Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
E-mail: contato@geracaoamanha.org.br
Direitos Autorais
Instituto Geração Amanhã: todos os direitos reservados
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO DA 2ª EDIÇÃO ...................................................................................... 7
a.QUIZZ ............................................................................................................................. 39
3
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
ÍNDICE
]
EXPECTATIVAS E REALIDADE......................................................... 57
b. DEPRESSÃO PÓS-ADOÇÃO........................................................................ 69
5
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
CANAL DO YOUTUBE
6
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
7
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Sara Vargas
Graduada em direito, especialista em Terapia Sócio-
Construtivista e Psicodramática de Famílias e Casais,
presidente da ANGAAD de junho de 2017 a junho de
2021, escritora, fundadora e diretora técnica da
Associação Pontes de Amor, além de representante
da Christian Alliance for Orphans e World Without
Orphans no Brasil.
Ao final da leitura, seja qual for sua decisão – pode sair ainda mais seguro
sobre o desejo de adotar ou pode ter chegado à conclusão de que não é o
momento ou o caminho certo para você – o que importa é ter uma
decisão consciente e amadurecida sobre o desejo de exercer a
parentalidade pela via da adoção.
8
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
MENSAGEM ESPECIAL
A adoção pode ser a resposta a inúmeras crianças que atualmente vivem
institucionalizadas, privadas de seu direito constitucional de viver em
família. No entanto, de aproximadamente 31 mil crianças que vivem em
acolhimento atualmente no Brasil, apenas cerca de 5 mil estão
disponíveis para adoção, e dessas, muitas não conseguirão ingressar em
uma família pois não correspondem aos perfis mais desejados pelos
pretendentes. Observação: além das 5 mil crianças disponíveis, outras
4.250 aproximadamente estão com seus processos já em andamento –
Dados do SNA em maio 2021.
O Instituto Geração Amanhã foi criado para lutar pelo direito de toda
criança e adolescente viver em família. Seja pela colocação em famílias
acolhedoras enquanto esperam que sua situação seja resolvida ou
colocação em família adotiva, quando não houver possibilidade de
reintegração na própria família.
Nas últimas três décadas, muito tem sido feito pelo direito de crianças e
adolescentes serem respeitados como sujeitos de direito, deixando para
trás a antiga posição de “objetos de direito” pela qual os indivíduos
menores de 18 anos eram tratados. Mas sempre colocamos que ainda há
muito a ser feito, junto ao poder público e também na sociedade civil.
Agora, pela nova ótica, há que se encontrar uma família que atenda às
necessidades da criança e não mais uma criança para atender o desejo de
adultos que querem formar sua família.
9
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Uma diferença que pode parecer sutil na gramática, mas que tem
enorme impacto no trabalho de toda a rede de proteção que visa à
promoção e o atendimento integral das necessidades das crianças e
adolescentes.
Sandra Sobral
Presidente do Instituto Geração Amanhã
10
#01
visão geral
da adoção
11
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
O que é adoção?
A palavra adoção vem do latim ADOPTARE, que significa perfilhar, dar o
seu nome a, escolher, ajuntar.
12
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
‘
O que é guarda?
O mecanismo jurídico através do qual regulariza-se a posse de fato de
uma criança ou adolescente que não esteja e não pode ficar com seus
pais, por curto ou longo período; A guarda obriga a prestação de
assistência material, moral e educacional a seu detentor, que poderá
opor-se a terceiros, inclusive aos pais biológicos. Sem prejuízo, restam
preservados o poder familiar e os vínculos com a família de origem,
podendo a medida ser revogada a qualquer tempo. Também pode haver
13
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
O que é tutela?
Em caso de falecimento dos pais, sendo estes julgados ausentes, ou ainda
em caso de perderem o poder familiar, pode se dar a nomeação de tutor
a quem incumbirá, quanto à pessoa da criança ou do adolescente que
possuir bens administrá-los, dirigir-lhe a educação, defendê-lo, dentre
outros, conforme seus haveres e condição. Tutores poderão ser nomeados
por testamento ou documento autêntico pelos pais detentores do poder
familiar, ou então, quando necessário, na falta do tutor testamentário ou
legitimo, quando excluídos aqueles quem incumbiria o encargo ou, ainda,
se removidos por não idoneidade.
