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CÓDIGO de ÉTICA MUNDIAL e um fator de amizade e com- que o setor turístico em seu sabilidades distintas, porém

para o TURISMO preensão entre os povos, conjunto se favoreceria con- interdependentes, na valori-
sideravelmente de desenvol- zação individual e social do
Atendo-nos aos princípios ver-se em um contexto que turismo, e que a definição dos
PREÂMBULO orientados a conciliar de for- fomente a economia de mer- direitos e deveres de cada um
ma sustentável a proteção do cado, a empresa privada e a contribuirá para atingir este
Nós, membros da Organização meio ambiente, o desenvol- liberdade de comércio e que objetivo,
Mundial do Turismo (OMT), vimento econômico e a luta lhe permita otimizar seus efei-
representantes do setor tu- contra a pobreza, formulados tos benéficos de geração de Interessados, tanto quanto a
rístico mundial, delegados de pelas Nações Unidas por oca- atividades e empregos, própria Organização Mundial
Estados, territórios, empresas, sião do "Cume da Terra", no do Turismo desde 1977, quan-
instituições e organismos, reu- Rio de Janeiro em 1992, e que Intimamente convencidos de do em sua Assembleia Geral
nidos na Assembleia Geral, em foram expressos no Programa que, sempre que se repetem adotou, em Istambul, a Reso-
Santiago, Chile, em 1º de ou- 21 adotado na mesma ocasião, determinados princípios e se lução 364 (XII) para promover
tubro de 1999, observam certas normas, o uma verdadeira colaboração
Tendo presente o rápido e turismo responsável e susten- entre os agentes públicos e
Reafirmando os objetivos contínuo crescimento, tanto tável não é de modo algum privados do desenvolvimento
enunciados no art. 3º dos Esta- passado como previsível, da incompatível com uma maior turístico, e desejosos de que
tutos da Organização Mundial atividade turística originada liberalização das condições uma associação e uma coope-
do Turismo, e conscientes da por motivos de lazer, negó- pelas quais se rege o comér- ração de mesma natureza se
função "central e decisiva" re- cios, cultura, religião ou saú- cio de serviços sob cuja tutela estendam de forma aberta e
conhecida à Organização pela de, bem como seus poderosos operam as empresas do setor, equilibrada às relações entre
Assembleia-Geral das Nações efeitos positivos e negativos e que é possível conciliar neste países emissores e receptores,
Unidas na promoção e no de- no meio ambiente, na econo- campo: economia e ecologia, e entre seus respectivos seto-
senvolvimento do turismo com mia e na sociedade dos países meio ambiente e desenvolvi- res turísticos,
a finalidade de contribuir para emissores e receptores, nas co- mento, e abertura aos inter-
o crescimento econômico, a munidades locais e nas popu- câmbios internacionais e pro- Expressando nossa vontade
compreensão internacional, a lações autóctones, assim como teção das identidades sociais e de dar continuidade às De-
paz e a prosperidade dos pa- nas relações e nos intercâm- culturais, clarações de Manila de 1980
íses, assim como para o res- bios internacionais, sobre o turismo mundial e de
peito universal e a observação Considerando que neste pro- 1997 sobre os efeitos sociais
dos direitos humanos e das Movidos peIa vontade de fo- cesso todos os agentes do do turismo, bem como à Car-
liberdades fundamentais sem mentar um turismo respon- desenvolvimento turístico ta do Turismo e ao Código do
distinção de raça, sexo, língua sável e sustentável, ao qual – administrações nacionais, Turista, adotados em Sofia no
ou religião, todos tenham acesso no exer- regionais e locais, empresas, ano de 1985, sob os auspícios
cício do direito aplicável a to- associações profissionais, tra- da OMT,
Profundamente convencidos das as pessoas de dispor de seu balhadores do setor, organi-
de que, graças ao contato di- tempo livre para fins de lazer e zações não governamentais e Mas compreendendo que es-
reto, espontâneo e imediato viagens, com o devido respei- organismos de todo tipo do ses instrumentos devem ser
que permite entre homens e to às opções sociais de todos setor turístico – e também as complementares a um conjun-
mulheres de culturas e formas os povos, comunidades receptoras, os to de princípios interdepen-
de vida diferentes, o turismo é órgãos de imprensa e os pró- dentes em sua interpretação e
uma força viva a serviço da paz Mas convencidos também de prios turistas exercem respon- aplicação, aos quais os agentes
de desenvolvimento turístico • Convênio Internacional de • Acordo-Geral sobre o Co- to de economia internacional
deverão ajustar sua conduta Chicago sobre Aviação Civil, mércio de serviços, de 15 de aberta e liberalizada, e
no início do século XXI, de 7 de dezembro de 1944, abril de 1994,
assim como as convenções Proclamamos solenemente
Referindo-nos, para os efei- de Tóquio, Haia e Montreal • Convênio sobre a Diversida- com esse fim os princípios do
tos do presente instrumento, adotadas com relação aos ci- de Biológica, de 16 de janei- Código de Ética Mundial para
às definições e classificações tados convênios, ro de 1995, o Turismo.
