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Olá!!
Nessa aula iremos aprender sobre um dos grandes ramos: o Direito Civil. Talvez
seja o Direito que mais se aproxima de nós, em nosso dia-a-dia. Iremos Estudar
as noções básicas do Direito Civil, suas principais subdivisões até chegarmos no o
direito das obrigações, que tem na figura do contrato a sua principal forma de
expressão. Vamos lá?
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
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1.0 Introdução
O Direito Civil pode ser definido como o conjunto de normas que regulamentam as
relações jurídicas das pessoas entre si, ou seja, relações estritamente privadas,
em que não temos a participação de um ente público, como ocorre, por exemplo,
no Direito Administrativo. Trata-se, portanto, da regulamentação feita sobre as
relações particulares. Essas relações podem ser notadas com frequência em
nosso dia-a-dia.
Quando tomamos um ônibus para ir ao trabalho, por exemplo, nós estamos
realizando uma relação com a empresa que irá nos transportar e dessa relação
decorrem direitos e deveres: o pagamento do valor da passagem e a realização
efetiva e segura do nosso transporte, propriamente dito.
Igualmente, quando nós realizamos ligações e acessamos a internet por nosso
telefone, estamos dentro de uma relação jurídica firmada por nós com a operadora
de telefonia móvel que contratamos.
Para fins didáticos, o Direito Civil é subdividido em alguns ramos, agrupados de
acordo com um objeto em comum. Assim, no Direito de Família, estudam-se todos
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os aspectos jurídicos que envolvem as relações familiares. No Direito Empresarial,
estudam-se todos os aspetos relacionados ao exercício da atividade empresarial.
Figura 5.1: a charge ilustra de forma bem humorada as relações privadas que
integram o casamento, bem como seus direitos e deveres.
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Figura 5.2: Na área de Direito Civil podemos encontrar temas altamente
polêmicos que vêm sendo bastante discutidos com a sociedade civil, como o
casamento entre pessoas do mesmo sexo, a definição de família e até mesmo a
questão do marco civil da internet.
Essa divisão também é acompanhada pelo nosso Código Civil (Lei nº 10.406/02)
que possui uma parte geral e uma parte específica que trata das pessoas, dos
bens e dos fatos e dos atos jurídicos. Há também uma parte especial, que trata do
Direito de Família, o Direito das Coisas, o Direito das Obrigações e o Direito das
Sucessões.
Para o estudo dessa disciplina, iremos nos focar principalmente na parte geral, na
parte do Direito das Obrigações (cuja grande figura é o contrato) e no direito
empresarial (que você estudará na Aula 6).
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Apenas a título de esclarecimento, vou comentar brevemente com você sobre o
Direito de Família, Direito das Sucessões e o Direito das Coisas (também
chamado de Direitos Reais).
A) Direito de Família
É um dos ramos do Direito Civil que mais tem se modificado para acompanhar as
mudanças da sociedade.
A família é o menor grupamento social do qual participamos e dentro dele
encontramos uma enorme gama de relações que são regidas pelo Direito Civil. É
no núcleo familiar que temos a constituição das relações de parentesco que
possuem direitos e deveres que às vezes não são muito “visíveis”, mas que se
revelam em determinadas situações.
Por exemplo: os pais têm em relação aos filhos o dever de alimentá-los, de
protegê-los, mas como cumprir com esse dever quando um dos pais não reside
com os filhos? Aquele que não vive a rotina de despesas da casa e dos filhos tem
a obrigação de contribuir financeiramente para o seu sustento. Surge assim o
dever de pagamento de alimentos, ou seja, de uma prestação alimentícia que
cumpra com o dever de alimentar a prole. Assim como existe também o direito à
convivência entre pais e filhos: quando ambos vivem sob o mesmo teto, tal direito
é exercido em sua plenitude, mas quando um dos pais não reside com os filhos,
regulamenta-se o direito a visitas para garantir, tanto aos filhos, quanto aos pais, a
realização do direito à convivência.
