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DIREITO CIVIL

Dos Bens

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
FABIANA BORGES

Graduada e pós-graduada pela Universidade


de Franca. Advogada. Professora de cursinhos.
Professora do curso de Direito e supervisora de
Atividade Complementar do Centro Universi-
tário do Planalto. Professora do curso de Direito
do UniCEUB.

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Dos Bens
Prof.ª Fabiana Borges

Bens..........................................................................................................4
1. Dos Bens................................................................................................4
1.1. Do Patrimônio.......................................................................................4
2. Classificação...........................................................................................5
2.1. Bens Considerados em si Mesmo.............................................................5
2.2. Das Pertenças.................................................................................... 22
2.3. Bens Públicos e Bens Privados.............................................................. 23
2.4. Bem de Família................................................................................... 29
Resumo.................................................................................................... 35
Questões de Concurso................................................................................ 44
Gabarito................................................................................................... 56
Gabarito Comentado.................................................................................. 57

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BENS
1. Dos Bens
Genericamente, pode-se afirmar que bem é tudo o que satisfaz o desejo huma-

no, todavia nem todos os bens são jurídicos, estes são aqueles reconhecidos como

relevantes para o ordenamento jurídico.

Para melhor compreensão deste tema, vale leitura das palavras dos autores

Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald1:

[…] As relações jurídicas são formadas por três elementos (sujeitos, objeto e vínculo), é
de se notar que seu objeto é um bem sobre o qual recairá o direito subjetivo do sujeito
ativo, permitindo-lhe exigir do sujeito passivo o comportamento esperado.
Ser objeto da relação jurídica significa sofrer a dominação dos sujeitos nos termos e
limites dos poderes concedidos pela relação jurídica.
Os bens jurídicos podem ser dotados, ou não, de economicidade, bem como podem ter
existência material, ou não. Assim são considerados bens jurídicos tanto um imóvel e
uma joia, quanto à honra e a imagem. Ilustrativamente, assim como o imóvel é objeto
do direito (subjetivo) de propriedade, a imagem será o objeto do direito (subjetivo) da
personalidade.

Os bens podem ser materiais como, por exemplo, uma bicicleta, uma joia, e po-

dem ainda ser imateriais, como por exemplo, honra, direitos do autor. Todavia, com

a evolução social e tecnológica, surgirem novas figuras na teoria dos bens, como

software, programas de computação, direito a informação

1.1. Do Patrimônio

O patrimônio por sua vez é a junção de todos os bens, corpóreos (materiais) ou

incorpóreos (imateriais) de determinada pessoa.


1
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 552.

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2. Classificação
A classificação dos bens se faz necessária para que haja maior compreensão do ins-

tituto, e para que se garanta maior ou menor garantia a depender da espécie de bem.

O Código Civil de 2003 dividiu o tratamento e classificação a ser dispensado

aos bens:

• Bens considerados em si mesmos:

– Móveis ou imóveis (art. 79 ao 84, CC);

– Tangíveis ou Intangíveis (classificação doutrinária);

– Fungíveis ou Infungíveis (art. 85, CC);

– Consumíveis ou Inconsumíveis (art. 86);

– Divisíveis ou Indivisíveis (arts. 87 e 88, CC);

– Singulares ou Coletivos (arts. 89 a 91);

• Bens reciprocamente considerados:

– Principais ou Acessórios (arts. 92 a 97, CC);

• Bens considerados em relação ao sujeito:

– Público ou privados (arts.98 ao 103, CC);

• Bem de família (art. 1.711 a 1722, CC).

2.1. Bens Considerados em si Mesmo

Para classificar os bens considerados em si mesmo, deve-se partir da análise tão

somente sobre o bem, objeto do estudo, ou da classificação. Como dito alhures, os

bens considerados em si mesmo são: Móveis ou imóveis; Tangíveis ou Intangíveis;

Fungíveis ou Infungíveis; Consumíveis ou Inconsumíveis; Divisíveis ou Indivisíveis

ou singulares ou Coletivos.

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As classificações serão estudadas de forma individualizada na sequência des-

te material.

2.1.1. Bens Móveis ou Imóveis

Esta classificação se faz necessária para se compreender o tráfego jurídico, a

proteção e ainda, as diferenças estabelecidas pelo próprio legislador no que toca

um e outro. Iniciaremos pelos bens imóveis também denominados bens de raiz,

seguindo a sequência do Código Civil.

Quanto o conceito, o Código Civil estabelece em seu art. 79: “São BENS IMÓ-

VEIS o SOLO e TUDO quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”.

O doutrinador Pablo Stolze2 conceitua bens imóveis: “São aqueles que não po-

dem ser transportados de um lugar para o outro sem alteração de sua substância”.

A doutrina de forma geral classifica os bens imóveis como:

• bens imóveis por sua natureza;

• bens imóveis por acessão artificial, física ou industrial;

• bens imóveis por acessão natural;

• bens imóveis por disposição legal.

Para estudar a subclassificação acima descrita, utilizarei dos conhecimentos dos

autores: Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald3.

Bens Imóveis por sua Natureza

O art. 79, do Código Civil em sua primeira parte estabelece: “São BENS IMÓ-

VEIS o SOLO e TUDO quanto se lhe incorporar natural […]”, assim pode- se afirmar
2
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de Direito Civil: parte geral. São Paulo:
Editora Saraiva, 2015. p. 312.
3
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 567.

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que a superfície do solo, subsolo, espaço aéreo, são considerados como bem imó-

veis pela natureza.

Bens Imóveis por Acessão Artificial, Física ou Industrial

Os bens imóveis por acessão artificial também estão dispostos no art. 79, CC: “São

BENS IMÓVEIS o SOLO e TUDO quanto se lhe incorporar […] ou artificialmente”.

Nesta subclassificação tem-se a ação humana. Note que o artigo reza, que o

solo e tudo que lhe incorporar artificialmente. Podem-se citar como exemplo, as

plantações e as construções, de modo que tais bens não podem ser removidos sem

que sejam destruídos ou modificados.

4
Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=solo&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKE-
wjYxePvwqfmAhUcHLkGHbRsDTIQ_AUoAXoECA4QAw&biw=1200&bih=859#imgrc=1PY221CHRr71FM.
Acesso em: 8 dez. 2019.
5
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/rio-2016/noticia/2016-07/restricoes-no-espaco-aereo-do-
-rio-para-olimpiada-comecam-no-dia-24. Acesso em: 8 dez. 2019.
6
Disponível em: https://blog.aegro.com.br/plantacao-de-milho/. Acesso em: 8 dez. 2019.
7
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Burj_Khalifa#/media/Ficheiro:Burj_Khalifa.jpg.
Acesso em: 8 dez. 2019

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Bens Imóveis por Acessão Natural

É tudo aquilo que se prende naturalmente ao solo, como as árvores e frutos,

adjacências naturais.

Bens Imóveis por Disposição Legal

Os bens imóveis por disposição legal receberam esta classificação, vez que a

própria legislação é que especifica alguns bens, que em razão de segurança jurídi-

ca, são denominados imóveis, conforme consta do art. 80 do Código Civil:

Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.

Os incisos referem-se a assuntos que ainda não fora visto, mas, merecem, ain-

da que brevemente uma rápida explicação. O direito real é aquele incidente sobre

o bem, o direito que o titular tem sobre o bem, por exemplo, a propriedade. Exem-

plo: João é o proprietário do imóvel X, conclui-se que, João tem um direito real

(propriedade) sobre determinado imóvel.


8
Disponível em: https://visitebrasilia.com.br/arvores-do-cerrado/. Acesso em: 8 dez. 2019.
9
Disponível em: https://www.upturismo.com/destinos/bonito/. Acesso em: 8 dez. 2019.

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Esse direito real (propriedade) tratado no exemplo, é, para efeitos legais:

BEM IMÓVEL.

Quanto à sucessão aberta, é direito que surge tão somente, quando uma pes-

soa morre. Ao morrer, a sucessão do morto (de cujus) é transmitida de imediato

aos seus herdeiros (art. 1.784, CC), todavia, para que a transmissão ocorra de fato

e de direito, é necessário o procedimento de inventário, que no Brasil é bifásico:

inventariança e partilha.

Até que se dê a partilha, a sucessão fica “aberta”, ainda que a composição do

patrimônio seja tão somente de bens móveis. Tal comportamento do legislador se

dá em razão da segurança jurídica necessária, a este momento de transferência pa-

trimonial. Enquanto a sucessão estiver aberta, o tráfego jurídico também é rígido,

devendo ser feito com autorização do magistrado e por cessão de direito.

Por sua vez, o art. 81 do Código Civil preconiza:

Não perdem o caráter de imóveis:


I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem re-
movidas para outro local;
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

O inciso um refere-se as edificações que, separadas do solo, mas conservando

a unidade, forem removidas para outro local. Tal inciso protege o bem, mesmo en-

quanto esteja fora do solo, desde que a intenção seja reinseri-lo ao solo. Pode-se

citar como exemplo, casas pré-fabricadas, conforme ilustração:

10
10
Disponível em: http://www.gazetainformativa.com.br/conheca-a-casa-que-foi-transportada-sobre-um-ca-
minhao-em-sao-mateus-do-sul/. Acesso em: 9 dez. 2019.

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Sobre a imagem acima, trata-se de um bem imóvel, mas mesmo não estando

fixada ao solo, NÃO PERDE SUA NATUREZA, porque está conservada sua unidade,

e está sendo removida para outro local.

O inciso II refere-se aos materiais provisoriamente separados de um prédio,

para nele se reempregarem. Nesta hipótese, se refere a bens móveis, que foram

inseridos em bem imóvel, portanto adquiriram natureza de bem imóvel, e de for-

ma provisória foram separados deste prédio, mas serão reempregados, neste caso

também não perderão a natureza de imóvel, mesmo estando separados. Veja a

figura ilustrativa:

11

A imagem acima ilustra uma porta que foi retirada para reforma, contudo, será

reempregada no imóvel, assim, mesmo estando fora do imóvel, não perderá a na-

tureza do imóvel, vez que o destino é ser reempregada.

Sobre a ótica da consequência prática de se classificar o bem em móvel ou imó-

vel, valem algumas das observações quanto aos bens imóveis:

• Tráfego jurídico rígido, a legislação exige forma quando da compra e venda,

neste caso, escritura pública;

• É necessária a outorga do outro cônjuge, quando da alienação, se a pessoa

for casada, salvo no regime de separação de bens;


11
Disponível em: https://blog.borealled.com.br/reformar-portas-antigas/. Acesso em: 9 dez. 2019.

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• Sujeitam-se ao contrato de comodato (empréstimo de bem infungível);

• Sujeitam-se a hipoteca como forma de garantia real;

Quanto aos bens móveis, o art. 82 do Código Civil, determina: “São móveis os

bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alte-

ração da substância ou da destinação econômico-social”, ou seja, admitem remo-

ção sem alteração de sua substância.

Os bens móveis, por sua vez se subclassificam em:

• bens móveis pela própria natureza;

• bens móveis por antecipação;

• bens móveis por disposição legal.

• semoventes.

Bens Móveis pela Própria Natureza

São bens que podem ser deslocados de um lugar para outro, sem perder

sua substância, em razão de sua própria estrutura, como por exemplo: navios

e aeronaves.

Em que pese os navios e aeronaves sejam considerados bem móveis, no que

toca a garantia dada especialmente sobre estes bens, o art. 1473, do Código Civil:
12
Disponível em: https://navigare.tur.br/2019/02/13/duvidas-frequentes-sobre-viagens-de-navios/. Acesso
em: 9 dez. 2019.
13
Disponível em: https://blog.mundi.com.br/2018/03/29/como-viajar-de-aviao/. Acesso em: 9 dez. 2019.

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Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:


VI – os navios;
VII – as aeronaves.

No estudo sobre bem imóvel, viu-se que a hipoteca é forma de garantia des-

tinada a bens imóveis, todavia, quanto aos navios e aeronaves, em caráter

excepcional, também terão como garantia, quando do caso, a hipoteca.