aplicáveis aos viajantes, e es-
pecialmente às noções de "vi- • Convenção sobre as facilida- • Resolução da XI Assembleia-
sitante", "turista" e "turismo" des aduaneiras para o turis- -Geral da OMT (Cairo) sobre
adotadas pela Conferência mo, de 4 de julho de 1954, e a prevenção do turismo se-
Internacional de Otawa, reali- Protocolo associado, xual organizado, de 22 de
zada de 24 a 28 de junho de outubro de 1995,
1991, e aprovadas em 1993 • Convênio relativo à prote-
pela Comissão de Estatutos ção do patrimônio mundial, • Declaração de Estocolmo
das Nações Unidas, em seu 27º cultural e natural, de 23 de contra a exploração sexual
período de seções, novembro de 1972, comercial de crianças, de 28 Artigo 1º
de agosto de 1996,
Referindo-nos particularmen- • Declaração de Manila sobre CONTRIBUIÇÃO DO TURISMO
te aos instrumentos relaciona- o Turismo Mundial, de 10 de • Declaração de Manila sobre PARA O ENTENDIMENTO E O
dos a seguir: outubro de 1980, os Efeitos Sociais do Turismo, RESPEITO MÚTUO ENTRE HO-
de 22 de maio de 1997, e MENS E SOCIEDADES
Afirmamos o direito ao turis- • Resolução da VI Assembleia-
mo e à liberdade de desloca- -Geral da OMT (Sofia), na • Convênios e recomendações 1. A compreensão e a promo-
mento turístico, qual foram adotados a Car- adotados pela Organização ção dos valores éticos comuns
ta do Turismo e o Código do Internacional do Trabalho da humanidade, em um espí-
• Declaração Universal dos Turista, de 26 de setembro com respeito aos convênios rito de tolerância e respeito à
Direitos Humanos, de 10 de de 1985, coletivos, à proibição de tra- diversidade, às crenças religio-
dezembro de 1984, balhos forçados e do traba- sas, filosóficas e morais são, ao
• Convenção sobre os Direitos lho infantil, à defesa dos di- mesmo tempo, fundamento e
• Pacto Internacional de Di- das Crianças, de 20 de no- reitos dos povos autóctones, consequência de um turismo
reitos Econômicos, Sociais e vembro de 1989, à igualdade de trato e à não responsável. Os agentes do
Culturais, de 16 de dezem- discriminação no trabalho. desenvolvimento turístico e
bro de 1966, • Resolução da IX Assembleia- os próprios turistas prestarão
-Geral da OMT (Buenos Aires), Afirmamos o direito ao turis- atenção às tradições e práticas
• Pacto Internacional de Direi- relativa à facilitação de via- mo e à liberdade de desloca- sociais e culturais de todos os
tos Civis e Políticos, de 16 de gens e à segurança dos turis- mento turístico. Expressamos povos, incluindo as minorias
dezembro de 1966, tas, de 4 de outubro de 1991, nossa vontade de promover nacionais e as populações au-
um ordenamento turístico tóctones, e reconhecerão suas
• Convênio de Varsóvia sobre • Declaração do Rio de Janeiro mundial equitativo, responsá- riquezas.
