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Desde os primórdios há uma referência daquilo que se é considerado belo por determinada

cultura ou época.É ditado pela sociedade um modelo a que se deve seguir para ser
considerado alguém belo e atrativo.E quem dita este padrão?A mídia!Vivemos em uma
verdadeira ditadura da beleza,onde o ditador é a TV,os jornais ,as revistas e os tabloides.
No período dos anos 40 e 50 a referencia de beleza eram as grandes musas de
Hollywood,como a atriz Marylin Monroe,cujo quadris largos e seios fartos chamavam a
atenção.Nos anos 90 as super modelos ,como Kate Moss, ditavam moda. Atualmente , pode-se
observar que a socialite Kim Kardashian tem seu cabelo,sapatos,roupas e maquiagens imitados
por milhares de mulheres.Não importa a época,a mídia sempre dita o que e quem devemos
seguir.
Clinicas especializadas,academias sempre lotadas,produtos que modelam o corpo e dietas
malucas, são alguns dos itens presentes naqueles que buscam o chamado "corpo
perfeito".Qual será o limite desta busca?As pessoas colocam sua saúde e a própria vida em
risco pela vaidade.O Brasil está entre os países que mais fazem procedimentos estéticos no
mundo,o que demonstra a insatisfação dos brasileiros com seus corpos.
Há uma citação do filosofo grego Séneca "Uma mulher bonita não é aquela de quem se
elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não
deixa possibilidades para admirar as partes isoladas”,apenas precisa-se entender que a beleza
não é a parte essencial que deve-se buscar,a mesma mídia que leva os indivíduos a pensarem
que exite apenas um método de beleza,deve propagar a ideia de que se deve se aceitar com
suas diferenças.

A beleza está na raiz da lenda grega sobre a Guerra de Tróia, que teve início em um concurso
de beleza entre três deusas, na qual Páris foi o juiz. As três tentaram suborná-lo, porém,
venceu Afrodite, que lhe ofereceu a mais linda mortal, Helena, sendo objeto de disputa no
conflito com Esparta. Com isso, é possível observar a centralidade da aparência física no
imaginário da sociedade, inclusive biologicamente, sendo considerada como mecanismo de
reprodução. Porém, a busca incessante pela perfeição e sua supervalorização alcançou níveis
preocupantes, afetando indivíduos socio e psicologicamente.
Em princípio, os meios de comunicação em massa é o atual veículo na divulgação e construção
dos padrões de beleza. De acordo com Adorno e Horkheimer, quanto mais forte ficam os
esteriótipos, mias difícil é para as pessoas mudarem de opinião sobre determinados assuntos.
Dessa forma, percebe-se que os modelos de aparência que a sociedade tem são os estipulados
exaustivamente pela mídia. Assim, por meio de discursos publicitários e jornalísticos é
apregado que para ser belo é necessário possuir certas características e para obtê-lo qualquer
sacrifício é válido, resulta-se, então, em pessoas que realizam intervenções perigosas e
desnecessárias, em busca de uma perfeição inalcançável, levando-os a complicações de saúde
e até a morte.
Por outro lado, a exaltação de certos padrões é uma forma de segregação social. certamente
para alcançar o patamar desejado de boa forma, é necessário investir grande tempo e
dinheiro, porém, apenas uma parcela da população possui recursos financeiros suficientes.
Desse modo, a estética corporal serve como um divisor social, na medida que exclui os que
não estão de acordo com os arquétipos, como os preceitos da autora Inês Senna Shaw, que
afirma que o belo não pode ser dissociado do poder econômico que os indivíduos ocupam na
esfera pública. Então, a beleza torna-se uma nova forma de preconceito, que se estende da
procuro por emprego até aos relacionamentos amorosos, prejudicando a interação social dos
divergentes.
Logo, a repreensão feita ao que está fora dos esteriótipos cria uma ditadura da beleza,
forçando indivíduos a situações extremas pelo corpo ideal. Desse modo, é preciso um diálogo
familiar, sobre autoestima, buscando exaltar o natural, desestimulando a insatisfação pessoal.
Mas também instituições de ensino devem fornecer palestras e apoio psicológico para alunos,
a fim de mudar a mentalidade e tal cultura da perfeição. Dessa forma será possível quebrar os
padrões e garantir uma sociedade mais tolerante com o diferente.

Segundo Carlos Drummond de Andrade, ninguém é igual a ninguém, todo ser humano é um
ser ímpar. A partir desse pressuposto, a imagem escultural de um corpo perfeito, reproduzido
muitas vezes pelas mídias, não deve ser comparar a todos. Assim, em decorrência desse
assunto, percebe-se a necessidade de uma análise crítica acerca dos exageros relacionados à
busca da figura ideal.
Mesmo com a crise econômica de 2015, de acordo com Sociedade Internacional de Cirurgia
Plástica e Estética, o Brasil é o segundo país no ranking de cirurgias plásticas, atrás somente
dos EUA . As mulheres ainda são as maiores consumidoras desse mercado representando
87,2% das pessoas que fazem os procedimentos. Entretanto, a parcela masculina também está
aumentando, cerca de 12,8% do total de pacientes nos últimos anos.
O mais famoso cirurgião plástico brasileiro, Ivo Pitanguy dizia que só faz algum procedimento
estético quem não se tolera. Partindo dessa ideia, a manipulação do corpo é realizada por
indivíduos que não estão contentes com seu reflexo no espelho. Com isso, pessoas satisfeitas,
bem humoradas e com autoestima não precisam da paranoia de viver se comparando
desenfreadamente, o que pode causar muitas doenças psíquicas e sociais, como depressão por
exemplo.
Portanto, medidas são precisas para resolver esse impasse. Os meios de comunicações em sua
forma escrita e televisiva devem evitar impor um estereotipado padrão de beleza nas revistas
e novelas, mostrando assim, modelos e personagens com vidas cotidianas e mais saudáveis.
Além das escolas e as ONGs, com auxilio de psicólogos, ensinarem a relatividade dos
parâmetros estéticos por meio de palestras e campanhas promovendo debates e alertando os
riscos causados por essa obsessão do corpo perfeito.

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