Bens Móveis por Antecipação

Esta classificação fora construída pela doutrina, tem como traço distintivo, a

vontade humana, pois se referem a bens imóveis por natureza, mas em razão da

vontade humana e da função econômica de tais bens, são denominados bens mó-

veis por antecipação, como por exemplo, arvores plantadas que serão convertidas

em lenha ou então uma safra ainda não colhida. Veja a imagem:

14

Bens Móveis por Disposição Legal

Preconiza o art. 83 do Código Civil:

14
Disponível em: https://www.embrapa.br/documents/1355746/22702282/colheita-de-pinus.jpg/5597dff-
6-3294-f814-21bc-cb71e47bee63?t=1513684771774. Acesso em: 15 dez. 2019.

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Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Como exemplo da energia que tem valor econômico pode-se citar a energia elétrica.

Em relação aos direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes,

é necessário lembrar que direito real é a relação jurídica existente entre a pessoa

e o bem, como por exemplo: propriedade, usufruto e o penhor.

E por fim, direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações, cita-se

como exemplo, os direitos de crédito.

Semoventes

A primeira parte do art. 82 estabelece: “São móveis os bens suscetíveis de mo-

vimento próprio […]”, e refere-se aos animais de forma geral.

15

Por fim, ainda referindo-se aos bens móveis, o art. 84 do Código Civil, estabele-

ce: “Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem emprega-

dos, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenien-

15
Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/Colunas/sebastiao-nascimento/noticia/2018/09/gado-
-nelore-e-estrela-unica-da-expoinel-de-uberaba.html. Acesso em: 15 dez. 2019.

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tes da demolição de algum prédio”. No que se refere este artigo, vale compará-lo

ao 81 do mesmo diploma legal:

Bens Imóveis Bens móveis


(Materiais de construção) (Materiais de construção)
Não perdem o caráter de imóveis: Os materiais destinados a alguma
[…] construção, enquanto não forem
II – os materiais provisoriamente sepa- empregados, conservam sua qua-
rados de um prédio para nele se reem- lidade de móveis; readquirem essa
pregarem. qualidade os provenientes da demoli-
ção de algum prédio.
Portanto, os materiais de construção: Portanto, os materiais de construção:
Empregados em imóvel; Antes de empregados;
Retirados de uma construção para nela Provenientes de demolição.
mesmo se reempregarem.

2.1.2. Bens Fungíveis e Infungíveis

O art. 85 do Código Civil preconiza: “São fungíveis os móveis que podem subs-

tituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”.

Os bens fungíveis, pela sua natureza, permite substituição por outro bem, que

tenha a mesma espécie, a mesma qualidade e quantidade, por exemplo: Uma ca-

neta esferográfica, da cor azul, da marca X, pode substituí-la por uma caneta esfe-

rográfica, da cor azul, da marca X.

Inversamente, os bens infungíveis são aqueles que não admitem substituição

pela natureza, como por exemplo, um relógio de ouro deixado pela bisavó, no caso,

além do valor do bem em si, tem agregado valor afetivo, portanto, bem que não

se substitui.

Tal classificação é importante, quando se estuda o tema de contratos. O contrato

de mutuo tem por objeto bens fungíveis, e o contrato de comodato, bens infungíveis.

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2.1.3. Bens Consumíveis e Inconsumíveis

Quanto a esta classificação o art. 86 do Código Civil estabelece: “São consumí-

veis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância,

sendo também considerados tais os destinados à alienação”.

A classificação quanto a consumo se divide em duas espécies: consumo mate-

rial e o consumo jurídico.

O consumo material é aquele conforme descrição literal do art. 86: “cujo uso

importa destruição imediata da própria substância”, como por exemplo, o alimento

ou o combustível.

Já o consumo jurídico é o disposto no final do artigo: “[…] sendo também con-

siderados tais os destinados à alienação”, o consumo, neste caso, refere-se ao es-

toque, por exemplo, os bens que estavam no estoque foram alienados.

Os inconsumíveis, por sua vez, são aqueles que permitem o uso reiterado sem

que haja alteração de substância.

2.1.4. Bens divisíveis e Indivisíveis

Quanto à classificação sobre a indivisibilidade determina o art. 87, do Código Civil:

Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminui-
ção considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Já o art. 88 estabelece: “Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indi-

visíveis por determinação da lei ou por vontade das partes”.

A indivisibilidade se dá por diversas formas, são elas:

• Indivisibilidade legal: Ocorre obviamente por imposição de lei, como é o caso

da herança até o momento da partilha;

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• Indivisibilidade convencional: é decorrente da vontade das partes, como por


exemplo, o condomínio;
• Indivisibilidade natural: será em razão do próprio bem, que por sua natureza
é indivisível, como a exemplo, um cachorro.

2.1.5. Bens Singulares e Coletivos

Os bens singulares estão previstos no art. 89 do Código Civil: “São singulares os


bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais”.
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald16 subclassificam os bens singulares em:
• Simples: referindo-se àqueles bens que formam um todo homogêneo, cujas
partes, unidas pela natureza ou pelo engenho humano, não precisam de de-
terminação de lei, podendo-se exemplificar com um animal. Aqui a coesão é
natural, como por exemplo um animal;
• Compostas: são aquelas coisas formadas pela conjunção de coisas simples,
que, em consequência, perdem autonomia. As coisas reunidas podem ser de
ordem material (no exemplo da construção de um edifício) ou imaterial (como
o fundo de comércio). Trata-se de coesão artificial. Cita-se como exemplo, a
bicicleta, que é formada por diversas peças.

Quanto aos bens coletivos, prevê o art. 90, CC:

Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à


mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações
jurídicas próprias.

De acordo com Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald17 os bens coletivos são

subdivididos em:
16
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 573.
17
Ibidem.

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• Universalidades de fato (universitas facti), referindo-se ao conjunto de

bens singulares, corpóreos e homogêneos, ligados pela vontade humana para

a consecução de um fim, exemplificando-se com uma biblioteca ou uma ga-

leria de quadros. Não há de se confundir com as coisas singulares compostas

em razão da autonomia das coisas que forma a universalidade de fato, exem-

plifica-se com uma biblioteca, pinacoteca;

• Universalidades de direito (universitas juris), relativamente aos bens sin-

gulares corpóreos ou incorpóreos, aos quais a norma jurídica dá unidade. É o

caso do patrimônio, da herança, e da massa falida. O art. 91 do Código Civil

prevê: “Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas,

de uma pessoa, dotadas de valor econômico”.

2.1.6. Bem Principal e Bem Acessório

Tal classificação encontra-se alocada no capítulo II, seção V, Título Único: Da

diferentes Classes de bens – Bens Reciprocamente Considerados.

O conceito de bem principal está na primeira parte do art. 92 do Código Civil:

“Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente […]”. O bem

principal não depende de nenhum outro bem para existir e cumprir sua finalidade,

pode-se citar como exemplo o solo.

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E por sua vez, o bem acessório encontra-se na segunda parte do art. 92 do

Código Civil: “[…] acessório, aquele cuja existência supõe a do principal”, ou seja,

para que o bem acessório exista, necessita da existência do bem principal, como

por exemplo, a árvore que depende do solo.

Sobre tal classificação incide o princípio da gravitação jurídica que consiste na

seguinte regra: “o bem acessório, segue a sorte do bem principal (accessorium se-

quitur principale), salvo disposição contrária”.

Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald18 classificam bens acessórios em:

• frutos;

• produtos;

• benfeitorias.

Frutos

O Código Civil em seu art. 95, no que toca aos frutos, prevê: “Apesar de ainda

não separados do bem principal, os frutos […] podem ser objeto de negócio jurídico”.

Os mesmos autores, citado alhures, conceituam frutos19: “são utilidades pro-

duzidas com periodicidade pela coisa principal cuja percepção mantém intacta a

substância do bem”.

Importante, frisar características do fruto: Periodicidade, Inalterabilidade

da substância e Separabilidade da coisa principal.

Cristiano Chaves e Nelson Rosenval20d, quanto ao estado, classifica os frutos:

• Pendentes: aqueles que estão unidos à coisa, não tendo sido destacados;

18
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 576.
19
Ibidem.
20
Ibidem.

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• Percebidos ou colhidos: os frutos já separados da coisa, mas ainda

existentes;

• Estantes: aqueles que embora separados, encontram-se armazenados,

estocados;

• Percipiendos: são os que deveriam ter sido separados, mas ainda não foram;

• Consumidos: os frutos que não existem mais.

Os frutos ainda podem ser: civis (rendimentos), Industrial (Atuação humana) e

naturais (oriundo da força animal ou vegetal).

Produtos

Os produtos também tem previsão no “Apesar de ainda não separados do bem

principal, […]os produtos, podem ser objeto de negócio jurídico”.

O conceito de produto, de acordo com Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald21

é: “São utilidade que podem ser retiradas da coisa alterando sua substância,

diminuindo a quantidade e levando até o esgotamento de seu conteúdo, como

por exemplo, petróleo de um poço. A extração do produto determina sua pro-

gressiva diminuição”.

Benfeitorias

As benfeitorias são despesas ou obras realizadas em bem móvel ou imóvel. O

art. 96 do Código Civil determina: “As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis

ou necessárias”.

Os parágrafos deste artigo conceituam a classificação das benfeitorias:


21
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 577.

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Assim, o parágrafo primeiro estabelece: “São voluptuárias as de mero deleite

ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais

agradável ou seja de elevado valor”. Veja a figura exemplificativa, uma banheira no

quintal, é benfeitoria de deleite, recreio, portanto são voluptuárias:

22

Questão 1    (CESPE/2012/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO

CIVIL/ÁREA 5) Com base no Código Civil, julgue o item a seguir, relativo às ben-

feitorias.

A construção de uma piscina na área externa de um imóvel residencial caracteriza-

-se como uma benfeitoria voluptuária.

Certo.

O parágrafo único do art. 96 do Código Civil estabelece: “São voluptuárias as de

mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o

tornem mais agradável ou seja de elevado valor”.


22
Disponível em: https://www.decorfacil.com/wp-content/uploads/2015/07/20161006imagem25.jpg. Acesso
em: 16 dez. 2019.

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A questão acima é simples, cobrando do candidato apenas a parte de conceito,

portanto a piscina, é de mero deleite ou recreio, portanto, benfeitoria voluptuária.

O segundo parágrafo determina: “São úteis as que aumentam ou facilitam o

uso do bem”. Portanto, as benfeitorias, conforme figura abaixo são aquelas que

facilitam o uso do bem.

23

E por fim, o parágrafo terceiro conceitua: “São necessárias as que têm por fim

conservar o bem ou evitar que se deteriore”, portanto necessárias são aquelas que

não tem como deixar de realizar, como por exemplo, um vendaval que destelha

uma casa. É imperioso realizar a benfeitoria:

24

Quanto às benfeitorias necessárias25 , importante leitura do Enunciado 433

do CJF:
23
Disponível em: https://www.digicomweb.com.br/cobertura-de-vidro/cobertura-de-garagem-milena.html.
Acesso em: 16 dez. 2019.
24
Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=casa+destelhada&source=lnms&tbm=isch&sa=X&-
ved=2ahUKEwjMq-
25
Disponível em: https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/312. Acesso em: 17 dez. 2019.

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Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos


ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

2.2. Das Pertenças

Inicialmente importante registrar, que as pertenças não se confunde com o bem

acessório, segundo doutrina de Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald26. O tema per-

tenças surgiu com o advento do Código Civil de 2003, que trouxe em seu art. 93:

“São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de

modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro”.

26
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 574.

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A banca do Cespe, classificou pertença como bem acessório, veja na questão a seguir.

Questão 1    (2008/CESPE/MC/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/DIREITO) Embora

as pertenças sejam classificadas como bens acessórios, os negócios jurídicos que

dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário

resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

Certo.

Observação: A banca do Cespe considerou a assertiva acima como CORRETA!!!!!

Retomando o tema, cita-se como exemplo de pertença, um ar condicionado insta-

lado em determinado imóvel.

Como dito alhures, a pertença não é bem acessório, razão pela qual não incide sobre

ela o princípio da gravitação jurídica, conforme exposto no art. 94 do Código Civil:

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das cir-
cunstâncias do caso.

