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7.1. Introdução
Segundo o art. 121 do Código Tributário Nacional existem duas espécies ou tipos
de sujeito passivo da obrigação tributária principal (pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária): a) contribuinte, quando tenha
relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador, e
b) responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte (portanto, sem
relação pessoal e direta com o fato gerador, mas de alguma forma vinculado a
ele), sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Para o STJ, as sociedades civis sem fins lucrativos que buscam o reconhecimento
da imunidade tributária prevista no art. 150, inciso VII, alínea “c”, da Constituição,
em relação à cobrança do ICMS incidente em suas contas de energia elétrica, de
telefone e na aquisição de bens de ativo fixo não são contribuintes, nem
responsáveis, nos termos do art. 121 do CTN. Os contribuintes do ICMS, nas
hipóteses destacadas, são as concessionárias (REsp n. 983.814).
7.2.1. Contribuinte stricto sensu: aquele que realiza o fato gerador ou tem
proveito econômico com a ocorrência do fato gerador.
7.2.2. Responsável
7.2.2.1. Por transferência: aquele que recebe o dever de pagar o tributo antes
atribuído ao contribuinte, o qual, por motivos diversos, não pode ou não deve
satisfazer a prestação.
Há, nos arts. 129 a 138 do Código Tributário Nacional, três conjuntos de casos de
responsabilidade por transferência. São eles:
Por outro lado, o arrematante (em hasta pública, ou seja, leilão público) não é
responsável pelos tributos devidos pelo imóvel, sub-rogando-se sobre o respectivo
preço. Em conseqüência, o arrematante recebe o imóvel livre e desembaraçado
de qualquer dívida tributária. O STJ já decidiu que se o preço alcançado na
arrematação em hasta pública não for suficiente para cobrir o crédito tributário,
a.2) empresarial (arts. 132 e 133 do Código Tributário Nacional): a pessoa jurídica
de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra
ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas
jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Entende-se por:
- Fusão: operação pela qual se unem duas ou mais sociedades existentes para
formar uma sociedade nova, distinta das anteriores (antes: A e B; depois: C);
- Incorporação: operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por
outra (antes: A e B; depois: A);
- Cisão: operação pela qual a empresa transfere parcelas de seu patrimônio para
uma ou mais sociedades (antes: A; depois: B e C). A doutrina entende que o
Código Tributário Nacional aplica-se aos casos de cisão, figura tratada na
legislação depois de sua edição. O STJ já decidiu, para considerar que não se
trata de fato gerador do ICMS, as várias facetas do instituto da transformação das
sociedades, envolvendo: incorporação, transformação, fusão e cisão (REsp n.
242.721).
Entende-se por:
- Razão social (ou firma social): uma das duas espécies do nome comercial (a
outra é a denominação) devendo ser formada por uma combinação dos nomes ou
prenomes dos sócios (Pereira, Gonçalves & Peixoto ou Pereira, Gonçalves & Cia);
A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional,
e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob
firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato: a) integralmente, se o
alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade e b)
subsidiariamente com o alienante, se esse prosseguir na exploração ou iniciar
dentro de 6 (seis) meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo
ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
Assim, na hipótese "b", em primeiro lugar deve ser cobrado o alienante e, se esse
não tiver como pagar, será cobrado o adquirente. Há, nesse caso, um benefício de
ordem.
Entende-se por:
Entende-se por:
- Meação: metade dos bens que compunham a sociedade conjugal que cabe ao
cônjuge sobrevivente. A herança é a outra metade, que competia ao cônjuge
falecido;
O art. 155-A, § 1º, do Código Tributário Nacional, dispositivo introduzido pela Lei
Complementar n. 104, de 2001, estabelece expressamente que "salvo disposição
de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de
juros e multas". O STJ, que chegou a decidir pela aplicação da denúncia
espontânea nos casos de parcelamento, reviu seu posicionamento para
considerar que o parcelamento do crédito tributário não equivale ao pagamento e,
portanto, não cabe a denúncia espontânea (REsp n. 564.872/AgRg, AgRg nos
EDcl no AgRg no AG n. 492.896 e AgRg nos EAg 656.397).