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Mod Hermeneutica v1
Mod Hermeneutica v1
Elaboração:
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Apresentação............................................................................................................................
Introdução ................................................................................................................................
Unidade II – Análises.............................................................................................................
Referências ................................................................................................................................
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Caro aluno,
Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os
objetivos da disciplina, a organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo
que devem ser dedicadas a cada unidade.
A carga horária desta disciplina é de 40 (quarenta) horas, cabendo a você administrar o tempo
conforme a sua disponibilidade. Mas, lembre-se, há uma data-limite para a conclusão da
disciplina, incluindo a apresentação ao seu tutor das atividades avaliativas indicadas.
Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, que farão parte
das atividades avaliativas da disciplina; serão indicadas também fontes de consulta para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Lembre-
se de que, apesar de distantes, podemos estar muito próximos.
A Coordenação
Apresentação
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Apresentação: Mensagem da Coordenação.
Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua
prática e seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina.
Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina, para estimulá-lo a pensar a
respeito do assunto proposto. Registre sua visão, sem se preocupar com o conteúdo do texto.
O importante é verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É
fundamental que você reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de
nosso trabalho.
Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de
dicionários, exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no
texto básico.
Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos
textos e enriquecê-los com sua contribuição pessoal.
Para (não) finalizar: Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com
a reflexão.
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Organização da Disciplina
Ementa
Objetivos
• Analisar melhor a definição das palavras (lexicologia) e sua relação umas com
as outras (sintaxe) objetivando melhor compreender o sentido original do texto.
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Unidade I – Aspectos Introdutórios
Conteúdo Capítulo
Unidade II – Análises
Conteúdo Capítulo
Análise Léxico-Sintática 4
Análise Teológica 5
Conteúdo Capítulo
Princípios de Interpretação 7
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Introdução
Portanto, nosso material didático tratará da disciplina Hermenêutica, que é a síntese dos
resultados da exegese, tornando-a relevante para todo leitor da Palavra de Deus.
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UNIDADE I – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1. DEFINIÇÕES
a) Do nome HERMES, deus grego que servia de mensageiro dos deuses, transmitindo e
interpretado suas comunicações.
Ciência: porque tem normas, ou regras, e essas podem ser classificadas num sistema
ordenado.
Arte: porque a comunicação é flexível. Uma aplicação mecânica e rígida das regras, às
vezes distorcerá o verdadeiro sentido de uma comunicação.
2. A EXEGESE
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Nossa tarefa é dupla: Primeiro, descobrir o que o texto significava originalmente, esta
tarefa é chamada exegese.
Para nós, exegese é ler e explicar os textos em empatia (e simpatia) com os escritores
bíblicos. O exegeta é primeiramente um historiador que analisa os documentos.
Todavia, ele tem de ir além da análise impessoal: é necessário assumir a fé que o
escritor possuía para entender seus escritos. A exegese é um trabalho literário-espiritual.
. Exegese é uma palavra que vem da língua grega, sendo composta da preposição EK
(de) e da forma substantiva do verbo HEGEOMAI (ir, guiar, conduzir) e significa
"conduzir para fora" o sentido original de um texto. Na exegese procuramos entrar no
texto (EIS), e ficar nele (EN), para então sairmos dele (EK) tirando lições para nós.
Na realidade, todos são exegetas dalgum tipo. A única questão real é se você vai ser um
bom exegeta. Quantas vezes, por exemplo, você ouviu ou disse: "O que Jesus queria
dizer com aquilo foi..." "Lá naqueles tempos, tinham o costume de .. ."? São expressões
exegéticas. São empregadas mais frequentemente para explicar as diferenças entre
"eles" e "nós" — por que não edificamos parapeitos em redor das nossas casas, por
exemplo, ou para dar uma razão do nosso uso de um texto de uma maneira nova ou
diferente — por que o aperto da mão frequentemente tomou o lugar do "ósculo santo."
Até mesmo quando tais ideias não são articuladas, são, na realidade, praticadas o tempo
todo de um modo que segue o bom-senso.
O problema com boa parte disto, no entanto, é (1) que tal exegese frequentemente é
seletiva demais, e (2) que frequentemente as fontes consultadas não são escritas por
"peritos verdadeiros," ou seja: são fontes secundárias que também empregam outras
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fontes secundárias, ao invés das fontes primárias. São necessárias umas poucas palavras
acerca de cada um destes problemas:
O problema real com a exegese "seletiva" é que a pessoa frequentemente atribuirá suas
próprias ideias, completamente estranhas, a um texto e, assim, fará da Palavra de Deus
algo diferente daquilo que Deus realmente disse. Por exemplo, um dos autores deste
livro recentemente recebeu uma carta de um evangélico bem conhecido, que
argumentou que o autor não deveria comparecer a uma conferência juntamente com
outra pessoa bem conhecida, cuja ortodoxia era algo suspeita. A razão bíblica dada para
evitar a conferência foi 1 Tessalonicenses 5.22: "Abstende-vos de toda forma do mal".
Se, porém, nosso irmão tivesse aprendido a ler a Bíblia exegeticamente, não teria usado
o texto dessa maneira. Ora, 1 Ts. 5:22 foi a palavra final de Paulo num parágrafo aos
tessalonicenses a respeito das expressões carismáticas na comunidade. "Não tratem as
profecias com desprezo", diz Paulo. "Pelo contrário, testem tudo, e apeguem-se ao que é
bom, mas evitem todas as formas malignas." "Evitar o mal" tem a ver com "profecias,"
que, ao serem testadas, revelam-se não serem do Espírito. Fazer este texto significar
alguma coisa que Deus não pretendeu é abusar do texto, não usá-lo. Para evitar erros
deste tipo, devemos, aprender a pensar exegeticamente, ou seja: começar no passado, lá
e então, e fazer assim com todos os textos.
2. Conforme logo notaremos, não se começa consultando os "peritos." Mas quando for
necessário fazê-lo, devemos procurar usar as melhores fontes. Por exemplo, em Marcos
10.23 (Mt. 19.23; Lc 18.24), no término da história do jovem rico, Jesus diz: "Quão
dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!" Passa a acrescentar: "É
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mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino
de Deus." Frequentemente se diz que havia uma porta em Jerusalém chamada o "Fundo
da Agulha," pela qual os camelos somente poderiam atravessar de joelhos, e com grande
dificuldade. A lição desta "interpretação" é que um camelo poderia realmente passar
pelo "Fundo da Agulha." O problema desta "exegese," no entanto, é que simplesmente
não é verdadeira. Nunca houve semelhante porta em Jerusalém, em qualquer período da
sua história. A primeira "evidência" que se conhece em prol de tal ideia é achada no
século XI d.C. (!), num comentário de um eclesiástico grego chamado Teofilacto, que
tinha a mesma dificuldade com o texto que nós temos. Afinal das contas, é impossível
para um camelo passar pelo fundo de uma agulha, e era exatamente o que Jesus queria
ensinar. É impossível para alguém que confia nas riquezas entrar no Reino. É necessário
um milagre para uma pessoa rica receber a salvação, o que é certamente a lição das
palavras que se seguem: "Para Deus tudo é possível."
3. ESTUDO DA CANONICIDADE
Perceberemos neste campo que se estuda a diferenciação entre os livros que não trazem
o selo da inspiração divina e os que o trazem. Este foi um processo histórico no qual o
Espírito Santo guiou a Igreja neste reconhecimento.
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CRÍTICA TEXTUAL
“As variantes leituras acerca das quais permanece alguma dúvida entre os críticos
textuais do NT, não afetam nenhuma questão essencial do fato histórico ou da fé e
práticas cristãs.”
É importante considerar que na prática, não devemos nos esquecer que as dúvidas são
suscitadas no campo acadêmico, e as divergências devem permanecer nele.
CRÍTICA HISTÓRICA
Neste campo os pressupostos de partida são liberais, por isso também é conhecida como
LIBERALISMO. No campo histórico, ou ALTA CRITICA, como é também conhecido,
o foco de estudos são a autoria de um livro, a data de sua composição, as circunstâncias
históricas que cercam sua composição, a autenticidade de seu conteúdo e sua unidade
literária..
EXEGESE
Quando focamos a Exegese levamos em conta que o passo seguinte aos anteriores é
aplicar os princípios da hermenêutica para chegar-se a um entendimento correto do
texto. O prefixo. Ex: “fora de”, “para fora”, refere-se á ideia de que o interprete está
tentando derivar seu entendimento do Texto, em vez de ler seu significado no “para
dentro” texto- eisegese. Temos assim uma definição de Hermenêutica Contemporânea,
contrária da praticada na Igreja Primitiva.