Atualmente, tem-se falado inclusive em Direito das Famílias para abranger
também as múltiplas formas familiares que são encontradas em nossa sociedade.
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direito que regula o modo como as propriedades são transferidas após a morte de
uma pessoa, e garantindo a permanência dos bens conquistados em vida aos
seus herdeiros. Nesse sentido, ele também regulamenta as dívidas, se houver,
que deverão ser quitadas pelos herdeiros.
Figura 5.3 - O Direito das Sucessões estabelece quem são os herdeiros, a ordem
de sucessão, além de regulamentar o testamento, aceitação e renúncia da
herança, deserção, dentre outros direitos relacionados.
Fonte: https://flic.kr/p/kYigKE
Autor: Agencia Senado.
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O contrato de locação de um apartamento é um bom exemplo de regulamentação
da posse e da propriedade de um bem. A posse é daquele que está usando o
apartamento (locatário) e a propriedade é do dono (locador).
Junto com o direito de exercer a propriedade, vêm os deveres decorrentes do
mesmo, como por exemplo, o pagamento de impostos sobre o imóvel particular.
Resposta: 05 linhas
Resposta Comentada:
O aluno poderá elencar diversas situações que revelem a regulação do direito civil
em sua vida, como por exemplo, o casamento, o divórcio, a percepção de
alimentos pelo pai ou pela mãe, se este não convive com o filho(a), o contrato de
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aluguel, o contrato de telefonia celular, a compra de um computador, a compra de
um game, a assinatura da TV a cabo ou de algum outro serviço de entretenimento,
a ida ao cinema, a um show ou a um teatro, enfim, tudo que permita demonstrar
que o mesmo conseguiu identificar quais são as relações privadas que são
abrangidas pelo Direito Civil.
Pessoa natural ou física é o próprio ser humano, ou seja, aquele que foi gerado e
concebido por uma mulher, sendo que sua personalidade civil começa com seu
nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do
nascituro (art. 2º CC).
A existência da pessoa natural termina com a morte (real), comprovada pelo
atestado de óbito ou pela justificação no caso de catástrofe e não encontro do
corpo da pessoa desaparecida; presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos
casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva (art. 6º CC).
Art. 7º CC: Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
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Parágrafo único: A declaração da morte presumida, nesses casos, somente
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a
sentença fixar a data provável do falecimento.
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De acordo com o artigo 3º do Código Civil são absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil, ou seja, não podem praticar nenhum
ato:
I) os menores de 16 anos;
II) os que, por enfermidade ou deficiência mental (permanente), não tiverem o
necessário discernimento para a prática desses atos;
III) os que, mesmo por causa transitória (arteriosclerose, uso de substâncias
entorpecentes ou alucinógenas), não puderem exprimir sua vontade.
Parágrafo único: A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
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INÍCIO DO BOX CURIOSIDADE/ SAIBA MAIS
A Lei nº 6.001/73 (Estatuto do Índio) preceitua que são nulos os negócios
realizados entre um índio e pessoa estranha à comunidade indígena, sem a
participação da FUNAI.
FIM DO BOX CURIOSIDADE/ SAIBA MAIS
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É certo também que a emancipação voluntária, mesmo sendo irrevogável, não
isenta os pais da obrigação de indenizar as vítimas dos atos ilícitos praticados
pelo menor emancipado para evitar emancipações maliciosas.
Fica evidente que a falta de registro ou averbação desses documentos e/ou atos,
poderá ensejar sua nulidade ou mesmo a impossibilidade da prática dos atos da
vida civil.
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3.2.1 Conceito
A pessoa jurídica pode ser criada e constituída por pessoas naturais e/ou também
por outras pessoas jurídicas e poderá ter direitos, obrigações e patrimônio.
O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece, então, a existência
legal da pessoa jurídica de direito privado.