2.3. Bens Públicos e Bens Privados

Esta classificação refere-se a titularidade do bem, portanto o bem privado é de

pessoa física ou jurídica, portanto, particulares – iniciativa privada, cujas regras

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incidentes são as de direito civil. Já os bens públicos são de titularidade de pessoa

jurídica de direito público, que não se sujeitam as regras do direito privado. O Có-

digo Civil determina:

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for à pessoa a que
pertencerem.

No que toca ao rol do art. 98 acima descrito, vale leitura do enunciado abaixo:

Os bens públicos estão sujeitos a regras específicas face ao interesse público,

assim, uma proteção incidente é a não sujeição dos bens públicos a usucapião,

conforme determinado pelo art. 102, do Código Civil.

As características dos bens públicos são: Inalienabilidade, impenhorabilidade e

imprescritibilidade.

Os bens públicos, de acordo com o Código Civil são divididos em 03 espécies:

• bens de uso comum;

• bens de uso especial;

• bens dominicais ou dominiais.

Bens de Uso Comum

O art. 99, I, do diploma civil estabelece:

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São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

Tais bens podem ser utilizados por qualquer pessoa, seja de forma onerosa ou

gratuita. Mesmo tais bens sendo denominados de uso comum, pode a adminis-

tração pública pagar retribuição pelo uso, como por exemplo, o pedágio, ou ainda

pode a administração pública delimitar horário de funcionamento, mesmo nessas

circunstâncias tais bens não perderão a característica de ser bem público.

O art. 103, do Código Civil prevê:

O uso comum dos bens públicos pode ser GRATUITO ou RETRIBUÍDO, conforme
for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

Questão 2    (2018/CESPE/SEFAZ-RS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FAZENDÁ-

RIO) Anualmente uma prefeitura celebra o aniversário do município na principal

praça municipal, oferecendo atividades de cultura e lazer a toda a população local.

Nesse caso, a praça do local do evento constitui:

a) bem público de uso especial, uma vez que sua utilização é restrita a indivíduos

especificamente selecionados para isso.

b) bem público de uso especial, tal como imóveis onde estão instaladas reparti-

ções públicas.

c) bem público de uso comum do povo, por ser aberta à utilização de todos os

membros da coletividade.

d) bem público de uso comum do povo, tal como os veículos oficiais da adminis-

tração pública.

e) bem público de uso especial, porque se destina à utilização por toda a coletividade.

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Letra c.

A assertiva correta, C espelha o que de fato é bem público de uso comum do povo,

vez que esta modalidade de bens pode ser utilizado por qualquer pessoa, em igual-

dade de condições, exemplo, a praça. Assim prevê o Código Civil:

O art. 99, I,
São bens públicos:
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e PRAÇAS;

a) Errada. Os bens públicos de uso especial são aqueles destinados ao uso da pró-

pria administração pública, conforme previsão do art. 99, II, CC.

b
 ) Errada. Afirma: “bem público de uso especial, tal como imóveis onde estão ins-

taladas repartições públicas”, mas o art. 99, II, CC, prevê:

São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabe-
lecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de
suas autarquias;

d) Errada. Os veículos oficiais da administração pública são bens afetados para

uso da administração pública, e não uso do povo.

e) Errada. Bem público de uso especial, porque se destina à utilização por toda a

coletividade, todavia o bem público de uso especial, são aqueles destinados para

uso da própria administração pública, conforme previsão do art. 99, II, CC.

Bens de Uso Especial

Os bens de uso especial são aqueles destinados ao uso da própria administração

pública. Sua previsão está no art. 99, II, CC:

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São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabe-
lecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de
suas autarquias;

Quanto aos bens públicos de uso comum ou de uso especial, de suma importân-

cia o art. 100 do Código Civil:

Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial SÃO INALIENÁVEIS,


enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Bens Dominiais ou Dominicais

Tais bens englobam o patrimônio disponível da administração pública, assim o

art. 99, do Código Civil prevê:

São bens públicos:


III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito públi-
co, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de
direito privado.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigên-
cias da lei.

Ainda sobre os bens públicos, o Superior Tribunal de Justiça27 já reconheceu que

o bem público não está sujeito a lei civil, veja a ementa:

ADMINISTRATIVO – BENS PÚBLICOS – IMÓVEL – CESSÃO DE USO – REGIME


JURÍDICO – NORMAS DE DIREITO PRIVADO – INAPLICABILIDADE. O bem
público não está sujeito à legislação civil, não se aplicando aos contratos
de locação firmados pela Administração Pública federal, estadual e municipal a
Lei de Luvas. Recurso improvido.
27
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/355974/recurso-especial-resp-59448-sp-1995-0002978-2/
inteiro-teor-100249857. Acesso em: 17 dez. 2019.

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(STJ – REsp: 59448 SP 1995/0002978-2, Relator: Ministro GARCIA VIEIRA, Data de


Julgamento: 11/04/2000, T1 – PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 08.05.2000
p. 60 RJADCOAS vol. 9 p. 91)

Questão 3    (2019/CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) O po-

der público estadual instalou escola em determinado imóvel público abandonado.

Após a instalação e o efetivo uso público do bem, o imóvel será caracterizado como

bem público:

a) dominical, tacitamente desafetado.

b) de uso especial, tacitamente afetado.

c) de uso comum do povo, tacitamente afetado.

d) de uso especial, expressamente desafetado.

e) de uso comum do povo, expressamente desafetado.

Letra b.

Para explicar o gabarito, se faz necessário esclarecer o que significa bem tacita-

mente afetado e bem expressamente afetado.

A afetação, em breves palavras, é o ato pelo qual se consagra um bem á destinação

pública, e pode ser expressa ou tácita.

A afetação expressa é resulta de ato administrativo ou de lei com a manifestação

da vontade da administração.

A afetação tácita é oriunda da atuação direta da administração ou de fato da natu-

reza.

O gabarito correto, “B”, afirma que: “o poder público estadual instalou escola em

determinado imóvel público abandonado. Após a instalação e o efetivo uso público

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do bem [..]” Note que houve uma atuação direta da administração: instalar efeti-

vamente usar. Somado a isso, o artigo 99, II, CC:

São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive
os de suas autarquias;

2.4. Bem de Família

O bem de família é uma proteção feita pelo legislador, através da Lei n. 8.009/1990

e também do Código Civil, da moradia diante de certas execuções civis, ponderan-

do o mínimo existencial, protegendo a dignidade da pessoa humana, previsto no

art. 3º, III da Constituição Federal.

O bem de família se classifica de duas formas: a convencional e a legal.

Bem de Família Convencional

O Código Civil rege sobre o tema no art. 1711 até o 1722

O bem de família convencional é aquele em que as pessoas podem destinar

parte de seu patrimônio para que goze da proteção dada ao bem de família. Assim

o art. 1711, prevê:

Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou


testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que
não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, man-
tidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei
especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento
ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges
beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.

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Diante do artigo acima descrito, podem-se afirmar as seguintes características

que incidem sobre a instituição do bem de família convencional, são elas:

• Pode a família instituir bem de família;

• Forma: escritura pública ou testamento;

• Até 1/3 do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição;

• Terceiro poderá instituir bem de família por testamento ou doação, neste

caso, necessária aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados;

• O bem de família constitui-se pelo registro de seu título no registro de imóveis

(art. 1.714, CC);

• A administração do bem de família compete aos cônjuges, em situações di-

vergentes, o juiz resolverá (art. 1.720, CC);

• A proteção existirá por eventuais dívidas posteriores à sua instituição, salvo

as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condo-

mínio (art. 1.715, CC);

• A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família (art. 1.721, CC);

• Da extinção do bem de família: (art. 1.722 + art. 1.720, parágrafo único,

CC):

– Morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não es-

tejam sujeitos a curatela;

– Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevi-

vente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal.

A proteção do bem de família incidirá sobre: prédio residencial urbano ou rural,

com suas pertenças e acessórios e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda

será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família, conforme previ-

são do art. 1712 do Código Civil.

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Art. 1.712. O bem de família consistirá em, com suas pertenças e acessórios, destinan-
do-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários,
cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.

Questão 4    (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) Em relação


ao direito de família e ao direito das sucessões, julgue o item subsequente.
O bem de família é constituído voluntariamente e visa proteger o ente familiar, de
maneira que, se dissolvida a sociedade conjugal, fica extinto o bem de família.

Errado.
A assertiva está ERRADA, porque a dissolução da sociedade conjugal não extin-
gue o bem de família conforme art. 1.721, do Código Civil.

Bem de Família Legal

A Lei n. 8.009/1990 institui a proteção ao bem de família. Essa proteção, a im-


penhorabilidade ocorre independente da vontade do titular. Prevê o art. 1º Da Lei

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável


e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou
de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus pro-
prietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a
construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos,
inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.

Para efeitos de proteção é considerado residência um único imóvel utilizado pelo

casal ou pela entidade familiar para moradia permanente, conforme previsto no

art. 5º da lei. E ainda, se a entidade familiar possuir vários imóveis, a impenhora-

bilidade recairá no de menor valor.

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Em que pese a Lei n. 8.009/1990 trate da impenhorabilidade do bem de família,

importante registrar que essa proteção não é absoluta, vez que a própria lei, em

seu art. 3º Apresenta diversas exceções:

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,


previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I – em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas con-
tribuições previdenciárias; (Revogado pela Lei Complementar n. 150, de 2015)
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à
aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do res-
pectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu
coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipó-
teses em que ambos responderão pela dívida; (Redação dada pela Lei n. 13.144 de 2015)
IV – para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em
função do imóvel familiar;
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal
ou pela entidade familiar;
VI – por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação; e (Redação
dada pela Medida Provisória n. 871, de 2019)

Todavia, sobre a questão da impenhorabilidade do bem de família, muitíssimo

importante analisar algumas decisões dos Tribunais Superiores. Segue abaixo di-

versas jurisprudências em teses do Superior Tribunal de Justiça.28

28
Disponível em: www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprud%EAncia%20
em%20teses%2044%20-%20Bem%20de%20Fam%EDlia.pdf. Acesso em: 18 dez. 2019.

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RESUMO
Os bens são objetos de direitos nas relações jurídicas.

Patrimônio é a junção de todos os bens.

Classificação dos bens:

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Bem de Família

Bens imóveis: solo e tudo quanto lhe incorporar.

Os bens imóveis são classificados em:

• bens imóveis por sua natureza;

• bens imóveis por acessão artificial, física ou industrial;

• bens imóveis por acessão natural;

• bens imóveis por disposição legal.

Exemplo de bens imóveis por sua natureza: solo.

Exemplos de bens imóveis por acessão artificial: plantação, ponte (atuação hu-

mana).

Exemplo de bem imóvel por acessão natural: árvore, cachoeira.

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Imóveis por disposição legal:


• direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
• direito à sucessão aberta.

Não perdem caráter de imóveis:


• as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem
removidas para outro local;
• os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempre-
garem.

Bens Móveis: são os suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força


alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Os bens móveis, subclassificam-se:
• bens móveis pela própria natureza;
• bens móveis por antecipação;
• bens móveis por disposição legal.
• semoventes.

Exemplo de bens móveis pela própria natureza: navios e aeronaves.

Exemplo de bens móveis por antecipação: árvores plantadas que serão conver-

tidas em lenha.

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Bens móveis por disposição legal:

• as energias que tenham valor econômico;

• os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

• os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Exemplo de semoventes: Boi.

Bens fungíveis: são aqueles que podem ser substituídos por outro da mesma

espécie, qualidade e quantidade.

Bens infungíveis: são aqueles que NÃO podem ser substituídos por outro da

mesma espécie, qualidade e quantidade.

Bens tangíveis: são aqueles que podem ser tocados.

Bens intangíveis: são aqueles que NÃO podem ser tocados, também denomina-

dos imateriais, como a marca.

Bens Consumíveis: uso importa destruição imediata da própria substância;

Bens Inconsumíveis: Permite uso reiterado da coisa.

Bens divisíveis: os que se podem fracionar sem alteração na sua substância,

diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Bens indivisíveis: os que NÃO se podem fracionar sem alteração na sua substân-

cia, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

A indivisibilidade pode ser: natural, convencional ou legal.

Bens singulares: embora reunidos, se consideram de per si, independentemente

dos demais.

Bens coletivos: pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pes-

soa, tenham destinação unitária.

