’habitants environ - font l’objet de
être initialement rendu public à Pâques 2019. « Un délai supplémentaire s’est
discriminations et de pressions. Plusieurs églises ont été démolies en 2017
avéré nécessaire en raison de l’ampleur et de la nature [des persécutions anti-
et 2018 laissant les chrétiens sans lieu de culte. Les musulmans convertis au
chrétiennes] », indique le pré-rapport. En attendant le rapport final qui devrait
christianisme représentent une cible particulière ».
être publié fin juin, des conclusions « préliminaires » ont été rendues publiques
en avril a expliqué Mounstephen.
L’ Érythrée, parfois appelée «Corée du Nord de l’Afrique», abrite 2,5 millions de
Dans le « résumé » qu’en a fait la « Revue indépendante du FCO (Foreign and chrétiens dont bon nombre peuplent les prisons.
Commonwealth Office) en soutien aux chrétiens persécutés », on peut lire :
« Depuis 1993, le président Isaias Afwerki a mis en place un régime autoritaire et
« Dans certaines régions, le niveau et la nature des persécutions correspondent brutal ou les droits de l’homme sont inexistants. En 2018, les attaques d’églises
peu ou prou à la définition internationale du génocide, telle qu’elle a été adoptée se sont développées et des centaines de chrétiens ont été emprisonnés dans des
par l’ONU. » conditions inhumaines. Personne ne connait leur nombre ni leur localisation au
sein du vaste réseau pénitentiaire érythréen. Personne ne sait s’ils sont encore
L’Afrique – la zone géographique qui rassemble le plus grand nombre de chrétiens en vie. »
au monde - est l’une de ces « régions ».
Le Nigéria, où vivent plus de 90 millions de chrétiens, se révèle être l’un des pires
Le 16 juin, l’école élémentaire chrétienne d’un village musulman en Ouganda a endroits d’Afrique pour les chrétiens.
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« Au Nigéria, le niveau de violence a atteint des sommets en raison de la sont donné pour objectif d’éliminer le christianisme. Les responsables exigent
généralisation des attaques perpétrées par les bergers Peuls contre les des églises des choses qui sont étrangères à la religion chrétienne, et les
communautés chrétiennes. Des centaines de croyants ont perdu la vie sur la militants se livrent à de traitreux attentats-suicides et à la bombe contre ceux qui
période considérée, et nombre de villages et d’églises ont été détruits par le sont considérés comme les ennemis de l’islam. La corruption qui règne au sein
feu. Dans le nord du Nigeria, les chrétiens sont ouvertement traités en citoyens des agences gouvernementales assure aux agresseurs une tragique impunité. »
de seconde zone. Les chrétiens d’origine musulmane sont persécutés par leurs Lindy Lowry, dans un article publié le 21 mai dans Open Doors, indique que Boko
propres familles ». Haram, fondée en 2002 au Nigéria, a étendu son rayon d’action aux pays voisins
:
En Egypte, 10 millions de chrétiens souffrent de persécutions multiples. « Ils ont mené des attaques terroristes au Niger, au Tchad et au Cameroun
provoquant des crises humanitaires et des flots de réfugiés. Ils ont également
« Les musulmans convertis au christianisme subissent d’énormes pressions de mené des « raids esclavagistes » qui ciblent les femmes « dans les environs du
la part de leurs familles immédiates et élargies. Les blocages drastiques mis à lac Tchad, qui borde Tchad, Niger, Cameroun et Nigeria ...
la construction et à la sécurisation des lieux de culte s’ajoutent aux violences
pour empêcher tout rassemblement des chrétiens. Ces dernières années, des « Au Rwanda, des milliers d’églises ont été fermées et au moins six pasteurs
groupes islamistes ont multiplié les actes de violences contre les chrétiens et les ont été arrêtés depuis février 2018 pour « pollution sonore » et non-respect des
églises et nombre de fidèles y ont laissé leur vie. » règles de construction. Dans le Nord-Kivu, à l’est de la République démocratique
du Congo, des prêtres ont été ciblés et tués. Au moins 15 groupes extrémistes
En République centrafricaine (RCA), la religion dominante est le christianisme et armés sévissent dans la région ».
la population chrétienne compte plus de 3 450 000 personnes.
Comme le montre le rapport britannique, la persécution des chrétiens et d’autres
« Au cours de l’année écoulée, la situation des chrétiens a empiré en raison de non-musulmans n’a rien à voir avec l’appartenance ethnique, la race ou la couleur
l’intense pression exercée par les musulmans. Djihadistes et groupes criminels de la peau ; il s’agit avant tout de religion. En Afrique, des groupes islamistes -
se relaient dans la violence exercée contre les chrétiens. En outre, ces derniers mais aussi des individus - attaquent et tentent d’annihiler les chrétiens uniquement
se retrouvent régulièrement mêlés au violent conflit qui oppose les musulmans parce qu’ils sont chrétiens. Si ces crimes ne sont pas arrêtés, le continent
du Séléka aux groupes d’autodéfense anti-Balaka. » africain aura une destinée semblable à celle du Moyen-Orient. Il fut un temps où
l’Afrique était une région du monde à dominante chrétienne. Progressivement,
En Algérie, les 125 000 chrétiens ont assisté impuissants à « la fermeture d’un les chrétiens deviennent une minuscule minorité qui agonise sans défense.
nombre croissant d’églises » au cours de l’année écoulée.
Uzay Bulut, journaliste turque, est Distinguished Senior Fellow de l’Institut
« Plus les convertis au christianisme ont affiché leur foi, plus les familles Gatestone.
musulmanes et la société sont devenus intolérantes. Les lois qui réglementent les
cultes non musulmans interdisent la conversion et le blasphème. Le prosélytisme
et l’expression publique de la foi chrétienne deviennent donc des pratiques
Deux artistes de Montréal exposent à la
dangereuses ». Galerie Corcia à Paris
Au Mali, la population chrétienne est de 425 000 personnes. Annik Langelier et Daniel Herban sont à Paris et exposent à la Galerie Corcia,
dans le quartier de la République.
« Ce pays d’Afrique de l’Ouest s’est progressivement radicalisé. Dans le nord en
particulier, l’intolérance a généré une violence croissante contre les chrétiens. Avec 160 m2 dédiés à l’art contemporain figuratif et expressionniste, la Galerie
Djihadistes et bandes mafieuses s›entendent pour maintenir le pays dans le
chaos et l’instabilité. »
Claire Corcia, membre de l’Association des Galeries, offre aux collectionneurs,
depuis 10 ans, un regard exigent sur l’art contemporain, embrassant la peinture, 11
le dessin, la gravure, la sculpture et la photographie contemporaine.
En Mauritanie, onzième plus grand pays d’Afrique, 10 000 chrétiens tentent de
survivre au sein d’une population de 4,5 millions d’habitants. Selon le critique d’art André Seleanu, Anick Langelier crée des univers hallucinants
de couleur avec des perspectives à vol d’oiseau sur ses mondes parallèles.
« La République islamique de Mauritanie est dotée d’un gouvernement En fait elle semble peindre une réalité chamanique d’âmes : anges, démons,
autocratique qui est le protecteur officiel de la religion musulmane. Tout lutins, chimères. Elle nous fait apercevoir des myriades d’esprits, exprimant des
naturellement, l’État est à l’origine des principales persécutions de chrétiens. émotions qui se manifestent à l’intérieur de toute une gamme affective entre la
Mais prédicateurs et islamistes radicaux s›emploient à la radicalisation de la joie et la terreur. Elle le fait à travers le dessin baroque, voire tourmenté, et un
société et nourrissent l’antagonisme et la haine envers les non-musulmans. A chromatisme faisant une large place aux couleurs primaires.
cela, s’ajoute un système de castes qui marginalise les Mauritaniens à la peau
plus sombre et ceux qui n’adhèrent pas à l’islam. » Fig :1 : tableau de Anick Langelier