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4. TEOLOGIA BÍBLICA E TEOLOGIA SISTEMATICA
A Teologia Sistemática por sua vez, organiza os dados bíblicos de uma maneira lógica
antes que histórica. Como exemplo podemos citar: A Natureza de Deus, Cristologia,
Bibliologia, Eclesiologia, o mistério dos Anjos, etc.. Estas teologias são
complementares.
1-Estudo doCanon---2-CríticaTextual---3-CríticaHistórica---
É fundamental consideramos que o alvo de uma boa interpretação não tão é simples:
chegar ao "sentido claro do texto." E o ingrediente mais importante que a pessoa traz a
essa tarefa é o bom-senso aguçado. Uma boa interpretação dependerá do conhecimento
do verdadeiro sentido do texto. Portanto a interpretação correta, traz alívio à mente bem
como uma sacudida no coração.
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a- O Leitor Como Intérprete – 1ª Parte
A primeira razão por que precisamos aprender como interpretar é que, quer deseje, quer
não, todo leitor é ao mesmo tempo um intérprete. ou seja a maioria de nós toma por
certo que, enquanto lemos, também entendemos o que lemos. Tendemos, também, a
pensar que nosso entendimento é a mesma coisa que a intenção do Espírito Santo ou do
autor humano. Apesar disso, invariavelmente levamos para o texto tudo quanto somos,
com toda nossa experiência, cultura e entendimento prévio de palavras e ideias. Às
vezes, aquilo que levamos para o texto, sem o fazer deliberadamente, nos desencaminha
ou nos leva a atribuir ao texto ideias que lhe são estranhas.
Desta maneira, quando uma pessoa em nossa cultura ouve a palavra "cruz", séculos de
arte e simbolismo cristãos levam a maioria das pessoas a pensar automaticamente numa
cruz romana (T) embora haja pouca probabilidade de que aquele era o formato da Cruz
de Jesus, que provavelmente tinha a forma de um "T". A maioria dos protestantes, e dos
católicos também, quando lê textos acerca da igreja em adoração, automaticamente
forma um quadro de pessoas sentadas numa construção com bancos, muito semelhante
às deles. Quando Paulo diz: “Nada disponhais para a carne, no tocante às suas
concupiscências” (Rm 13.14), as pessoas nas culturas de idiomas europeus tendem a
pensar que "a carne" significa “o corpo" e, portanto, que Paulo está falando nos
"apetites físicos." Mas a palavra "carne," conforme Paulo a emprega, raras vezes se
refere ao corpo — e neste texto quase certamente não tem esse sentido — mas, sim, a
uma enfermidade espiritual, uma doença de existência espiritual às vezes chamada "a
natureza pecaminosa." O leitor, portanto, sem o fazer deliberadamente, está
interpretando o que lê, e, infelizmente, por demais frequentemente interpreta
incorretamente.
Isto nos leva a notar ainda mais arte o leitor de uma Bíblia em idioma latino já está
envolvido na interpretação. A tradução, pois, é em si mesma uma forma (necessária) de
interpretação. Sua Bíblia, seja qual for a tradução que você empregar, que para você é o
ponto de partida, é, na realidade, o resultado final de muito trabalho erudito. Os
tradutores são regularmente conclamados a fazer escolhas quanto aos significados, e as
escolhas deles irão afetar como você entende.
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Os bons tradutores, portanto, levam em consideração as diferenças entre nossos
idiomas. Esta, porém, não é uma tarefa fácil. Em Romanos 13.14, por exemplo,
devemos traduzir "carne" porque esta é a palavra que Paulo empregou, e depois deixar o
intérprete contar-nos que "carne" aqui não significa "corpo"? Ou devemos "ajudar" o
leitor e traduzir "natureza pecaminosa" porque é isto que Paulo realmente quer dizer?
Retomaremos este assunto com maiores detalhes no capítulo seguinte. Por enquanto,
basta indicar que o próprio fato da tradução já envolveu a pessoa na tarefa da
interpretação.
A necessidade de interpretar também é achada por meio de notar aquilo que acontece
em nosso redor o tempo todo. Uma simples olhada para a igreja contemporânea, por
exemplo, torna abundantemente claro que nem todos os "significados claros" são
igualmente claros para todos. É de interesse mais do que passageiro que a maioria
daqueles na igreja de hoje que argumentam que as mulheres devem guardar silêncio na
igreja, com base em 1 Coríntios 14.34-35, negam, ao mesmo tempo, a validez do falar
em línguas e da profecia, o próprio contexto em que a passagem do "silêncio" ocorre. E
aqueles que afirmam que as mulheres, e não somente os homens, devem orar e
profetizar, com base em 1 Coríntios 11.2-16, frequentemente negam que devem fazê-lo
com a cabeça coberta. Para alguns, a Bíblia "ensina claramente" o batismo dos crentes
mediante a imersão; outros acreditam que podem defender o batismo de crianças por
meio da Bíblia. Tanto a "segurança eterna" quanto a possibilidade de "perder a
salvação" são pregadas na igreja, mas nunca pela mesma pessoa! As duas posições, no
entanto, são afirmados como sendo o significado claro dos textos bíblicos. Até mesmo
os dois autores deste livro têm certos desacordos entre si quanto ao significado "claro"
de certos textos. Mesmo assim, todos nós estamos lendo a mesma Bíblia e todos
estamos procurando ser obedientes àquilo que o texto "claramente" significa.
Além destas diferenças reconhecíveis entre "crentes bíblicos," há, também, todos os
tipos de coisas estranhas em andamento. Usualmente podemos reconhecer as seitas, por
exemplo, porque têm uma autoridade além da Bíblia. Mas nem todas elas a têm; em
todos os casos, porém, torcem a verdade pelo meio que selecionam textos da própria
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Bíblia. Toda heresia ou prática que se possa imaginar, desde o arianismo (a negação da
divindade de Cristo), das Testemunhas de Jeová e de "O Caminho", até o batismo em
prol dos mortos entre os mórmons, até o manipular de serpentes entre as seitas
apalacianas, alega ser "apoiada" por algum texto.
Até mesmo entre pessoas mais teologicamente ortodoxas, no entanto, muitas ideias
estranhas conseguem ganhar aceitação em vários círculos. Por exemplo, uma das modas
atuais entre os protestantes norte-americanos, especialmente os carismáticos, é o assim-
chamado Evangelho da riqueza e da saúde. As "boas novas" são que a vontade de Deus
para você é a prosperidade financeira e material! Um dos defensores deste "evangelho"
começa seu livro ao argumentar em prol do "sentido claro" da Escritura e ao alegar que
coloca a Palavra de Deus em posição de absoluta primazia no decurso do seu estudo.
Diz que não conta aquilo que pensamos que ela diz, mas, sim, o que ela realmente diz.
O "significado claro" é o que ele quer. Começamos, porém, a ter nossas dúvidas acerca
de qual é realmente o "significado claro" quando a prosperidade financeira é
argumentada como sendo a vontade de Deus a partir de um texto tal como 3 João 2:
"Amados, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde, assim, como é
próspera a tua alma" — texto este que realmente não tem nada a ver com a prosperidade
financeira. Outro exemplo toma o significado claro do jovem rico (Marcos 10.17-22)
como sendo exatamente o oposto daquilo "que realmente diz," e atribui a
"interpretação" ao Espírito Santo. Podemos talvez questionar com razão se o significado
claro realmente está sendo procurado; talvez o significado claro seja simplesmente
aquilo que semelhante escritor quer que o texto signifique a fim de apoiar suas idéias
prediletas.
Dada toda esta diversidade, tanto dentro quanto fora da igreja, e todas as diferenças até
mesmo entre os estudiosos, que alegadamente conhecem "as regras," não é de se
maravilhar que alguns argumentam em prol de nenhuma interpretação, em prol da
simples leitura. Esta, porém, é uma opção falsa, conforme vimos. O antídoto à má
interpretação não é simplesmente nenhuma interpretação, mas, sim, a boa interpretação,
baseada nas diretrizes do bom senso.