Bens reciprocamente considerados:

• Bem principal: é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;

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• Bem acessório: acessório, é aquele bem cuja existência supõe a do principal.

Frutos: são utilidades produzidas com periodicidade pela coisa principal cuja
percepção mantém intacta a substância do bem. Ex.: Maça de uma macieira.
Características dos frutos:
• periodicidade;
• inalterabilidade da substância;
• separabilidade da coisa principal.

Classificação dos frutos:


• pendentes;
• percebidos;
• estantes;
• percipiendos;
• consumidos.

Produto: são utilidades que podem ser retiradas da coisa alterando sua subs-

tância, diminuindo a quantidade e levando até o esgotamento de seu conteúdo.

Exemplo pedra da pedreira.

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Benfeitorias: são obras ou despesas realizadas em bem móvel ou imóvel.

As benfeitorias podem ser:

• Voluptuárias: mero deleite ou recreio. Exemplo: hidromassagem;

• Úteis: as que aumentam ou facilitam o uso do bem. Ex.: Cobertura na gara-

gem;

• Necessárias: as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Ex.: conserto da parte elétrica, que deu curto em uma casa.

Pertença: são pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se

destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

Bens públicos:

• regras da administração pública;

• titularidade de pessoa jurídica de direito público;

• classificam-se em:

• bens de uso comum;

• bens de uso especial;

• bens dominicais ou dominiais.

Bens privados:

• titularidade de particulares;

• regras aplicáveis do direito civil.

Bem de família: é bem protegido pela lei em decorrência da proteção do mínimo

existencial. Refere-se a impenhorabilidade do bem, em eventual execução. O bem

de família divide-se:

• Bem de família convencional;

• Bem de família legal, que tem as seguintes características:

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– Pode a família instituir bem de família;


– Forma: escritura pública ou testamento;
– Até 1/3 do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição;
– Terceiro poderá instituir bem de família por testamento ou doação, neste
caso, necessária aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados;
– O bem de família constitui-se pelo registro de seu título no registro de imó-
veis (art. 1.714, CC);
– A administração do bem de família compete aos cônjuges, em situações
divergentes, o juiz resolverá (art. 1.720, CC);
– A proteção existirá por eventuais dívidas posteriores à sua instituição, salvo
as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de con-
domínio (art. 1.715, CC);
– A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família (art.
1.721, CC);
– Da extinção do bem de família: (art. 1.722 + art. 1.720, parágrafo único, CC):
◦ Morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não
estejam sujeitos a curatela;
◦ Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o so-
brevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem
do casal.

Exceções a impenhorabilidade do bem de família:


• em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respecti-
vas contribuições previdenciárias;

• pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção

ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em

função do respectivo contrato;

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• pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem,

do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal,

observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida;

• para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devi-

das em função do imóvel familiar;

• para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo

casal ou pela entidade familiar;

• por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença

penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.

• por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.

Jurisprudências em tese do Superior Tribunal de Justiça:

1. A impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º, III da Lei n.


8.009/1990 não pode ser oposta ao credor de pensão alimentícia decorrente
de vínculo familiar ou de ato ilícito.
Precedente: AgRg no AREsp 516.272/SP
2. Os integrantes da entidade familiar residentes no imóvel protegido pela Lei
n. 8.009/1990 possuem legitimidade para se insurgirem contra a penhora do
bem de família.
Precedente: AgRg no REsp 1.485.397/SP
3. A proteção contida na Lei n. 8.009/1990 alcança não apenas o imóvel da
família, mas também os bens móveis indispensáveis à habitabilidade de uma
residência e os usualmente mantidos em um lar comum.
Precedente: AgRg no REsp 606.301/RJ
4. É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a
terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a sub-
sistência ou a moradia da sua família (Súmula 486/STJ).
Precedente AgRg no AREsp 422.729/SP

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5. A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não


constitui bem de família para efeito de penhora. (Súmula 449/STJ)
Precedente AgRg no REsp 1.487.718-PR
6. O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. (Súmula 364/STJ)
AgRg no REsp 1.341.070/MG
7.É possível a penhora do bem de família para assegurar o pagamento de dívi-
das oriundas de despesas condominiais do próprio bem.
REsp 1.401.815/ES
8. É legítima a penhora de apontado bem de família pertencente a fiador de
contrato de locação, ante o que dispõe o art. 3º, inciso VII, da Lei n. 8.009/1990
(Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC – TEMA 708)(Súmula 549/STJ)
Precedente AgRg no REsp 1.364.512/SP
9. A impenhorabilidade do bem de família é questão de ordem pública, razão
pela qual não admite renúncia pelo titular.
Precedente AgRg nos EDcl no REsp 1.463.694-MS
10. A impenhorabilidade do bem de família pode ser alegada em qualquer
momento processual até a sua arrematação, ainda que por meio de simples
petição nos autos.
Precedente: AgRg no AREsp 595.374/SP

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (CESPE/2007/AGU/PROCURADOR FEDERAL) Em regra, os negócios

jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças.

Questão 2    (2010/CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) O

uso comum dos bens públicos deve ser gratuito ou retribuído, conforme for estabe-

lecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

Questão 3    (CESPE/2007/AGU/PROCURADOR FEDERAL) São pertenças os bens

que, constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo duradouro, ao uso, ao

serviço ou ao aformoseamento de outro.

Questão 4    (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/

CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA II) Os frutos civis decorrentes do usufruto, tais

como juros e aluguéis, vencidos desde a data de seu início, pertencem ao usufrutuário.

Questão 5    (2009/CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) As pertenças não seguem

necessariamente a lei geral de gravitação jurídica, por meio da qual o acessório

sempre seguirá a sorte do principal. Por isso, se uma propriedade rural for vendida,

desde que não haja cláusula que aponte em sentido contrário, o vendedor não estará

obrigado a entregar máquinas, tratores e equipamentos agrícolas nela utilizados.

Questão 6    (CESPE/2013/CNJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) A res-

peito da regulamentação de bens estabelecida pelo Código

Civil ora em vigor, julgue os itens seguintes.

Caso determinado imóvel receba benfeitorias destinadas a conservá-lo ou a evitar-

-lhe a deterioração, tais benfeitorias serão classificadas como necessárias.

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Questão 7    (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/


CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA II) Julgue os próximos itens, acerca dos direitos
de posse e de propriedade.
O possuidor de má-fé terá direito de ressarcimento pelas benfeitorias necessárias,
havendo, quanto a elas, o direito de retenção, sendo vedado, por outro lado, o le-
vantamento das benfeitorias voluptuárias.

Questão 8    (CESPE/2012/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO


CIVIL/ÁREA 5) Com base no Código Civil, julgue o item a seguir, relativo às ben-
feitorias.
Consideram-se como benfeitorias úteis os reparos feitos em um imóvel com a fina-
lidade de conservá-lo.

Questão 9    (CESPE/2012/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO


CIVIL/ÁREA 5) Com base no Código Civil, julgue o item a seguir, relativo às ben-
feitorias.
A construção de uma piscina na área externa de um imóvel residencial caracteriza-
-se como uma benfeitoria voluptuária.

Questão 10    (CESPE/2012/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO


CIVIL/ÁREA 5) Com base no Código Civil, julgue o item a seguir, relativo às ben-
feitorias.
Caso tenha sido feito melhoramento a um bem, sem a intervenção do proprietário,
do possuidor ou do detentor, não se considerará esse melhoramento como
uma benfeitoria.

Questão 11    (CESPE/2012/PC-AL/DELEGADO DE POLÍCIA) Pode-se classificar as

uvas colhidas na época da safra da uva vermelha como frutos percipiendos e aque-

las que ainda estão na videira, como frutos pendentes.

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Questão 12    (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/

CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA II) Os frutos e os produtos, para que possam ser

objeto de negócio jurídico, devem estar separados do bem principal:

Questão 13    (CESPE/2014/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Pertenças

são bens individuais que podem ser produtos, frutos ou benfeitorias do bem prin-

cipal.

Questão 14    (CESPE/2013/CNJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA)

Texto associado

Paulo e Marcelo celebraram contrato por meio do qual Marcelo, notório artista, con-

traiu obrigação intuitu personae de restaurar um quadro de grande valor artístico,

devendo receber, para tanto, vultosa contraprestação pecuniária.

Com referência à situação hipotética acima apresentada, julgue os itens sub-

sequentes.

Ao celebrar o referido contrato, Marcelo contraiu obrigação de fazer infungível.

Questão 15    (2011/CESPE/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/TAQUIGRAFIA/ESPE-

CÍFICOS) Fungibilidade não é sinônimo de consuntibilidade, visto que pode haver

bem consumível que seja infungível.

Questão 16    (2015/CESPE/TCE-RN/CESPE/INSPETOR/ADMINISTRAÇÃO, CON-

TABILIDADE, DIREITO OU ECONOMIA/CARGO 3) Julgue o próximo item, refe-

rente ao poder de polícia.

O imóvel que determinado indivíduo, de forma deliberada, construir em área pú-

blica municipal sem o consentimento da administração estará sujeito à demolição,

tendo o indivíduo direito líquido e certo apenas à retenção e à indenização, pelo

município, de eventuais benfeitorias.

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Questão 17    (CESPE/2008/INSS/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/DIREITO)

Texto associado

O regime econômico se estrutura mediante as relações obrigacionais; assim, por

meio do direito das obrigações, se estabelece também a autonomia da vontade

entre os particulares

na esfera patrimonial. Pode-se afirmar que o direito das obrigações exerce grande

influência na vida econômica, em razão da inegável constância das relações jurídi-

cas obrigacionais no

mundo contemporâneo; ele intervém na vida econômica, nas relações de consumo

sob diversas modalidades e, também, na distribuição dos bens. O direito das obri-

gações é, pois, um ramo do direito civil que tem por fim contrapesar as relações

entre credores e devedores. Consiste em um complexo de normas que regem rela-

ções jurídicas de ordem patrimonial e que têm por objeto prestações (dar, restituir,

fazer e não fazer) cumpridas por um sujeito em proveito de outro.

Bruna Lyra Duque. Análise histórica do direito das obrigações.

In: Jus Navigandi. Internet: (com adaptações).

A partir das ideias apresentadas no texto acima, julgue o seguinte item, acerca do

direito das obrigações.

Até a tradição, a coisa certa – bem como os seus melhoramentos e acréscimos,

inclusive os frutos, salvo os pendentes – pertence ao devedor.

Questão 18    (CESPE/2016/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA

FISCALIZAÇÃO/DIREITO) A respeito da aplicação da lei civil, da pessoa natural e

dos bens, julgue o item a seguir.

Para serem objeto de negócio jurídico, os frutos devem estar já separados do

bem principal.

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Questão 19    (CESPE/2016/FUNPRESP-EXE/ESPECIALISTA/ÁREA JURÍDICA) A

respeito do negócio jurídico, das obrigações e da prescrição, julgue o item a seguir.

Na obrigação de fazer fungível, se houver recusa ou mora do devedor, ao credor

será facultado, em caso de emergência, o exercício da autoexecutoriedade.

Questão 20    (CESPE/2008/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO) São móveis os bens

suscetíveis de movimento próprio, e também os bens que podem ser removidos

sem alteração de sua substância econômica. Os materiais destinados a uma cons-

trução mantêm a qualidade de móveis enquanto não forem imobilizados com a sua

utilização. Assim, não perde a característica de imóvel o telhado provisoriamente

separado da casa.

Questão 21    (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/

CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA II) O direito à sucessão aberta é considerado

bem imóvel para os efeitos legais

Questão 22    (CESPE/2009/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) O imóvel público onde

esteja localizada uma Procuradoria Regional da União é considerado bem de uso

especial, qualificação que impede a sua alienação.

Questão 23    (2015/CESPE/TCE-RN/CESPE/AUDITOR) Com relação a bens, fato e

negócio jurídico, julgue o item seguinte.

A energia elétrica, considerada um bem móvel, é suscetível de apropriação alheia

e passível de causar dano patrimonial.

Questão 24    (2018/CESPE/BNB/CESPE/ANALISTA BANCÁRIO) No que se refere

a penhor e hipoteca, julgue o item subsequente.