En Éthiopie, bien que la religion principale soit le christianisme et que les chrétiens Et l’artiste montréalais d’origine
dépassent en nombre les 64 millions d’habitants, « l’islam radical se développe israélienne Daniel Erban, tout
aux niveaux local, régional et national. Dans les zones rurales, où les musulmans au long de sa carrière sonde les
sont majoritaires, les chrétiens sont harcelés et privés d’accès aux ressources maux du monde pour mieux le
communales ». comprendre et se comprendre,
tournant le dos autant à l’abs-
Le Maroc a une population chrétienne d’environ 31 500 personnes. traction pure et dure qu’à l’aca-
démisme. Après avoir obtenu
« Les chrétiens sont persécutés à la fois par l’État et par la société. L’État un baccalauréat dès beaux-
confisque les textes chrétiens chaque fois qu’ils sont rédigés en arabe, restreint arts de l’Université Concordia
l’évangélisation et bloque la création de lieux de culte pour les croyants issus (1980), Erban s’intéresse plus particulièrement à la gravure (Atelier Circulaire,
de familles musulmanes. Partout dans la population, les musulmans radicaux Engramme). On lui connaît près de 200 expositions individuelles et nombre
exercent des pressions sur les chrétiens. En zone rurale, la pression exercée par de biennales internationales d’estampe. Ses œuvres figurent dans plusieurs
la famille et la communauté peut se révéler considérable. » collections privées canadiennes
et européennes ainsi que dans
En Tunisie, la vie des 24 000 chrétiens « au sein de la société islamique est pétrie les collections publiques du
d’hostilité et de pressions quotidiennes ». Musée national des beaux-arts
du Québec, de Bibliothèque
« Et la menace islamiste - notamment ceux qui reviennent des champs de bataille et Archives nationales du
de l’Etat islamique - est toujours préoccupante. En 2018, un attentat majeur a été Québec, de la Banque d’art du
perpétré dans la région frontalière avec l’Algérie en juillet et en septembre, un Conseil des arts du Canada,
attentat-suicide a eu lieu contre un commissariat de police de Tunis. » de la Galerie d’art de l’Alberta
et de l’Université du Nouveau
Au Kenya, où le christianisme est la religion principale, les chrétiens sont la cible Brunswick.
des autorités musulmanes et des groupes terroristes.
Fig :2 : tableau de Daniel Erban
« S’inspirant des islamistes radicaux de Somalie, les politiciens musulmans se Par Nanda Pinto/Paris
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Pedro Reinel é o primeiro cartógrafo português de quem conhecemos a
produção cartográfica porque foi o primeiro que assinou os seus trabalhos. A
sua carta náutica de cerca de 1485 ainda é do tipo portulano; representando a
costa ocidental do continente africano, apresenta já os resultados das viagens
de exploração dos navegadores ao serviço de Fernão Gomes (1469 ‑1473) e
da primeira viagem de Diogo Cão (1482‑ ‑1484), o que a torna uma referência
histórica.

A obra cartográfica atribuída a Pedro Reinel é constituída por oito cartas: a


carta náutica de c. 1504, assinada por Pedro Reinel, é a primeira carta náutica
onde existe uma escala de latitudes e também a primeira que apresentou uma
rosa‑dos‑ventos com a flor‑de‑lis indicando o Oriente. Seguiram‑se a carta de
c. 1517, duas cartas de c. 1522 e uma carta de c. 1535, todas consideradas
anónimas por não estarem assinadas.

O período dos descobrimentos tinha já acabado e [...] o que agora preocupava


o monarca português, D. João III, não era o envio de expedições em busca de
novas terras, mas encontrar um processo para garantir a posse das que já se
Reinel, Homem e Teixeira Albernaz: as conheciam.

famílias que fizeram dos portugueses os Um documento, datado de 10 de Fevereiro de 1528, refere uma carta de mercê,
em que D. João III concede a Pedro Reinel uma tença de 15 000 reais anuais.
melhores cartógrafos do mundo Faleceu em 1542, mas a sua obra foi continuada por seu filho Jorge.
Observador Jorge Reinel nasceu em Lisboa cerca de 1502, filho do também cartógrafo
Pedro Reinel, e foi um dos mais importantes cartógrafos portugueses. Das suas
A história marítima portuguesa também se fez em terra. Nesta pré-publicação de obras mais conhecidas destacamos: Oceano Índico (1510), carta actualmente
“Homens do Mar”, descubra os cartógrafos que deixaram Portugal no mapa — e na Biblioteca Herzog August em Wolfenbüttel; Planisfério (1519), desaparecido
que até o Imperador Carlos V queria na corte. durante a Segunda Guerra Mundial do Arquivo de Munique; Oceano Atlântico
(1540), a única assinada, actualmente na Biblioteca Nacional de Florença. O seu
O mar é um negócio de família. Há linhas de navegadores, militares, pescadores, traçado mostra, com rigor, o conhecimento geográfico da época.
piratas — e cartógrafos. E algumas das famílias de cartógrafos portugueses
foram das melhores do mundo. Os cartógrafos nascidos e criados em Portugal O período dos descobrimentos tinha já acabado e o conhecimento do litoral
foram cobiçados por imperadores, nomeados por reis e essenciais aos melhores dos chamados Novos Mundos estava suficientemente estudado. O que agora
cientistas da época. preocupava o monarca português, D. João III, não era o envio de expedições em
busca de novas terras, mas encontrar um processo para garantir a posse das
Há nomes bem conhecidos dos portugueses, com destaque nos manuais de que já se conheciam.
história e com direito a polémica séculos depois: afinal foi a circum-navegação
de Fernão de Magalhães uma momento de glória português ou espanhol? Mas,
12 por cada acontecimento histórico que vem nos exames das escolas, há milhares
de caras que continuam desconhecidas.

É de uma mistura de personalidades desconhecidas e de figuras inevitáveis que


se faz o mais recente livro de José António Rodrigues Pereira: “Homens do Mar
— Os portugueses que se destacaram na história marítima de Portugal”, uma
coletânea de 51 figuras que ajudaram a construir a relação elevada a mito de
Portugal com o mar.

José António Rodrigues Pereira, no livro que sai a 16 de maio, publicado pela
Esfera dos Livros, fala de Diogo Cão, D. Luís I, Gil Eanes e muitos outros. Nesta
pré-publicação, mostramos os portugueses que deixaram o país, literalmente,
no mapa. As famílias Reinel, Homem e Teixeira Albernaz, em colaboração ou à
vez, mostraram que os cartógrafos portugueses estavam ao nível dos melhores
do mundo.