14
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
15
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Dados SNA em
20/05/2021
PARA VER OS
DADOS SNA,
ATUALIZADOS
DIARIAMENTE
CLIQUE AQUI
16
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Dados SNA em
20/05/2021
PARA VER OS
DADOS SNA,
ATUALIZADOS
DIARIAMENTE
CLIQUE AQUI
17
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Dados SNA em
20/05/2021
PARA VER OS
DADOS SNA,
ATUALIZADOS
DIARIAMENTE
CLIQUE AQUI
18
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Mas vale ressaltar que a adoção intuitu personae gera muita insegurança
até ser concedida. Primeiro, porque a família que tem a posse irregular de
uma criança, como nestes casos de adoção direta, pode ficar “refém” da
família biológica, que a qualquer momento pode se arrepender, pode
surgir um pai ou parente que deseja aquela criança, a mãe pode mudar
de opinião, ou até mesmo fazer chantagem financeira e emocional. Ou
seja, não existe nenhuma segurança jurídica até para a própria criança,
pois ela pode ser devolvida para a família biológica ou encaminhada para
o serviço de acolhimento, criando novas rupturas de vínculos.
Quanto tempo demora para meu filho chegar após minha habilitação
ser aprovada?
Essa é uma pergunta que não tem resposta precisa e definitiva. Pode
demorar mais ou menos, conforme o perfil da criança escolhido na fase
de habilitação (ver infográficos nas páginas anteriores), da disponibilidade
regional definida no momento da habilitação (se você deseja adotar uma
criança que seja de sua cidade, de seu Estado ou de qualquer lugar do
país), da aceitação ou não por parte do adotante de grupos de irmãos ou
crianças com problemas de saúde, entre outros fatores. Uma explicação
simples é: quanto mais restrições forem feitas no perfil desejado, maior
será o tempo de espera.
20
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
21
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
22
#02
os
primeiros
passos em
direção
à adoção
23
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
A – IDENTIFICAR AS MOTIVAÇÕES
É saudável e relevante nesse momento entender as motivações que
levam você a querer exercer a parentalidade pela via da adoção. Também
consideramos importante falar um pouco sobre quais NÃO deveriam ser
essas motivações.
24
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Para pais que precisam de ajuda para lidar com a dor da infertilidade,
existem grupos de apoio e aconselhamento especializado, e Grupos de
Apoio à Adoção.
25
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
• Querer adotar pensando que o filho servirá para você não ficar
sozinho na velhice;
26
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
• Que mudanças você está disposto a fazer na sua atual rotina para
facilitar a adaptação de uma criança ou adolescente?
27
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
• Você sente que está preparado para lidar com algo complexo na
história da criança, por exemplo, histórico de trauma, abuso sexual,
uma condição médica delicada que não tenha sido identificada
previamente?
28
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Muitos autores indicam que, um caminho para reduzir essa pressão que o
próprio postulante à adoção coloca sobre si, é ter a consciência de que
não existem pais perfeitos – o que encontramos são pais maduros,
amorosos e dispostos exercer a parentalidade da melhor forma possível.
Ainda assim, sempre haverá algo novo, com o que ainda não sabe lidar e
precisará ser aprendido.
Você pode concluir que sim, quer seguir e dar o próximo passo. Ou achar
que não; pensar que a adoção não é para você nesse momento. E tudo
bem se essa for a sua conclusão. Afinal essa é uma decisão com a qual
você e seu futuro filho viverão pelo resto de suas vidas.
30
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Uma boa dica é procurar o Grupo de Apoio à Adoção (GAA) de sua região
e conversar. Lá você conhecerá pessoas que possuem uma rica
experiência e que estão abertas a compartilhá-las com você. Para
encontrar o GAA mais próximo da sua região, consulte o site da ANGAAD.
Para finalizar essa etapa, deixamos aqui mais algumas perguntas que o
ajudarão com questões específicas, sendo que algumas delas poderão
fazer parte do seu cotidiano no pós-adoção.
31
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
• Como vai contar sobre a adoção para o seu meio social (parentes
e amigos) e como vai lidar com perguntas de familiares, amigos e
estranhos sobre as questões da adoção?
• Quão disposto você está em procurar ajuda para você ou seu filho
quando necessário?
• Quais são seus principais medos e dúvidas sobre ser pai/mãe e sobre
adotar uma criança/adolescente como seu filho?
32
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
– quais são intransponíveis, quais poderão ser revistos, quais as suas forças e
quais as suas potencialidades adormecidas. Podemos chamar isso de
autoconhecimento.
