Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Meta
Nesta aula vamos nos debruçar sobre as estruturas jurídicas que foram resultados das
ações e decisões políticas estabelecidas no Brasil.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
1
2. identificar os princípios fundamentais e os direitos humanos constantes na
Constituição Federal/88
2
Introdução
O Direito, assim como as demais ciências, possui certas regras que compõem seu
sistema, seu “ordenamento jurídico”. O ordenamento jurídico representa o conjunto de
leis em vigor num determinado país, conforme já vimos na aula passada.
Essas leis “vivem” dentro do espaço geográfico de nosso país e está organizadas de
um modo hierárquico. A Constituição Federal é a lei maior, está no topo da pirâmide, é
a carta de Ás no nosso baralho legislativo. Todas as demais leis devem estar em
conformidade com ela para o sistema funcionar.
E o que fazer se na prática a Constituição for desrespeitada, seja por uma autoridade,
seja por outra lei que esteja em conflito com ela?
3
modificados e desrespeitados à medida que as diferentes classes dos animais vão se
alternando no poder.
E a nossa Constituição: quantas vezes ela foi alterada; modificada? Será que ainda
hoje, passados quase duas décadas de sua entrada em vigor, representa a nossa
sociedade?
1. O movimento constitucionalista
Todos esses poderes e atribuições nas mãos de uma única pessoa, mesmo que ela
fosse tida como representante de Deus terminou por gerar situações de abusos contra
a população. A religião, com especial destaque para a Igreja Católica Apostólica
Romana, até então tinha uma grande influência na forma como o poder se encontrava
estruturado, uma vez que a religião sempre foi uma forma de organização social
pioneira, em relação ao Estado. A liberdade de crença e a instituição do Estado laico foi
uma importante conquista político-jurídica porque afastou a religião das decisões
políticas.
4
BOX CURIOSIDADE
A Revolução Francesa teve grande importância para diversas áreas do conhecimento
humano, desde a História, passando pelo Direito, Filosofia, e chegando mesmo às
Artes. Todas estas áreas do conhecimento foram influenciados por esse movimento que
resultou em impactos mundiais e um novo paradigma na concepção de Estado, de
política, de Poder e também do Direito.
FIM DO BOX CURIOSIDADE
A constituição norte americana, por exemplo, é uma das mais antigas. Foi elaborada
em setembro de 1787, por meio do documento chamado de “Bill of Rights” (Carta dos
Direitos), que contém primordialmente a garantia dos direitos humanos. Estudaremos
os detalhes do seu processo de criação mais para a frente, na parte sobre os direitos
fundamentais.
1) 1824: Independência
2) 1891: Proclamação da República
3) 1934: Era Vargas
5
4) 1937: Estado Novo
5) 1946: Redemocratização
6) 1967: Ditadura Militar
7) 1988: Constituição Cidadã
De modo geral, podemos dizer que uma das principais funções das normas
constitucionais é regulamentar e delimitar o poder do Estado, além de garantir os
direitos fundamentais dos cidadãos. As normas constitucionais estão para o as demais
leis do sistema jurídico como a carta de Ás do baralho está para o jogo de buraco: é a
de maior grandeza!
6
As normas jurídicas são hierárquicas, sendo que as normas constitucionais são
consideradas como magnas ou supremas, especialmente por exercerem sobre as
demais normas completa autoridade, pois a ela, todas as outras devem respeito e
obrigação. Sendo assim, as normas constitucionais são as mais importantes dentro do
ordenamento jurídico de um Estado Democrático de Direito.
Existem alguns países que até hoje não utilizam o sistema constitucional e não
possuem uma Constituição. A Síria, por exemplo, não possui um texto normativo
equivalente à nossa Constituição. A lei maior desse país é a Sh´aria que é um
documento religioso. Assim, o sistema de limitação de poder sírio está vinculado à
interpretação sobre a Sh´aria. Considerando o que foi estudado, discorra sobre a foto
abaixo, destacando a importância de uma Constituição:
7
Resposta Comentada:
A existência de uma constituição dá ao povo uma garantia de limite ao poder estatal.
Garantia de que os direitos individuais de cada pessoa não serão desrespeitados, seja
em função de sua cor, de seu gênero ou de sua religião. A existência de um estado
religioso, que siga alguma doutrina religiosa específica, impede que todos os cidadãos
tenham a religião que melhor lhe convier. Um Estado religioso impõe uma determinada
religião em detrimento das demais. A consequência disto é a discriminação existente
entre grupos religiosos distintos e suas respectivas disputas pelo poder. A Síria é um
exemplo de como a imposição religiosa por parte do Estado é prejudicial aos direitos
individuais do ser humano.