o transporte aéreo, de 12 de sobre o Meio Ambiente e o vel e sustentável, em benefí-
outubro de 1929, Desenvolvimento, de 13 de cio mútuo de todos os setores 2. As atividades turísticas se-
junho de 1992, da sociedade e em um contex- rão organizadas em harmonia
com as peculiaridades e tradi- 5. Em seus deslocamentos, os 1. O turismo, que é uma ati- legislações nacionais dos pa-
ções das regiões e países re- turistas e visitantes deverão vidade geralmente associada íses visitados e de seus países
ceptores, respeitando suas leis evitar todo ato criminal ou ao descanso, à diversão, ao es- de origem, mesmo quando co-
e costumes. considerado delitivo pelas leis porte e ao acesso à cultura e à metidos no exterior.
do país que visitam, bem como natureza, deve ser entendido
3. Tanto as comunidades re- qualquer comportamento que e praticado como um meio pri- 4. Os deslocamentos por moti-
ceptoras quanto os agentes possa chocar ou prejudicar a vilegiado de desenvolvimento vos de religião, saúde, educa-
profissionais locais deverão população local, ou ainda dani- individual e coletivo. Quando ção e intercâmbio cultural ou
aprender a conhecer e respei- ficar o entorno do lugar. Deve- vivenciado com a abertura de linguístico constituem formas
tar os turistas que os visitam rão se abster de qualquer tipo espírito necessária, é um fator particularmente interessantes
e a informar-se sobre sua for- de tráfico de drogas, armas, an- insubstituível de autoeduca- de turismo e merecem ser pro-
ma de vida, seus gostos e suas tiguidades, espécies protegidas ção, tolerância mútua e apren- movidos.
expectativas. A educação e a e produtos e substâncias peri- dizagem das legítimas diferen-
formação que competem aos gosas e proibidas pelas regula- ças entre povos, culturas e sua 5. Será favorecida a introdu-
profissionais contribuirão para mentações nacionais. diversidade. ção, em programas de estudo,
uma recepção hospitaleira aos de conteúdos sobre o valor
turistas. 6. Os turistas e visitantes têm 2. As atividades turísticas de- dos intercâmbios turísticos,
a responsabilidade de infor- verão respeitar a igualdade seus benefícios econômicos,
4. As autoridades públicas têm mar-se, desde antes de sua entre homens e mulheres. Do sociais e culturais e também
a missão de assegurar a prote- saída, sobre as características mesmo modo, deverão ser seus riscos.
ção dos turistas e dos visitan- do país que se dispõem a visi- promovidos os direitos huma-
tes, assim como de seus perten- tar. Além disso, estarão cons- nos e, em particular, os direi-
ces. Neste sentido, prestarão cientes dos riscos à saúde e à tos específicos dos grupos de
especial atenção aos turistas segurança inerentes a todos populações mais vulneráveis,
estrangeiros, devido a sua par- os deslocamentos fora de seu especialmente as crianças, os
ticular vulnerabilidade. Com entorno habitual e deverão se idosos, as pessoas com defici-
esta finalidade, facilitarão o comportar de modo a minimi- ência, as minorias étnicas e os
estabelecimento de meios de zar esses riscos. povos autóctones.