33
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Eles não se julgam duramente por sentir raiva, são capazes de sentir raiva
e não agir sobre ela, e sabem que seus sentimentos vão passar. Esses
adultos também são capazes de usar o humor para neutralizar suas
emoções reativas e podem conversar sobre seus sentimentos com outros
pais, terapeutas ou seus pares nos grupos de apoio.
34
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
35
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
36
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
29
37
#03
teste seus
conhecimentos
38
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
A – QUIZZ
Para checar se você está pronto para seguir adiante
e entender o passo a passo para se habilitar à adoção,
colocamos aqui um pequeno quizz.
39
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
B – RESPOSTAS COMENTADAS
41
3
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
42
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
INÍCIO DO PROCESSO
1. CADASTRO
Dirija-se à Vara da Infância e da Juventude ou ao Fórum mais próximo da
sua residência (no mesmo município onde mora atualmente) levando um
documento de identidade e o comprovante de residência. Agora com o
novo SISTEMA NACIONAL DE ADOÇÃO E ACOLHIMENTO (SNA), já é
possível fazer um pré-cadastro online. Acesse www.cnj.jus.br/sna
FASE PREPARATÓRIA
2. CURSO PREPARATÓRIO
A realização de um curso preparatório é uma exigência da Vara da Infância
e da Juventude, que poderá indicar um Grupo de Apoio à Adoção mais
próximo na sua região para a realização.
Algumas Varas da Infância e da Juventude realizam uma palestra
introdutória e seu próprio curso.
OBS: em algumas comarcas o curso preparatório é exigido antes mesmo
da apresentação da documentação completa.
HABILITAÇÃO
4. CERTIFICADO DE HABILITAÇÃO
A partir do laudo da equipe técnica da Vara da Infância e do parecer
emitido pelo Ministério Público, o juiz dará sua sentença. Com seu pedido
aprovado, seu nome será inserido no Sistema Nacional de Adoção e
Acolhimento (SNA) e você entrará para a fila de adoção. O tempo de
duração do processo é variável e depende de cada Vara.
44
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
CONEXÃO
5. CONHECER
Através do cruzamento entre os seus dados, o perfil de preferência e as
crianças aptas à adoção, os assistentes sociais vão buscar os pretendentes
que mais se encaixam no perfil das crianças. Esse é um ponto
superimportante do processo. Eles não buscam filhos para quem quer
adotar e sim, o contrário, famílias que mais se encaixam no perfil das
crianças.
45
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
6. ADAPTAR
Na maioria dos casos, existe o que se chama de período de adaptação ou
aproximação, que consiste em algumas visitas e períodos breves de
convivência (geralmente finais de semana), autorizados judicialmente.
Passada esta fase, o pretendente deve se manifestar se concorda ou não
com a adoção. Conforme a idade, a criança também será entrevistada e
dirá se quer continuar o processo. Vale a mesma recomendação anterior.
46
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
PASSOS FINAIS
7. GUARDA PROVISÓRIA
8. ADOÇÃO “DEFINITIVA”
O juiz profere a sentença de adoção e determina a lavratura do novo
registro de nascimento, já com o sobrenome da nova família. Existe a
possibilidade também de trocar o nome da criança, mas isso não é a
regra. O juiz dará uma ordem para cancelamento do registro de
nascimento original. O novo registro de nascimento do adotado, a pedido
dos adotantes, poderá ser lavrado na cidade onde a família estiver
morando no momento da adoção.
47
#05
aprecia r
a espera
48
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Outro fator que pode deixar sua espera menos ansiosa é compreender os
porquês da morosidade. Não queremos justificar ou defender os
processos burocráticos, mas acreditamos que, ao vermos uma questão
por outros ângulos podemos ampliar nossa compreensão sobre os fatos
que não estão sob nosso controle.
49
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Essa é uma questão complexa, que merece muita reflexão. Para nos
ajudar, reproduzimos abaixo o que diz a Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB), em sua Cartilha sobre Adoção – Mude um Destino:
50
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Embora não tenhamos uma fórmula que nos indique com precisão o
destino a dar para todas as situações, temos a capacidade de, no caso a
caso, analisar e construir muito cuidadosamente a melhor alternativa
possível. Uma delas poderá ser a interrupção definitiva da convivência
comprovadamente perniciosa entre crianças e seus familiares e oferecer,
a medida de proteção mais plausível, sendo que uma delas poderá ser a
adoção.”