Os autores deste livro não sofrem de ilusões de que, ao ler e seguir nossas diretrizes,
todos finalmente concordarão quanto ao "significado claro", nosso significado! O que
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esperamos realizar é aumentar a sensibilidade do leitor a problemas específicos
inerentes em cada gênero, informá-lo por que existem opções diferentes e como fazer
julgamentos de bom-senso, e especialmente ter a capacidade de discernir entre
interpretações boas e as não tão boas — e de saber o que as faz assim.
6. A NATUREZA DA ESCRITURA
(Parte 1 – O Lado Divino)
Porque a Bíblia é a Palavra de Deus, tem relevância eterna; fala para toda a humanidade
em todas as eras e em todas as culturas. Porque é a Palavra de Deus, devemos escutar e
obedecer. Mas porque Deus escolheu falar Sua Palavra através das palavras humanas na
história, todo livro na Bíblia também tem particularidade histórica; cada documento é
condicionado pela linguagem, pela sua época, e pela cultura em que originalmente foi
escrito (e nalguns casos também pela história oral que teve antes de ser escrito). A
interpretação da Bíblia é exigida pela "tensão" que existe entre sua relevância eterna e
sua particularidade histórica.
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Há, do outro lado, aqueles que pensam na Bíblia somente em termos da sua relevância
eterna. Porque é a Palavra de Deus, tendem a pensar nela como sendo apenas uma
coletânea de proposições a serem cridas e de imperativos a serem obedecidos —
embora, invariavelmente, haja grande medida de selecionamento e escolha a ser feita
entre as proposições e imperativos. Há, por exemplo, cristãos que baseados em
Deuteronômio 22.5 ("A mulher não usará roupa de homem"), argumentam literalmente
que a mulher não deve usar calça comprida nem short. As mesmas pessoas, porém, raras
vezes tomam literalmente os demais imperativos naquela lista, que incluem a construção
de um parapeito no telhado da casa (v. 8), a não plantação de dois tipos de sementes
numa vinha (v. 9), e fazer borlas nos quatro cantos do manto (v. 12).
7. A NATUREZA DA ESCRITURA
(Parte 2 – O Lado Humano)
O fato de que a Bíblia tem um lado humano é nosso encorajamento; também é o nosso
desafio, e é a razão porque precisamos interpretar. Duas coisas precisam ser notados
quanto a isto.
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1. Ao falar através de pessoas reais, numa variedade de circunstâncias, por um período
de 1500 anos, a Palavra de Deus foi expressada no vocabulário e nos padrões de
pensamento daquelas pessoas, e condicionada pela cultura daqueles tempos e
circunstâncias. Ou seja: a Palavra de Deus para nós foi primeiramente a Sua Palavra a
elas. Se iriam ouvi-la, somente poderia ser através de eventos e linguagem que elas
poderiam ter entendido. Nosso problema é que estamos muito longe delas no tempo, e
às vezes no pensamento. Esta é a razão principal porque precisamos aprender a
interpretar a Bíblia. Se a Palavra de Deus acerca das mulheres usando roupas de
homens, ou das pessoas que devem ter parapeitos ao redor das casas pode falar conosco,
precisamos saber primeiro o que dizia aos seus ouvintes originais — e por que.
2. Um dos aspectos mais importantes do lado humano da Bíblia é que Deus, para
comunicar Sua Palavra para todas as condições humanas, escolheu fazer uso de quase
todo tipo de comunicações disponível: a história em narrativa, as genealogias, as
crônicas, leis de todos os tipos, poesia de todos os tipos, provérbios, oráculos proféticos,
enigmas, drama, esboços biográficos, parábolas, cartas, sermões e apocalipses.
Para interpretar corretamente o "lá e então" dos textos bíblicos, não somente se deve
saber algumas regras gerais que se aplicam a todas as palavras da Bíblia, como também
se deve aprender as regras especiais que se aplicam a cada uma destas formas literárias
(gêneros). E a maneira de Deus comunicar-nos Sua Palavra no "aqui e agora"
frequentemente diferirá de uma forma para outra. Por exemplo, precisamos saber como
um salmo, uma forma que frequentemente era dirigida a Deus, funciona como a Palavra
de Deus para nós, e como os Salmos diferem das "leis," que frequentemente eram
dirigidas a pessoas em situações culturais que já não existem mais. Como tais "leis" nos
falam, e como diferem das "leis" morais, que sempre são válidas em todas as
circunstâncias? Tais são as perguntas que a natureza dupla da Bíblia nos impõe.
8. Importância / Necessidade
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a) Evita distorções – II Pe3.16 (seitas se originam, geralmente de distorções de textos
sagrados).( texto fora do contexto é pretexto)
Moisés, por exemplo, viveu 300 anos antes de aparecerem os sábios da Grécia e Ásia
como Pitágoras, Confúcio e outros; já o último escritor bíblico, João, viveu cerca de
1500 anos depois de Moisés.
c.3- Lugares diferentes: os pontos onde foram escritos também variam entre si.
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Essencialmente, Hermenêutica serve de codificação para ajudar-nos a entender o
significado de uma comunicação. Pois até chegarmos a uma compreensão espontânea
das Escrituras, há diversos abismos para transpor:
Se estes abismos não forem saltados sabiamente, a compreensão espontânea e extra das
Escrituras será obstruída. A Hermenêutica é, portanto, a ponte certa para passarmos de
cabeça erguida sobre esses abismos.
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As Escrituras, pois, tratando de temas tão variados como céu, terra, tempo, eternidade,
visível e o invisível, material e espiritual, e escrita por pessoas distintas em modo de
vida e tempo, necessitam, para uma reta compreensão, do auxílio e conselho que a
Hermenêutica pode oferecer.
c) Dependência de Deus Para aprender – Ensinado por Deus é que o homem pode
aprender as Verdades que são reveladas somente aos que as sentem (Ef 4. 18; 1. 17; Jo
7. 17; Tg1. 5).
d) Consciência de que não haverá Nova Revelação – Por mais dócil, obediente e
piedoso que seja o cristão, o Espírito Santo não comunicará qualquer ensinamento que
já não esteja contido na própria Escritura. O estudo da Bíblia ,faz os homens sábios até
ao que está escrito, mas não além disso, (Is 8.20).
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4- Problemas Controversos na Hermenêutica Contemporânea
b) Harmonia entre autoria humana e divina – O ponto de vista ortodoxo diz que os
autores humanos e divinos trabalharam juntos na produção do texto inspirado. Pergunta-
se: “Que significado o autor humano tinha em mente?” Qual o significado pretendido
pelo autor divino? Para resolver, ou, apaziguar esta situação deva - se observar o
seguinte critério: “Quando uma passagem parecer ter um significado mais completo do
que o abrangido pelo autor humano, só deve ser assim interpretado quando Deus, por
meio de revelação posterior, tiver declarado tal significado. Ex: Is. 1. 1 – 3 ; Lc. 4.
17 – 21”.
- Usou as histórias que os críticos rejeitam como base nos seus discursos:
Mt. 24 37-39 o dilúvio de Noé; Mt 10-15 -Sodoma e Gomorra; Mt. 12.
39- 41 Jonas.
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Para se trabalhar com interpretação é preciso atentar para alguns critérios:
10.A BÍBLIA
A Bíblia é formada por 66 livros. A Bíblia é a mensagem de Deus para o seu povo,
contendo relatos históricos, profecias e orientações para uma vida dedicada e
consagrada. Notamos que desde Moisés ao apóstolo Paulo, Deus escolheu e inspirou
homens para registrar suas palavras a fim de transmiti-las a outras pessoas. É
instrumento para orientação da vontade de Deus para nossas vidas. A Bíblia é uma
revelação especial de Deus. Com certeza se buscamos o livro mais lido no mundo,
encontraremos a Bíblia e não só mais lido como o mais traduzido. Encontraremos nele
acerca da obra da salvação, providência divina para a humanidade, em Cristo Jesus.
A revelação de quem Deus é, a obra que Cristo fez pela humanidade e como devemos
viver para testemunhar sua maravilhosa obra em nós, encontraremos na Bíblia.
ANTIGO TESTAMENTO
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e Proféticos.
OS LIVROS HISTÓRICOS
Deus prometera a Abrão que faria dele uma grande Nação, e os israelitas se tornaram
essa poderoso nação, depois que tomaram posse da terra Prometida por Deus. Iniciando
com Saul sendo escolhido como primeiro rei de Israel, os livros históricos contam os
feitos do rei Davi, seu filho Salomão e os que os sucederam. Vários reis deram
continuidade assim, como Asa, seguiram as leis de Deus e foram abençoados. Outros,
como Acabe, que foram desobedientes e adoraram ídolos. Por causa disso, Deus disse
que destruiria o reino de Israel, que seria conquistado e escravizado pelos impérios da
Assíria e da Babilônia.