informação, prevenção, pro-
teção, seguro e assistência es- 3. A exploração de seres hu-
pecíficos que correspondam manos, em qualquer de suas Artigo 3º
às suas necessidades. Os aten- formas, principalmente a se-
tados, agressões, sequestros e xual, e em particular quando O TURISMO, FATOR DE DESEN-
ameaças dirigidos contra turis- atinge as crianças, fere os obje- VOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
tas ou trabalhadores do setor tivos fundamentais do turismo
turístico, assim como a destrui- e estabelece uma negação de 1. Todos os agentes de de-
ção intencional de instalações sua essência. Portanto, confor- senvolvimento turístico têm o
turísticas ou de elementos do me o direito internacional, de- dever de proteger o meio am-
patrimônio cultural ou natural Artigo 2º ve-se combatê-la sem reservas, biente e os recursos naturais,
devem ser condenados e re- com a colaboração de todos com vistas a um crescimento
primidos com severidade, em O TURISMO, INSTRUMENTO os Estados interessados, e pe- econômico estruturado, cons-
conformidade com a respecti- DE DESENVOLVIMENTO PES- nalizar os autores desses atos tante e sustentável, que seja
va legislação nacional. SOAL E COLETIVO com rigor em acordo com as capaz de satisfazer equitativa-
mente as necessidades e aspi- neráveis: regiões desérticas, respeitando-se os patrimô-
rações das gerações presentes polares ou de montanha, lito- nios artístico, arqueológico e
e futuras. râneas, florestas tropicais ou cultural, os quais devem ser
zonas úmidas, que sejam idô- protegidos e transmitidos às
2. As autoridades públicas na- neos para a criação de parques gerações futuras. Será dada
cionais, regionais e locais favo- ou reservas protegidas. atenção particular à proteção
recerão e incentivarão todas e à recuperação dos monu- Artigo 5
as modalidades de desenvolvi- 5. O turismo de natureza e o mentos, santuários e museus,
mento turístico que permitam ecoturismo são reconhecidos bem como dos lugares de in- O TURISMO, ATIVIDADE BENÉ-
preservar recursos naturais es- como formas de turismo par- teresse histórico ou arqueo- FICA PARA OS PAÍSES E AS CO-
cassos e valiosos, em particular ticularmente enriquecedoras e lógico, que devem estar am- MUNIDADES DE DESTINO
a água e a energia, e evitar no valorizadoras, sempre que res- plamente abertos à visitação
que for possível a produção de peitem o patrimônio natural e turística. Será estimulado o 1. As populações e comunida-
resíduos. a população local e se ajustem acesso do público aos bens des locais se associarão às ati-
à capacidade de carga dos lu- e monumentos culturais de vidades turísticas e terão uma
3. Serão feitos esforços para gares turísticos. propriedade particular, res- participação equitativa nos
distribuir no tempo e no espa- peitando-se os direitos de seus benefícios econômicos, sociais
ço os movimentos de turistas proprietários, assim como aos e culturais relacionados, espe-
e visitantes, em particular por edifícios religiosos, sem preju- cialmente na criação direta e
meio das férias remuneradas dicar os cultos. indireta de emprego do local.
e das férias escolares, e equi-
librar melhor o fluxo turístico, 3. Os recursos provenientes da 2. As políticas turísticas se or-
com o objetivo de reduzir a visitação dos lugares e monu- ganizarão de modo a contri-
pressão causada pela ativida- mentos de interesse cultural buir com a melhoria do nível
de turística no meio ambiente deverão ser designados pre- de vida da população das regi-
e de aumentar seus efeitos be- ferencialmente, ao menos em ões visitadas e corresponder às
néficos no setor turístico e na Artigo 4º parte, à manutenção, prote- suas necessidades. A concep-
economia local. ção, melhoria e enriquecimen- ção urbanística e arquitetô-
O TURISMO, FATOR DE APRO- to desse patrimônio. nica e a forma de exploração
4. A infraestrutura e as ativida- VEITAMENTO E ENRIQUECI- das estações e dos meios de
des turísticas serão planejadas MENTO DO PATRIMÔNIO CUL- 4. A atividade turística será or- hospedagem turísticos busca-
de modo a proteger o patri- TURAL DA HUMANIDADE ganizada de modo a permitir rão uma ótima integração nos
mônio natural que constituem a sobrevivência e o desenvol- contextos econômico e social
os ecossistemas e a diversidade 1. Os recursos turísticos per- vimento da produção cultural locais. Com igual importância
biológica e a preservar as es- tencem ao patrimônio comum e artesanal tradicional, bem se priorizará a contratação de
pécies da fauna e da flora sil- da humanidade. As comuni- como do folclore, sem permitir mão de obra local.