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A hipoteca é um direito real de garantia sobre bens imóveis; por isso, não se aplica

a aeronaves e navios, que têm natureza móvel.

Questão 25    (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) Em rela-

ção ao direito de família e ao direito das sucessões, julgue o item subsequente.

O bem de família é constituído voluntariamente e visa proteger o ente familiar, de

maneira que, se dissolvida a sociedade conjugal, fica extinto o bem de família.

Questão 26    (CESPE/2012/TJ-AC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) No

que se refere ao bem da família, julgue o item subsequente.

O bem de família voluntário constitui-se de escritura pública e é inscrito no registro

de títulos e documentos.

Questão 27    (2006/CESPE/DPE-DF/CESPE/ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA/SEGUN-

DA CATEGORIA) Acerca dos contratos, julgue os itens a seguir, segundo a ótica do

ordenamento jurídico brasileiro.

O ordenamento jurídico pátrio possui como regra a impenhorabilidade do bem de

família. Essa impenhorabilidade é oponível em qualquer ação de execução movida

por descumprimento de obrigação assumida pelo devedor, ainda que decorrente de

fiança concedida em contrato de locação.

Questão 28    (2010/CESPE/TRT-21ª REGIÃO/RN/ANALISTA JUDICIÁRIO/EXECU-

ÇÃO DE MANDADOS)

Texto associado

No que concerne ao instituto da penhora no processo de execução e na execução

em geral, julgue os itens a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribu-

nal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.

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A impenhorabilidade do bem de família abrange também o imóvel pertencente a

pessoas solteiras, separadas e viúvas.

Questão 29    (2005/CESPE/TRT-16ª REGIÃO/MA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JU-

DICIÁRIA)

Texto associado

Túlio é divorciado de Maria desde 2001. A partir do divórcio, ele passou a morar com

o seu filho mais velho. Túlio reside habitualmente em dois imóveis que estão em seu

nome: em uma casa em Petrópolis – RJ, que vale aproximadamente R$ 150.000,00,

e em um apartamento no Rio de Janeiro, que vale R$ 200.000,00. Do casamento

com Maria, ele tem um outro filho de 13 anos de idade, que mora com Maria. Ocorre

que Túlio não paga IPTU do apartamento do Rio de Janeiro há quatro anos.

Em decorrência do inadimplemento do referido imposto, o município do Rio de Ja-

neiro pretende executar o imóvel de Túlio.

Túlio, por sua vez, alega que o referido imóvel é um bem de família e, portanto, não

responde por suas dívidas de IPTU.

Com relação à situação hipotética apresentada e às determinações da

Lei n. 8.009/1990, julgue o item que segue.

Neste caso, o bem de família de Túlio é a casa em Petrópolis e não o apartamento

no Rio de Janeiro.

Questão 30    (2010/CESPE/TRT-21ª REGIÃO/RN/ANALISTA JUDICIÁRIO/EXECU-

ÇÃO DE MANDADOS) Texto associado

No que concerne ao instituto da penhora no processo de execução e na execução

em geral, julgue os itens a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribu-

nal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.

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A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis constitui

bem de família e, portanto, não pode ser penhorada.

Questão 31    (2006/CESPE/TJ-SE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS)

Texto associado

Quanto ao bem de família, julgue o item subsequente.

O bem de família quer seja voluntário ou legal, institui-se com o registro da escri-

tura pública no registro imobiliário competente. Esse bem permanece vinculado en-

quanto viver um dos cônjuges ou enquanto existirem filhos menores ou incapazes.

Questão 32    (2018/CESPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO)

Considerando as disposições do CPC pertinentes aos sujeitos do processo, julgue o

item a seguir.

Em ação fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família, exi-

ge-se a formação de litisconsórcio passivo necessário de ambos os cônjuges.

Questão 33    (2015/CESPE/TRE-RS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA)

No que diz respeito às diferentes espécies de bens e as suas classificações, assina-

le a opção correta.

a) Os bens públicos de uso comum são considerados bens públicos por natureza,

diferentemente dos bens públicos de uso especial e dos dominicais que são equipa-

rados aos bens privados.

b) Os animais, também denominados semoventes, são considerados espécies de

bens móveis por natureza, já que possuem movimento próprio.

c) A energia elétrica, embora possua valor econômico, não pode ser considerada

como bem móvel ou imóvel, sendo considerada res nullius.

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d) Consideram-se bens incorpóreos aqueles bens que podem ser incorporados ao

patrimônio pessoal, pois, além de serem concretos, podem ser palpáveis e mensu-

ráveis economicamente.

e) Diz-se infungíveis aqueles bens que podem ser substituídos por outros da mes-

ma quantidade, qualidade e espécie, como é o caso do dinheiro.

Questão 34    (2017/CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO) Assinale a opção que

apresenta exemplo de bem imóvel.

a) tijolo de casa demolida

b) hipoteca de um navio

c) penhor de joia rara

d) energia elétrica de uma fábrica de cimento

e) maçã pendente de colheita

Questão 35    (2019/CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) A

respeito da classificação dos bens, é correto afirmar que:

a) são fungíveis os bens móveis ou imóveis que possam ser substituídos por outros

da mesma espécie, qualidade e quantidade.

b) os bens podem ser divididos em consumíveis e não consumíveis; contudo, esses

últimos, quando sofrem deteriorações devido ao uso, passam a ser incluídos no

conceito de bens consumíveis.

c) os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis apenas por de-

terminação legal, não se admitindo, assim, que um negócio jurídico estabeleça a

indivisibilidade da coisa.

d) a lei, ao tratar dos bens reciprocamente considerados, determina que os seus

frutos e produtos possam ser objeto de negócio jurídico desde que separados do

bem principal.

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e) a aquisição de bens móveis se dá por simples tradição, enquanto a de bens imó-

veis exige escritura pública e registro em cartório, com exceção daqueles cujo valor

atinja até trinta vezes o maior salário mínimo do país.

Questão 36    (2013/CESPE/TRT-8ª REGIÃO/PA E AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/

OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) Separados da coisa que os tiver produzido, os

frutos são considerados:

a) percipiendos.

b) produtos.

c) pertenças.

d) percebidos.

e) estantes.

Questão 37    (2017/CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO) De acordo com a

classificação doutrinária dos bens, o valor pago a título de aluguel ao proprietário

de um imóvel é denominado:

a) fruto.

b) pertença.

c) benfeitoria.

d) imóvel por acessão.

e) produto.

Questão 38    (2012/CESPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO) Caso uma pessoa adquira

um trator para melhor explorar sua propriedade rural, esse bem, de acordo com o

Código Civil brasileiro, caracteriza-se como:

a) bem infungível.

b) bem imóvel por determinação legal.

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c) bem imóvel por acessão industrial.

d) benfeitoria.

e) pertença.

Questão 39    (2015/CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Rober-

to, com sua família, ocupou, cercou e construiu uma casa, um curral e um peque-

no lago artificial em uma terra pública situada em área rural. O poder público, ao

tomar ciência da ocupação, ajuizou ação de reintegração de posse. Em defesa,

Roberto alegou que a posse se dera de boa-fé e que ele já havia feito um pedido

administrativo requerendo a regularização da propriedade. O réu ainda alegou que,

caso o pedido do poder público fosse procedente, ele deveria ser indenizado pelas

benfeitorias erigidas, com direito de retenção.

A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) Com exceção do lago artificial, Roberto fará jus a indenização pelas demais ben-

feitorias erigidas no imóvel.

b) Roberto terá direito à indenização pela casa, mas lhe será descontado o valor

correspondente ao tempo de permanência no imóvel.

c) O direito de retenção pelas benfeitorias necessárias não poderá ser deferido.

d) A posse não pode ser considerada de má-fé, o que torna indenizáveis as benfei-

torias úteis e necessárias feitas por Roberto.

e) A indenização pelo curral depende de prova de utilidade pelo poder público após

a retomada do imóvel

Questão 40    (2009/CESPE/DPE-PI/DEFENSOR PÚBLICO) Ao realizar uma refor-

ma de seu imóvel, o proprietário demoliu algumas paredes de sua casa e conservou

as portas e janelas que estavam ali instaladas, pensando em revendê-las, já que

eram muito antigas e bastante valiosas.

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Nesse caso, as referidas portas e janelas são consideradas:

a) bens móveis, porque são decorrentes de demolição.

b) bens imóveis, porque foram apenas provisoriamente retiradas para serem em-

pregadas em um bem da mesma natureza.

c) pertenças, porque, de modo ideal, sempre estarão agregadas a um bem imóvel.

d) bens imóveis por força de ficção legal, em função do seu alto valor em relação

ao bem principal.

e) bens móveis por antecipação, porque, apesar de ligadas ao imóvel, passaram a

ser objeto de negócio separado.

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GABARITO
1. C 15. C 29. C

2. C 16. E 30. E

3. E 17. C 31. E

4. E 18. E 32. C

5. C 19. C 33. b

6. C 20. C 34. e

7. E 21. C 35. e

8. E 22. C 36. d

9. C 23. C 37. a

10. C 24. E 38. e

11. E 25. E 39. c

12. E 26. E 40. a

13. E 27. E

14. C 28. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CESPE/2007/AGU/PROCURADOR FEDERAL) Em regra, os negócios

jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças.

Certo.

A assertiva é cópia literal do art. 94 do Código Civil: “os negócios jurídicos que

dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário

resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso”.

Questão 2    (2010/CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) O

uso comum dos bens públicos deve ser gratuito ou retribuído, conforme for estabe-

lecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

Certo.

O art. 103 estabelece: “o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou re-

tribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração

pertencerem”. Embora a banca tenha considerado como correta, vale ressaltar que

a lei fala que: “O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído […]”,

enquanto a assertiva fala que: “O uso comum dos bens públicos deve ser gratuito

ou retribuído […]”.

Questão 3    (CESPE/2007/AGU/PROCURADOR FEDERAL) São pertenças os bens

que, constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo duradouro, ao uso, ao

serviço ou ao aformoseamento de outro.

Errado.

A assertiva afirma que: “são pertenças os bens que, CONSTITUINDO PARTES

INTEGRANTES […]”, todavia o art. 93 do Código Civil determina: “são pertenças

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os bens que, NÃO CONSTITUINDO PARTES INTEGRANTES, se destinam, de

modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro”.

Questão 4    (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/

CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA II) Os frutos civis decorrentes do usufruto, tais

como juros e aluguéis, vencidos desde a data de seu início, pertencem ao usufrutuário.

Errado.

Inicialmente importante definir o conceito de usufrutuário.

Usufruto, segundo o dicionário De Plácido e Silva29, é palavra derivada do latim

usufructus (fruído pelo uso), entende-se o direito assegurado a alguém, para que

possa gozar, ou fruir, as utilidades de uma coisa, cuja propriedade pertence a ou-

trem, enquanto temporariamente destacado da mesma propriedade. O usufruto

revela-se direito real sobre coisa alheia.

Portanto, usufrutuário é aquele que usufrui de um bem conforme direito que lhe foi dado.

Quanto a assertiva, ela está ERRADA, vez que o art. 1398 do Código Civil preconi-

za: “Os frutos civis, vencidos na data inicial do usufruto, pertencem ao proprietário,

e ao usufrutuário os vencidos na data em que cessa o usufruto”., justamen-

te o oposto da forma como foi disponibilizado na assertiva, ou seja: “[…]vencidos

desde a data de seu início, pertencem ao usufrutuário”

Questão 5    (2009/CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) As pertenças não se-

guem necessariamente a lei geral de gravitação jurídica, por meio da qual o aces-

sório sempre seguirá a sorte do principal. Por isso, se uma propriedade rural for

vendida, desde que não haja cláusula que aponte em sentido contrário, o vende-

dor não estará obrigado a entregar máquinas, tratores e equipamentos agrícolas

nela utilizados.
29
SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Forense: Rio de Janeiro, 1982.

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Certo.

O art. 93 do Código Civil estabelece: “são pertenças os bens que, não constituin-

do partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço

ou ao aformoseamento de outro”.

Portanto, pode-se afirmar que as máquinas, tratores e equipamentos agrícolas

são pertenças. Assim, o art. 94 do mesmo diploma legal afirma: “os negócios

jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as perten-

ças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das cir-

cunstâncias do caso”.