OS LIVROS POÉTICOS
OS LIVROS PROFÉTICOS
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Logo depois, com dezesseis diferentes autores encontramos os chamados Livros
Proféticos. Profeta Isaías, profeta Jeremias e profeta Daniel, que escreveram livros mais
longos, são conhecidos como os profetas maiores.
Profeta Ageu, profeta Zacarias e profeta Malaquias estão entre os chamados profetas
menores, cujos livros são mais curtos. Registra-se nesses livros de como Deus ficou
desapontado porque Israel o desobedeceu e não cumpriu suas ordens, e ainda desperta
ao povo quanto o amor incondicional de Deus por ele, além de profetizarem a vinda do
Cristo Messias que salvaria Israel para sempre.
O NOVO TESTAMENTO
OS EVANGELHOS
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AS EPÍSTOLAS
Depois de Atos dos Apóstolos vêm às epístolas ou cartas que Paulo e outros escreveram
para encorajar os primeiros cristãos na sua caminhada com Jesus. As cartas nos
apresentam muitas e ricas orientações sobre os desejos de Deus para a nossa conduta
diária.
O LIVRO PROFÉTICO
A Bíblia é a "revelação especial" de Deus. Ela nos relembra nossa natureza pecadora e
nossa responsabilidade diária para com Deus e seus mandamentos. Com a sua leitura
aprendemos que Deus é todo-poderoso e tem autoridade ilimitada sobre todas as
pessoas. Quando rejeitamos seus ensinamentos, estamos rejeitando a Deus e negando a
autoridade que Ele tem sobre toda a Criação. Rejeitar a Deus não é fato novo. Os
israelitas vagaram no deserto porque não creram que Deus os protegeria. O Rei Acabe
erigiu ídolos a falsos deuses. Jonas se negou a ir para Nínive apesar da ordem de Deus.
Quando ignoramos as promessas de bênçãos de Deus sobre nós, estamos
deliberadamente desobedecendo a Sua pessoa e seguindo nossos próprios desejos e
vontades. A Bíblia nos alerta da autoridade eterna de Deus sobre todas as pessoas.
Muitas dessas mesmas pessoas que negam a autoridade de Deus também dizem que a
Bíblia não é verdadeira porque homens - propensos a erros - a escreveram. É certo que
se os escritores bíblicos não eram pessoas perfeitas, a Bíblia é clara em afirmar que foi
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um trabalho inspirado por Deus e, portanto, perfeito. O apóstolo Paulo escreve que toda
Escritura é "inspirada por Deus (II Timóteo 3:16) e Pedro explica que "nunca jamais
qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de
Deus movidos pelo Espírito Santo" (II Pedro 1:21). Isto inclui o Velho e o Novo
Testamento
OS ORIGINAIS
Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever os originais das
Escrituras Sagradas. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns
poucos textos foram escritos em aramaico. O Novo Testamento foi escrito
originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.
Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das
Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim
cópias de cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram
escritos pelos seus autores, se perderam. As edições do Antigo Testamento hebraico e
do Novo Testamento grego se baseiam nas melhores e mais antigas cópias que existem
e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas.
Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo
hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Estes
registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram
copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração.
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Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas
por A Lei, Os Profetas e As Escrituras. Esses três grandes conjuntos de livros, em
especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que
ocorreu por volta de 95 d.C. A Lei continha os primeiros cinco livros da nossa Bíblia. Já
Os Profetas, incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué,
Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. E As Escrituras reuniam o grande livro de poesia, os
Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações,
Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.
Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das
cartas do Apóstolo Paulo destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos
povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado.
A formação desses grupos marca o início da igreja cristã. As cartas de Paulo eram
recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos
fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente
copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação.
OUTROS MANUSCRITOS
Além dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que
circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o
Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou Ensinamento dos Doze
Apóstolos). Durante muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem
aceitos de forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos
manuscritos eram realmente autorizados. Entretanto, gradualmente, o julgamento das
igrejas, orientado pelo Espírito de Deus, reuniu a coleção das Escrituras que constituíam
um relato mais fiel sobre a vida e ensinamentos de Jesus. No Século IV d.C. foi
estabelecido entre os concílios das igrejas um acordo comum e o Novo Testamento foi
constituído.
Os dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos naquela
ocasião - o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois inestimáveis
manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em grego. Ao todo temos
aproximadamente vinte manuscritos do Novo Testamento escritos nos primeiros cinco
séculos.
A Bíblia - o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo -, desde as suas origens,
foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e
compreendida por toda a humanidade. A necessidade de difundir seus ensinamentos
através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou em inúmeras traduções para
os mais variados idiomas e dialetos. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em
porções, em mais de 2.000 línguas diferentes.
A PRIMEIRA TRADUÇÃO
Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de Cristo.
Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo
Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que viviam
no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da
Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico.
Denominada Septuaginta (ou Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi
realizada por 70 sábios e contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica;
pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi
estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A igreja primitiva
geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou
deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas.
33
OUTRAS TRADUÇÕES
Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos nas línguas copta
(Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim - a mais importante de
todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente.
Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o bispo de
Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial das
Escrituras.
Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi
à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos e
examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se
conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns ("vulgus").
Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo
ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo,
alcançando até o Norte da Europa.
Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários
levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia
cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos.
Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável
Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma
tradução do Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós.
Aos poucos as traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo.
34
Na Alemanha, em meados do Século 15, um ourives chamado Johannes Gutemberg
desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte
produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas a mão
passaram a competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para
imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1500 - alemão, italiano, francês, tcheco,
holandês e catalão; e em outras seis línguas até meados do século 16 - espanhol,
dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.
Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas
traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16,
manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais,
começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os
sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.
Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi
Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de
Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi
publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez
estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua
original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem
relativamente recente e, portanto, não eram completamente confiáveis.
Durante nove anos vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumrân, no
Mar Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm
notícias. Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no Século I, nos 800
35
pergaminhos, escritos entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e
descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados
exclusivos do cristianismo.
Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa
confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da cerâmica
dos jarros e a datação por carbono 14 estabelecem que os documentos foram produzidos
entre 168 a.C. e 233 d.C. Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa
do livro de Isaías, feita cerca de cem anos antes do nascimento de Cristo. Especialistas
compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o
manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as
diferenças entre ambos eram mínimas.
Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como o do profeta
Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do
livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.
36
Desde o início da igreja desenvolveram-se duas heranças:
(1) uma que sustenta que o significado das Escrituras se encontra apenas em seu sentido
primário, histórico e (2) outra que entende que o significado definitivo das Escrituras
está em seu sentido pleno ou completo. Dessa distinção desenvolveram-se alguns
modelos e combinações de paradigmas para a interpretação da Bíblia na igreja
primitiva.
A IGREJA PRIMITIVA
Erasmo (1466-1536), mais que Lutero, quem redescobriu a primazia do sentido literal.
A ERA ATUAL
38
Além da hermenêutica existencial, entre os interesses recentes estão as abordagens
lingüística, literária, estruturalista e sociológica. Essas abordagens tendem a destacar o
contexto histórico de um texto e a vida em seu ambiente original.
A hermenêutica canônica deve estar atenta para não reduzir as ênfases distintas dentro
do cânon em favor de harmonizações superficiais.
As versões anglo-saxônicas
As primeiras Bíblias em inglês não eram inglesas de maneira alguma, e a rigor nem
eram traduções. As verdadeiras traduções anglo-saxônicas começaram com a versão de
Salmos feita por Aldhelm em cerca de 700 d.C.
Na Idade Média
A Bíblia em inglês fez poucos avanços durante os primeiros anos dos normandos, após
1066. O reformador John Wycliffe, destacando a função das Escrituras, teve a visão de
traduzir toda a Bíblia para uso mais amplo.
Na Reforma
Tyndale. A Bíblia de Wycliffe foi um passo importante, mas uma oposição feroz, o
trabalho pesado, o alto custo de produção e as rápidas mudanças lingüísticas reduziram
seu impacto. William Tyndale foi o pioneiro, o incentivador e buscou patrocínio oficial
publicar a edição aperfeiçoada de 1534.