A capa de Homens do Mar — Os


portugueses que se destacaram na
história marítima de Portugal

Pedro e Jorge Reinel: o pai e filho que


o Imperador Carlos V quis na corte

Pedro Reinel nasceu cerca de 1462, e


deu início à segunda de quatro épocas
ou escolas da cartografia portuguesa,
definidas por Armando Cortesão. Teve
a sua oficina em Lisboa e trabalhou
para os monarcas D. João II, D. Manuel
I e D. João III, como mestre de agulhas
e de cartas de marear.
Carta de Pedro Reinel para a Europa Ocidental e África (1485)
Pedro Reinel, que teria no seu filho
Jorge um continuador da sua obra, Estas preocupações reflectiram‑se também na cartografia e a carta de 1540 tem
marca a transição da cartografia desenhadas pequenas bandeiras para afirmar a soberania de Portugal relativamente
portuguesa do século XV para o XVI. a numerosas parcelas da costa africana e do litoral Nordeste do Brasil.
A sua obra reproduziu os avanços
das viagens de descobrimento dos D. João III concedeu‑lhe, por carta de mercê de 10 de Fevereiro de 1528, uma
navegadores portugueses e da tença anual de 10 000 reais. Jorge Reinel aparece também como assistente
evolução científica da navegação, abandonando as concepções ptolemaicas do de Pedro Nunes nos exames para mestres de cartas de marear, a que se
desenho das cartas. submeteram os cartógrafos António Martins (1563), Bartolomeu Lasso e Luís
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Teixeira (1564). Também nos Livros de Verea‑ ção da Câmara Municipal de Além desta, destacam‑se ainda as seguintes obras de sua autoria:
Lisboa, existem dois autos de ajuramentação, datados de 29 de Agosto de 1551
e 29 de Novembro de 1554, em que surgem Jorge Reinel e Lopo Homem como Terras Brasilis (1519), mapa integrado no chamado Atlas Miller e atribuído a
exemjnadores darte de navegar. Lopo Homem e aos Reinéis. É uma carta manuscrita, sobre pergaminho,
apresentando uma nomenclatura em latim muito detalhada (mais de 146 nomes);
Em 1519, na sequência de uma contenda com o padre Pedro Enes, o cartógrafo mostra‑nos toda a costa do Brasil, desde o Maranhão até ao Rio da Prata. Este
refugiou‑se em Espanha, tendo vivido em Sevilha, onde, segundo parece, terá mapa destaca‑se pelos detalhes do território, menos de vinte anos depois da sua
continuado a trabalhar na sua profissão. Seu pai deslocou‑se àquela cidade para descoberta.
o trazer de volta a Portugal, mas antes teve de o auxiliar a terminar algumas O Atlas Miller onde se integra este mapa, também conhecido por Atlas Lopo
cartas que Jorge se tinha comprometido a executar para a expedição de Fernão Homem-Reinéis, é uma obra constituída por dez cartas ricamente ilustradas
de Magalhães. Estes factos são confirmados pela carta, de 18 de Julho de 1519, desenhadas cerca de 1519. É um trabalho conjunto dos cartógrafos Lopo
enviada a D. Manuel I pelo feitor português em Sevilha, Sebastião Álvares, onde Homem, Pedro Reinel e Jorge Reinel, ilustrado por António de Holanda. Estão
se afirma que «… a terra de Maluco eu vy asentada na poma e carta que ca fez ali representados o oceano Atlântico Norte, a Europa do Norte, o arquipélago
o filho de Reynell, a qual nõ era acabada quando caa seu pay veo por ele, e dos Açores, Madagáscar, o oceano Índico, a Insulíndia, o mar da China, as ilhas
seu pay acabou tudo e pos estas terras de Maluco e per este padram se fazem Molucas, o Brasil e o mar Mediterrâneo. Terá sido oferecido por D. Manuel I ao
todalas cartas…». monarca francês Francisco I.

Bartolomé Leonardo de Argensola, citado por Armando Cortesão e Teixeira da


Mota, também se refere ao facto de Magalhães, a fim de obter o apoio de Carlos
V para a sua viagem, ter utilizado “vn Planisferio dibujado por Pedro Reynel“,
no qual as Molucas estariam representadas a leste da linha de demarcação
estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, celebrado entre Portugal e Espanha,
portanto dentro do hemisfério espanhol.

Os Reinéis foram considerados os melhores cartógrafos do seu tempo, ao ponto


de o imperador Carlos V os querer a trabalhar na sua corte. Em 1524, durante
as negociações da chamada Junta de Badajoz-Elvas, ofereceram‑lhes, para
esse efeito, uma avultada quantia, conforme Diogo Lopes de Sequeira e António
de Azevedo Coutinho informaram D. João III, em carta datada de 9 de Junho
de 1524. Mas os dois cartógrafos mantiveram‑se ao serviço de Portugal. Jorge
Reinel faleceu, com 70 anos de idade, em 1572. A chamada Escola dos Reinéis,
assegurou à família Reinel um lugar importante na cartografia portuguesa pelo
rigor, pela qualidade técnica e pelo valor artístico das suas cartas.

13
Mapa do Mundo por Lopo Homem (1554)
Foi pai do cartógrafo Diogo Homem e faleceu em 1565.

Diogo Homem nasceu em 1520 ou 1521 e, ainda muito novo, cometeu um crime
de homicídio, pelo que foi condenado a uma pena de degredo numa praça de
Marrocos. Fugiu para Inglaterra e parece que nunca mais regressou ao Reino,
apesar dos esforços do seu pai para que lhe fosse concedido um perdão.

Diogo Homem foi um cartógrafo de grande qualidade técnica e artística e produtor


de numerosos atlas e cartas‑portulano. O seu portulano, desenhado c. 1566 é,
possivelmente, a sua obra de maior interesse. Existe também um portulano de 7
cartas datado de Veneza, 1572.
“Terra Brasilis”, parte do Atlas Miller por Pedro e Jorge Reinel, Lopo Homem e
António de Holanda A carta de Diogo Homem, de 1557, é a mais antiga carta portuguesa assinada
e datada que se conhece. Diogo Homem [...] foi, ao que se julga saber, o mais
Lopo, Diogo e André Homem: a família encarregue de resolver o Tratado de produtivo de todos os cartógrafos portugueses.
Tordesilhas
Lopo Homem foi o cartógrafo a quem, em 1517, o monarca D. Manuel I atribui, por A sua obra cartográfica foi produzida, maioritariamente, entre 1556 e 1576 e dela
alvará, o privilégio de fazer e reparar todas as agulhas dos navios. Outra pessoa se destaca o chamado Atlas de Diogo Homem, com 29 cartas manuscritas em
que executasse essa tarefa teria de pagar, a Lopo Homem, vinte cruzados. pergaminho iluminado. Este magnífico exemplo da cartografia náutica do século
XVI, datado de 1556, é uma das mais brilhantes obras deste cartógrafo. Dele
Em 1524, D. João III renovou o alvará de 1517 e nomeou‑o para participar na são conhecidas ainda as seguintes cartas:
Junta de Badajoz‑Elvas, comissão estabelecida pelos monarcas de Portugal e
Espanha para tentar demarcar os limites a oriente do Tratado de Tordesilhas, América do Sul (1558), caracteriza‑se pela grande imprecisão do traçado
sobre cuja posição exacta não havia acordo entre os dois Estados, dando origem da região Sul do Brasil que está muito estendida para leste. Encontram‑se
à chamada Questão das Molucas. Este diferendo seria resolvido pelo Tratado de assinalados o mar das Antilhas, o Peru, a Argentina, a Terra dos Incas e o estreito
Saragoça, em 1529. de Magalhães.

Em 1531, foi‑lhe atribuída uma tença vitalícia de 20 000 reais, aumentada, no América do Sul II (1568), é constituída por duas folhas. Tem uma inscrição
ano seguinte em mais 5000. A obra mais antiga que se conhece deste cartógrafo Mvndnvs, que significa Mundo Novo, e designa a América do Sul. As outras
é um planisfério desenhado em 1519. O mapa encontra‑se rodeado pelos quatro legendas referem‑se a Brasilis e Terra Argentea, a primeira com as armas de
ventos, nos cantos, e tem uma nomenclatura, em latim, muito escassa; em África Portugal e a segunda com as armas de Castela.
estão identificadas apenas a Líbia, a Etiópia e a Guiné. A América é identificada
como Mundus novus Brazil, e apresenta‑se ligada à Ásia por um continente América do Sul III (1568), apresenta‑nos um escudo e duas bandeiras com as
imaginário identificado como Mundus Novus. armas de Castela indicando o domínio espanhol sobre a região ocidental daquele
continente. Da costa do oceano Pacífico apresenta já as posições espanholas
Diogo Homem nasceu em 1520 ou 1521 e, ainda muito novo, cometeu um crime situadas entre o actual México e o Chile, bem como as posições da região dos
de homicídio [...]. Fugiu para Inglaterra e parece que nunca mais regressou ao Andes e da bacia do Rio da Prata. Está ainda representada a cordilheira dos
Reino. Andes e o sinuoso rio Amazonas.
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Uma
Uma carta
carta de
de 1528,
1525, representando
representando o
a Atlântico Sul até ao
Europa Ocidental eoReino
NortedodeCongo.
África.
Pertenceram ao espólio da Sächsische Landesbibliothek de Dresden e foram

destruídas durante os bombardeamentos dos Aliados na Segunda Guerra


Mundial.