8
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da
República Federativa do Brasil.”
9
A) É na Constituição que encontramos a forma pela qual o Estado Brasileiro se
organiza, bem como as respectivas competências de atuação de cada ente da
União (União, Estados, Municípios e Distrito Federal)
B) É na Constituição que encontramos a forma de Governo, enquanto República (e
não monarquia ou parlamentarismo) e o regime democrático (e não ditatorial);
C) Ter a soberania como fundamento da República Federativa do Brasil, significa
identificar o Brasil como um país livre, independente e autônomo em relação aos
demais;
D) Ter a cidadania como fundamento implica garantir direitos políticos aos nossos
nacionais, como o direito de eleger e ser eleito;
E) Ter a dignidade da pessoa humana significa que o Estado não irá violar os
direitos humanos e respeitar cada indivíduo dentro do que determina a lei;
F) O fundamento nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa garante aos
indivíduos a proteção contra o trabalho escravo e o acesso aos meios de
produção;
G) E o pluralismo político integra as garantias de representatividade popular, bem
como o direito às eleições diretas.
10
A divisão do mundo em países, como conhecemos hoje em dia foi fruto de grandes
mudanças políticas ocorridas desde a Idade Média. Com a transição do Feudalismo
para o Absolutismo, os senhores feudais perderam seus poderes políticos para os
monarcas que se tornaram, então os governantes de diversos Estados Absolutistas da
época, concentrando o poder político e todas as decisões em suas mãos.
Você já deve ter escutado a famosa frase “O Estado sou Eu”, dita por Louis XIV, em
pleno auge do Absolutismo na Europa. Louis XIV também era conhecido com o Rei Sol,
por conta da insígnia que escolheu para ser seu brasão.
Interessante notar que um dos fundamentos do absolutismo era a crença na
designação do Rei como alguém escolhido por Deus. A Igreja Católica e a Monarquia
estavam reunidas sob o manto do Absolutismo para a manutenção do controle da
sociedade. Apenas na Idade Contemporânea, a partir da Revolução Francesa é que se
rompeu o laço entre a Igreja e o Estado, para que então o povo fosse governado por
quem ele escolhesse e não por uma escolha Divina.
Fonte:http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hyacinthe_Rigaud_-
_Louis_XIV,_roi_de_France_(1638-1715)_-
_Google_Art_Project.jpg#mediaviewer/File:Hyacinthe_Rigaud_-
_Louis_XIV,_roi_de_France_(1638-1715)_-_Google_Art_Project.jpg
Autor: Domínio Público
11
Fim do Box Saiba Mais
Fábio Konder Comparato em sua obra “Afirmação Histórica dos Direitos Humanos”,
discorre sobre diversos documentos internacionais que cuidam dos Direitos Humanos.
Esses documentos nos ajudam a compreender o modo e a razão pelos quais estes
direitos foram sendo criados.
12
Em 1776, foi produzida a Declaração da Virgínia, nos Estados Unidos, tida como o
primeiro documento de proteção aos Direitos Humanos, propriamente ditos, pois trouxe
os fundamentos do regime democrático, tais como:
Em 1787, foi elaborado outro documento relevante para a consolidação dos Direitos
Humanos: a Declaração de Independência das 13 ex-Colônias Britânicas, ou
Declaração de Independência Norte-Americana, que representou um marco na
democracia moderna combinando, sob o regime constitucional, a representação popular
com a limitação de poderes governamentais e o respeito aos direitos humanos.
A principal característica da Declaração de independência dos Estados Unidos é a de
ser o primeiro documento a afirmar os princípios democráticos, na história política
moderna, em especial relacionado ao “novo” princípio de legitimidade política: a
soberania popular. Além disto, reconheceu a igualdade entre todos os seres humanos e
reafirmou o princípio da liberdade religiosa e de opinião.
13
Também em 1789 foi elaborada na França, outro documento igualmente importante, a
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão que consagrou o constitucionalismo
liberal e armou “o indivíduo com instrumentos de garantias de seus direitos”, tais como
as liberdades públicas (liberdade de locomoção, de propriedade etc.), os direitos do
cidadão (escolha de seus representantes, consentir no imposto etc.), o princípio da
isonomia como a igualdade de todos perante a lei, dentre outros.