O registro do contrato social de sociedade empresária faz-se na Junta Comercial.
Os estatutos e os atos constitutivos das demais pessoas jurídicas de Direito
Privado são registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
De maneira geral as pessoas jurídicas não precisam de autorização ou aprovação
do Estado para poderem iniciar suas atividades, bastando o registro de seu ato
constitutivo no órgão competente, mas a legislação exige em determinadas
situações uma análise mais profunda feita pelo Poder Executivo para que possam
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funcionar, como é o caso das seguradoras, instituições financeiras, administradora
de consórcios.
Art. 45 CC: Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
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1) Associações são organizações sem fim lucrativo, em regra, exercendo
atividades culturais, religiosas, recreativas, etc.
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3) Fundação é uma pessoa jurídica criada com fim especifico, com patrimônio
próprio instituído por seu criador que será administrado por curador, pois não
possui sócios ou proprietários. Pode ser criada por escritura pública ou
testamento, devendo o instituidor doar os meios necessários e especificar o fim a
que se destina, declarando também, se quiser, a maneira de administrá-la (art. 62
cc).
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3.2.4 Extinção da pessoa jurídica
3.3 Domicílio
Domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com
ânimo definitivo (Art. 70, CC). A noção de domicílio é importante para completar a
qualificação de uma pessoa, e para estabelecer o lugar onde deva responder por
suas obrigações. Em regra, o devedor – por exemplo - deve ser demandado no
lugar do seu domicílio.
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Pode, porém a pessoa natural ter mais de um domicílio, o que ocorre quando tem
duas ou mais residências, onde, alternadamente, viva. Nesse caso, considerar-se-
á domicílio qualquer uma delas.
Também será considerado domicílio da pessoa natural, o local onde a mesma
exerce sua profissão, sendo que, se o exercício de sua profissão se der em vários
lugares, cada um deles poderá ser considerado como domicilio.
De acordo com o art. 75 CC, o domicílio das pessoas jurídicas, é o local onde
funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem
domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos, e se tiverem vários
estabelecimentos localizados em lugares distintos, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados.
Se a administração, ou diretoria tiver a sede no estrangeiro, seu domicílio será o
lugar do estabelecimento situado no Brasil.
Estabelece ainda o mesmo artigo 75 CC, como sendo o Distrito Federal o
domicílio da União, as capitais dos Estados, como domicílio de cada um deles e
para os Municípios, onde funcione a Administração Municipal.
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b) Domicílio do agente diplomático: O agente diplomático do Brasil, que, citado
no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu
domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do
território brasileiro onde teve. (art.77 CC);
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Cessão de Crédito
Aquele que for detentor de algum crédito poderá cedê-lo, se não houver nenhum
impedimento legal, ou qualquer outro óbice.
Na cessão de crédito, o credor transfere a terceiro o direito que possui em relação
ao devedor (art.286 CC). Não é necessária a concordância do devedor, devendo
ele, porém, ser notificado do fato.
Assunção da dívida
Pela assunção da dívida, um terceiro assume a obrigação do devedor, com o
consentimento do credor, conforme dispõe o artigo 299 do Código Civil. O devedor
exonera-se da dívida e das garantias por ele dadas. Salvo se o terceiro já era
insolvente, ignorando o credor esse fato, ou se a assunção vier a ser anulada.
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Ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do
pagamento;
Pender litígio sobre o objeto do pagamento;
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j) Remissão: é o ato pelo qual o credor dispensa graciosamente o devedor
de pagar a dívida. É um ato bilateral, pois depende da concordância do devedor. A
remissão não pode prejudicar terceiros.
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4.5 Dos contratos em geral
Exigindo que o agente seja capaz, a legislação obriga que os contratantes não
estejam presentes em nenhuma das hipóteses de incapacidade relativa ou
absoluta, também previstas nos artigos 3º e 4º do CC.