Pero Fernandes teve três filhos: Domingos Teixeira, Luís Teixeira e Marcos
América Meridional (1558), exibe a América do Sul e as Antilhas. (1558) Fernandes, todos cartógrafos. Domingos Teixeira exerceu a sua actividade na
segunda metade do século XVI. Teve um filho, Pero Lemos, também cartógrafo.
[Luís Teixeira] fundou, na segunda metade do século XVI, uma nova escola de
cartografia. [...] As suas qualidades proporcionaram‑lhe grande fama no Norte da
Europa, onde foram publicadas e vendidas muitas cartas de sua autoria.

Pouco sabemos da sua actividade, mas o Livro de Lançamentos da Câmara de


Lisboa refere‑se a um Domingos Teixeira que, em 1565, fazia cartas de marear.
A relação da viagem da nau São Pantaleão, em 1595, refere que as cartas que
existiam a bordo tinham sido desenhadas pelos irmãos Luís e Domingos Teixeira,
o que nos leva a concluir que os dois irmãos trabalhariam juntos.

São conhecidas, apenas, duas cartas da sua autoria: A Carta Atlântica, sem
data, da Biblioteca de Bodlein, em Oxford; O Planisfério de 1573, da Biblioteca

14 Nacional de França, em Paris.

Luís Teixeira é o mais ilustre representante desta família, pois os seus trabalhos
apresentam, além de uma qualidade superior e pormenores excepcionais, um
estilo muito próprio. Ao nível internacional, colaborou com Abraham Ortelius no
Theatrum Orbis Terrarum. Considera‑se que este cartógrafo fundou, na segunda
metade do século XVI, uma nova escola de cartografia. Foi pai de João Teixeira
Albernaz e Pedro Teixeira Albernaz, também cartógrafos.

A sua carta de ofício foi passada a 18 de Outubro de 1564, permitindo‑lhe


Carta do Mar Mediterrâneo por Diogo Homem (1563) desenhar cartas de marear, construir instrumentos náuticos e fazer regimentos
de altura e declinação do Sol.
A carta de Diogo Homem, de 1557, é a mais antiga carta portuguesa assinada
e datada que se conhece. Diogo Homem faleceu em 1576 e foi, ao que se julga As suas qualidades proporcionaram‑lhe grande fama no Norte da Europa, onde
saber, o mais produtivo de todos os cartógrafos portugueses ou, pelo menos, foram publicadas e vendidas muitas cartas de sua autoria. Em 1569, foi nomeado
aquele de quem se conhecem maior número de trabalhos.

André Homem foi outro cartógrafo português de cuja vida pouco se sabe.
Pensa‑se que poderá ser irmão (ou primo) de Diogo Homem. Sabe‑se que
esteve em Paris em 1565 e em Londres dois anos depois.

A “Universa ac Navigabilis Terrarum Orbis Descriptio“, confeccionada sobre


pergaminho, em 1559, para o soberano de França, é a sua obra mais conhecida.
Uma carta deste cartógrafo, datada de 28 de Fevereiro de 1565, e endereçada
ao embaixador de Portugal em Paris, continha um
planisfério que foi muitas vezes citado nas discussões
sobre limites entre o Brasil e a Guiana Francesa para
favorecer as posições francesas.

Texeira de Albernaz: os irmãos que desenharam os


Açores
Esta família de cartógrafos portugueses iniciou‑se com
Pero Fernandes e continuou com Luís Teixeira, a que
se seguiram os seus filhos, João Teixeira Albernaz (I) e
Pedro Teixeira Albernaz. Além de Estêvão Teixeira, integra também esta família
João Teixeira Albernaz (II), neto do seu homónimo. A actividade desta família
exerceu‑se de meados do século XVI até ao final do século XVII.
para fornecer, aos navios da Coroa, todas as cartas e instrumentos náuticos que
Pero Fernandes terá nascido na primeira metade do século XVI e foi nomeado fossem necessários.
mestre de fazer cartas de marear, em 23 de Maio de 1558. Apenas se conhecem “Mantua Carpetatorum sive Matritum Urbs Regia” — Mapa de Madrid, por Pedro
duas obras suas: Teixeira (1656)
São conhecidos 15 mapas de sua autoria, que não correspondem, de modo
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nenhum, à totalidade dos seus trabalhos; foi pioneiro na cartografia das ilhas João Teixeira Albernaz regressou a Portugal, como já vimos, e Pedro permaneceu
dos Açores. em Madrid, onde viria a falecer em 1629. A sua produção cartográfica que
Enumeram‑se alguns dos seus mais importantes trabalhos: Roteiro de todos os chegou até à actualidade é muito escassa, mas sabe‑se que terão desaparecido
sinais, conhecimentos, fundos, baixos, alturas, e derrotas que há na costa do numerosas cartas deste cartógrafo.
Brasil desde o cabo de Santo Agostinho até ao estreito de Fernão de Magalhães,
elaborado entre 1573 e 1578, e actualmente na Biblioteca do Palácio da Ajuda, Dedicou‑se especialmente a executar levantamentos topográficos, julga‑se
em Lisboa; Fragmento de Planisfério, c. 1586, que se encontra no Museu de que por influência de João Baptista Lavanha (1555‑1624), cosmógrafo‑mor e
Marinha de Lisboa; Carta do Japão, publicada em 1595. professor de Matemática de D. Sebastião e do príncipe e futuro rei de Espanha
D. Filipe IV.
Domingos Teixeira manteve intensos contactos com cartógrafos holandeses,
como Jodocus Hondius e Abraham Ortelius, com quem contactou desde 1582. Das cartas desaparecidas, referiremos uma que continha a representação do
delta do rio Amazonas e outra, em várias folhas, com a descrição das costas
Par: Pasquale
Numa carta datada de 2 de Fevereiro de 1592, Teixeira enviou aTocca
Ortelius duas de Espanha; desta existem várias cópias da sua descrição, mas sem as cartas.
peças com as descrições da China e Japão, cujas fontes foram possivelmente Em 1623 fez parte, como seu irmão João, do júri de exame a João Baptista de
os trabalhos dos jesuítas. Apareceram na Holanda várias gravuras com cartas Serga.
de sua autoria. Uma delas foi a carta da Guiné, de 1602, que apresenta, como
originalidade, a representação do interior da Senegâmbia e da Costa do Ouro. João Teixeira Albernaz II foi um cartógrafo português do século XVII, neto e
sucessor do outro cartógrafo com o mesmo nome. Pouco ou nada se sabe da
Marcos Fernandes, filho de Pero Fernandes, teve carta de ofício datada de 1592. vida deste cartógrafo e, por vezes, os seus dados são confundidos com os do
João Teixeira Albernaz conhecido também como João Teixeira Albernaz I ou seu avô.
João Teixeira Albernaz, o Velho, para o distinguir do seu neto e homónimo, é um
dos cartógrafos de quem se conhecem mais obras publicadas.

Nasceu em Lisboa no último quartel do século XVI, filho do cartógrafo Luís


Teixeira, e faleceu cerca de 1662. São conhecidos 19 atlas da sua autoria,
totalizando 215 cartas. Apresenta nos seus trabalhos uma variedade enorme
de temas, de que se destacam as explorações marítimas, terrestres e fluviais
do Brasil.

Terá aprendido a arte da cartografia com seu pai Luís Teixeira e iniciado os seus
trabalhos já no século XVII. Recebeu Carta de Ofício de mestre em fazer cartas
de marear, astrolábios, agulhas e balestilhas, a 29 de Outubro de 1602, sendo
seu examinador o cosmógrafo‑mor do Reino João Baptista Lavanha. Em 1605,
foi nomeado cartógrafo do Armazém da Guiné e Índia (também chamada Casa
da Mina e Índia), onde trabalharia até ao final da sua vida.