Em 1o. de janeiro de 1942, foi elaborada a Carta das Nações Unidas com o propósito
de representar uma sociedade política mundial, para conter e limitar a força de todas as
nações do mundo com o objetivo de defender a dignidade humana. Seus objetivos
primordiais seriam a manutenção da paz e a manutenção da segurança internacional.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), inspirada nos ideais franceses ,
representou uma manifestação histórica de que se formara, em âmbito universal, o
14
reconhecimento de valores supremos da igualdade, da liberdade e da fraternidade entre
os homens, de acordo com o seu artigo 1º, cujos direitos ali definidos correspondem,
integralmente, ao que o costume e os princípios jurídicos internacionais reconhecem,
hoje, como exigências básicas de respeito à dignidade humana.
A DUDH cuida especialmente das quatro liberdades já referidas na Carta das Nações
Unidas: liberdade de palavra, de crença, liberdade de viverem a salvo do medo e da
necessidade.
15
Outro traço relevante da DUDH é a afirmação da democracia como único regime
político compatível com o pleno respeito aos Direitos Humanos e como única solução
legítima para a organização do Estado.
16
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais) e regional (Convenção Americana de Direitos
Humanos), interagindo em benefício dos indivíduos protegidos.
• naturais,
• abstratos,
• imprescritíveis,
• inalienáveis,
• individuais e
• universais
17
Os direitos são as faculdades atribuídas aos indivíduos e as garantias são as
disposições que asseguram os direitos. Por exemplo, quando falamos que todos são
iguais perante a lei, estamos nos referindo a um direito. Por outro lado, quando
mencionamos que o juiz não deixará de apreciar nenhum pedido formulado por um
indivíduo, se trata de uma garantia constitucional.
Em especial nos interessa os direitos contidos nos capítulos I e II deste Título: “Dos
direitos e deveres individuais e coletivos” e “Dos direitos sociais” (arts. 5o. a 11).
No capítulo II, “Dos direitos sociais”, encontramos aquele conjunto de normas que
determinam uma série de prestações sociais a serem realizadas pelo Estado, na
tentativa de reduzir as desigualdades sociais. São normas relacionadas ao direito à
igualdade.
18
direitos sociais relativos ao trabalhador,
direitos sociais relativos à seguridade (saúde, previdência e assistência social),
direitos sociais relativos à educação e à cultura,
direitos sociais relativos à moradia,
direitos sociais relativos à família, criança, adolescente e idoso, e
direitos sociais relativos ao meio ambiente.
Exemplos: Art. 6o, art. 7o. inc. II, VI, VIII, XVII, XVIII, XXIV, art. 8o., inc. III.
São livres:
A manifestação do pensamento;
A crença e a prática religiosas;
A manifestação intelectual, artística, científica e de comunicação;
O exercício de qualquer trabalho, atendidas as qualificações da lei;
A locomoção no território nacional em tempo de paz;
A reunião pacífica, sem armas;
As associações para fins lícitos;
A criação de cooperativas, na forma da lei;
São invioláveis:
São assegurados:
19
O direito de resposta;
O acesso a informações, resguardando o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
O direito de propriedade;
O direito autoral;
A propriedade industrial, que abrange as invenções, os modelos de utilidade, os
desenhos industriais, as marcas, etc.
O direito ao nome da empresa;
O direito de herança;
O direito de receber informações dos órgãos públicos;
O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos;
A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos;
Igualdade
20
legislativo, e não ferem o princípio da igualdade. Servem, porém,
para indicar a necessidade de uma construção teórica, que permita
distinguir as leis arbitrárias das leis conforme o direito, e eleve até
esta alta triagem tarefa do órgão do Poder Judiciário. ” (DANTAS,
1948, 359)
O artigo 5º da Constituição Federal assim preceitua: “Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes”:
II – Igualdade geral
A regra da igualdade estende-se a todas as áreas do Direito, não se admitindo
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
Significa que não deve haver discriminação. As oportunidades deverão ser iguais dentro
dos critérios objetivos razoáveis.
Os direitos e garantias são para brasileiros e estrangeiros residentes no país. Os
estrangeiros de passagem ou a passeio são também abrangidos, por força dos
princípios da Constituição, das leis nacionais e dos tratados internacionais.
21
III – Igualdade entre o homem e a mulher
O homem e a mulher têm direitos e obrigações iguais. A Constituição e a lei, contudo,
fazem alguma diferenciação em favor da mulher, como a aposentadoria antecipada ou
o foro privilegiado nas ações de separação judicial.