The Great Bible (A Grande Bíblia). Coverdale, protegido pelo arcebispo Cranmer, fez
então uma tradução rápida de toda a Bíblia a partir de fontes secundárias (1535); para
tanto obteve autorização real.
Authorized Version (AV, KJV). John Reynolds produziu uma versão da Bíblia revisada.
Essa versão passou a ser chamada King James Version (KJV, Versão do Rei Tiago) ou
Authorized Version (AV, Versão Autorizada).
NO PERÍODO MODERNO
No século XIX. No século XIX, estudos bíblicos avançados e a utilização cada vez
maior logo geraram uma demanda de revisões que refletissem as conclusões acadêmicas
e o desenvolvimento lingüístico.
NO SÉCULO XX
No início do século XX, em 1917, foi publicada no Brasil uma tradução bastante literal
e erudita que teve a colaboração de Rui Barbosa. Ficou conhecida como a Tradução
Brasileira e não é mais publicada atualmente.
Mais recentemente foi lançada a Nova Versão Internacional (NVI), publicada em março
de 2001 (Novo Testamento em 1994); trata-se de versão fiel ao sentido do original e em
linguagem contemporânea.
Antes da invenção da imprensa por volta de 1450, todos os livros eram escritos e
copiados à mão. Uma obra escrita à mão é chamada manuscrito. As diferenças entre as
cópias dos livros do Antigo ou do Novo Testamento são chamadas leituras variantes.
Não é de admirar que haja diferenças nos manuscritos antigos. O processo laborioso de
cópia à mão levava inevitavelmente a erros acidentais. Além dos erros acidentais,
parece que alguns escribas desviavam-se deliberadamente do texto que estavam
copiando, com a intenção de corrigir erros anteriores.
Por causa do grande número de leituras variantes nos manuscritos bíblicos antigos, não
é “simples” traduzir do hebraico ou grego para alguma língua moderna. Além de
manuscritos hebraicos e gregos, os estudiosos também empregam as versões antigas
(traduções) na tentativa de restaurar o texto original.
Retirado do livro:
Manual Bíblico Vida Nova - Excelente Leitura
Qualificações do
livro sagrado
8. A Bíblia é tanto um livro simples quanto complexo. As crianças podem desde cedo
começar a estudá-la e a amá-la, e milhões de crianças o fazem. Mas alguns dos mais
capacitados estudiosos em todo o mundo gastam a vida inteira estudando a Bíblia e
mesmo assim confessam ter somente um conhecimento superficial desse livro
maravilhoso. A Bíblia é o livro mais estudado em todo o mundo, assim como também o
mais publicado, e quase certamente o livro mais apreciado do mundo.
11. A mensagem singular da Bíblia e seu poder transformador. Sua eficácia, efeitos
reais e eternos (At 17:11-12; II Rs 22:13; 23:4-25).
12. O cumprimento das profecias. A Bíblia também demonstra sua origem divina pela
precisão com que suas profecias são cumpridas.
43
13. Juiz supremo. A partir do instante em que aceitamos a autoridade da Bíblia, somos
chamados pela força da Palavra a nos submeter à autoridade de Deus. Se Ele, o Criador,
de fato se revelou aos homens através de palavras, tal revelação tem a força de lei para
Suas criaturas. Como soberano do universo, Deus tem o direito de exigir plena
obediência às Suas ordens e fazer valer Sua autoridade através de justo julgamento.
Deus, sendo onisciente e eterno, faz da Sua Palavra autoridade para todas as áreas da
vida humana, sejam elas espirituais, morais, intelectuais ou físicas.
Quando um homem nasce de novo, o Espírito de Deus implanta nele novo princípio de
vida, que é chamado um novo coração, uma nova natureza, uma nova criação. O homem
torna-se “participante da natureza divina”, e dali em diante tem dentro de si a vida de
Deus — “Porei as minhas leis no seu entendimento, e em seus corações as escreverei”
(Hb 10:16) — é o que Deus opera pela regeneração. E com as leis escritas no coração, o
crente tem o desejo de obedecer à vontade de Deus e recebe também o poder de fazê-lo.
É necessário considerar sobre as metáforas que a Escritura utiliza de si mesma para que
se crie um compromisso mais forte com o estudo da mensagem que Deus inspirou e os
autores bíblicos escreveram. Estas figuras literárias parecem as mais apropriadas para
descrever a Palavra em sua vitalidade e poder. Grandes lições são colhidas quando se
permite que Deus use essas metáforas para convencer seus servos da importância do
estudo e da exposição bíblica.
44
Espelho. A Bíblia é como um espelho no sentido de refletir com precisão nossa
aparência espiritual (ICo13:12; Tg 1:23, 25).
Espada. A Bíblia é como uma espada no sentido de poder ser utilizada como arma de
defesa e de ataque contra o inimigo (Hb 4:12; Ef 6:12, 17).
Água. A Bíblia é como água no sentido de saciar nossa sede e nos purificar as
impurezas espirituais (Jo 15:3; 13:10; IJo 1:9; Ef 5:25-27).
Semente (IPe 1:23-25; Tg 1:18). A palavra de Deus tem vitalidade quando ela é
aplicada pelo Espírito divino.
Martelo e Fogo. O “martelo que esmiúça a penha” (Jr 23:29) sugere que eventos,
completamente inesperados, ocorram quando Deus decide comandar transformações
pela sua Palavra. A “palha”, isto é, mensagens sem qualquer respaldo na revelação
divina, será queimada.
45
UNIDADE II – ANÁLISES
CONTEXTO
O que quer dizer contexto? O contexto se refere ao que vem antes e ao que vem depois
de algo. Todas as principais seitas são formadas a partir da violação do princípio do
contexto: textos são arrancados do seu contexto e apresentados de maneira que o
significado original seja totalmente distorcido.
46
Contexto histórico – Quando o fato está acontecendo? Onde na história a passagem se
encaixa? O que está acontecendo no mundo na mesma época? Quais são as influências
sociais, políticas e tecnológicas sobre o autor e sobre aqueles para quem escreve?
Contexto teológico – A questão aqui é: O que este autor sabia sobre Deus? Qual o
relacionamento de seus leitores com Deus? Como o povo adorava a Deus na época? A
que partes das Escrituras o escritor e sua audiência têm acesso? Que outras religiões e
visões de mundo competem com influência?
para formá-la. Durante esse tempo, Deus revelou progressivamente Sua mensagem aos
autores. Por isso, é importante localizar a passagem no fluxo das Escrituras.
Exemplo: Se você estiver estudando Noé, em Gênesis, estará antes dos Dez
Mandamentos, antes do Sermão da Montanha e antes de João 3:16. Na verdade, Noé
não tinha nenhum fragmento de texto bíblico para consultar. O que isso lhe diz quando
lê que “Noé achou graça diante do Senhor” (Gn 6:8).
A importância do contexto
47
2. O sentido correto da Bíblia vem do contexto (cuidado com as associações de certos
textos com outros que nunca foram escritos para serem ligados com eles; as associações
só devem ser feitas quando o texto indica e justifica claramente a ligação, sempre em
harmonia com os contextos).
5. Passagens difíceis são aquelas em que o contexto original é desconhecido para nós ou
difícil de precisar.
ANTECEDENTES HISTÓRICO-CULTURAIS
Há interação entre a cultura e a história e não podemos considerar uma sem levar em
conta a outra – a história e a cultura se sobrepõem. Alguns dos fatores histórico-
culturais de um povo são: nacionalidade, política /governo, religião, idioma, literatura,
costumes, vida sócio-econô-mica, objetivos, aspirações, ambiente físico, localização
geográfica e relacionamento com as nações vizinhas (circunstâncias gerais nas quais
48
viveram e os diversos problemas que enfrentaram).
Walter C. Kaiser Jr. considera que algumas referências à cultura são neutras e
descritivas. Outros fatos culturais são veículos da revelação divina e a verdade prescrita
neles não pode ser reduzida arbitrariamente a “um mero relato de uma situação hoje
extinta”. O estudante não pode se atrapalhar com a natureza histórica ou culturalmente
condicionada de algumas exigências éticas ou ensinos gerais da Bíblia. Em outras
palavras, a história e a cultura submetem-se às Escrituras. Pelo fato de ser a Palavra de
nosso Criador soberano, a Bíblia interpreta a história e a cultura, não vice-versa.