O que se conclui que se a propriedade rural for vendida (negócio principal), as má-

quinas, tratores e os equipamentos agrícolas (pertenças), não seguirão a sorte do

bem principal.

Questão 6    (CESPE/2013/CNJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) A res-

peito da regulamentação de bens estabelecida pelo Código

Civil ora em vigor, julgue os itens seguintes.

Caso determinado imóvel receba benfeitorias destinadas a conservá-lo ou a evitar-

-lhe a deterioração, tais benfeitorias serão classificadas como necessárias.

Certo.

A assertiva está CORRETA, vez que está em perfeita consonância com o art. 96, do

Código Civil, que estabelece:

As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.


§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Portanto, a conservação do bem, ou evitar a deterioração do mesmo é classificada

como benfeitoria necessária.

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Questão 7    (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/


CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA II) Julgue os próximos itens, acerca dos direitos
de posse e de propriedade.
O possuidor de má-fé terá direito de ressarcimento pelas benfeitorias necessárias,
havendo, quanto a elas, o direito de retenção, sendo vedado, por outro lado, o le-
vantamento das benfeitorias voluptuárias.

Errado.
A assertiva está ERRADA, porque o possuidor de má-fé perde o direito de reten-
ção, a teor do art. 1220 do Código Civil: “ao possuidor de má-fé serão ressarcidas
somente as benfeitorias necessárias; NÃO LHE ASSISTE O DIREITO DE RETEN-
ÇÃO PELA IMPORTÂNCIA DESTAS, nem o de levantar as voluptuárias”.

Questão 8    (CESPE/2012/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO


CIVIL/ÁREA 5) Com base no Código Civil, julgue o item a seguir, relativo às ben-
feitorias.
Consideram-se como benfeitorias úteis os reparos feitos em um imóvel com a fina-
lidade de conservá-lo.

Errado.
A assertiva está ERRADA porque as benfeitorias que visam conservar o bem são
as necessárias e não as úteis. Neste sentido o art. 96 do Código Civil, determina:

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.


§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Questão 9    (CESPE/2012/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO

CIVIL/ÁREA 5) Com base no Código Civil, julgue o item a seguir, relativo às ben-

feitorias.

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A construção de uma piscina na área externa de um imóvel residencial caracteriza-

-se como uma benfeitoria voluptuária.

Certo.

A assertiva está CORRETA, pois encontra amparo legal no art. 96 do Código Civil:

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.


§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso ha-
bitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

No caso, a piscina construída em um imóvel residencial é benfeitoria de mero de-

leite, recreio, todavia, vale ressaltar, caso fosse construída uma piscina numa aca-

demia de natação, está seria benfeitoria necessária.

Questão 10    (CESPE/2012/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO

CIVIL/ÁREA 5) Com base no Código Civil, julgue o item a seguir, relativo às ben-

feitorias.

Caso tenha sido feito melhoramento a um bem, sem a intervenção do proprietário,

do possuidor ou do detentor, não se considerará esse melhoramento como

uma benfeitoria.

Certo.

A assertiva está CORRETA, vez que está nos termos do art. 97 do Código Civil:

“não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobre-

vindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor”.

Questão 11    (CESPE/2012/PC-AL/DELEGADO DE POLÍCIA) Pode-se classificar as

uvas colhidas na época da safra da uva vermelha como frutos percipiendos e aque-

las que ainda estão na videira, como frutos pendentes.

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Errado.

A assertiva está ERRADA, na parte que se refere às uvas colhidas, porque segundo

a doutrina as frutas colhidas são denominadas: frutos percebidos e não percepien-

dos como diz a assertiva, vez que estes são os frutos que deveriam ter sido sepa-

rados, mas ainda não foram.

Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald 30, quanto ao estado classifica os frutos:

• Pendentes: aqueles que estão unidos à coisa, não tendo sido destacados;

• Percebidos ou colhidos: os frutos já separados da coisa, mas ainda

existentes;

• Estantes: aqueles que embora separados, encontram-se armazenados, es-

tocados;

• Percipiendos: são os que deveriam ter sido separados, mas ainda não foram;

• Consumidos: os frutos que não existem mais.

Questão 12    (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/

CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA II) Os frutos e os produtos, para que possam ser

objeto de negócio jurídico, devem estar separados do bem principal:

Errado.

A assertiva está ERRADA, vez que o Código Civil permite que frutos e produtos

sejam objetos de negócio jurídico, mesmo que ainda NÃO separados do bem prin-

cipal, o contrário do que fora posto na assertiva.

Veja o art. 95, CC: “Apesar de AINDA NÃO separados do bem principal, os frutos

e produtos podem ser objeto de negócio jurídico”.


30
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 576.

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Questão 13    (CESPE/2014/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Pertenças

são bens individuais que podem ser produtos, frutos ou benfeitorias do bem prin-

cipal.

Errado.

Inicialmente importante frisar que as pertenças NÃO SÃO BEM ACESSÓRIOS,

como os produtos, frutos ou benfeitorias são.

O Código Civil de 2002 trouxe a existência das pertenças em seu art. 93: “São

pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam,

de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro”.

De modo que aos bens acessórios aplicam-se o princípio da gravitação jurídica,

que consiste na sorte do bem acessório seguir sempre a sorte do bem principal,

quando tal regra não incide sobre as pertenças, vez que o art. 94 do Código Civil

estabelece: “Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não

abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de

vontade, ou das circunstâncias do caso”.

Questão 14    (CESPE/2013/CNJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA)

Texto associado

Paulo e Marcelo celebraram contrato por meio do qual Marcelo, notório artista, con-

traiu obrigação intuitu personae de restaurar um quadro de grande valor artístico,

devendo receber, para tanto, vultosa contraprestação pecuniária.

Com referência à situação hipotética acima apresentada, julgue os itens sub-

sequentes.

Ao celebrar o referido contrato, Marcelo contraiu obrigação de fazer infungível.

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Certo.

Preconiza o art. 85 do Código Civil: “são fungíveis os móveis que podem substi-

tuir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”, a leitura inversa do

artigo tem-se o conceito dos bens infungíveis, portanto aqueles que NÃO PODEM

SER SUBSTITUÍDOS por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”.

A assertiva afirma que Marcelo foi contratado em obrigação intuitu personae, para

restaurar um quadro de grande valor artístico. Note que a obrigação assumida por

Marcelo, foi em razão de sua pessoa, de suas habilidades em restaurar o quadro,

de modo que não pode ser substituído, ou seja, obrigação infungível, razões pelas

quais, fazem com que a assertiva esteja certa.

Questão 15    (2011/CESPE/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/TAQUIGRAFIA/ESPE-

CÍFICOS) Fungibilidade não é sinônimo de consuntibilidade, visto que pode haver

bem consumível que seja infungível.

Certo.

O conceito de fungibilidade está expresso no Código Civil em seu art. 85, que diz:

“são fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie,

qualidade e quantidade”, e por sua vez, a consuntibilidade está prevista no art. 86

do mesmo diploma legal: “São consumíveis os bens móveis cujo uso importa des-

truição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os desti-

nados à alienação”, assim diante do descrito nota-se que fungibilidade não é sinô-

nimo de consuntibilidade. Aquele ligado a substituição do bem, e este ao consumo.

E por fim, é possível afirmar que há bem consumível que seja infungível, como por

exemplo, uma última garrafa de determinada safra.

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Questão 16    (2015/CESPE/TCE-RN/CESPE/INSPETOR/ADMINISTRAÇÃO, CON-


TABILIDADE, DIREITO OU ECONOMIA/CARGO 3) Julgue o próximo item, refe-
rente ao poder de polícia.
O imóvel que determinado indivíduo, de forma deliberada, construir em área pú-
blica municipal sem o consentimento da administração estará sujeito à demolição,
tendo o indivíduo direito líquido e certo apenas à retenção e à indenização, pelo
município, de eventuais benfeitorias.

Errado.
A assertiva está ERRADA. O Superior Tribunal de Justiça, no ano de 2018 editou a
Súmula 619 31:

A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza


precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.

A ocupação do bem público é mera detenção, não caracterizando posse.


A detenção é condição precária que não permite a usucapião (prescrição aquisiti-
va), conforme previsto no art. 102 do Código Civil: “Os bens públicos não estão
sujeitos a usucapião”.

Questão 17    (CESPE/2008/INSS/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/DIREITO)


Texto associado
O regime econômico se estrutura mediante as relações obrigacionais; assim, por
meio do direito das obrigações, se estabelece também a autonomia da vontade
entre os particulares

na esfera patrimonial. Pode-se afirmar que o direito das obrigações exerce grande

influência na vida econômica, em razão da inegável constância das relações jurídi-

cas obrigacionais no
31
Disponível em: http://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2018_48_cap-
Sumulas619.pdf. Acesso em: 17 dez. 2019

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mundo contemporâneo; ele intervém na vida econômica, nas relações de consumo

sob diversas modalidades e, também, na distribuição dos bens. O direito das obri-

gações é, pois, um ramo do direito civil que tem por fim contrapesar as relações

entre credores e devedores. Consiste em um complexo de normas que regem rela-

ções jurídicas de ordem patrimonial e que têm por objeto prestações (dar, restituir,

fazer e não fazer) cumpridas por um sujeito em proveito de outro.

Bruna Lyra Duque. Análise histórica do direito das obrigações.

In: Jus Navigandi. Internet: (com adaptações).

A partir das ideias apresentadas no texto acima, julgue o seguinte item, acerca do

direito das obrigações.

Até a tradição, a coisa certa – bem como os seus melhoramentos e acréscimos,

inclusive os frutos, salvo os pendentes – pertence ao devedor.

Certo.

A questão funde direito obrigacional com bens na parte que cita os frutos, inclusive

os pendentes, todavia a mesma está CORRETA, vez que é cópia literal do art. 237

do Código Civil:

Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá
o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

Questão 18    (CESPE/2016/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA

FISCALIZAÇÃO/DIREITO) A respeito da aplicação da lei civil, da pessoa natural e

dos bens, julgue o item a seguir.

Para serem objeto de negócio jurídico, os frutos devem estar já separados do

bem principal.

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Errado.

Preconiza o art. 95, do Código Civil: “apesar de ainda não separados do bem

principal, os frutos e produtos PODEM SER OBJETO DE NEGÓCIO JURÍDICO”,

razão pela qual a assertiva está CORRETA.

Questão 19    (CESPE/2016/FUNPRESP-EXE/ESPECIALISTA/ÁREA JURÍDICA) A

respeito do negócio jurídico, das obrigações e da prescrição, julgue o item a seguir.

Na obrigação de fazer fungível, se houver recusa ou mora do devedor, ao credor

será facultado, em caso de emergência, o exercício da autoexecutoriedade.

Certo.

A questão envolve matéria de bens e obrigações, todavia sabendo o conceito de

fungibilidade, a resposta está prevista no art. 249, do Código Civil: “se o fato pu-

der ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa

do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de au-


torização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

O parágrafo único refere-se a autoexecutoriedade

E no início do art. 249, se tem a fungibilidade quando o legislador afirma: “se o

fato puder ser executado por terceiro”.

Questão 20    (CESPE/2008/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO) São móveis os bens

suscetíveis de movimento próprio, e também os bens que podem ser removidos

sem alteração de sua substância econômica. Os materiais destinados a uma cons-

trução mantêm a qualidade de móveis enquanto não forem imobilizados com a sua

utilização. Assim, não perde a característica de imóvel o telhado provisoriamente

separado da casa.

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Certo.
A assertiva está CORRETA, em perfeita consonância com o Código Civil, que prevê
em seus artigos:

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem emprega-
dos, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes
da demolição de algum prédio.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Assim, a banca tão somente juntou 3 artigos e elaborou a questão.

Questão 21    (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/


CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA II) O direito à sucessão aberta é considerado
bem imóvel para os efeitos legais

Certo.
Novamente a assertiva é literalidade da lei, preconiza o art. 80 do Código Civil:

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


II – o direito à sucessão aberta.

Questão 22    (CESPE/2009/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) O imóvel público onde


esteja localizada uma Procuradoria Regional da União é considerado bem de uso
especial, qualificação que impede a sua alienação.