V – Igualdade jurisdicional
Ninguém será sentenciado nem processado senão pela autoridade competente (juiz
natural).
VI – Igualdade tributária
Não cabe tratamento desigual entre os contribuintes. Sempre que possível os impostos
terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte.
22
Não cabem distinções preconcebidas entre candidatos em concursos públicos, devendo
todos ter igual oportunidade de classificação, de acordo com o mérito de cada um. Em
se tratando de concursos públicos predomina o entendimento de que, em princípio, não
cabe a fixação do limite de idade. No entanto, poderá haver a imposição do limite se
assim o exigirem a natureza do serviço ou atribuição, ou em razão de motivos fáticos e
biológicos, ou se a limitação se mostrar razoável e não descabida.
4. Proibições constitucionais
Em se tratando da tortura esta vem prevista no artigo 5º, III, da Constituição Federal,
regulamentado posteriormente pela Lei Especial nº 9.455/97 que define os crimes de
tortura, que são classificados como crimes hediondos, não comportando anistia, graça,
indulto, fiança ou liberdade provisória. A pena desses crimes é cumprida integralmente
em regime fechado. Nestes termos, prevê o artigo 1º da referida Lei.
23
Assim, também são proibidas pela Constituição Federal de 1988 (CF/88), a pena de
morte, salvo em caso de guerra, bem como trabalhos forçados, pena de caráter
perpetuo e cruéis. A prisão será admitida somente se em flagrante ou por ordem escrita
de autoridade judiciária e competente, desde que fundamentada.
Há situações no cotidiano do ser humano que sua liberdade pode sofrer violação. Faz-
se referência neste tópico a liberdade de ir e vir, de ver um direito líquido e certo ser
cumprido, de obter informações a respeito de si próprio, bem como de insurgir-se contra
atos ilegais ou abusivos que atentem contra o patrimônio público.
Tendo em vista a possibilidade de violação desses direitos, a Constituição Federal traz,
como garantia fundamental o uso de ações que visam dar efetividade aos direitos dos
quais o cidadão for privado ou sofreu algum impedimento de exercê-los.
“Habeas Corpus”
Para Moraes (2003, p. 139), “habeas Corpus é uma garantia individual ao direito de
locomoção, consubstanciada em uma ordem dada pelo Juiz ou Tribunal ao coator,
fazendo cessar a ameaça ou coação à liberdade de locomoção em sentido amplo”.
Art. 5º, LXVIII – “Conceder-se-á “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
Cabe contra ato ilegal de autoridade. Mas, por exceção, tem-se admitido a impetração
também contra arbitrariedade de particulares quando evidente o constrangimento ilegal
– a exemplo de internação forçada de pessoa em casa de saúde mental.
24
O habeas corpus é preventivo no caso de estar o paciente ameaçado de violência ou
coação ilegal; e liberativo no caso de violência ou coação já praticada.
O habeas corpus é gratuito. Pode ser impetrado por qualquer pessoa, com ou sem
advogado, em benefício próprio ou alheio, bem como pelo Ministério Público, podendo
também ser concedido de ofício pelo juiz. Exemplo: cabe habeas corpus em caso de
uma prisão ilegal, ou seja, que não seja em flagrante ou fundamentada pelo juiz.
Mandado de segurança
Art. 5º LXIX “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por “habeas corpus”ou “habeas data”, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;”
O mandado de segurança é uma ação para proteger direito líquido e certo. Direito
líquido e certo é o que independe de qualquer outra prova além da documentação
juntada na inicial. O mandado de segurança pode ser individual ou coletivo. Exemplo:
uma pessoa devidamente aprovada em um concurso público; esta apenas aguardando
para ser nomeada e ingressar no cargo, porém, ao chegar a sua vez pela ordem
classificatória é surpreendida com a nomeação de outra pessoa que havia sido
classificada em um dos últimos lugares. Neste caso cabe o mandado de segurança
para proteger o seu direito líquido e certo de ingressar neste cargo uma vez que
preencheu todos os requisitos e a nomeação deve obedecer a ordem de classificação.
Ação popular
25
“É o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a
invalidação de atos ou contratos administrativos – ou a estes equiparados – ilegais e
lesivos do patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas autarquias, entidades
paraestatais e pessoas jurídicas subvenciadas com dinheiros públicos.” (MEIRELLES,
2004, p 135)
Art. 5º LXXIII: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular”.