vestre em perigo. Os agentes dades em cujo território se que seja padronizada e empo-
do desenvolvimento turístico, encontram têm com relação a brecida. 3. Será dada particular aten-
e em particular os profissionais eles direitos e obrigações par- ção aos problemas específi-
do setor, devem admitir que se ticulares. cos das zonas litorâneas e dos
imponham limites a suas ati- territórios peninsulares, assim
vidades quando exercidas em 2. As políticas e atividades tu- como das frágeis zonas rurais
espaços particularmente vul- rísticas serão desenvolvidas e de montanha, onde o turis-
mo representa com frequência os destinos e sobre as condi- profissionais interessados e a imprensa especializada em
uma das poucas oportunida- ções de viagem, recepção e es- suas associações, as autorida- turismo, e os demais meios de
des de desenvolvimento ante tadia. Além disso, assegurarão des públicas dos Estados de comunicação, incluindo os mo-
o declínio das atividades eco- a absoluta transparência das origem e dos países de destino dernos meios de comunicação
nômicas tradicionais. cláusulas dos contratos que se responsabilizarão pelo esta- eletrônica, difundirão uma
proponham a seus clientes, belecimento dos mecanismos informação verdadeira e equi-
4. Em acordo com a normativa tanto com respeito à natureza, necessários para a repatriação librada sobre os acontecimen-
estabelecida pelas autoridades ao preço e à qualidade dos ser- dos turistas nos casos de des- tos e as situações que possam
públicas, os profissionais de viços que se comprometeram cumprimento de contrato por influir no fluxo turístico. Deve-
turismo, e em particular os in- a prestar quanto com respeito parte das empresas organiza- rão ainda ter o cuidado de dis-
vestidores, executarão estudos às compensações financeiras doras de suas viagens. ponibilizar indicações precisas
de impacto de seus projetos cabíveis em casos de ruptura e fiéis aos consumidores dos
de desenvolvimento no entor- unilateral, por sua parte, de 5. Os Governos têm o direito – serviços turísticos. Com esse
no e nos ambientes naturais. tais contratos. e o dever –, especialmente em objetivo, serão desenvolvidas
Da mesma forma, facilitarão casos de crise, de informar aos e implementadas as novas tec-
com a máxima transparência e 2. No que lhes couber e em co- seus cidadãos as condições di- nologias de comunicação e co-
com a objetividade pertinente operação com as autoridades fíceis, inclusive os perigos com mércio eletrônico, que, como
toda informação relativa aos públicas, os profissionais do os quais possam se deparar a imprensa e os demais meios
seus programas futuros e suas turismo velarão pela seguran- durante seus deslocamentos de comunicação, não deverão
consequências previsíveis e fa- ça, a prevenção de acidentes ao exterior. Além disso, é de facilitar de forma alguma o tu-
vorecerão o diálogo sobre seu as condições sanitárias e a hi- sua incumbência facilitar essas rismo sexual.