No Arquivo das Índias, em Sevilha, existem documentos que comprovam a sua


presença em Madrid, juntamente com o seu irmão Pedro, e a execução de cartas
náuticas representando o estreito de São Vicente e o estreito de Magalhães.
Numa relação da viagem dos irmãos Bartolomeu e Gonçalo Nodal à América
austral, consta uma carta de Pedro desenhada com a colaboração de João. 15
Em 1622, o cartógrafo apresentou uma petição para ser provido no lugar de
cosmógrafo‑mor, mas foi preterido a favor de Valentim de Sá, com quem, no ano
seguinte, viria a colaborar como membro do júri que passou a Carta de Ofício a

“Taboas geraes de toda a navegação” para a Ásia, por João Teixeira Albernaz I
(1630)

Manuel Pimentel indica que João Teixeira Albernaz II é neto de Albernaz I,


afirmando também que fazia cartas com perfeição. Sabemos igualmente que
ainda se encontrava vivo em 1699.

Na sua obra, é patente a influência que recebeu do seu avô, que foi o seu
mestre, mas os traçados das letras e as iluminuras são menos rigorosas. Os
Atlas do Brasil repetem, embora com alguns progressos, os que o seu avô tinha
desenhado, mas possuem o mérito de terem influenciado a cartografia holandesa
daquela região. A sua obra considerada mais importante é o Atlas de África de
1665, trabalho único no género, que terá sido encomendada por um francês, o
que mostra a procura e o valor que a cartografia portuguesa tinha, ainda nessa
época, no estrangeiro. Uma das suas cartas foi usada na Conferência de Badajoz
(1681), a propósito da questão da Colónia do Sacramento, afirmando os seus
membros que João Teixeira Albernaz II era conhecido em toda a Europa, razão
João Baptista de Serga. pela qual foi por todosescolhida uma das suas cartas.

A obra de João Teixeira Albernaz é de grande interesse pela sua amplitude, É bastante vasta a sua produção cartográfica, sendo o cartógrafo de que
variedade e pelo assentamento das explorações portuguesas nomeadamente chegaram maior número de cartas até à actualidade. Para além das cartas
no Brasil. A obra está reunida em 19 atlas, um conjunto de quatro cartas, duas isoladas, vários Atlas são da sua autoria. Os três Atlas do Brasil que lhe são
cartas isoladas e uma outra incluída num atlas de origem diferente. Existem atribuídos são muito semelhantes, abrindo com uma carta geral, a que se
ainda oito cópias de dois dos seus 19 atlas, num total de 215 cartas, e mais duas seguem depois as particulares, e utilizam, genericamente, o padrão desenhado
cartas gravadas. por seu avô, João Teixeira Albernaz I.

Pedro Teixeira Albernaz (c. 1595‑1662) nasceu em Lisboa, tendo desenvolvido


a sua actividade maioritariamente em Espanha, para onde partiu em 1619, com
seu irmão João, a fim de cartografarem os locais que constavam da relação de
viagem dos irmãos Nodal.

João Teixeira Albernaz II é neto de Albernaz I. [...]. Uma das suas cartas foi
usada na Conferência de Badajoz [...] afirmando os seus membros que João
Teixeira Albernaz II era conhecido em toda a Europa.
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Masquer notre Culture pour « ne Pas Offenser » du magazine satirique français Charlie Hebdo, les violences qui ont suivi le
discours du pape Benoît à Ratisbonne, les renoncements à publication et la
réécriture de textes littéraires, les musées qui enferment dans leurs caves des
par Giulio Meotti représentations de Mahomet, les menaces et sanctions croissantes, y compris
la flagellation, infligées à d’innombrables journalistes et écrivains tels que Raif
Traduction du texte original: Covering Up Our Culture to ‘Avoid Giving Offense’ Badawi en Arabie saoudite... tous ces évènements auraient dû nous mettre en
garde au lieu de nous mettre à genoux.
Récemment, au Royaume-Uni, d’éminents intellectuels conservateurs ont été
écartés. Roger Scruton, philosophe d’une exceptionnelle stature a été limogé La capitulation de la galerie Saatchi montre que la liberté de parole en Europe
d’une commission gouvernementale ... est faible et en voie d’extinction. Les extrémistes islamiques et les apaiseurs
occidentaux ont obtenu gain de cause. C’est la tragique leçon de l’affaire
Puis ce fut le tour Jordan Peterson. L’Université de Cambridge a annulé la bourse Rushdie : aujourd’hui, après 30 ans, aucun auteur n’oserait plus écrire Les
de recherche de ce psychologue canadien de réputation internationale... Versets Sataniques ; aucune grande maison d’édition comme Penguin n’oserait
plus l’imprimer ; les attaques des médias contre les «islamophobes» sont plus
En refusant de dénoncer la censure, en ne défendant pas le droit à la liberté fortes aujourd’hui qu’hier, et la trahison des diplomates occidentaux est abyssale.
d’expression de Salman Rushdie, de Roger Scruton, de Jordan Peterson, de Aujourd’hui, face aux médias sociaux, outil de censure et menace de masse
Charlie Hebdo et du Jyllands-Posten - la pointe d’un énorme iceberg - nous implicite, un auteur serait probablement moins chanceux que ne l’a été Rushdie il
avons pris le chemin de la soumission à la charia et à la tyrannie. Notre culture y a 30 ans. Plus le temps a passé et moins nous avons progressé. Le jihad contre
soi-disant «blasphématoire» a été revêtue d’une burqa pour éviter d’attenter à Les Versets sataniques s’est reproduit encore et encore.
la sensibilité de personnes qui elles, ne semblent pas gênées de nous offenser.
« Personne n’a plus les c... d’écrire Les Versets sataniques, et encore moins de
les publier », a déclaré l’écrivain Hanif Kureishi. « L’écriture devient timide parce
que les écrivains sont terrifiés ».

En 2008, Kenan Malik écrivait :