51
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Ou seja, a miséria não é motivo legal para que uma família perca seu
poder familiar. Neste sentido, destacamos a relevância dos vínculos de
proteção, cuidado e afeto. A família tem o dever de cuidar e para tanto é
fundamental o papel do Estado no processo de garantia de direitos sociais
efetivos.
Crie um álbum de futuros pais, para mostrar ao seu filho quando ele tiver
uma idade de entendimento. Nele você pode:
• Colocar a letra de uma canção que fazia você imaginar como seria
o momento da chegada do seu filho;
• Uma notícia sobre como estava o mundo, a natureza, algum fato positivo
no tempo de espera;
53
4
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
A – ASSUNTOS DA PARENTALIDADE
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Uma recomendação para todos os futuros pais, independentemente da
forma como o filho chegará, refere-se ao entendimento das fases do
desenvolvimento humano. Vários estudiosos publicaram trabalhos, nos
campos da psicologia, pedagogia, neurociência entre outros.
Como esse não é o tema desse livro, não vamos nos aprofundar nessas
argumentações, mas deixamos abaixo uma série de materiais sobre
Primeira Infância que poderão ser consultados, baixados e assistidos.
Acesse os materiais clicando nos respectivos links:
Primeiros Mil Dias
Princípios da Primeira Infância
O que é estresse tóxico
Playlist “Primeira Infância” no Canal do IGA no Youtube
54
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
55
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
ATITUDE ADOTIVA
Quem já adotou ou começa a considerar o tema, provavelmente vai
encontrar o termo Atitude Adotiva, na voz de especialistas que defendem
essa forma de ver o mundo e os filhos. Nasce na família adotiva, mas
deveria ser abraçada por todos, uma vez que se refere ao amor cuidadoso,
à aceitação de diferenças, ao respeito pelo outro indivíduo.
O afeto por alguém cujo DNA não conhecemos, sobre quem sabemos
pouco ou quase nada, sobre alguém que desconhecemos a genética ou a
ancestralidade. E ainda assim, é uma relação extremamente amorosa,
capaz de transformar crianças ou adolescentes em nossos próprios filhos.
56
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
EXPECTATIVAS E REALIDADE
Muitos pretendentes à adoção idealizam os filhos de forma inflexível e
quando a realidade se apresenta, eles se sentem perdidos e até frustrados,
pois o filho que chegou não condiz com suas fantasias e projeções.
57
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Dessa forma, esses “pais” agem de maneira semelhante aos pais biológicos
do adotando/adotado, colocando este em situação de rejeição, abandono,
vulnerabilidade, causando o que se chama de revitimização.
58
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
*Para saber mais sobre apego leia o material O poder do vínculo clicando
nesse link.
59
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
60
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
4. CONFIÁVEIS
62
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
6. CAPAZES DE APOIAR
CRIANÇAS COM ATRASOS NO
DESENVOLVIMENTO E OUTRAS Faça aulas, assista a vídeos, leia
NECESSIDADES ESPECÍFICAS livros, ouça e aprenda sobre o
desenvolvimento infantil. Será
As crianças que estão importante para você aprender
esperando por uma família como ajudar seus filhos a
provavelmente terão atrasos superar problemas e poder
sociais, emocionais e de reconhecer quando eles
aprendizado. Por exemplo, uma progridem.
criança de nove anos pode
exibir alguns comportamentos Ofereça-se para trabalhar como
típicos de uma criança de voluntário/a com crianças que
quatro anos. têm necessidades especiais em
uma escola local ou entidade.
Não é incomum que as crianças Saiba mais sobre tópicos como
regridam, ainda mais depois de transtorno de déficit de atenção
sofrer um trauma ou uma (TDAH), síndrome alcoólica fetal
mudança. E algumas também (SAF) e apego.
apresentam problemas com o
apego. À medida que as crianças
crescem, seus diagnósticos
Os pais devem ter em mente médicos, físicos e emocionais
que pode levar um tempo podem mudar e sua
relativamente longo para os compreensão da variedade de
filhos se ajustarem e se possíveis problemas será útil.
relacionarem com uma nova
família.
63
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
64
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
65
#07
adotei,
e agora?
66
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por
Esse momento de adaptação pode ser tão feliz quanto assustador para
ambas as partes. Questões como “será que serei um bom pai, uma boa
mãe” ou, “será que vou saber lidar com as questões novas que surgirem a
partir de hoje” são inevitáveis e até saudáveis, pois reflete a preocupação
em se fazer o melhor.