conteúdo com as populações giene dos alimentos daqueles informações sem prejudicar
interessadas. que recorram a seus serviços; de forma injustificada nem
se preocuparão com a existên- exagerada o setor turístico
cia de sistemas de seguros e de dos países receptores e os in-
assistência adequados. Além teresses de seus próprios ope-
disso, assumirão o compromis- radores. O conteúdo das even-
so de prestar contas, conforme tuais advertências deverá ser
determinado pela legislação previamente discutido com as
nacional e, quando for o caso, autoridades dos países de des-
pagar uma justa indenização tino e com os profissionais in-
em casos de descumprimento teressados. As recomendações Artigo 7º
de suas cláusulas contratuais. que forem formuladas guar-
Artigo 6º darão estrita proporção com a DIREITO AO TURISMO
3. No que lhes couber, os pro- gravidade das situações reais e
OBRIGAÇÕES DOS AGENTES fissionais do turismo contribui- se limitarão às zonas geográfi- 1. A possibilidade de acesso
DO DESENVOLVIMENTO TU- rão para o pleno desenvolvi- cas onde se haja comprovado direto e pessoal ao descobri-
RÍSTICO mento cultural e espiritual dos a situação de insegurança. Es- mento das riquezas de nosso
turistas e permitirão o exercí- sas recomendações serão ate- mundo constituirá um direito
1. Os agentes profissionais do cio de suas práticas religiosas nuadas ou anuladas quando aberto por igual a todos os
turismo têm obrigação de faci- durante os deslocamentos. suceder a volta à normalidade. habitantes de nosso planeta.
litar aos turistas uma informa- A participação cada vez mais
ção objetiva e autêntica sobre 4. Em coordenação com os 6. A imprensa, e em particular difundida no turismo nacio-
nal e internacional deve ser 1. Em acordo com o direito in- nacionais, como os vistos e as de origem e dos países de
entendida como uma das me- ternacional e as leis nacionais, formalidades sanitárias e adu- destino, serão garantidos es-
lhores expressões possíveis do os turistas e visitantes se bene- aneiras, serão adaptados de pecialmente os direitos fun-
contínuo crescimento do tem- ficiarão da liberdade de circu- modo a facilitar ao máximo damentais dos trabalhadores
po livre, e a ela não se colocará lar no interior de seus países e a liberdade das viagens e o assalariados e autônomos do
obstáculo nenhum. de um país a outro, conforme acesso da maioria das pessoas setor turístico e das atividades
o art. 13 da Declaração Uni- ao turismo internacional. Se- afins, levando-se em conside-
2. O direito ao turismo para versal dos Direitos Humanos, rão promovidos acordos entre ração as limitações específicas
todos deve ser entendido e poderão ter acesso às áreas grupos de países para harmo- ligadas à sazonalidade de suas
como consequência do direito de trânsito e permanência, nizar e simplificar esses proce- atividades, a dimensão global
ao descanso e ao lazer e em assim como aos lugares turís- dimentos. As taxas e encargos de seu setor e a flexibilidade
particular à limitação razoável ticos e culturais, sem formali- específicos que penalizem o que a natureza do seu traba-
da duração do trabalho e às dades exageradas nem discri- setor turístico e diminuam sua lho costuma impor.
férias anuais pagas, garantidas minações. competitividade serão elimi-
no art. 24 da Declaração Uni- nados e corrigidos progressi- 2. Os trabalhadores assala-
versal dos Direitos Humanos e 2. É reconhecida aos turistas e vamente. riados e autônomos do setor
no art. 7.d do Tratado Interna- visitantes a permissão de utili- turístico e de atividades liga-
cional de Direitos Econômicos, zar todos os meios de comuni- 5. Sempre que a situação eco- das ao setor têm o direito e
Sociais e Culturais. cação disponíveis, interiores e nômica de seus países de ori- o dever de receber uma for-
exteriores, que se beneficiarão gem o permita, os viajantes mação inicial e contínua ade-
3. Com o apoio das autoridades de um acesso rápido e fácil poderão dispor das concessões quada. Terão assegurada uma
públicas se desenvolverá o tu- aos serviços administrativos, de conversão monetária de proteção social suficiente, e
rismo social, em particular asso- judiciais e sanitários locais e que precisem para seu deslo- será limitada o quanto pos-
ciativo, que permite o acesso da poderão entrar livremente em camento. sível a precariedade de seus
maioria dos cidadãos ao lazer, contato com as autoridades do empregos. Será proposto um
às viagens e às férias. país do qual sejam cidadãos estatuto particular dos tra-
em conformidade com os con- balhadores estáveis do setor,
4. Serão incentivados e facilita- vênios diplomáticos vigentes. especialmente com respeito à
dos o turismo familiar, dos jo- seguridade social.