« Aucune censure formelle n’est à l’œuvre, et aucun État n’nterdit la publication
d’œuvres offensantes. Une culture de l’autocensure se développe qui a rendu
moralement inacceptable d’attenter à la sensibilité d’autrui. Dans les vingt années
qui ont suivi la publication des Versets sataniques, la fatwa a été intériorisée ».
L’affaire Rushdie a transformé en profondeur la société britannique. La reddition
de la Saatchi Gallery à Londres n’a rien d’exceptionnel. La Tate Gallery a remisé
une sculpture de John Latham intitulée « Dieu est grand » laquelle emprisonnait
dans du verre le Coran, la Bible et le Talmud. « Tamerlan le Grand » de Christopher
Marlowe a été censuré au Barbican Centre : la tirade affirmant que le prophète
de l’islam « ne méritait pas d’être vénéré », et la scène ou le Coran était brûlé
ont été retirées. La Whitechapel Art Gallery de Londres a expurgé une exposition
des poupées nues qui auraient risqué d’incommoder la population musulmane.
Aux Mall Galleries de Londres, un tableau de Mimsy intitulé « ISIS Threaten
Sylvania » (L’Etat islamique menace Sylvania) qui représentait des peluches
16 En 1988, Salman Rushdie (à gauche), citoyen britannique, publie Les Versets
Sataniques. En 1989, l’Ayatollah Ruhollah Khomeiny (à droite), «guide suprême»
terroristes sur le point de massacrer d’autres peluches en train de pique-niquer
a été censuré.
de l’Iran, condamne Rushdie à la peine de mort. L’affaire Rushdie a transformé Au Royal Court Theatre de Londres, Richard Bean a été contraint de censurer
en profondeur la société britannique. (Sources images : Rushdie - Andrew H. son adaptation de «Lysistrata», la comédie grecque dans laquelle les femmes
Walker / Getty Images ; Khomeiny - Mohammad Sayyad / Wikimedia Commons) font la grève du sexe pour empêcher les hommes de partir à la guerre. Dans la
version de Bean, des vierges islamiques agissaient de même pour arrêter les
Il y a trois ans, le gouvernement italien a pris la honteuse décision de voiler kamikazes.
d’antiques statues romaines pour ne pas attenter à la sensibilité islamique
du président iranien Hassan Rouhani, en visite officielle en Italie. Les statues Désormais, au nom de la lutte contre « l’islamophobie », l’establishment
nues ont été enfermées dans des caissons blancs. Il y a un an, à Florence, une britannique rampe vers la charia : il purge et censure lui-même.
autre statue de style gréco-romain représentant un homme nu, a également été
recouverte à l’occasion de la visite du prince héritier d’Abou Dhabi. Aujourd’hui, Récemment, au Royaume-Uni, d’éminents intellectuels conservateurs ont été
l’une des plus fameuses galeries d’art britanniques a masqué deux tableaux sur écartés. Roger Scruton, figure de proue de la réflexion sur le conservatisme, a
plainte de visiteurs musulmans dénonçant leur caractère « blasphématoire ». été limogé d’une commission gouvernementale pour avoir déclaré que le mot
«islamophobie» avait été inventé par les Frères musulmans « pour mettre fin à la
À la Saatchi Gallery de Londres, deux tableaux de nus accolés à une citation en discussion sur un problème majeur ».
arabe de la shahada, l’un des cinq piliers de l’islam, ont suscité l’ire de visiteurs L’Université de Cambridge a annulé la bourse de recherche du distingué
musulmans. Leur demande de retrait des peintures de l’exposition Rainbow psychologue canadien Jordan Peterson, parce qu’il avait posé au côté d’un homme
Scenes (Scènes Arc en Ciel) n’a pas été satisfaite, mais les deux œuvres « revêtu d’un t-shirt « I’m a proud Islamophobe » (Je suis un fier islamophobe). Le
offensantes » ont été voilées. « Saatchi se comporte comme l’Arabie saoudite, professeur Peterson a déclaré peu après que le mot « islamophobie » avait été
les œuvres qui blasphèment contre l’islam sont cachées au public », a commenté « imaginé par des extrémistes musulmans, afin de garantir que l’islam ne soit
Brendan O’Neill dans la revue Spiked. Un expert a vu dans cette affaire un « retour jamais critiqué en tant que structure ».
des Versets sataniques ». Il faisait ainsi référence au roman publié en 1988, qui
valut à son auteur, Salman Rushdie, citoyen britannique, d’être condamné à mort Les cas Scruton et Peterson confirment - s’il était besoin - que « l’islamophobie
par le «Guide suprême» iranien, l’ayatollah Ruhollah Khomeini. La prime sur la » a bel et bien été inventée pour faire taire toute critique de l’islam, ou encore,
tête de Rushdie a été portée à 4 millions de dollars en 2016 après qu’un groupe comme l’a commenté Salman Rushdie, ce mot a été « créé pour aider les
d’Iraniens a augmenté la « récompense » de 600 000 dollars - sans que cela aveugles à rester aveugles ». La réaction en retour se fait toujours attendre.
provoque une quelconque protestation de la Grande-Bretagne.
En 2008, Tim Walker du Telegraph, citant le célèbre dramaturge Simon Gray,
De nombreuses maisons d’édition occidentales ont cédé à l’intimidation islamiste. a expliqué que Nicholas Hytner, directeur du National Theatre de Londres de
L’éditeur Christian Bourgois qui avait acheté les droits des Versets sataniques 2003 à 2015, « s’est employé à offenser les chrétiens » en prenant bien « garde
pour la France, a refusé de les publier. Pour la première fois, au nom de l’islam, de ne jamais mettre en colère les musulmans ». Les journalistes du magazine
un écrivain a été condamné à disparaître de la surface de la terre - et à voir sa satirique français Charlie Hebdo, les derniers qui ont tenté de rire de l’islam,
tête mise à prix. l’ont payé de leur vie. En ne défendant pas le droit à la liberté d’expression de
Salman Rushdie, de Roger Scruton, de Jordan Peterson, de Charlie Hebdo et du
Rushdie a survécu, mais Theo van Gogh lui, a été assassiné en 2004 pour avoir Jyllands-Posten - la pointe d’un énorme iceberg - nous avons pris le chemin de
produit et réalisé « Soumission », un film sur la violence islamique à l’égard la soumission à la charia et à la tyrannie. Nous avons habillé notre culture soi-
des femmes ; la mort de tant d’intellectuels arabo-musulmans coupables d’avoir disant « blasphématrice » d’une burqa pour éviter d’attenter à la sensibilité de
écrit librement ; les émeutes qui ont suivi les caricatures danoises, les nombreux personnes qui elles, ne semblent pas du tout gênées de nous offenser.
procès (ici et ici ), les tentatives de meurtre (ici et ici), l’exécution de la rédaction Giulio Meotti, journaliste culturel à Il Foglio, est un journaliste et auteur italien.
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Il y a 80 ans, la dernière exécution publique ami de sa famille, sans savoir ce qui l’attend. Il décrit dans son autobiographie
la «puissante vague de hurlements et de cris perçants» qui s’élève de la foule à
fait scandale l’arrivée du condamné.

AFP
Mouchoirs trempés dans le sang
Lui-même n’a pas pu regarder l’exécution. «J’ai tourné la tête, mais j’ai entendu»,
racontait-il en 1998, dans un français parfait, au micro de France Culture, en
imitant le bruit du couperet qui tombe sur la tête du condamné.

Après la mise à mort, il décrit dans son livre, «Le seigneur du désordre», les
spectateurs qui «s’étaient rués vers le cadavre en poussant des cris horribles.
Certains n’avaient pas hésité à tremper mouchoirs et foulards dans le sang
répandu sur le pavé, en guise de souvenir».

Un autre témoin, Marcel, 15 ans à l’époque, racontait les mêmes scènes à l’AFP
en 2001. Puis «la veuve (la guillotine) était vite démontée, le trottoir rapidement
lavé à grande eau», et la vie reprenait son cours «avec le passage du premier
tramway et la réouverture des deux cafés voisins».

Mais les comportements des journalistes et de la foule provoquent un vif émoi au


sommet de l’Etat. D’autant plus que les images qui ont circulé jusqu’à l’étranger
donnent une image peu reluisante de la France, et que le caractère public des
exécutions est contesté depuis plusieurs décennies.

Sur la base d’un rapport du chef du gouvernement Edouard Daladier, constatant


que les mises à mort publiques n’ont pas eu «l’effet moralisateur» attendu,
le président Albert Lebrun décide de supprimer «la publicité des exécutions
capitales».
Il y a 80 ans, la dernière exécution publique fait scandaleIl y a 80 ans, la dernière
Une semaine après les incidents de Versailles, est promulgué le décret du 24
exécution publique fait scandale © AFP/Archives / STF
juin 1939. Il stipule que «l’exécution se fera dans l’enceinte de l’établissement
pénitentiaire» et que seulement quelques personnes (magistrats, avocats,
Le 17 juin 1939, à Versailles, le meurtrier Eugen Weidmann est guillotiné devant
policiers, ministre du culte, médecin) seront autorisées à y assister.
une foule réunie comme pour un spectacle. Les débordements sont tels que la
France décidera de ne plus procéder à des exécutions en public.
Jusqu’à l’abolition de la peine de mort en 1981, la guillotine ne fonctionnera plus
que dans des cours de prisons, généralement recouvertes d’un dais noir.
Cet Allemand de 31 ans, qui avait déjà un lourd casier judiciaire dans son pays
natal, a été condamné à mort pour six assassinats commis en France avec trois
JUSTIÇA DE CLASSE À PORTUGUESA ?
17
complices. Ils avaient enlevé une danseuse américaine venue à Paris visiter
l’exposition universelle de 1937, un chauffeur ou encore un imprésario, avant de
les tuer pour les détrousser, parfois pour des sommes dérisoires. Surpreende-me o “silêncio“ dos media, partidos políticos, comentadores,
Assembleia da República, etc. sobre este caso, publicado no Publico.
Un complice, Roger Million, également condamné à la peine capitale, est gracié
par le président de la République Albert Lebrun. Mais Eugen Weidmann, qui a Afinal não estamos todos interessado em que a CORRUPÇÃO e a LADROAGEM
été jugé auteur principal des crimes, n’est pas épargné. sejam vistas com transparência, julgadas e CONDENADAS um pouco mais
severamente do que roubar um polvo por ter fome???
Son exécution va se dérouler devant les portes de la prison Saint-Pierre, dans le Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa no Porto, foi acusado de
centre de Versailles. Plusieurs heures auparavant, les gens se sont rassemblés, desviar fundos da Universidade em benefício próprio e de familiares.
les uns dans l’espoir d’être aux premières loges, les autres pour dénoncer un
spectacle qu’ils jugent indigne d’une société civilisée. Salvato Trigo pediu que o julgamento fosse efectuado à porta fechada e o juiz
acedeu ao pedido, sem que se conheçam as razões que justifiquem a decisão.