Pelo lado da criança, ela pode sentir-se apreensiva e insegura com a nova
situação e isso também é compreensível e até esperado. Mesmo que a
criança seja pequena, poderá estranhar o ambiente, as vozes, a
mamadeira, sentir falta do colo de algum cuidador anterior. Toda
mudança causa algum tipo de desconforto inicial.
Então para começar, lembre-se de que muita preparação foi feita e que
seu amor por aquele filho vai crescendo a cada dia. Celebre o momento,
afinal agora sim começa a jornada tão desejada e aguardada.
Algumas crianças serão dóceis por medo da rejeição e outras poderão ser
agressivas, exatamente pelo mesmo motivo: para testar os pais e serem
rejeitadas antes que se envolvam emocionalmente e sofram.
68
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
B – DEPRESSÃO PÓS-ADOÇÃO
“Existem relatos de uma fase, que os especialistas chamam de Depressão
Pós Adoção, que ocorre em uma pequena porcentagem de pais (Foli,
2010; Senecky et al., 2009).
Os pais podem ter dificuldade em formar laços afetivos com o novo filho e
podem questionar suas competências parentais. Em alguns casos, esses
sentimentos se resolvem por conta própria, à medida que os pais se
ajustam à sua nova rotina de vida.
69
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Entretanto, às vezes a ansiedade para fazer tudo dar certo, acaba tirando
um pouco o gostinho dessa celebração. Precisamos viver nossos próprios
lutos, superar a expectativa pelo filho idealizado. E olhar o nosso filho
como único, descobrindo com ele os laços possíveis no tempo,
celebrando as conquistas, respirando diante dos desafios e renovando a
cada manhã a fé e a certeza de que construiremos juntos os caminhos.
Leia a seguir um pouco do que ela diz e assista o vídeo completo nesse
link. É bastante inspirador!
70
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Do ponto de vista legal, os pais não deveriam ter essa dúvida, uma vez
que o Artigo 48 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura
que é direito do indivíduo saber que foi adotado e conhecer suas origens.
71
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
“Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem
como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi
aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
72
#08
mais
perguntas
frequente s
73
A família biológica pode conseguir seu filho de volta depois da adoção?
Não. Uma vez que a sentença de Destituição do Poder Familiar tenha sido
proferida e transitada em julgado (ou seja, quando há mais prazo pra
apresentação de recurso contra essa sentença) ela é irreversível e a família
biológica perde todo e qualquer direito sobre aquela criança.
74
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
75
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Mãe adolescente pode entregar seu filho para adoção sem o consentimento
dos seus pais ou responsáveis?
Não. Para entregar o filho para adoção, a mãe adolescente precisa de
autorização dos pais, ou na ausência deles por morte ou paradeiro
ignorado, será necessária a anuência de um responsável – tutor, parente ou
curador nomeado pelo juiz como responsável. Havendo conflito entre os
interesses da adolescente e seus responsáveis, a justiça nomeará um
curador especial para defender seus interesses. Além disso, nos processos
em que não for o autor, o Ministério Público zelará pelos interesses dessa
adolescente.
Mesmo que isso tenha acontecido, seus pais biológicos ainda podem
requerer o direito de paternidade. Somente se os pais estiverem
desaparecidos ou forem destituídos do Poder Familiar, por um
procedimento judicial, é que esse bebê poderá ser adotado.
77
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Mesmo que o pai/mãe biológico desse infante não concorde com essa
adoção unilateral, o adotante poderá ingressar com ação de adoção
cumulada com destituição do poder familiar. No entanto, durante esse
processo de adoção, será verificada a existência de vínculos de afinidade e
afetividade entre adotante e adotando, para se constatar a formação de
vínculos de filiação.
78
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
A mesma regra vale para casais adotantes do mesmo sexo. Vale lembrar
que a nova legislação determina que apenas um dos guardiões da criança
terá direito à licença maternidade, independentemente de a mãe
biológica ter recebido o mesmo benefício quando do nascimento da
criança.