Exemplos:
2. Não é suficiente apenas ter consciência dos fatos históricos e dos costumes de
determinada cultura; o intérprete da Bíblia deve ter também consciência do impacto que
a mensagem teria sobre o público original. Uma plateia atual não se surpreende, por
exemplo, diante da ideia de um “bom samaritano”. Nos dias de Jesus, porém, havia
uma animosidade tão grande por parte dos judeus para com os samaritanos, que tal
alusão seria tão inconcebível quanto uma referência hoje a um terrorista bom. (O
problema histórico dos samaritanos e dos judeus já vinha desde a época de Esdras.)
50
3. Saber que César enviou um destacamento especial de 300 soldados com suas
famílias, para “romanizar” a cidade de Filipos, é algo que dá vida ao estudo da Epístola
aos Filipenses. Você pode imaginar as ordens dadas àquelas tropas de ocupação:
“Insistam para que o povo de Filipos fale a mesma língua de Roma. Exijam que adorem
o imperador. Matem-nos se eles não proclamarem religiosamente: ‘César é senhor’.
Àquele minúsculo grupo de crentes em Filipos, Paulo escreve: “Vivei, acima de tudo,
por modo digno do evangelho de Cristo” (1:27). O verbo “vivei” tem origem na palavra
grega politeuomai e significa agir como um cidadão. Aqueles poucos cristãos eram
membros de um reino maior que o de Roma. Eles tinham um Senhor maior do que
César. Sim, eles deviam ser bons cidadãos dos dois reinos, mas Cristo receberia
prioridade. Mesmo que isto significasse prisão ou morte, eles colocariam Jesus Cristo
acima do imperador. Nos dias de hoje, os cristãos verdadeiros constituem uma minoria.
Constantemente eles são tentados a assumir compromisso com o secularismo. Quando
insistem em falar sobre moralidade e ética cristã nos negócios ou na política, quase
sempre são ridicularizados e marginalizados.
b. Suprimento mínimo de livros técnicos sobre a Bíblia (ver mais detalhes a seguir).
51
No estudo do cenário histórico-cultural retiramos informações não somente da própria
Bíblia, mas também de fontes seculares dignas de confiança. Recursos secundários
podem trazer luz ao texto.
“Não é assim com livros e o Livro?” pergunta Russell Shedd. E explica: “Deus revelou
Sua perfeita vontade por meio de culturas pecaminosas e costumes falhos humanos,
relatadas na Bíblia inspirada e perfeita. Livros cristãos, mesmo sendo falhos, como são
seus autores, podem refletir em parte a glória da revelação escriturísticas (cf. I Co
13:12). Paulo não limitou seu pedido a Timóteo à Bíblia. Quis os “livros” e os
“pergaminhos” (II Tm 4:13). Por meio deles também receberia ajuda e inspiração na
prisão úmida, fria e solitária de Roma”.1
Mas uma palavra de cautela: quando puser essas ferramentas para funcionar, cuidado
para não confiar demais nas informações secundárias. O uso de recursos extra bíblicos
nunca deve ser um substituto do estudo pessoal da Bíblia, mas um estímulo a ele. A
ordem é sempre a mesma: primeiro a Palavra de Deus; depois as fontes secundárias. Ir
1
Russell P. Shedd. A Bíblia e os livros. Abec, 1993, p. 18.
52
para as fontes secundárias sem nem mesmo consultar o texto deixa pouco espaço para a
Palavra de Deus. É por isso que a primeira coisa que você precisa, antes de obter
qualquer recurso mencionado no quadro abaixo, é de uma boa Bíblia de estudo. Comece
por ela. Depois, enquanto for prosseguindo, poderá acrescentar mais livros à sua
biblioteca.
RECURSO SUPERAR...
Manuais bíblicos Apresentam informação útil sobre assuntos do texto. Barreiras culturais
53
o texto bíblico.
Concordâncias Depois da Bíblia de estudo, esta é a ferramenta mais essencial É útil para o
(Chave bíblica) ao estudo bíblico. Uma concordância é como um índice da estudo de palavras
Bíblia. Ela alista todas as palavras do texto alfabeticamente, e para localizar
com as referências de onde aparecem, e algumas palavras ao uma passagem
redor delas para prover um pouco do contexto. quando não se
lembra da
referência.
A Vida Diária nos Tempos de Jesus, de Henri Daniel-Rops (Edições Vida Nova).
O manuseio honesto do texto no contexto é a maior ajuda que alguém pode dar a si
mesmo, no sentido de compreender a mensagem da Bíblia. Quando estudar um
versículo, parágrafo, seção, ou até um livro inteiro – consulte sempre os vizinhos
daquele versículo, parágrafo, seção ou livro. Quando se perder, suba numa árvore
contextual e ganhe visão.
54
Específico e a Finalidade de um Livro. O segundo passo, mais específico, é determinar
a finalidade (ou finalidades) explícita de um livro. Algumas perguntas secundárias são
guias úteis:
1. Quem foi o autor? Qual era seu ambiente e sua experiência espirituais?
2. Para quem estava ele escrevendo (e.g., crentes, incrédulos, apóstatas, crentes que
corriam o perigo de tornarem-se apóstatas)?
Geralmente é possível descobrir o autor e seus destinatários por via dos dados internos
(textuais) ou dos externos (históricos). Em alguns casos a prova parece razoavelmente
conclusiva; em outros, o melhor que se pode conseguir é uma hipótese culta.
Depois que o estudo nos revelar o contexto específico histórico-cultural em que o livro
foi escrito, devemos determinar a finalidade dele. São três as formas fundamentais de
fazê-los:
Em segundo lugar, observar a parte parenética (hortativa) de seu escrito. Uma vez que
as exortações fluem do propósito, elas propiciam importante pista das intenções do
autor. A carta aos Hebreus, por exemplo, está entremeada de exortações e advertências;
por isso pouca dúvida existe de que o objetivo do autor era persuadir os crentes judeus
que passavam por perseguições (10:32-35) a não voltar ao judaísmo, mas manter-se
fieis à sua nova profissão de fé (10:19-23; 12:1-
Por exemplo, o escritor de 1 e 2 Crônicas não nos dá uma história completa de todos os
acontecimentos nacionais durante o reinado de Salomão e da divisão do reino.
55
Ele seleciona fatos que mostram que Israel só pode resistir enquanto permanecer fiel aos
mandamentos de Deus e à sua aliança.
antes e depois?
dilúvio: foi universal ou local? Por via do contexto é difícil determinar se a linguagem
animais que pude observar”, e “todos os montes que pude observar ficaram
cobertos”.
56
Do ponto de vista hermenêutico, o princípio importante é que os escritores
prescritivas.
semelhante com a história do filho pródigo. Na sua maneira de argumentar, uma vez
que o filho pródigo se arrependeu e voltou para o pai sem o auxilio de mediador,
Resumo
58
Capítulo 4 – Análise Léxico-Sintática
Definição e Pressuposições
1. Apontar a forma literária geral. A forma literária que um autor usa (prosa, poesia,
etc.) influencia o modo como ele pretende que suas palavras sejam entendidas.
59
contextual, dá uma perspectiva necessária para determinar o significado das palavras e
da sintaxe.
5. Determinar o significado isolado das palavras. Qualquer palavra que sobrevive por
muito tempo numa língua começa a assumir uma variedade de significados. Por isso é
necessário procurar os diversos possíveis significados de palavras antigas, e então
determinar qual desses possíveis significados é o que o autor tencionava transmitir num
contexto específico.
6. Analisar a sintaxe. A relação das palavras entre si expressa-se por meio de suas
formas e disposição gramaticais.
60
Forma Literária Geral
Para fins de análise é suficiente, a esta altura, falar de três formas literárias gerais –
prosa, poesia e literatura apocalíptica. Os escritos apocalípticos contêm palavras
empregadas com sentido simbólico. A prosa e a poesia empregam palavras com
sentidos literal e figurativo; na prosa predomina o uso literal; na poesia, usa-se com
maior frequência a linguagem figurativa.
Desenvolvimento do Tema
Este passo, já iniciado como parte da análise contextual, é importante por dois motivos.
Primeiro, o contexto é a melhor fonte de dados para a determinação de qual dos diversos
possíveis significados de uma palavra é o que o autor tinha em mente.
Segundo, a não ser que uma passagem seja colocada na perspectiva de seu contexto, há
sempre o perigo de ela se envolver tanto nas tecnicidades de uma análise gramatical
que o intérprete perca a visão da ideia (ou ideias) básica que as palavras realmente
comunicam.