O “Público “ pediu para ter acesso ao processo, mas o juiz recusou.


Quando toda a gente pede transparência na política, é no mínimo estranho
que um juiz não tenha de justificar à sociedade a razão de ter autorizado o
julgamento à porta fechada de um caso de corrupção.

Não deixa de ser estranho que, numa época em que a comunicação social
tem acesso a escutas e aos pormenores mais sórdidos de casos de justiça
envolvendo corrupção de políticos, um ex-reitor acusado de desviar 2,2 milhões
de euros de uma universidade seja julgado à porta fechada.

Demo-nos por satisfeitos, porém, pois ficou a saber-se a sentença deste


julgamento feito no confessionário: 15 meses de prisão com pena suspensa!

Ou seja, apenas mais três meses do que o mendigo que há meses roubou um
Plusieurs dizaines de personnes entourent la guillotine dressée sur le trottoir, le polvo do supermercado.
reste de la foule est contenue plus loin.
Poder-se-ia argumentar que o homem que roubou o polvo é um ladrão incorrigível
D’ordinaire, les exécutions se déroulent avant le lever du jour. Mais les préparatifs enquanto Salvato Trigo é um homem de bem que teve um “deslize” e está
ont pris du retard et lorsque Eugen Weidmann, les mains liées dans le dos, genuinamente arrependido. Só que não é verdade... Salvato Trigo já tinha sido
chemise blanche échancrée pour dégager le cou, est mené à la guillotine, le condenado a 10 meses de prisão, igualmente com pena suspensa, no final dos
soleil est déjà haut dans le ciel. anos 90 do século passado. Motivo? Desvio de verbas do Fundo Social Europeu.
Estranha-se, por isso, este julgamento de sacristia à porta fechada. E porque
La lumière permet aux reporters de prendre des photos et même de filmer: c’est tenho a certeza absoluta que Salvato Trigo não corrompeu o juiz (os juízes são a
la plus grande série d’images d’une exécution jamais réalisée. única classe profissional neste país absolutamente impoluta e acima de qualquer
suspeita) resta-me manifestar a minha perplexidade pelo facto de a comunicação
Dans l’assistance se trouve le Britannique Christopher Lee, qui incarnera Dracula social (com excepção do Público) não ter revelado quaisquer pormenores sobre
au cinéma. Alors âgé de 17 ans, le futur acteur a été amené par un journaliste o misterioso julgamento do reitor da Universidade Fernando Pessoa.
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Colaboração especial

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DA INVASÃO DE DADRÁ E NAGAR-AVELI
Abertas as portas da Índia por Vasco da Gama, Portugal realizou, na Era de
Quinhentos, o inexplicável milagre de se expandir e instalar por todo o Ocea-
no Índico, desde a Ilha de Moçambique à longínqua Malaca das especiarias,
passando pela opulenta Ormuz e a forte Diu. No meio brilhava Goa, a  pérola
do Oriente, lindíssima cabeça do Estado Português da Índia que o grande Albu-
querque conquistara.

Um dos mais marcantes episódios que evidenciou as virtudes da raça deu-se em


Damão, mais precisamente no seu enclave de Dadrá, invadido, com o de Nagar
Aveli, em 1954, pela falsamente pacífica União Indiana, sete anos antes do fim
da presença portuguesa nessas longínquas paragens da península indostânica.

18

ANICETO ROSARIO

Aquele distrito, situado na costa de Cambaia, integrava, desde o século XVIII,


os domínios da Coroa Portuguesa, mercê de um conjunto de tratados de ces-
são  celebrados  com o Império Marata (Tratado de Raia, de 1793, e Tratados
de Punem, de 1740 e 1779, este último o que integrou os enclaves de Dadrá e
Nagar Aveli).

A  invasão de Dadrá e Nagar-Aveli  foi um conflito militar em que os territórios


de Dadrá e Nagar-Aveli passaram de facto do domínio português para o governo
da União Indiana em 1954, embora que de jureos territórios formavam um Esta-
do autónomo.

Dadrá e Nagar-Aveli eram pequenos territórios ultramarinos portugueses, parte


da Índia Portuguesa de 1779 até 1954. Os territórios eram enclaves, sem acesso
ao mar, administrados por um governador português.
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Depois que a Índia obteve a independência em 1947, algumas organizações Nagar-Aveli passassem a integrar plenamente a República da Índia. O tratado
como a Frente Unida dos Goeses (FUG), a Organização do Movimento de Li- foi confirmado pela Décima Emenda da Constituição da Índia.[15]
bertação Nacional (OMLN), a Organização Nacional dos Voluntários (Rashtriya
Swayamsevak Sangh; RSS) e o  Exército Livre de Goa  (Azad Gomantak Dal; O território só foi reconhecido como parte da Índia, juntamente com todas as
AGD), com o suporte do Congresso Nacional Indiano - Secção de Goa ocuparam outras possessões portuguesas anteriores, após o reconhecimento desse facto
Dadrá e Nagar-Aveli, em 1954, vencendo as parcas forças militares portugue- por Portugal, após a Revolução dos Cravos, em 1974. Um tratado foi assinado
sas e o grupo guerrilheiro nacionalista-marxista Partido Popular de Goa, encer- a 31 de Dezembro de 1974 entre a Índia e Portugal em reconhecimento da
rando o domínio português. soberania da Índia sobre Goa, Damão, Diu, Dadrá e Nagar-Aveli.[17][18]

Dado que os territórios de Dadrá e Nagar-Aveli tinham pouca importância Até 2006, Portugal continuou a conceder a  cidadania portuguesa  a todos os
económica para o Império Português, eram poucas as tropas ali estacionadas, cidadãos nascidos em Dadrá e Nagar-Aveli que desejassem obtê-la. Naquele
resumindo-se às forças da Polícia do Estado da Índia. ano, isso foi alterado para incluir apenas aqueles que nasceram antes de 19 de
Dezembro de 1961. FONT
No dia 20 de Julho de 1954, culminando meses de hostilização contra Damão,
o Governador desse distrito foi impedido pelo Governo indiano de se dirigir ao HERÓIS DE DADRÁ
enclave de Dadrá, o qual se situava a alguns quilómetros do litoral.
Pode considerar-se Aniceto do Rosário, (nasceu em 21-11-1917 em Damão
e faleceu em 22-07-1954 em Dadrá) o primeiro combatente português a cair
Perante a ameaça iminente, o subchefe da Polícia Aniceto Rosário, natural de nas últimas campanhas ultramarinas que fomos obrigados a desenvolver para
Diu, enviaria, ainda nesse dia, a seguinte patriótica mensagem ao Governador: fazer face ao último – embora, suspeito, não derradeiro – grande ataque movido
“Parta V.ª Ex.ª descansado que eu não deixarei ficar mal a bandeira portuguesa! internacionalmente contra Portugal (1954-1975).
Dois dias depois um bando de Sathyagraha (pretensos libertadores), à mistura
Pouco tempo passou para que aquele novel país - que apenas tinha direito a
com membros do Exército Indiano, entrou em Dadrá e exigiu a rendição da
reivindicar o que herdou do Império Britânico - passou a exigir que o Governo
autoridade portuguesa. Aniceto do Rosário recusou e abriu fogo. Ferido, acabou
por ser morto, à facada e a tiro, juntamente com o guarda António Fernandes. Português lhe entregasse a soberania sobre os territórios do Indostão onde a
A torpe ocupação de Dadrá e Nagar-Aveli, dois dias depois, constituiu a primeira bandeira que nos foi legada por Afonso Henriques flutuava há 450 anos.
acção violenta, por parte da União Indiana, que culminou na invasão de Goa,
Damão e Diu, em 18/12/1961.[2] Por fim o Tribunal Internacional da Haia deu razão a Portugal quando submetemos
o pleito à sua jurisdição e, até, o Conselho de Segurança da ONU, condenou a
Foi um longo calvário que começou logo após a independência da União Indiana, invasão de 1961, o que só não vingou pelo veto da U.R.S.S..
em 1947.
Principal bibliografia:
Os guerrilheiros indianos encontraram pouca dificuldade para tomar o território,
com a operação, realizada em quatro etapas, concluindo-se em dezanove dias, “A anexação do Estado Português da Índia pela União Indiana face ao Direito
entre 22 de Julho e 11 de Agosto de 1954. Internacional”, in estudos de Direito, Silva Cunha, ed. Universidade livre, Porto,
1986.
Batalha de Dadrá
A FUG, liderada por Francis Mascarenhas, atacou o posto de polícia em Dadrá na - “Em nome da Pátria”, Tenente Coronel Brandão Ferreira, Livros d’Hoje, 2009.