vens e dos estudantes, dos idosos 3. Os turistas e visitantes go-
e das pessoas com deficiência. zarão dos mesmos direitos 3. Sempre que demonstre
que os cidadãos do país que possuir as disposições e qua-
visitam no que diz respeito à lificações necessárias, será re-
confidencialidade de seus da- conhecido a toda pessoa física
dos pessoais, particularmente e jurídica o direito a exercer
quando a informação estiver Artigo 9º uma atividade profissional no
armazenada em meio eletrô- âmbito do turismo, em acor-
nico. DIREITOS DOS TRABALHADO- do com a legislação nacional
RES E DOS EMPRESÁRIOS DO vigente. Será reconhecido aos
Artigo 8º 4. Os procedimentos admi- SETOR TURÍSTICO empresários e investidores,
nistrativos para atravessar as especialmente das pequenas
LIBERDADE DE DESLOCAMEN- fronteiras estabelecidas pelos 1. Sob a supervisão das ad- e médias empresas, o livre
TO TURÍSTICO países ou por acordos inter- ministrações de seus países acesso ao setor turístico com o
mínimo de restrições legais e das entre empresas dos países 3. Os mesmos agentes manifes-
administrativas. emissores e receptores contri- tam sua intenção de submeter
buem para o desenvolvimento os litígios relativos à aplicação
4. As trocas de experiências sustentável do turismo e para ou à interpretação do Código
oferecidas aos dirigentes do uma divisão equitativa dos be- de Ética Mundial para o Turis-
setor, bem como a outros tra- nefícios de seu crescimento. mo a um terceiro órgão impar-
balhadores, de distintos paí- cial, denominado Comitê de
ses, sejam assalariados ou não, Ética do Turismo, para fins de
contribuem para a expansão conciliação.
do setor turístico mundial.
Por esse motivo, as trocas de
experiências serão facilitadas
o máximo possível, em con-
formidade com as legislações
nacionais e as convenções in-
ternacionais aplicáveis.

5. As empresas multinacionais Artigo 10


do setor turístico, fator insubs-
tituível de solidariedade no APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS
desenvolvimento e de dina- DO CÓDIGO ÉTICO MUNDIAL
mismo nos intercâmbios inter- PARA O TURISMO
nacionais, não abusarão da po-
sição dominante que possam 1. Os agentes públicos e priva-
ocupar. Evitarão se converter dos do desenvolvimento turís-
em transmissoras de modelos tico cooperarão na aplicação
culturais e sociais impostas ar- dos presentes princípios e con-
tificialmente às comunidades trolarão sua prática efetiva.
receptoras. Em troca da liber-
dade de investimento e ope- 2. Os agentes do desenvolvi-
ração comercial que lhes deve mento turístico reconhecerão
ser reconhecida plenamente, o papel das organizações in-
deverão se comprometer com ternacionais, em primeiro lu-
o desenvolvimento local, evi- gar o da Organização Mundial
tando que uma repatriação do Turismo e das organizações
excessiva de seus benefícios não governamentais compe-
ou a indução de importações tentes nos campos da promo-
reduza a contribuição dada às ção e do desenvolvimento do
economias onde estejam esta- turismo, da proteção dos di-
belecidas. reitos humanos, do meio am-
biente e da saúde, em acordo
6. A colaboração e o estabele- com os princípios gerais do di-
cimento de relações equilibra- reito internacional.
Para mais informações:

http://ethics.unwto.org/en/content/global-code-ethics-tourism

“Este código foi traduzido do original em espanhol, edi-


tado pela OMT, pela Fundação Universidade Empresa de
Tecnologia e Ciência (Fundatec), Câmara de Turismo do
Rio Grande do Sul, no ano 2000, e revisado pelo Ministé-
rio do Turismo em 2015, mas não foi revisado pela OMT. “

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