Certo.
Prevê o art. 99, II, do Código Civil:

Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive
os de suas autarquias;

A inalienabilidade é característica dos bens públicos.

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Questão 23    (2015/CESPE/TCE-RN/CESPE/AUDITOR) Com relação a bens, fato e

negócio jurídico, julgue o item seguinte.

A energia elétrica, considerada um bem móvel, é suscetível de apropriação alheia

e passível de causar dano patrimonial.

Certo.

A assertiva está exatamente como disposto em lei. O art. 83 do Código Civil

estabelece:

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I – as energias que tenham valor econômico;

Questão 24    (2018/CESPE/BNB/CESPE/ANALISTA BANCÁRIO) No que se refere

a penhor e hipoteca, julgue o item subsequente.

A hipoteca é um direito real de garantia sobre bens imóveis; por isso, não se aplica

a aeronaves e navios, que têm natureza móvel.

Errado.

De fato a hipoteca é DIREITO REAL DE GARANTIA sobre bens IMÓVEIS, todavia,

em caráter de exceção, sobre navios, que são bens MÓVEIS, a incidência da hipo-

teca será possível a teor do art. 1473 do Código Civil:

Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:


I – os imóveis e os acessórios dos imóveis concom eles;
VI – OS NAVIOS;

E para finalizar o artigo art. 83, do Código Civil: Consideram-se móveis para os

efeitos legais:

II – os DIREITOS REAIS SOBRE OBJETOS MÓVEIS e as ações correspondentes

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Questão 25    (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) Em relação

ao direito de família e ao direito das sucessões, julgue o item subsequente.

O bem de família é constituído voluntariamente e visa proteger o ente familiar, de

maneira que, se dissolvida a sociedade conjugal, fica extinto o bem de família.

Errado.

A dissolução da sociedade conjugal NÃO TEM CONDÃO de extinguir o bem de fa-

mília, conforme previsão do art. 1721, do Código Civil: “a dissolução da sociedade

conjugal não extingue o bem de família”.

Ainda que remanesça uma só pessoa no imóvel, a proteção do bem de família sub-

siste sobre o bem.

Neste sentido, o Superior Tribunal de Justiça 32, editou a Súmula 364: “o CONCEITO

DE IMPENHORABILIDADE DE BEM DE FAMÍLIA ABRANGE TAMBÉM O IMÓVEL PER-

TENCENTE A PESSOAS SOLTEIRAS, SEPARADAS E VIÚVAS”.

Questão 26    (CESPE/2012/TJ-AC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) No

que se refere ao bem da família, julgue o item subsequente.

O bem de família voluntário constitui-se de escritura pública e é inscrito no registro

de títulos e documentos.

Errado.

O art. 1714 do Código Civil prevê: “o bem de família, quer instituído pelos cônju-

ges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu TÍTULO NO REGISTRO DE

IMÓVEIS”, e a assertiva afirma que a inscrição do registro será no registro de

títulos e documentos.

32
Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2012_32_cap-
Sumula364.pdf> . Acesso em: 18 dez. 2019.

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Questão 27    (2006/CESPE/DPE-DF/CESPE/ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA/SEGUN-

DA CATEGORIA) Acerca dos contratos, julgue os itens a seguir, segundo a ótica do

ordenamento jurídico brasileiro.

O ordenamento jurídico pátrio possui como regra a impenhorabilidade do bem de

família. Essa impenhorabilidade é oponível em qualquer ação de execução movida

por descumprimento de obrigação assumida pelo devedor, ainda que decorrente de

fiança concedida em contrato de locação.

Errado.

A impenhorabilidade, proteção destinado ao bem de família, não é regra absoluta,

vez que a própria Lei que rege o tema, prevê exceções, a saber:

Art. 3º, Lei n. 8.009/1990


3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, pre-
videnciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I – em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas con-
tribuições previdenciárias;
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à
aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do res-
pectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu
coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as
hipóteses em que ambos responderão pela dívida;
IV – para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em
função do imóvel familiar;
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal
ou pela entidade familiar;
VI – por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII – POR OBRIGAÇÃO DECORRENTE DE FIANÇA CONCEDIDA EM CONTRATO
DE LOCAÇÃO.
VIII – para cobrança de crédito constituído pela Procuradoria-Geral Federal em de-
corrência de benefício previdenciário ou assistencial recebido indevidamente por dolo,
fraude ou coação, inclusive por terceiro que sabia ou deveria saber da origem ilícita
dos recursos.

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E ainda, especificamente sobre a garantia dada em contrato de locação, o Supremo

Tribunal Federal, elaborou o informativo 906, no sentido de que a penhorabilidade

do bem de família do fiador do contrato de locação não viola o direito constitucional

de moradia, entendendo pela constitucionalidade dessa exceção à impenhorabilida-

de do imóvel de residência da entidade familiar.

Questão 28    (2010/CESPE/TRT-21ª REGIÃO/RN/ANALISTA JUDICIÁRIO/EXECU-

ÇÃO DE MANDADOS)

Texto associado

No que concerne ao instituto da penhora no processo de execução e na execução

em geral, julgue os itens a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribu-

nal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.

A impenhorabilidade do bem de família abrange também o imóvel pertencente a

pessoas solteiras, separadas e viúvas.

Certo.

O Superior Tribunal e Justiça33 editou a Súmula 364 que afirma: “O conceito de

impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pes-

soas solteiras, separadas e viúvas”.

Questão 29    (2005/CESPE/TRT-16ª REGIÃO/MA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JU-

DICIÁRIA)

Texto associado

Túlio é divorciado de Maria desde 2001. A partir do divórcio, ele passou a morar

com o seu filho mais velho. Túlio reside habitualmente em dois imóveis que estão

em seu nome: em uma casa em Petrópolis – RJ, que vale aproximadamente R$


33
Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2012_32_cap-
Sumula364.pdf. Acesso em: 18 dez. 2019

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150.000,00, e em um apartamento no Rio de Janeiro, que vale R$ 200.000,00. Do

casamento com Maria, ele tem um outro filho de 13 anos de idade, que mora com

Maria. Ocorre que Túlio não paga IPTU do apartamento do Rio de Janeiro há quatro anos.

Em decorrência do inadimplemento do referido imposto, o município do Rio de Ja-

neiro pretende executar o imóvel de Túlio.

Túlio, por sua vez, alega que o referido imóvel é um bem de família e, portanto, não

responde por suas dívidas de IPTU.

Com relação à situação hipotética apresentada e às determinações da

Lei n. 8.009/1990, julgue o item que segue.

Neste caso, o bem de família de Túlio é a casa em Petrópolis e não o apartamento

no Rio de Janeiro.

Certo.

Primeiro, é importante lembrar que a natureza da dívida que Túlio tem (IPTU), é

uma das exceções da impenhorabilidade. Veja o artigo abaixo descrito:

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,


previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, SALVO SE movido:
IV – para COBRANÇA DE IMPOSTOS, PREDIAL OU TERRITORIAL, taxas e contri-
buições devidas em função do imóvel familiar;

Ainda sobre a questão, são apontados os valores dos imóveis de Túlio, a casa em

Petrópolis – RJ, que vale aproximadamente R$ 150.000,00, e em um apartamento

no Rio de Janeiro, que vale R$ 200.000,00.

Assim,

O art. 5º, parágrafo único do Código Civil, prevê: “para os efeitos de impenhorabi-

lidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo

casal ou pela entidade familiar para moradia permanente”.

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Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de


vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá SOBRE
O DE MENOR VALOR, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro
de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.

Questão 30    (2010/CESPE/TRT-21ª REGIÃO/RN/ANALISTA JUDICIÁRIO/EXECU-

ÇÃO DE MANDADOS) Texto associado

No que concerne ao instituto da penhora no processo de execução e na execução

em geral, julgue os itens a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribu-

nal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.

A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis constitui

bem de família e, portanto, não pode ser penhorada.

Errado.

Sobre a vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis, o

Superior Tribunal de Justiça, editou a Súmula 449 que determina: “a vaga de ga-

ragem que possui matrícula própria no registro de imóveis NÃO CONSTITUI BEM

DE FAMÍLIA PARA EFEITO DE PENHORA”.

Questão 31    (2006/CESPE/TJ-SE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS)

Texto associado

Quanto ao bem de família, julgue o item subsequente.

O bem de família quer seja voluntário ou legal, institui-se com o registro da escri-

tura pública no registro imobiliário competente. Esse bem permanece vinculado en-

quanto viver um dos cônjuges ou enquanto existirem filhos menores ou incapazes.

Errado.

Como visto no conteúdo da apostila, o bem de família pode se dar de duas formas:

Convencional ou legal.

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Quanto ao bem de família convencional, este tem seu regramento no Código Civil,

e o art. 1711 estabelece: “podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante

escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para ins-

tituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido

existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade

do imóvel residencial estabelecida em lei especial”.

Portanto o bem de família convencional, pode ser instituído pela família, tal regra,

não incide sobre o bem de família legal, este tem a proteção de per si, indepen-

dente de ser instituído, razões estas que explicam o porque a questão está errada.

Questão 32    (2018/CESPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO)

Considerando as disposições do CPC pertinentes aos sujeitos do processo, julgue o

item a seguir.

Em ação fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família, exi-

ge-se a formação de litisconsórcio passivo necessário de ambos os cônjuges.

Certo.

A questão envolve conhecimentos de direito material civil e direito processual civil.

O art. 73, III do Código de Processo Civil prevê:

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse
sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta
de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

O litisconsórcio ocorrerá quando duas ou mais pessoas atuarem no mesmo polo do

processo, como autores ou réus, quando tiverem interesses comuns. O litisconsór-

cio pode ser FACULTATIVO, ou seja, a critério das partes, ou NECESSÁRIO, neste

caso, por determinação legal.

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No art. 113 do mesmo diploma legal, está previsto:

Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passi-
vamente, quando:

E o art. 114 refere-se ao litisconsórcio necessário: “o litisconsórcio será neces-


sário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica contro-
vertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litis-
consortes”.

Questão 33    (2015/CESPE/TRE-RS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA)


No que diz respeito às diferentes espécies de bens e as suas classificações, assina-
le a opção correta.
a) Os bens públicos de uso comum são considerados bens públicos por natureza,
diferentemente dos bens públicos de uso especial e dos dominicais que são equipa-
rados aos bens privados.
b) Os animais, também denominados semoventes, são considerados espécies de
bens móveis por natureza, já que possuem movimento próprio.
c) A energia elétrica, embora possua valor econômico, não pode ser considerada
como bem móvel ou imóvel, sendo considerada res nullius.
d) Consideram-se bens incorpóreos aqueles bens que podem ser incorporados ao
patrimônio pessoal, pois, além de serem concretos, podem ser palpáveis e mensu-
ráveis economicamente.
e) Diz-se infungíveis aqueles bens que podem ser substituídos por outros da mes-
ma quantidade, qualidade e espécie, como é o caso do dinheiro.

Letra b.

A assertiva B está CORRETA por estar em total harmonia com o art. 82 do Código

Civil: “São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio”, trecho do artigo que

se refere aos animais, denominados semoventes.

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a) Erada. Não se aplica aos bens públicos, as regras de direito privado. O art. 99

do Código Civil prevê:

I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou esta-
belecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de
suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito pú-
blico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

c) Errada. As energias que contenham valor econômico são bens móveis, confor-

me art. 83:

Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I – AS ENERGIAS QUE TENHAM VALOR ECONÔMICO;

Vale registrar que res nullius é expressão latina, que significa coisa de ninguém,

que a ninguém pertence.

d) Errada. Os bens incorpóreos, são aqueles intangíveis, ou seja, bens abstratos,

portanto não são palpáveis.

e
 ) Errada. Os bens fungíveis, os móveis que podem substituir-se por outros da

mesma espécie, qualidade e quantidade, e INVERSAMENTE tem-se o conceito de

bens infungíveis, ou seja, que não podem ser substituídos.

Questão 34    (2017/CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO) Assinale a opção que

apresenta exemplo de bem imóvel.

a) tijolo de casa demolida

b) hipoteca de um navio

c) penhor de joia rara

d) energia elétrica de uma fábrica de cimento

e) maçã pendente de colheita

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Letra e.