À guisa de ilustração, examinemos Gálatas 5:1 que diz: “Permanecei, pois, firmes e não
vos submetais de novo a jugo de escravidão”. Tomado isoladamente, o versículo
poderia ter qualquer de diversos significados: poderia referir-se à escravidão humana, à
escravidão política, à escravidão ao pecado, e assim por diante. O “pois” indica,
contudo, que este versículo é a aplicação de um ponto que Paulo apresentou no capítulo
61
anterior. Uma leitura dos argumentos de Paulo (Gálatas 3:1 – 4:30) e de sua conclusão
(4:31) esclarece o significado do outrora ambíguo 5:1. Paulo está incentivando os
Gálatas a não se escravizar de novo ao
jugo do legalismo (i.e., esforçar-se por ganhar a salvação pelas boas obras).
Significado da Palavra
Em sua maioria, as palavras que sobrevivem por longo tempo numa língua adquirem
muitas denotações (significados específicos) e conotações (implicações
complementares). Ao lado de seus significados específicos, muitas vezes as palavras
têm uma variedade de denotações vulgares, isto é, usos encontradiços na conversação
comum.
As palavras ou frases podem ter denotações vulgares e também técnicas. Por exemplo, a
frase “Há uma onda de coqueluche na cidade” tem um sentido quando empregada como
termo médico, mas o sentido muda por completo quando se diz que “a coqueluche da
cidade é andar com calças ‘jeans’ “ desbotadas”, onde a linguagem é vulgar.
Usada literalmente, a palavra verde designa uma cor; empregada com sentido
metafórico, pode estender-se desde a cor de uma laranja que ainda não amadureceu até à
ideia de uma pessoa imatura, ou inexperiente.
O primeiro é estudar os modos como ela foi empregada em outra literatura antiga.
62
O terceiro método para a determinação dos significados de uma palavra é a etimologia
– o estudo do significado das raízes históricas da palavra.
Há disponíveis vários tipos de instrumentos léxicos que capacitam o atual estudioso das
Escrituras a averiguar os diversos possíveis significados de palavras antigas. Os mais
importantes tipos de instrumentos léxicos estão descritos a seguir.
Sintaxe
A sintaxe trata do modo como os pensamentos são expressos por meio de formas
gramaticais. Cada língua tem sua própria estrutura, e um dos problemas que tanto
dificultam a aprendizagem de outra língua é que o estudante deve dominar não só as
definições e pronúncias das palavras da nova língua, mas também novos modos de
dispor e demonstrar a relação de uma palavra com outra.
Léxicos. Muitas vezes a palavra que encontramos no texto é uma variação da forma
radical da palavra. Por exemplo, em português poderíamos encontrar várias formas do
verbo Entregar:
entregou
entregado
entregue
entregaremos
64
técnico deve ser feito como parte de qualquer exegese, mas é preciso que seja parte da
preparação para a exposição. A maioria dele não precisa aparecer no produto
RESUMO
análise léxico-sintática:
a) Apontar os múltiplos significados que uma palavra possuía no seu tempo e cultura.
6. Analisar a sintaxe para mostrar de que modo ela contribui para a compreensão de
uma passagem.
65
Capítulo 5 – Análise Teológica
TEORIA LUTERANA
Lutero acreditava que para uma adequada compreensão da Bíblia devemos distinguir
com cuidado entre duas verdades bíblicas paralelas e sempre presentes: a Lei e o
Evangelho. Conforme foi mencionado no capítulo 2, a Lei refere-se a Deus em seu ódio
ao pecado, seu juízo, e sua ira. O Evangelho refere-se a Deus em sua graça, seu amor, e
sua salvação.
66
A análise teológica pergunta: “De que modo esta passagem se encaixa no padrão total
da revelação de Deus?” Antes de respondermos a essa pergunta, devemos ter uma
compreensão do padrão da história da revelação.
Também foram debatidos quatro conceitos bíblicos principais – graça, lei, salvação e o
ministério do Espírito Santo – termos do problema continuidade descontinuidade, e
esperamos que o leitor gaste algum tempo neste ponto tirando
2. Descobrir as implicações deste ponto de vista para a passagem que está sendo
estudada. Por exemplo, uma posição sobre a natureza da relação de Deus
Metáforas é uma comparação não expressa: ela não usa as palavras semelhante ou
como. O sujeito e a coisa com a qual ele é comparado estão entrelaçados. Jesus usou
metáforas quando disse: “Eu sou o pão da vida”, e “Vós sois a luz do mundo”.
Damos a seguir exemplos de uma parábola e de uma alegoria para esclarecer esta
distinção:
68
Parábola
(Isaías 5:1-7)
Ele esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas.
69
o que pretendo fazer à minha vinha:
torná-la-ei em deserto.
70
Dispuseste-lhe o terreno,
Protege o que a tua mão direita plantou, o sarmento que para ti fortaleceste.
Está queimada pelo fogo, está decepada. Perecem pela repreensão do teu rosto.
71
Na parábola, a história se encontra nos versículos de um a seis e a aplicação no
versículo sete. Na alegoria, a história e sua aplicação se acham entre mescladas e
prosseguem juntas.
Provérbios
Parábolas
72
A palavra parábolas provém do grego, paraballo, que significa “lançar ou colocar ao
lado de”. Assim, parábola é algo que se coloca ao lado de outra coisa para efeito de
comparação. A parábola típica utiliza-se de um evento comum da vida natural para
acentuar ou esclarecer uma importante verdade espiritual. Jesus, o Mestre dos mestres,
usou parábolas regularmente enquanto ensinava. A palavra grega “parábola” ocorre
perto de cinquenta vezes nos Evangelhos Sinópticos em conexão com seu ministério,
dando a entender que as parábolas eram um de seus prediletos esquemas de ensino.
73
1. Atentar para o significado natural da história;
5) Profecias
Diz Malaquias que Deus enviará “o profeta Elias” quando aparecer João Batista como o
precursor de Jesus Cristo, gerou-se muita confusão o que mostra que o povo daquele
tempo esperava que a profecia iria cumpri-se literalmente. Contudo, Jesus disse que essa
profecia deveria ter cumprimento figurado, e não literal . ( Mt 11. 13- 14; 17. 10-13).
Essa ilustração constitui a exceção, e não a regra, na interpretação de profecias. Na
maior parte, as profecias podem e devem ser interpretadas literalmente.
Muitas vezes uma profecia se cumpre parcialmente numa geração com o restante
cumprindo-se noutra época – Joel 2. 28- 32 = At 2. 15- 21 / Is 61. 1-2 = Lc 4. 17- 21.
Transferimo-los por atacado para nosso tempo e cultura, sem levar em conta quão
arcaicos ou peculiares nos pudessem parecer? Ou devemos transformá-los? Que
diretrizes adotamos para responder a essas perguntas?
O texto propõe um modelo para traduzir mandamentos bíblicos de uma cultura para
outra.
Diferente da alegorização, que dá a uma história novo significado, atribuindo aos seus
detalhes significação simbólica que o autor não tencionava dar, a dedução de princípios
busca derivar seus ensinos de uma cuidadosa compreensão da própria história. Diferente
da desmitologização, a dedução de princípios reconhece a validade tanto dos detalhes
históricos de uma narrativa como dos princípios que esses detalhes tentam ensinar.
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Exemplo Nº. 1: O “Fogo Estranho” de Nadabe e Abiú (Levítico 10:1-11)
A história de Nadabe e Abiú é interessante não só por causa de sua brevidade, mas
também pela severidade e singularidade do juízo que trouxe sobre eles. Ela desperta
curiosidade porque não se vê de imediato o que era o “fogo estranho”, nem por que
trouxe reação tão rápida e poderosa da parte de Deus.
Ações da Narrativa
Arão e seus filhos acabavam de ser consagrados ao sacerdócio (Levítico 8). Depois de
ordenar que o fogo ardesse continuamente sobre o altar (6:13), Deus confirmou a oferta
sacrificial de Arão por si e pelo povo, acendendo o fogo miraculosamente (9:24).
Nadabe e Abiú, os dois filhos mais velhos de Arão, tomaram “fogo estranho” e fizeram
uma oferta de incenso ao Senhor. De imediato o fogo do Senhor os feriu de morte.
Moisés profetizou, e a seguir deu ordens aos parentes de Arão que tirassem do
acampamento os corpos de Nadabe e de Abiú. Arão e seus filhos restantes, que também
eram sacerdotes, receberam ordens para não demonstrar as tradicionais expressões de
luto (desgrenhar os cabelos e rasgar as vestes), embora os parentes tivessem permissão
de fazê-lo.