79
#09
sugestões
de conteúdos
80
6
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
www.geracaoamanha.org.br/biblioteca/
FILMES
81
O menino que não nasceu da barriga da mãe (curta-metragem) –
Youtube
Luce – Youtube
Philomena – Telecine
Ensinando a Viver
Um Presente Especial
SÉRIES
DOCUMENTÁRIOS
ReMoved - Youtube
82
C. VÍDEOS
D. LINKS UTEIS
www.geracaoamanha.org.br
www.adoçãopassoapasso.com.br
www.eadgeracaoamanha.com.br
www.angaad.org.br
www.cnj.jus.br/sna
www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/pacto-nacional-pela-primeira-infancia
83
#10
depoimentos
histórias
vividas
84
DEPOIMENTO 1
Você vai ler a seguir um depoimento sensível e comovente de uma das
especialistas convidadas para essa edição: a Sara Vargas.
Importante lembrarmos que, nos últimos anos, o processo de adoção evoluiu muito e hoje o
cadastro é nacional, não sendo mais necessário levar cópias do processo a várias comarcas,
como Sara relatou em seu depoimento. A justiça também entendeu que o prazo do estágio
de aproximação e de convivência deve ser cuidadoso, mas bem mais acelerado, exatamente
para evitar os traumas relatados aqui neste depoimento, com tantas expectativas e frustações.
“O sonho de ser mãe fazia parte de mim desde a infância. Apesar de ser
uma menina muito moleca, eu achava que ter um filho, ter uma filha,
seria extremamente transformador para minha vida, uma experiência que
eu tinha que viver.
Não foi fácil, mas a nossa fé, o suporte da família e o apoio dos amigos
mais próximos, foram fundamentais para vencermos aquela situação de
tanta dor. Fizemos todos os exames, inclusive cariótipo do feto. Mas não
havia nada de errado, parecia mesmo uma fatalidade.
85
Quatro meses depois engravidei novamente e com quatro meses de
gestação, descobrimos que o segundo bebê também não tinha mais vida.
O ponto de interrogação cresceu, a dor ficou um pouco mais apertada.
Mas nós críamos piamente que Deus nos daria um filho. Logo em seguida
eu engravidei e, dessa vez claro, foi uma gestação de risco. De novo
fizemos todos os exames e não descobríamos nada de errado, nem
comigo nem com meu marido.
Quando o Lucas estava com dois anos e meio, pensamos que estava na
hora de tentarmos ter outro filho. Logo em seguida engravidei do Breno,
que agora traria alegria não só para nós, os avós e tios, como também
para o Lucas, que tinha uma expectativa grande com o irmãozinho.
86
Qual não foi a nossa surpresa quando o médico disse que havia
descoberto a razão de nós não podemos ter filhos e que havia um
tratamento, que poderia aumentar nossas chances em 60%.
87
sentença para várias comarcas diferentes para aumentarmos a chance de
recebemos esse filho ou filha. Nós estávamos habilitados para adotar
uma criança de até quatro anos, porque o Lucas já tinha essa idade e não
queríamos que essa criança fosse mais velha do que ele.
Este foi o pior de todos os “abortos”, porque nossas filhas estavam indo
para uma realidade muito desfavorável (acreditamos que os nossos filhos
que partiram foram para uma realidade melhor, assim é a nossa fé). Mas
as nossas gêmeas não. Foi muito doído e por um tempo eu tentei não
saber mais dessa história, até conseguir processar esse luto.
A alegria foi imensa. Meu marido estava nos Estados Unidos e eu fui
conhecer a menina sozinha. Mas disseram que tínhamos que tomar uma
decisão rapidamente, pois o juiz sairia de férias e não havia uma
instituição de acolhimento disponível - ela estava provisoriamente com
uma família. Então eles precisavam encaminhar aquela menina para
adoção com urgência. Era uma menina de quase quatro anos e eu fui
conhecê-la.
Esse encontro foi a coisa mais linda. Ela brincou comigo e enquanto eu
conversava com a assistente social, ela sorria e puxava o meu rosto em
direção aos seus olhinhos, porque queria atenção total. Na hora meu
coração se derreteu e eu falei “eu quero essa menina como minha filha”.
Mas eu não conseguia falar com o Rodrigo, porque ele estava fazendo um
curso e estava incomunicável naquele momento.
Voltando ao caso das gêmeas, após quatro meses com a família biológica,
elas foram abandonadas numa construção à noite. Então foram acolhidas
novamente e, por fim, depois de tanto tempo, fomos chamadas pelo
Poder Judiciário, que nos perguntou se ainda tínhamos interesse. “Claro,
temos sim, nós sempre amamos a Kelly e a Kethleen como filhas”. A
nossa maior alegria foi quando elas chegaram em casa.