Ação popular é ação pela qual o cidadão (eleitor) pode pleitear a anulação de ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, ou lesivo à moralidade
administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e cultural.
“Habeas data”
Todas as pessoas devem ter acesso às informações que o Poder Público ou entidades
de caráter público possuam a seu respeito.
26
Não cabe habeas data se a entidade não recusou as informações ou a retificação. É
necessário, portanto, no caso, pedido prévio junto à Administração, embora não se exija
o esgotamento dos recursos administrativos eventualmente cabíveis.
Exemplo: uma pessoa tem negadas informações referentes à sua situação nos órgãos
de proteção ao crédito, ou tem negado o direito de expedição de uma certidão relativo a
dados ou anotações sobre si próprio.
6. Direitos sociais
Ao definir os direitos sociais a CF/88 em seu art. 6º, elenca um rol trazendo a educação,
a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados, mas
dá ênfase maior ao trabalho e aos direitos do trabalhador tanto na esfera individual,
quanto coletiva, destinando todos os demais artigos, ou seja do art. 7º ao art.11 a tais
previsões, que serão estudados em capítulo distinto.
7. Direitos políticos
27
A expressão descrita nos princípios fundamentais da Constituição Federal “todo o poder
emana do povo” é uma expressão do Estado Democrático de Direito, que tem como um
dos fundamentos o pluralismo político. Assim, em se tratando dos direitos políticos
estes são conceituados nos seguintes termos:
Para Moraes (2014), “São direitos públicos subjetivos que investem o indivíduo no
status active civitis, permitindo-lhe o exercício concreto da liberdade de participação nos
negócios políticos do Estado, de maneira a conferir os atributos da cidadania”.
Definida pela CF/88, a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos através de plebiscito, referendo ou pela
iniciativa popular.
Para que o cidadão possa se tornar um candidato primeiro é preciso verificar se
preenche as condições de elegibilidade.
28
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Assim, este artigo determina, ao mesmo tempo, que outros casos de inelegibilidade
poderão ser determinadas através de lei complementar, que definira também os prazos
de sua cessação.
Ainda que eleito, o candidato poderá ter seu mandado impugnado. Para isso deverá
haver provas efetivas do cometimento dos atos de abuso, corrupção e fraude.
Em se tratando dos partidos políticos estes também têm sua criação e diretrizes
previstas na Carta Constitucional, pois representam “instrumentos necessários para a
preservação do Estado Democrático de Direito”. (MORAES, 2004, p. 43). Isso porque “o
sistema de partidos repercute de igual modo no funcionamento do regime presidencial,
tornando mais flexíveis as relações entre o Presidente e o Congresso, ou concorrendo
para abrandar as dimensões imperiais do poder presidencial, em regime de
pluripartidarismo”. (MORAES, 2004, p. 48)
29
políticos e, sobretudo aqueles que diretamente serão utilizados pelos cidadãos em
busca da proteção jurídica.
30
Resposta Comentada:
Atividade Final
CUNHAGATE
31
Você deve ter tomado conhecimento sobre a suposta atuação controversa do
Presidente da Câmara, de manipular votações de projetos de lei que são de seu
interesse (como o caso da maioridade penal e a autorização para financiamento privado
de campanhas políticas) e atrasar projetos que não tenham seu apoio.
Com o conteúdo que você aprendeu na presente aula, explique a função da
Constituição perante a atuação de nossos políticos.
Resposta comentada:
32
9. Conclusão
A Constituição Federal Brasileira na sua versão atual (de 1988) é bastante completa e
abrange aos mais diversos temas jurídicos, tais como família, propriedade privada,
índios, crianças, educação, cultura, dentre outros temas, demonstrando um notável
crescimento de temas fundamentais em relação às demais constituições.
10. Resumo
Iniciamos pelo exame dos princípios fundamentais que sustentam dos os conteúdos
instituídos pela constituição, passando em seguida para a apreciação dos direitos e
garantias fundamentais.
33
11. Referências Bibliográficas
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
SILVA, A. J. Curso de direito constitucional positivo. 37. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
COMPARATO, Fábio Konder. “Afirmação História dos Direitos Humanos”. São Paulo:
Saraiva, 2002.
DANTAS, F.C. de San Tiago. Igualdade perante a lei e due process of law: contribuição
ao estudo da limitação constitucional do Poder Legislativo. Revista Forense, v.
116, p. 357-367, Rio de Janeiro, 1948.
Consultando a legislação
34
_____. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Poder
Legislativo, Brasília, 11 jan. 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>.
35