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Em torno dos anos 12.000 A.E.C., o aspecto geoclimático do norte da África era
próximo ao atual. Este processo de desertificação nessa área, fez com que muitos povos se
congregassem à beira das águas. Isso se deu de forma oposta na Mesopotâmia, entre os rios
Tigre2 e Eufrates3 em comparação ao Egito, ao redor do rio Nilo 4. Mesmo assim, seus motivos
eram símeis: a busca por alimentos, abrigos e meios de produção.
1
Estudante do curso Bacharelado em História na Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Sob o nº de
matrícula: 138972.
2
Tendo como nome original: Tígris (do árabe, Dijla), tem entre de 1.900 e 1.850 km de extensão, ele passa entre
o território da Turquia e do Iraque, está localizado a leste do rio Eufrates, formando a Mesopotâmia.
3
O rio Eufrates é o mais longo rio da Ásia Ocidental, tendo 2.800 km de curso d’água, flui entre a Síria e o
Iraque.
4
O Nilo é o rio com maior extensão no mundo, com 6650 km de extensão, se localiza no nordeste da África e
nasce ao sul da linha do Equador, sua foz chega ao mar Mediterrâneo.
medo do desconhecido precisava ser apaziguado, para que a sociedade conseguisse construir
uma vida pacífica. Tornando-os seres diferentes dos demais, a partir de um processo cultural,
pois faziam um trabalho ímpar nesse coletivo. Dessa forma, essa classe social ascende,
criando para si um lugar específico de controle das abundâncias, estabelecendo-se e
perpetuando-se, de maneira legítima, no controle da sociedade mediante o sagrado. Esse
trabalho religioso, juntamente com a produção regular excedente, permite com que o poder
teocrático se torne a maior forma de autoridade, pois, nessa época, governo nenhum se
sustentaria sem um vínculo com o místico, porque, para eles, a própria vida se torna possível
– apenas – através do divino.
Com o decorrer dos anos, após o momento de unificação, vemos que o Faraó não era
compreendido simplesmente como um líder, ou um regente, ele estava além disso, sua figura
representava a divindade, e a própria possibilidade de existência humana na terra, pois ela era
dada aos homens pelos deuses, para que ele, a frente dos seres mortais, governasse, sendo o
único capaz de levar adiante os desígnios do sagrado no plano terreno. Mediada pelos
sacerdotes, que compunham a elite nessa sociedade, a escrita e a mumificação foram armas
poderosas de concretização e manuseio da fé, pois eram manifestações físicas da crença
espiritual dos homens, consolidando ainda mais essa forma de pensar. Sendo assim, a cada
novo reinado do Faraó, iniciava-se novamente o “ano um”, inaugurando, mais uma vez, o
mundo, como um próprio “homem-deus”.
O imperador governava junto dos sacerdotes, que o legitimavam, pois, também tinham
contato com o sagrado, e, como consequência disso, – semelhante ao Egito – compunham
parte da elite nessa sociedade. Mesmo assim, o líder supremo, ainda estava um palmo acima
dos homens, recebia tributos das burguesias de cidades conquistadas através da derrota
militar. Juntamente com as alianças (opostamente ao Faraó), fazendo com que o comércio
mesopotâmico tivesse um grande fluxo com outros locais. O pós-morte nessa cultura era visto
como algo banal e sem valor, diferentemente dos egípcios, que o cultuavam a ponto de gravar
inúmeras escrituras sobre, posto que, a morte era uma abertura para outra vida deveras
desejada.