19
noite de 22 de Julho de 1954, assassinando Aniceto do Rosário,[9] o sub-inspector
do posto de polícia de Dadrá e o seu auxiliar  António Francisco Fernandes. - “O problema da Índia Portuguesa”, Major Hermes de Araújo Oliveira, Mnistério
[10] As demais polícias e portugueses renderam-se ainda na madrugada. Pela do Exército, 1958.
manhã, a bandeira indiana foi içada e Dadrá foi declarado um território livre.
Um panchayat liderado por Jayanti Bhai Desai foi formado para a administração - “Obras de Nehru”, in “Pequenas Histórias da Grande História”, Alves de Moura,
de Dadrá.[7] Lisboa, 1964.

A integração de Dadrá e Nagar-Aveli na Índia não foi reconhecida por nenhum


país até 1974. Na decisão de 12 de abril de 1960 no “Caso relativo ao direito de HOMENAGENS:
passagem sobre o território indiano”, o Tribunal Internacional de Justiça declarou
claramente que Portugal tinha soberania e direitos sobre os territórios de Dadrá Em 10 de Junho 2008, o irmão de Aniceto do Rosário veio de Bombaim para ho-
e Nagar-Aveli, mas reconhecendo que a Índia tinha o direito de negar acesso menagear os Heróis de Dadrá (Índia), depondo uma coroa de flores junto ao Mo-
terrestre para as Forças Armadas de Portugal sobre os territórios Dadrá e Nagar- numento Nacional aos Combatentes do Ultramar - Forte Bom Sucesso - Lisboa.
Aveli. Diante do impasse político, o governo indiano enviou Shri K. G. Badlani,
um oficial do Serviço Administrativo da Índia (IAS), para representar o país nos Agora, no próximo dia 27 de Julho, a Associação Fraternidade Damão-Diu e
territórios. Simpatizantes, Grupos de Famílias, em parceria com a Liga dos Combatentes/
Museu do Combatente, vão promover um tributo a Aniceto do Rosário junto à
De 1954 a 1961, o território foi administrado por um corpo chamado  Varishta placa existente no Museu do Combatente.
Panchayat de Dadrá e Nagar-Aveli Livre.[15][16] Durante os anos, os territórios
gozaram de independência de jure, já que o administrador territorial tinha pouca A cerimónia que consistirá na deposição de coroa de flores na placa, seguida de
liberdade para tomar decisões políticas ou diplomáticas a nível externo, fazendo Missa na Capela do Combatente celebrada por S. Exa. Reverendíssima D. Rui
com que Dadrá e Nagar-Aveli funcionasse como um  protectorado  de facto  da Valério e Padre António Colimão e de visita ao Museu do Combatente terminará
União Indiana. Havia no entanto a independência a nível económico, com o com um almoço partilhado e uma apresentação sobre Damão e Aniceto do Ro-
governo local podendo emitir selos da receita e cobrar os impostos. sário.

Em 1961, quando as forças indianas finalmente anexaram o Estado Português Isabel Martis marketing museu do combatente 9 de Julho de 2019
da Índia, por um dia existiu o cargo de primeiro-ministro de Dadrá e Nagar- Fotos do arquivo do Museu e algumas da net
Aveli, de modo que, como chefe de governo, pudesse assinar um tratado com
o  primeiro-ministro da Índia,  Jawaharlal Nehru, em que formalmente Dadrá e
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DELEGAÇÃO De 1548 corpos de militares aí caídos, oitocentos e tal são de militares que
nasceram em Angola e pertenciam ao recrutamento local, sendo que além
DA LIGA dos militares desaparecidos 586 são militares do continente, na altura
Portugal Continental, que entraram na Guerra do Ultramar, havendo ainda 90
desaparecidos e 55 não localizados.
DOS COMBATENTES EM ANGOLA
“A finalidade principal da operação é garantir e manter a dignidade dos lugares
cemiteriais onde se encontrem inumados militares portugueses, recolher para
áreas cemiteriais ou ossários os restos mortais isolados” ou que estejam fora
desses cemitérios, explicou o general.

O programa começou com a dignificação de cemitérios e ossários na Guiné


- Bissau e de várias operações já realizadas em África, há 7 realizadas em
Moçambique, S. Tomé, recentemente uma em Cabo Verde .

Em Timor, o cemitério está a ser beneficiado pelo Estado Maior das Forças
Armadas, e o Presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues,
estará presente com o Cemgfa , Almirante Silva Ribeiro, na inauguração.

O início deste trabalho em Angola é feito em coordenação com o Ministério


angolano dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, assim como com o
Ministério Português da Defesa Nacional, estando também previstos contactos
com várias autoridades angolanas, desde os ministros dos Antigos Combatentes
e Veteranos da Pátria, da Defesa, da Saúde, da Justiça e Direitos Humanos, do
Interior e das Relações Exteriores.

Isabel Martins mkt museu do combatente 8 de Julho de 2019


“ OPERAÇÃO EMBONDEIRO” - A LIGA DOS COMBATENTES EM ANGOLA

A LIGA DOS COMBATENTES INICIA PROCESSO DE LOCALIZAÇÃO DE


CORPOS E DIGNIFICAÇÃO DE CEMITÉRIOS EM ANGOLA.

Nas palavras do Presidente da Liga dos Combatentes, General Joaquim Chito


Rodrigues, na missão que levou esta semana 5 elementos da Liga dos Comba-
20 tentes a Angola, inicia-se finalmente um trabalho já iniciado há longos anos em
África e que só recentemente foi autorizado pelo Governo Angolano .
Cerimónia fúnebre em Angola em 1967
Foto Global Images
Esta missão integra também o Vice-Presidente da Liga dos Combatentes, Major
General Fernando Aguda, o Vogal da Direcção Central TC Pires Martins, o TC
Álvaro Diogo e o Sargento-Mor Paulo Alves

Assim em Angola os primeiros trabalhos do programa de Conservação


das Memórias vão cingir-se aos cemitérios da capital angolana - onde esta
semana vão ser estabelecidos “os contactos necessários ao planeamento e
desenvolvimento da operação”. Em Angola, a Delegação da Liga dos
Combatentes e representantes do
Governo Angolano, em acção, escu-
Inicia-se numa 1ª fase, e começando em Luanda em 2 cemitérios aí existentes, tando as sugestões do presidente da
depois numa 2ª fase no Norte de Angola, terreno mais difícil, e em várias fases Liga, TGeneral Chito Rodrigues.
sucessivas no Leste e Sul do país, sendo que a trasladação dos corpos é em
Angola, não para virem para Portugal.

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