O objeto a ser contratado deve estar dentro da lei, é claro. Porém, mesmo que não
esteja especificado em lei, não deve atentar à moral e aos bons costumes, como
também à ordem pública. Também deve ser possível determiná-lo, quer seja pelo
seu gênero, pela sua quantidade ou pela sua qualidade. Não é passível de
negociação, por exemplo, a “entrada no céu”, como fazia a Igreja Católica no
século XVI, uma vez que o referido objeto não é possível.
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Quanto à forma do contrato, deve estar dentro de uma previsão legal. Se não
existir tal previsão, que não seja proibida legalmente.
Essas convenções efetuadas entre as partes, chamadas de contratos, pelo menos
em nosso ordenamento jurídico, devem ser, portanto, feitas com base nas
determinações legais e na vontade dos sujeitos. Elas têm a prerrogativa de criar,
regular, modificar ou extinguir relações jurídicas de cunho patrimonial.
De acordo com o CC em seu art. 421 e seguintes, os contratos desde seu inicio,
em sua vigência e até a sua extinção devem ser orientados por alguns princípios,
entre eles o da liberdade de contratar; da probidade e boa-fé; da interpretação
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mais favorável ao aderente, quando o contrato de adesão contiver cláusulas
ambíguas; da impossibilidade de renúncia antecipada do contratante aderente
quanto a direitos resultantes do negócio.
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uma relação contratual não-escrita, mas que está legalmente amparada dentro de
nosso ordenamento.
As relações de consumo, de prestação de serviços e até mesmo as relações
trabalhistas, conforme veremos adiante, são estruturadas com base num contrato.
Os contratos e os princípios que regem esse tema do Direito Civil são a
personificação do Direito em nossa vida cotidiana: contrato de aluguel, contrato de
prestação de serviços de telefonia móvel, de internet banda larga, contrato de
prestação de serviços de ensino, como creche ou cursos de idiomas, enfim, os
contratos estão por todos os lados jurídicos que integram o nosso dia-a-dia.
Distrato
O distrato é uma das formas de extinção do contrato que por mútuo consentimento
as partes põem fim ao acordo anteriormente firmado, existindo a possibilidade,
dependendo dos casos previstos em lei. Ou mesmo já estipulado no contrato, de
ser realizado unilateralmente por uma das partes.
Cláusula resolutiva
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É a extinção do contrato pelo não cumprimento do mesmo ou de alguma de suas
cláusulas por uma das partes.
Existindo no contrato cláusula resolutiva expressa, esta se opera de pleno direito,
caso contrário, dependerá de interpelação judicial.
A parte que se sentir lesada pelo descumprimento das obrigações da outra parte,
pode optar por pedir a extinção do contrato, como também por seu cumprimento,
sendo que em ambas as situações cabe indenização por perdas e danos.
Atividade Final
Você realizou uma compra pelo site Aliexpress e verificou que passado o tempo
prometido para a entrega do bem, o mesmo não chegou a sua residência. Apesar
disto, o valor foi regularmente debitado de seu cartão de crédito.
b) Podemos dizer que se trata de um contrato, mesmo que tenha sido feito por
meio de um sítio estrangeiro?
Resposta Comentada:
a) O problema que se apresenta é que uma das partes não cumpriu com o
que se obrigou no momento do contrato. A não entrega do produto
adquirido pelo site Aliexpress é uma falta cometida pelo fornecedor em
detrimento do consumidor.
b) Trata-se de um contrato, mesmo que tenha sido feito por meio da internet,
porque a essência do contrato também se encontra nos contratos digitais,
qual seja, a da manifestação da livre vontade entre os contratantes.
5.0 Conclusão
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O Direito Civil é a parte do Direito que mais se aproxima de nossas vidas
cotidianas e a sua existência ajuda a prevenir diversos conflitos dentro da
sociedade.
6.0 Resumo
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DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro - teoria das obrigações
contratuais e extracontratuais. Vol.3. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
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