Então o Senhor deu a Arão três ordens (Levítico 10:8-10): (1) nem ele nem outro
qualquer de seus descendentes sacerdotais deviam tomar bebidas fermentadas antes de
entrar para o exercício de seus deveres sagrados; (2) deviam diferençar entre o santo e o
profano, entre o imundo e o limpo; e (3) deviam ensinar ao povo todos os estatutos do
Senhor. Significado ou Sentido das Ações Análise histórico-cultural Israel acabara de
sair da adoração idólatra, mas continuava rodeado de cultuadores idólatras. Havia um
constante perigo de sincretismo, isto é, de associar o culto ao verdadeiro Deus com as
práticas do culto pagão.
Análise contextual. Este era o dia de investidura de Arão e de seus filhos como
iniciadores do sacerdócio Levítico. Suas ações seriam, se a menor dúvida, consideradas
como precedentes para os que viessem depois. De igual modo, a aceitação ou rejeição
dessas ações por parte de Deus influiria sobre os futuros desenvolvimentos do próprio
sacerdócio e das atividades sacerdotais.
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Análise léxico-sintática e teológica. Quase todas as religiões antigas, incluindo o
judaísmo, consideravam o fogo como símbolo divino. Explica-se o fogo profano ou
“estranho” que Nadabe e Abiú ofereceram como fogo que Deus não lhes havia
ordenado oferecer (v.1). Uma expressão semelhante encontra-se em Êxodo 30:9, onde o
incenso que não fora preparado segundo as instruções do Senhor é chamado de “incenso
estranho”.
Uma análise mais completa da seqüência de tempo dos capítulos 9 e 10 mostra que
Nadabe e Abiú fizeram a oferta de incenso entre a oferta sacrificial (holocausto) (9:24) e
a oferta de manjares que a devia ter seguido (10:12-20), isto é, numa hora que não a
designada para a oferta de incenso. Keil e Delitzsch dizem que não é improvável que:
Nadabe e Abiú tencionavam associar-se aos gritos do povo como uma oferta de incenso
para o louvor e glória de Deus, e apresentaram a oferta de incenso não só numa hora
imprópria, mas não preparada do fogo do altar, e comentaram tal pecado com esta
adoração de iniciativa própria, que foram mortos pelo fogo que saiu de diante de Jeová.
... O fogo do Deus santo (Êxodo 14:18), que acabara de santificar o serviço de Arão
como agradável a Deus, trouxe destruição a seus filhos mais velhos, porque não haviam
santificado a Jeová em seus corações, mas haviam eles próprios assumido a
responsabilidade de um serviço rebelde.
Esta interpretação é ademais confirmada pela profecia de Deus a Arão, por intermédio
de Moisés, imediatamente depois de o fogo haver consumido a Nadabe e Abiú. “Isto é o
que o Senhor disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim, e
serei glorificado diante de todo o povo” (v. 3).
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Alguns comentaristas têm inferido desses versículos que Nadabe e Abiú estavam sob a
influência de bebidas embriagantes quando ofereceram o fogo estranho. O texto não
nos permite afirmar tal coisa, com absoluta certeza, embora seja provável que Deus
estivesse dando mandamentos relacionados com a infração que trouxera juízo de morte
sobre Nadabe e Abiú.
A principal lição das três ordens é clara: Deus fora cuidadoso em mostrar o modo pelo
qual os israelitas podiam receber expiação por seus pecados e manter com ele um
relacionamento reto. Deus havia demonstrado claramente a Arão e seus filhos as
diferenças entre santo e profano, limpo e impuro, os quais haviam sido instruídos a
ensinar essas coisas ao povo. Nadabe e Abiú, num gesto de obstinação, haviam adotado
sua própria forma de adoração, obscurecendo a diferença entre o santo (os
mandamentos de Deus), e o profano (os gestos religiosos de iniciativa própria do
homem). Esses gestos, se não fossem prontamente reprovados, podiam facilmente
conduzir à assimilação de todos os tipos de práticas pagãs pessoais no culto a Deus.
A segunda lição reside no fato de que a reconciliação com Deus depende da graça
divina, e não de práticas obstinadas do homem e de sua própria iniciativa. Deus havia
dado os meios de reconciliação e de expiação. Nadabe e Abiú tentaram acrescentar algo
aos meios divinos de reconciliação. Como tal, eles continuam como exemplo a todos os
povos e religiões que colocam suas próprias ações no lugar da graça de Deus como
meio de reconciliação e salvação.
Aplicação
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comportamento de outras pessoas, como no caso de Nadabe e Abiú, é trazer sobre nós
mesmos a desaprovação divina.
1. Essa dedução focaliza os princípios implícitos num relato, aplicáveis através dos
tempos e das culturas. Os detalhes podem variar, mas os princípios permanecem os
mesmos.
4. Os princípios derivados por este método podem ser normativos ou não normativos.
5. Os textos têm somente um significado, mas podem ter muitas aplicações. A dedução
de princípios é um método de aplicar o significado que o autor tinha em mente, mas as
aplicações desse significado podem referir-se a situações que o autor, num tempo e
cultura diferentes, nunca imaginou.
mas não desnecessariamente, não por amor à diferença em si. O critério para discernir
se um mandamento comportamental deve aplicar-se à nossa cultura não há de ser se ele
se conforma ou não às práticas culturais modernas, mas se ele expressa ou não,
adequada e precisamente, o princípio intencional de Deus.
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como transcultural e levar a culpa de ser excessivamente escrupuloso em nosso desejo
de obedecer a Deus? Ou seria melhor tratar um princípio transcultural como sujeito á
cultura e ser culpado de quebrar uma exigência transcendente de Deus? A resposta
deveria ser óbvia. Se este princípio de humildade estiver isolado das demais diretrizes
mencionadas acima, com facilidade ele poderia ser mal interpretado como base para
conservadorismo desnecessário. O princípio só deve ser aplicado depois de havermos
cuidadosamente tentado determinar se ele é transcultural ou cultural, e a despeito de
nossos melhores esforços, o problema ainda continua em dúvida. Esta é uma diretriz de
último recurso e seria destrutiva se usada como primeiro.
2
Todos os princípios de Interpretação são vistos com profundidade na disciplina denominada
Hermenêutica Bíblica, que é o estudo do significado da linguagem da Bíblia.
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3. Dependa da fé salvadora e do Espírito Santo para compreender e interpretar bem as
Escrituras.
5. Os exemplos bíblicos só têm autoridade prática quando amparados por uma ordem
que os faça mandamento universal.
11. Interprete as palavras do texto bíblico no sentido que tinham no tempo do autor.
14. Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo, a proposição
pode ser considerada figurada.
15. Quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita, a proposição pode ser
considerada figurada.
17. Interprete as palavras dos profetas no seu sentido comum, literal e histórico, a não
ser que o contexto ou a maneira como se cumpriram indiquem claramente que têm
sentido simbólico. O cumprimento delas pode ser por etapas, cada cumprimento sendo
uma garantia daquilo que há de seguir-se.
18. Uma vez que as Escrituras se originaram de modo histórico, elas devem ser
interpretadas à luz da história. (Como revelação sobrenatural de Deus, ela contém
elementos que transcendem os limites do contexto histórico.)
19. Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva, tanto o Antigo
Testamento como o Novo são partes essenciais desta revelação e formam uma unidade
harmônica.
teologicamente.
22. Uma doutrina não pode ser considerada bíblica, a não ser que resuma e inclua tudo o
que as Escrituras dizem sobre ela.
23. Quando parecer que duas doutrinas ensinadas na Bíblia são contraditórias, aceite
ambas como escriturísticas, crendo confiantemente que elas se explicarão dentro de uma
unidade mais elevada.
Que Deus encontre em cada um de nós um espírito submisso, apto para aprender d’Ele,
por meio da Revelação Escrita, capaz de transmitir com fidelidade o que recebemos.
“Aquele que se contentar com o uso destes meios e puser de parte os preconceitos...
em que muitos envolvem todas as questões adquirirá decerto a compreensão da
Sagrada Escritura; se não for em tudo, será na maior parte, e, se não for
imediatamente, com certeza será depois.”
( Whitaker)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRA, Julia – Conheça Sua Bíblia – Ed. Luz para o Caminho
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