A Assertiva E está CORRETA, vez que a maça pendente de colheita ainda está junto

(incorporada) a árvore, assim o art. 79 do Código Civil estabelece:. São bens imó-

veis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

a
 ) Errada. Os tijolos de casa demolida, segundo o art. 84 do Código Civil são bens

móveis, veja: “. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem

empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade

os provenientes da demolição de algum prédio”

b
 ) Errada. A hipoteca em regra geral é garantia que se dá a bens imóveis, todavia,

excepcionalmente, tal garantia é aplicada aos navios. Vale lembrar que a hipoteca é

um direito real, desse modo o art. 83 do Código Civil prevê:

Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I – as energias que tenham valor econômico;


II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

Como o navio é bem móvel, a hipoteca (direito real) é considerada bem móvel.

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c) Errada. O penhor é direito real, todavia, no exposto (joia), incide sobre bem

móvel, razão pela qual se faz necessário rever o art. 83 do Código Civil:

Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I – as energias que tenham valor econômico;


II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
d) A assertiva D está ERRADA porque a energia elétrica, é bem móvel por disposição
legal, note o art. 83 do Código Civil:
Art. 83. Consideram-se MÓVEIS para os efeitos legais:
I – as energias que tenham valor econômico;

Questão 35    (2019/CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) A

respeito da classificação dos bens, é correto afirmar que:

a) são fungíveis os bens móveis ou imóveis que possam ser substituídos por outros

da mesma espécie, qualidade e quantidade.

b) os bens podem ser divididos em consumíveis e não consumíveis; contudo, esses

últimos, quando sofrem deteriorações devido ao uso, passam a ser incluídos no

conceito de bens consumíveis.

c) os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis apenas por de-

terminação legal, não se admitindo, assim, que um negócio jurídico estabeleça a

indivisibilidade da coisa.

d) a lei, ao tratar dos bens reciprocamente considerados, determina que os seus

frutos e produtos possam ser objeto de negócio jurídico desde que separados do

bem principal.

e) a aquisição de bens móveis se dá por simples tradição, enquanto a de bens imó-

veis exige escritura pública e registro em cartório, com exceção daqueles cujo valor

atinja até trinta vezes o maior salário mínimo do país.

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Letra e.

a) Errada. A classificação quanto a fungibilidade é inerente aos bens móveis, a

teor do previsto no art. 85, CC:

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espé-
cie, qualidade e quantidade.

Os bens móveis imóveis, por sua vez, são infungíveis, vez que são bens personali-

zados, razão pela qual a assertiva A se torne errada.

b) Errada. O art. 86, CC, prevê: “São consumíveis os bens móveis cujo uso im-

porta destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais

os destinados à alienação”, inversamente, os bens inconsumíveis, não sofrem de-

terioração devido ao uso. E a lei não prevê a inclusão de bens inconsumíveis, em

consumíveis.

c) Errada. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis tanto por

disposição legal, como por vontade das partes, a teor do art. 86, CC. Enquanto

a assertiva afirma que os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis

APENAS por determinação legal.

d
 ) Errada. Os bens reciprocamente considerados, frutos e produtos, podem ser

objetos de negócio jurídico, mesmo não separados do bem principal, confirme

previsto no art. 95 do Código Civil, enquanto a assertiva afirma que poderá ser ob-

jeto de negócio jurídico DESDE QUE separados do bem principal.

Questão 36    (2013/CESPE/TRT-8ª REGIÃO/PA E AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/

OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) Separados da coisa que os tiver produzido, os

frutos são considerados:

a) percipiendos.

b) produtos.

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c) pertenças.

d) percebidos.

e) estantes.

Letra d.

O art. 1.215, do Código Civil prevê: “os frutos naturais e industriais reputam-se

colhidos e percebidos, logo que são separados […]”.

Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald34, quanto ao estado classifica os frutos:

• Pendentes: aqueles que estão unidos à coisa, não tendo sido destacados;

• Percebidos ou colhidos: os frutos já separados da coisa, mas ainda

existentes;

• Estantes: aqueles que embora separados, encontram-se armazenados,

estocados;

• Percipiendos: são os que deveriam ter sido separados, mas ainda não foram;

• Consumidos: os frutos que não existem mais.

Questão 37    (2017/CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO) De acordo com a

classificação doutrinária dos bens, o valor pago a título de aluguel ao proprietário

de um imóvel é denominado:

a) fruto.

b) pertença.

c) benfeitoria.

d) imóvel por acessão.

e) produto.
34
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 576.

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Letra a.

Segundo Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald35, os bens acessórios se classificam

em: frutos, produtos, rendimentos e benfeitorias.

Os frutos são as utilidades produzidas pela coisa principal cuja percepção mantém

intacta a substância do bem […].

Podem ser civis, naturais ou industriais, a depender de sua origem. Os frutos civis

nada mais são do que verdadeiros rendimentos, como um aluguel.

Ainda de acordo com os mesmos autores, os produtos, são utilidades que podem

ser retiradas da coisa alterando sua substância, diminuindo a quantidade e levando

até o esgotamento de seu conteúdo, como p petróleo de um poço, razão pela qual

a assertiva E está ERRADA.

Benfeitorias por sua vez, de acordo com os autores, constituem-se em despe=as

e obras realizadas em determinada coisa (móvel ou imóvel) para a sua conserva-

ção, melhoramento ou para simples deleite, embelezamento, razão pela qual a

assertiva C está ERRADA.

O Código Civil por sua vez, em seu art. 93, prevê: “São pertenças os bens que,

não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso,

ao serviço ou ao aformoseamento de outro”, razão pela qual a assertiva B

está ERRADA.

Quanto aos bens imóveis, o Código Civil em seu art. 79 determina: “São bens imó-

veis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”.

E o art. 1.248 do mesmo diploma legal afirma:

A acessão pode dar-se:

I – por formação de ilhas;


II – por aluvião;
III – por avulsão;
35
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 577.

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IV – por abandono de álveo;


V – por plantações ou construções.

Assim, na acessão, ocorre o aumento do volume do imóvel principal, em face

de elemento externo que se incorpora ao imóvel, razão pela qual a assertiva D

está ERRADA.

Questão 38    (2012/CESPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO) Caso uma pessoa adquira

um trator para melhor explorar sua propriedade rural, esse bem, de acordo com o

Código Civil brasileiro, caracteriza-se como:

a) bem infungível.

b) bem imóvel por determinação legal.

c) bem imóvel por acessão industrial.

d) benfeitoria.

e) pertença.

Letra e.

A assertiva CORRETA é a letra E, vez que o trator está a serviço da fazenda, e as-

sim o art. 93, do Código Civil prevê: “são pertenças os bens que, não constituindo

partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao

aformoseamento de outro”.

A Assertiva A está ERRADA, vez que o trator é bem fungível, e não infungível. O art.

85 do Código Civil determina: São fungíveis os móveis que podem substituir-se por

outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

A assertiva B está ERRADA, porque o trator não é bem imóvel por determinação le-

gal. O art. 80 do Código Civil determina quais são os bens imóveis por consideração

legal, assim, prevê a lei:

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DIREITO CIVIL
Dos Bens
Prof.ª Fabiana Borges

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.

A assertiva C está ERRADA porque o trator não bem imóvel por acessão industrial,

basicamente porque quanto a classificação dos bens considerados em si mesmos,

o trator é bem móvel.

A assertiva D está ERRADA, porque o trator é bem denominado pertença, face sua

utilidade como serviço, e não benfeitoria.

Questão 39    (2015/CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Rober-

to, com sua família, ocupou, cercou e construiu uma casa, um curral e um peque-

no lago artificial em uma terra pública situada em área rural. O poder público, ao

tomar ciência da ocupação, ajuizou ação de reintegração de posse. Em defesa,

Roberto alegou que a posse se dera de boa-fé e que ele já havia feito um pedido

administrativo requerendo a regularização da propriedade. O réu ainda alegou que,

caso o pedido do poder público fosse procedente, ele deveria ser indenizado pelas

benfeitorias erigidas, com direito de retenção.

A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) Com exceção do lago artificial, Roberto fará jus a indenização pelas demais ben-

feitorias erigidas no imóvel.

b) Roberto terá direito à indenização pela casa, mas lhe será descontado o valor

correspondente ao tempo de permanência no imóvel.

c) O direito de retenção pelas benfeitorias necessárias não poderá ser deferido.

d) A posse não pode ser considerada de má-fé, o que torna indenizáveis as benfei-

torias úteis e necessárias feitas por Roberto.

e) A indenização pelo curral depende de prova de utilidade pelo poder público após

a retomada do imóvel

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Letra c.

Roberto construiu uma casa, um curral e um pequeno lago artificial em uma TER-

RA PÚBLICA situada em área rural, portanto não se pode caracterizar a posse

nem gerar o direito a usucapião, vez que é bem público.

O art. 102 do Código Civil prevê:

“Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião”.

E a Constituição Federal, em seu art. 191 prevê:

Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu,

por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não supe-

rior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,

tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Parágrafo único. OS IMÓVEIS PÚBLICOS NÃO SERÃO ADQUIRIDOS POR USU-


CAPIÃO.

No que toca a posse, pode-se afirmar que no caso em tela, houve tão somente a

mera detenção, de modo que Roberto não terá direito as benfeitorias. Nesse sen-

tido, recentemente (2018) o Superior tribunal de Justiça, na Súmula 619 determi-

nou: “A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza

precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias”.

Questão 40    (2009/CESPE/DPE-PI/DEFENSOR PÚBLICO) Ao realizar uma refor-

ma de seu imóvel, o proprietário demoliu algumas paredes de sua casa e conservou

as portas e janelas que estavam ali instaladas, pensando em revendê-las, já que

eram muito antigas e bastante valiosas.

Nesse caso, as referidas portas e janelas são consideradas:

a) bens móveis, porque são decorrentes de demolição.

b) bens imóveis, porque foram apenas provisoriamente retiradas para serem em-

pregadas em um bem da mesma natureza.

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c) pertenças, porque, de modo ideal, sempre estarão agregadas a um bem imóvel.

d) bens imóveis por força de ficção legal, em função do seu alto valor em relação

ao bem principal.

e) bens móveis por antecipação, porque, apesar de ligadas ao imóvel, passaram a

ser objeto de negócio separado.

Letra a.

A assertiva A está CORRETA, vez que tem amparo no art. 84 do Código Civil:

Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, con-


servam sua qualidade de móveis; READQUIREM ESSA QUALIDADE OS PROVE-
NIENTES DA DEMOLIÇÃO DE ALGUM PRÉDIO.

b) Errada. O enunciado afirma: “[…]proprietário demoliu algumas paredes de sua

casa e conservou as portas e janelas que estavam ali instaladas, pensando em

revendê-las […]”, razão pela não está CORRETA, conforme previsto no art. 84 do

Código Civil:

Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, con-


servam sua qualidade de móveis; READQUIREM ESSA QUALIDADE OS PROVE-
NIENTES DA DEMOLIÇÃO DE ALGUM PRÉDIO.

c) Errada. Segundo o art. 93 do Código Civil: “São pertenças os bens que, não

constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao

serviço ou ao aformoseamento de outro”. Portanto, janelas e portas são partes in-

tegrantes do imóvel, razão pela qual não pode ser considerado pertenças.

d) Errada. Os bens imóveis por ficção legal, estão elencados no art. 83 do Código

Civil:

Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I – as energias que tenham valor econômico;


II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

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Incisos que não trazem porta e janelas como bem imóveis por ficção legal, motivo

pelo qual a assertiva não está correta.

e) Errada. Bens móveis por antecipação, segundo Cristiano Chaves e Nelson Ro-

senvald36, são: “[…] imóveis pela sua natureza, foram mobilizados pela vontade

humana, em face de sua função econômica. É o exemplo das árvores convertidas

em lenha […]”.

Portas e janelas, não agregadas ao imóvel, destinados à venda, são bens móveis, a

teor do art. 84 do Código Civil: “Os materiais destinados a alguma construção, en-

quanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem

essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio”.

36
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e LINDB. Salvador,
BA: Editora Juspodivm, 2018. p. 569.

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