Então em 2012, exatos dez anos depois que tínhamos perdido nosso
último bebê, demos início à Pontes de Amor, um Grupo de Apoio à
Adoção que funciona em Uberlândia, MG, e que tem transformado a
história de milhares de pessoas, de centenas de crianças que precisam de
família.
90
Hoje somos muito gratos. Nossa história tem altos e baixos, tem alegrias
e tristezas, a nossa parentalidade com nossos quatro filhos, assim como
em toda família, tem altos e baixos, tem alegrias e frustrações, mas não há
maior alegria para nós, porque entendemos que Deus fez de nós uma
família de verdade e que não há diferença nesse vínculo que existe com
o Lucas, a Jéssica, a Kelly e a Kethleen.
91
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
DEPOIMENTO 2
“AH, SE EU SOUBESSE...”
Por uma mãe real, que adotou um lindo garotinho aos 4 anos
Quando o adotei, cinco anos atrás, achava que estava preparada. Tinha
feito terapia, esperado longos três anos, contava com muita
autoconfiança. Mas, olhando em retrospectiva, o que nos ajudou foram
exatamente as dificuldades que tivemos.
DÓI: dói, e muito. Ser mãe adotiva exige ainda mais esforço, você vai
ouvir muitas vezes que a “mãe do passado” (é assim que ele se refere)
é melhor, vai ser dureza enfrentar os preconceitos (sim, eles existem!)
da família, dos amigos da escola, de outras mães, não saber o que
fazer quando seu filho te rejeita, agride, tem comportamentos
inadequados;
NADA SERÁ COMO ANTES, PRA PIOR: isso vale para qualquer tipo
de maternidade. Aceitar esse fato e procurar manter o equilíbrio faz
toda a diferença. Muitas vezes vai ser pior do que sua vida anterior:
não é fácil ter que se privar, por anos, de poder ficar na cama até
tarde; muitos amigos irão sumir porque simplesmente não dão
conta de uma amiga-mãe; dizer adeus às viagens de última hora (só
quem é mãe sabe como é difícil preparar uma viagem, mesmo que
de fim de semana) e por aí vai, a depender do seu estilo de vida
anterior;
RELAXAR: pode parecer estranho, mas senti falta de ter rido mais.
Passei boa parte desses anos tensa em tentar fazer o melhor, acertar,
levar meu filho a todos os médicos e terapias possíveis, que nem
sempre tive tempo para mim mesma (algo em comum com todas
as mães de primeira viagem?);
VOCÊ VAI ERRAR MUITO: e tudo bem, isso vai acontecer muitas
vezes. Ouvi um dia desses que a “a gente não acorda pensando ‘Hoje
eu vou errar’. A gente quer sim, que tudo dê certo”. Então, faça o
melhor que puder, com preparo, ajuda e consciência, mas sem
culpas;
93
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
94
#11
fontes
de consulta
95
7
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
https://www.adocaopassoapasso.com.br
https://www.angaad.org.br
https://www.geracaoamanha.org.br
https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/adocao/
https://www.justica.gov.br/sua-protecao/cooperacao-internacional/adocao-
internacional/adocao-por-residentes-no-brasil
https://www.justica.gov.br/sua-protecao/cooperacao-internacional/adocao-
internacional/procedimentos-de-adocao
https://www.justica.gov.br/sua-protecao/cooperacao-internacional/adocao-
internacional/organismos-de-adocao
http://www.previdencia.gov.br/2013/10/beneficio-lei-garante-120-dias-de-salario-
maternidade-para-homens-e-mulheres-adotantes/
https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/adocao/contexto-da-
adocao- no-brasil.aspx
http://www.oabsp.org.br/comissoes2010/gestoes-anteriores/direito-
adocao/cartilhas/cartilha_adocao_internet.pdf
http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/amb/cartilha_passo_a_passo_
2008. pdf
https://www.childwelfare.gov
https://www.nacac.org
https://www.adoptuskids.org
96
#12
Conheça
o IGA
97
7
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Manifesto IGA
98
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Acolhimento Familiar
www.acolhimentofamiliar.com.br
Site com informações detalhadas para quem
pensa em acolher
Acolhe Brasil
www.acolhebrasil.com.br
Plataforma de gestão e formação para
acolhimento familiar
99
Guia da Adoção: o guia definitivo para quem pensa em adotar - por IGA
Acolhimento Familiar – Características, vantagens e como funciona. Saiba tudo!
100
7